CRN Brasil - Ed. 351

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JULHO DE 2012 NÚMERO 351 WWW.CRN.COM.BR

COMPUTEX WINDOWS 8, ULTRABOOKS, TABLETS E TODAS AS TENDÊNCIAS APONTADAS NA SEGUNDA MAIOR FEIRA DE TECNOLOGIA DO MUNDO, EM TAIWAN

JOSÉ LUIZ ROSSI, CEO DA CPM BRAXIS CAPGEMINI: Estudo jurídico e contábil levou à reestruturação da organização e garantiu à companhia que aproveitasse os benefícios da lei de desoneração da folha de pagamento que lhe cabiam

Quem tem medo da

CIAB CONHEÇA AS INVESTIDAS TECNOLÓGICAS DOS BANCOS E COMO OUTRAS INDÚSTRIAS PODEM REPLICAR O APRENDIZADO DO MERCADO FINANCEIRO

AUTOCOM O QUE FALTA PARA QUE AUTOMAÇÃO E TECNOLOGIA, ENFIM, COCRIEM O VAREJO DO FUTURO?

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índice Julho 2012 / Edição 351

GESTÃO

INDÚSTRIA

Quem tem medo da desoneração? Página | 68

Computex 2012 Página | 26

Conheça as premissas para saber em que situação sua empresa está e veja depoimentos de quem também está sob os efeitos da nova lei

Tudo o que aconteceu na segunda maior feira de tecnologia do mundo e mais um passeio pelo Computer District, a Santa Ifigênia de Taiwan

Colunistas

ARM | 18

Um pouco sobre a atuação desta licenciadora de propriedade intelectual de chips e sua importância na chamada Internet das Coisas

VMware | 36

Fabricante de soluções de virtualização promove diversas alterações em seu quadro de líderes da região da América latina. Entenda o que isto significa

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CIAB | 54

O que os caros investimentos dos bancos podem ensinar a outras indústrias? Conheça a opinião dos principais representantes da vertical financeira

No Mundo | 50

Saiba mais sobre o que pensam os canais do Google que negociam os Chromebooks pensam a respeito da chegada do Surface, da Microsoft, ao mercado global

Aquisição | 62

Autocom | 58

Luis Augusto Lobão Mendes Pág | 24

Todos querem aquela experiência de compra no varejo igual à dos filmes futuristas. Mas o que falta para TI e TA engajarem-se para tornar este sonho real?

Westcon adquire a espanhola Afina para reforçar sua presença em regiões como Europa e América Latina, com a meta de manter o caráter de distribuição de valor

Crescimento | 74

Luis Massoco Pág | 52

Com novo presidente, PromonLogicalis anuncia que fará investimentos da ordem de 30 milhões de dólares na América Latina ainda durante o ano de 2012

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Expediente

Presidente Executivo

Adelson de Sousa • adelson@itmidia.com.br

Vice -presidente executivo

Miguel Petrilli • mpetrilli@itmidia.com.br

Diretor Executivo de recursos e finanças João Paulo Colombo • jpaulo@itmidia.com.br

Diretora Executiva Editorial

Stela Lachtermacher • stela@itmidia.com.br

Diretora Executiva Marketing e Vendas

Adriana cantamessa • adriana.cantamessa@itmidia.com.br

Conselho Editorial

Adelson de Sousa, Miguel Petrilli e Stela Lachtermacher

www.crn.­com.br comercial

EDITORIAL

gerente de negócios tecnologia Marcelo Nucci • marcelo.nucci@itmidia.com.br • (11) 7144-2540

EDITORA

EXECUTIVOS DE CONTAS Christian Lopes Hamburg • christian.lopes@itmidia.com.br • (11) 7144-2547 Elaine Castro • elaine.castro@itmidia.com.br • (11) 7203-7840

Haline Mayra • hmayra@itmidia.com.br REPÓRTERES Patricia Joaquim • pjoaquim@itmidia.com.br Felipe Dreher • fdreher@itmidia.com.br Renato Galisteu • renato.galisteu@itmidia.com.br

REPRESENTANTES Minas Gerais: Newton Espírito Santo • comercialmg@itmidia.com.br (31) 2551-1308 - (31) 7815-3095 Vera Santo • comercialmg@itmidia.com.br (31) 2551-1308 - (31) 7815-3096

Santa Catarina: Lucio Mascarenhas • comercialsc@itmidia.com.br (48) 3025-2930 - (48) 7811-4598 USA: Huson International Media Tel.: (1-408) 879-6666 - West Coast | Tel.: (1-212) 268-3344 - East Coast ralph@husonusa.com Europa: Huson International Media Tel.: (44-1932) 56-4999 - West Coast | t.holland@husonmedia.com

Paraná: Heuler Goes dos Santos • comercialpr@itmidia.com.br (41) 3306-1659 - (41) 7811-5397 Planalto Central (DF e GO): Gaher Fernandes • comercialdf@itmidia.com.br (61) 3447-4400 - (61) 7811-7338 Mauricio Caixeta • comercialdf@itmidia.com.br (61) 3447-4400 - (61) 7811-0949

PRODUTOR DE ARTE e VíDEO Francisco Yukio Porrino • fporrino@itmidia.com.br CONSELHO EDITORIAL CRN Brasil Benjamin Quadros • Presidente da BRQ IT Services Estela Bernardes • Diretora de vendas da IBM Brasil

Rio de Janeiro: Sidney Lobato • sidney.lobato@itmidia.com.br (21) 2275-0207 – (21) 8838-2648

Kip Garland • Fundador da Innovation Seed Marcia Thieme • Gerente de marketing e capacitação de vendas da APC by Schneider Ramiro Martini • Presidente da Cinco TI Severino Benner • Presidente da Benner

MARKETING Gerente de Marketing e Comunicação Gabriela Vicari - gvicari@itmidia.com.br

Gerente de Marketing Eventos Emerson Moraes – emoraes@itmidia.com.br

Gerente de Inteligência de Mercado Gaby Loayza – gloayza@itmidia.com.br

Gerente de Comunicação Corporativa Cristiane Gomes – cgomes@itmidia.com.br

Vladimir França • Diretor da Abradisti Cadeira especial: Prof. Luis Augusto Lobão, da Fundação Dom Cabral

GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES Conheça a solução completa de mídia de negócios que a IT Mídia oferece: www.itmidia.com.br Conheça o portal vertical de negócios CRN Online: www.crn.com.br Receba as últimas notícias do mercado em tempo real, diariamente em seu email. Assine a newsletter do CRN Online: www.crn.com.br

Gerente de Relacionamento com Clientes Marcio Lima • mlima@itmidia.com.br

OPERAÇÕES Gerente de Operações Emanuela Araújo • earaujo@itmidia.com.br

COMO RECEBER CRN BRASIL COMO ANUNCIAR TRABALHE CONOSCO CENTRAL DE ATENDIMENTO AO LEITOR

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(recebimento, alterações de endereço, renovações)

Analista de Marketing Elisangela Rodrigues • esantana@itmidia.com.br

Impressão

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Publicação quinzenal dirigida aos canais de distribuição de TI e telecom do Brasil. Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados. CRN é marca registrada da United Business Media Limited. CRN Brasil contém artigos sob a licença da United Business Media LLC. Os textos são traduzidos com sob licença da CRN, copyright. © United Business Media LLC. As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nessa publicação. As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A

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carta ao leitor

Foto: Ricardo Benichio

Julho 2012 / Edição 351

A

matéria de capa desta edição traz um daqueles temas que renderiam horas de defesas contrárias e favoráveis, com argumentos absolutamente justificados. Aliás, renderam, sim, horas-telefone da Patricia Joaquim, que apurou cada detalhe com especialistas em direito tributário, contadores e empresários, para clarear a questão da desoneração da folha de pagamento proposta pelo plano Brasil Maior. Conforme você vai ver na reportagem, há quem se beneficiou com a migração da tributação sobre a mão de obra de serviços para a receita da empresa, e há também quem se viu bastante prejudicado. Parando para pensar, como pode uma Lei Federal – cujo interesse natural deve ser o de trazer benefícios ao País como um todo – ser boa para uns e ruim para outros? Claro que eu não vou entrar no âmbito político para discutir a resposta a esta pergunta. Ao contrário, convido você a pensar comigo de onde partiu o primeiro impulso que tornou possível uma única coisa ser maléfica para um e benéfica para outro. Sem fazer qualquer distinção dentre as leis do homem – seja uma lei tributária ou dos direitos humanos –, o que vejo é uma série de medidas sendo criadas ao longo do tempo para compensar os “defeitos” que vão sendo encontrados em normas anteriores, com a intenção de corrigir a rota da evolução. Mas, nesta toada, inevitavelmente, quem estava “bem” em um ponto da história, vai ficar “mal” quando as regras do jogo forem ajeitadas para quem estava “mal” naquele ponto inicial da conversa. Seria uma sequência de remendos para tentar acertar algo que foi concebido sem o compromisso do bem universal, priorizando objetivos imediatos? Bem ou mal, em meio a essas correções de rota, quem está com o foco bem estabelecido consegue encontrar pontos a salvo para manter sua trajetória, mesmo à mercê de idas e vindas do cenário, das leis, das tendências. Neste caso específico da lei que modifica a tributação sobre mão de obra, você vai ter a oportunidade de ver como José Luiz Rossi, CEO da CPM Braxis Capgemini, manejou seu leme de forma a absorver apenas os impactos positivos desta mudança, sem estar fora

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Imediatismo X bem universal da lei. Confira na reportagem de capa, na página 68. Agora, extrapolando o campo das leis e colocando neste raciocínio as estratégias empresariais, seria também a mesma lógica? Um encadeamento de correções em cima de regras criadas sem alcance sistêmico? Necessidades atuais forçando a revisão de conceitos estabelecidos no passado? Como evitar, então, que os “acertos” de hoje não seriam os “erros” a serem corrigidos amanhã, quando expostos a uma nova ótica? Reside aí a maior demanda por ações reais de sustentabilidade: a sustentabilidade do que se diz. Somente o foco nisto poderá assegurar relações honestas, estratégias coerentes, concorrências saudáveis e até mesmo leis universalmente justas. E declarações sustentáveis só podem decorrer de pensamentos cuja consistência impossibilite brechas a serem corrigidas no tempo futuro. Parece radical? Ok. Mas, diante de soluções imediatistas conhecidamente paliativas até agora, a universalidade antes impensada já não poderia ser vista como uma possibilidade real? Feita esta lição, dia a dia, a introdução de novas ferramentas; a ida a um novo mercado; a decisão de fechar uma unidade; a opção por mudar o foco de atuação; ou qualquer aparente ruptura passam a ser extensões de uma solução sustentável em sua raiz. Falando nisso, esta CRN Brasil está recheada de novidades que podem se somar à consistência de sua estratégia. Neste mês, três grandes coberturas contextualizam o que você precisa saber sobre automação comercial, sobre a tecnologia no setor financeiro e sobre o que Taiwan, com sua Computex, está anunciando como tendência ainda para este ano. E ainda confira uma entrevista superinteressante com o líder da ARM aqui no Brasil, José Scodiero; e uma conversa com Otávio Lazarini Barbosa e José Leal Jr sobre a aquisição da Afina pela Westcon e seus efeitos na operação.

Haline mayra Editora Email: hmayra@itmidia.com.br

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Reúna-se com os CIOs das empresas que mais crescem no país e aumente as suas vendas. Números até o momento: • Mais de 120 CIOs confirmados • Mais de 30 patrocinadores • Previstas 980 reuniões de negócios one-to-one • 16 horas de conteúdo • Mais de 25 ações estruturadas de relacionamento

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Notícias em destaque

As 10 notícias mais acessadas no primeiro semestre de 2012 Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

De primeiro de janeiro até o final de junho, 182 dias de 2012 ficaram para trás. Muita coisa aconteceu no mercado de tecnologia neste meio tempo, e a ideia deste resumão é apontar quais foram as notícias mais lidas até a metade deste ano. Para quem já leu, vale a pena rever. Quem deixou escapar, essa é a hora de poder ver a evolução dos assuntos durante 2012. Vale frisar que assuntos replicados da revista não entraram neste ranking. Vamos lá: 1 - 10 aplicativos em nuvem essenciais para PMEs Ferramentas online dão mais agilidade e permitem o pagamento conforme o uso, dois fatores interessantes, especialmente para PMEs. De produtividade a analíticos, esses 10 aplicativos merecem sua atenção Link: crn.itweb.com.br/33455/10-aplicativos-em-nuvem-essenciais-para-pmes/ 2 - “Já somos maiores que a Totvs no Brasil”, afirma presidente da SAP no País Luis Cesar Verdi, líder da SAP Brasil, acredita que fabricante alemã já lidera mercado nacional de sistemas de gestão. Durante o Sapphire Now 2012, executivo detalhou estratégia da companhia para os próximos meses. Link: crn.itweb.com.br/35846/ja-somos-maiores-que-a-totvs-no-brasil-afirma-presidente-da-sap-no-pais/ 3 - Totvs e Officer se unem para venda de ERP às PMEs Depois de lançar a venda de porta em porta e de colocar seus produtos na plataforma UOL e Estadão PME, a Totvs decidiu montar uma estratégia para a comercialização da solução Série 1 e fechou distribuição com a Officer Link: crn.itweb.com.br/32602/totvs-e-officer-se-unem-para-venda-de-erp-nas-pmes/ 4 - Ruckus Wireless quer massificar Wi-Fi no Brasil Integradores de soluções são bem-vindos para ampliar a presença da fabricante no País; Segmentos de hotelaria, educação, saúde, corpora-

tivo, governo, automação e operadoras são alvos Link: crn.itweb.com.br/34295/ruckus-wireless-quer-massificar-wi-fi-no-brasil/ 5 - 14 distribuidores regionais se unem para ganhar poder de barganha Districomp, Local X, Graz, Primex Tech, Multimix, Brazil PC, Microship, Unicomp, Macro, H2I, Scorpions, N3, Ebyte e PSL são os primeiros integrantes da Atacado Info. Juntas, empresas representam um poder de 60 milhões de reais em compras mensais Link: crn.itweb.com.br/34491/14-distribuidores-regionais-se-unem-para-ganhar-poder-de-barganha/ 6 - Social: 11 sistemas de gerenciamento que podem ajudar Empresas encontram novas e sofisticadas formas de utilizar mídias sociais e descobrem que precisam gerenciar seus esforços e calcular resultados Link: crn.itweb.com.br/35426/social-11-sistemas-de-gerenciamento-que-podem-ajudar/ 7 - Chega de cloud computing, consumerização e serviços “O executivo-chefe quer usar seu iPad, iPhone, Android ou qualquer device dentro da empresa e aquela velha desculpa ‘não pode, pois não é seguro’ não tem mais espaço”, afirmou Cezar Taurion, evangelista da IBM Link: crn.itweb.com.br/32242/chega-de-nuvem-consumerizacao-e-servicos/ 8 - 4 pontos para se observar em cloud computing Em vez de focar benefícios, executivos fizeram uma leitura diferente para mostra coisas que não são da computação em nuvem Link: crn.itweb.com.br/35793/4-pontos-para-se-observar-em-cloud-computing/ 9 - Segurança da informação: da invasão ao mercado Dos problemas com acessos de usuários, da

tecnologia disponível e projeções para o mercado brasileiro. Um pouco de tudo para embasar os ataques a sites de bancos nacionais em fevereiro deste ano Link: crn.itweb.com.br/32874/seguranca-da-informacao-da-invasao-ao-mercado/ 10 - Apple fecha com PromonLogicalis e Scopus para mercado corporativo Parceria com integradores de soluções mostra interesse da Apple em entrar oficialmente em oportunidades de mobilidade, aproveitando a consumerização e o BYOD http: crn.itweb.com.br/34095/apple-fecha-com-promonlogicalis-e-scopus-para-b2b/

Enquete Qual a solução para empresas como a Nokia e RIM?

66,67% Ser adquiridas e incorporadas a outras companhias, como o Google fez com a Motorola Mobility

33,33% Repensar o go-to-market e focar esforços em poucos produtos com mais eficiência

No ar

Quais tecnologias/ tendências mais fizeram parte do seu negócio no primeiro semestre de 2012?

Na sua opinião: Responda no www.crn.com.br

q Cloud Computing q Virtualização q Mobilidade q Big Data q Business Analytics q Business Intelligence q Segurança da informação

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Dança das Cadeiras Fotos: Divulgação

Chefe da equipe de hardware do Mac se aposenta

Keith Goodwin se aposentará

Keith Goodwin, que tem liderado globalmente os canais da Cisco há sete anos, está deixando a companhia. Bruce Klein, vice-presidente sênior para setor público na empresa, assumirá o cargo de VP sênior global de canais no começo do ano fiscal de 2013, no primeiro dia de agosto.

Mudanças na Microsoft

A Microsoft informou que Claudia Goya é a nova Chief Operating Officer (COO) da Microsoft Brasil, deixando a presidência da subsidiária da companhia em Portugal. A Microsoft Brasil também anunciou a executiva Patricia Freitas como responsável pela diretoria voltada ao setor público. Na operação global, Steven Guggenheimer deixou o posto de VP corporativo da divisão de OEM e Nick Parker, que anteriormente gerenciou a divisão de marketing em OEM, foi nomeado para substituí-lo.

Altos

Bob Mansfield, vice-presidente sênior de engenharia de hardware da Apple e um dos que mais trabalharam por trás do Mac, iPhone e iPad, está se aposentando. Ainda não há um substituto.

Carlos Mazon volta para a IBM

Mazon volta à IBM após pouco mais de um ano a frente da divisão Enterprise Services da HP, onde foi vice-presidente e country manager.

Juarez Zortea deixa HP

Depois de 30 anos na HP Brasil, Juarez Zortea, vice-presidente de vendas no Brasil, deixa a fabricante para seguir novos desafios. A partir de 31 de julho, Zortea deixa de fazer parte do quadro de funcionários da HP.

T-Systems do Brasil tem novo diretor geral

A T-Systems anuncia Ideval

Munhoz como novo diretor da operação brasileira da companhia. Nas mãos do executivo está a meta de crescimento e expansão dos negócios no mercado local e latino-americano.

Sobe e desce no Facebook

Sheryl Sandberg, COO do Facebook, foi indicada como a mais nova integrante do conselho de diretoria da rede social fundada por Mark Zuckerberg. Já Bret Taylor, CTO da companhia, deixou o cargo para abrir uma startup.

Blue Coat nomeia vicepresidente de vendas para a América Latina A Blue Coat anuncia a nomeação de Ray Jimenez como vice-presidente para a América Latina, que será responsável por ampliar as vendas, alinhando recursos para melhor atender a clientes e parceiros na região.

Oracle tem novo gerente de alianças e

canais para aplicativos Após oito anos dedicados à área de alianças e canais, Gustavo Segre acaba de assumir o cargo de diretor de marketing para contas estratégicas e produtos da Oracle no Brasil.

Epson anuncia novo gerente do grupo de produtos

A Epson do Brasil contratou Eduardo Valentin para o cargo gerente do grupo de produtos, ficando responsável pelas linhas de scanner, impressoras de grande formato, impressoras fiscais e não fiscais e vídeo projetores.

Hitachi contrata novo diretor de vendas para América Latina

A Hitachi anuncia a contratação de Marcelo Sales como novo diretor de vendas da America Latina.O executivo será o responsável pela área de vendas do portfólio de File and Content Services para a região.

Baixos

Ingram Micro adquire BrightPoint por US$ 840 mi A proposta da aquisição é ampliar os negócios em mobilidade e trazer mais valor por meio da venda de serviços

Lenovo investirá US$ 30 mi no Brasil O dinheiro será destinado à construção de uma fábrica e um centro de distribuição na cidade de Itu, São Paulo. As novas instalações entrarão em operação até dezembro de 2012

RIM pode vender área de hardware De acordo com o The Sunday Times, de Londres, a RIM focaria em sua área de serviços e soluções, e faria spin-off da divisão de aparelhos, para evitar mais perdas

Microsoft anuncia baixa contábil de US$6,2 bi A Microsoft reduziu as expectativas de crescimento para suas unidades de internet e de ferramenta de buscas, após registrar uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares no valor da aQuantive, comprada há cinco anos

Blogs

1º Vitor Peixoto

Autocom 2012: o mais do mesmo que todos nós adoramos! Vitor faz uma rápida análise sobre os acontecimentos da Autocom, com críticas quanto a falta de inovação em TA

2º Coriolano Almeida

A desoneração da folha de

pagamentos O colunista e blogueiro faz um balanço sobre a substituição da Contribuição Patronal pela contribuição sobre a receita bruta no mercado de TI

3ºAbradisti

Distribuição de TI e a maturidade profissional Alberto Rodrigues, VP da Abradisti, fala da especialização e profissionalização do mercado de distribuição de tecnologia

4º Pina Seminara

Eletrolar 2012Mais uma oportunidade para networking Como um diário, Pina usa seu espaço para falar da expectativa para a Eletrolar e pincela também a Autocom 2012

5º Fernando Belfort

O desafio do byod do Windows Phone O blogueiro convidou Georgia Jordan, analista de Telecom da Frost & Sullivan, para comentar a estratégia da Nokia com o Windows Phone

Saiba Mais: www.crn.com.br/blogs

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calendário

* Datas sujeitas a alterações

QoS realiza curso introdutório Administração XenDesktop 5 sobre o sistema operacional Junos De 23 a 27 de julho 16 e 17 de julho Av. Dr Cardoso de Melo, 1460 – 13º andar Vila Olímpia - São Paulo /SP Inscrições: http://www.qos.com.br/treinamentos.php?CategoriaId=2&CalendarioId=440

Rua Verbo Divino, 1207 – 4° andar- Chácara Santo Antonio – São Paulo Inscrições: daniela.gomes@afina-la.com

Axis Communications ministra o “Video Solution Fundamentals”

23 e 24 de julho Rua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São Paulo Inscrições: treinamento@westcon.com.br

De 16 a 20 de julho Rua Mario Amaral, 172 13º Andar, Conjunto 131 Inscrições: samyra@capitalinformacao.com.br

Help Desk Day – SP

ESGA – Email Security Gateway Anywhere

WDC: Conceitos Básicos de Wireless

17 de julho Espaço Maestro - R. Maestro Cardim, 1.170 - Paraíso - São Paulo/SP Inscrições: http://www.helpdeskday.com.br

24 de julho Treinamento online: http://wdcnet.com.br/ treinamento/conceitos-basicos-de-wireless/

Avaya ERS 5000/4500 Advanced Configuration and Maintenance

De 25 a 27 de julho Espaço Maestro - R. Maestro Cardim, 1.170 - Paraíso - São Paulo/SP Inscrições: http://www.4hd.com.br

De 17 a 20 de julho Rua Alexandre Dumas, 1.711 - 3º andar, Edifício Birmann 11 - Chácara Santo Antônio - São Paulo Inscrições: treinamento@westcon.com.br

QoS realiza curso Junos for Security Plataforms

De 18 a 20 de julho Av. Dr Cardoso de Melo, 1460 – 13º andar Vila Olímpia - São Paulo /SP Inscrições: http://www.qos.com.br/treinamentos.php?CategoriaId=2&Calendari oId=440

Telefones IP Grandstream – Personalização e programação de telefones série GXP de negócios

18 de julho Treinamento online: https://www3.gotomeeting.com/register/461204446

Seminário Fraudes Contra Bancos e o Comércio – OAB/SP

20 de julho Salão Nobre OAB/SP - Praça da Sé, 385 1º andar Inscrições: http://www2.oabsp.org.br/asp/ cultura.asp?pg=2.3.1&pgv=a&portlet=1&id_ cultural=11586

Curso Gestão de Suporte Técnico

DSS – Websense Data Security Suite De 25 a 27 de julho Rua Alexandre Dumas, 1.711 – 3º andar, Edifício Birmann 11 – Chácara Santo Antônio – São Paulo Inscrições: treinamento@westcon.com.br

WDC – Treinamento Básico de TCP-IP para CFTV

25 de julho Centro de Treinamento Rua Diogo Moreira, 132 – 23.andar São Paulo/SP Inscrições: http://wdcnet.com.br/treinamento/treinamento-basico-de-tcp-ip-para-cftv-2/

Fortinet FT 201 e FT 301

De 30 de julho a 3 de agosto Rua Verbo Divino, 1207 – 4° andar- Chácara Santo Antonio – São Paulo Inscrições: daniela.gomes@afina-la.com

Check Point CCSE

De 30 a 1 de agosto Rua Victor Civita, 66 - Bloco 1 - 2º andar Barra da Tijuca - Rio de Janeiro Inscrições: treinamento@westcon.com.br

Cadastre o seu evento: http://crn.itweb.com.br/ envio-agenda/

16 1ª quinzena agosto 2011 www.crn.com.br

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CRN BRASIL ENTREVISTA

/ JOSÉ ANTONIO SCODIERO

De olho no futuro da te

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A Foto: Divulgação

JOSÉ ANTONIO SCODIERO, DA ARM: “É bem viável inovar com o que já existe e abastecer o mercado nacional de novidades que usam coisas conhecidas e que consomem pouco investimento, porém são inovadoras”

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a tecnologia

Por Gilberto Pavoni Junior, especial para a CRN Brasil

A

A britânica ARM, especializada em licenciar a propriedade intelectual para semicondutores, trabalha com governo e design houses para criar inovação para mobilidade e ajuda a disseminar o conceito de “Internet das Coisas”

ARM é uma companhia identificada com o atual mercado de TI. A empresa inglesa nasceu em 1990, ligada à universidade de Cambridge, para desenvolver arquitetura e licenciar tecnologia de semicondutores. Ela não trabalha fabricando seus produtos, mas vende a propriedade intelectual que sai de seus projetistas para outras marcas. Diferentemente dos processadores x86, a tecnologia ARM se desenvolveu fora da tomada, criando várias soluções para sistemas embarcados que vão de controles remotos para abrir portões, impressoras, TVs digitais, smartphones e tablets. Com isso, tem se tornado essencial para a mobilidade e o futuro sonhado da “Internet das Coisas”.

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No Brasil, o negócio da ARM se desenvolve há dois anos com a ajuda da Fast Company Brazil, uma espécie de impulsionadora de empresas estrangeiras que queiram entrar no mercado nacional. Seu trabalho não cresce no modelo normal de distribuidores, canais e revendas. Seu principal alvo são design houses que possam usar sua propriedade intelectual para desenvolver novos produtos. O fundador da Fast Company Brazil e que acumula o cargo de diretor de desenvolvimento de negócios da ARM, José Antonio Scodiero, conversou com a CRN Brasil sobre o posicionamento atual da empresa e o futuro do mercado de tecnologia.

CRN Brasil – O senhor já trabalhou em outras grandes empresas de TI. Como sua experiência tem ajudado a ARM e outras marcas a entrarem no Brasil? José Antonio Scodiero – Eu trabalhei por anos na IBM e em 1995 saí para fazer parte dos executivos que ajudaram a Apple a estabelecer-se no Brasil. Três anos depois, ajudei a OKIData a ganhar espaço no mercado e planejar o início de uma fabricação local. Em 2003, fui para a AMD numa época em que a empresa via a necessidade de crescer de forma rápida e, para isso, precisava aumentar sua presença e estruturar várias partes do negócio por aqui. Tudo isso me deu muito conhecimento sobre como as coisas funcionam no Brasil para as empresas de TI e acabei fundando a Fast Company, que tem ajudado vários negócios e trabalha como se fosse uma subsidiária terceirizada para companhias que querem vir para cá, mas não conhecem nada sobre leis, incentivos, parceiros ou comportamento do consumidor. Com a ARM ocorreu exatamente isso.

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crn brasil entrevista CRN – No seu ponto de vista, por que a ARM tem se tornado importante nesses últimos anos? Scodiero – A ARM tem uma característica pontual, ela não fabrica o produto. Ela desenha soluções em semicondutores e algumas outras tecnologias e vende a propriedade intelectual. Com isso, ganha dinheiro com os royalties de outros fabricantes. Como a empresa se desenvolveu projetando para sistemas embarcados e que necessitam de pouca energia, esses projetos acabaram sendo usados em produtos que vão de um controle remoto para abrir portão, a impressoras, TVs digitais, smartphones e tablets. Com o crescimento do mercado mobile e do uso de tecnologia embarcada em cada vez mais coisas, a empresa ganhou o interesse de várias fabricantes. Cerca de 90% de tudo que se possa imaginar em mobilidade tem alguma propriedade intelectual licenciada pela ARM. O futuro é realmente promissor porque a ARM tem tudo a ver com o que irá ocorrer de transformação em termos de tecnologia nas empresas e em produtos para o consumo final. CRN – O que tem sido feito pela ARM aqui no Brasil durante esses dois anos de trabalho com a marca? Scodiero – O principal tem sido apoiar fabricantes que estão no Brasil e que já usam ou querem usar algum produto da ARM. Existem vários, que vão de empresas típicas de tecnologia, como a Nvidia, a montadoras de automóveis. Mas o trabalho mais interessante tem sido feito junto às esferas governamentais. O Governo Federal tem vários projetos de incentivo para posicionar o Brasil no mercado futuro da tecnologia. Não é só com fábricas, porque isso pode não ser decisivo

/ José Antonio Scodiero

Em 2011, existiam cerca de oito bilhões de cores licenciados com ARM no mundo, um aumento de 40% em relação ao período anterior. Com o advento da “Internet das Coisas”, a expectativa é que isso alcance fácil 100 bilhões em 2020

em alguns anos. As manufaturas estão cada vez mais robotizadas e a concorrência internacional é bem agressiva. Assim, não há grandes chances de gerar empregos ou fazer exportação de produtos. Por isso, as design houses e startups, que trabalham comprando propriedade intelectual de empresas como a ARM para criar novas soluções, ganham espaço. Estamos ajudando o governo a conhecer melhor esse negócio e aconselhando em algumas ações. O projeto de tablet educativo do Ministério da Educação teve muita consultoria nossa, que explicamos como deveria ser feita a licitação. Por outro lado, o Ministério da Ciência e Tecnologia criou um grupo de 25 design houses que estão interessadas no nosso modelo. E dentro de universidades, há projetos em andamento e muito contato sendo feito. Outros estados e prefeituras tem projetos semelhantes e estamos criando presença junto a todos. CRN – Então, a ARM não trabalha no modelo tradicional de parceiros, numa cadeia produtiva de canais que envolve distribuidores, integradores e revendas? Scodiero – Não, isso fica para quem licencia os projetos da ARM e tem sido bem feito. Só não consigo dizer números sobre isso porque são dados das próprias empresas e envolvem diversos setores. Alguns são contratos globais e acabam se fragmentando localmente. São muitos segmentos que usam tecnologia ARM. Os royalties são pagos por cada produto que sai das fábricas. E dentro desses setores, os canais são sólidos e sabem trabalha-los com ARM embarcado. Por isso, nosso foco tem sido mais em modelos que ainda podem usar a tecnologia nos próximos anos.

CRN – E qual o caminho para isso? Porque a gente fala de mobilidade atualmente, mas é algo que se desenvolve e era previsto há alguns anos. O que mais pode ser transformado por essa tecnologia que vemos atualmente e por aquilo que está saindo de centros de pesquisa e da engenharia das empresas? Scodiero – Dá pra entender um pouco do que pode ocorrer com os números da ARM. Em 2011, existiam cerca de oito bilhões de cores licenciados com ARM no mundo, um aumento de 40% em relação ao período anterior. Com o advento da “Internet das Coisas”, a expectativa é que isso alcance fácil 100 bilhões em 2020. E quando falamos em coisas, é exatamente isso. Olhe a sua volta e imagine algo que possa ter um semicondutor para processar informações que serão captadas por sensores e enviadas por algum tipo de rede. Algumas coisas já estão ligadas na tomada, como geladeira e TV, e podem funcionar nesse futuro com tecnologia vinda do mundo x86. Mas outras não podem depender tanto de eletricidade e precisam de soluções vindas do mundo embarcado, como a ARM. É difícil prever onde exatamente isso será mais desenvolvido, mas há algumas expectativas interessantes e alguns caminhos dados como certos. CRN – Quais seriam esses caminhos, já que o conceito de “Internet das Coisas” é muito abrangente e podemos estar falando de uma casa, um carro, um hospital ou uma interface cérebro-máquina? Scodiero – Provavelmente veremos

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tudo isso antes de morrer. Mas a tendência mais forte vem das casas. A tendência de ter um medidor de entrada eletrônico nas residências é muito falada. No Brasil, são 50 milhões de residências com medidores eletromecânicos. Se fossem substituídos por modelos eletrônicos, eles controlariam a conectividade de várias coisas dentro da casa. Poderia ser uma central de mídia, a cerveja gelada ou a temperatura ambiente e da água. Dentro disso, a smart-grid cresce muito, criando condições para o perfeito gerenciamento da casa mesmo que a distância. Tudo isso deve ocorrer em um smartphone ou tablet, que tem se tornado um aparelho cada vez mais poderoso e inseparável para as pessoas. Hoje, ainda vemos esses aparelhos como um instrumento de comunicação, mas eles devem se transformar em um dashboard pessoal daqui pra frente. CRN – E tudo isso é algo para quanto tempo? Vinte anos, mais do que isso, ou ainda nesta década? Scodiero – Pela velocidade de desenvolvimento e pelo que a própria ARM prevê, podemos esperar isso ainda nesta década. Isso porque os principais problemas de uso de conexão, autonomia e miniaturização estão sendo resolvidos. Em breve, teremos casas assim ou isso estará presente em serviços que utilizamos. Imagine entrar num aeroporto e receber as informações sobre o embarque diretamente no celular. A tecnologia para isso já está bem desenvolvida, a infraestrutura de TI está montada e só falta criar essa última camada de solução. CRN – É o mundo perfeito para a ARM, não é? Scodiero – Sim, isso tem tudo a ver com o low voltage e o uso de

A história dos negócios está cheia de exemplos de produtos que foram sucesso juntando tecnologias que já existiam, mas ninguém tinha pensado nelas juntas. Enquanto isso, novidades absolutas tiveram uma vida curta porque as margens caíram rapidamente

semicondutores distribuídos em várias coisas. A ARM começou assim. Em uma época que a energia não era problema e a tecnologia x86 imperava, a empresa trabalhava com baixo consumo e licenciando para produtos que buscavam a miniaturização. Hoje, a exigência de sustentabilidade alcançou os negócios, mas para desenvolver soluções para essa demanda e que aproveitem a mobilidade, é preciso algo que caiba em qualquer lugar e gaste pouco. CRN – E onde o Brasil pode se posicionar nesse novo mundo de negócios? Por anos houve uma pressão para se instalar uma fábrica de semicondutores aqui. Com o tempo isso esfriou. Depois, o País se movimentou para o mercado de outsourcing e exportação de software. Mas esse modelo de propriedade intelectual e design houses parece bem pequeno atualmente. Scodiero – As design houses estão conscientes do trabalho delas e os programas existentes têm boa intenção. É que o foco precisa ser bem abrangente e jogado para o futuro. Desenvolver um chip mediano hoje consome de 3 milhões de dólares a 5 milhões de dólares de investimentos, podendo chegar a 50 milhões de dólares se for algo usando as últimas gerações de tecnologia. Por isso, as novidades têm sido pontuais por aqui e tudo ainda está começando. É preciso resolver isso de forma inteligente. Não será possível, por enquanto, criar produtos que para esse gasto. Mas é bem viável inovar com o que já existe e abastecer o mercado nacional de novidades

que usam coisas conhecidas e que consomem pouco investimento porém são inovadoras. A história dos negócios está cheia de exemplos assim, de produtos que foram sucesso juntando um monte de tecnologias que já existiam, mas ninguém tinha pensado nelas juntas. Enquanto isso, novidades absolutas tiveram uma vida curta porque as margens caíram rapidamente. CRN – Com tudo isso, precisaremos ter uma visão mais ampla de tecnologia. Parece que os consumidores estão sintonizados com isso e os fabricantes irão lançar novidades arriscando nessas tendências. Os canais sofrerão alguma transformação nesses próximos anos? Scodiero – Os canais precisam ficar atentos a tudo isso. Por exemplo, o desenvolvimento de um produto como o tablet da educação envolve hardware e software desenhados para dar o melhor do aprendizado com tecnologia para professores e alunos. A TV digital, pelas características do sistema brasileiro, acabou criando bons clusters de inovação e é bem provável que vários desenvolvimentos surjam. Novos produtos devem ser criados para escolas, hospitais, montadoras e demais empresas. De outro lado, executivos e engenheiros brasileiros que estavam no exterior estão voltando devido às últimas crises econômicas. Eles têm uma visão sobre inovação que vai além da TI e criarão demandas novas. São novas oportunidades surgindo e todas as empresas precisam ficar atentas aos novos negócios que podem surgir e que provavelmente serão diferentes do modelo que trabalham atualmente.

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A IT Mídia é uma adolescente! Quinze anos nos ajudando a encontrar caminhos promovendo a arte do encontro! Meu desejo neste simbólico momento de seu crescimento é que continue contribuindo para a construção de um mundo melhor através da disseminação/inseminação/fertilização de nossos sonhos e visões de um futuro que merecemos se o construirmos! Parabéns – CONSTRUTORES!! Gonzalo Vecina Superintendente Corporativo do Hospital Sírio Libanês Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP

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IT Mídia, parabéns pelos 15 anos conectando pessoas e empresas e incentivando o desenvolvimento e sucesso dos clientes, com paixão pelo resultado, integridade e responsabilidade. Por meio dos eventos, publicações e ações organizados pelo grupo, vocês fazem a diferença no mercado brasileiro, inspirando os líderes da indústria e contribuindo para a prosperidade das empresas! Raymundo Peixoto Diretor Geral Dell

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opinião

Luis Augusto Lobão Mendes

Foto: Divulgação

lobao@fdc.org.br

Luis Augusto Lobão Mendes é professor da Fundação Dom Cabral e escreve mensalmente na CRN Brasil

PRECISAMOS DE UM PLANO ESTRATÉGICO FORMAL?

S

ua empresa faz um planejamento estratégico formal? mim. Ele dizia que, na Emerson, eles eram altamente disciIsto ajuda? A falta de formalização atrapalha? Ou ajuda plinados com o planejamento, e completou: “se não está no tornando as decisões mais flexíveis? Quais os benefícios plano não está no seu coração”. A afirmação do Chuck criou uma dúvida que me persede um processo formal de planejamento? Que cuidados guiu nos últimos anos. Fazer um planejamento estruturado, devem ser tomados ao fazer um planejamento formal? Os primeiros passos do planejamento envolvem a formal e disciplinado realmente agrega valor para a organiseleção de objetivos (focos estratégicos) para sua organização. zação? Para empresas de grande porte, não tenho dúvida de Depois, estabelecem-se indicadores e metas para as unidades que o processo ajuda no alinhamento e na comunicação. E na de negócio e áreas de apoio – suas divisões, seus departamentos pequena e média empresa? Este foi um dos temas pesquisados e assim por diante. Uma vez determinapor mim juntamente com o Sebraedos os objetivos (o que fazer), definem-se -MG, na pesquisa sobre organizações indicadores e metas (resultados a serem A disciplina do empreendedoras. A pesquisa contou acompanhados e desafios a serem alplanejamento formal, com a participação de 556 empresas, em cançados); estabelecem-se programas e apesar de suas limitações um primeiro levantamento, demonstrou projetos para sua consecução de maneie percalços, é a melhor que somente 25% tinham um projeto ra sistemática. É claro que, na seleção maneira de tentar estratégico formal. O mais interessante dos objetivos e no estabelecimento das imprimir na organização o do estudo é que as empresas que contam iniciativas, o gestor leva em conta sua pensamento estratégico com um planejamento formal, quando viabilidade e se eles poderão ser aceitos comparadas às que não fazem ou conpela direção, pelos conselheiros ou aciotam com um plano informal demonstram um melhor resultanistas. Há alguns anos, tive a oportunidade de assistir a uma aula do nas seguintes questões: desenvolvimento de novos projetos com o ex-CEO da Emerson. O senhor Charles Knight (Chuck). (70%), capacidade de inovação como elemento de performance Ele assumiu a Emerson quando ela faturava 550 milhões de (51%), tempo para decisão (68%), taxa de novos produtos (50%) dólares e entregou para o seu sucessor, 20 anos depois, fatu- e suporte a projetos experimentais (63%). O planejamento imprime um caráter de direcionamento à rando 22 bilhões de dólares. A Emerson conseguiu ter 43 anos consecutivos de aumentos anuais de lucro e de lucro por ação e empresa, possibilitando a consecução dos objetivos determina50 anos consecutivos de aumento de dividendos por ação, com dos. Neste sentido, o planejamento formal é um recurso valioso, visto que tenta reunir esforços de toda empresa em torno de crescimento consecutivo anual de 11%. A aula foi muito interessante, mas duas frases daquele pontos que formam um consenso. Também busca dirigir ações senhor me marcaram muito. A primeira era sobre o cresci- para um mesmo ponto, garantindo alinhamento. Acredito, asmento, ele repetiu várias vezes para os CEOs presentes que sim, que a disciplina do planejamento formal, apesar de suas eles deveriam “balancear a paixão pelo lucro com a paixão limitações e percalços, é a melhor maneira de tentar imprimir pelo crescimento”. A segunda frase foi ainda mais forte para na organização o pensamento estratégico.

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INDÚSTRIA

/ COMPUTEX 2012

A flexibilização do Por Adriele Marchesini*, do IT Web

hardware SEGUNDA MAIOR FEIRA DE TECNOLOGIA DO MUNDO, COMPUTEX 2012 DEIXA CLARO QUE ULTRABOOK CONVERSÍVEL EM TABLET, TELA SENSÍVEL AO TOQUE E WINDOWS 8 SÃO PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PARA O MERCADO DE PCS DOS PRÓXIMOS ANOS

eguemos o exemplo do mainframe: no início, era um computador para várias pessoas. A tecnologia evoluiu, os componentes ficaram mais baratos e o processo produtivo viu um ganho de eficiência. O resultado? Cada profissional tinha um computador no ambiente de trabalho. O movimento continuou o seu rumo e os PCs invadiram as casas. Atualmente, o ser humano é multidispositivo: computador pessoal, corporativo, notebook, tablet e smartphone (às vezes mais de um) estão lá para servir às urgências nascidas dessa sociedade ultraconectada. Mas um recado ficou claro durante a segunda maior feira de tecnologia do mundo, a Computex, que toma corpo, há 32 anos, em Taipei, Taiwan: o seu próximo dispositivo não será nem apenas um tablet, nem apenas um laptop. Prepare-se para a onda de híbridos, que serão servidos, especialmente, pelo Windows 8. A flexibilização do hardware, enfim, chegou. 26 JULHO 2012 WWW.CRN.COM.BR

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Fotos: Adriele Marchesini

WALTER YEH, vice-presidente da Taitra, admite força do Windows 8

Presidente da República da China (Taiwan), YING JEOU MA, comanda a abertura da Computex 2012 pedindo integração econômica

Cinco pavilhões. Cinco mil estandes. Cento e vinte mil pessoas, sendo 36 mil vindas do além-mar. Com esses números, não era de se esperar que os quatro dias da Computex 2012, realizada de 5 a 9 de junho, fossem pouco intensos. Toda a sorte de produtos, componentes, utilidades e inutilidades pululavam pelos corredores da feira, que além da apresentação de novas tecnologias contou com a realização de quatro fóruns simultaneamente, Innovation Forum, Summit Forum, Industry Forum e Green ICT Forum. As principais fabricantes aproveitaram a audiência e mostraram que o futuro dos computadores não é de integração de arquivos somente pela

tecnologia de cloud computing, mas também pelo conceito de único dispositivo com múltiplas funções. Já preconizada durante a Consumer Electronics Show (CES) deste ano, feira de eletrônicos realizada anualmente em Las Vegas (EUA), a tendência dos ultrabooks foi mais fortalecida no encontro asiático, com a apresentação de cerca de 150 modelos. Acima dos notebooks na escala evolutiva dos PCs, o conceito de produto cunhado pela Intel promete mais duração de bateria (algo em torno de oito a nove horas durante o uso), mais rapidez de processamento, design mais arrojado, leveza e espessura milimétrica. Só que além de incorporar melho-

rias de produtividade e estética, entre as novidades apresentadas na Computex 2012 a f lexibilidade se fazia presente: conversão de notebook ou all-in-one em tablet era uma das coisas mais comuns entre os principais lançamentos [acompanhe nos boxes]. Tomemos como exemplo a Asus. Durante prévia para a imprensa, um dos destaques foi o Transformer AiO (All-in-One). Com tela de 18,4 polegadas multitoque com capacidade para até dez interações simultâneas, tem processador Intel e, quando desconectado do dock station, torna-se um tablet gigante. O equipamento roda Windows 8 e também Android em modo dual-boot. Já o Transfor-

mer Book, o Asus Tablet 810 e o Asus Tablet 600 e o Asus Taichi (notebook/tablet de duas telas) usam a plataforma da Microsoft. Samsung, com dois modelos secretos (pouca ou quase nenhuma informação sobre esses notebooks, que ao desconectar o teclado viram tablets), Acer (que foi de ultrabook, tablet e all-in-one), MSI (com o S20, um ultrabook slider, que esconde o teclado sob a tela e transforma-se em tablet), e diversas outras fabricantes também apostaram no novo conceito da Microsoft, que embute a interface Metro. “Este ano vimos uma nova geração de dispositivos móveis e ultrabooks atingindo o mercado. Esses aparelhos são mais compactos, rápi-

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indústria

/ Computex 2012

mobilidade: Jornalistas presentes na feira receberam um metrocard para se locomoverem, afinal, o pavilhão de Nangang ficava muito distante dos demais

conversor da Power Set HoneyWorld transforma qualquer televisor em uma smart TV com Android 4.0, por 98 dólares

Cooler da Noctua tem tecnologia ANC, que cancela a emissão de ruído

dockstation da Comda faz smartphone virar telefone retrô

conectividade: Além de hardwares, Acer mostra foco em integração com oferta de cloud computing

dos, com tela sensível ao toque e possuem Windows 8”, comentou Walter Yeh, vice-presidente executivo do Conselho de Fomento ao Comércio Exterior de Taiwan (Taitra), que organiza o evento. As principais fabricantes do mundo ostentavam dispositivos com o sistema operacional em seus estandes. Já o Android, a plataforma open source do Google, era vista massivamente e com destaque na área do pavilhão de Nangang (o maior da feira) destinado à produção chinesa, em sua maioria sem marca definida, com tablets ao preço médio de 60 dólares. A aposta no sistema operacional da Microsoft e o conceito de híbrido trazem outra necessidade: a tela sensível ao toque. Alguns pobres ultrabooks à disposição de testes de visitantes da Computex 2012 que rodavam o Windows 8, mas não tinham touchscreen, eram deixados de lado como algo imprestável. A primeira tentativa de todos era clicar nos Tiles (ou blocos), presentes na interface Metro, para começar navegar. Uma vez que não havia resposta, viravam as costas e procuravam algo que tivesse.

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tablet em exposição na Samsung compreende a escrita humana. Equipamento permite até desenhar na tela

gabinetes potentes marcaram presença na Computex 2012

mouse em formato de anel, da Genius, custa 65 dólares

android icecream sandwich era a estreia entre os tablets chineses, com preço aproximado de 60 dólares

asia vital components fabrica componentes menos interessantes esteticamente. Para chamar a atenção do público da feira, nada melhor do que as modelos taiwanesas

E como telas e toques ditam o futuro, os totens de digital signage tiveram seu espaço no evento. Muitos exemplos de telas foram apresentados, mas um movimento igualmente interessante ganhou força: os interativos. Além de a pessoa obter informações clicando no que deseja, as telas já sentem sua presença e iniciam o atendimento, que pode ser uma consultoria sobre localização ou até mesmo um anúncio publicitário. Extremamente útil para locais de grande movimento, como metrôs, pontos turísticos, shoppings, etc. E o Windows para Kinect preenche bem essa lacuna. O Windows 8 deve chegar até o fim deste ano, com apostas especiais para o mês de outubro. Isso significa que entre o fim de 2012 e o começo de 2013 essa nova classe de dispositivos deve estar à disposição do mercado consumidor. A questão que fica é: um produto que faz tudo tem a capacidade de resolver bem todos os problemas de quem o utiliza? *A jornalista viajou a Taiwan a convite do Conselho de Fomento ao Comércio Exterior de Taiwan (Taitra)

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indústria

/ Computex 2012

Presidente de Taiwan pede abertura econômica Durante o discurso de abertura da Computex 2012, proferido completamente em mandarim, o presidente de Taiwan, Ying-Jeou Ma, enfatizou a importância de a ilha se abrir economicamente para o mundo e destacou a importância do mercado de tecnologia da informação e comunicação (TIC) para o desenvolvimento do país. “Se Taiwan não se abrir para o mundo, não poderá cobrar que o mundo abra os braços para suas ideias”, clamou. http://itweb.com.br/video/it-web-tv-presidente-de-taiwan-pede-liberacaoeconomica-na-abertura-da-computex-2012/

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Veja como funciona o Kinect para Windows No estande da Microsoft na Computex 2012, o que chamou a atenção foi uma aplicação desenvolvida a partir do SDK de Kinect para Windows. A pessoa pode escolher, por meio de gestos, cenários e roupas diferentes para utilizar em cada situação. A aplicação pode ser utilizada por lojas, como forma de simular a prova de peças. Acompanhe no programa Em Foco, da IT Web TV. http://itweb.com.br/video/computex-2012-veja-como-funciona-o-windowspara-kinect/

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vidro flexível e tela de PC compatível com lápis convencional são apresentados pela microsoft

Tela conceito da Sharp dispensa uso de caneta especial

O futuro da tecnologia mira dispositivos cada vez mais finos, leves, duráveis e com baterias que necessitam menos de carregamento. Mas a área de produção de vidros é a que mais passa por inovação e que mudará a forma como consumimos tecnologia, na visão de Steven Guggenheimer, vice-presidente corporativo da área de OEM da Microsoft, em apresentação realizada durante a Computex 2012. “O vidro é uma área de inovação ímpar. É incrível a inovação que está passando por este segmento em particular”, disse, ao demonstrar uma tela flexível, segundo ele, fornecido pela fabricante Corning, mesma produtora do Gorilla Glass. “Imagine os tipos de dispositivos que podem ser construídos em telas cada vez maiores, com capacidade de interação, toque, e flexibilidade”, ponderou. “Este é o nível ao qual conseguimos chegar em termos de criação de vidro hoje”, comentou. Em outro exemplo, o executivo usou uma tela produzida pela Sharp (foto acima). A grande diferença do produto-conceito não é o de compreender a escrita humana (já que muitos conseguem fazê-lo), mas permitir o uso de lápis convencionais em sua tela sensível ao toque. Isso significa que não o material não é danificado e que ele dispensa o uso de canetas especiais. http://itweb.com.br/58092/computex-2012-microsoft-demonstra-vidro-dobravel-e-tela-de-pc-que-aceita-lapis-convencional/

Google maps em smartphone Samsung com direções em Taiwan

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/ Computex 2012

Slider S20, o ultrabook conversível em tablet com Windows 8 da MSI A MSI juntou-se ao coro das demais fabricantes e apresentou, durante a Computex 2012, seu ultrabook híbrido com Windows 8. A diferença entre este modelo e os da Asus, por exemplo, é que o Slide S20, em vez desconectar o teclado para se transformar em um tablet, aposta na tecnologia conversível. Sua tela é de 11,6 polegadas. O dispositivo vem com 4 GB de RAM, Wi-Fi, Bluetooth e até 64 GB de armazenamento em SSD. Para o produto se transformar em um tablet, basta deslizar a tela, sensível ao toque, para a frente. Quando testei, não achei o processo de todo natural: em alguns momentos, parecia que o display travava levemente. Computex 2012 contou com cinco pavilhões e cinco mil estandes de empresas

http://itweb.com.br/galeria/computex-2012-slider-s20-o-ultrabook-conversivelem-tablet-com-windows-8-da-msi/

Microsoft adota discurso de integração e diz ter melhor cloud que Google e Amazon

Dos últimos cinco anos para cá, o ecossistema de tecnologia evoluiu de algo centrado em dispositivos para um universo todo dependente de plataforma. Foi essa a tendência apresentada pela Microsoft durante um fórum específico feito pela fabricante na Computex 2012. Com o discurso de integração e convergência, a companhia fortaleceu seu posicionamento com o Windows 8, que será lançado até o final deste ano, e se disse melhor posicionada para atender clientes de cloud do que Google e Amazon. Nas palavras de Steven Guggenheimer, vice-presidente corporativo da área de OEM da Microsoft, essa miscigenação traz imensas oportunidades para a indústria e promete revolucionar a vida do usuário final e corporativo, que passam a ficar cada vez mais integrados. “Não gosto de falar que o Windows 8 é a nova versão do sistema operacional da Microsoft. Ele é, na verdade, uma revolução no sistema”, disse. De fato, não precisa ser especialista em Microsoft para ver como o discurso da companhia está mais adequado ao usuário final do que nunca. Durante a apresentação, que foi alternada entre Guggenheimer e outros executivos da empresa, que demonstraram o produto, ficou muito clara a ideia de centralizar o usuário como único consumidor da tecnologia. A forma como ele usa o seu tablet, televisão, videogame, PC ou smartphone, por outro lado, pode ser direcionada a atividades corporativas ou pessoais, dependendo de sua intenção e necessidade. O ponto de conexão entre todos esses dispositivos, explicou executivo, é a tecnologia de cloud computing. Quando falando sobre esse tema, o executivo relembrou a história da empresa, focada, inicialmente, em servidores on-premise. “Nós criamos servidores especializados, coisas como um servidor MultiPoint para educação, ou para pequenos negócios… mas também classes de servidores para infraestrutura, com o Windows Server, SharePoint, Exchange. Construímos servidores para organizações grandes como a Microsoft, com 90 mil usuários, assim como, na geração atual, construímos servidores para cloud privada”, contextualizou. Citando, ainda, os exemplos do Hotmail (500 milhões de usuários), Skype (235 milhões de usuários ao mês) Xbox Live (com atualmente 30 milhões de usuários cadastrados), o executivo questionou: como empresas de nuvem competiriam com a Microsoft? “Há empresas que, obviamente, constroem serviços de cloud pública, como Amazon, Google, etc. Mas eles não têm um servidor de cloud privada e não têm a habilidade de criar uma nuvem privada ou algo on-premise”, finalizou. http://itweb.com.br/58086/computex-2012-microsoft-adota-discurso-de-integracao-e-diz-ter-melhor-cloud-que-google-e-amazon/

tecnologia que controla PC com o olhar é apresentada durante a Computex 2012 Imagine controlar o seu computador com o movimento dos olhos. Imaginou? Pois essa tecnologia já existe. Criado pela taiwanesa Utechzone em 2009, o sensor que capta movimentos do glóbulo ocular e retransmite como ordens ao PC custa cerca de 15 mil dólares. Conheça detalhes com o programa Em Foco, da IT Web TV. http://itweb.com.br/video/it-web-tv-tecnologia-que-controla-pc-com-olhar-eapresentada-na-computex-2012/

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/ Computex 2012

Acer apresenta novos tablets A Acer apresentou durante a Computex dois tablets com o Windows 8. O Iconia W510, que oferece três diferentes modos de operação com tela tátil, e o Iconia W700, que promete melhor desempenho. O Acer Iconia W510 pode ser utilizado em três formas: a convencional; a utilização com uma base em forma de teclado para digitar – esse modo faz com que a autonomia da bateria chegue a 18 horas; e o modo rotação, que permite rodar o tablet em 295 graus, o que segundo a empresa dá uma melhor visualização em apresentações em PowerPoint, filmes ou navegadores web. A tela desse modelo é tátil e de 10,1 polegadas. Já o Acer Iconia W700 vem com uma base que permite múltiplas opções de visualização. Ao usar no modo paisagem o tablet pode ser inclinado em até 70° e em forma vertical. O W700 também possui três portas USB 3.0. Esse dispositivo tem uma tela sensível ao toque de 11,6 polegadas Full HD e tecnologia de áudio Dolby Home Theater.

estande da asus: De placas-mãe a nuvem e híbridos

http://itweb.com.br/58118/conheca-tablets-lancados-pela-acer-na-computex/

asus taichi: Com Windows 8 RT, ficou guardado o tempo inteiro em uma caixa de acrílico

asus transformer pad infinity: Resolução de 1920 px por 1200 px, full HD

Asus lança tablets e notebooks híbridos com Windows 8 e Android

Os destaques da área “Xing Ling” da feira Desde que Taiwan assinou um acordo comercial com a China, há cerca de dois anos, fabricantes do continente se apresentaram na Computex, segunda maior feira de tecnologia do mundo, realizada em Taipei. Em 2012, não foi diferente: pouco menos de cem empresas do continente se espremiam em uma área totalmente dedicada a elas no quarto andar do pavilhão de Nangang, o maior da feira. O que reinou entre os estandes foram os tablets Android, com a última versão do sistema operacional, o Ice Cream Sandwich, com preços que variavam de 50 a 130 dólares, dependendo da configuração. http://itweb.com.br/galeria/computex-2012-conheca-os-destaques-da-areaxing-ling-da-feira/

Nem apenas um tablet, um notebook ou um all-in-one. A Asus mostrou que o usuário pode ter tudo. Assim como prometido, a companhia apresentou dispositivos híbridos no hardware e no software, com a opção de rodar tanto Windows 8, da Microsoft, quanto Android, do Google. Um dos destaques foi o Transformer AiO (All-in-One). Com tela de 18,4 polegadas multitoque com capacidade para até dez interações simultâneas, tem processador Intel e, quando desconectado do dock station, torna-se um tablet gigante. O equipamento roda Windows 8, mas roda também Android em modo dual-boot. Já o Transformer Book, que roda Windows 8 é um notebook, mas ao ser destacado o teclado, pode ser usado como tablet. Quando isso acontece, ele não se torna um dispositivo baseado em ARM, mas totalmente x86. Ele tem 4 GB de RAM, portas USB 3.0 e tela multitouch, em versões com tamanhos de tela de 11,6 polegadas, 13 polegadas e 14 polegadas, rodando processadores Intel Core i3/i5/i7 de terceira geração. Vale citar ainda o Asus Tablet 810. Com processador Intel Atom, 2 GB de RAM, 64 GB de armazenamento e tela de 11,6 polegadas, ele roda Windows 8. Já o Asus Tablet 600, com processador Nvidia Tegra 3, tela de 10,1 polegadas, 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. Ambos podem ser acoplados a dock stations para teclado, entradas USBs e bateria extra. O Asus Taichi, que roda Windows 8, por sua vez, é um dispositivo que pode ser caracterizado como notebook/tablet. Com duas telas, quando aberto, o usuário consegue utilizar os dois displays de forma independente. Quando fechado, o produto se torna um tablet. Ele vem em versões com tamanhos de tela de 11,6 polegadas e 13,3 polegadas. Equipado com os novos processadores Intel Ivy Bridge Core i7, vem com 4 GB de memória RAM, armazenamento em disco de estado sólido (SSD), duas portas USB 3.0, micro HDMI, câmera de 5 megapixels e uma câmera frontal de alta qualidade, para videoconferências. O dispositivo vem ainda com chip NFC, usado para pagamentos com o uso de dispositivo móvel e para transferências de arquivos sem fio. A empresa ainda não divulgou detalhes sobre preços e a datas de lançamento dos produtos. http://itweb.com.br/58017/asus-lanca-tablets-e-notebooks-hibridos-com-windows-8-e-android-na-computex-2012/

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Computer District: Pulseira transforma iPod em relógio

computer district: Micro-SD a 3 dólares

computer district: Oferta de produtos mais parrudos

Computer District: letreiros de LED

computer district: a maravilha em eletroeletrônicos

celular de 6,8 cm é alternativa (cara, 120 reais) para quem usa mais de um chip

Computer District: Quem disse que só vende eletrônicos? Olhe os livros!

IT Web visita comércio popular de eletrônicos em Taiwan

Um lugar que não deve deixar de ser visto durante uma visita a Taipei, Taiwan, é o chamado Computer District. Entre 5 e 9 de junho, os dias em que foi realizada a Computex 2012, eu e Benito Piropo, colunista do Fórum PCs (um produto IT Web), fomos visitar a região, que se assemelha ao comércio da Santa Ifigênia, muito conhecido no centro de São Paulo, capital. Os negócios são mais fortes em um prédio, de aproximadamente cinco andares, onde é possível encontrar de cartões microSDs, com preço em torno de 3 dólares para um modelo de 4 GB, até computadores de última geração e produtos da Apple. Apesar da ideia coletiva, nem todos os dispositivos têm preço menor do que os comercializados no resto do mundo. Vejamos o iPhone 4S, por exemplo, produzido pela taiwanesa Foxconn: ele sai por 21,9 mil novos dólares taiwanesas, o que dá 730 dólares americanos (contra cerca de 600 dólares por um modelo destravado nos Estados Unidos), e o relativo a aproximadamente 1,560 mil reais, o que compensa em relação ao mercado brasileiro: 1,999 mil reais. Um tocador de MP3, por outro lado, sai por cerca de 15 dólares – quase de graça, pensando que no Brasil a média de preço é de 100 reais (alguns bem mais caros). computer district: Pendrives de 16GB por 21 reais

http://itweb.com.br/galeria/no-pais-iphone-4s-produzido-por-empresa-local-e-mais-caro-do-que-nos-estados-unidos/

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INDÚSTRIA

/ CURTAS

VMware reorganiza executivos de canal Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

ORACLE

MUDANÇA NA ESTRUTURA

Fernando Mollon

EMC ANTES: Oracle F. J Gould

ANTES: diretor de RSA Brasil e Sul da AL e diretor de capacitação em vendas da EMC

A

VMware está em meio a uma grande reformulação de sua estratégia para trabalhar com parceiros, medida ligada a contratações e reposicionamentos internos do corpo executivo de toda a América Latina. De imediato, há a chegada de F.J Gould como diretor de canais para a região latina, alteração que coloca Marco Fontenelle com 100% de foco na operação de canais no mercado brasileiro. “Nos próximos 60 dias eu faço minha transição junto ao Gould, e, com isso, passo a ajudar mais o Celso Azanha (country manager da VMware Brasil) dando continuidade ao nosso plano estratégico, que é desenhado de três em três anos”, conta Fontenelle, agora diretor de canais para o território nacional. Gould era o responsável pelos negócios da RSA no Brasil e no Sul da América Latina e diretor de capacitação de vendas da EMC.

AGORA: diretor da VMware para América Latina

AGORA: diretor de canais para América Latina

Também substancial é a saída de Javier Carrion, diretor da VMware para a América Latina, que assumiu a vice-presidência da ServiceNow também para a região. Quem assume a posição é o ex-Oracle Fernando Mollon. Uma das mudanças que mais podem impactar a forma como a VMware faz negócios em território brasileiro é a chegada de Kleber Oliveira, ex-gerente nacional de vendas da Fluke Networks, que assume o cargo de gerente de vendas via parceiros de distribuição e iPBMs (Internal Partner Business Manager). Como explica Fontenelle, Oliveira chega com objetivos bastante definidos, pois foi observada a necessidade de contar com um profissional para o papel estratégico dentro do time de gestão de parcerias que pudesse cuidar dos distribuidores da fabricante no País. “Faltava alguém para alinhar todo

o plano estratégico da VMware com nossos distribuidores.” Ação Informática, CNT, Officer e Avnet estão nesse meio campo. Sob a gestão de Fontenelle, Oliveira também vai tocar a nova iniciativa da VMware Brasil, o iPBM, coordenando um grupo de gerentes de canais em diferentes regiões e segmentos, com foco no relacionamento com parceiros não gerenciados da VMware. “Esse grupo de profissionais, novos e jovens, contará com o Kleber no alinhamento do relacionamento com todas as alianças que compõem esse grande ecossistema”, pontua Fontenelle. Ele explica que grande parte do faturamento da operação brasileira se deve a parceiros transacionais, da base da pirâmide e merecem mais prestígio. “É fácil cuidar de quem está em cima. Com esses direcionamentos, vamos pegar essa massa de

canais e trabalhar estrategicamente com eles, principalmente nas áreas de capacitação e desenvolvimento.” Em resposta à CRN Brasil, a assessoria de imprensa da Fluke Networks afirmou que “a vaga de Kleber Oliveira será preenchida no menor espaço de tempo possível”. Além dos diretores, a VMware está incluindo oito novas pessoas para olhar apenas para canais, que se juntam aos cinco existentes anteriormente. “Acabamos de contratar uma pessoa que ficará em Brasília e cuidará da região Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e, agora, temos um profissional no Rio de Janeiro que também estará atento aos estados vizinhos, como Espírito Santo e Minas Gerais”, conta Fontenelle. Outra nova estratégia é a gestão de integradores de sistemas, que a companhia passa a trabalhar de forma mais próxima com companhias como IBM

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SERVICENOW

Javier Carrion

Arlindo Maluli

ANTES: diretor para América Latina da VMware

VMWARE AGORA: diretor de serviços técnicos AL

AGORA: VP da ServiceNow para América Latina

ANTES: diretor de engenharia de vendas AL

Marco Fontenelle

FLUKE NETWORKS AGORA: diretor de canais para o Brasil

ANTES: diretor de canais para América Latina

Kleber Oliveira

AGORA: gerente de vendas de distribuição e iPBMs da VMware

Global Services, PromonLogicalis, CPMBraxis Capgemini, entre outros, setor que também terá um executivo dedicado. Também muda de posição Arlindo Maluli, que acumula a diretoria de engenharia de vendas na América Latina com a posição e diretor de serviços técnicos, que engloba os trabalhos de pré-venda e professional services também na região latina.

Com todos esses anúncios, a intenção de Fontenelle é elevar a quantidade de canais Enterprise. “É um projeto de médio a longo prazo, tendo como métrica inicial a quantidade de parceiros que conseguiremos atrair, certificar e mostrar o valor da parceria”, ressalta. Hoje, a fabricante conta com 16 canais Premier e 85 Enterprise. As outras duas categorias apresentam, como pincela Fontenelle, “uma giPARA ONDE TUDO ISSO gantesca massa de parceiros a traCAMINHA balhar e desenvolver”. Essa grande massa de revendas loEm um segundo momento, a escalizada na base da pirâmide está tam- tratégia é calcular o impacto desses bém nos níveis mais básicos de parceria canais em receita. “No final do dia, da VMware. O programa de canais da claro que falamos em dinheiro e nosfabricante é dividido em quatro cama- so plano de dar atenção para receber das, sendo a primeira o Register, segui- maior atenção é, acredito, o tiro cerdo pelo Professional (que já conta com to para deslanchar o crescimento da treinamentos online), Enterprise (maior operação brasileira”, diz Fontenelle. volume de vendas e certificações) e Basicamente, a VMware é hoje Premier (topo de linha, por assim dizer). focada em seus principais parceiros,

batizados de Select, um grupo de 90 canais estratégicos que trazem cerca de 70% dos negócios “dentro da área de distribuição”. A outra vertente é a de OEM, que conta com parceiros como Dell, HP, IBM, Cisco e EMC, que representam 25% da receita. “Todas essas alianças nos deram suporte sem precedentes. Há três anos eram cerca de 600 transações de negócios por ano, e agora este número já está próximo aos 2,8 mil.” O atendimento aos maiores parceiros continuará da mesma forma e também receberá melhorias. Fontenelle esclarece que essas mudanças são principalmente direcionadas a tratar a base de parceiros VMware, “que fizeram negócios pontuais e não demos muita atenção num passado próximo”. Tudo isso é tido pela companhia com uma mudança de conceito, pois a VMware sempre foi muito caracte-

ANTES: gerente nacional de vendas da Fluke Networks

rizada por olhar o topo do mercado e parceiros, mas, agora, como detalha Fontenelle, “há tudo que não é o topo da pirâmide para trazer para dentro da carteira de clientes”, o que envolve novos negócios e mais direcionados para pequenas e médias empresas. O diretor afirma que “uma vez que a nuvem é o caminho, e sem volta”, a companhia quer consolidar o ambiente de virtualização em toda a região e encaminhar negócios cada vez mais em cloud computing, dando rotas certeiras de oportunidades. “Quando falo de migração de virtualização para cloud, estou falando de algumas apostas que a VMware está fazendo de curto, médio e longo prazos. Então, este é o momento de organizar a casa e prosseguir mais forte neste caminho, que vai desde virtualizar, fazer a gestão, reescrever aplicações e se posicionar dentro do ambiente da nuvem”, afirma.

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indústria

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A Microsoft e seu

Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

Foto: Ricardo Benichio

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Microsoft anunciou em Los Angeles (EUA) sua mais nova investida no mercado com o anúncio do tablet Surface, que promete lutar lado a lado pelo mercado de mobilidade largamente dominado pela Apple. O anúncio, que gerou grandes especulações na última semana tamanho o esforço da Microsoft em tornar secreto o que chamou de “o maior anúncio de sua história”, foi feito pelo CEO Steve Ballmer, que apresentou as duas versões do Surface, uma com Windows 8 RT (baseado em arquitetura ARM da Nvidia) e outra com o Windows 8 Pro Model. Fernando Belfort, analista-sênior da Frost & Sullivan, afirma estar positivamente surpreendido por todo o efeito que o lançamento causou no mercado de tecnologia “ao melhor estilo Apple”. “A Microsoft mostrou que fez a lição de casa e soube chamar a atenção e apresentar o seu tablet da melhor forma possível, causando de imediato um barulho digno dos lançamentos da Apple”, comenta. Belfort afirma que essa é a oportunidade da Microsoft conseguir colocar em prática um conceito que sempre foi bem aplicado pela empresa fundada por Steve Jobs, que é a união do hardware e software. “Esta é a oportunidade da Microsoft cuidar da total experiência do usuário, de ponta a ponta”, avalia. Mas as comparações, embora positivas, param por ai. O analista da Frost & Sullivan vê uma oportunidade única de cativar usuários finais e corporativos dentro de uma experiência estendida em diversas plataformas

Fernando Belfort, da Frost & Sullivan: "Esta é a oportunidade da

Microsoft cuidar da total experiência do usuário" por meio do Windows 8, que estará presente em desktops, notebooks, ultrabooks, smartphones e tablets. “As possibilidades de integração se tornam infinitas quando o mercado fala a mesma linguagem”, pontua. “Isso para o usuário final é positivo, mas para o mercado corporativo é uma jogada que pode revelar, a médio e longo prazo, uma grande estratégia de mobilidade.” O analista conta que teve a oportunidade de experimentar o Nokia Lumia com Windows Phone (do qual também vê saldo positivo da experiência) e afirma ver uma continuidade neste processo de mobilidade. “Esse tablet pode alavancar as vendas de smartphones da Nokia”, avalia. “O layout limpo e básico dos novos sistemas operacionais da Microsoft são atrativos a parte e ganham ainda mais força com uma experiência que sai da

mesa do usuário até qualquer lugar que ele esteja.” Outra vertente observada por Belfort, que pode mostrar um futuro brilhante para o tablet da Microsoft, é que o Market Place – App Store da empresa de Bill Gates – ganha, por dia, quase 500 aplicativos. A briga no mercado corporativo ficou acirrada

A Apple tem grande adesão no mercado corporativo devido sua plataforma apresentar módulos de segurança superiores ao de seus concorrentes, o que, da visão do Google, é o maior problema do sistema operacional Android, que enfrenta sérias dificuldades para ganhar espaço dentro das empresas, devido a alta vulnerabilidade. Belfort propõe um cenário onde a

Microsoft e a Apple brigariam diretamente dentro do mercado corporativo, e o Android cairia em um uso entrante, destinado ao usuário final. “É a hora do Google pensar na questão de plataforma aberta sob responsabilidade dos parceiros de OEM”, avalia. “Num primeiro momento, trata-se de uma possibilidade, mas colocando as cartas na mesa e pensando na alta dominância do mundo Microsoft no mercado corporativo e a possível – e provável – integração de todas as plataformas Windows, o Google tem muito a avaliar de sua estratégia de go-to-market para empresas.” E este é o ponto que também pode apertar bastante o calo do Android. “Se o Surface deslanchar como plataforma amigável e com mais segurança, nada impede que parceiros como LG e Samsung olhem com mais apreço para o sistema operacional móvel da Microsoft”, explica. “Certamente, podemos esperar algo no longo prazo do Google com a compra da Motorola, mas esse longo prazo não pode se estender demais.” iPadKiller? “O mercado de tecnologia tem muito disso, de matar as tecnologias que já existem, causando um furor desnecessário. A Microsoft mostra força total na questão de mobilidade e integração da experiência do usuário, e pode vir a surfar as mesmas oportunidades da Apple, mas a margem de mercado a favor do iPad é bem larga”, avalia Belfort. Antigas experiências

Historicamente, a Microsoft não tem um bom desempenho quando

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Um pouco mais sobre o Surface O Surface Windows RT terá 9,3 milímetros de espessura, porta USB 2.0, entrada micro SD, carcaça de magnésio, cerca de 680 gramas e tela de 10,6 polegadas, com capa embutida para apoiá-lo – como a smart case do iPad – e teclado touchscreen. Ele será vendido com duas versões de armazenamento: 32 GB ou 64 GB, das quais Ballmer afirmou que chegará a “preços convencionais de aparelhos com tecnologia ARM”. O Surface com Windows 8 Pro também terá o mesmo tamanho de tela, mas é mais pesado, com 903 gramas, maior espessura, 13,5 mm, e com autonomia de bateria um pouco maior, de acordo com a Microsoft, e usará processadores Ivy Bridge da Intel. Além disso conta com porta USB 3.0. Ele será vendido em duas versões: uma de 64 GB de armazenamento e outra de 128 GB.

o assunto é hardware. Tirando o console de jogos Xbox, muitas das investidas nunca deram grandes resultados e foram rapidamente tiradas do mercado. Em 2010, por exemplo, Microsoft e HP lançaram o tablet Slate 500, que além de não empolgar o mercado, foi posto a venda ao preço de 799 dólares e atingiu a incrível marca de apenas 9 mil unidades produzidas. No mesmo ano, a Apple lançou o iPad, que vendeu cerca de 14 milhões de unidades nos primeiros 12 meses. Questionado quanto a uma possível volta deste cenário, o analista da Frost & Sullivan é bastante pontual em dizer que “a Microsoft não ousaria tanto para perder a curto prazo”, e explica que tendo em vista tudo o que foi preparado e como foi apresentado, além das próprias especificações do Surface, “é mais fácil fazer com que os concorrentes repensem seus aparelhos do que tudo isso seja um tiro no escuro da Microsoft. Acredito que eles tenham aprendido e a proposta do novo tablet se mostra completamente diferente”, compara.

Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

WatchGuard Brasil caminha para autonomia na América Latina O

apelo de parceiros focados no mercado de integração e serviços parece estar dando bons frutos para a operação brasileira da WatchGuard. Com crescimento de 45% em 2011 e expectativa de alcançar 30% neste ano, Leandro Roosevelt, gerente de vendas no Brasil, anuncia um novo parceiro, a PSN Security, em Brasília, e planos para que a operação nacional inicie o processo de autonomia da América Latina, ou seja, comece a responder por resultados e estratégias fora da região. Isso significa, segundo Roosevelt, que o País obteve destaque pela sequência de bons resultados – provenientes de parcerias dedicadas – e que passará a ter disntinção de toda a região. Entre os aliados que têm estimulado negócios no Brasil, o gerente destaca a parceria com a ApliDigital, fechada no final de 2011. “Fechamos a parceria em dezembro, já realizamos um road show e obtivemos uma alta muito boa em prospecções de novos canais e clientes”, comenta. “A proposta de valor do (Francisco) Gandin (presidente da distribuidora) é um ideal que temos perseguido nas nossas parcerias

como um todo.” A WatchGuard Brasil conta com 22 parceiros e a expectativa é crescer em até 30% essa base nos próximos dois anos. “Trabalhar com poucos parceiros, mas focados, é o que vem dando certo, então vamos manter a fórmula e buscar musculatura aos poucos, conforme as demandas vão aumentando”, explica Roosevelt. Dentro do processo de dar corpo próprio à operação nacional, estão os planos para a contratação de um gerente de canais, marketing e mais um engenheiro de vendas. Roosevelt acredita que ainda não é o momento de falar em um escritório no País, pois considera saudável a atual relação de estabelecer bases remotas dentro dos parceiros. “Crescer implica ter uma localidade, mas não é o momento e nem o ideal nos próximos anos”, avalia. Americas Partner Conference – novas soluções

No mês de maio, a WatchGuard realizou em Seatle (EUA) sua conferência global de parceiros, onde foi lançada a linha de firewalls virtuais, chamados de XTMv e XTSv, que dão

complementaridade ao portfólio de UTMs da companhia. “Ainda não temos as novas ofertas no País, mas já há procura, seja para conhecer a proposta das soluções ou alinhar negócios futuros”, revela Roosevelt. No encontro, foi anunciado que o Brasil passa a ganhar materiais para prospecção de negócios totalmente em português, do site às campanhas de marketing. Também foram lançados os boxes de campanha, materiais customizados para diferentes ofertas da fabricante. “É mais um ponto quanto a caminhar para a autonomia da operação”, ressalta. Doze canais representaram o Brasil no evento da WatchGuard, compondo o time de 50 parceiros de toda a América Latina. No segundo semestre deste ano, a empresa também vai lançar sua linha de access points. Roosevelt alerta que não são equipamentos para competir com Aruba Networks ou Ruckus Wireless, mas chegam para dar continuidade à estratégia da companhia. “Os produtos terão mais o intuito de auxiliar na gestão e comunicação entre nossas soluções do que propriamente tomar espaço de outro fabricante”, ressalta.

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Vem aí a NOVA

+ CONTEÚDO

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+ NEGĂ“CIOS

ME NTO

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indústria

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BlackBerry Mobile Fusion chega ao Brasil e RIM aposta alto em BYOD Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

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RIM oficializou a chegada do Mobile Fusion, plataforma de gestão de smartphones e tablets corporativos, que pode gerir devices com sistemas operacionais BlackBerry, iOS e Android. O que tudo indica é que a fabricante já tem uma resposta na ponta da língua quanto ao futuro de seus negócios corporativos: oferta de serviços. A aposta em hardware ainda é importante para a fornecedora, que vê futuro promissor na adoção do PlayBook por ser, como de fato é, um device mais seguro para trabalhar em ambientes empresariais. Porém, o direcionador de dinheiro está apontando para o BlackBerry Mobile Fusion e outras soluções, como o Balance e Business Cloud Service. “Estamos focados e dedicados para expandir a liderança no mercado corporativo”, afirmou Peter Gould, gerente-geral da RIM Brasil. “Mas ressalto que isto não significa que deixamos o consumidor final de fora da estratégia.” A liderança citada pelo executivo está baseada numa pesquisa da IDC que aponta dominância de 47% de dispositivos BlackBerry dentro das corporações brasileiras. Gould explica que a RIM quer aproveitar o gancho da consumerização e espalhar a oferta do BlackBerry Mobile Fusion para gerenciar todos os devices dentro das companhias. “Vamos cuidar do Bring Your Own Disaster”, brinca o executivo, em analogia a uma conversa que teve com um dos clientes da fabricante. Este grande esforço em dar foco na gestão de gadgets, negócio focado em serviços, mostra bastante para onde a

Foto: Divulgação

Renato Gil Martins, da rim: “Certamente faremos a gestão de sistemas móveis Windows, mas ainda não é o momento"

companhia está caminhando. O atraso na entrega do novo sistema operacional, inicialmente proposto para setembro deste ano, mas que agora só deve chegar no primeiro trimestre de 2013, criou um enorme eco no mercado de tecnologia e deixou aberta a comporta das dúvidas quanto ao futuros dos smartphones e tablets da fabricante canadense. Alguns canais acreditam que este delay seja “letal” para a RIM, que

perderá ainda mais espaço para aparelhos Android e iOS. Porém, Gould não demonstrou preocupação em torno deste atraso, e afirmou que o BlackBerry 10 é um novo ecossistema, “em que o usuário poderá fazer coisas que jamais faria com as outras plataformas.” “As companhias estão enfrentando uma adoção global da comunicação móvel e vamos entrar na onda, seja com o BB 10 ou com o Mobile

Fusion”, avaliou o executivo. Renato Gil Mohallem Martins, gerente de contas nomeadas da RIM, afirma que está no planejamento da fabricante integrar dispositivos com o sistema operacional da Microsoft no Mobile Fusion, mas que esta medida só terá sentido quando houver “demanda suficiente”. “Certamente vamos fazer a gestão dos sistemas móveis do Windows, mas ainda não é o momento. Temos que espe-

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rar a reação do mercado e a adoção em massa do sistema para que seja justificada a integração”, explicou. Por que esta aposta no BlackBerry Mobile Fusion?

O BlackBerry Mobile Fusion é uma plataforma que integra três veias tecnológicas: o BlackBerry Enterprise Server (BES), o Device Server – que gerencia PlayBooks e os equipamentos que chegarão com o BB 10 –, e o Universal Device Service (UDS) – que é a ferramenta que possibilita a gestão de aparelhos iOS e Android. Estas capacidades mudam a forma como a RIM se posiciona no mercado corporativo, saindo do device e indo para o gerenciamento, que existe desde 1999, mas agora está aberto a outros sistemas operacionais. Desta forma, enquanto o BlackBerry 10 não chega, a fabricante vai dando giro em seu fluxo de caixa. A expectativa é que esta diferenciação do negócios

mantenha a companhia firme para os próximos e desafiadores meses, até a chegada do novo sistema operacional. Quando o BB 10 pousar, junto aos novos smartphones, a onda é reofertar devices BlackBerry para o mercado corporativo, já com o mote de contar com uma reformulação completa de como a RIM interage com a experiência do usuário na ponta e dá suporte aos dados corporativos. Modelo comercial

Bruno Bakaukas, gerente de contas e responsável pela área de VARs da RIM Brasil, afirma que o Mobile Fusion traz ao canal um dos principais meios de capitalizar ofertas: suporte técnico e serviços. “Nosso parceiro tem a possibilidade de trabalhar com instalação, upgrades e acompanhamento de trials, venda de licenças de software, venda do serviço de suporte técnico RIM e, obviamente, ofertar smartphones e

tablets”, explica o executivo. “E essa experiência pode ser 100% RIM, pois damos suporte de ponta a ponta.” Seguindo a abordagem já apresentada anteriormente, Bakaukas afirma que a consumerização é o grande gap para os negócios de hoje e o Mobile Fusion pode equilibrar este meio campo, dando controle à corporação em relação aos devices que acessam dados empresariais. “Existe uma demanda muito grande neste sentido, e isso é um gancho forte para preparar o caminho para o BB 10”, acrescentou. A venda do BlackBerry Mobile Fusion está atrelada à comercialização de licenças, em que a quantidade de ativações diminui o valor das permissões. “Na medida em que o volume aumenta, o preço cai, dando a possibilidade de integrar uma série de outras tecnologias no meio, como o próprio device”, explica. A licença é perpétua e atrelada ao usuário e não ao dispositivo que ele usa. “Se ele optar por trocar de aparelho, continuará com os servi-

ços, sem ter que pagar por uma nova licença”, comenta. A mensagem que Bakaukas deixa para os parceiros é que a RIM está caminhando para um mercado de “mais valor”, apontando para a área de serviços, integração e implementação de tecnologias de ponta a ponta. “É um período de transição, mas principalmente de complementação de ofertas.” A Brighstar é a distribuidora da RIM no Brasil. Bakaukas afirma que, mesmo sendo bem atendido e contando com boa capilaridade a partir desta parceria, está estudando a abertura de novos distribuidores, pois a fabricante acredita “no aumento de demanda por soluções de gestão.” A versão de teste do BlackBerry Mobile Fusion, disponível em inglês é válida por 60 dias. Nesta versão trial, a RIM disponibiliza a interface BlackBerry Mobile Fusion Studio, 20 licenças de tablets BlackBerry Playbook e 20 usuários de aparelhos iOS ou Android.

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olho, o ões deias

indústria

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Por Danilo Sanches, especial para a CRN Brasil

Parallels conta com Dualtec para garantir

presença no Brasil T

radicionalmente conhecida como fabricante de soluções em software para integração de plataformas Mac e Windows, a Parallels se prepara para o salto mais importante rumo à expansão de mercado envolvendo a América Latina em seus 13 anos de existência. A empresa de origem russa assentou-se há quatro anos numa cidade ao norte de Seattle, nos EUA, onde firmou-se na estratégia de adotar um posicionamento mais abrangente rumo a um sólido crescimento e agora está chegando ao Brasil de mala e cuia. Os planos de abrir um escritório em São Paulo são de curto prazo, uma vez que os investimentos em parcerias mais consistentes, contratações e presença de mídia já estão sendo desenvolvidos. O avanço da cloud computing abriu oportunidades para um nicho que a empresa viu como a principal chance de crescimento dos negócios, que é a produção de painéis de controle para auto-serviço em cloud. Basicamente, a função da interface é conectar o usuário de maneira amigável aos controles e parâmetros dos serviços oferecidos via nuvem. A aproximação do mercado nacional, destino inevitável dos projetos de expansão de mercado das empresas de TI, coincide com o lançamento mundial da versão 11 da plataforma de integração Plesk e com a preparação para a abertura de capital da empresa atualmente avaliada em 150 milhões de dólares. Da perspectiva comercial, a oportunidade se mostra mais consistente, em vista de um cenário que abrange empresas de serviços de hospedagem de sites, provedores de serviços na nuvem e operadoras de telecomunicações: setores em franco crescimento. “Estamos muito focados em pro-

Foto: Divulgação

solidificação de funções. “Um exemplo deste novo cenário é uma empresa que vende dispositivos móveis, mas não quer que seu cliente vá para o outro lado para comprar sua cloud computing, ou seja, seu poder de computação. Então, estabelece parcerias com provedores deste serviço” explica Paramo. “Ou seja, ao invés de investir na criação de seu próprio data center, ela faz uma parceria com um provedor de serviços.” Brasil

Javier Paramo, da Parallels: A abertura de um escritório no País é um

plano para os próximo seis a dezoito meses e o mercado de PMEs é um dos grandes focos dutos que ajudem a automatizar a operação dos provedores de serviço”, explica Javier Paramo, responsável pelo desenvolvimento de negócios na América Latina. “Agora que a cloud computing está crescendo muito e os provedores de serviços estão preocupados em entregar soluções aos clientes, eles precisam de sistemas que padronizem o acesso às soluções dos diferentes fabricantes. E é na hora de entregar uma solução unificada para o usuário que o papel da Parallels é muito importante, através da nossa plataforma de automatização.” Responsável por 40% do faturamento da empresa, uma das linhas de produtos da empresa é voltada a virtualização de desktops, permitindo a execução de aplicações e do sistema operacional Windows em Macs. O produto já está presente no mercado bra-

sileiro através do distribuidor Boxware, que se encarrega da venda para redes de varejo como a Saraiva. Na parte de provedores de internet, a companhia mantém uma parceria muito próxima com provedores como UOL, Websolute e, mais recentemente, com a Dualtec, que anunciou na última semana sua entrada no mercado como provedor de serviços pré-configurados de nuvem. Ao todo, são 20 parceiros responsáveis pela distribuição das soluções de painel de controle no Brasil e 5 mil clientes de plataformas de automatização ao redor do mundo. É fato também que com o advento da cloud computing as parcerias passaram a ser multilaterais, e os papéis exercidos na cadeia, antes rígidos e específicos, hoje estão mais flexíveis e tendendo muito mais à constituição de uma simbiose, do que de uma nova

Faz pouco mais de um ano que o Brasil passou a ser uma ideia a se aventar, na Parallels. E, surpreendentemente, o mercado nacional hoje é assunto das reuniões durante os dias e das trocas e impressões durante as noites entre os executivos da empresa. E a primeira ação da empresa em relação a isso foi realizar um estudo próprio, entrevistando 500 organizações, investigando os interesses e os níveis de adoção da computação em nuvem. O estudo confirmou o que a prática do mercado tem demonstrado: altos níveis de adoção de internet e redes sociais de um lado, enquanto entre as pequenas e médias empresas, apenas 3 em cada dez possuem um site na internet. A abertura de um escritório no País é um plano para os próximo seis a dezoito meses e o mercado de PMEs é um dos grandes focos. “É uma questão de pouco tempo e dependerá de como for a nossa presença em nossos parceiros e de como o mercado for se desenvolvendo”, completa o executivo. Presente em mais de 130 países, a Parallels tem 800 funcionários em todo o mundo e conta com uma carteira de 7 milhões de websites gerenciados a partir de sua plataforma.

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Schneider Electric

Por CRN Brasil

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Schneider Electric anunciou a aquisição da CP Eletrônica S.A., empresa brasileira especializada em produtos e serviços para aplicações de energia segura para indústrias, instalações e infraestrutura de aplicações comerciais. A CP será integrada à unidade de negócios IT da Schneider Electric, informou a fabricante. “A aquisição fortalece a posição da Schneider Electric no mercado

brasileiro para alcançar seus planos no longo prazo, ofertando soluções e serviços únicos e diferenciados em proteção de energia, desenvolvendo novos canais e agregando expertise ao negócio”, explicou a Schneider em comunicado. Para Jesús Carmona, vice-presidente da unidade de negócios IT da Schneider Electric, “a aquisição da CP complementa, estrategicamente,

a oferta da Schneider Electric de produtos e serviços para ambientes críticos de energia, oferecendo soluções confiáveis para indústrias, estabelecimentos comerciais e edifícios. Além de ampliar nossa cobertura geográfica, ela reforça também a estratégia de fomento a soluções desenvolvidas e produzidas no Brasil, adaptadas às necessidades locais”.

Fundada em 1982, a CP é uma empresa 100% nacional, com presença dominante na região sul do Brasil. Com faturamento de 33,4 milhões de reais em 2011, a companhia investe parte de sua receita em pesquisa e desenvolvimento e tem foco de atuação não apenas nos segmentos de TI/Telecom, mas também em ambientes hospitalares, prediais, industriais, além de concessionárias de energia.

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indústria

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Mudança que deu certo Q

uando assumiu a gerência-geral da AMD Brasil e a vice-presidência da fabricante para a América Latina, Ronaldo Miranda tinha como meta ampliar a participação da marca no mercado de processadores dominado pela Intel. Pouco mais de um ano depois, o executivo detalhou que a empresa teve aumento de 37% nos resultados entre 2010 e 2011, mais do que dobrando o market share nas vendas de equipamento de varejo. E, após assumir que, por anos, a empresa ficou à sombra de sua concorrente, Miranda apresentou a nova estratégia e preconizou que os ultrabooks, nova proposta que integra conceitos de tablet e notebook criado pela Intel, vão falhar. As declarações foram dadas durante lançamento da linha de processadores acelerados (APUs) série A, conhecida como Trinity, que exibem o dobro de desempenho por watt em relação à geração anterior e performance da CPU 29% melhor. “A AMD tomou a decisão de traçar um caminho distinto do que foi feito nos últimos 42 anos. Não é segredo para ninguém que sempre fomos seguidores de nosso principal concorrente. Mas dicidimos pensar um mundo de forma totalmente diferente”, afirmou o executivo, que detalhou ainda o motivo que impediria o sucesso dos ultrabooks. Em sua visão, são os ultrafinos que fincarão os pés no mercado, entre outros fatores, em função da condição de manter os preços finais viáveis. “Vocês não vão ter um notebook fininho da concorrente com bateria de oito horas. Impossível. Se durar, vai custar 10 mil reais. Só dá para vender por mil reais fazendo mágica. Nosso bolso não é flexível, nossa população é pobre”, alfinetou, afirmando que, com uso normal de um computador,

Foto: Divulgação

Por Adriele Marchesini, do IT Web

valor até 1,299 mil reais, a participação saltou de 8% para 38%, com um pico de 47% em março. Com a perspectiva de crescer 70% em quatro anos, a companhia planeja expandir sua atuação para o mercado de equipamentos mainstream. Esse movimento, na visão de Miranda, será impulsionado especialmente pelo lançamento, feito no mesmo dia, da segunda geração de processadores série A. A expectativa é que as principais fabricantes já forneçam produtos com a tecnologia a partir do segundo semestre, com preços de até 2 mil reais. Parceiros

Ronaldo Miranda, da AMD: Ultrafinos devem sublimar as máquinas da rival

Intel – os ultrabooks – com preços menores e adequados ao mercado brasileiro a autonomia fica em torno de três horas. Além disso, o executivo adicionou que, passando de 35 milímetros para 25 milímetros, um notebook tem praticamente o mesmo custo de fabricação – o que não ocorre quando a espessura fica em 19 milímetros. Obviamente, a AMD não endossaria um conceito criado pela sua concorrente. A Intel lançou o termo no ano passado e, logo em agosto, apresentou um fundo no valor e 300 milhões de dólares, sob gestão da Intel Capital, para auxiliar parceiros no processo de pesquisa para esse novo conceito. São várias especificidades, combinadas de acordo com a espessura do dispositivo (de 15 a 18 milímetros, sendo que a opção de 21 milímetros, segundo notícias, seria apenas um notebook fino, e não necessariamente um ultrabook). A ideia é uma evolução do notebook atual, com bateria que dura de oito a nove horas em uso, conectores USB 3.0, disco de estado sólido (SSD), ThunderBolt, drive ótico e tela de retina.

Estratégia

Para tomar fôlego e ganhar mercado, a companhia mudou seu foco no último ano para computadores móveis (basicamente tablets e netbooks) de até 1,299 mil reais. A ideia era focar em uma área que pouco brilhava aos olhos de sua principal concorrente, a Intel. “Lançamos no ano passado uma plataforma com performance adequada e preço competitivo, lembrando que 70% do mercado de PCs no varejo está com valores abaixo dessa faixa”, contextualizou. Sem dar bases de crescimento, a companhia informou que, de abril de 2001 até o mesmo período de 2012, a marca dobrou a participação no mercado total de varejo, passando de 11% para 22% de participação em unidades vendidas. Quando o tema é apenas mobilidade (notebooks e netbooks) a proporção passou de 9% para 29%. Agora, se o assunto é a faixa de mercado foco, de itens com

Para conseguir o crescimento desejado, a companhia pretende ampliar sua rede de parceiros. No ano passado, apenas para se ter uma ideia, a AMD tinha 13 varejistas espalhados pelo País. Atualmente, cobre 46. Não havia qualquer canal de distribuição oficial no Nordeste, espaço preenchido recentemente pela Nagem. Além disso, houve um avanço na própria região da América Latina, com destaque para opções na América Central que antes eram completamente descobertas. A proposta é ampliar o total de participantes do programa de canais para os sete mil cadastrados no Brasil, atualmente, para cerca de dez mil até o fim do ano. A ideia é atingir aqueles integradores que não somente montam equipamentos e se valem da tecnologia AMD, mas que também revendem produtos de outras fabricantes que tenham a tecnologia embutida. “Hoje parceiros representam 40% do meu negócio. A ideia é que eu incremente, nominalmente, de 15 a 20% do faturamento global, mas a proporção será mantida”, explicou.

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Gastos com serviços na nuvem devem chegar a US$ 109 bi em 2012, diz Gartner O Por Jack McCarthy | CRN EUA

s gastos mundiais em serviços de cloud computing manterão uma trajetória de crescimento rápido nos próximos anos, conforme as empresas transferem seus recursos de TI para a nuvem, afirmou o Gartner. São esperados cerca de 109 bilhões de dólares em 2012 em investimentos em serviços públicos de nuvem, mais de 91 bilhões em comparação a 2011. Em 2016, os gastos de cloud computing devem alcançar 207 bilhões de dólares. O crescimento projetado acontecerá conforme as empresas expandem os serviços que vão tornar disponíveis na nuvem, afirmou Ed Anderson, diretor de pesquisas do Gartner, em entrevista à CRN EUA. Atualmente, o outsourcing é o ser-

viço de nuvem mais comum para as empresas, mas como elas estão crescendo de forma mais familiarizada com a nuvem, elas vão transferir outras partes de seus data centers para a cloud computing. Os processos de outsourcing são os que mais acumulam gastos em serviços na nuvem. Este segmento de mercado, nomeado pelo Gartner como “Process-as-a-Service” (Processo como serviço, na tradução literal) acumularão algo como 84 bilhões de dólares este ano, contra 72 bilhões de dólares em 2011, e as projeções mostram que este valor chegará a 145 bilhões de dólares em 2016. Porém investimentos em SaaS, IaaS e PaaS – Software/ Infraestrutura

e Plataforma como serviço – continuam com expectativas altas de crescimento, afirmou o diretor. Gastos com SaaS têm sido alimentados pelas aplicações de negócios como o Microsoft Office, Google Apps e o CRM da Salesforce.com, afirmou Anderson. Investimentos em SaaS serão de 14 bilhões em 2012, 12 bilhões a mais do que no ano anterior, e as projeções apontam para 27 bilhões em 2016. O crescimento mais rápido será no mercado de IaaS.“Se hoje estou rodando serviços no data center, eu simplesmete posso empacotar e disponibilizar na Amazon”, observou Anderson. Investimentos em serviços de nuvem pública para IaaS alcança-

rão 6 bilhões este ano, mais de 4 bilhões em relação a 2011, e com projeção de chegar a 24 bihões de dólares em 2016. Anderson afirmou que os primeiros que chegaram ao IaaS – Rackspace, Terremark e Amazon – contam com maior parte deste mercado, mas tradicionalmente fabricantes como Microsoft, HP e IBM, assim como grandes companhias de outsourcing – como Cognizant e Wipro –, estão ofertando serviços similares. O relatório do Gartner aponta que os gastos globais em TI alcançarão 3,6 trilhões de dólares em 2012, 3% mais que os 3,5 trilhões de dólares em 2011.

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indústria

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Totvs cria área de estratégia para canais Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

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om 49 franquias no Brasil e 12 no mercado internacional, a Totvs tem a intenção de amplificar a força das suas soluções e direcionar para caminhos mais saudáveis os passos de seus parceiros. Flávio Balestrin, diretor de canais e gerente de vendas da empresa, afirma que a nova área chega para suprir uma necessidade há tempos identificada pelas franquias, que era poder contar com um setor que ajudasse a desenvolver planos estratégicos de negócios e ter o apoio de consultores internos especializados para desenhar projetos de melhoria e acompanhar a evolução de seus negócios. Como explica o diretor, durante o mês de junho foram feitas as consolidações da nova área, com forte empenho em ajudar seus canais a segmentar por verticais as operações, estruturando uma “mesma cultura de entrega, vendas e atendimento” para os clientes da Totvs. Luiz Muraro Neto, que até recentemente atuou como gestor de mercado internacional da fabricante, assume a gerência da área de estratégias para canais. “Esta área tem algo muito desafiador que é auxiliar a franquia a ter um plano de ação bem modelado, levantando informações e estruturando os passos, sem que a Totvs seja a dona do processo, deixando a ação para o parceiro”, comenta Balestrin. “O Muraro tem esse perfil de gestão e certamente vai conferir continuidade para a operação.” Além da requisição das franquias em contar com esta área, o diretor da Totvs afirma que este

Foto: Divulgação

Flávio Balestrin, da Totvs: Nova unidade nasce para apoiar parceiros em planos

estratégicos e go to market

novo setor se tornou cada vez mais necessário para o controle e gestão da fabricante de todos os seus parceiros, que ao longo dos anos cresceram significantemente, o que exigiu uma nova estrutura para suportar e direcionar todos os negócios. “Não se trata de apenas uma necessidade cosmética, de adotar um padrão para todos, mas sim de mostrar para onde os negócios da Totvs podem crescer junto às oportunidades que já foram identificadas, e até mesmo dentro de negócios onde ainda não temos participação massiva”, avalia Balestrin. A Totvs divide o Brasil em 46 regiões de atuação e o franqueado tem exclusividade naquele território. “Isso por um lado é mais arriscado, pois tem que dar certo, mas se mostrou um negócio de sucesso, pois os dois lados mostram um comprometimento mais forte”, analisa. “Essas franquias são de longa data e já adotaram o perfil Totvs de trabalhar, então esse núcleo se torna altamente estratégico, pois tem a missão de trazer mais negócios, observar novas oportunidades e aumentar a participação e receita de tudo o que envolve nossos parceiros”, pontua Muraro. Ambos os executivos pontuam que a quantidade de parceiros pode, sim, aumentar e que é uma estratégia da empresa que isso aconteça, mas que a partir de agora as novas franquias que estão por vir “só chegarão por observamos uma carência em determinada região”, ressalta Balestrin.

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Logitech inicia operação no Brasil

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Patricia Joaquim pjoaquim@itmidia.com.br

Jairo Rozenblit, da Logitech: “Éramos conhecidos por produtos bons, mas caros. Estamos trazendo produtos de entrada e hoje temos 40 itens no portfólio”

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om faturamento global de 2,3 bilhões de dólares, a companhia suíça de produtos periféricos, Logitech, anuncia o início da operação em território nacional. Sem revelar números, Jairo Rozenblit, country manager da subsidiária brasileira, explica que os investimentos no País são muitos, e as expectativas também. “O Brasil é o terceiro na venda de computadores no mundo, é o segundo de usuários do Facebook. Ter uma

estrutura aqui para aproveitar o potencial do país faz todo o sentido para a corporação”, aponta o executivo. A ideia é estar em todas as capitais brasileiras. Para tanto, a companhia já tem contrato fechado com as distribuidoras Coletek, Reistar, Mazer, Pauta, Braile e Dexcom. Além de manter o acordo com Softronic – empresa que, até então, era a responsável pela chegada dos produtos por aqui. No varejo, há parcerias fir-

madas com Kalunga, Walmart, Saraiva, Sam´s Club e Fnac. Segundo o executivo, a companhia busca canais tanto no corporativo, quanto no varejo. A estratégia principal, ainda segundo Rozenblit, está concentrada na qualidade dos produtos e na satisfação do consumidor, que passa a ser o maior divulgador da marca. A empresa, embora não tenha planos para o momento de fabricação local, chega ao

País com equipe de assistência técnica. “Éramos conhecidos por ter produtos muito bons, mas caros. Estamos trazendo produtos de entrada também e hoje temos 40 itens em nosso portfólio. Para o segundo semestre, este número deve dobrar”, revela. Com a preocupação da organização do ponta de venda, as embalagens estão em português e há garantia de três anos para os produtos.

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indústria

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Por Jack McCarthy, CRN EUA (Tradução: Erika Joaquim)

Canais Google vão vender

Chromebooks em vez do Surface?

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nquanto os parceiros da Microsoft estão desapontados, pois o esperado tablet Surface não será vendido por meio do canal, os aliados da Google dizem que o Surface pode ajudar, à medida que se adiantam na oferta do Chromebook. As vendas do dispositivo da Google têm sido modestas, entretanto os parceiros da empresa dizem estar otimistas que o aparelho baseado em nuvem se popularize e que o Surface vai incentivar o interesse por tablets. No momento, entretanto, os negócios envolvendo o Chromebook estão vagarosos, segundo Tom Mainelli, diretor de pesquisa de dispositivos móveis do IDC. “Não temos um número expressivo, entretanto, entre a Acer e a Samsung estimamos que a venda foi menor do que 250 mil unidades desde o lançamento, no mundo”, disse Mainelli em um email à CRN EUA. Mainelli adicionou que, ao vender o Surface apenas por meio de suas lojas, a Microsoft pode dificultar as vendas. “A menos que alterem a estratégia, esta é uma indicação clara de que a empresa não espera fa-

zer um grande número com os tablets”, acrescentou. “Acredito que isto dará mais credibilidade se o plano for de mostrar aos parceiros a maneira de se fazer um bom aparelho, em vez da Microsoft competir com eles.” Um porta-voz da Google, que não divulgou os números de vendas de produtos, disse que os negócios com o Chromebook vão gradativamente bem. “Além dos varejistas online e vendas diretas, nos últimos meses, permitimos que algumas de nossas atuais revendas de Apps comercializassem Chromebook, para começarem a abrir o canal”, pontua Jessica Kositz, uma porta-voz da companhia, em um email. “O canal será tremendamente importante para o sucesso do Chromebook; agora estamos analisando como expandir nosso mercado, porque o dispositivo representa uma nova maneira de ver a computação.”

O Surface vai direcionar a curiosidade pelo tablet para o Chromebook? A Apple continua seu domínio no mercado de tablets, vendendo 11,8 milhões de iPads

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Foto: Divulgação

Allen Falcon, da Cumulus Global: “Acredito que o Surface vai instigar a curiosidade sobre o mercado de tablet. Definitivamente vai fazer com que mais pessoas pensem sobre o Chromebook”

no primeiro trimestre de 2012, no mundo, segundo a IDC. O número de unidades vendidas no trimestre diminuiu dos 15,4 milhões de vendas no trimestre anterior. A Apple aumentou seu share do mercado para 68% no primeiro trimestre comparado, aos 57% no trimestre anterior. Os parceiros Google, agora, têm uma linha de produto atualizada para trabalhar. Em maio, a companhia, jun-

tamente com a Samsung, lançou uma segunda geração do Chromebook e uma unidade de desktop Chromebox, que rodam no sistema operacional Chrome e são baseados em nuvem. Os canais da marca, em muitos casos, estão progredindo no programa piloto para vender os notebooks baseados em nuvem e dizem que estão presenciando resultados modestos. “Com Chromebook, as maiores solicitações que tivemos nas últimas semanas são de call centers e varejo, onde o valor é muito melhor do que um computador completo”, informou David Hoff, co-fundador e vice-presidente sênior de operações e tecnologia da Cloud Sherpas, uma revenda de Atlanta, Georgia e parceiro da Google, em um email. O empresário informou que o Chromebook pode ser mais valioso

em uma empresa do que um tablet. “Estamos observando um grande interesse nos pilotos do modelo nas empresas, mas não como uma resposta direta ao tablet”, comentou. “Muitas organizações começaram a perceber que os tablets são ideais para o consumo de dados, mas ficam aquém quando pessoas que trabalham com muita informação possuem necessidade de gerar conteúdo (email, por exemplo).” De qualquer maneira, avaliou Hoff, os possíveis preços elevados do Surface podem diminuir sua adoção. “Dados os rumores sobre os níveis de preço, os aparelhos Surface serão apenas bem sucedidos em uma pequena porcentagem dos casos”, disse. Uma vez que o impacto do Surface no mercado de tablet não está claro, Allen Falcon, CEO da Cumulus Global, de Westborough, Massachu-

setts, canal que vende Google Apps, avaliou que seu lançamento deveria ajudar o Chromebook. “Acredito que o Surface vai instigar a curiosidade sobre o mercado de tablet”, julga Falcon. “Definitivamente acho que vai fazer com que mais pessoas pensem sobre o Chromebook.” Kevin Lalor, CEO de um canal Google e revenda de Business Intelligence 101, de Livermore, Califórnia, disse que é muito cedo para perceber como o Surface vai impactar o mercado; entretanto, disse que o Chromebooks não criou ainda uma forte demanda. “Não parece que há muito interesse comparado ao iPad,” avaliou. Mas acredita que a demanda irá crescer e planeja entrar com um programa piloto do Chromebook em um futuro próximo. “Sei que seremos capazes de vendê-los,” afirmou Lalor.

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opinião

Luis Carlos Massoco Foto: Ricardo Benichio

luis.carlos@massoco.adv.br

Luis Carlos Massoco é advogado especialista em Direito do Consumidor e Processo Civil e Mestre em Direito na Sociedade da Informação e escreve mensalmente na CRN Brasil

Riscos do monitoramento das atividades do empregado na internet

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Levando em consideração a tese de que o empregador á algum tempo se discute a legalidade de monitoramento das atividades digitais dos funcionários, seja responde pelos atos de seus empregados, inclusive no amdurante a jornada de trabalho, seja no âmbito de sua biente virtual, poderia se argumentar que os equipamentos e vida privada. Sendo que, em muitas vezes, o passa- softwares utilizados para acessar a internet pertencem à emdo pregresso do candidato conta como elemento de presa. Assim, a possibilidade de cláusula expressa no contrato de trabalho dispondo que o computador só pode ser utilizado seleção de emprego. Geralmente, se trabalha com a premissa de que os com- para fim de trabalho e que seu uso será monitorado, inclusive putadores e programas utilizados no local de trabalho são de no que tange ao envio e recebimento de emails particulares, propriedade da empresa e o empregador, ao assumir os riscos bem como a navegação em páginas não autorizadas, ou aindo empreendimento, responde civilmente pelas ações de seus da, a simples consulta de dados particulares poderá caractericolaboradores, o que justificaria em tese o monitoramento do zar desídia por parte do empregado no cumprimento de suas empregado. Só que a discussão pode abranger até atos par- funções, ensejando aplicação de demissão por justa causa. Contudo, por outro lado, tem-se que o monitoramento ticulares exercidos por todos nós quando navegamos. Quem nunca passou vontade ou até mesmo já postou uma reclama- não consentido poderá, em tese, caracterizar crime previsção de determinada empresa que não cumpriu o prometido? to na Lei nº. 9296/96, consistente em “realizar interceptação de comunicações telefônicas, de Mas e se for a empregadora do informática ou telemática, ou queusuário, ou ainda, um grande clienbrar segredo da Justiça, sem autorite da empresa em que ele trabalha? Quando se consente zação judicial ou com objetivos não Será que o empregador, ao se sentir previamente o autorizados em lei". Porém, quando “ofendido”, poderia demitir o emmonitoramento se consente previamente o monitorapregado com a justificativa de que através do próprio contrato mento através do próprio contrato de sua imagem foi atingida? A resposde trabalho, não se pode trabalho, não se pode falar em violata é extremamente complexa e exisfalar em violação de ção de correspondência. Também é tem algumas decisões judiciais que correspondência fato que se o empregado estiver aginentendem que se o empregado falar publicamente mal do empregador é caso de demissão por do diligentemente em seu trabalho, deve estar produzindo justa causa e a justificativa é que o comentário insultuoso somente correspondências em nome da empresa, não cabendo falar-se em inviolabilidade. ofende o contrato de trabalho. Já existem vários julgados nos Tribunais Trabalhistas rePela teoria da culpa in eligendo, adotada pelo Código Civil Brasileiro e pacificada na jurisprudência des- conhecendo a justa causa na demissão de empregados acude a edição da Súmula nº. 341, pelo Supremo Tribunal sados de utilizar os equipamentos da empresa para repassar, Federal, o patrão sempre responderá pelos atos de seus por exemplo, imagens pornográficas a outras pessoas, inclusiempregados. Seguindo-se nesta linha de raciocínio, po- ve por meio do email pessoal de empregado. Tais decisões são de-se concluir que o empregador tem direito de direção normalmente baseadas no entendimento de que não há que sobre as atividades do empregado, podendo assim regu- se falar em inviolabilidade de correspondência já que existia lar o uso dos equipamentos de sua propriedade, valendo conhecimento do empregado quanto ao monitoramento de essa regra tanto para veículos, telefone, equipamentos, utilização da internet e email e o empregado estava agindo como também, por óbvio, com relação ao acesso à in- em seu trabalho devendo se limitar a produzir correspondências em nome da empresa. ternet e email.

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Felipe Dreher | fdreher@itmidia.com.br

Os bancos brasileiros

Mobilidade, big data, nuvem, redes sociais, consumerização ainda são dilemas e a indústria financeira não tem a resposta. Mas, com investimentos bilionários em TI, bancos fazem suas apostas em iniciativas que podem servir de exemplo a ser seguido (ou não)

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ma sombra de crise paira como uma nuvem de cinzas pelo mundo. Ela se arrasta desde 2008 e teima em não assentar. As economias não superaram os efeitos dos títulos podres do subprime e ref lexos ainda se sentem e serão sentidos por algum tempo, mantendo enxutos ou até retraindo investimentos alocados em projetos envolvendo tecnologia da informação e telecomunicações. “O momento econômico é delicado”,

definiu Roberto Egídio Setubal, presidente do Itaú-Unibanco, durante sua apresentação, no primeiro dia de Ciab Febraban 2012. “Vamos passar por uma grande transformação do sistema financeiro e isso merece muitas ref lexões”, prosseguiu o executivo, naquela manhã de chuva e trânsito intenso em São Paulo. O profissional à frente de uma das maiores instituições financeiras do mundo pintava um quadro não muito otimista durante o painel no qual destacaria a importância da

computação para o desenvolvimento dos bancos, naquela que é uma das principais feiras de automação bancária do País. Com previsões de crescimento da economia nacional abaixo de patamares vislumbrados anteriormente, o contexto remete empresas a um cenário de fazer mais com menos. A pressão será por resultados. “E aí a tecnologia terá um papel importante em ajudar a criar soluções para ganhar eficiência”, acrescentou, citando que o departamento de TI figura entre os únicos

da corporação que vêm aumentando em número de recursos e enxergando no horizonte, inclusive, redefinição de modelos de negócios. Segundo a pesquisa “O Setor Bancário em Números”, da Febraban, a indústria financeira ampliou os recursos alocados em TI em quase 30%, atingindo 18 bilhões de reais em 2011. Há uma projeção otimista, com expectativa de elevação acima de 40% nas despesas e investimentos em TI por parte das instituições financeiras nos próximos três anos.

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Anderson Baldin Figueiredo, da idc: Verticais como varejo e educação podem replicar a forma como bancos dispõem conteúdo em dispositivos móveis

“Porém, os bancos brasileiros têm o desafio de planejar este investimento de forma adequada, balanceando eficiência e experiência do consumidor por meio de uma plataforma integrada de canais e ofertas aos clientes”, adverte o relatório. Os rumos da economia são para todos e o que se percebe nesse mundo cada vez mais plano é que o cenário nos bancos (com seus investimentos bilionários em tecnologia) não se diferencia do que vem ocorrendo em muitas outras indústrias. O que acontece nas instituições financeiras, assim, pode servir como um sinal de alerta ou gerar insights valiosos para fornecedores e competidores em outras verticais. Veja atentamente: big data, computação em nuvem, mobilidade e redes sociais – que grandes

fornecedores de TI têm amplamente batido nos últimos tempos – vêm sendo discutidos e, em alguns casos, colocados em teste nos departamentos de tecnologia banco afora. “Não existe uma fórmula mágica, serão necessárias algumas apostas”, diz Setubal. Talvez a grande virtude dos bancos brasileiros seja o perfil de aposta para estar atualizado com o que ocorre no mundo. “Tecnologicamente, não há novidade para ninguém. A tecnologia está na mão de todo mundo. O que a indústria financeira tem a oferecer é processo e abertura com a qual costuma olhar para novos conceitos como redes sociais, big data e mobilidade”, sintetiza Anderson Figueiredo, gerente de pesquisa e consultoria da IDC Brasil. “Tem banco no Brasil que ganha

mais dinheiro com redução de custo a partir do uso de TI do que com o negócio deles”, ilustra, dizendo que essa questão faz com que esse segmento precise compreender como usar computadores e sistemas. Na visão do especialista, o ponto fundamental reside no fato de que (ainda) há dinheiro para tentar. Não significa desperdiçar, mas preferem arriscar a não fazer. Esse contexto faz com que estejam antenados e atuem relativamente perto do que se apresenta como tendência. Aqui vale contar um caso que algum desses gurus de inovação dos Estados Unidos costuma usar em suas palestras. Um hospital mapeou os procedimentos de box de uma equipe de Fórmula 1 - a orquestração e trabalho do time no abastecimento do carro e troca de

pneus. Entendeu bem a participação de cada de maneira organizada. Feito isso, transportou o conhecimento de forma experimental, adaptando os conhecimentos as rotinas e processos de instrumentação em sua sala de cirurgia. Os ganhos foram surpreendentes. Quando questionado se esse poderia ser um caso da indústria financeira brasileira e como isso se aplicaria, Figueiredo recorda das verticais de varejo e educação que, talvez poderiam acompanhar de perto a forma como os bancos tratam a questão da disponibilidade de conteúdo em dispositivos móveis.

exper

experiê

Crítica “Os bancos brasileiros não investem em tecnologia, mas em uso

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de ferramentas”, dispara Silvio Meira, cientista-chefe do CESAR, ilustrando a posição com o fato de que existem poucas tecnologias aplicadas ao setor genuinamente nacionais e de classe mundial. O executivo ainda observa um mercado local muito fechado, com pouca competição, o que inibe a competição. Em um extremo, isso pode acarretar um cenário no qual as empresas precisam estar atentas para não serem superadas por concorrentes que nem sequer enxergam. Praticamente não existem mais barreiras. Portanto, pouca coisa impede competição entre empresas de segmentos distintos. Há dezenas de startups para substituir o sistema financeiro tradicional. “As oportunidades de transformação são gigantescas e quem não estiver preparado para isso ficará para trás”, analisa Meira. De fato, dificilmente as empresas que atuam hoje terão o mes-

ne, saíram do centro do mercado de telecomunicações para posição periférica, resumindo-se praticamente a um tubo para trafegar dados. Isso expõe a fragilidade de conceitos tradicionais na mesma medida que traz oportunidades para observar boas práticas passíveis de serem replicadas. “Apenas atender a demandas não cria diferenciais competitivos sustentáveis. As empresas precisam entender os horizontes de inovação”, pondera, acrescentando que TI é contexto para transformações, e ela tem a ver com significado e funcionalidade.

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tendência

Mundo real Mas, no mesmo momento em que se vislumbra a necessidade de um futuro diferente, há uma forte demanda por questões diárias. “A TI tem noção de que precisa ser mais rápida para apresentar soluções”, conta Figueiredo, da IDC, ao lem-

Com previsões de crescimento da economia nacional abaixo de patamares vislumbrados anteriormente, o contexto remete empresas a um cenário de fazer mais com menos. A pressão será por resultados mo modelo de trabalho daqui a 20 anos. Isso porque, um conjunto de mudanças fora do negócio financeiro vai implicar a comoditização de muitos serviços. Assim como dá para tirar lições positivas no uso de exemplos, há casos preocupantes que acometeram outras indústrias também valiosos. Meira traz o exemplo da indústria fonográfica que reduziu drasticamente de tamanho em menos de duas décadas. Ele cita, ainda, o dilema vivido pelas operadoras de telecom, que, em um intervalo de cinco anos, desde o lançamento do iPho-

bra que o principal desafio dos CIOs brasileiros ainda é aproximação da tecnologia à estratégia de negócio. O especialista, contudo, pondera: “Uma coisa é prioridade e desafio, outra é onde o orçamento será alocado”. Nas pesquisas da consultoria sobre alocação dos recursos storage, servidores e rede figuram no topo dos gastos. Existe um mundo real na frente dos executivos. O dia a dia aparece nos projetos listados por Joaquim Silveira, diretor de vendas de serviços da HP. “Os bancos têm demandado a estrutura de desenvolvimento de

silvio meira, do cesar: "As oportunidades de transformação são gigantescas e quem não estiver preparado para isso ficará para trás"

sistemas, segurança e capacidade de processamento”, pontua. Mas o executivo reconhece que a vertical ainda figura entre as mais perspicazes para farejar onde há perspectiva de receita. Claro que mobilidade, nuvem, redes sociais, consumerização ainda são dilemas e a indústria financeira não tem a resposta. A questão é que vem tratando o tema com algumas perspectivas que podem ser aderentes a outras indústrias – que, por sua vez, também trazem apli-

cações referência. Os fornecedores, enquanto abastecem esses clientes com tecnologias mais consolidadas, podem observar os investimentos do segmento em novos conceitos como um “balão de ensaio”. Por fim, retomamos uma visão do presidente do Itaú-Unibanco, para quem, no final, todo mundo vai copiar um ao outro no que obtiverem êxito. A frase, contudo, veio precedida de outra que talvez seja mais relevante: “Os pioneiros terão algumas vantagens de mercado”, comentou.

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TENDÊNCIA

Em três dias de evento, a Autocom 2012 reuniu cerca de 62 empresas e atraiu mais de 8 mil pessoas - duas mil abaixo do esperado, mesmo com a maior presença de distribuidoras de tecnologia

O varejo do futuro com a

tecnologia do presente 58 JULHO 2012 WWW.CRN.COM.BR

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Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

TORNAR O COMPORTAMENTO DAS REDES VAREJISTAS MAIS HUMANO, PESSOAL E PRÓXIMO, POR MEIO DA UNIÃO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E AUTOMAÇÃO PODE FAZER A DIFERENÇA NO RELACIONAMENTO COM O USUÁRIO E NA EXPERIÊNCIA DE USO. DE FATO, ESSE É UM PROCESSO DESEJADO NA PONTA DO CONSUMO, MAS QUE AINDA MANTÉM UM MEIO CAMPO COMPLEXO, ONDE FALTA REGULAMENTAÇÃO E CERTIFICAÇÃO ADEQUADA PARA QUE CANAIS, INTEGRADORES E DISTRIBUIDORAS CONSIGAM OFERTAR O AMBIENTE IDEAL PARA O VAREJO DO FUTURO

magine que você está indo fazer suas compras mensais em um supermercado do qual você conta com o cartão de fidelidade. Você passa pela entrada da loja e faz aquele trajeto em busca dos produtos que atendem às suas necessidades. Apaixonado por vinhos, você gasta muito mais tempo na escolha de algum de seu gosto, que, por algum acaso, são os tintos secos. Passa pelo caixa, paga e pronto. Agora vislumbre que esse cartão fidelidade conta com identificador de RFID (Radio-Frequency Identification ou Identificador de Radiofrequência, na tradução literal), que também está espalhado em todo o supermercado e, através de um sistema de gestão e CRM, a loja consegue identificar seu comportamento de compra e começa a te mandar campanhas e promoções, via SMS ou email, sobre os produtos que você comprou e sobre os novos vinhos que chegaram, principalmente os tintos secos. Que tal, ainda, contar com um sistema de análise preditiva, que consegue saber de quanto em quanto tempo o cliente volta para comprar o mesmo produto e, através da solução, consegue avisar o consumidor que está acontecendo naquele dia uma promoção do produto que ele comprará dentro de quatro ou cinco dias? Invasivo? Seria, mas quando o cliente fez o cartão fidelidade, permitiu que esse sistema entrasse em vigor, assim como são as pessoas que assinam newsletters, seguem suas marcas preferidas nas redes sociais, e aceitam dar alguns dados pessoais para poder contar com um atendimento mais próximo e humano, mesmo que por meio da tecnologia.

Quanto vale esse projeto e essa eficiência em redes de varejo? Como utilizar a favor do negócio de seu cliente tecnologias de armazenamento, estruturação e gestão de dados? Será que esse modelo pode ser replicado em menor escala - em pequenas redes varejistas, por exemplo? O primeiro passo para analisar tendências de consumo no varejo é conhecer as dores do varejista e ver quando novas perturbações vão afligir seu cliente – e isso se estende a todo o mercado. O segundo passo é entender que, de todas essas tecnologias citadas, há algumas linhas já disponíveis e que muito mais pode ser incluído nesses projetos. A Autocom 2012, que aconteceu de 26 a 28 de junho, em São Paulo, tratou principalmente de mostrar que chegou a hora da convergência do mercado da tecnologia da automação com a tecnologia da informação, ou seja, a TA está saindo dos galpões e das etiquetas, e agora caminha para a otimização da experiência do usuário, casando ofertas junto a infraestruturas de TI. Mas esse movimento não é todo novo. Araquen Pagotto, presidente da Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac), relembra que estas conversas tomaram mais forma nos últimos cinco anos e que redes supermercadistas foram pioneiras em buscar e implementar projetos integrados para melhor experiência do usuário. “As coisas estão acontecendo numa velocidade ‘não tão veloz’, mas estão acontecendo”, diz o executivo. “Todas as tecnologias já existem, todas as interfaces já estão prontas, e existe uma onda para a informatização da automação comercial.”

EXPER

EXPERIÊ

EXP DEPAR

O credenciamento para o evento foi realizado por meio de máquinas e não contou com intervenção humana

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TENDÊNCIA

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O mote principal de toda essa convergência entre TI e TA está na busca por uma melhor experiência do usuário durante suas compras e mais agilidade e inteligência dos estabelecimentos na hora da venda. “O usuário é a peça fundamental para a evolução de qualquer tecnologia”, afirma Pagotto. Wagner Bernardes, CEO da Seal, mantém a mesma linha de raciocínio e complementa: “A evolução do mercado de automação está na capacidade de dar autonomia de compra para o usuário e, ao mesmo tempo, fazer a gestão desse comportamento.” Como exemplo desta autonomia, Bernardes cita o Motorola MC 17 para o chamado Personal Shopping. Através do equipamento, o cliente faz suas compras pela leitura dos códigos de barras dos produtos, que vão sendo armazenados em um carrinho eletrônico. Para comprar, o usuário leva o aparelho até o caixa, que descarrega as compras do cliente e, após o pagamento, entrega as compras na casa do consumidor. “Agora imagine poder integrar tecnologias de gestão e previsão de consumo? É neste ponto em que integradores, fabricantes, distribuidores e todo o elo de TI e TA devem conversar e construir verdadeiras soluções.” O CEO da Seal acredita que essa caminhada é “mais simples do que parece”, mas o paradigma de entregar a melhor experiência para o usuário se tornou parte do business de qual-

quer setor da economia. “Entender e se aprofundar nos negócios do cliente está absolutamente ligado ao cuidado de como o fornecedor também olha para o usuário final”, analisa. “Esta é a nova dinâmica do mercado B2B. Os canais devem ter em mente que eles têm o compromisso de deixar o cliente atualizado e nas melhores condições tecnológicas possíveis, dentro de projetos ajustados ao budget de cada conta”, comenta Bernardes. A experiência do usuário quanto ao espaço físico das lojas também deve ser repensada, de acordo com Silvio Ferraz e Campos, diretor-comercial da Accept, que acredita no “minimalismo tecnológico”. “Hoje temos tecnologias que ocupam menos espaço dentro de uma loja e alcançam o mesmo resultado em performance, ou até melhor. Então, repensar o ponto de venda (PDV), caixas e disponibilização de aparatos tecnológicos dentro de uma loja, seja uma grande casa de materiais para construção ou até um pequeno supermercado, também deve estar no planejamento estratégico na hora da venda”, pondera o executivo. De acordo com Campos, um dos maiores problemas de canais de automação é a falta do pensamento “fora do caixa”. “Automação não está só nos caixas, mas deve começar a fazer parte de toda a infraestrutura das lojas, utilizando os espaços de forma a ajudar o cliente a se relacionar com todo o ambiente”, afirma.

Primeiro e último dias da feira contaram, de acordo com o Ideti - que organizou o evento -, com maior número de participantes. Uma das críticas dos participantes foi a localização do evento, o Expo Center Norte, local de difícil acesso e longe das principais empresas de São Paulo

E OS DADOS? Esta criança chamada “experiência do usuário” gera algo que no mercado da tecnologia é chamado de Big Data. A inserção massiva de aparatos e soluções tecnológicas está diretamente ligada à crescente gestão de dados. No início desta matéria, propus um ambiente de compra totalmente integrado, capaz de anali-

Fabricantes, distribuidores, atacadistas, revendas, varejistas, representantes comerciais e clientes circularam pelos corredores do evento. A resposta apresentada por grande parte dos participantes foi positiva quanto ao nível das discussões e negócios durante a feira

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Alcateia e Network1 estrearam em eventos de automação na Autocom 2012, com propostas de integração entre o portfólio de TI e TA

sar, avaliar e predizer a forma como o usuário realiza suas compras, e tudo isso gera inúmeros fluxos de dados, que devem ser tratados e usados a favor do negócio das redes varejistas. “É necessário direcionar onde cada tecnologia se encaixa. De forma resumida, para gerir informação é necessário um bom sistema de armazenamento de dados, softwares de análises e estruturação e ferramentas para contato direto com os meios eletrônicos dos usuários. E essa hiperconexão deve estar tanto na frente da loja quanto nos depósitos onde todos os produtos ficam”, explica David Tresmondi, gerente-geral da Imation Brasil. E volta a mesma tecla: “Conhecer o cliente é complexo, mas há tecnologias para tornar isso mais fácil. E, nesta hora, se destaca a competência dos parceiros em serem grandes conhecedores de TI e TA”, pontua o executivo da Imation. Na linha do Big Data e integração dos ambientes que formam uma rede varejista, Reinaldo Araujo Andrade, gerente de canais da Intermec, afirma que os equipamentos de voz voltam a ser peça-chave para a gestão das lojas. E estruturar essa informação também é “de suma importância” na avaliação do plano de negócios. “A voz traz mais agilidade para dúvidas ou questões pontuais e a possibilidade de armazenar na oferta essas informações também mostra uma grande vertente de investimentos para os próximos anos”, acredita o executivo.

Henrique Castro, CEO da Prime Interway, acredita na explosão do mercado de AIDC (Automatic Identification and Data Capture ou Identificação Automática e Captura de Dados, na tradução literal), que trata da vertente mobilidade dentro de automação. “As novas tecnologias permitem criar PDVs em praças, aviões ou até mesmo na casa do cliente”, conta o executivo, que usa como exemplo o equipamento Pidion BIP 1500, que tem o tamanho de um coletor de dados convencional, mas com funcionalidades como armazenamento de dados de produtos presentes nas lojas físicas e depósitos, além de integração com tarjeta para leitura de cartões de crédito e débito. “Você inicia e finaliza a venda onde quer que o cliente esteja.” O CEO da Prime Interway acredita que a mobilidade é o grande divisor de águas dentro do mercado de automação, sendo a principal “culpada” pela necessidade da convergência com o mercado de tecnologia da informação. “Quanto mais o usuário pede por tecnologias capazes de otimizar o tempo de compra, mais falamos de mobilidade e das infraestruturas que darão suporte a esses mecanismos.”

regulamentação mais que necessária Se todas essas possibilidades ainda não se constituíram em casos de sucesso casada da TI com a TA, o problema, de acordo com Isac Berman, diretor da DN Automação, está na falta de regulamentação do mercado de automa-

ção, onde canais, distribuidores e fabricantes ainda patinam quanto ao papel que cada um deve desempenhar. “O único com poder de definir quem faz o que dentro deste processo é o fabricante, pois são dele as soluções e é com elas que o mercado se faz, com toda a tecnologia e inovação por trás de cada produto”, avalia Berman. “Hoje vemos um canibalismo de negócios e um pé atrás em muitas oportunidades, pois não se sabe até onde se pode ir ou quanto vai custar no final de tudo. Fala-se da convergência de TI com TA, mas ainda falta que a automação comercial tenha regras que permitam essa integração sem conflitos.” Vitor Peixoto, gerente da IT Works, também se posiciona a favor da regulamentação e certificação do mercado de TA, e afirma que a falta de políticas claras tornou a automação “uma grande commodity”, onde as margens encolheram e as empresas vislumbram inovação, “mas vivem do básico”. “Essa convergência toda é positiva para o mercado, mas massacrante para os canais de TA, pois vejo apenas uns 400 realmente capazes de trabalhar a fundo com a integração proposta pela TI”, ressalta Peixoto. “Só veremos quem realmente sabe fazer automação e trazer experiências grandiosas para o usuário, quando chegarem ao fim as impressoras fiscais, pois isso vai obrigar que o mercado se reinvente, normatize e se especialize.” Ambos se mostraram confiantes quanto a um futuro promissor da con-

vergência tecnológica que chegará às redes varejistas, mas, em suma, exclamam por “diretrizes assertivas.” “Como evoluir uma conversa de negócios, se ainda não sabemos ao certo como serão os próximos anos?”, questiona Berman. “Sabemos que o panorama atual não comporta todas as mudanças que vão trazer melhores experiências para o usuário e empresário, mas a expectativa é que a crescente necessidade vinda do mundo do consumo force o mercado de tecnologia da automação a buscar rumos mais concretos para sua própria continuidade”, posiciona Peixoto.

momento Brasil Araquen Pagotto, da Afrac, afirma que estas questões, desde a convergência tecnológica até às regulamentações, se encaixam como uma luva no atual cenário em que o País economicamente vive. “O Brasil está numa fase muito boa, temos crédito e baixamos os juros, então essa onda está prestes a acontecer”, acredita. Para o executivo, fabricantes e investidores olham com mais carinho para o mercado brasileiro, e esta “pressão positiva” se encarregará de tornar o meio de campo mais claro, pois forçará instituições de classe, canais, fabricantes e distribuidores a buscarem “a excelência nos processos.” “Aos poucos, todos os elos vão se encaixando, as conversas vão acontecendo e o mercado vai se moldar, pois não se trata mais de como as coisas serão, mas sim de como elas estão acontecendo”, conclui.

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Por Renato Galisteu | renato.galisteu@itmidia.com.br

Em busca de

alcance regional Westcon arremata afina por 125 milhões de reais como estratégia para aumentar sua presença em regiões como América Latina e Europa, sem perder o caráter de distribuição de valor

mês de julho de 2012 já tem o seu grande marco na cadeia de distribuição de TI. A aquisição do Grupo Afina pela Westcon Group por 50 milhões de euros, cerca de 125 milhões de reais, possibilitará a continuidade dos negócios da Westcon nos mercados emergentes e em diversas outras regiões onde a distribuidora não contava com musculatura suficiente para preencher algumas lacunas. O pagamento da negociação será dividido em quatro momentos: primeiro, um pagamento de 30 milhões de euros em dinheiro, seguido de 10 milhões de euros em ações da Datatec, holding controladora da Westcon. Os 10 milhões de euros restantes serão pagos em duas vezes, também em dinheiro, sendo a primeira parcela em 2013 e a segunda em 2014. Em entrevista exclusiva à CRN Brasil, Otavio Lazarini Barbosa, vice-presidente sênior da Westcon para a América Latina, e José Leal Júnior, country manager da Afina Brasil, comentam a aquisição que mira abraçar principalmente o mercado latino, que deve gastar 310 bilhões de dólares com TI somente este ano.

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CRN Brasil – De imediato, pode-se afirmar que esta aquisição tem o objetivo de dar mais musculatura para a Westcon em mercados emergentes? Otavio Lazarini Barbosa – Esse é o ponto principal da aquisição. Temos uma subsidiária no Brasil há bastante tempo, somos forte em território nacional, mas nos outros países da América Latina as ações são bem modestas. A operação no México, por exemplo, era muito baseada em Cisco, com a subsidiária Comstor, então passamos a ter uma continuidade dos negócios por lá, assim como em todo o circuito latino. Mas não é só isso. Agora teremos mais força em Portugal, Espanha, França e Marrocos, o que nos permitirá uma abrangência regional bastante grande em cada uma dessas regiões. Olhando como um todo, é uma expansão geográfica muito grande e positiva para a Westcon, bastante complementar em questão de produtos. CRN Brasil – Há quanto tempo se deram início às conversas sobre a aquisição? Barbosa – Já houve conversas no passado, mas nos últimos dois anos ou pouco mais, a Westcon viu na Afina o potencial necessário para expandir os negócios, então aconteceu uma reaproximação das companhias, e as conversas começaram a tomar forma.

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CRN Brasil – A compra chega num momento onde muitos fabricantes e integradores fazem movimentações atrás de maiores propostas de valor para o mercado. Este é outro ponto da aquisição? Barbosa – Afina e Westcon sempre tiveram propostas de valor muito similares. Este sempre foi o principal direcionador de negócios das duas operações. A ideia não é ter uma linha de produtos gigantesca, mas sim um portfólio gerenciado e pessoas especialistas nos produtos. Ambas as operações nunca foram de fazer volume, mas sim de aproximação consultiva. Então, quando olhamos o movimento em todo seu entorno, a proposta é nessa área de valor, sim. Não se trata de fazer volume, mas sim de analisar processos e projetos.

Vale acrescentar que a Westcon está acostumada a segmentar por fabricante, com unidades como a de segurança ou convergência. Agora passamos a ter a unidade Afina, que continuará por um tempo com a marca, administrando o atual portfólio, até que os direcionamentos estejam desenhados

Foto: Ricardo Benichio

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CRN Brasil – Já há um posicionamento sobre como ficam os cargos da Afina dentro da Westcon? José Leal Júnior – Na realidade, as estruturas permanecem e eu passo a me reportar para o Otávio. E de mim para baixo a estrutura permanece. Os próximos passos são voltados para otimizar os recursos das duas companhias em toda a América Latina. CRN Brasil – Ou seja, chega a hora de enxugar a estrutura… Júnior – Eu não diria enxugar a estrutura, pois isso é falar em cortes. Pelo lado da Afina, temos uma estrutura bastante enxuta, que gerenciam um portfólio com 12 fabricantes, então com certeza temos ai linhas que a Afina tem representativa maior que a Westcon e vice-versa… O importante nesse momento é avaliar esse cenário para tomar as decisões corretas.

Barbosa – Vale acrescentar que a Westcon está acostumada a segmentar por fabricante, com unidades como a de segurança ou convergência. Agora passamos a ter a unidade Afina, que continuará por um tempo com a marca, administrando o atual portfólio, até que os direcionamentos estejam desenhados. A ideia é crescer sempre com valor agregado, então vamos estruturar essas áreas, analisar as competências similares, alinhar os negócios e dar continuidade aos processos. CRN Brasil – Então como vai ser? Barbosa – Eu não acredito no modelo de distribuição sem valor agregado, ou com portfólio de 100 fabricantes. Somos especialistas e não generalistas. Então, essa estrutura

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segmentada com grupos menores de fabricantes, com um líder e seus times é o ideal, por isso vamos apenas direcionar as pessoas dentro dessas perspectivas. CRN Brasil – E qual é a principal mensagem para canais? Barbosa – A mensagem principal é que passamos a ter uma atuação regional bem forte, pois não tínhamos. Havia uns buracos na América Latina, e passamos a não ter mais esses gaps. Olhando para o lado de fabricante, o sonho de consumo dessas empresas é assinar com um distribuidor para a América Latina é que conte com uma boa cobertura para a região. Não tínhamos isso e passamos a ter com a aquisição. Seremos o primeiro VAD com cobertura completa da região. E, ainda mais importante, é que queríamos regionalizar a maioria dos contratos que temos. Então, tendo essa força regional, vamos alinhar negócios globais, sendo um parceiro forte. A musculatura que ganhamos neste negócio é o principal ponto desta aquisição e a maior mensagem para nossos canais como um todo. CRN Brasil – Em quanto tempo deve haver a integração total dos times? Barbosa – Acho que será bem rápido. Essa forma de trabalhar – com segmentação por fabricante e cobertura de mercado – basicamente já nos deixa integrados em termos de venda e atendimento ao cliente. O que temos que fazer é ajustar o backoffice, em termos de alinhar campanhas de marketing e finanças, para todas as divisões. CRN Brasil – Recentemente, a Afina se mudou para

O importante é que a partir de hoje deixamos de ser concorrentes e vamos colocar as atuais propostas de negócios dentro das segmentações de fabricante e verticais um novo escritório, em São Paulo. Como será agora? Serão usados todos os escritórios a favor do negócio? Júnior: Em termos de contrato, em março deste ano nós completamos um ano da nova sede, temos espaço para crescer ainda. Recentemente, anunciamos o crescimento de 66% no País, então, a princípio, permanecem essas estruturas. Outro ponto é que as companhias estão muito próximas uma da outra em São Paulo, então isso facilita bastante a troca de informações. (Ambas ficam na Zona Sul da cidade de São Paulo).

guinte para estruturar a operação do dia a dia. Fora isso, o feedback foi muito positivo, devido ao fato da ampla cobertura regional e global.

CRN Brasil – Como ficam os atuais negócios e concorrências? Pois antes os canais das companhias concorriam e agora são parte do mesmo grupo. Barbosa: Já debatemos bastante essa questão. O importante é que a partir de hoje deixamos de ser concorrentes e vamos colocar as atuais propostas de negócios dentro das segmentações de fabricante e verticais. Isto está em desenho, pois até ontem éramos concorrentes e agora temos que alinhar as expectativas dentro de um mesmo panorama para não ter problemas entre nossos parceiros e clientes.

CRN Brasil – Como fica o Sérgio Basílio (gerente-geral da Westcon Brasil) no meio destas movimentações? Barbosa: O Basílio continua e fica com as áreas da Westcon Security e Convergence, como era anteriormente, e o Júnior assume a divisão Afina. Aos poucos vamos estruturando as áreas e os comandos. Deve haver trocas entre algumas responsabilidades, ajustando as ofertas para contarmos com três unidades de negócios bastante focadas e fortes.

CRN Brasil – E, neste âmbito, como está o feedback dos fabricantes? Barbosa: Eles já estão no passo se-

CRN Brasil – As duas distribuidoras trabalham com marcas iguais. A fusão das operações torna a Westcon a maior parceira de distribuição de algum fabricante em especial? Barbosa: Eu acredito que, pelo menos, passamos a ser o maior distribuidor de 80% das marcas que trabalhamos.

CRN Brasil – Crescimento inorgânico volta a ser parte importante da estratégia da Westcon? Barbosa: Fizemos mais de 40 aquisições nos últimos 10 anos, a própria

Westcon Brasil é fruto da compra de um distribuidor local, há cerca de 14 anos. Então, na verdade, essa é uma estratégia adotada desde a origem do grupo como um todo e não vai ser deixada de canto. CRN Brasil – Daqui até o final do ano, qual é a expectativa de crescimento das operações já de forma casada? Como foi dito, a Afina apresentou crescimento forte no último ano. Já há uma meta traçada? Barbosa: A Westcon também vem de um embalo bacana, com 30% de crescimento. A diferença é que nosso ano fiscal terminou em fevereiro. Se pensarmos no ano comum, acredito que na casa dos 30% é o que o mercado deve esperar de nossa expansão. CRN Brasil – Quantos canais a Westcon passa a ter na América Latina? Barbosa: Hoje, transacionamos trimestralmente com mil parceiros, e cerca de 2,5 mil ao ano, isso do lado da Westcon. Acredito que chegamos agora a 3 mil ou pouco mais, tirando os canais comuns a ambos. CRN Brasil – Quais são os passos mais que necessários que vocês devem dar para fazer com que os negócios caminhem sem problemas? Barbosa: Agora é fazer uma integração legal. Temos hoje a cobertura que não tínhamos e essa é principal mensagem. O que vamos fazer é integrar de forma bem feita e temos a meta de passar a ser o distribuidor principal de alguns fabricantes que estão na região.

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Danilo Sanches, especial para a CRN Brasil

NComputing fecha com Scansource

como único distribuidor no País Q

uando a decisão de mexer na estrutura de distribuição foi tomada, a NComputing, fabricante de dispositivos para virtualização de desktops, tinha apenas uma palavra em mente: foco. A estratégia envolvia um misto de paciência e concentração das forças nas parcerias que colocariam os produtos da empresa mais próximos de onde seriam demandados. A escolha por manter apenas a Scansource CDC Brasil como distribuidor levou em consideração a vocação para a tecnologia do parceiro. A fabricante norte-americana, que tem operações no Brasil há seis anos, chegou ao País através da parceria com a DN Automação. A cadeia de distribuição da NComputing foi então composta pela CDC, que mais tarde foi comprada pela Scansource e, em 2011, a Alcateia também integrou a rede. “Nós precisávamos de um distribuidor que entendesse do negócio, que também entendesse deste movimento que a gente está fazendo e que comprasse a briga de se especializar e que estivesse preparado para vender conceito e não produto”, afirma Edson Bucci, diretor de canais da companhia. “A escolha da Scansource ficou bastante clara para nós, uma vez que ela

apresenta uma abrangência de portfólio e também pelo movimento que ela está fazendo para o canal de TI.” O problema não era de capilaridade, e isso é algo bastante certo para o executivo. A questão seria buscar uma maneira de alinhar o foco da companhia, que oferece um produto com vocação para commodity, e de um distribuidor que pudesse investir na formação deste público para receber o conceito que estava sendo oferecido. “Nós não vendemos um produto demandado, nós vendemos um conceito de uma solução”, explica Bucci. A mudança no modelo de distribuição passa a valer a partir de julho e coincide com alguns ajustes no novo programa de canais da fabricante, lançado em janeiro deste ano. A rede de revendas da companhia tem aproximadamente 300 parceiros, que estão organizados em três categorias: Autorizadas, Especializadas e Master.

Revendas

Atualmente, são 25 parceiros Especializados e 3 Master, mas o movimento é de ampliação destas categorias, o que dependerá também do trabalho da Scansource. Mas neste primeiro momento, como explica Bucci, existe

João Carlos Alonso, da Scansource CDC Brasil: “O distribuidor precisa se diferenciar neste cenário de mudança. Após a compra da CDC, a Scansource traz ao Brasil muitas ferramentas de valor agregado usadas no mercado dos EUA”

a necessidade de que a nomenclatura “parceiro” seja uma expressão literal. Algumas revendas que passaram pela rede da NComputing acabaram desistindo quando perceberam que não se tratava de um produto demandado. A visão de Bucci a respeito dos negócios é bastante ampla e enxerga um cenário de aproximadamente cinco anos, quando a virtualização de desktops, como forma para ampliar a capacidade computacional principalmente em tempos de cloud computing, deverá abranger mais pessoas e empresas. O exemplo usado é o da tecnologia wireless, na década de 2000, quando chegou ao Brasil. Na época, o executivo atuava na D-link, e relembra que foram precisos três anos para conseguir explicar para o mercado o que era o wireless. Então, analogia feita, a companhia espera que os parceiros de canal estejam dispostos a fazer este trabalho. “Depois, quando vai para o mercado, o produto entra numa fase de demanda, e hoje, por exemplo, você compra um equipamento wireless em qualquer boteco”, brinca Bucci. “A

NComputing está começando agora a viver a alegria da fase de demanda.” Dentro da Scansource já há a movimentação para a criação de um time focado no atendimento das revendas para este tipo de solução. “A expectativa é mesmo de poder entregar um serviço de qualidade para o fabricante”, explica João Carlos Alonso, gerente de negócios da Scansource. “O distribuidor precisa se diferenciar neste cenário de mudança. Após a compra da CDC, a Scansource traz ao Brasil muitas ferramentas de valor agregado usadas no mercado dos EUA.” O distribuidor planeja abrir uma linha no call center da empresa para a geração de demanda para as revendas. A ação faz parte de um programa chamado Open Lead, que visa organizar o oferecimento de leads aos parceiros de canal. A estratégia da Scansource está apontada para a formação de uma equipe para trabalhar verticalmente na geração de demanda para as revendas. “Nós acreditamos muito na interação de esforços para a obtenção de um resultado maior”, finaliza Alonso.

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GESTÃO

/ DESONERAÇÃO

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Você já fez Patricia Joaquim | pjoaquim@itmidia.com.br

A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO PARA AS EMPRESAS DE TI É MAIS UM CAPÍTULO NA HISTÓRICA LUTA PELA REFORMA TRIBUTÁRIA DO PAÍS. VEJA SE SUA EMPRESA FOI BENEFICIADA OU NÃO PELA NOVA LEI

V

ocê, como empresário do setor de TI, sabe responder se sua empresa foi beneficiada pela desoneração da folha de pagamento, do Plano Brasil Maior, em vigor desde dezembro do ano passado e obrigatória às empresas ligadas a atividades de TI (ver quadro ao lado)? )? Sua empresa tem uma folha de salário CLT com custo atual maior que 12,5% do seu faturamento bruto de TI mensal? Muitos empresários do setor ainda não fizeram esta conta e ainda não sabem responder a estas perguntas, embora já estejam enquadrados no modelo. Isto significa que podem estar perdendo a oportunidade de fazer ajustes em sua estrutura para usufruto do benefício. A CRN Brasil partiu de seu envolvimento com o setor de TI e chegou à seguinte premissa para a apuração desta matéria: há os que se beneficiaram; há os que foram prejudicados; e há os que ainda não sabem a que grupo pertencem.

Lei 12.546

de de TI e TIC: ração considera como ativida Art. A legislação da desone de sistemas; I - análise e desenvolvimento II - programação; os e congêneres; III - processamento de dad e de jogos eletrônicos; s de computadores, inclusiv ma gra IV - elaboração de pro mas de computação; de direito de uso de progra V - licenciamento ou cessão a em informática; VI - assessoria e consultori , configuração e rmática, inclusive instalação VII - suporte técnico em info os; e dad de de computação e bancos manutenção de programas o de pág inas açã aliz atu e , manut enç ão ção fec con , nto me eja lan VIII - p

ele trônic as. Maior, as empresas aplicação do Plano Brasil Obs.: “Ficaram excluídas da e, distribuidor ou as atividades de representant que exerçam exclusivamente nova versão do artigo de computador, conforme revendedor de programas 7º., § 2o da Lei”.

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José Luiz Rossi, da CPM BRaxis Capgemini: "Fizemos um plano de reorganização da empresa e a quebramos em duas: uma de produto e outra de serviço”

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/ Desoneração

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gestão

Adriano Mendes, do escritório Assis e Mendes Advogados, sugere um estudo para um novo planejamento societário, a fim de, se possível, separar as atividades abrangidas pela nova lei

A Lei n° 12.546, de 14 de Dezembro de 2011, do Plano Brasil Maior, trouxe uma nova sistemática de recolhimento para as contribuições previdenciárias ligadas à seguridade social pelas empresas do setor. Tal lei estabelece que sobre a contribuição devida

ao INSS pelas empresas que prestam exclusivamente os serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), antes calculadas pelo percentual de 20% sobre a folha de pagamento, passou a incidir a alíquota fixa de 2,5% (que será

A separação das atividades para que parte da companhia alcance as vantagens, a fim de que o benefício da folha fique na empresa prestadora de serviço de TI, conforme permite a lei, é possível e há corporações utilizando isto desde que a lei entrou em vigor

reduzida, em agosto de 2012, para 2%) sobre o valor da receita bruta, até 31 de dezembro 2014. E aí, já fez a conta?

Se, ao ler este comecinho de matéria você parou para fazer a conta sugerida e percebeu que sua folha de pagamento CLT é superior a 12,5% de seu faturamento bruto mensal, então sua empresa foi diretamente beneficiada pela lei. “A lei é uma transformação na relação trabalhista que incentiva as empresas a contratarem mais gente no modelo formal. Portanto, ela é super bem-vinda. A BRQ tem três mil funcionários e nossa folha era maior do que 12%. Vamos ter um mercado

mais formal e acabar com o estigma de que andávamos na ilegalidade, isto afastava investidores do nosso setor”, avalia Benjamim Quadros, fundador e CEO da BRQ e conselheiro da Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software) e da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação). Sua empresa faturou, no ano passado, 350 milhões de reais, devendo chegar a 450 milhões de reais este ano. O executivo não comenta quanto lhe custava sua folha e quanto passou a pagar de impostos depois de a lei entrar em vigor. Ao contrário da situação de Quadros, há os que lamentam não haver nenhum benefício. Estes, na nova sis-

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temática, tiveram uma oneração fiscal maior do que no modelo anterior, seja por não terem funcionários no regime CLT, seja por terem uma lucratividade maior desatrelada da locação de recursos físicos ou do trabalho direto dos funcionários. “Imagine uma empresa que já desenvolveu o software e já pagou todos os custos de desenvolvimento vivendo, basicamente, hoje, de suporte e manutenção? Essa empresa pode não ter uma folha maior que 12% do faturamento. Ou empresas pequenas, em que o trabalho é feito pelos sócios, estas companhias foram muito prejudicadas”, aponta Adriano Mendes, sócio-advogado do escritório Assis e Mendes, especializado no atendimento às empresas de TI. Alexandre Guaraldo, sócio-proprietário da EZ Security, é um exemplo de quem não foi beneficiado. “O produto, hoje em dia, consome 70% do projeto, os outros 30% são de serviço. Isto significa que temos um faturamento alto, mas porque o projeto é custoso, o software é muito caro", explica, ao complementar: "Se eu fizer uma média, estou pagando 40% a mais do recolhimento de imposto”. Outro caso de empresa prejudicada é o da desenvolvedora de software GFS, fundada em 1988. A companhia desenvolveu um produto para gestão de fitotecas em ambiente mainframe. Desde então, tem aprimorado a solução, vendido bem e mantido poucos funcionários, pela natureza de seu negócio. Em 2010, inaugurou um escritório em Nova York, nos Estados Unidos, para atender à América do Norte. Entre seus principais competidores estão empresas como IBM e CA. Mas a empresa teve de amargar o “benefício” da desoneração. “Trabalhamos com licença de uso de software, fomos prejudicados. Não prestamos serviço de mão de obra. Hoje, tenho 18 funcionários e um faturamento de 14 milhões de reais. Dependendo do mês, acabo pagando muito mais im-

Foto: Ricardo Sanchez

Ruy Cabral de Moraes, do Grupo Cabral de Moraes, recomenda que as empresas atualizem suas planilhas de custos com o valor do tributo: “isto pode impactar o preço dos seus produtos”

posto. Para se ter uma ideia, eu pagava sobre a folha 216 mil reais ao ano. Até agora, com a alíquota de 2,5% eu estaria pagando, ao ano, 350 mil reais. Com a redução para 2%, devo pagar 280 mil”, explica Alexsander Lima Paiva, diretor-financeiro. “Vamos diminuir a margem e, consequentemente, os recursos para investir na empresa”, finaliza. Para as organizações afetadas de forma negativa, Mendes sugere um estudo para separar as atividades abrangidas pela lei das demais e verificar

qual é a importância da folha de salário em cada uma delas. “Pode-se até fazer um estudo prático para ver se compensa ou não entrar com uma ação judicial, pagando o que foi sugerido pela lei, depositando os valores em juízo, até que se tenha uma decisão favorável ou uma perspectiva consolidada dos reais benefícios desta lei”, pontua. O especialista afirma que é possível que as empresas façam um planejamento societário desmembrando cada atividade em uma nova empre-

sa. Sugere ainda, como alternativa, um planejamento fiscal para verificar se há a possibilidade de inclusão no regime do Simples ou em qual modalidade de lucro - Real ou Presumido - é mais vantajoso trabalhar, de acordo com a nova lei. “Existem ainda outras possibilidades que dependem de estudo do caso concreto”. A separação das atividades para que parte da companhia alcance as vantagens, a fim de que o benefício da folha fique na empresa prestadora de serviço de TI, conforme permite a lei, é possível e há corporações utilizando isto desde que a lei entrou em vigor. Prova disto é o caso da CPM Braxis Capgemini. Com mais de seis mil colaboradores, a companhia, assim que tomou conhecimento da lei, colocou seu setor jurídico para o estudo do que deveria ser feito. Cerca de 25% do faturamento provém de produto e os outros 75% são da área de serviço. “Mas em termos de número de pessoas, 95% são serviços e 5% são produtos. Então, fizemos um plano de reorganização da empresa e a quebramos em duas: uma de produto e outra de serviço” afirma José Luiz Rossi, CEO da integradora. O executivo compartilha da visão de empresas como a BRQ; para ele é um erro de entendimento achar que a lei não traz vantagens para o setor. Nas contas de Rossi, agora, há uma verba adicional usada em seu capital intelectual. “A partir da reestruturação, já destinamos o recurso a um novo sistema de capacitação de mão de obra. Hoje, possuímos um programa de estágio que antes seria impensável por conta de custos”. Em função desta análise jurídica e contábil, a empresa conseguiu, inclusive, autorização judicial para deixar de recolher a contribuição previdenciária relativa ao 13º salário pago a seus funcionários no ano passado. O presidente da Brasoftware, Jorge Sukarie, afirma que sua empresa

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Benjamim Quadros, da BRQ: “Vamos ter um mercado mais formal e acabar com o estigma de que andávamos na ilegalidade, isto afastava investidores do nosso setor”

tem sua atividade principal excluída da desoneração, mas o executivo sempre esteve envolvido com o governo e entidades como Brascom e Abes (nesta última foi presidente de 2004 a 2007) para a discussão das questões tributárias do setor e, em sua visão, embora haja empresas sendo beneficiadas “não tem como dizer que não teve ninguém prejudicado; o grande grupo afetado são as micro e pequenas empresas”, afirma, ao levantar outra questão mal resolvida do setor: “Só que para resolver o problema delas é preciso resolver a questão da adoção do Simples para as empresas de TI”. “A ideia da desoneração é excelente, a vida toda defendemos isto. O

pecado é que não tem como resolver se a folha representa menos que 10% do faturamento. O que queríamos é que fosse opcional. Cerca de 70% das micro e pequenas empresas com faturamento de 3,6 milhões de reais ao ano estão perdendo com a nova lei. A promessa do governo é f lexibilizar a entrada das empresas de TI no mecanismo de Super Simples. Mas a lei é péssima para as startups e pequenas e médias”, avalia Manoel Antonio dos Santos, diretor jurídico da Abes. A Brasscom tem se posicionado a favor da lei. Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela entidade, o Brasil está bem posicionado para competir no mercado latino de

serviços de TI, entre outros fatores, pelo fato de ter menores encargos sobre a folha de pagamentos. O estudo é uma comparação entre o ambiente institucional e de negócios de TI em seis países da América Latina Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. A entidade atribui tal mérito ao Plano Brasil Maior “que reduziu custos e aumentou a competitividade do setor brasileiro no mundo”, de acordo com o comunicado enviado à imprensa. O setor não tem estatísticas oficiais de quantas empresas de tecnologia foram beneficiadas e prejudicadas. Entre os defensores das novas

regras, há o argumento de que a lei diminui a vantagem de ter profissionais habituais não contratados de acordo com a CLT, colocando as empresas em pé de igualdade na competição quanto ao custo da mão de obra no cliente final. “Mas, aparentemente, isto não era o objetivo da lei ou a forma correta de fazê-lo. Claro que isso estimulará as empresas a contratarem novos profissionais de acordo com as regras da CLT. Mas os antigos PJs já geravam riscos e eram alvos frequentes de ações na Justiça e fiscalização do Ministério do Trabalho”, comenta Mendes. De acordo com a previsão de Marcel Cordeiro, sócio da Salusse e Ma-

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rangoni Advogados, vão existir teses de questionamento da lei. “Estamos em estudo ainda e não dá pra saber o impacto dos questionamentos. Mas um primeiro ponto é que já existem tributos para seguridade social (PIS /CONFINS) sobre a mesma base de cálculo e isto é inconstitucional”. Reforço para os que não fizeram a lição de casa Segundo o consultor Ruy Cabral de Moraes, CEO do Grupo que leva seu sobrenome, por vezes, o contador das empresas já adequou a companhia à nova lei, mas pode não ter tido o cuidado de repassar o cálculo ao empresário. “A organização passa a ter um custo diferente do que havia anteriormente. Por exemplo, uma empresa que vendia por 100 e tinha 10% de lucro continua

Jorge Sukarie, da Brasoftware: “Não tem como dizer que não teve ninguém prejudicado, o grande grupo afetado são as micro e pequenas empresas”

vendendo por 100, mas com um custo maior. Aí, ao invés de estar tendo lucro, está tendo prejuízo. É preciso ter a planilha de custo atualizada, especialmente pela carga tributária”, recomenda. Outro alerta feito por Mendes para todas as empresas de TI é que “mesmo as empresas beneficiadas têm de ter cautela. Ainda que o benefício atual compense, é necessário lembrar que esta lei é provisória e que o modelo geral talvez aplicado após 2014 volte a ser de 20% sobre a folha. E ainda que a lei permaneça, qualquer alteração da alíquota atual afetará diretamente a estratégia de sua empresa”. No entanto, os executivos da CPM e da BRQ, assim como as entidades de classe, acreditam que não haverá nenhuma alteração na lei. (Apuração da matéria encerrada em 29 de junho de 2012)

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PromonLogicalis: investimento de US$ 30 milhões na América Latina Foto: Divulgação

Felipe Dreher | fdreher@itmidia.com.br

Rodrigo Parreira, da PromonLogicalis - “Pela importância [da América Latina], começamos a olhar movimentos inorgânicos com mais apetite”

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PromonLogicalis possui 30 milhões de dólares para investir na América Latina neste ano fiscal. Fruto da fusão entre a brasileira Promon e o braço de integração da sul-africana Datatec, em 2008, a companhia não descarta novos movimentos inorgânicos na região, com ênfase em melhorar a posição em países andinos, ingressar no mercado mexicano e/ou fortalecer a oferta de serviços e outsourcing no Brasil. Os bons resultados ao longo dos últimos semestres elevaram a operação regional a uma posição de destaque. Atualmente, os negócios no mercado latino-americano respondem por 36% do faturamento global e 61% do EBITDA (Lucro antes de juros, impostos,

depreciação e amortização) do Grupo Logicalis, que fatura cerca de 1,2 bilhão de dólares ao ano. “Pela importância, começamos a olhar movimentos inorgânicos com mais apetite”, comenta Rodrigo Parreira, CEO da Logicalis para a América Latina. O executivo explica que há conversas, mas nenhuma negociação em andamento. Ele detalha, ainda, que a estratégia seguiria dois eixos distintos: adquirir empresas dentro do perfil de atuação atual na região Andina e de negócios complementares nas frentes de serviço e outsourcing para o mercado brasileiro. A companhia fechou seu ano fiscal de 2012 com um faturamento de

317 milhões de dólares no Brasil, que responde por 71% das receitas de 447 milhões de dólares verificadas na América Latina. Os negócios cresceram 52% no País e 49% na região no comparativo anual. A projeção para os próximos 12 meses é uma expansão mais tímida, na casa dos 20% sobre o desempenho do ano passado, algo que viria como reflexo das incertezas econômicas globais. A PromonLogicalis atua fortemente com interação focada em infraestrutura. A Cisco, principal fabricante em seu portfólio, responde por algo entre 60 e 65% das receitas locais da integradora. Atualmente, a empresa atende mais de 170 clientes no Bra-

sil; os planos preveem dobrar esse número com ênfase em ações regionais. Para tanto, abriu escritórios de representação no Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Com grande parte das receitas originárias de operadoras de telecom, o canal planeja, ainda, fortalecer presença junto a órgãos governamentais. A vertical, que responde por 10% dos resultados da companhia, vem sendo fortalecida. Segundo Parreira a ideia é elevar sua participação para até 25% dos negócios da empresa em três anos. A intenção, segundo o executivo, é participar de “projetos com natureza transformacional” promovidos pelo setor público.

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Escolha

econômica e flexível Por Tatiana Negrão, especial para a CRN Brasil

O Grupo Fresenius decidiu montar uma base estratégica de dados para suas ações. Para tanto, a adoção de um CRM na web foi fundamental

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á mais de 25 anos no Brasil, o Grupo Fresenius fornece produtos e serviços no tratamento dos pacientes que necessitam de diálise. Apesar de ser uma multinacional alemã, a Fresenius Medical Care produz, no Brasil, desde o final dos anos 80, soluções para hemodiálise e diálise peritoneal em sua fábrica farmacêutica em Jaguariúna, em São Paulo, onde mais de 350 funcionários desenvolvem produtos para atender cerca 1,8 mil pacientes/clientes. Desde 2008, a companhia fez, em território nacional, uma grande reestruturação interna e notou que para crescer precisaria de dados estratégicos do mercado. “O próprio segmento tem carência de informação do setor. Notamos que precisávamos, nós mesmos, reunir estes dados primários para definir o foco de atuação de nossa equipe de vendas”, revela Rafael Lima, coordenador de inteligência de mercado do grupo.

Foto: Divulgação

Rafael Lima, da Fresenius: No início de 2009, a SAP não tinha ainda alternativa para a mobilidade. A companhia foi atrás da Sales Force e Sugar. Optou pelo CRMSugar, 50% mais em conta

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A companhia já havia, no primeiro ano após as mudanças internas, conquistado maior participação no mercado, mas a coleta dos dados ainda estava sendo realizada por meio do Excel e Access. Foi então, que em 2009, a empresa decidiu adotar uma ferramenta de CRM. A necessidade primordial era que a ferramenta operasse pela web devido ao trânsito dos representantes e colaboradores. Com um ERP da SAP, na época, as opções eram limitadas quanto à mobilidade. Havia duas alternativas: CRM Sugar ou o SalesForce. “A SAP ainda não tinha alternativa para isto. Analisamos os dois produtos do mercado e o SalesForce tinha algumas vantagens a mais que o Sugar, mas era 50% mais caro”, aponta Lima. Após análise dos produtos, o executivo explica que a escolha foi

andré flandoli, da lampada:"A gestão quer entregar valor ao colaborador; não só uma ferramenta”

pelo CRM Sugar. “Ele atenderia nossas necessidades e é bem f lexível, além de se integrar com o nosso ERP”, conta. De acordo com André Flandoli, diretor-comercial da Lampada Global Services, canal responsável pelo projeto, a experiência de sua equipe e “os caminhos que o software open source apresenta” trariam o resultado que o cliente desejava. “Não víamos a possibilidade de outra ferramenta atender esta necessidade com tanta clareza. Além disso, o fator ROI representava muito para a Fresenius no Brasil, a gestão queria entregar aos seus colaboradores valor agregado e não só uma simples ferramenta”. Embora a solução esteja na web, a Fresenius decidiu hospedá-la dentro de casa. A companhia adquiriu, então, dois novos servidores Dell – por

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sede da Fresenius, jaguariúna (Sp): Com 25 anos de presença no Brasil, fornecedora de produtos e serviços de saúde, viu na solução web Sugar CRM a possibilidade de tornar a informação estratégica para seus negócios

meio de contrato internacional com a fabricante de computadores. “Tínhamos muitas dúvidas em relação à segurança e naquele momento preferimos não deixar na nuvem”, conta Lima. A integração com o ERP da SAP acontece por meio de um repositório de documentos onde há a troca dos dados. “Não é uma entrada na web diretamente e julgamos isto mais seguro, na época”. A companhia investiu 60 mil reais na customização e implementação, além de 250 dólares de licenças anuais. Hoje, a empresa trabalha com 60 licenças e tem um contrato de help desk e suporte com a Lampada.

Resultados A Fresenius passou, então, a fazer a gestão do conhecimento de sua empresa. “Começamos a identificar quais clientes priorizam qualidade em vez de preço, quem são os líderes de opinião, quais estão em momento de troca de equipamento e segmentamos nossa base por tamanho. Assim, distribuímos melhor o foco e passamos a ter resultados melhores”, comemora Lima, ao afirmar que a companhia cresce 15% ao ano, desde então. Segundo o executivo, a empresa promoveu o software entre os funcionários para que tivessem a adesão ne-

cessária. Hoje, trabalha numa nova versão com foco para uso de atualização dos dados por meio de smartphones e tablets. “Precisamos que os dados possam ser imputados mesmo offline. Notamos que em alguns lugares do interior de Minas Gerais ou do Nordeste ainda há muitos problemas de conexão e é preciso poder imputar estes dados mesmo sem internet”. Alessandra Rosa, coordenadora da área de desenvolvimento de sistemas e aplicações da Fresenius, afirma que a companhia pretende ainda incrementar a versão para melhorar a integração com o ERP da SAP. “Além disso, vamos implementar

o projeto Cliente: Grupo Fresenius

Projeto: implementação de um CRM na web Canal: Lampada Global Service Investimento: 60 mil reais com customização

uma forma automática de integração com o SAP. A que funciona hoje é ultrapassada, vamos dar este upgrade de funcionalidades”.

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Considerações e Por InformationWeek EUA

seis melhores práticas para BYOD Baseada em recentes pesquisas, a Citrix recomenda que todas as organizações desenvolvam políticas referentes ao uso de dispositivos pessoais no trabalho. Veja o que estas normas devem abordar

A consumerização está bem estabelecida nas empresas e impulsionará uma contínua transformação nos modelos corporativos e de TI nos próximos anos. Pelo menos é o que se pode esperar a partir de uma recente pesquisa da Citrix, em que 92% das companhias entrevistadas relataram que alguns funcionários já usam seus dispositivos pessoais para trabalhar. Ao mesmo tempo, mais de três quartos dos CIOs pesquisados pela Network World temem que o aumento da consumerização da TI vai levar a um considerável aumento dos riscos para as empresas. Baseada nessas informações, a Citrix recomenda que todas as organizações desenvolvam políticas referentes ao uso de dispositivos pessoais no trabalho. Estas normas devem abordar fatores como: Elegibilidade: identificar quem pode usar dispositivos pessoais para tra-

Foto: ThinkStock

ções para ajudar as pessoas a decidirem se querem participar, escolherem o dispositivo correto e compreenderem as responsabilidades de trazer seu próprio aparelho, inclusive a forma como os dados podem ser acessados; Compartilhamento de custos: algumas organizações oferecem um subsídio para dispositivos BYOD e outros serviços, especialmente se aparelhos corporativos não são mais fornecidos;

balhar e os cenários em que isso é inadequado devido à segurança de dados; Dispositivos permitidos: os programas de BYOD devem permitir que as pessoas usem qualquer tipo de dispositivo que melhor atenda às suas necessidades;

Disponibilidade dos serviços: analise os serviços e aplicativos que você deseja disponibilizar nos dispositivos BYOD e se eles diferem por grupos de trabalho, tipos de usuário, tipos de aparelhos e rede utilizada; implementação: dar orienta-

Segurança: as informações confidenciais devem ficar somente no equipamento, isoladas e criptografadas. A TI deve instalar mecanismos de apagamento remoto de dados para os usuários que têm permissão para ter informações corporativas no aparelho móvel; Suporte e mautenção: explique os tipos de incidentes a que a TI dará suporte e sua extensão.

A InformationWeek Brasil é mais uma publicação editada pela IT Mídia S.A. Saiba mais em www.informationweek.com.br 80 junho 2012 www.crn.com.br

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editora it web

Adriele Marchesini amarchesini@itmidia.com.br

Uma cesta só Escolher o tema desta coluna foi complicado. Mas decidi centralizar o assunto: o Google e os dados que nós, usuários e empresas, entregamos para ele. Vamos por partes. Em junho, os Estados Unidos foram palco para o encontro anual de desenvolvedores, o Google I/O. Foi anunciada a nova versão do Android, o 4.1 Jelly Bean, que vem com uma funcionalidade interessantíssima: o Google Now. Você se lembra da Siri, a assistente pessoal embutida no iPhone 4S e que, baseada em inteligência artificial, conseguia responder às suas perguntas? A base usada para as respostas, além, claro, dos dados pessoais do usuário inseridos no aparelho, é a internet. O sonho do humano pós-moderno, que nesse mundo louco de internet 3.0, trabalho, família e tantas outras coisas, precisa terceirizar um cérebro para não pifar o seu, prejudicado por estresse, pressa e a cervejinha ao final do expediente. A grande diferença do Google Now é que ele é proativo. E conhece a web como poucas empresas. Sendo o serviço de buscas mais utilizado no mundo, – tem um arcabouço de informações extremamente completo e adaptado a diferentes culturas. Quando cruza seus inúmeros serviços – Gmail, Agenda, Android, Google+, Places – o Google Now vai lhe dizer previamente o que e como deve fazer. Se estiver em um local desconhecido na hora do almoço, com base em suas preferências dados do ambiente, vai sugerir restaurantes legais. Se você estiver a caminho do aeroporto, receberá a informação do portão de embarque. Esquecer não será mais uma desculpa. Com a oferta de hardware a preço acessível – o tablet Nexus feito em parceria com a Asus deve custar 299 dólares – colocaremos mais e mais dados na base da empresa. Com os Óculos do Google, ou Project Glass, o usuário vai interagir diretamente com o dispositivo, baseado em realidade aumentada, e andar com ele em todos os lugares. Este produto, que levará a web literalmente para os olhos do ser humano, deve chegar ao mercado em 2014 por 1,5 mil dólares. Assim, jogamos mais dados em sua base. Ele saberá exatamente quem somos, do que gostamos e não somente o que fizemos, mas quais nossas próximas ações. Lindo, não? Não, pelo menos na visão de Scott Cleland. fundador da LLC, consultoria que presta serviço de pesquisas em futuro da internet e inovação, e da associação Netcompetition.org, entidade pró-competitividade que representa os interesses do segmento de conexão de banda larga, Cleland é autor do livro “Busque e Destrua”. Na obra, ele tenta passar ao leitor um resumo dos quatro anos de pesquisa que fez sobre a companhia, alertando sobre os perigosos e supostos engodos, que sob o lema de “Não ser má”, pratica, em sua opinião, todo tipo de ação antiética. Conversei com ele por telefone antes de o livro chegar ao Brasil. “O Google está se tornando a própria internet para alguns usuários. Você não pode confiar nele, mas lhe dá tanta informação que ele se torna, praticamente, seu dono. Se não há respeito à propriedade, eles podem lhe chantagear e têm todo o poder e você, nenhum”, comentou o executivo, que alertou ainda para perigos na recente investida no mercado corporativo. Este é um tipo diferente de ameaça. Como o Google grava tudo, eles sabem todos os competidores, os clientes, a demanda, eles têm conhecimento de qual conteúdo as pessoas querem e que empresas o oferecem. “Eu chamo isso de Googlepólio”, disse. O bom e o mau variam conforme a percepção de quem olha. De qualquer forma, o alerta é importante. Todos os ovos em uma só cesta deixam as coisas mais práticas e acessíveis. Mas se a cesta cai, ou um ladrão rouba, o risco de ficar sem a janta é maior. Até a próxima! Colaboraram Thaís Sabatini, Renato Galisteu, CRN EUA e InformationWeek EUA

1 - Samsung traz Galaxy Tab 2 ao Brasil A Samsung anunciou a chegada de dois modelos da linha Galaxy no Brasil, o Galaxy Tab 2 de sete polegadas e a versão com 10,1 polegadas. Os dispositivos serão os primeiros do mercado brasileiro com o sistema Android 4.0, batizado de Ice Cream Sandwich. Em comunicado, foi detalhado que as duas versões estão disponíveis com as tecnologias 3G e Wi-Fi. Os dispositivos trazem processador Dual Core com 1GB de memória RAM, reprodução de vídeos em resolução full HD e memória de 16GB, expansíveis até 48GB com cartão de memória. Ambos suportam conectividade Bluetooth 3.0, USB 2.0 e contam também com GPS de navegação ponto a ponto. Os itens têm espessura de 9,7 milímetros e são extremamente leves: o modelo 10,1 polegadas pesa 588 gramas e a versão de sete polegadas pesa apenas 345 gramas. A empresa não revelou os preços sugeridos.

Foto: Divulgação

Foto: Francisco Yukio Porrino

TABLETS, TABLETS E TABLETS

2 – Surface, a aposta da Microsoft para barrar Android e iPad A Microsoft lançou a sua linha de tablets com sistema operacional Windows 8, chamada de Surface, em 18 de junho. Os dois modelos não só tem a plataforma, como também o hardware, criado o çã lg a pela companhia. Um deles tem ivu D : to processador ARM, para versão Fo Windows 8 RT, e outro com um processador Intel Ivy Bridge i5 de 22 nanômetros, para o Windows 8 Pro. Ainda sem preço e sem data de lançamento, o que é comum entre os dois é a tela Gorilla Glass de 10,6 polegadas e uma carcaça de magnésio e metal líquido. No RT a espessura é de 9,3 milímetros e o peso de 676 gramas, enquanto para o Pro, a espessura chega a 13,5 milímetros e o, peso, 903 gramas. O Surface RT possui tela HD (720p), suporte a entradas USB 2.0, microSD, Micro HD Video, 2x2 MIMO antennae; traz as ferramentas Office Home & Student 2013 RT, Touch Cover, Type Cover e tem memória interna de 32 GB e 64 GB. A versão Surface Pro tem tela FullHD; entradas USB 3.0, microSDXC, Mini DisplayPort Video, 2x2 MIMO antennae; as ferramentas Touch Cover, Type Cover, Pen with Palm Block; e memória de 64 GB e 128 GB. Os dispositivos ainda ganharam uma série de acessórios como a Microsoft Surface Touch Cover, uma capa inteligente, como a utilizada pelo iPad, que se conecta ao dispositivo magneticamente e se torna um teclado Qwert com touchpad. Especulações apontam que o RT será lançado ao público juntamente com o Windows 8, o que deve ocorrer em outubro. Porém

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3 – GOOGLE APRESENTA NEXUS 7 E FOCA EM NICHO DE SETE POLEGADAS Apresentado no Google I/O, o Nexus 7, tablet feito em parceria com a Asus com tela de sete polegadas, chega à frente do modelo mini do iPad, que com o mesmo tamanho, seria lançado em um futuro não tão distante pela Apple. O produto também foi apresentado antes Kindle 2, da Amazon, que tem o mesmo tamanho. A ideia do Google é exatamente marcar território em um nicho no qual não há um rei definido, já que o iPad é o principal nome de modelos maiores, em torno de dez polegadas, e a disputa entre os dispositivos menores, de sete polegadas, é intensa. O dispositivo possui um painel IPS com resolução de 1280 x 800 pixels, chip Nvidia Tegra 3, 1GB de memória, câmera frontal, conectividade mediante Wi-Fi e Bluetooth, NFC integrado, slot para cartão Micro SD, e um peso de 340 gramas. Graças à sua bateria de 4325 mAh, fornece uma autonomia de até nove horas. Ele virá com o novo sistema operacional da companhia, o Android 4.1 Jelly Bean. O preço, nos Estados Unidos, será de 199 dólares para a versão de 8 GB e 249 dólares para a versão de 16GB, um valor bastante competitivo.

A Microsoft apresentou a sua plataforma móvel Windows Phone 8 perto do dia 20 de junho A companhia não revelou todas as novas aplicações, ferramentas e funcionalidades, mas mostrou oito mudanças do sistema operacional que prometem melhorar a experiência dos usuários. Marcado para ser lançado em dezembro, o Windows Phone 8 fará com que o “aparelho conheça seu usuário e traga mais conteúdo e informação relevante para ele”, segundo Terry Mireson, vice-presidente de Windows Phone. SUPORTE AO MELHOR HARDWARE: a plataforma suportará chipsets multicores. “As aplicações rodam muito melhor em dois núcleos e em mais núcleos no futuro”, explicou. Além disso, o executivo anunciou que os smartphones serão fabricados em três resoluções de tela: VGA, WXGA, 720 pixels. “Fizemos uma escolha intencional para que todas as aplicações rodem sem problemas em todas as resoluções. A mudança será invisível”, garantiu. Para encerrar esse item, ele afirmou que os novos aparelhos terão entradas para cartões microSD a fim de aumentar o armazenamento e transferir arquivos “de maneira mais fácil”; INTERNET EXPLORER 10: o navegador estará embarcado no smar-

tphone e será o mesmo em todos os dispositivos da companhia. A novidade também terá traz melhorias no suporte a padrões HTML5 e melhorias em performance JavaScript; CÓDIGO NATIVO PARA OS DESENVOLVEDORES: aqui o objetivo principal foi facilitar a criação de games mais poderosos para os aparelhos com a plataforma. Os jogos desenvolvidos para Windows 8 também rodarão em Windows Phone 8. Os desenvolvedores ganharão melhor apoio ao DirectX para conseguir realizar a criação para os dois sistemas operacionais. “Com isso a portabilidade de aplicativos também fica mais fácil. Veremos mais apps, mais importação de aplicações, e jogos incríveis rodando em Windows Phone”, disse; NFC: a plataforma de compartilhamento será suportada por todos os sistemas da companhia; WALLET: a companhia também trará a experiência de carteira digital para seus Windows Phones. Ela apoiará cartão de débito e crédito, armazenará cupons, tickets, integrará serviços de terceiros e elementos seguros como secure payment. “O modelo trabalha com operadoras para garantir a proteção dos usuários”;

TECNOLOGIA DE MAPAS DA NOKIA: o serviço vem embarcado em todos os smartphones com Windows Phone 8. Ele dará suporte a mapas offline, controle para desenvolvedores e turn-by-turn direction. A Microsoft incluirá mapas de vários países na aplicação; WINDOWS PHONE 8 PARA EMPRESAS: a novidade terá criptografia, capacidades de gerenciamento de aplicativos que vão para os aparelhos; e gerenciamento de dispositivos onde os departamentos de TI podem controlar os apps usados via PCs para gerenciar os smartphones. Além disso, o SO terá aplicativos Office; START SCREEN MUDADA: a tela inicial ainda tem o Live Tiles “que são o coração e alma dos dispositivos Windows Phone”. Porém, as pessoas podem escolher o tamanho dos seus tiles e o que aparece neles. O objetivo é tornar o aparelho ainda mais pessoal.

Twitter terá escritório no Brasil Foto: Divulgação

o Pro deve chegar um pouco mais tarde, em janeiro. A estratégia é muito mais uma forma de impedir que dispositivos com Android, do Google, e o próprio iPad, da Apple, ganhem força com o processo de consumerização nas empresas do que um possível foco em hardware para o futuro. A opinião é de Carolina Milanese, analista do Gartner. A especialista explicou que são três os principais pontos que levaram a gigante de software a apostar, de forma tão inesperada, nesta outra fronteira da tecnologia: permitir que a companhia evangelize o Metro (sua interface de usuário intuitiva presente no Windows 8 ) em suas lojas e controle sua mensagem de ponta a ponta; trazer de volta a “sensualidade” à sua marca e provar que eles sabem o que é necessário para ter sucesso na era pós-PC; e alfinetar os concorrentes o para entregar melhores funcionalidades ou reduzir os preços. A ideia, ressaltou, não seria migrar, posteriormente, para o mercado de smartphones. Poucos dias depois da análise feita pela especialista, perguntado em uma entrevista se a Microsoft planejava, exatamente, entrar no mercado de celulares inteligentes, Greg Sullivan, gerente sênior de marketing para Windows Phone, foi enfático: “Não, nós não”, contou à InformationWeek EUA.

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WINDOWS PHONE, TAMBÉM 8

O Twitter anunciou que abrirá um escritório no Brasil. A informação vem do jornal The Financial Times, que afirmou que o foco estará voltado ao País em função das oportunidades comerciais que surgirão com a hospedagem da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, que ocorrerão em 2014 e 2016, respectivamente.

A partir da abertura desse escritório local, que deve ocorrer no final deste ano, o microblog também planeja lançar seus produtos pela América Latina em parceria com a agência de comunicação IMS. O periódico The Financial Times ainda informou que o Twitter pode iniciar operações com escritórios, em localidades como a Alemanha, Espanha, França, Itália e Holanda.

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A Google TV chegará ao Brasil até o final deste ano. As informações são da Sony, que afirmou que disponibilizará o Internet Player Sony (NSZ-GS7) nas principais lojas brasileiras ou no site. O preço do produto ainda não foi divulgado. No México também receberá o aparelho. Também estão marcados para receber o dispositivo até o final de 2012 Reino Unido, Canadá, Austrália, França, Alemanha e Holanda ainda. A tecnologia permite acesso à internet por meio do Google Chrome, utilização do Google Play e downloads de aplicativos de otimização para a TV e suporte para milhares de aplicativos para mobile, incluindo YouTube e Twitter.O Internet Player Sony (NSZ-GS7) virá

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Google TV chega ao Brasil pela Sony

Mais um atraso para o BlackBerry 10 acompanhado de um controle remoto com sensor de movimentos, contendo um touchpad na parte da frente e teclado iluminado atrás.

Esta notícia vale mais como um alerta de algo extremamente relevante: a Apple removeu um aplicativo falso do Microsoft Word 2012 da App Store. O produto, que havia recebido “ok” pelo rigoroso processo de ok da companhia, foi retirado do ar por pouco tempo depois de sua chegada, mas algumas pessoas o compraram por 9,99 dólares. Um forte sinal de que o aplicativo não seria verdadeiro é que o desenvolvedor é listado como “Super Racing Real Games”, e não como Microsoft.

Foto: Divulgação

Aplicativo falso de Word invade a App Store

A próxima plataforma móvel da Research In Motion (RIM), o BlackBerry 10, chegará apenas no primeiro trimestre de 2013, e não mais neste ano, segundo informou a própria empresa no fim de junho. O atraso, explicou, ocorreu por dificuldades de integração, apesar de as funcionalidades serem desenvolvidas dentro do prazo. “As equipes de desenvolvimento da RIM estão focadas em garantir a qualidade e confiabilidade da plataforma e não vou comprometer o produto, entregando-o antes de estar pronto. Estou confiante de que os primeiros smartphones BlackBerry 10 proporcionarão uma inovadora experiência de usuário”, afirmou Thorsten Heins, presidente e CEO da companhia, no documento. Anunciado em outubro do ano passado, o BlackBerry 10, que antes chamava BBX, promete integrar

os tablets com smartphones. A previsão era de que ele chegasse aos celulares da marca já no meio deste ano, prazo que foi dado como incerto ainda em 2011. Em dezembro, por exemplo, segundo fonte do BGR.com, o produto ainda não estava disponível pelo simples fato de “não funcionar”. No que diz respeito a apps terceiros, aparentemente há um problema de compatibilidade das aplicações criadas para os sistemas operacionais atuais (o Playbook 2.0, sistema operacional atual do tablet, roda aplicativos em HTML5, Adobe Flash e C++, enquanto os celulares têm apps, em sua maioria, em Java). Vale lembrar que o Playbook também apresentou atrasos. O projeto foi anunciado em setembro de 2010, mas chegou ao mercado apenas no ano seguinte, em maio. No Brasil, os produtos aportaram em outubro de 2011.

Microsoft libera Kinect para Windows no Brasil a 999 reais O Kinect para Windows já está disponível no Brasil, ao preço de 999 reais. O produto combina hardware, software e o licenciamento, que permite aos desenvolvedores criar uma nova classe de aplicativos baseados no Windows, usando gestos e voz, e incentiva as empresas e organizações em todo o mundo a melhorar suas operações e o relacionamento com os clientes. Ele foi lançado durante a

Consumer Electronics Show deste ano e chegou aos Estados Unidos logo na sequência, e, por lá, pode ser adquirido mais barato, por cerca de 250 dólares. A principal ideia do produto é trazer para diversas aplicações a interação com softwares via gestos, assim como o verificado com o videogame Xbox, que ao incorporar o Kinect, tornou obsoleto o uso de controles convencionais.

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O it web é um portal editado pela IT Mídia S.A. acesse www.itweb.com.br 84 julho 2012 www.crn.com.br

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Foto: Adriele Marchesini

Sony apresenta 18 novos produtos no Brasil A Sony apresentou no início de julho, em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, capital, sua nova linha de notebooks, ultrabook e all-in-one, com um total de 18 novos modelos de notebooks que chegam ao mercado a partir deste mês. Os novos produtos são voltados tanto ao mercado corporativo quanto ao usuário final e alguns deles já vêm com a terceira geração de processadores Intel. Os modelos possuem porta USB 3.0 e a tecnologia USB Charger, que otimiza o carregamento de outros eletrônicos pelo computador. Com expectativa de crescer 60% sua área de notebooks no Brasil neste ano, a companhia viu crescimento de 98%

nas operações em 2010 e outros 102% no ano anterior. Glauco Rozner, gerente da Sony Vaio Brasil, não especificou a base de crescimento, mas fez questão de frisar que a perspectiva de avanço é três vezes maior do que os cerca de 20% estimados pelo mercado em geral. “Estamos vendo maior velocidade na atualização dos notebooks pelo consumidor brasileiro. Pesquisas mostravam que antes levava quatro anos. Agora está em torno de dois anos”, disse. Entre as novidades apresentadas como tecnologia embarcadas estão o xLoud, uma tecnologia que mapeia as frequências do som e amplifica as mais graves, e a Clear Phase, que

Glauco Rozner: tela touch chega em breve diminui distorções e interferências, tornando as músicas mais reais e intensas. Já presente em smartphones e tablets, a tecnologia foi mostrada durante a coletiva, e realmente teve um efeito interessante. O que faltou em todos os modelos foi a tela sensível ao toque. Quando questionado por jornalistas o porquê de um consumidor esclarecido comprar um produto relativamente caro, como são os modelos da Sony, sem tela sensível ao toque ou teclado destacável – o movimento dos híbridos,

que chamou bastante a atenção na Computex 2012, por exemplo – Rozner não entrou em detalhes, apenas afirmou que as linhas apresentadas neste momento são atualizáveis para Windows 8 e que, no futuro, a companhia apresentará modelos com touchscreen. Não precisou, contudo, se isso ocorreria ainda neste ano. Conheça os produtos, de notebooks a ultrabooks, no IT Web: http:// itweb.com.br/59188/sony-lanca-18-modelos-entre-notes-e-ultrabooks-com-controle-por-gestos/

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Intel Core i7 3960 Extreme o Blackbird dos processadores

Core i7-3960x

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que têm em comum o Concorde, o SR-71 (Blackbird) e um raio? Cada um em sua categoria é o exemplar mais rápido. O Concorde é o jato comercial mais veloz já produzido. Voava a Mach 2.0, ou seja, mais de 2200 Km/h. O BlackBird SR-71 é o avião de caça mais rápido que já existiu, podia voar a mais de 4300 Km/h (Mach 3.5). E o raio entre os fenômenos da natureza é o mais espetacular e se desloca na velocidade da luz!! Mas o que tem tudo isso a ver com o tema deste teste e deste texto? Salvo a própria Intel ou sua competente concorrente AMD tenham trazido para o mercado algo mais evoluído nos últimos dois meses, tempo que estou testando este PC, eu afirmo que o processador Intel Core i7 3960 Exteme Edition é o mais rápido já construído. Ou no pior caso é com

Blackbird SR-71 – avião mais rápido já construído

certeza o mais veloz e evoluído que jamais testei. A Intel disponibilizou um PC magistralmente configurado com o i7 3960x para testes e estou com ele há mais de dois meses. De início apliquei meu “kit” de benchmarks preferidos. Conforme demonstrarei, todos os valores anteriormente obtidos foram pulverizados por este processador, topo de linha da sua geração denominada Sandy Bridge de 32 nm. Mas isso não era suficiente para mim. Eu resolvi delegar para este privilegiado PC um conjunto de tarefas especialmente pesadas, programas reais do dia a dia para comprovar se este i7 seria apenas um quebrador de recordes de benchmarks ou um real destruidor de tarefas (no bom sentido).

As semelhanças com o Blackbird acabam quando falamos em consumo de energia. O referido avião de caça voava até 85.000 pés (26.000 metros). Era possível observar a curvatura da terra a partir de seu cockpit. Mas para isso ele consumia uma quantidade absurda de combustível. Por isso ele foi aposentado em 1998 pela força aérea americana. Já o Core i7 3960x é bem espartano quando falamos em consumo de energia. Ele tem previsão de consumo máximo de 130 Watts. O que eu observei foi que em situações de extrema solicitação este abonado PC do teste chegava a consumir mais de 200 Watts (o PC com todos seus periféricos) em operações que apenas forçavam a CPU (não a GPU). Mas quando em

repouso este mesmo PC mal consumia 80 Watts! Em passado recente os processadores de “ponta” sempre foram perdulários gastadores de energia, mesmo em repouso. Mas ainda bem que a Intel com sua linha corporativa para servidores (Xeon) e com os processadores para desktops resolveu esta equação que relaciona desempenho e consumo há um bom tempo. Características principais Para os mais detalhistas recomendo visita ao site http://ark.intel.com que consolida informações dos processadores da Intel incluindo o i7-3960x. O quadro abaixo resume as principais características.

Core i7-3960x – características principais

São 6 núcleos de processamento, efetivamente 6 processadores em uma única pastilha ou chip. Cada um destes

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processadores tem a capacidade de lidar com duas filas de execução de tarefas ao mesmo tempo (recurso chamado Hyper Threading). Assim até 12 tarefas podem ser gerenciadas de uma só vez. Ao contrário dos processadores ordinários (ordinários no sentido de corriqueiros e não de pouca qualidade) que têm 1, 2, 3 ou no máximo 6 Mb de memória cache, o i7-3960x conta com 15 Mb de cache. Isso significa que os acessos à memória são bem mais infrequentes, pois um inteligente algoritmo interno procura manter dentro desta memória interna do processador os bytes mais usados no processamento.

fica evidenciado pelo “Turbo Boost Monitor. Veja nas telas abaixo a situação “normal” na qual há economia de energia e a situação com mais demanda.

CORE I7-3960X - TURBO BOOST MONITOR – ECONOMIA E ELEVAÇÃO DE FREQUÊNCIA

Vale a pena falar mais do Turbo Boost, pois minhas observações e testes me mostraram coisas extremamente interessantes. Em versões anteriores, processadores de outras gerações, o Turbo Boost era muito eficaz quando programas não usavam todos os núcleos do processador (afinal desenvolver programas prontos para usar todos os núcleos não era comum no passado). Mas mesmo em situações nas quais todos os núcleos são usados o i7-3960x consegue elevar sua velocidade. Veja na imagem

abaixo que todos os processadores estão “atolados” em 100% e mesmo assim a frequência subiu de 3.3 para 3.6 Ghz. Durante todos os meus testes o máximo que costumava obter de melhoria com o Turbo Boost era uma elevação até 3.8 Ghz, por vezes 3.9 Ghz o limite máximo teórico. Porém, para minha surpresa em algumas ocasiões, uma delas no programa SUPERPI (um tradicional benchmark que usa apenas UM núcleo do processado), por alguns momentos a frequência chegou a valores inimagináveis, 4.27 Ghz. Claro que usando técnicas de overclock e refrigeração adequada, como o i7-3960x é “desbloqueado” para overclock, frequências maiores do que essa podem ser obtidas. Mas o que me impressionou foi que sem qualquer artifício o gerenciador do Turbo Boost permitiu que esta elevação fosse feita. Ficava neste patamar por alguns segundos, caia, subia novamente...

CORE I7-3960X – ARQUITETURA INTERNA – NÚCLEOS, CACHE E CONTROLADOR DE MEMÓRIA

O recurso Turbo Boost 2.0, mais evoluído, consegue elevar automaticamente a frequência do processador para velocidades maiores conforme há demanda de mais carga de processamento. Esta elevação se dá de forma controlada e segura. Resumidamente se os mecanismos de controle internos detectam consumo e temperatura adequados, os núcleos mais solicitados tem elevação de sua capacidade de processamento a partir da frequência nominal de 3.3 Ghz até o limite de 3.9 Ghz. Isto

CORE I7-3960X – TURBO BOOST MÁXIMO 4.27 GHZ – SEM OVERCLOCK EXTREMO

CORE I7-3960X - TURBO BOOST ATUANDO MESMO COM 100% DE CPU

Entre tantas outras características do i7-3960x quero destacar mais uma. Ele tem um circuito controlador de memória DDR3 embutido no processador. Este controlador gerencia até 4 canais de

memória simultaneamente. O que isso significa? Se você instalar 4 módulos de memória na placa mãe o acesso às informações é feito em paralelo nos 4 módulos de uma vez só. Isso é pelo menos duas vezes mais rápido que o acesso de dupla via dos processadores convencionais. Mas como ele suporta memórias DDR3 1600 Mhz, mais rápidas, eleva ainda mais a capacidade de extração de informações da memória para o processador. ANÁLISE DO CONJUNTO E A EVOLUÇÃO São muitos detalhes. Seria enfadonho enumerar todas as evoluções de engenharia deste processador e de sua geração. Talvez apenas engenheiros eletrônicos se interessassem. Mas o que merece destaque é que não adianta um dispositivo (no caso este Core i7) ter avanços em pontos isolados. Deve haver um equilíbrio entre cada parte. Um crescimento homogêneo e bem distribuído. Imagine um automóvel. Um motor V8 de 600 HP que tem uma força fenomenal. Se colocado em um Fiat Uno seria bom? Provavelmente o Uno teria uma arrancada absurda, mas os pneus não resistiriam a três acelerações. Seria impossível frear o carro. Tanta força nas rodas dianteiras tornaria a direção extremamente pesada. Acho que me fiz entender. Não adianta apenas o processador ter uma velocidade imensa sem que todas as necessidades periféricas sejam atendidas. Por isso é tão importante entre outros pontos a placa mãe DX79SI que orquestra e equilibra todos os pontos. Não resisto em comparar novamente com o Blackbird SR-71. Este

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avião tinha que ser construído totalmente em titânio, um metal muito nobre e caro, por sua resistência estrutural, leveza e resistência ao calor. Após voar a Mach 3.5, ao pousar, a superfície do SR-71 estava 200 graus mais quente e o avião tinha se dilatado 18 cm!!! Não fosse especialmente projetado para situações extremas como esta com certeza uma catástrofe aconteceria. O i7-3960 Extreme Edition, guardadas as devidas proporções enfrenta desafios e tem características semelhantes. Materiais e técnicas especiais tiveram que ser aprimoradas para lidar com o fenômeno de “fuga de elétrons”, que se agrava a cada vez que o processo produtivo fica menor (o i7-3960x é feito em 32 nm). Conta com instrumentação sofisticada para gerenciar seu desempenho, o Turbo Boost e tantos outros segmentos. O i7-3960x é o refinamento final da tecnologia de 32 nm. No incansável processo “TICK-TOCK” da Intel, a microarquitetura de 32 nm foi apresentada na geração Westmere/Nehalem e a geração seguinte manteve a arquitetura de 32 nm, mas trouxe muitas inovações e otimizações. Entendo que a próxima evolução será o processador feito em microarquitetura de 22 nm

Core i7-3960x – evolução da plataforma

(Ivy Bridge). É um ritmo frenético e incansável. Assim espero que o i7-3960x aproveite bem seu reinado, pois é questão de tempo ele ser superado pela própria Intel!! Mas por enquanto ele reina soberano. Feliz reinado!! E mesmo com o lançamento do Ivy Bridge ele terá sangue nobre e real por muito tempo!! Os testes de desempenho Aposto que estas informações eram bastante esperadas. Eu mesmo não via a hora de por as mãos nesta joia e submeter minha bateria de testes, quase um castigo. Será que o i7-3960x se saiu bem? Vou enumerar os resultados absolutos dos e relativizar com outros dois processadores já testados, o Core i7 965 e o Core i7 2600k. Qualquer comparação será cruel, mas pode-se inferir a evolução da Intel. Vamos aos resultados!! Mas primeiro vamos conhecer o PC usado para os testes:

distintas de Core i7, cada uma topo de linha à sua época sendo comparadas.

Windows utilizado no teste

um deles com os respectivos comentários. É interessante ver a evolução ao longo das gerações, pois são 3 versões

Ficando íntimo do Core i7-3960x Em primeiro lugar os testes “contra o relógio”, nos quais os programas que são executados mais rapidamente indicam melhor desempenho. Nesta primeira série de tabelas os números MENORES indicam MELHOR desempenho. Os detalhes destes testes com explicação de cada tópico estão na versão online deste texto publicado no FORUMPCs na URL http://bit.ly/JttO2J

Placa mãe: INTEL DX79SI chipset X79 Express Memória: 4 x 2 GB DDR3 1333 Mhz PC3-10700 Kingston HD: 2 SSDs Intel Serie 510 de 120 Gb 1 HD Seagate SATA 500 GB Windows 7 Ultimate 64 bits Drive ótico LG Blu-ray RW Vídeo NVIDIA GeForce GTX 560 Em janeiro de 2011 eu testei o Core i7 2600k, que era o topo de linha da Intel. Na ocasião publiquei um texto que comparava o 2600K com o Core i7 de primeira geração, o Core i7 965. Repeti com o i7 3960x os mesmos testes que fiz nesta ocasião e fiz mais alguns. Seguem os resultados de cada

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CONCLUSÃO TESTES COMPOSTOS São os testes de “índices de desempenho”. Nestes quanto MAIOR o número final, MELHOR se saiu o processador. Os detalhes destes testes com explicação de cada tópico estão na versão online deste texto publicado no FORUMPCs na URL http://bit.ly/JttO2J TESTE DE STRESS MULTITAREFA Evidencia capacidade do conjunto superar um conjunto de aplicativos rodando ao mesmos tempo. Utilizei o PASSMARK Performance Test rodando em conjunto com o Antivírus vasculhando o disco do PC por ameaças e também o pesado WPRIME calculando raízes quadradas de até 1 milhão de números pelo algoritimo de números primos. INCRÍVEL!! O PC com o Core i7 3960x teve uma queda de performance (esperada) no PASSMARK de 3500 para 2500, mas lembro que 2500 foi o índice que o i7 2600k obteve no PASSMARK rodando “solo”, ou seja, sem stress algum. Grosso modo posso dizer que o i7 3960x tem sob esta “pressão” de dois aplicativos pesados rodando junto o mesmo desempenho do i7 2600k!!! Notável!! APLICATIVOS REAIS – DESEMPENHO NO DIA A DIA EM APLICAÇÕES PESADAS

CORE I7 3960X – STRESS MULTIREFA

Testes sintéticos, benchmarks compostos são ótimos para dar uma base de comparação entre sistemas distintos usando um referencial estático. Mas se um PC, um sistema composto por processador, placa mãe, memória, GPU e sistema de armazenamento

é adequado a uma tarefa, apenas testando intensivamente. Por isso eu usei um conjunto razoável de programas para estressar o i7-3960x. A saber, foram principalmente os seguintes programas: DIRT 3 (jogo) DIRT 2 (jogo) Pinnacle Studio 15 (editor de video) DVD FAB 8 (cópia e captura de DVDS e Blu-Ray) Microsoft Office 2010 AVS Video Converter 8 Tipard M2TS Converter DVD Shrink AVIdemux 2.5 Crysis (jogo) Time Adjuster SRT Editor (editor de legendas de filmes) AVI DMUX (Inserir legendas em filmes) VMware Workstation 8.0 (máquinas virtuais) 3DMARK03, 06, Vantage, 2011 (vídeo benchmark) Editei vídeos longos em resolução Full HD (1920x1080) de minhas últimas férias. Reeditei vídeos mais antigos em resolução (640x480). Um vídeo de resolução menor (640x480) que antes eu demorava cerca de 3 horas para processar, fiz agora em menos de 45 minutos. Captura de vídeos em Blu-Ray usando o DVD FAB em cerca de uma hora (não tinha como fazer isso antes com outro PC pela falta de drive de Blu-Ray). Conversão de vídeo é um assunto à parte. Uma vez que estava com este “meteoro” em forma de i7-3960x no meu escritório resolvi capturar e converter minha biblioteca pessoal de vídeos em DVD e Blu-Ray para formato MPEG4 ou WMV para ser usado em Mídia Center. Mas o que vale destacar agora é a “força bruta” deste i7. É sabido que GPUs fazem este trabalho de codificação de video muito bem por suas características intrínsicas. Mas com a GPU que eu tinha (nVidia GTX 560 que é uma boa GPU), usando os programas de conversão com GPU habilitada ou sem o suporte à GPU, o i7 3960x era capaz de codificar mais rápido que a GPU.

Fácil de responder. Todo e qualquer usuário que precise de alta performance. Mas quando falo alta performance digo ALTA mesmo! É natural associar os “gamers” nesta categoria. Sim eles teriam uso fantástico deste tipo de tecnologia. Mas não somente eles. Vejam meu exemplo pessoal. Eu JAMAIS pensaria em converter minha coleção de vídeos, DVDs e Blu-Rays não fosse ter ao lado um PC ágil assim. Esperar por horas e horas por cada conversão é impraticável. Algumas pessoas que trabalham em mercado financeiro e precisam executar simulações muito complexas, sofisticadas mesmo, baseadas em aplicativos específicos ou planilhas muito especiais também se beneficiariam deste recurso. Profissionais de edição de vídeo com certeza também, pois cada segundo salvo vale muito. Quem trabalha com animação em computador também precisa deste poder todo. Projetos de engenharia em CAD também. Mas, além disso, tudo eu vejo o meu caso. Uso diariamente máquina virtuais (VMware) para muitos propósitos. Com este PC foi totalmente possível rodar muitas VMs ao mesmo tempo sem perda de desempenho. Só não abri mais VMs porque o PC tinha apenas 8 Gb de RAM. Mas isso não é problema, pois esta placa mãe da INTEL, a DX79SI suporta com os módulos DDR3 corretos até 64 Gb de memória. Por fim um entusiasta por tecnologia, mesmo que não tenha nenhum uso mais sofisticado como os citados assim, mas que sabe que este PC será “de ponta” e rapidíssimo por muito tempo também se alegrará com este i7. Apenas tem que ser um consumidor endinheirado, pois o processador custa no Brasil perto de R$ 3.000!!! Mas para quem precisa, vale cada centavo. Concluo atestando que na comparação entre a tecnologia atual e as duas gerações anteriores de Core i7 o 3960x mostrou seu valor. Há sensível ganho em diversas áreas. Mais uma vez números foram pulverizados nos testes!! Verdade é que o IVY BRIDGE está batendo à porta, não vai demorar muito para chegar. Será ele tão competente em superar desafios, quebrar recordes e marcas como o i7 3960x deste teste? Esta “roda-viva” da tecnologia, em forma de TICK-TOCK é incansável. Já estou ávido e curioso para conhecer e testar a próxima plataforma de Core i7, o Blackbird dos processadores!! Mas é fato que o i73960x se manterá ainda no topo por um longo tempo!!! PS: este texto foi originalmente publicado em meu blog pessoal FXREVIEW e foi especialemente trazidop para os leitores do FORUMPCs.

Por Flávio Xandó

FÓRUM PCS É MAIS UM PRODUTO EDITORIAL DA IT MÍDIA. O TEXTO FOI ORIGINALMENTE PUBLICADO NO BLOG DE FLÁVIO XANDÓ, NO: HTTP://BLOGS.FORUMPCS.COM.BR/FLAVIO_XANDO/2012/05/13/INTEL-CORE-I7-3960-EXTREME-O-BLACKBIRD-DOS-PROCESSADORES/ HTTP://BLOGS.FORUMPCS.COM.BR/FLAVIO_XANDO/ 89

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Foto: Magdalena Gutierrez

Papo Aberto

A sua empresa está pronta para “ficar nua”?

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sta pergunta foi feita por Don Tapscott, professor, palestrante, autor e estudioso da área de gestão empresarial nos novos tempos de internet. Em “A empresa transparente” Tapscott afirmava que se sua organização vai “ficar nua”, ela tem que estar em ordem, ou com as medidas adequadas. Mas o que significa estar em ordem? Pois vamos por partes. Para começar, você saberia dizer, antes de ler o próximo parágrafo, quais os maiores bens de uma empresa? Muitos deverão pensar em seus equipamentos, incluindo móveis e todos os que levam aquela plaquinha de ativo da empresa. E eu pergunto: estes farão a diferença entre sua empresa e as demais que atuam no mesmo ramo? Acredito que não. Pois os maiores bens de uma empresa são sua marca (atenção, o logotipo é apenas uma forma de apresentação da marca; estamos falando propriamente da marca e o que ela representa para o mercado); as pessoas que dela fazem parte e compõem sua imagem; e o terceiro grande bem é o conhecimento gerado e acumulado na empresa. E o “estar em forma” significa zelar pela marca, pelas pessoas e pelo conhecimento todo o tempo, de forma que estes bens atribuam cada vez mais valor à expressão de sua empresa e que a organização possa ficar nua na frente de qualquer pessoa, já que ela está “com tudo em cima”. Não é nada fácil estar com tudo em cima. Para começar, a instituição tem que fazer valer sua missão, a razão de sua existência; correr atrás de sua visão, de como vê o futuro e pratica seus valores, começando pelo público interno. De nada adiantam plaquinhas espalhadas

pela casa com os dizeres definidos pela direção e que, muitas vezes, sequer são do conhecimento daqueles que devem zelar por tudo isso. E, começando por aí, podemos ver o quanto a empresa cuida das pessoas que dela fazem parte. E se a corporação não zela por suas pessoas, como pretende que o conhecimento seja compartilhado e armazenado compondo sua história? Me ocorreu uma comparação curiosa. Se você perguntar sobre os últimos resultados do Brasil nas copas mundiais de futebol, alguns chegarão a recitar as escalações de tempos e tempos atrás. Agora, pergunte sobre a missão, a visão e os valores da organização onde atuam e vamos ver quantos os conhecem de fato, sem ter que “colar” do quadrinho emoldurado. Pois estes têm que estar não só na mente das pessoas, mas em tudo o que praticam com seu “sobrenome corporativo”. E, lembrando as palavras do jornalista Mário Rosa em “A reputação na velocidade do pensamento”, que mostra como a revolução tecnológica mudou completamente as formas de se preservar a credibilidade na esfera pública e, na mesma linha de Tapscott, diz: reputações e marcas construídas ao longo de anos ou décadas desabam em segundos, reduzindo a nada a credibilidade, a honra, a imagem de pessoas públicas ou privadas, empresas ou instituições. Não existe mais privacidade. Absolutamente ninguém está protegido. E sua empresa está pronta para ficar nua?

Stela Lachtermacher Diretora Editorial IT Mídia stela@itmidia.com.br

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