Edicao51

Page 1

Revista Técnica da Suinocultura

&cia

SUÍNOS



Editorial

A

revista Suínos & Cia teve sua origem na base da reprodução suína. Como a evolução faz-se presente em todos os segmentos, rapidamente decidimos abranger diferentes áreas e temas para tornar a Suínos & Cia mais completa e, assim, atender à demanda de levar informação aos que têm e aspiram conhecimento nessa dinâmica atividade. Por essa razão, nesse novo ciclo decidimos homenagear a base dessa origem, trazendo na capa a imagem da reprodução e contemplando nesta edição um completo artigo sobre inovação e atualidades da reprodução. Devido aos constantes desafios em razão da presença de enfermidades que causam consideráveis perdas econômicas, confira conceitos e importantes decisões que devem ser tomadas quanto às medidas de biosseguridade, tema que terá uma continuidade de artigos nas próximas três edições. Sendo a biosseguridade de grande relevância, mas infelizmente pouco praticada na maioria das granjas, decidimos que vale a pena revisá-la de forma detalhada e completa para assegurar a viabilidade e a sustentabilidade da suinocultura. Na editoria de sanidade, confira um completo artigo sobre diagnóstico de diarreia neonatal. No mais, aproveite todo o conteúdo desta edição, que continua preservando editorias, imagens, características técnicas, jogos e referências de forma inovadora, levando aos seus leitores conhecimentos nos diferentes segmentos da suinocultura. Nosso objetivo, com a Suínos & Cia, é contribuir com informações técnicas dos que fazem o dia a dia da suinocultura, promovendo conhecimento, atualização e inovação por meio da leitura e educação continuada. Boa leitura! As editoras


Índice

6

Entrevista

Irineo da Costa Rodrigues

10 Produção

Aplicação da termografia em instalações de produção de suínos

20 Sanidade

Diagnóstico e patogênese das principais causas de diarreia neonatal

25 Sanidade

A importância da biosseguridade no controle, prevenção e erradicação das doenças que acometem suínos

36 Sumários de Pesquisa

28

Capa

Reprodução

Avanços na reprodução suína

Revista Técnica da Suinocultura

&cia

SUÍNOS

A Revista Suínos&Cia é destinada a médicos-veterinários, zootecnistas, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnicocientíficos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.


42 Jogo Rápido

Dra. Nazaré Lisboa pergunta: Sua granja adota medidas de biosseguridade?

44 Curiosidade

Museu do Suíno reúne mais de 25 mil peças

46 Recursos Humanos

Uma praga chamada “desculpa” Coleta de amostras para exame histopatológico

48 Laboratório Ceppa Informa 50 Informe Publicitário

A ocorrência simultânea de micotoxinas nas rações de suínos

52 Informe Publicitário Bruno Veiga

54 Dicas de Manejo

Inseminação pós-cervical ou intrauterina

60 Divirta-se

Encontre as palavras Jogo dos 7 erros Teste seus conhecimentos Caso clínico

Editora Técnica Maria Nazaré Lisboa CRMV-SP 03906 Consultoria Técnica Adriana Cássia Pereira CRMV - SP 18.577 Edison de Almeida CRMV - SP 3045 Mirela Caroline Zadra CRMV - SP 29.539

Ilustrações Roque de Ávila Júnior Departamento Comercial Mirela Caroline Zadra dtecnico@consuitec.com.br Jornalista Responsável Paulo Viarti MTB.: 26.493

Projeto Gráfico e Editoração Dsigns Comunicação dsigns@uol.com.br

Atendimento ao Cliente Mirela Caroline Zadra dtecnico@consuitec.com.br

Impressão Gráfica Silva Marts

Assinaturas Anuais Brasil: R$ 160,00 Exterior: R$ 180,00 Mirela Caroline Zadra dtecnico@consuitec.com.br

Administração, Redação e Publicação Av. Fausto Pietrobom, 760 - Jd. Planalto Paulínia - SP - CEP 13.145-189 Tel: (19) 3844-0443 / (19) 3844-0580

A reprodução parcial ou total de reportagens e artigos será permitida apenas com a autorização por escrito dos editores.


Entrevista

Os 50 anos da Cooperativa Lar

Irineo da Costa Rodrigues

N

atural de Canguçu, no Rio

Irineo da Costa Rodrigues, presidente da entidade, fala sobre a trajetória de sucesso da terceira maior cooperativa do Paraná. Nesta entrevista, Rodrigues conta como surgiu a Lar, os fatos mais marcantes desses 50 anos e os planos para o futuro

Grande do Sul, Irineo da Costa Rodrigues iniciou a carrei-

ra profissional na antiga Acarpa (hoje Emater - PR), como engenheiro agrônomo, entre 1974 e 1976. Depois foi chefe regional da empresa (1977 a 1980); presidente da Sudcoop (hoje 6

Frimesa), em Medianeira (PR), entre junho de 1981 e março de 1982; diretor-secretário da Confepar (1982 a 1983); secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Medianeira (1990)

rio e pelo exemplo. Também agradecemos por permitir essa entrevista. Na sua opinião, o que significa comemorar os 50 anos da Cooperativa Lar? IR - Um momento muito importante para resgatar a história e fazer um reconhecimento aos 55 associados fundadores e aos primeiros líderes que idealizaram, implantaram e viabilizaram a Cooperativa.

e diretor-presidente da Credifron-

S&C - Como foi preparar os eventos de comemo-

teiras – Sicredi Medianeira (1990 a

ração, e eles atenderam à sua expectativa?

1995). Também foi diretor-presiden-

IR - Tudo foi muito estudado e planejado. Fizemos

te (2003 e 2004) e presidente (2011 a

o lançamento da programação um ano antes, e

2012) da Cotriguaçu.

ela atendeu às nossas expectativas. Concebemos

Em 2005 recebeu os títulos de Cidadão Emérito de Canguçu (RS) e Cidadão Honorário do Paraná. Já em 2012 foi Cidadão honorário de Me-

Suínos&Cia | nº 51/2014

S&C - Primeiramente, parabéns pelo aniversá-

uma programação ampla e diversificada, focada em resgatar a história e valorizar a família associada, funcionários, parceiros e a comunidade na qual está inserida.

dianeira. Desde 2013 é membro do

S&C - Comente um pouco sobre a história e a

Conselho de Clientes do Rabobank

trajetória da Cooperativa Lar.

(braço financeiro das cooperativas da

IR - Em 19 de março de 1964 um grupo de 55 agri-

Holanda, com forte atuação no Bra-

cultores oriundos do Rio Grande do Sul e Santa

sil). Atualmente, além de presidir a

Catarina, com uma colonização baseada nos prin-

Cooperativa Lar, desde 1991 e sendo

cípios da igreja católica e coordenada pelo padre

reeleito consecutivamente em cinco

José Backes, deu origem à Comasil (Cooperativa

eleições, também é diretor-presiden-

Agrícola Mista Sipal). No decorrer dos anos, os

te da Coodetec, cargo que assumiu

associados foram superando as dificuldades e

em 1995.

tinham como fonte de subsistência a produção


Entrevista

de leite para fazer queijo, um pouco de feijão e mandioca, mas dependiam, principalmente, da colheita da soja e do milho. Estavam à mercê das condições climáticas. Na década de 70, a Cooperativa passou a se chamar Cooperativa Agrícola Três Fronteiras Ltda. (Cotrefal), participou da aquisição do frigorífico Frimesa para industrialização de suínos e começou a questionar como poderia ser feita a diversificação das atividades no campo. A partir dos anos 80, ela começou a proporcionar aos associados as opções de criação de aves de corte, terminação de suínos, produção de leite organizada e comercialização de ovos como fonte de renda para viabilizar as pequenas propriedades. Em 2002, com a agroindustrialização já implantada, o nome

“ Concebemos uma programação ampla e diversificada, focada em resgatar a história e valorizar a família associada, funcionários, parceiros e a comunidade na qual está inserida”

Novo Centro Administrativo da Cooperativa Agroindustrial Lar mudou para Cooperativa Agroindustrial Lar, e a industrialização organizada pela Lar passou a agregar valor aos produtos primários. Em 2013 a Cooperativa alcançou um faturamento de R$ 2,7 bilhões e hoje conta com a seguinte estrutura: uma unidade industrial de mandioca e amido de milho, uma unidade de recria de novilhas, três fábricas de rações, uma unidade produtora de pintainhos, uma unida-

7

de industrial de aves, duas unidades produtoras de leitões, uma unidade produtora de matrizes de suínos, uma unidade de produção de sêmen suíno, 13 supermercados, dois postos de combustíveis com loja de conveniência, 23 unidades de atendimento aos associados no Paraná e em Mato Grosso do Sul, oito unidades de recebimento de grãos no Paraguai e uma unidade de produção de sementes em Xanxerê (SC). Do grupo que trabalha para manter o padrão e os resultados da Lar fazem parte 9.250 associados e mais de 6.400 funcionários. No ano em que a Cooperativa Lar comemora os 50 anos de sua fundação, vivendo a conquista de seu melhor momento histórico, em 19 de março deste ano inaugurou o novo Centro Administrativo, um prédio de seis andares com estrutura de última geração. Esta obra visa à qualidade de vida no ambiente de trabalho e ao melhor atendimento aos associados e clientes. S&C - O que mais lhe marcou no desenvolvimento da Cooperativa neste período?

Homenagem aos associados e funcionários em frente ao novo Centro Administrativo

IR - A viabilização da pequena propriedade, na qual temos hoje qualidade de vida. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Entrevista

S&C - Nos 50 anos da Cooperativa Lar existe um modelo expressivo de suinocultura no país. Nessa atividade, quais são os planos para o futuro? IR - A Lar ampliará a suinocultura para trazer viabilidade a mais algumas pequenas propriedades, introduzindo na região novos modelos que se adaptem às propriedades menores. S&C - Nesses anos de presidência da Cooperativa, qual o fato que mais lhe impressionou e lhe deu a certeza de estar no caminho certo? IR - Foi quando estancamos o êxodo rural, e os filhos de associados permaneceram ou voltaram às propriedades de seus pais, começaram a cursar uma faculdade e continuaram estudando. Festa de comemoração aos 50 Anos da Cooperativa Agroindustrial Lar S&C - Como presidente, qual sua expectativa de inovação e sustentabilidade da Cooperativa para os próximos anos? IR - É preciso, principalmente, capacitar pessoas para que estejam preparadas para ser melhores gestores, que sejam aptas a incluir o novo no dia a dia da Cooperativa. S&C - Em sua opinião, quais as principais razões para o sucesso da Cooperativa Lar?

8

IR - A participação da família associada e o investimento contínuo em pessoas. S&C - Como se sente fazendo parte desta história? IR - É um privilégio ser o diretor-presidente durante o melhor momento da Cooperativa.

S&C - Faria algo diferente que pudesse mudar sua história na Cooperativa? IR - Sim, teria acelerado mais a diversificação, o processo industrial e a expansão para novas fronteiras agrícolas e para fora do país, como, por exemplo, o Paraguai.

“ É preciso, principalmente, capacitar pessoas para que estejam preparadas para ser melhores gestores, que sejam aptas a incluir o novo no dia a dia da Cooperativa” S&C - Qual é a sua mensagem pelos 50 anos da Cooperativa Lar? IR - É de admiração aos pioneiros e aos que deram os primeiros passos, como o organizador da Colonização de Missal e primeiro presidente da Cooperativa, o padre José Backes. S&C - Gostaria de deixar algum agradecimento?

Público presente na festa de 50 Anos da Cooperativa Agroindustrial Lar Suínos&Cia | nº 51/2014

IR - Agradecemos o apoio e a confiança da família associada da Cooperativa Lar, que entendeu que era preciso crescer e se modernizar. Hoje somos a terceira maior cooperativa do Paraná e crescemos nos últimos anos em média 20% ao ano. Isto é muito importante para continuar a diluir custos e manter a lucratividade, fatores essenciais para dar retorno financeiro aos associados e ao quadro de funcionários e permitir que a Cooperativa continue crescendo.



Produção

Aplicação da termografia em instalações de produção de suínos Carlos Piñeiro, veterinário. Diretor PigCHAMP Pro Europa SL - pigchamp@pigchamp-pro.com Alberto Manso, veterinário. Departamento de P&D Inmaculada Díaz, veterinária. Serviços Técnicos Veterinários Gema Montalvo, engenheira agrícola. Departamento de Engenharia Ambiental

A

termografia infravermelha é uma tecnologia que existe há décadas, mas que tem sido utilizada com moderação, apesar do alto retorno que o seu uso adequado pode proporcionar, seja na detecção de problemas de eficiência energética em instalações ou nas questões de bem-estar relacionadas aos nossos animais, entre outros. Muitos problemas que ocorrem nas granjas de suínos estão relacionados ao manejo e ao controle ambiental inadequados. É necessário proporcionar aos animais um microclima correto para cada idade e estágio de produção. Estes microclimas distintos são obtidos por meio da modificação artificial dos elementos que compõem o ambiente das instalações, o que proporcionará o conforto adequado para suprir as necessidades dos animais. Nesse aspecto, a termografia infravermelha é uma ferramenta essencial, auxiliando na detecção de falhas em instalações e, consequentemente, melhorando a produtividade dos animais. Para se obter uma alta eficiência energética, o isolamento das instalações é um fator chave. As acomodações que dispõem de sistemas de isolamento adequados retêm melhor, em seu interior, o calor fornecido pelos equipamentos de aquecimento ou resfriamento e, consequentemente, permitem a esses sistemas operarem em regime moderado. Assim, o custo da energia dispendida nesses dispositivos é reduzido, e a vida útil do sistema é alongada. Com a termografia infravermelha podemos, facilmente, detectar falhas no isolamento e otimizar a eficiência energética das nossas instalações. O uso desta tecnologia em auditorias energéticas realizadas em edificações e instalações está se tornando cada vez mais comum, o que permite ao técnico detectar e avaliar as perdas de calor e energia de forma fácil, gerando dados consistentes para a composição de relatórios e a discussão de cada situação com o proprietário, de uma forma bastante visual. Assim, ambos podem decidir o que fazer, em termos de melhorias. Até recentemente não havia nenhuma tecnologia apropriada, a um preço acessível e com simplicidade suficiente para permitir o uso da termografia

10

Suínos&Cia | nº 51/2014

como uma ferramenta de rotina no diagnóstico de tais problemas. Entretanto, soluções que atendam aos requisitos que esse setor necessita têm começado a surgir no mercado. Nos últimos anos, a competitividade da produção animal e, em particular, da produção de suínos, foi gravemente comprometida pelo grande aumento nos custos de produção, relacionado principalmente aos valores das matériasprimas e aos baixos (embora oscilantes) preços de venda. Por isso, ela está se reorganizando, e sua competitividade contemplará um rigoroso controle da eficiência produtiva, associado aos mais altos padrões de qualidade, relacionados à saúde, ao bem-estar animal, ao controle de emissões de poluentes para o ambiente e à segurança alimentar. Os suinocultores só terão a capacidade de influenciar o seu próprio negócio melhorando a eficiência do controle de custos, com o objetivo de alcançar melhores margens, as quais permitam continuar produzindo de forma lucrativa. Dentro do termo eficiência podemos distinguir dois pontos intimamente relacionados: eficiência de produção e eficiência energética. Eficiência de produção No caso da eficiência produtiva, falamos em otimizar o desempenho dos nossos animais com o menor custo, mantendo suas condições de conforto e bem-estar. Nesse caso, devemos considerar vários fatores: genética, alimentação, sanidade, manejo e meio ambiente, entre outros. Como já enfatizamos no resumo do artigo, muitos dos problemas que ocorrem nas granjas de suínos estão relacionados com o manejo e o controle ambiental inadequados. É necessário proporcionar aos animais um microclima adequado para cada idade e estágio de produção, de modo que eles tenham uma zona de conforto compatível com as suas necessidades e funções produtivas que forem desempenhar. Isso se consegue por meio da modificação artificial de elementos que formam o meio ambiente, por intermédio de sistemas de isolamento térmico e do uso de ar-condicionado. Uma vez adequadas estas condições ambientais, os seguintes pontos serão afetados:


Produção

• Genética: aumento da expressão do potencial genético, em função da redução dos fatores ambientais limitantes; • Sanidade: redução da incidência de doenças; • Alimentação: otimização do uso de alimentos, uma vez que o animal não deve desviar energia para manter a temperatura corporal.

leitura de milhões de pontos de cada vez, fornecendo-nos um termograma, que é uma representação colorida das diferenças de radiação dos objetos. Como a radiação infravermelha está diretamente relacionada com a temperatura, o que temos no final é um retrato das diferenças de temperatura dos materiais (figura 1). Figura 1

Eficiência energética No caso da eficiência energética, falamos em otimização do consumo de energia dos diferentes processos, atividades e operação de equipamentos da granja para manter as condições de manejo, conforto e segurança dos animais. Para alcançar uma melhoria neste aspecto, devemos considerar uma série de fatores envolvidos diretamente: materiais de construção, isolamento, ventilação, aquecimento e iluminação, principalmente. A maioria deles é destinada a controlar a temperatura interna nas instalações para se alcançar níveis ideais de temperaturas de produção. Como sabemos, se temos dois volumes em temperaturas distintas (por exemplo, internamente na granja e fora da granja), ambos tendem a se igualar entre eles por meio da transferência de calor pela superfície. Por isso é muito importante o uso de material isolante, para que o ambiente interno mantenha a sua temperatura. Por meio do isolamento adequado conseguimos reduzir as perdas de calor no tempo do frio, reduzir o ganho de calor nos períodos de altas temperaturas e otimizar o desempenho do ar-condicionado (aquecimento, arrefecimento e ventilação). Assim se consegue que os sistemas de climatização funcionem no “modo de manutenção”, em vez de funcionar no “modo de produção de calor ou frio”, o que reduz o custo da energia utilizada nesses dispositivos e estende a vida útil deles. As granjas precisam de técnicas e ferramentas para localizar falhas nas instalações que comprometam tanto a eficiência produtiva como a energética, melhorando, assim, a sua competitividade no setor. E uma dessas ferramentas é a termografia infravermelha. A termografia infravermelha A termografia infravermelha é uma técnica baseada na medida da radiação infravermelha emitida a partir da superfície de um objeto. Raios infravermelhos são emissões eletromagnéticas situadas entre a área de radiações visíveis para o olho humano e as ondas de rádio, sendo, por isso, invisíveis para nós, mas perceptíveis por meio do calor pelos nossos receptores nervosos na pele. As câmeras termográficas detectam essas radiações e as transformam em um sinal elétrico, o qual nos dá um código de cores. A lente da câmera faz uma

Imagem termográfica do exterior de uma granja de suínos Além disso, a termografia ainda tem três vantagens adicionais: • é uma medição em tempo real, ou seja, que pode ser medida enquanto vemos o objeto na tela e onde podemos ver imediatamente todas as mudanças às quais ele se submete; • é uma técnica não invasiva, ou seja, medida sem contato direto. Isso nos faz ficar longe do perigo (presença de carga elétrica, diagnósticos realizados a certa altura, etc.) e não influenciarmos o corpo ou objeto a ser medido; • é bidimensional, isto é, a temperatura pode ser medida em dois ou mais pontos de um mesmo objeto, o que permite realizar comparações sob condições idênticas. Com tudo isso, podemos observar qualquer problema ou condição que possas ser visualizados por meio de uma diferença de temperatura, tais como os derivados de maus sistemas de isolamento, ar-condicionado com defeito, pontes térmicas, materiais inadequados, falhas de projeto, choques de correntes de ar, etc. Assim, podem ser detectadas em nossas instalações anomalias invisíveis ao olho humano, com o objetivo de corrigir os erros e as falhas que possam levar à perda de eficiência e, consequentemente, perda de competitividade no setor. Ao longo deste artigo serão detalhados vários exemplos relativos à utilidade da termografia na produção atual de carne suína. nº 51/2014 | Suínos&Cia

11


Produção

Diagnóstico de instalações A termografia é uma ferramenta excepcional para localizar defeitos na construção da granja, tais como falta de isolamento térmico, insuficiência de áreas cobertas e problemas de condensação. Falhas no isolamento dos ambientes As superfícies de uma sala, especialmente os telhados, devem ser bem isoladas para que seja mantido um ambiente apropriado em seu interior, independentemente da temperatura externa. No entanto, é bastante comum que esse isolamento não esteja em bom estado de conservação, pela deterioração do isolamento, quantidade insuficiente dele ou devido a danos causados por roedores, por exemplo. A seguir apresentamos alguns exemplos de situações detectadas nos sistemas de isolamento, por meio da termografia. Figura 2.1

Na figura 2 podemos notar duas imagens termográficas referentes à ruptura do isolamento na parte superior de uma gestação, devido à destruição por roedores. Na imagem termográfica, destacada pelo infravermelho, vemos que a área sem isolamento apresenta temperatura mais fria do que o restante do teto. Na foto à esquerda pode-se até mesmo observar um ninho (com roedores em seu interior), representado termograficamente por um ponto de temperatura mais alta (ponto laranjaavermelhado dentro da área mais fria, em azul). Na imagem da direita vemos também que a cumieira do telhado não tem isolamento suficiente. A figura 3 mostra um exemplo de paredes mal isoladas que, por isso, não serão capazes de manter uma temperatura interna ideal. Na imagem termográfica observam-se as áreas da parede mal isoladas em tons de azul, correspondendo às regiões mais frias, enquanto o restante da parede, com temperatura mais alta, aparece ligeiramente alaranjada. Neste caso, a parte mais alta da parede (a parte mais fria) faz limite direto com a rua, enquanto a parte inferior está em contato direto com outras salas de creche. Por isso o isolamento das paredes, em particular da parte superior, deve ser melhorado para evitar a perda de calor (e para manter a temperatura ideal na sala, com um menor consumo de energia). Figura 3

12

Figura 2.2

Paredes de creches com isolamento insuficiente

Ruptura do material isolante no telhado de uma sala de gestação. Em ambas as fotos também pode-se observar áreas com quantidade insuficiente de material isolante Suínos&Cia | nº 51/2014

Na figura 4 observa-se um exemplo semelhante ao da figura 3. Nesse caso estamos diante de uma sala onde a parede esquerda abre-se diretamente para a rua, e a da direita comunica-se com outra sala idêntica. Observa-se como há mais animais descansando próximo da parede da direita (sete contra um). Isso confirma o fato de que o isolamento da parede da esquerda não é adequado para a manutenção de um ambiente confortável para os animais. As paredes que se limitam com o exterior da granja devem ser compostas de mais material isolante, em comparação com o restante da construção, ou devem conter uma câmara de ar que crie uma “ruptura térmica” entre o exterior e o interior da sala.


Produção Figura 4

Figura 5.1

Exemplo de parede de sala com isolamento insuficiente

Figura 5.2

Finalmente, duas fotos adicionais em que as estruturas das salas que servem como isolantes apresentam rupturas, nesse caso, do teto falso das creches (figura 5). Na imagem térmica do lado esquerdo vemos – na área inferior da sala – que o teto foi quebrado e separado da parede. Como resultado, surgiu uma rachadura por onde entram correntes de ar frio diretamente sobre os leitões, que estão logo abaixo. Na foto da direita ocorreu a mesma situação, embora a rachadura seja muito menor. Nos climas frios, a inspeção térmica das construções é geralmente realizada no inverno. Em climas mais quentes, em que é importante verificar se o edifício está bem isolado para manter internamente o ar frio gerado pelos sistemas de ar-condicionado, os meses de verão tendem a ser ideais para este tipo de inspeção. Falhas no sistema de ventilação As fugas de ar levam a um maior consumo de energia e, geralmente, causam problemas no sistema de ventilação. Também podem causar condensação na estrutura, o que, por sua vez, pode comprometer o equilíbrio do ambiente interior. Para se detectar vazamentos de ar, com o auxílio de uma câmara termográfica, é preciso haver uma diferença de temperatura e de pressão. Para que isso ocorra, devemos fechar as portas e as janelas da sala, criando, assim, uma pressão negativa dentro dela. Nas instalações com ventilação natural é preciso utilizar um sistema do tipo “portaventilador” para aspirar o ar no interior da sala e criar uma pressão negativa. Em instalações com ventilação forçada são os extratores de ar que criam diretamente a pressão negativa necessária. Com uma câmara termográfica é possível detectar os padrões característicos que ocorrem quando o

13

Exemplos de rachaduras nos tetos falsos das salas de creche

ar frio entra por um ponto de fuga na construção (percorre uma superfície e a resfria). A inspeção térmica deve ser sempre realizada do lado da construção com pressão negativa. Exemplos típicos de causadores de falhas na ventilação são as portas de entrada dos animais para salas, as quais geralmente são também vias de entrada para correntes de ar, muito frias em determinadas épocas do ano. Em geral, elas não são feitas com material bem isolante e também não costumam se encaixar perfeitamente nos batentes, o que evitaria a entrada de ar. Como consequência, ou a temperatura ambiente diminui (ou aumenta o custo do aquecimento para a manutenção da temperatura desejada) ou os animais que ficam próximos da porta sofrem diretamente com a entrada do ar frio. Na figura 6 temos exemplos de portas que não fecham bem, nas quais há orifícios que permitem a entrada de ar, o qual resfria as áreas por onde passa (em azul). nº 51/2014 | Suínos&Cia


Produção Figura 6.1

imagem térmica de uma sala de gestação. O ar, nesta sala, entra pelas janelas à esquerda e já se pode notar como toda a área é esfriada pela sua entrada, até mesmo o piso e o espaço físico ocupado pelos animais. O ideal, no caso deste fluxo de ar, seria que ele entrasse diretamente por cima, misturando-se com o ar presente na área superior central da sala, e descesse lentamente para tentar manter a mesma temperatura em toda a sala, sem correntes. Figura 7

Figura 6.2

Abertura de ventilação mal fechada, no inverno. À esquerda da imagem, zona termográfica mista e à diretita da imagem, zona termográfica pura

14

Figura 8

Exemplos de portas de salas de partos que não se fecham corretamente

Em épocas de frio os sistemas de refrigeração (coolings) são desabilitados e devem ser selados para evitar perdas de calor. Na figura 7 vemos uma falha no fechamento de um cooling em pleno inverno, por onde o ar frio entra diretamente, diminuindo a temperatura de todo o local. No projeto de uma sala é importante ter em conta a entrada do fluxo de ar. O ar que entra na sala, com temperatura mais baixa, deve ser pelo topo dela. O ar quente tem de estar em contato com os animais, na parte inferior da sala. Devido ao seu peso menor, o ar quente tende a subir, deslocando o ar frio, que se move para baixo enquanto vai se aquecendo, estabelecendo, assim, um fluxo de ventilação ideal. Se a entrada de ar não estiver correta, o ar que chega aos animais não é tão quente como deveria, podendo, inclusive, chegar frio até eles, o que causa desconforto e aumento da susceptibilidade a doenças. Com a termografia e a técnica de “porta-ventilador” podemos estimar a direção do ar ao entrar e do fluxo de ar frio/ quente dentro da sala, avaliando as superfícies que se esfriam pela entrada do ar. A figura 8 mostra a Suínos&Cia | nº 51/2014

Imagem termográfica de uma gestação originada de um projeto de instalação incorreto, no que se refere à entrada do ar

Em contrapartida, na figura 9 podemos observar imagens térmicas de instalações em que o fluxo de ar é correto. A corrente de ar que entra do exterior vai diretamente das janelas até o teto, sem, entretanto, resfriar todo o ambiente. Este seria o exemplo de um bom design de instalações


Produção

para uma sala de parto (figura 9.1) e creches (figura 9.2). Na sala de partos o projeto poderia ser melhorado, com a instalação de divisórias nas laterais da janela para evitar correntes de ar que esfriam essas áreas. Figura 9.1

Figura 9.2

- os animais desviam a energia procedente dos alimentos para se termorregularem, o que leva a um aumento do consumo de ração, havendo também diminuição nos níveis de crescimento e bem-estar; - ocorre aumento na incidência de doenças respiratórias e digestivas, o que reduz o desempenho e aumenta o número de baixas e os tratamentos com antibióticos. Os sistemas de aquecimento mais comuns para estas instalações são, geralmente, aquecimento elétrico sob o piso (lactação e creche), lâmpadas infravermelhas (escamoteadores e creche) e pistolas de ar quente a óleo diesel (creche). Entre os exemplos de problemas no aquecimento detectados pela termografia podemos destacar uma situação relativamente comum, que é o mal funcionamento das placas de aquecimento sob o piso. A inspeção termográfica pode facilmente detectar quaisquer defeitos nas resistências ou tubos do sistema de aquecimento subterrâneo, ajudando, assim, a identificar a localização exata do problema, otimizando os reparos. A figura 10 é muito ilustrativa, nesse sentido. Figura 10

15

Imagens termográficas de uma sala de parto (figura 9.1) e de uma sala de creche (figura 9.2) de um desenho de instalações correto quanto a entrada do ar

Falhas no sistema de aquecimento Em instalações para animais adultos (terminação e matrizes) geralmente não é necessária a adoção de sistemas de aquecimento, já que um bom isolamento e o calor corporal dos animais são suficientes para se obter as temperaturas adequadas. Por outro lado, nas salas de parto e nas creches/locais de transição devem ser adotados sistemas de aquecimento adequados para cada uma dessas fases. Qualquer falha nesses sistemas de aquecimento pode resultar em perdas de rendimento dos animais, por duas razões:

Detecção, com termografia, de uma placa de calefação defeituosa (esquerda) e de outra que funciona corretamente (direita)

Pontes térmicas Outra aplicação da termografia diz respeito à localização de pontes térmicas, que correspondem a pontos nas instalações onde ocorre desperdício de energia. A ponte térmica é uma área na qual o invólucro do edifício tem uma resistência térmica mais baixa. Ela é causada por limitações da construção. O calor seguirá sempre o percurso mais fácil, a partir do espaço aquecido para o exterior: o caminho de menor resistência. Os efeitos mais usuais das pontes térmicas são: • baixas temperaturas na superfície interior. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Produção

No pior dos casos, isso pode resultar em problemas de condensação, particularmente nos cantos; • perdas de calor mais significativas; • presença de áreas mais frias nas instalações. A figura 11 mostra um exemplo desse tipo em uma creche. Vemos que as vigas de suporte do telhado da sala não estão bem isoladas, apresentando, assim, a mesma temperatura do exterior. Desse modo, a temperatura ambiente fica reduzida, havendo ainda condensação de água no local. A solução, neste caso, foi a instalação de um isolamento adequado em torno das vigas.

Em muitas ocasiões nos concentramos em procurar pontes térmicas nas paredes e no teto, nos esquecendo das portas. Na figura 13 vemos como uma porta, que era considerada “bem isolada”, possui pontes térmicas na armação principal de sua estrutura que chegam a criar condensação, esfriando, assim, a região circundante. Figura 13

Figura 11

Portas da sala de gestação com pontes térmicas em sua estrutura principal. Vemos também a condensação criada pelas baixas temperaturas destas pontes térmicas

16

Detecção de problemas pontuais Sala de creche com teto mal projetado

Na figura 12 vemos uma ponte térmica no exterior da sala. Neste caso, a parede não está bem isolada, e as vigas de metal fazem uma ponte térmica, deixando escapar o calor do interior da instalação (coloração mais avermelhada). Figura 12

Parede de sala de creche mal isolada, onde pode-se ver pontes térmicas no exterior da sala Suínos&Cia | nº 51/2014

Alguns problemas são provocados por falhas pontuais em materiais usados na construção das instalações, na estrutura dela (que podem afetar a operação do sistema) ou no ambiente no qual os animais estão inseridos (que podem conduzir a uma reparação dispendiosa ou a um processo patológico). A termografia pode ser usada como uma ferramenta para a detecção desses problemas, permitindo um diagnóstico precoce e, assim, uma reparação mais adequada, evitando problemas futuros. Seguem alguns exemplos: Em uma sala de parto, de repente, detectou-se um problema de mastite em uma porca parida há duas semanas, o que levou sua leitegada a manifestar diarreia generalizada. Pelo modo de apresentação do problema e o histórico da granja, foi descartada a origem infecciosa: a propriedade não tinha aumento na incidência de casos de mastite, e o processo não tinha aparecido no prazo habitual (72 horas após o nascimento). Por isso, pensou-se em outra origem (alimentação, manejo, ambiente). No dia em que surgiu o problema foi detectada uma falha no bebedouro que causou perda de água. Em princípio, estes problemas são resolvidos mais em função de despesa extra (maior consumo de água e maior volume de dejetos líquidos


Produção

destinado às fossas) e não porque isso possa afetar os animais. A utilização da termografia permitiu demonstrar que a perda de água por meio do bebedouro originou áreas muito frias no local de descanso da porca, levando, por conseguinte, a um processo patológico que afetou o animal. A figura 14 compara a temperatura na baia com a situação de falha no bebedouro e numa situação normal, na mesma sala de partos. Figura 14

As falhas nos sistemas de aquecimento que usam a eletricidade como fonte são geralmente devidas a sobrecargas nos fios dos circuitos. Elas podem ocorrer (falhas em lâmpadas de calor ou placas) em toda a sala ou apenas no lado afetado da sala (mais difícil de diagnosticar). A termografia pode ser usada para digitalizar painéis elétricos, fusíveis, acessórios, etc. A detecção de problemas desse tipo, normalmente invisíveis a olho nu, permite o reparo precoce deles. Se estas verificações não forem realizadas, problemas elétricos desse tipo podem levar a episódios de altas temperaturas. Além disso, faíscas podem causar incêndios. Com o gerador de imagens é possível também observar tais problemas (figura 16).

Figura 16

Compartimento da sala de partos com perdas no bebedouro (esquerda) e compartimento sem falhas em seu bebedouro (direita)

Na figura 15 vemos outro problema relacionado com o sistema de distribuição de água. Neste caso notamos que, dos quatro circuitos de água que servem às creches, um deles apresenta maior temperatura que os demais. Essa situação é um indicativo de que por esses tubos não circula água. Foi possível então verificar que a chave geral desse circuito estava defeituosa e não se abria. Figura 15

Circuitos de distribuição de água de uma sala de creche. A maior temperatura do terceiro circuito, de baixo para cima, indica que a água não circula pelo seu interior

17

Sobrecarga de circuitos elétricos, evidente nos cabos com coloração mais escura

Outras áreas que podem ser monitoradas com a câmara geradora de imagens termográficas são os motores da granja (destinados à distribuição da ração, exaustores de ar, compressores, etc.). Devido a diferentes situações, tais como condições ambientais adversas, dimensionamento inadequado e sobreuso, estes motores podem superaquecer, o que geralmente encurta as suas vidas. Graças à imagem térmica podemos detectar essas falhas e corrigi-las. Na figura 17 vemos o superaquecimento de um motor no transporte da ração, do silo para a sala de parto (ponto vermelho abaixo do silo, à direita).

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Produção Figura 17

Superaquecimento do motor de distribuição de ração, no silo da esquerda. Imagem termográfica pura à esquerda e imagem termográfica mista à direita

Conclusões

18

A pressão do mercado, o aumento dos custos de produção e as novas regulamentações relativas ao bem-estar animal têm afetado a competitividade na produção de suínos. Melhorar a eficiência e o controle dos custos pode melhorar as margens de lucro, mantendo a produção rentável. A termografia tem provado ser uma ferramenta muito útil para a detecção de problemas de baixa eficiência energética em instalações suinícolas. A correção

Bibliografia

1. ALEGRE, A.; GARCÍA, L.A. Aplicación de la termografia en avicultura. Grupo AN. Portal albéitar. http://albeitar. portalveterinaria.com. 2011. 2. CORDERO, G.; MORALES, J.; APARICIO, M.; MANSO, A.; DÍAZ, I.; PIÑEIRO, C. Cutting costs and saving CO2 emissions with energy saving techniques in lactation barns. ESPHM. 4. Proceedings… Bruges. 2012. 3. DASKALOV, P.I.; ARVANITIS, K.G.; PASGIANOS, G.D.; SIGRINIS, N.A. Nonlinear Adaptative Temperature and Humidity Control in Animal Buildings. Bios. Engin. v. 93. N.1. 2006. 4. ECHEVARRÍA, A.I. El ambiente climático en la producción porcina. Facultad de Agronomía y Veterinaria de la Universidad Nacional de Rio Cuarto, Argentina. 5. FLIR SYSTEMS AB. Thermal imaging guidebook for building and renewable energy applications. 2011. 6. FLIR SYSTEMS AB. FLIR T425. Cámara de infrarrojos con función de imagen en Suínos&Cia | nº 51/2014

dessas falhas nos permite reduzir os gastos com energia, aumentar a vida útil dos equipamentos e materiais e melhorar o bem-estar e o desempenho de nossos animais. Com tudo isso, conseguimos melhorar a eficiência e o controle dos custos, aumentando a rentabilidade do negócio. O uso desta tecnologia era tradicionalmente limitada pela complexidade e alto preço dos equipamentos para medição termográfica. Mas hoje já existem empresas especializadas em auditorias energéticas, as quais – combinando a geração de um protocolo detalhado com a atuação das câmaras termográficas – fornecem um diagnóstico preciso sobre o uso da energia nas instalações para os animais. Recomenda-se a realização desse tipo de diagnóstico pelo menos duas vezes por ano, dependendo das condições meteorológicas da região na qual a granja está localizada. Assim, os serviços prestados por essas empresas podem servir de apoio ao trabalho realizado por engenheiros e veterinários, tornando-o mais eficiente, agregando mais valor a esse tipo de negócio e facultando aos produtores a obtenção de um rendimento extra, o qual lhes permitirá manter a competitividade no setor. Contato com os autores PigCHAMP Pro Europa SL. C/Santa Catalina, 10. Local. Segovia 40003. Telefone: 921 412 556 e-mail: pigchamp@pigchamp-pro.com imagen y fusión térmica. Suecia World Wide Thermography Center. 2011. 7. FLIR SYSTEMS AB. The Ultimate Infrared Handbook for R&D Professionals. 2011. 8. IDAE (Instituto para la diversificación y ahorro de la Energía). Ahorro y Eficiencia Energética en Instalaciones Ganaderas. www.idae.es. 2005. 9. LUCAS, E.M.; RANDALL, J.M.; MENESES, J.F. Potential for evaporative Cooling during Heat Stress Periods in Pig Production in Portugal (Alentejo). Journ. Agric. Engin. Res. v. 76. n. 4. http:// dx.doi.org/10.1006/jaer.2000.0550. 2000. 10. MELGOSA, S. Guía de la termografia infrarroja: Aplicaciones en ahorro y eficiencia energética. Fundación de la Energía de la comunidad de Madrid. www.fenercom.com. 2011. 11. NAVAS, L.M.; BAPTISTA, F. Auditorías Energéticas en Instalaciones Ganaderas. IDAE. 2010. 12. SEEDORF, J.; HARTUNG, J.; SCHRODER, M.; LINKERT, K.H. Temperature and Moisture Conditions in Livestock Buildings in Northern Europe. Jour. Agric. Engin. Res.1998.


! " #

$ % &

'( (

!"#


Sanidade

Diagnóstico e patogênese das principais causas de diarreia neonatal P Arruda, T Martins, KJ Schwartz Universidade Veterinária do Estado de Iowa Laboratório de Diagnóstico Universidade Federal de Santa Maria paulohea@iastate.edu

Introdução

I

owa está localizada no meio-oeste dos Estados Unidos e no coração de uma região conhecida como “cinturão do milho”. O nome dessa região se originou do fato de que o milho e a soja são, desde o início da década de 1950, as culturas locais predominantemente produzidas. A agricultura é um dos componentes mais importantes da economia de Iowa. Apesar da pequena população (cerca de 3 milhões de habitantes), o Estado de Iowa é classificado como um dos mais importantes dos EUA, em termos de agricultura. Atualmente, Iowa é o primeiro no país em número de suínos produzidos e abatidos e produção de ovos, milho e soja. Devido à importância destes setores da agricultura para a economia do Estado e das pessoas, a Universidade do Estado de Iowa tem um grande direcionamento para assuntos relacionados a esses setores.

20

A Faculdade de Medicina Veterinária foi fundada em 1879, sendo a mais antiga faculdade pública de veterinária dos EUA. O Laboratório de Diagnóstico da Universidade do Estado de Iowa (ISU-VDL) faz parte da Faculdade de Veterinária e pertence ao departamento de Diagnóstico Veterinário e Medicina voltada à Produção Animal. O referido laboratório tem como principal missão apoiar e fornecer diagnóstico rápido e preciso para os veterinários, bem como para os órgãos estaduais e federais desse segmento. Devido à sua localização geográfica e à atual demanda, o laboratório atende 60 mil casos anuais, dos quais 75% estão relacionados a suínos, demonstrando dessa forma o quanto a espécie é importante na região. Historicamente, as infecções entéricas e respiratórias são os mais graves desafios sanitários enfrentados pela indústria suína. O Laboratório de Diagnóstico Veterinário da Universidade do Estado de Iowa (Iowa State University Veterinary Diagnostic Laboratory; ISU-VDL) realiza aproximadamente 10 mil exames patológicos em suínos por ano, 30% dos quais envolvem doenças do trato intestinal. Todas as faixas etárias estão representadas nas amostras de doenças entéricas submetidas; os leitões neonatos, no entanto, são particularmente susceptíveis a doenças entéricas por diferentes razões. Fatores específicos que aumentam a susceptibilidade neonatal a doenças entéricas e, portanto, às manifestações clínicas entéricas, podem ser categorizados de uma maneira geral em: 1. Adaptações digestiva;

fisiológicas

e

maturidade

2. Funções e limitações imunes neonatais; 3. Colonização do trato gastrointestinal por sucessivas levas de bactérias; Historicamente, as infecções entéricas e respiratórias são os mais graves desafios sanitários enfrentados pela indústria suína Suínos&Cia | nº 51/2014

4. Interação entre ambiente/nutrição e resistência do hospedeiro.


Sanidade

Sus scrofa domesticus modernos são resultado de milhões de anos de seleção natural seguidos de 10 mil anos de pressão seletiva pelos humanos durante o processo de domesticação. Os sistemas atuais modernos de criação de suínos foram implementados nos últimos séculos, com mudanças mais rápidas e dramáticas ocorrendo apenas nas últimas décadas. O resultado é que o modo como os suínos são criados mudou dramaticamente e, com isso, mudaram também a dinâmica e a epidemiologia das doenças. Tem havido aumento na prevalência de alguns patógenos e desaparecimento, emergência ou reemergência de outros. A alta densidade das populações animais, separação por categorias de idade, o recente e dramático aumento de leitões nascidos por porca e ambientes internos completamente controlados são apenas alguns dos fatores importantes associados à manifestação de doenças. Alguns dos fatores fisiológicos associados à evolução das espécies suínas que conferiram vantagens e maximizaram a sobrevivência de leitões na natureza podem agora contribuir ocasionalmente para a susceptibilidade de leitões a doenças infecciosas. Fatores como pH gástrico mais alto, razão vilosidade-cripta longa no intestino delgado, fisiologia dos enterócitos, antiproteases e baixos níveis de tripsina são bons exemplos de tais adaptações funcionais. É importante ressaltar que os leitões nascem sem a imunidade adquirida passivamente porque a fisiologia e morfologia da placenta não permitem a transferência de anticorpos ou células durante a gestação; ao invés disso, os leitões são completamente dependentes da ingestão adequada e conveniente de colostro para a prevenção de doenças durante a fase de aleitamento. Além de depender da transferência do colostro, os leitões nascem com o sistema imune imaturo, o que também contribui para a alta susceptibilidade a infecções nessa faixa etária. Alguns dos fatores específicos que contribuem para o aumento da susceptibilidade de leitões a patógenos entéricos serão discutidos ao longo do artigo. Ciências básicas: revisão O trato gastrointestinal é uma barreira altamente adaptada ao ambiente, planejada para digerir e assimilar uma ampla variedade de nutrientes importantes para a vida do hospedeiro. A barreira entre as células do animal e o ambiente do lúmen

Além de depender da ingestão do colostro, os leitões nascem com o sistema imune imaturo, o que também contribui para a alta susceptibilidade a infecções nessa faixa etária do intestino é mantida por muco e pelo epitélio, auxiliados por respostas imunes e inflamatórias. Incrivelmente eficaz, esta barreira permite a digestão e absorção de nutrientes ao mesmo tempo em que previne danos por toxinas ou organismos. A microflora (intestinal) comensal normal ocupa nichos precários e competitivos. Foi demonstrado que a flora intestinal de mamíferos contém aproximadamente 100 trilhões de bactérias, ou 100 vezes mais do que o número de células somáticas que formam o organismo como um todo, o que, junto da complexidade da interação entre os microrganismos, faz do lúmen intestinal um dos ecossistemas mais complexos na Terra. Alguns microrganismos têm métodos de sobrevivência mais nocivos ao hospedeiro (possuem fatores de virulência) do que outros e são, por causa disso, considerados (potenciais) patógenos.

21

O leitão nasce com um trato gastrointestinal estéril, mas a colonização deste por populações mistas de bactérias ocorre dentro de horas após o nascimento. Os microrganismos colonizadores são adquiridos mecanicamente pelos leitões via contato oral com o canal vaginal e períneo da porca, exposição ao ambiente e a fezes e contato oral (aleitamento) e com a pele. Muitos fatores estão implicados na dinâmica sucessão de diferentes microrganismos que compõe a microflora. Diversos microrganismos competem por nichos microscópicos num processo de sucessão que acabará por estabelecer a flora composta por mais de 500 espécies distintas de bactérias no trato gastrointestinal maduro. Este processo é bastante complexo e nº 51/2014 | Suínos&Cia


Sanidade

2. Má absorção (TGE, PED, rotavírus, coccídeos); 3. Inflamatório-exsudativo (Salmonella, Clostridium, coccídeos); 4. Aumento da permeabilidade (C. difficile, Brachyspira). Intestino grosso: função e doença

Equipe do Centro de Diagnóstico da Universidade de IOWA pode ser afetado pela flora da matriz, flora e dose de bactérias no ambiente, uso de antimicrobianos e qualidade e quantidade da ingesta. O processo é ainda modulado pela imunidade adquirida da matriz e, posteriormente, por respostas imunes ativas do leitão. O trato gastrointestinal é o sistema orgânico com o maior número de células inflamatórias de todo o organismo, sendo que mais de 60% do total de células que o compõe correspondem a células inflamatórias. Danos à barreira são enfrentados com respostas inflamatórias intensas, que incluem uma série de citoquinas e células inflamatórias (neutrófilos, macrófagos, eosinófilos, mastócitos, linfócitos).

22

Intestino delgado: função e doença Os enterócitos maduros têm microvilosidades e um glicocálix repleto de enzimas com muco aderente que são fundamentais para os processos de digestão e absorção. As consequências patológicas das doenças entéricas resultam dos efeitos diretos de um agente (vírus, coccídeo) ao enterócito ou, em algumas doenças, do efeito da toxina do agente na função ou viabilidade da célula (E. coli, C. perfringens, Salmonella spp). Insultos patológicos ao intestino delgado são, em geral, caracterizados mecanicamente como: 1. Hipersecreção (E. coli, algumas espécies de Salmonella); Suínos&Cia | nº 51/2014

A função do intestino grosso é absorver fluidos, eletrólitos e alguns dos produtos da fermentação microbiana. Ao nascimento, o cólon é estéril e aeróbico, e este é gradual e inevitavelmente modificado pelas sucessivas colonizações bacterianas. Agentes infecciosos bem conhecidos que causam dano predominantemente ao intestino grosso em leitões neonatos incluem C. difficile e Salmonella spp. Salmonella spp. invade a mucosa e destrói o epitélio, provocando inflamação acentuada. Clostridium difficile causa tiflocolite diftérica em leitões lactentes. Conceitos de diagnóstico Diagnóstico significa a determinação da natureza da doença. Doença é definida como uma alteração estrutural ou funcional que é prejudicial ao hospedeiro. O diagnóstico pode ser clínico (baseado em sinais e sintomas), patológico (caracterização das lesões presentes), laboratorial (realizado por meio de testes e exames de espécimes/amostras) ou etiológico (demonstração do agente etiológico). Muitos dos agentes etiológicos de doenças infecciosas são endêmicos nas fazendas, ou seja, partem da microflora comum ou normal dentro do rebanho. Detectar uma infecção por estes agentes não é necessariamente o mesmo que diagnosticar uma doença causada por eles, mesmo porque a manifestação da doença depende de outros fatores de risco. Patógenos “emergentes” continuarão a surgir enquanto as técnicas de produção de suínos evoluírem. Mudar é uma característica intrínseca e constante dos processos biológicos. Diagnóstico e histórico clínicos A estimativa clínica da saúde intestinal frequentemente se dá pela avaliação das características e da quantidade de fezes. A diarreia é a


Sanidade

condição na qual as fezes anormalmente moles ou líquidas são eliminadas com frequência maior do que o normal. As fezes podem conter quantidades anormais e perceptíveis de muco, sangue, gordura, fibrina ou alimentos não digeridos. Desidratação e desequilíbrio eletrolítico são os resultados diretos da diarreia. Diagnósticos clínicos presuntivos de diarreia geralmente consideram as características das fezes e a condição corporal do animal, com base num diagnóstico diferencial estabelecido após a avaliação da história completa de indivíduos afetados e da população. Muitas vezes, porém, o diagnóstico clínico presuntivo não é suficiente para concluir o diagnóstico preciso etiológico ou patológico. Se tido como conclusivo o diagnóstico clínico poderá ocorrer muitos equívocos. Avaliação patológica: lesões macroscópicas A avaliação objetiva das lesões macroscópicas (aspecto, localização, severidade, duração e

A histopatologia também pode sugerir agentes etiológicos que, porventura, não tenham sido suspeitados através do diagnóstico clínico e/ou macroscópico extensão) é uma ferramenta valiosa para restringir os possíveis agentes etiológicos, ou seja, estabelecer um diagnóstico diferencial. Uma vez que os tecidos respondem a insultos de maneira limitada, existe uma considerável sobreposição de lesões macroscópicas associadas a doenças entéricas. 23

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Sanidade

Diagnóstico histopatológico

Técnicas de imuno-histoquímica (IHQ) estão disponíveis para demonstrar agentes ou seus antígenos

Insultos (ataques súbitos), ambos não infecciosos ou infecciosos (ou seja, os organismos ou seus componentes estruturais ou toxinas), exercem algum tipo de estímulo ao qual o hospedeiro

em lesões compatíveis. Tal como acontece com a maioria dos testes, as lesões e/ou agentes podem ser multifocais ou segmentares, necessitando a seleção de um tecido adequado para o exame.

responde. As respostas a estes insultos variam em severidade, de lesões que são metabólicas (não visí-

Diagnóstico microbiológico ou etiológico

veis microscopicamente) àqueles em que há uma destruição completa dos elementos celulares. E. coli enterotoxigênicas são vistas microscopicamente formando camadas aderentes de bactérias que lembram gramados (lawns) no epitélio das vilosidades com pouco ou nenhum dano estrutural aparente, mas a sua toxina induz uma lesão metabólica que culmina com hipersecreção. As infecções por rotavírus causam necrose dos enterócitos das vilosidades num grau apenas levemente menor do que o TGEV. Coccídeos também podem causar necrose dos enterócitos, com maior propensão para infecção secundária da membrana

24

basal desnudada por bactérias saprófitas do que por vírus. A enterite ou colite hemorrágica é caracterizada por necrose do epitélio com hemorragia e edema da mucosa. Este processo é típico de necroses mais profundas e que envolvem elementos vasculares (por exemplo, C. perfringens tipo C, salmonelose).

O diagnóstico da doença infecciosa baseia-se na demonstração de: 1. Agente etiológico por visualização direta ou por cultura; 2. Antígenos específicos para o agente; 3. Sequências de ácidos nucleicos específicas para este agente. O ideal é identificar o agente etiológico em associação com os sinais clínicos e/ou lesões compatíveis para tal agente. Demonstrar meramente a presença de um agente etiológico em particular, que é endêmico numa população, não é, portanto, evidência de causalidade. Um diagnóstico etiológico de E. coli detectado por cultura pode ter pouco significado, a menos que bactérias aderentes e diarreia ou doença do edema estejam realmente presentes. Além disso, E. coli isolados a partir de tais casos podem não ser o agente patogênico real. Assim, testes adicionais para demonstrar os fato-

Além dos efeitos diretos dos organismos, a

res de virulência que causam a condição de doença

maioria das lesões é acompanhada por algum grau

devem ser considerados, em geral por PCR. Sondas

de inflamação.

estão disponíveis para detectar os genes que são

Várias são as vantagens oferecidas pela

específicos para um fator de virulência em particu-

avaliação histopatológica das lesões. Observações

lar, por exemplo, fímbria ou toxinas (Sta, STB, Lt ou

macroscópicas e lesões macroscópicas suspeitas

Stx2e) de E. coli.

podem ser confirmadas e embelezadas pelo exame histopatológico. As lesões podem ser mais bem

Referências

caracterizadas, o que muitas vezes leva à identificação de um agente etiológico específico ou de

Suínos&Cia | nº 51/2014

1. Zimmerman J, Karrieker L, Ramirez A,

um grupo de insultos causadores, ou pelo menos

Schwartz K. 2012. Disease of Swine 10th

compatíveis com as lesões observadas. A histopa-

edition

tologia também pode sugerir agentes etiológicos

2. USDA, national Agriculture Statistics

que por ventura não tenham sido suspeitados

Service, Iowa Field Office.www. nass.

através do diagnóstico clínico e/ ou macroscópico.

usda.gov


Sanidade

A importância da biosseguridade no controle, prevenção e erradicação das doenças que acometem suínos Maria Nazaré Simões Lisboa Médica-Veterinária Consuitec nazare@consuitec.com.br

Introdução

S

ão comuns as situações de questionamentos que sempre se vivenciam quando há entrada de doenças em uma granja, região ou país que causam consideráveis perdas econômicas. Nesses casos, pergunta-se o que se pode fazer ou adotar como medida de biosseguridade para evitar o problema ou proteger a propriedade. Baseado neste histórico, decidimos revisar as medidas de biosseguridade, que se trata de um conceito dentro da produção animal que deve ser praticado rotineiramente em toda a sua essência para produzir o objetivo de preservar a saúde do plantel. Neste trabalho, dividimos o assunto em três edições. Nesta primeira parte revisaremos importantes pontos e conceitos da biosseguridade. Portanto, para proteger as propriedades e seus sistemas de produção animal de qualquer agente que possa causar doenças, deve-se adotar, na íntegra, todas as medidas de biosseguridade. Sem dúvida, esta é a melhor estratégia para diminuir os riscos de introduzir qualquer enfermidade nas granjas. Essas medidas funcionam de forma integrada, requerem disciplina e podem ser consideradas onerosas quando analisadas separadamente. Porém, nos atuais sistemas de produção, com margens de lucro cada vez mais reduzidas, sem dúvida, o maior patrimônio a ser preservado é a saúde dos animais. Dessa forma, quando se analisa o fator econômico, as medidas que preservam a saúde de um plantel sempre deverão ser consideradas como investimento, jamais custo. Afinal, biosseguridade é o melhor seguro que se pode oferecer à suinocultura. Sendo a principal missão a de “preservar a saúde do rebanho”, ela deve ser considerada como a maior das prioridades em um sistema de produção de suínos. Prevenir, sem dúvida, é a medida mais viável quando comparada a qualquer tipo de perda que pode causar na produção quando há a presença de enfermidades em um rebanho. As granjas de suínos, independentemen-

te do tamanho, localização e situação sanitária, devem estabelecer rigorosamente as medidas de biosseguridade, que abrangem um conjunto de normas e medidas cujo objetivo visa a reduzir os riscos de entrada e/ou saída de agentes causadores de doenças em um plantel ou estabelecimento, tais como facilitar o reconhecimento precoce de doenças e infecções, promover a profilaxia para a eliminação de doenças e manter medidas profiláticas para rebanhos livres de doenças endêmicas e/ ou livre daquelas que já foram erradicadas. Essas normas tornam-se necessárias devido ao grande incremento que a indústria de produção intensiva obteve nos últimos anos para suprir a maior demanda de proteína animal, maximizando a produtividade e minimizando perdas decorrentes de doenças e infecções quando estabelecidas.

25

Além disso, o mundo se tornou proporcionalmente menor com o encurtamento de distâncias entre as unidades produtoras, havendo também o aumento dos desafios sanitários, com a alta espe-

Medidas de biosseguridade, sem dúvida, são a melhor estratégia para diminuir os riscos de introduzir agentes causadores de doenças em um sistema de produção suína nº 51/2014 | Suínos&Cia


Sanidade

Biosseguridade é o melhor seguro que se pode oferecer à suinocultura cificidade animal e o surgimento de novas doenças e de novas cepas ou mutações de agentes causadores de doenças. No intuito de rever, promover e estabelecer todo esse conjunto de medidas, faz-se necessário, inicialmente, compreender a diferença que existe entre os termos biossegurança e biosseguridade para que se possa utilizá-los adequadamente dentro do contexto técnico facilitando o padrão da informação.

26

Biosseguridade x Biossegurança Com frequência, observa-se certa confusão no meio técnico de produção animal quando aplicam-se esses dois conceitos parecidos, porém, de especificações distintas e aplicações em duas diferentes áreas. Procurando facilitar o melhor entendimento de quando utilizar a referência de cada um deles, segue o esquema abaixo que pode comtemplar a diferença entre os dois conceitos: Definição Biosseguridade é um conjunto de normas e medidas profiláticas aplicadas por meio de procedimentos técnicos imprescindíveis, que visam, de formas direta e indireta, a manter a segurança da produção de um rebanho. Quando aplicada devidamente em toda a sua essência, controla e diminui qualquer efeito gerado que possa ocorrer em um sistema de produção animal frente a agentes patogênicos que causam impacto na produtividade desses rebanhos. Como também se garante a qualidade de seus produtos atendendo às exigências de mercado e de seus consumidores. Um adequado programa de biosseguridade devidamente planejado permite implantar e executar a cultura de organização, padronização, Suínos&Cia | nº 51/2014

higiene e sanitização dentro do setor de produção animal, cujo benefício obtido evidencia-se na melhor prevenção de enfermidades e garantia de melhores resultados produtivos, tais como conversão alimentar, ganho de peso diário, eficiência das vacinas, redução do uso de medicamentos e, consequentemente, da mortalidade, além de proporcionar bem-estar animal. A biosseguridade é uma parte fundamental das boas práticas de produção (BPP) de suínos. Indica diretamente algum procedimento que previne eventos relacionados à saúde animal. Estes manejos devem ser revisados rotineiramente e modificados de acordo com a evolução que possa existir no sistema de produção. Em momentos difíceis em que se comprometem os resultados econômicos da atividade, tais medidas devem ser preservadas e mantidas. Jamais considerar separadamente objetivos econômicos dos riscos que possam haver frente à entrada de doenças. Considerar sempre as exigências no que se refere à saúde animal, sejam as legais e as que possam garantir a produtividade do sistema de produção. Histórico dos programas de biosseguridade No Brasil, a real preocupação com a biosseguridade teve início na década de 80, quando ocorreu a implantação de empresas de melhoramento genético, que transferiam material genético com capacidade de alta performance na suinocultura nacional, preservando a saúde dos animais e dos plantéis. Dessa forma, iniciou-se a divulgação do conceito prático da prevenção e manutenção em saúde de população. Por outro lado, a ocorrência de surtos de peste suína africana na época veio a sedimentar a necessidade da adoção de medidas de biosseguridade como as que vinham sendo fomentadas pelas empresas genéticas. Ocorreu, a partir daí, progressivamente, uma mudança no enfoque na área de saúde animal, migrando de ênfase em diagnóstico, tratamento e controle de doenças para medidas preventivas ou saúde da população. Nos anos 90, iniciou o crescimento da adoção de programa de biosseguridade na maioria das explorações de grande porte com conceitos de fluxo de produção muito mais complexo. Em função da abertura de alguns importantes mercados internacionais para o setor da suinocultura, as preocupações sanitárias tornaram-se mais intensas e, com as exigências internacionais dos países exportadores, os programas de biosseguridade consolidaram-se como peça fundamental para sistemas intensivos de produção de suínos. Considerações Os pontos críticos de entrada e saída dos agentes causadores de doenças são:


Sanidade

yy Via de transmissão: meio do patógeno acessar o novo hospedeiro, como contágio direto ou indireto (fômites, ar, poeira, equipamentos, roupas, pessoas), produtos de reprodução (sêmen), transplacentária, vetores (insetos, roedores, animais silvestres e pássaros), alimentos, água e solo. yy Porta de entrada: local de acesso do patógeno, como mucosas genital, respiratória e digestiva, pele, cicatriz umbilical e ferimentos. yy Suscetível: animal passível de ser infectado, depende de idade, sexo e raça. Fonte: Sesti, L., 2008b. yy Contato: animal exposto ao risco de infecção, mas não se sabe se está infectado. yyFontes de infecção: hospedeiro vertebrado que Deve-se aguardar o período de incubação elimina o patógeno para o meio exterior; pode para procedimentos. ser o doente, o portador e o reservatório. yyVia de eliminação: meio de acesso do patógeno Próxima edição: ao meio exterior, como secreções, excreções, sangue, descamações e restos placentários. Formas de transmissão de agentes

27

DESEMPENHO CONFIANÇA

PROCESSOS CERTIFICADOS

RESULTADO

PRODUTOS VALIDADOS

Para a Agroceres Multimix, o produtor rural brasileiro é parte fundamental na cadeia de produção de alimentos. Cientes das diversidades encontradas no campo, buscamos criar soluções alinhadas à realidade dos produtores para que possam otimizar a produtividade nas suas condições específicas. Assim surgem os novos produtos e serviços da Agroceres Multimix, muitos deles, feitos sob medida para as necessidades de cada propriedade.

SERVIÇOS DE ANÁLISE LABORATORIAL

Na Agroceres Multimix, trabalhar com nutrição animal é buscar resultados em conjunto com o produtor, pois acreditamos que resultado não se faz sozinho. Estamos sempre ao lado do produtor, gerando soluções com serviços de alta qualidade e produtos desenvolvidos com tecnologias de última geração, matérias-primas selecionadas e um rígido controle de qualidade nos processos produtivos. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Reprodução

Avanços na reprodução suína Sara Williams, M. Veterinária e Dra. em Ciências Veterinárias Faculdade de Ciências Veterinárias Universidade Nacional de La Plata, Argentina swilliams@fcv.unlp.edu.ar

A

eficiência reprodutiva é variável, tanto no caso de porcas como de cachaços. Facilmente se observa diferenças entre granjas, países ou mesmo dentro do próprio país. Essa grande variabilidade ocorre devido às próprias características de cada animal, bem como em consequência do impacto de fatores externos relacionados com as diferentes estações do ano, correlacionadas com o tipo de instalação de cada granja. Novas biotecnologias adotadas na suinocultura, entre elas as melhorias nas técnicas da inseminação artificial (IA), criopreservação e tratamento hormonal para indução e sincronização do cio, também contribuem para essa variabilidade. Neste trabalho serão descritos os avanços na reprodução suína que contribuem para melhorar a eficiência reprodutiva, por meio do aumento da produtividade.

28

AUMENTO DE PRODUVITIDADE DA FÊMEA SUÍNA Nutrição e meio ambiente Com o genótipo atual, as fêmeas de reposição consomem menos ração, são mais magras e muito mais prolíferas.

Os partos de maior produtividade são os 3°, 4° e 5°, respectivamente Suínos&Cia | nº 51/2014

A primípara atinge a puberdade com 33% do seu peso de animal adulto, o qual atualmente corresponde entre 320 kg e 360 kg. Elas chegam, então, a ser púberes entre 106 kg e 120 kg de peso. Uma relação inversa entre a taxa de crescimento (GPD, ou ganho de peso diário) e a aparição da puberdade tem sido descrita: quando o GPD é menor que 550 g/dia, nota-se que a idade para a manifestação da puberdade é mínima; quando é superior a 700 g/dia, essa idade poderia ser postergada (Aherne & Williams, 1992). A função reprodutiva é dependente das reservas proteicas das porcas, ou de seus equivalentes metabólicos, e não das suas reservas adiposas (Britt et al., 1988). O aumento do aporte energético (flushing) para porcas de reposição, antes da primeira cobertura, aumenta a taxa de ovulação, os níveis de FSH, os pulsos médios de LH e os níveis de insulina (Flowers et al., 1989). O aumento da massa muscular magra durante a gestação poderia fazer crescer a produção de leite, enquanto que o aumento do tecido adiposo poderia comprometer a ingesta durante a lactação (Close & Mullan, 1996). Os partos de maior produtividade são: 3°, 4° e 5°, respectivamente. Há uma perda de potencial reprodutivo significativa e um custo financeiro no momento da substituição de porcas por nulíparas de reposição. A fêmea de reposição precisa produzir de 3 a 4 leitegadas para pagar o seu custo de reposição. Depois do desmame as fêmeas de primeiro e segundo parto destinam os nutrientes ao tecido magro às custas do tecido adiposo e de forma seletiva. Como as fêmeas consomem menos e continuam crescendo, só conseguem a massa proteica apropriada no segundo parto, quando em cio depois do desmame. A perda de proteínas durante a lactação poderia ter mais relevância do que a de lipídeos no rendimento reprodutivo posterior. Quando os aportes proteicos e de aminoácidos não preenchem os requerimentos de manutenção, crescimento e lactação, as porcas mobilizam suas reservas, que constituem de 25% a 30% do total e provêm da musculatura esquelética.


Reprodução

Uma exposição crônica a temperaturas elevadas durante o desenvolvimento da puberdade diminui a habilidade do eixo hipotálamo-hipófise em secretar FSH e LH (hormônios folículo estimulantes e luteinizantes, respectivamente), com consequências fisiológicas no desenvolvimento dos folículos. Os resultados evidenciam que a secreção das gonadotrofinas do referido eixo, em porcas pré-púberes, também é afetada de modo negativo em condições adversas de temperaturas ambientais elevadas (Flowers & Day, 1990), que provocam uma diminuição na capacidade do eixo hipotálamo-hipófise de secretar FHS e LH. Esta restrição na secreção de gonadotrofinas influi no crescimento dos folículos. O atraso na manifestação da puberdade de nulíparas expostas a condições de elevada temperatura ambiental deve-se, em parte, à diminuição da capacidade de secreção das gonadotrofinas. Fêmeas alojadas em grupos muito reduzidos (menor que três), ou em grupos muito grandes (maior que 30), exibem um atraso na puberdade. O controle do cio em grupos maiores (acima de 12 porcas) normalmente associa-se com a menor eficácia na detecção do cio. Portanto, devemos considerar ideal baias com grupos de 6 a 12 fêmeas. Deve-se tomar cuidado na interpretação da maioria dos dados disponíveis sobre os tipos de alojamentos para fêmeas. Em primeiro lugar, os dados – na maioria dos casos – são de observações e não de estudos. Um estudo controlado iria requerer uma só granja para proporcionar as diversas opções de alojamento, em prédios iguais ou idênticos e submetidos ao mesmo manejo. Além disso, na maioria desses estudos, não houve significância estatística, mas somente diferenças numéricas. Nem sempre os sistemas extensivos de produção são iguais. Da mesma forma, quando avaliamos os sistemas intensivos de produção em muitos estudos existem consideráveis diferenças e não estão definidos como padrão o tamanho do grupo. Finalmente, o manejo dos animais e a interação humano-animal têm uma profunda influência na eficiência reprodutiva. Controle hormonal do ciclo estral. Redução de dias não produtivos A biotecnologia relativa à reprodução também tem sido adotada na espécie suína, sendo ligada a melhoria da técnica de IA. A criopreservação, sexagem de sêmen, transferência de embrião, clonagem, tratamentos hormonais para sincronização e indução de cio, dependendo do objetivo são técnicas e estratégias que podem ser aplicadas na suinocultura. Efeitos da sincronização do cio Um dos aspectos que mais influenciam a eficiência reprodutiva de um plantel é a somatória

Para uma maior eficácia na detecção do cio, considerar ideal baias com grupos de 6 a 12 fêmeas dos dias não produtivos (DNP) que representa os dias em que as reprodutoras não estão gestantes nem lactantes. O intervalo desmame/cio constitui um dos fatores mais relevantes e influentes nos DNPs. Por esse motivo, a redução dos intervalos desmame/cio (IDC) e desmame/cobertura fecundante (IDCF) deve ser um dos objetivos a se perseguir, para a redução dos DNPs e o consequente aumento da eficiência reprodutiva. As principais causas de infertilidade são: falhas na concepção (37%), anestro (25,2%), falhas na gestação ou fêmeas que não chegam ao parto (15%), fêmeas não prenhas ou vazias (1,4%) ou resultados negativos frente ao diagnóstico de gestação (14%) e abortos (7,4%), segundo Koketsu e col., 1997. Durante a lactação, os estímulos mecânicos dos leitões no aparelho mamário e os altos níveis de prolactina provocam um bloqueio na liberação de LH e FSH. No entanto, esses hormônios hipofisários (ambos) superam o referido bloqueio, e a partir do 140 e até o 210 dias pós-parto recomeça um aumento em seus níveis séricos, o qual induz o desenvolvimento dos folículos ovarianos e um aumento na concentração de estrógenos. Devido ao fato da secreção das gonadotrofinas estarem inibidas e de haver inatividade no ovário durante a lactação, o uso de gonadotrofinas exógenas está indicado para a indução da atividade ovariana (Polge et al., 1968; Christenson & Teague, 1975; Koketsu & Dial, 1997; Estienne & Hartsock, 1998; Kirkwood et al., 1998; Wüst & Videla Dorna, 1998; Kirkwood, 1999; Estill, 1999; Bates et al., 2000; Kirkwood, 2001). Entretanto, os trabalhos a respeito desse tema são um pouco contraditórios, e as diferenças nos resultados poderiam ser devidas a outros fatores atuantes, como a estação do ano, ordem de parto, genética, alojamento e manejo (Knox et al., 2001).

29

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Reprodução

Uso de gonadotrofinas Em um estudo realizado na Argentina foi comparada a eficiência reprodutiva entre três grupos de porcas, sendo um grupo controle e dois grupos tratados com duas gonadotrofinas comerciais distintas. Os resultados demonstraram que, com o uso de gonadotrofinas no desmame, obteve-se o agrupamento dos cios e melhores resultados em termos de taxa de parição no parto seguinte. O número total de leitões nascidos e nascidos vivos foi maior nas porcas pertencentes ao grupo controle. Estes resultados coincidem com os relatados previamente por Kirkwood et al. (1998), ainda que diferem daqueles que defendem que o uso de gonadotrofinas exógenas pós-parto permite aumento na prolificidade (Lancaster et al., 1985; Kirkwood et al., 1995; Wüst & Videla Dorna, 1998; Vargas et al, 2001).

30

Uso de dispositivos intravaginais para tratamento do anestro em porcas Outra metodologia usada na sincronização de cio é a utilização de progestágenos, substâncias com composição química e efeito similar ao da progesterona (P4). Entretanto, o uso de progestágenos na suinocultura limita-se, atualmente, a apresentações à base de uma progesterona sintética, o altrenogest (allyl trenbolone, 17-alphaestratriene-4-9-11, 17-beta-ol-3-one) para uso oral durante 18 dias. Infelizmente, alguns países não têm disponibilidade comercial desses produtos, ou por desconhecimento utilizam muito pouco. Embora seja um produto seguro e eficaz, quando administrado em doses menores às indicadas (< 13 mg/porca/dia), pode levar à aparição de cistos ovarianos. Em outras espécies animais, a administração de progestágenos para a sincronização do cio é realizada mediante a aplicação por meio de dispositivos intravaginais. Embora, no caso das porcas, haja poucos antecedentes do uso destes dispositivos, as pesquisas nesse sentido continuam, com o objetivo de se determinar uma concentração de hormônio ideal para a espécie suína aplicado por essa via, os dias de tratamento necessários e os resultados após a retirada do dispositivo. Uso de progestágenos por via oral em porcas primíparas

Uso de dispositivos intravaginais para tratamento do anestro em porcas

Suínos&Cia | nº 51/2014

Em estudos recentes foram realizados tratamentos com progestágenos, administrados por via oral (altrenogest ou allil-trembolona, nome comercial: Regumante®, da MSD Saúde Animal) em primíparas no desmame. O produto foi administrado no dia anterior ao desmame, tendo sido avaliados tratamentos curtos, durante 7 dias, e longos, durante 14 dias. Quando se estudou o desenvolvimento folicular das fêmeas tratadas, observou-se que o intervalo fase folicular/cio foi mais curto (P=0,005) nas fêmeas tratadas. O tratamento não afetou a taxa de ovulação e nem o desenvolvimento embrionário. No entanto, nas fêmeas tratadas, o aumento de tamanho folicular durante o tratamento foi positivo, havendo nesse caso alteração da taxa de ovulação (P = 0,05), segundo van Leeuwen et al., 2010. Em um estudo similar, realizado posteriormente, observou-se que os tratamentos curtos são benéficos para as porcas que apresentavam folículos pequenos no momento do desmame, ao contrário daquelas que apresentavam folículos grandes. Nas primíparas com folículos grandes, no momento do desmame, os tratamentos longos foram mais benéficos, tendo sido obtidos melhores resultados em termos de taxa de parição e prolificidade (Van Leeuwen et al., 2011).


Reprodução

Aplicação prática da ultrassonografia A produtividade de uma suinocultura depende muito da eficiência reprodutiva, na qual o número de leitões desmamados, leitegadas produzidas/porca/ano e eficiências dos dias produtivos influem consideravelmente. A detecção precoce de porcas vazias permite diminuir os DNPs e, portanto, melhorar a eficiência reprodutiva. Os métodos mais utilizados são aqueles baseados no ultrassom, como o efeito Doppler e a ultrassonografia do tipo A, ambos acessíveis economicamente, porém com maior margem de erro, seja pelos resultados “falso positivos” (porcas diagnosticadas como gestantes e que não parem) ou pelos “falso negativos” (porcas diagnosticadas como vazias e que, na verdade, estão prenhas). Em contrapartida, o ultrassom do tipo B, a ultrassonografia em tempo real (UTR) e o ecógrafo de tela são métodos destinados ao diagnóstico da gestação com alto índice de sensibilidade e especificidade, o que permite obter resultados já a partir de 21 dias de gestação com variação de mais ou menos 3 dias pós-cobertura. Este diagnóstico precoce de gestação permite decidir, imediatamente, sobre o destino das fêmeas vazias (indução do cio ou descarte) e, assim, reduzir o número de DNPs. Além da visualização das estruturas ovarianas, esses métodos possuem numerosas aplicações na produção de suínos. A determinação do tempo de ovulação permite maior precisão no momento da inseminação artificial, o que possibilitará o aumento da taxa de parição e do tamanho da leitegada. A UTR permite também a detecção de animais inférteis devido a anormalidades ovarianas e uterinas (Knox & Althouse, 1999). INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL E QUALIDADE DE SÊMEN

A detecção precoce de fêmeas vazias permite diminuir os DNPs e, portanto, melhorar a eficiência reprodutiva para um número maior de doses seminais a partir de um mesmo ejaculado e permite utilizar cachaços de maior valor genético. As técnicas de IA profunda, pelo fato de serem realizadas com um volume reduzido e número menor de espermatozoides por dose, respondem mais facilmente às novas metodologias, as quais requerem: necessidade de aumentar a eficiência da utilização daqueles cachaços geneticamente superiores, obtendo deles a maior quantidade possível de doses inseminantes, interesse na utilização de sêmen que haja passado pelo processo de congelamento/descongelamento, com a consequente diminuição de sua capacidade fecundante e a aplicação de sêmen sexado por citometria de fluxo, o que diferencia espermatozoides X e Y, ainda que durante o processo se recupere uma quantidade menor de espermatozoides e com menor vida média, em comparação ao sêmen não processado (não sexado).

31

Inseminação artificial pós-cervical As técnicas de inseminação artificial que permitem a redução do número de espermatozoides por dose incluem, por um lado, técnicas não cirúrgicas com deposição da dose no corpo uterino (IA pós-cervical: Levis et al., 2002; Watson & Behan, 2002) ou nos cornos uterinos (Martinez et al., 2001a; 2001b). E por outro lado, técnicas cirúrgicas que colocam os espermatozoides a aproximadamente 5 cm da união tubárica uterina (Krueger et al., 1999; Krueger, 2000; Krueger & Rath, 2000; Rath, 2002; Rath et al., 2000). A técnica de IA pós-cervical tem várias vantagens, entre elas: redução do volume de refluxo seminal pós-IA, uso de volume menor por dose (ao se utilizar dose com menor volume, a IA é mais rápida), menor custo por dose, uma vez que se pre-

Experiência em granjas comerciais na Argentina O objetivo desse trabalho foi comparar, na Argentina, parâmetros reprodutivos distintos, tais quais o percentual de prenhez, o percentual de parição, o número de leitões nascidos totais e o número de leitões nascidos vivos, utilizando a técnica de inseminação artificial convencional (100 ml com 3x109 espermatozoides) versus duas variantes da técnica pós-cervical, empregando-se metade da dose (50 ml com 1,5x109 espermatozoides) ou um terço da dose (30 ml com 1x109 espermatozoides). O estudo em questão foi realizado em suinoculturas com sistema de produção comercial. Considerando os resultados obtidos, foi possível concluir que a IA intrauterina, com a nº 51/2014 | Suínos&Cia


Reprodução

A técnica de inseminação artificial pós-cervical permite a redução do número de espermatozoides por dose, com deposição da dose seminal no corpo uterino utilização da cânula pós-cervical, permitiu obter – nas diferentes granjas – resultados de prenhez e de taxa de parição similares aos obtidos com a técnica tradicional de inseminação, havendo apenas diminuição da prolificidade ao se utilizar a nova técnica de IA. Apesar de terem sido encontradas diferenças no número de leitões nascidos vivos, observou-se que a prolificidade aumentava à medida que transcorria o experimento (Levis et al., 2002, Williams, 2002). Dados similares têm sido relatados em outros países, por Watson et al. (2001) e Gil et al. (2001).

32

d) a criação de bancos de doses seminais; e) administrar e planificar a produção de doses; f) a padronização da qualidade das doses ao longo do tempo. O sêmen suíno difere em vários aspectos quando comparado com outras espécies de animais domésticos. O ejaculado do cachaço contempla um grande volume e, além disso, é muito sensível às baixas temperaturas ou a um resfriamento brusco depois da coleta. Estas características fazem com que os protocolos de congelamento sejam particularmente diferentes para o sêmen da espécie suína. Em nosso laboratório de pesquisas estão sendo obtidos resultados comparativos entre as etapas distintas do processo de congelamento, fundamentalmente nas de estabilização e resfriamento. Além disso, estamos trabalhando com diferentes concentrações de crio-protetores para que cumpram com suas funções, mas sejam menos tóxicos, por meio de avaliações constantes da integridade espermática, com diferentes metodologias de contraste (Williams et al., 2006). Experiência prática O objetivo desse estudo foi analisar as variações da qualidade espermática de amostras de sêmen suíno, em resposta às etapas durante o congelamento. Foram utilizadas doses de sêmen de cachaços diferentes, todos em regime frequente de

Congelamento de sêmen suíno Desde os primeiros estudos sobre a conservação do sêmen tem sido comprovado que o espermatozoide do suíno tem maior sobrevivência durante a conservação no estado líquido e refrigerado (15ºC) do que com a preservação por congelamento. Com a queda da temperatura, reduz-se, inevitavelmente, a proporção dos espermatozoides que mantêm a integridade normal da membrana, sua ultraestrutura e sua composição bioquímica. A conservação do material seminal por congelamento permitiria: a) intercâmbio de material genético a distancia, tanto para melhorar a qualidade das linhagens puras em núcleos de seleção quanto para obter indivíduos de maior produtividade e fertilidade em granjas de produção; b) poder conservar linhagens genéticas ou raças em vias de extinção; c) dispor de material seminal de cachaços em quarentena temporária, por problemas sanitários; Suínos&Cia | nº 51/2014

Com a queda da temperatura, reduz-se, inevitavelmente, a proporção dos espermatozoides que mantêm a integridade normal da membrana, sua ultraestrutura e sua composição bioquímica


Reprodução

salto. As doses de sêmen, provenientes dos estabelecimentos suínos, chegavam ao Laboratório de Reprodução Animal (FCV-UNLP) em doses diluídas a concentração de 6 milhões de espermatozoides. Também foram utilizados ejaculados de reprodutores alojados no campus da Faculdade. No momento da chegada das doses, os parâmetros mínimos de qualidade seminal eram comprovados: motilidade (> 70%) e presença de anomalias espermáticas (< 20%). Uma vez contrastadas as doses, iniciava-se o processo de crio-preservação, utilizando uma técnica desenvolvida a partir de modificações do método de Westendorf. A qualidade do movimento e o vigor de todas as amostras diminuem durante as diferentes etapas prévias ao congelamento. A motilidade apresenta uma diminuição logo após a primeira baixa de temperatura para 23oC. No entanto, mantém-se estável até logo após o resfriamento. A curva de vigor mostra uma variação similar, BIBLIOGRAFIA 1. AHERNE, F.X.; WILLIAMS, I.H. Nutrition for optimizing breeding herd performance. Vet Clin of North Am: Food Anim Prac v.8 n.3 p.89-608. 1992 2. BATES, R.O.; KELPINSKI, J.; HINES, B.; RICKER, D. Hormonal therapy for sows weaned during fall and winter. Jour Anim Sci v.78 p.2068-2071. 2000 3. CHRISTENSON, R.K.; TEAGUE, H.S. Synchronization of ovulation and artificial insemination of sows after lactation. Jour Anim Sci v.41 n.2 p. 560563. 1975 4. CLOSE, W.H.; MULLAN, B.P. Nutrition and feeding of breeding stock. In: Pig Production. Ed. M.R. Tavorner and A. C. Dunkin. New York, Elsevier p. 169-202. 1996 5. ESTILL, C.T. Current concepts in estrus synchronization in swine. American Society of Animal Science p.1-9. Proceedings… 1999 6. ESTIENNE, M.J.; HARTSOCK, T.G. Effect of exogenous gonadotropins on the weaning-to-estrus interval in sows. Theriogenology v. 49 p. 823-828. 1998 7. FLOWERS, B.; DAY, B.N. Alterations in gonadotropin secretion and gonadal function in prepubertal gilts by elevated environmental temperature. Biology of Reproduction v. 42 p. 465-471. 1990 8. GAVAZZA, M.; MARMUNTI, M.; WILLIAMS, S.; GUTIERREZ, A.M.; PIERGIACOMI, V.; PALACIOS, A. Composición de ácidos grasos y daño peroxidativo de espermatozoides

observando-se uma queda inicial, a qual se estabiliza durante o processo. A qualidade do sêmen, entretanto, decresce marcadamente logo após o descongelamento (Williams et al., 2010). Foi analisado também o impacto na qualidade espermática durante o processo de congelamento-descongelamento de distintas concentrações de glicerol e de dodecyl sulfato de sódio (SDS, na sigla em inglês). Os melhores resultados, nesse caso, foram observados com uma concentração de 4% de glicerol e 0,5% de SDS (Miglio et al., 2012). O maior dano produzido com a redução da temperatura ocorre na estrutura lipídica da membrana plasmática da célula espermática, possivelmente devido a mudanças estruturais (Gavazza et al., 2010). Além disso, a cristalização da água do meio de conservação e da própria água intracelular, durante o congelamento, provoca danos irreversíveis, os quais se manifestam por meio da diminuição dos parâmetros estudados. obtenidos de cerdos de diferentes establecimientos. Congreso de la Asociación Latinoamericana de Veterinarios Especialistas en Cerdos. 10 v. 48 p. 292. Proceedings… (ISBN 978950-665-671-1). 2010 9. GIL, J.; TORTADES, J.M.; ALEVIA, A. Inseminación post-cervical. Simposio Argentino en Reproducción Porcina. 1. Proceedings… Buenos Aires . Agosto de 2001 10. KIRKWOOD, R.N. Pharmacological intervention in swine reproduction. Swine Healt Prod v. 7 p.29-35. 1999 11. KIRKWOOD, R.N. Using gonadotropins: combination of eCG (PMSG) and hCG. Workshop of Reproductive Pharmacology - Annual Meeting of AASV. 32. p. 13-21. Proceedings… Nashville, USA, February 2001 12. KIRKWOOD, R.N.; AHERNE, F.X.; FOXCROFT, G. Effect of gonadotropin at weaning on reproductive performance of primiparous sows. Swine Healt Prod v. 6 n. 2 p. 51-55. 1998 13. KIRKWOOD, R.N.; SOEDE, N.M.; DYCK, G.W.; THACKER, P.A. The effect of inmunoneutralization of PMSG at a gonadotropin-induced estrus on the duration of ovulation and reproductive performance of sows. Jour Anim Sci v. 61 p. 321-324. 1995 14. KNOX, R.V.; RODRIGUEZ-ZAS, S.L.; MILLER, G.M.; WILLENBURG, K.L.; ROBB, J.A. Administration of PG600 to sows at weaning and the time of ovulation as determined by transrectal ultrasound. Jour Anim Sci v. 79 p. 796802. 2001

33

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Reprodução

15. KNOX, R.V.; ALTHOUSE, G.C. Visualizing the reproductive tract of the female pig using real-time ultrasonography. Swine Health Prod v.5 p. 207-215. 1999 16. KOKETSU, Y.; DIAL, G.D.; KING, V.L. Returns to service after mating and removal of sows for reproductive reasons from commercial swine farms. Theriogenology v. 47 n. 7 p. 1347-63. 1997 17. KRUGER, C. An investigation of intrauterine insemination with reduced sperm number in gilts and sows. Ph.D. Dissertation. School of Veterinary Medicine, Hannover, Germany. 2000 18. KRUEGER, C.; RATH, D.; JOHNSON, L.A. Low dose insemination in synchronized gilts. Theriogenology v. 52 p.1363-1373. 1999 19. KRUEGER, C.; RATH, D. Intrauterine insemination in sows with reduced sperm number. Repr Fert Devel v. 12 p. 113-117. 2000 20. LANCASTER, R.T.; FOXCROFT, G.R.; BOLAND, M.P. Fertility of sows injected exogenous estradiol and/or gonadotropins to control postweanig oestrus. Anim Repr Sci v. 8 p. 365-373. 1985 21. LEVIS, D.G.; BURROUGHS, S.; WILLIAMS, S. Use of intra-uterine insemination of pigs: pros, cons and economics. AASV Congress. p. 39-62. Proceedings… 2002 22. MARTINEZ, E.A.; VAZQUEZ, J.M.; ROCA, J.; LUCAS, X.; GIL, M.A.; PARRILLA, J.L.; DAY, B.N. Successful non-surgical deep intrauterine insemination with small numbers of spermatozoa in sows. Reproduction v. 122 p. 289-296. 2001a 23. MARTINEZ, E.A.; VAZQUEZ, J.M.; ROCA, J.; LUCAS, X.; GIL, M.A. Deep intrauterine insemination and embryo transfer in pigs. Reproduction (Supplement) v. 58 p. 301311. 2001b 24. MIGLIO, A.; PRENNA, G.; FERNANDEZ, V.; DE LA SOTA, R.L.; WILLIAMS, S. Efecto de distintas concentraciones de glicerol y dodecil sulfato de sodio durante la criopreservación de semen porcino. Jornadas de Jóvenes Investigadores en Ciencias Veterinarias (UBA). 2. Proceedings… Argentina (CD). 2012 25. POLGE, C.; DAY, B.N.; GROVES, T.W. Synchronisation of ovulation and artificial insemination in pigs. Vet. Rec v. 83 p. 136-142. 1968 26. RATH, D. Low dose insemination in the sow – a review. Reprod Domes Anim v. 37 p. 201-205. 2002 27. RATH, D.; KRUEGER, C.; JOHNSON, L.A. Low dose insemination technique in the pig. In: Boar Semen Preservation 4

34

Suínos&Cia | nº 51/2014

Editors: L. A. Johnson and H. D. Guthrie p.115-118. Allen Press, Inc., Lawrence, USA. 2000 28. VAN LEEUWEN, J.J.J.; WILLIAMS, S.; KEMP, B.; SOEDE, N.M. Post-weaning Altrenogest treatment in primiparous sows; the effect of duration and dosage on follicular development and consequences for early pregnancy. Anim Repr Sci v. 119 p. 258-264. 2010 29. VAN LEEUWEN, J.J.J.; WILLIAMS, S.; MARTENS, M.R.T.M.; JOURQUIN, M.A.; KEMP, B.; SOEDE, N.M. The effect of different post-weaning Altrenogest treatments of primiparous sows on folicular development, pregnancy rates and litter sizes. Journ Anim Sci v. 89 p. 397-403. 2011 30. VARGAS, A.J.; WENTZ, I.; BORTOLOZZO, F.P.; BORCHARDT NETO, G.; DA SILVA, L.E.; KUMMER, R.; DALLANORA, D. Desempenho reprodutivo de primíparas suínas submetidas à terapia hormonal com eCG associado ao hCG. Congresso EMBRAPA. 10. p. 183-184. Proceedings… 2001 31. WATSON, P.F.; BEHAN, J. Intrauterine insemination of sows with reduced sperm numbers: results from a commercially based field trial. Theriogenology v. 57 p.1683-1693. 2002 32. WATSON, P.F.; BEHAN, J.; DECUADROHANSEN, G.; CASSOU, B. Deep insemination of sows with reduced sperm numbers does not compromise fertility: a commercially-based field trial. International Conference on Pig Reproduction 6. p. 135 University of Missouri. Proceedings... 2001 33. WILLIAMS, S.; FERNÁNDEZ, V.; GIACOBBE, J.A.; GABILONDO, D.; DE LA SOTA, R.L. Estudio de la capacidad de diferentes métodos para valorar la calidad de semen porcino diluido. Congreso de Producción Porcina del MERCOSUR. 5 y Congreso Nacional de Producción Porcina. 7 p. 258. Proceedings… 2006 34. WILLIAMS, S.; FERNÁNDEZ, V.; IGLESIAS, L.; BARRALES, H.; PROCLEMER, E.; DE LA SOTA, R.L. Variaciones en la calidad del semen porcino durante el proceso de congelación-descongelación. Congreso de la Asociación Latinoamericana de Veterinarios Especialistas en Cerdos. 10 v. 47 p. 291 Proceedings… (ISBN 978-950665-671-1). 2010 35. WÜST, A.; VIDELA DORNA, I. Eficacia de la utilización de una combinación de gonadotrofinas exógenas (eCG+hCG) en la inducción y sincronización de celos en cerdas nulíparas y multíparas. AAPA v. 18 n. 1. p. 355. Proceedings… 1998



Sumários de Pesquisa

A falta de evidência do vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRSv) como causa de falhas reprodutivas em plantéis de suínos brasileiros

V

ários agentes infecciosos estão associados com episódios de aborto e falhas reprodutivas nos suínos. Entre eles, o vírus da Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRSv), agente de uma das doenças de maior importância econômica que acomete plantéis de suínos no mundo todo. Embora a produção de suínos brasileira seja expressiva (4º maior produtor e exportador mundial de carne suína), não houve até o momento nenhuma evidência da infecção causada pelo PRRSv nos rebanhos nacionais.

A maior parte das análises, relativas a estudos de prevalência, é realizada por meio de provas sorológicas a partir de testes comerciais de ELISA, em plantéis de reprodutores. Poucos estudos revelaram casos suspeitos ou amostras para ELISA positivas, mesmo com exames laboratoriais adicionais a título de diagnóstico diferencial, realizados com o objetivo de detectar o PRRSv como a causa etiológica das perdas reprodutivas. O objetivo deste trabalho conduzido por Janice Ciacci-Zanella e colaboradores foi detectar o PRRSv em amostras de órgãos de fetos provenientes de porcas com falhas reprodutivas e de órgãos reprodutivos de fêmeas descartadas.

36

Método Este estudo utilizou duas fontes de material para a realização dos exames laboratoriais: fetos ou porcas descartadas. Os abortos, natimortos, fetos mumificados ou inviáveis ​​foram coletados de porcas provenientes de 27 granjas de suínos, selecionadas previamente devido ao seu baixo desempenho reprodutivo. Além disso, órgãos dos aparelhos reprodutivos de porcas foram obtidos a partir de quatro abatedouros Suínos&Cia | nº 51/2014

de Santa Catarina, mas nem todas essas fêmeas haviam sido descartadas em razão de falhas reprodutivas. Assim, um total de 199 amostras de órgãos de 118 fetos e 81 fêmeas descartadas foram enviadas para a Embrapa Suínos e Aves, entre 2009 e 2010, para processamento. Amostras de coração, pulmão, fígado, rim, órgãos linfoides e tecido nervoso de fetos, além de órgãos reprodutivos, como fragmentos de ovários e útero das fêmeas abatidas, foram submetidos a provas ​​para extração de RNA viral, por meio do Magmax® 1836-5 (da empresa Applied Biosystems). Foram realizadas provas de PCR em tempo real, utilizando-se primers específicos para detectar sequências do gene da ORF7 do PRRSv norte-americano, tal como descrito anteriormente. O controle positivo para o RNA foi transcrito in vitro, usando-se o RiboMAX™ Large Scale (da Promega), gentilmente fornecido pelo NADC/ARS/SDA (Ames/EUA). Amostras de soro também foram coletadas a partir de porcas das 27 granjas anteriormente citadas, até 15 dias após o parto ou aborto. Todas as amostras foram testadas utilizando o test kit IDEXX HerdChek® para anticorpos da PRRS.

Resultados O PCR em tempo real utilizado era habilitado para detectar moléculas de até 2,6 x 103/UL para o controle positivo do PRRSv. No entanto, todas as amostras dos 199 órgãos de ambos – fetos e porcas abatidas – foram negativos. Amostras de soro das porcas dessas 27 granjas de suínos também resultaram negativas, quando submetidas ao IDEXX HerdChek® PRRS Antibody Test Kit.


Sumários de Pesquisa

Esses resultados indicam a ausência de RNA ou de anticorpos para o PRRSv nas amostras testadas, neste estudo. Embora nenhum teste de vigilância tenha sido realizado, as amostras analisadas neste estudo não indicaram nenhuma evidência de infecção pelo PRRSv em rebanhos de suínos brasileiros. Estudos recentes têm detectado vírus de cadeia de DNA simples como agentes co-infecciosos causadores de problemas reprodutivos em suínos no Brasil. Essas análises identificaram, por sequências de PCR, o circovírus suíno do tipo 2 (PCV2), o PCV1, o torque teno vírus suis (TTV1 e TTV2) e o parvovírus suíno (PPV) em fetos do estudo descrito aqui. O PCV2 foi detectado em 17,1% das amostras, e o DNA do PCV1 foi detectado em 27,6% delas.

Manejo e desafios em lidar com a influenza suína

A

influenza continua representando um desafio para a saúde suína. Um projeto recente de vigilância ativa de suínos em crescimento, conduzido no Centro-Oeste norte-americano, identificou 90,6% das propriedades rurais como positivas para a influenza do tipo A, pelo menos uma vez, com base em testes mensais realizados por 12 a 24 meses consecutivos.

Além disso, TTV1 e TTV2 foram detectados em 24,1% e 82,8% dos fetos, respectivamente. O PPV foi o menos frequentemente detectado, em apenas 6% dos fetos positivos para o PCV2. No momento da amostragem, nenhuma vacina contra o PCV2 estava sendo utilizada nessas propriedades. Estes resultados anteriores, combinados com os resultados descritos aqui, levantam a questão da importância dos PCVs e dos TTVs na patologia das falhas reprodutivas associadas à doença causada pelo circovírus suíno e a sua transmissão vertical nas granjas. Além disso, o fato de não haver nenhuma evidência de infecção pelo PRRSv nessas granjas de suínos indica a importância de se implementar um programa de monitoria para o PRRSv e de medidas de controle para o PCV2.

Suínos neonatos desempenham um papelchave na transmissão do vírus. A abordagem para eliminar a gripe endêmica, em uma unidade produtora de leitões (UPL), carece ainda de padronização. As estratégias atuais incluem o impedimento da circulação natural do vírus, a vacinação em massa das matrizes na UPL, a vacinação de fêmeas antes da cobertura e a combinação de todas estas estratégias. A pesquisa sugere que os leitões com anticorpos de origem materna e desafiados com cepas de influenza homólogas ou heterólogas podem ter os sinais clínicos da doença reduzidos, mas a eliminação do vírus ainda pode ocorrer.

37

As estratégias são frequentemente alteradas com base em dados empíricos. Devido ao potencial para a reintrodução do vírus por contato humano-suíno, transmissão por aerossóis ou circulação endêmica, o custo do controle da influenza é altamente variável. Muitas vezes, mesmo que o custo da doença seja baixo na população de fêmeas de um plantel que transfira suínos para diferentes destinos, a frequência de uma prevalência até baixa de tosse devido à gripe muitas vezes não é considerada. Com a percepção da variabilidade nos pesos de desmame, causada pela infecção pelo vírus da influenza e com as comuns co-infecções por PRRS (síndrome respiratória e reprodutiva suína), nº 51/2014 | Suínos&Cia


Sumários de Pesquisa

os produtores frequentemente solicitam que sejam tomadas medidas agressivas para eliminar a influenza já a partir dos leitões. Este artigo, conduzido por Joseph Connor e colaboradores, discute uma abordagem em várias unidades de produção para reduzir e/ou eliminar a influenza endêmica de leitões lactentes em uma área geográfica da região Centro-Oeste.

Método Os sistemas de produção, no Centro-Oeste, têm experimentado os vírus da influenza ao longo dos últimos três anos. Durante esse período, diversas estratégias de imunização anterior ao parto, por meio da vacinação em massa, foram adotadas em um esforço para diminuir a transmissão endêmica. Estes plantéis variavam de 1.800 a 6.400 porcas. Cada um deles com instalações adjacentes e conectadas ao setor de gestação. Leitoas de reposição eram recebidas a cada 28 dias, provenientes de um multiplicador designado dentro do sistema, aos 21 dias de idade. Marrãs foram colocadas em quarentena em uma unidade de creche isolada durante 54 dias, período no qual elas forneceram amostras de soro duas vezes, estatisticamente coletadas, para investigação relativa à PRRS antes de seguir o fluxo

38

Tabela 1: Granjas selecionadas

Suínos&Cia | nº 51/2014

Esquema 3

Newport Monovalent H1N2

Plantel 1

Sirrah Monovalent H1N2

Plantel 2

FluSure™ XP

Plantel 3

Newport Monovalent H1N2

Esquema 2

Sirrah Monovalent

Plantel 1

FluSure™ XP

Plantel 2

Newport Monovalent H1N2

Plantel 3

Newport Monovalent H1N2

Plantel 4

Sirrah Monovalent H1N2

Plantel 5

FluSure™ XP

Esquema 1

FluSure™ XP

Plantel 1

Sirrah Quadvalent

Plantel 2

FluSure™ XP

Plantel 3

Newport Monovalent H1N2

Plantel 4

FluSure™ XP

Plantel 5

Sirrah Monovalent H1N2

contínuo para o setor de finalização, entre 11 e 27 semanas de idade. A população que estava entrando forneceu amostras para investigação relativa à influenza (swab nasal ou fluido oral) somente se o plantel de origem estivesse positivo para a doença ou se houvesse sinais clínicos dentro da população. A nossa estratégia histórica para este sistema foi a de vacinar em massa as populações da UPL com vacinas comerciais, trimestralmente, durante a temporada de incidência da gripe. As populações foram vacinadas no final de agosto, dezembro e março. A vacinação não foi realizada durante os meses de verão. Nas marrãs em desenvolvimento foi aplicada a vacina contra a gripe comercial, após a seleção (151 dias de idade), com um reforço aos 165 dias de idade. Em plantéis com maior manifestação clínica de gripe, ou se o problema fosse endêmico entre os leitões lactentes, as marrãs em desenvolvimento também foram vacinadas aos 63 e 84 dias de idade.

Descrição No verão de 2012, um consenso levou à implementação de várias vacinações nos rebanhos do sistema (15 plantéis foram inscritos e dois deles, negativos para a gripe, não foram vacinados). Cada um atribuiu uma das três estratégias adotadas, baseadas na ocorrência de cepas de influenza dentro do rebanho e do plantel de origem (genética). As vacinas administradas foram Newport Monovalent H1N2, Sirrah Monovalent H1N2, e FluSure™ XP (Tabela 1).


Sumários de Pesquisa

Protocolo Vacinação em massa de todo o rebanho com o produto atribuído. Isto inclui as porcas e as marrãs prenhas confirmadas. A vacinação em massa será repetida. Marrãs serão vacinadas a cada três semanas. Dependendo da idade, algumas marrãs poderão receber uma quarta vacinação. Newport Monovalent H1N2 • 35a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs • 44a semana: vacinação de marrãs no setor de marrãs em desenvolvimento (UDM) - inclui marrãs em isolamento • 41a semana: começa a vigilância • 41a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs Sirrah Monovalent H1N2 e Sirrah Quadvalent • 35a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs • 37a semana: começa a vigilância • 38a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs • 41a semana: vacinação de marrãs no UDM FluSure™ XP • 35a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs • 37a semana: começa a vigilância

Estresse social em suínos desmamados precocemente aumenta a possibilidade de eliminação da Salmonella typhimurium pela via fecal

S

uínos são um reservatório natural para a salmonella e outras bactérias patogênicas em potencial, transmitidas por alimentos. Lei-

tões desmamados são, muitas vezes, transportados para o setor de engorda em grupos, podendo ser

• 38a semana: vacinação em massa - porcas e marrãs • 41a semana: vacinação de marrãs no SMD

Monitoria • Começar 2 semanas após a 2a vacinação ser concluída (semana 41). • Repetir a cada 2 semanas. - 10 swabs nasais de leitões prestes a desmamar. - amostragem de 5 suínos por swab. - 7 amostras de fluidos orais (corda) do UDM. - pendurar 1 corda por lote. - a corda deve ser compartilhada entre 2 baias do mesmo lote. - identificar os tubos com o no do lote. • Quaisquer sinais clínicos de gripe em porcas ou marrãs, na semana em que não há coleta, serão investigados. - as granjas deverão contatar alguém da equipe de veterinária, caso surjam sinais clínicos - ou seja: porcas sem apetite, tosse forte profunda, corrimento nasal, letargia.

Resultados 39 Duas vacinações em massa foram benéficas na redução da circulação da influenza nos lotes que eram positivos para H1N2, mas não bem-sucedidas com relação à eliminação do vírus em 100% deles.

misturados sem levar em conta a sua granja de origem. Assim, durante o transporte e sua permanência nesse setor, alguns suínos poderão ser expostos a outros que contenham novos agentes patogênicos. Além disso, devido à estrutura social previamente estabelecida, a mistura de suínos estranhos entre si provoca um estresse social, enquanto os animais resolvem sua hierarquia de dominância. Infelizmente, há pouca informação disponível sobre os efeitos das tensões sociais na colonização e no compartilhamento de bactérias patogênicas pelos suínos. Portanto, o objetivo deste estudo conduzido por Callaway e colaboradores foi determinar o efeito da mistura e do estresse social sobre as populações de Salmonella typhimurium (ST) em suínos desmamados precocemente. Um experimento foi conduzido utilizando suínos (sete dias de idade; n = 56; duas repetições), os quais foram separados em dois grupos nº 51/2014 | Suínos&Cia


Sumários de Pesquisa

(controle e grupos mistos; n = 7 suínos em cada grupo). Um suíno de cada grupo, a ser utilizado como “semeador”, foi removido e inoculado por meio de uma sonda oral com 109 UFC de ST resistente aos antibióticos ácido nalidíxico e novobiocina. Cada um desses “semeadores” (n = 8) foi colocado em uma baia contendo seis leitões não inoculados com a ST. A cada dia, um leitão era trocado entre os grupos mistos para estimular a constante mistura/estresse social; os suínos-controle não foram trocados. Os animais foram misturados diariamente, durante cinco dias, e o seu comportamento foi gravado de forma contínua. Foram coletadas amostras diárias de fezes, por meio de swabs por via retal, para determinar a eliminação da ST por cada animal. Após cinco dias, os suínos foram sacrificados humanitariamente, os conteúdos cecal e retal foram coletados e as populações de ST foram determinadas de modo quantitativo, por diluição em série e plaqueamento direto em Agar Verde Brilhante (BGA), suplementado com novobiocina e ácido nalidíxico.

40

A recuperação qualitativa da ST foi obtida dos swabs utilizados e dos tecidos intestinais, bem como dos gânglios linfáticos e amígdalas, por meio de um enriquecimento sequencial em caldo de tetrationato (24 horas), seguido de um enriquecimento secundário em caldo de RappaportVasillard (24 horas) e por um plaqueamento em BGA (Nov/Nal). Coliformes totais dos conteúdos retal e cecais foram determinados por diluição em

Suínos&Cia | nº 51/2014

série e plaqueamento direto em Agar MacConkey. Os dados foram analisados ​​utilizando-se o modelo linear geral do SAS.

Resultados e discussão Os grupos indicaram diferenças comportamentais significativas: o dos suínos mistos dedicou, de modo significativo (P < 0,05), menos tempo para comer (P < 0,05) e se acomodar (P < 0,05) e demonstrou um comportamento menos agonístico – defensivo - (P < 0,05), sinalizando estar sob influência de alguma forma de estresse social. Mais suínos do grupo misto eliminaram ST em suas fezes por dia, em comparação com o grupo-controle. Mais animais (P < 0,05), no grupo misto, lançaram ST cinco dias após a inoculação. No abate, as populações retais de ST em suínos do grupo misto foram maiores (P < 0,05) do que as dos suínos do grupo-controle, mas as populações cecais de ST não foram alteradas pela mistura. Quando os tecidos das amígdalas, linfonodo íleo-cecal, ceco e reto foram enriquecidos para o ST, os suínos do grupo misto apresentaram amígdalas e gânglios linfáticos mais positivos que os suínos-controle. As populações de coliformes totais do ceco foram maiores (P < 0,05) nos grupos mistos em comparação aos controles. Estes resultados indicam que o estresse social, induzido pela mistura de grupos de leitões desmamados, pode aumentar a susceptibilidade e/ou a eliminação fecal de bactérias patogênicas transmitidas por alimentos.



Jogo Rápido

Dra. Nazaré Lisboa pergunta: Sua granja adota medidas de biosseguridade?

A adoção de medidas de biosseguridade faz-se necessária na atual suinocultura, pois, sem dúvida, trata-se da melhor maneira para diminuir os riscos de entrada de doenças que podem produzir perdas irrecuperáveis. A cada dia são presenciadas doenças que podem causar perdas de produtividade ou simplesmente arruinar o plantel. A entrada e a instalação de doenças podem produzir altíssima mortalidade nos diferentes segmentos de produção, além das perdas de desempenho. A biosseguridade jamais deve ser representada como um custo,

e sim incluída como contínuo investimento para garantir a saúde de um plantel. Respondendo ao questionário que segue, pode-se revisar o quanto existe vulnerabilidade no sistema de produção e como está a adoção das medidas de biosseguridade. Confira seus processos de biosseguridade simplesmente respondendo às perguntas abaixo com sim (S) ou não (N) e, em seguida, trace um plano, uma estratégia a qual se possa proteger sua granja da entrada de doenças que repercutem em perda de produtividade. Confira.

1. Quanto à localização e distância de sua granja: encontra-se próxima de outras granjas de suínos? ⃝ Sim ⃝ Não

8. Existe controle por GPS para possível rastreabilidade dos caminhões? ⃝ Sim ⃝ Não

2. Existe barreira física, com cerca de isolamento, em volta das instalações? ⃝ Sim ⃝ Não

9. Existe um quarentenário, aliado ao apoio laboratorial, minimizando os riscos de introdução de animais portadores de doenças e assegurando seu status sanitário? ⃝ Sim ⃝ Não

42

3. Existem telas antipássaros nas laterais dos galpões que impedem ou dificultam o contato de pássaros com os animais e/ou ração? ⃝ Sim ⃝ Não 4. Existe cerca que impede a entrada de animais nas instalações? ⃝ Sim ⃝ Não 5. O escritório está localizado estrategicamente para que se possa cumprir o objetivo de controlar e rastrear a entrada de pessoas e todo tipo de transportes? ⃝ Sim ⃝ Não 6. Antes da entrada na granja existe um arco de desinfecção? ⃝ Sim ⃝ Não 7. Quaisquer veículos, antes de se aproximarem da granja, passam por processo de lavagem, secagem e desinfecção? ⃝ Sim ⃝ Não

Suínos&Cia | nº 51/2014

10. Existe um protocolo a ser seguido quanto ao programa de limpeza e desinfecção como peça fundamental dentro do conjunto de práticas de manejo? ⃝ Sim ⃝ Não 11. Existe vazio sanitário mínimo de 48h no processo de desinfecção? ⃝ Sim ⃝ Não 12. Existe adequado destino aos animais mortos e demais matéria orgânica? ⃝ Sim ⃝ Não 13. Existe um programa de controle e exames laboratoriais quanto à qualidade de água? ⃝ Sim ⃝ Não 14. Existe um consistente e adequado controle de pragas? ⃝ Sim ⃝ Não


Jogo Rápido

15. Existe um programa de rotina de controle de qualidade com análise de matérias-primas e ração? ⃝ Sim ⃝ Não 16. Produtos de partos como placenta e leitões mortos são devidamente removidos e destinados a fossas ou outros sistemas de decomposição? ⃝ Sim ⃝ Não 17. Existe um eficiente controle e check list para avaliar o programa de controle de roedores e ajustá-lo, se necessário? ⃝ Sim ⃝ Não 18. Realiza-se adequado programa de vacinação, acompanhado por um médico-veterinário? ⃝ Sim ⃝ Não 19. No rebanho, existe monitoramento por meio de exames laboratoriais que se avaliam o status sanitário dos animais nos diferentes sítios de produção? ⃝ Sim ⃝ Não 20. Existe monitoramento em laboratório de diagnóstico especializado para controle de agentes patogênicos que possam comprometer a saúde dos doadores de sêmen e do sêmen da Central de Inseminação Artificial? ⃝ Sim ⃝ Não

21. Os animais de reposição que chegam à granja são de origem de granjas livres de doenças, devidamente controladas, e transportados em caminhões fechados e climatizados? ⃝ Sim ⃝ Não 22. Os caminhões de transporte para frigorífico são utilizados apenas para este objetivo e cumprem o programa de lavagem, desinfecção, secagem e vazio sanitário? ⃝ Sim ⃝ Não 23. Existem controle e cuidados como regras para funcionários e visitantes, tais como banho, troca de roupas e respeito de mínimo de 72h sem contato com outros animais antes de entrar na granja? ⃝ Sim ⃝ Não 24. Animais domésticos como aves, gatos, cães e outras espécies sempre estão fora da granja? ⃝ Sim ⃝ Não 25. Seja qual for a situação, sua granja sempre mantém as medidas de biosseguridade como prioridade, importante e constante estratégia a ser seguida no controle de enfermidades? ⃝ Sim ⃝ Não 43

26. Mantém um programa de educação continuada sobre biosseguridade a todos os funcionários e visitantes? ⃝ Sim ⃝ Não

Preencha a tabela abaixo com as suas respostas.De acordo com a soma delas, você saberá se sua granja apresenta um adequado programa de biosseguridade. SIM

NÃO

TOTAL:

Se respondeu 26 “sim” Parabéns! Você cuida muito bem da saúde de seus animais, e seu plantel agradece. Adota medidas que, sem dúvida, são as melhores estratégias para diminuir os riscos de introduzir agentes causadores de doença no rebanho. Tem em mente que as medidas de prevenção sempre são investimentos e se pagam em curto, médio e longo prazos. Certamente sua empresa é exemplo para os demais suinocultores.

Se respondeu entre 20 e 25 “sim” Estado de alerta! Precisa rever seus conceitos e iniciar um trabalho listando as prioridades. Certamente, em curto prazo, garantirá melhor controle à entrada de agentes causadores de doenças, que podem produzir perdas econômicas incalculáveis.

Se respondeu menos de 20 “sim” Encontra-se altamente vulnerável. A qualquer momento pode enfrentar problemas. Há riscos de perder tudo que adquiriu ao longo dos anos. Lembre-se: saúde é um tesouro que deve ser preservado. Certamente nenhuma empresa consegue resistir a perdas de 30% a 50% na produção. Reflita e saiba que antes tarde do que nunca. Estabeleça um programa de biosseguridade e comece a implantação de um conjunto de normas e medidas. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Curiosidade

Museu do Suíno reúne mais de 25 mil peças Inaugurado em 2005, está localizado na cidade gaúcha de Cachoeira do Sul Hiran Castagnino Kunert Médico-veterinário kunert.hiran@gmail.com

Criado em 5 de outubro de 2005, o Museu de Suíno, localizado em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, tem os objetivos de resgatar, preservar e divulgar a história da suinocultura; desmitificar o animal, divulgando suas utilidades e curiosidades; e incentivar a criação e o consumo de carne suína. Recentemente o local passou por uma ampla reforma, com a inauguração da nova sede. Atualmente são mais de 220 m2 de área construída que reúne cinco salas onde são apresentadas todas as etapas da suinocultura, desde a domesticação do suíno, sua evolução, raças e granjas até os abates caseiro e industrial, além de outras utilidades. No total, reúne mais de 25 mil peças em exposição.

44

As salas temáticas são as seguintes: • Sala 1 (Prof. Sérgio Nicolaiewsky): origem, evolução, domesticação, raças, tipos de criação, equipamentos, anatomia, nutrição, inseminação artificial, patologia e tropeirismo de porcos; • Sala 2 (Med.Vet. Luiz Henrique Fitarelli): abates caseiro/colonial e industrial, produtos suínos industrializados, história da banha e exposição de produtos suínos; • Sala 3 (Med.Vet. Cézar Camilotti Junior): curiosidades e utilidades do suíno; • Sala 4 (Prof. Jurij Sobestiansky): biblioteca,

Suínos&Cia | nº 51/2014

cinemateca, cyberteca, exposição de arte, filatelia, numismática e cartões postais; • Sala 5 (Med.Vet. Luiz Almiro Sesti e Carmen): coleção de miniaturas. De acordo com o médico-veterinário especialista em suínos, proprietário e administrador do museu, Hiran Castagnino Kunert, o acervo não para de crescer, e novas ampliações deverão ser feitas no futuro. O Museu do Suíno é um trabalho de mais de 35 anos de Kunert, que, sem suporte financeiro, sempre usou seus recursos próprios. “Qualquer pessoa pode ajudar o museu. Temos interesse em qualquer objeto relacionado à suinocultura, e as doações são devidamente cadastradas e colocadas nas salas específicas”, explica o médicoveterinário. A ideia de fundar o museu surgiu em 1975 quando Kunert ganhou um presente de uma tia: um porquinho do Uruguai. Na época, ele estava no segundo ano de faculdade, e esta peça tornou-se a número um de sua vasta coleção, que hoje conta com mais de 7 mil miniaturas.


Curiosidade

45

Em 2005, Kunert, então professor da Unoesc, em Xanxerê (SC), começou a pesquisar, junto com alguns alunos, as utilidades e curiosidades dos suínos. Com isto, ao lado da esposa Sandra, fundou oficialmente o Museu do Suíno, um dos três existentes no mundo e o único da América Latina. Recebe visitas guiadas e agendadas por universidades, associações de classe, colégios e demais pessoas interessadas. O Museu do Suíno foi cadastrado no Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), órgão ligado ao Ministério da Cultura, está presente no Guia dos Museus Brasileiros e faz parte do Plano Nacional Setorial de Museus. É classificado como um museu de Ciências e História Natural, pois mostra a domesticação do suíno até os dias atuais. Museu do Suíno Endereço: Rua Miguel Loreto Sobrinho, 420 Bairro Industrial, Cachoeira do Sul (RS) CEP: 96501-150 Contato: (51) 9651-4400, 9997-2481 e 3722-2610 Site: www.museudosuino.org nº 51/2014 | Suínos&Cia


Recursos Humanos

Uma praga chamada “desculpa” Escrito por Luiz Marins, antropólogo, professor e consultor de empresas no Brasil e no exterior

Recebi de um assinante o seguinte texto que achei espetacular: “Temos visto com uma frequência bem maior do que aquela que se poderia desejar pessoas não realizarem o que lhes cabe e tentarem se justificar com as razões mais variadas. Uma razão muito comum é ‘não tive tempo’, embora saiba-

mos que tempo é só questão de prioridade. O mais interessante é que muitas dessas pessoas só teriam que prestar contas a si mesmas e a mais ninguém, mas, mesmo assim, ficam se desculpando”. “Desculpa é a justificativa que damos para os outros, ou para nós mesmos, para deixarmos de fazer algo por medo, por comodidade, por não o sentirmos como prioritário, importante, etc., mas que não assumimos a verdadeira razão dessa decisão perante os outros e nós mesmos”. “Quando a força de vontade, a determinação e a sinceridade entram por uma porta, a desculpa sai pela outra”. “Quando temos a coragem de assumir que algo não nos é prioritário ou não queremos fazer, a desculpa torna-se desnecessária”.

46

“Quando somos capazes de perceber a gravidade de uma situação e temos a dignidade de não nos omitirmos, lutamos contra a praga da desculpa e assumimos o nosso papel, fazemos o que temos de fazer, não empurramos a outros mediante falsas justificativas”. “Quando temos uma vontade férrea e uma determinação indestrutível para realizar algo, a desculpa não existe, simplesmente porque se acaso não o realizarmos será por um motivo tão forte e tão reconhecido que nada será necessário dizer, muito menos apresentar alguma desculpa”. Nesta semana, pense nisso. Dar desculpas é um vício que muita gente tem e às vezes nem se apercebe disso. Tempo é, realmente, questão de prioridade, e as pessoas que vivem se desculpando perdem a grande chance de ser vistas como proativas e, com isso, impedem o sucesso que tanto desejam. Pense nisso. Sucesso!

Suínos&Cia | nº 51/2014



Laboratório Ceppa Informa

Coleta de amostras para exame histopatológico

Entre as análises laboratoriais utilizadas como apoio de diagnóstico destaca-se a histopatologia, cujo nome vem do grego: (hystos = tecido) e (logos = estudo). Ou seja, é o estudo dos tecidos biológicos, sua forma, estrutura e função. É um método mais comum para avaliar os tecidos e verificar a natureza da lesão, extensão e evolução do processo patológico, auxiliando, assim, com outras análises a indicação do agente etiológico envolvido. Vamos verificar abaixo as informações necessárias para enviar o material para o laboratório.

É

preciso ter cuidados e higiene quando se realiza a coleta de material para exame, procurando evitar contaminação, principalmente por bactérias, fungos ou microrganismos do meio ambiente. A amostra deve ser colhida sempre no início da doença, quando surge o problema (ao se perceber os primeiros sinais clínicos que caracterizem doença). O material deve apresentar qualidade de processamento, uma vez que a autólise prejudica a integridade do tecido alterando assim sua constituíção.

48

Suínos&Cia | nº 51/2014

Materiais para a coleta das amostras: • • • •

Frascos; Tesoura; Pinça; Bisturi;

• • • •

Lâmina; Faca; Gaze; Solução de formol 10% tamponado

- O recipiente a ser colocado o material deve ser limpo e fechado hermeticamente; - A amostra deve ser transportada ao laboratório no menor tempo possível; - Toda amostra deve ser remetida com o máximo de informações possíveis, pois serão fundamentais para um bom e adequado diagnóstico e a geração de recomendações precisas.


Laboratório Ceppa Informa

Procedimento: 1. Coleta de amostras que apresentam áreas aparentemente lesionadas, aspecto normal e área de transição, na qual se coletam os órgãos capsulados de forma perpendicular à cápsula; 2. Para envio de fragmentos que flutuam como pulmão e medula óssea, recomenda -se que os materiais após condicionados nos fracos sejam cobertos com uma gaze, possibilitando assim a adequada fixação da superficie da amostra; 3. Em qualquer caso, a espessura das peças remetidas não deve ultrapassar 1 cm para que o formol atue em profundidade e fixe todas as amostras antes que se inicie a autólise;

4. As amostras devem ser colocadas em frascos que contenham formol a 10% (uma parte de formaldeído 35% a 40% e nove de água), com o volume do fixador 10 vezes superior ao da amostra introduzida; 5. Antes de introduzir as amostras no frasco, a solução já deve conter o fixador para evitar que este se decante no fundo e as mesmas não sejam fixadas; 6. Depois das amostras fixadas em formol, refrigera-se e se envia ao laboratório de Anatomia Patológica o mais rápido possível, evitando a dessecação; 7. Jamais se deve congelar as amostras destinadas à histopatologia, pois este processo provoca cristais, altera a estrutura tissular e pode mascarar as lesões;

8. Fechamento correto da caixa para envio de material:



• Em caso de envio de órgãos, condicionar, armazenar e enviá-los separados, devidamente identificados; • Revisar o fechamento do frasco;

49





          

• Antes de fechar a caixa do material deve-se revisar o fechamento e o condicionamento do material e da embalagem que será remetida. 9. Informações precisas: rotular a caixa do envio corretamente, incluindo: • Tipo de amostra;

  

 











• Tipo de animal (espécie, sexo, idade, peso); • Dados do contato do remetente e/ou veterinário responsável (nome completo, endereço, telefone, contato, empresa); • Histórico clínico;



    

• Diagnóstico clínico. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Informe Publicitário

A ocorrência simultânea de micotoxinas nas rações de suínos Uma abordagem preventiva integral e contínua é necessária M.V. Felipe Leonardo Koller koller@vetanco.com.br

A

contaminação dos grãos por micotoxinas é considerada um dos fatores de risco mais importantes e prevalentes dentro da cadeia alimentar de monogástricos. Numerosas pesquisas demonstram que as micotoxinas geram grandes perdas de performance e parâmetros reprodutivos. Porém, o maior risco a que os animais estão expostos deve-se aos danos causados pelas micotoxinas na formação e funcionamento do sistema imune, que reduz a eficácia dos programas vacinais e os predispõem à ocorrência de enfermidades secundárias. Embora as micotoxinas sejam conhecidas há mais de 50 anos, apenas as mais comuns são estudadas com profundidade.

50

Em uma recente pesquisa sobre níveis e incidência de amostras contaminadas de ração para suínos realizada na França, estabeleceram-se alguns padrões de contaminação. No trabalho foram avaliadas 331 amostras de ração de suínos, com presença de 37 diferentes micotoxinas por meio da técnica de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa, que é o

A cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa é o método de excelência para a detecção de micotoxinas Suínos&Cia | nº 51/2014

As micotoxinas expõem os animais a danos na formação e funcionamento do sistema imune, reduzindo a eficácia dos programas de vacinas e predispondo à ocorrência de enfermidades secundárias método de excelência para a detecção de micotoxinas. Três grandes tendências surgiram da análise mencionada: • Deoxinivalenol (DON ou Vomitoxina): foi encontrado em 43% das amostras com concentração média de 942 ppb. A exposição oral ao DON induz rapidamente a expressão de citocinas inflamatórias e reduz a função hepática e a concentração de dois fatores de crescimento. O DON causa aumento na permeabilidade da mucosa intestinal, facilitando a entrada de bactérias patogênicas e outras toxinas; • Fumonisina B1 (FUMO): com concentração média de 5.557 ppm, foi encontrada em 30,1% das amostras. A FUMO prejudica as funções imunes específicas (linfócitos tipos B e T) e não específicas (macrófagos e linfócito tipo T). Desta maneira, a presença de FUMO em rações favorece a ocorrência de doenças entéricas e não apenas


Informe Publicitário

complicações respiratórias, como normalmente são diagnosticadas no campo; • Zearalenona (ZEA): foi encontrada em 26,4% das amostras com concentração média de 603 ppm. Caso a toxina não seja eliminada antes de chegar ao fígado irá exercer função idêntica ao estrógeno, hormônio reprodutivo que desencadeia o comportamento e sinais característicos do cio, gerando grandes prejuízos à produtividade dos animais. No entanto, a informação mais interessante apontada pelo levantamento feito pelos pesquisadores franceses é sobre a ocorrência simultânea de diferentes micotoxinas (coocorrência). Foram encontradas três grandes tendências: • DON + ZEA – 63% das amostras contaminadas com DON também apresentavam Zearalenona. • DON + FUMO – 53% das amostras com prevalência de DON estavam associadas também com FUMO. • ZEA + FUMO – 36% das amostras com presença de ZEA demonstraram a coocorrência de FUMO. Mesmo que não sejam vastos os materiais disponíveis na literatura sobre os efeitos da interação entre micotoxinas, pode-se afirmar que algumas associações já descritas possuem efeitos sinérgicos (mais que aditivos): • DON + ZEA • DON + Toxina T2 • Aflatoxina + Toxina T2 Com base nestes fatos pode ser temerária a recomendação de prevenção de toxinas específicas em determinada fase produtiva, como, por exemplo, o controle de ZEA apenas na fase reprodutiva. A escolha mais sensata é a prevenção de todas as principais toxinas conhecidas, concomitantemente. Quebrando alguns paradigmas, pode-se observar que as micotoxinas oriundas do fungo Fusarium têm demonstrado maior prevalência em rações de suínos que as aflatoxinas, situação esta muito semelhante ao que ocorre no Brasil. A maior parte das toxinas aqui citadas são de baixa polaridade, portanto não são eficazmente controladas com o uso dos adsorventes. Há uma nova tendência apontando para o uso de produtos com base enzimática para a inativação das micotoxinas de baixa polaridade. Esta tecnologia traz uma nova ferramenta à indústria suinícola, facilitando a implementação de programas integrais para o controle de micotoxinas. Alguns produtos enzimáticos de alta qualidade possuem a capacidade de inativar as micotoxinas em pH ácido, já no estômago, antes que elas possam ser absorvidas pelo intestino. Atualmente,

O suíno é a espécie animal mais sensível a ZEA porque o modo como o fígado do suíno metaboliza esta toxina produz um metabólito quatro vezes mais tóxico do que a toxina original há no mercado brasileiro produtos contendo enzimas específicas para Zearalenona, Ocratoxina, Fumonisina B1 e Tricotecenos (DON, T-2, LAN, DAS, Nivalenol, etc.), além de material adsorvente para o controle de aflatoxinas. A inativação enzimática de micotoxinas é um processo eficaz, específico e seguro, que reduz os riscos causados pelas micotoxinas de real importância na produção de suínos.

51

Referências: 1. Grenier B.B., Oswald I.P. Mycotoxin co-contamination of food and feed: meta-analysis of publications describing toxicological interactions, World Mycotoxin Journal, Agosto/ 2011; p. 285-313; 2. Halász A. et al. Decontamination of Mycotoxin-Containing Food and Feed by Biodegradation, Food Reviews International, 25: 4, 2009, p. 284 — 298; 3. Nacer-Khodja E. Survey into mycotoxin contamination of pig complete feed, Int. Pig Topics, V29, N1.; 4. Rafai P. et all. Biotransformation of trichothecenes alleviates the negative effects of t-2 toxin in pigs, ActaVeterinariaHungarica 61 (3), 2013; p. 333–343; 5. Rodrigues M. A. et al. Protecting the immune system from one of its major challenges – toxins, Int. Pig Topics, V29, N1. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Informe Publicitário

G

raduado em Zootecnia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Bruno Veiga possui MBA em Gestão em Agronegócios pela Fundação Getúlio Vargas e experiência profissional em empresa de pesquisa de mercado no agronegócio, nutrição animal e saúde animal. Atualmente na Sauvet, é gerente nacional de vendas e atua como coordenador de equipe comercial dando suporte aos clientes e parceiros.

Bruno Veiga

bruno.veiga@sauvet.com.br

As inovações da Sauvet Bruno Veiga, gerente nacional de vendas da empresa, explica as estratégias para fidelizar clientes, faz uma abordagem sobre a linha de produtos para suínos e aves e explica quais são seus planos de parceria com os clientes 52

Suínos&Cia - Quais as inovações da Sauvet?

ampliação de sua estrutura para atender ao

A Sauvet Saúde Animal segue inovando, por meio de lançamentos de novos produtos, para atender às necessidades dessas dinâmicas atividades que são a suinocultura e a avicultura; investindo parte de seus recursos na

aumento de produção e logística e na aquisição de equipamentos para adequar e aperfeiçoar os processos de controle de qualidade. Segue, ainda, contratando profissionais especializados para serem incorporados às equipes

Para 2014, a Sauvet projeta aumentar a capacidade de produção e armazenamento, com investimento em novas tecnologias e em uma nova estrutura fabril para atender com agilidade aos seus clientes Suínos&Cia | nº 51/2014


Informe Publicitário

internas e de campo, com o objetivo de estarmos mais próximo de nossos clientes e parceiros, para atendê-los de forma personalizada dentro de suas necessidades. Suínos&Cia - Qual a atual estratégia de atendimento ao cliente? A Sauvet tem como filosofia a melhoria contínua no que se refere ao atendimento do cliente, procurando atendê-lo a cada dia de forma mais personalizada. Para melhorar ainda mais esse relacionamento, colocamos à disposição de nossos parceiros uma equipe de profissionais especializados e motivados. Como estratégia de atendimento, a Sauvet ampliou sua linha de produtos, priorizando excelência na qualidade e agilidade por meio de controle e certificações para atender a qualquer necessidade de forma rápida, eficaz e segura. Suínos&Cia - Qual o principal produto da Sauvet na linha de suínos? Preferimos evitar essa abordagem de um produto diferenciado ou específico. Nosso diferencial é promover a saúde animal, e o destaque é a própria linha, que, na sua maioria, é destinada à espécie suína. O importante para a empresa é poder oferecer produtos que promovam saúde nas diferentes fases da produção de qualquer suinocultura, seja local, regional ou nacional. Participar do mercado por meio do fornecimento de produtos para tratar e promover a saúde do plantel de uma atividade dinâmica como a suinocultura é um privilégio. Portanto, nosso objetivo é fornecer uma linha de produtos eficazes, compatíveis com a atividade e que atendam a todas às necessidades e exigências no que se refere à saúde animal. Suínos&Cia - Quais os atuais planos de parceria com os clientes? A Sauvet entende que a melhor maneira

de promover parcerias é apresentar soluções rápidas, eficazes e com segurança. Essa é uma das principais necessidades da suinocultura. Assim, disponibilizamos aos nossos parceiros uma completa linha de produtos e serviços de consultoria, implantação com monitoramento de programas sanitários, treinamento e suporte técnico. Dessa forma, nossa proposta é ter constante contato e pronto atendimento para os nossos atuais e futuros clientes e profissionais da área. Suínos&Cia - Comente um pouco sobre a história da empresa. A Sauvet Saúde Animal é uma empresa 100% nacional que iniciou suas atividades em 2002 com o objetivo de produzir e comercializar medicamentos veterinários para suinocultura e avicultura. Em 2009, a Sauvet passou a incorporar a fabricação e a comercialização de produtos para nutrição animal, como alguns aditivos e melhoradores de desempenho. Ao longo desses 12 anos, a Sauvet teve e tem como objetivo ampliar seu portfólio de forma sustentável para atender às atuais necessidades de clientes e parceiros.

53

Suínos&Cia - Quais são os planos de crescimento da empresa para os próximos anos? Inserir cada vez mais a Sauvet como referência em saúde e nutrição animais na suinocultura e avicultura brasileiras. Buscamos, incansavelmente, atualização técnica e inovações em produtos e serviços. Atualmente estamos em processo de negociação de uma nova área, na qual construiremos uma nova planta com maior capacidade de produção e modernização de processos para melhor otimização de recursos, o que aumentará nossa competitividade em fornecimento de produtos de alta qualidade e também em preços, além da eficiência de atender às exigências dos mais rigorosos padrões de qualidade dos mercados mais exigentes, com rapidez e eficácia. nº 51/2014 | Suínos&Cia


Dicas de Manejo

Inseminação pós-cervical ou intrauterina Descrição da técnica de inseminação artificial intrauterina A IA pós-cervical vem tomando espaço como método de reprodução suína, substituindo parcialmente a IA tradicional. Por margem de segurança, tem sido praticada com mais frequência em fêmeas acima do segundo

parto. Por ser uma técnica que exige capacitação e excelente qualidade de sêmen, decidimos elaborar um protocolo da técnica que deve ser adotado sempre que se optar pela IA pós-cervical ou intrauterina.

Existem dois tipos de inseminação artificial (IA) intrauterina: IA pós-cervical (IPC) e IA intrauterina profunda. Inseminação pós-cervical

Inseminação intrauterina profunda

54

Localização do cateter e da sonda no aparelho genital da fêmea suína quando praticada as técnicas da inseminação artificial pós-cervical e intrauterina profunda Tipos de pontas do cateter de IA pós-cervical

Suínos&Cia | nº 51/2014


Dicas de Manejo

Inseminação tradicional com a ponta do cateter espiral

Foto 1

Foto 2

Foto 3

Foto 4

Foto 5

As fotos 1 a 3 demonstram no aparelho genital da fêmea a área de fixação do cateter esponja e a sonda-guia quando se insemina por meio da técnica da inseminação pós-cervical

As fotos 4 e 5 demonstram o aparelho genital da fêmea com a área de fixação do cateter espiral e a sonda-guia quando se insemina por meio da técnica da inseminação póscervical nº 51/2014 | Suínos&Cia

55


Dicas de Manejo

Metodologia do manejo da inseminação artificial pós-cervical

1. Utilizar toalhas úmidas descartáveis para limpeza da vulva antes de inseminar

2. Utilizar pipetas adequadas embaladas por unidade

56

3. Lubrificar a ponta do cateter com gel lubrificante não espermicida

4. Proceder a introdução do cateter

Suínos&Cia | nº 51/2014


Dicas de Manejo

5. Depois do cateter introduzido, proceder a introdução da sonda e aplicação da dose

6. Após a inseminação, remover sonda e cateter e manter as fêmeas tranquilas

57

Resultados de granjas assistidas pela Consuitec que adotaram IA pós-cervical, comparados com o sistema tradicional Granjas A

B

C

D

Ano

IA T

IA PC

IA T

IA PC

IA T

IA PC

IA T

IA PC

Número de IA

2.350

2.180

1.150

985

985

726

562

485

Taxa Parto

92,3

94,2

91,5

90,4

93.4

94,62

90,7

91,6

Nascidos Totais

13,5

13,6

14,5

14,3

14,5

14,6

13,6

13,7

Nascidos a cada 100 IA

1.246

1.281

1.326

1.292

1.354

1.381

1.233

1.254

* Os resultados analisados foram do período de um ano, de março de 2013 a fevereiro de 2014 IAT (Inseminação Artificial Tradicional) e IAPC (Inseminação Artificial Pós-cervical)

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Dicas de Manejo

Protocolo de inseminação pós-cervical

Elaborado por equipes técnicas Kubus e Consuitec Uma vez que a fêmea encontra-se em cio, este é o protocolo mais recomendado para se obter sucesso na IA intrauterina. A) Na IA tradicional, o macho sempre é utilizado para estimular e detectar cio na fêmea suína. Também recomenda-se a presença do mesmo durante o manejo da IA tradicional. No entanto, é recomendado a ausência total do macho durante o manejo da IA pós cervical. Embora, no manejo de estímulo e diagnóstico de cio, na IA pós cervical, o macho segue fazendo parte. Para o êxito da técnica, é recomendado esperar, no mínimo, de 45 minutos a 1 hora depois de as fêmeas terem tido contato com o macho. O objetivo desta espera é para que se possa perder o efeito da presença do macho sobre a fêmea no momento da IA intrauterina. B) Muito importante é identificar quais fêmeas irão receber a inseminação intrauterina e quais são as que irão receber a IA tradicional. Os melhores resultados são obtidos quando o protocolo de aplicação desta técnica não é muito agressivo. IA intrauterina: apenas nas fêmeas que entram em cio nos dias 4 a 7 depois do desmame (melhor aplicar a técnica apenas nas fêmeas com intervalo desmame/cio de 3 a 6 dias, respeitando o histórico de produtividade de cada granja quanto à produção por intervalo desmame/cio). IA tradicional: demais fêmeas do plantel. • Desmamadas que ciclam atrasadas > 6 ou 7 dias; • Desmamadas que ciclam muito precoce < 3 ou 4 dias; • Nulíparas e primíparas: deve ser analisado com muito critério o uso da pós-cervical em primíparas;

58

• Fêmeas repetidoras, abortadas e atrasadas. C) Evitar que a porca esteja estimulada no momento da IA intrauterina. • Fêmea estimulada é muito mais difícil a introdução da cânula, já que a cérvix se fecha; • Necessita-se de mais tempo para a introdução da cânula. Faz-se necessário que a fêmea esteja totalmente relaxada. Portanto, a IA pós cervical deve ser realizada sem a presença do macho e sem nenhum tipo de estímulo durante a inseminação, ou mesmo os tradicionais estímulos que se faz pelo funcionário sobre a fêmea ou através do uso de mochilas, arcos de inseminçaõa, etc. Dicas importantes: 1. Limpar bem os lábios da vulva com uma toalha descartável impregnada em desinfetante não espermicida. Esta técnica é muito sensível à falta de higiene. A utilização de toalhas descartáveis com desinfetante ginecológico é a melhor opção de limpeza da face interna dos lábios vulvar; 2. Retirar o cateter da embalagem que o protege com muito cuidado e máxima precaução; 3. Lubrificar a ponta do cateter com gel lubrificante não espermicida; 4. Introduzir o cateter de forma habitual, seja espiral ou espuma, sem que a cânula interior se exteriorize; 5. Fixar o cateter na cérvix da porca; 6. Introduzir a cânula interior até que se note a primeira resistência das pregas cervicais; 7. Esperar uns segundos para que a porca relaxe antes de iniciar a introdução da cânula; Suínos&Cia | nº 51/2014


Dicas de Manejo

8. Iniciar a introdução da cânula empurrando suavemente com os dedos polegar e indicador, fazendo uma leve pressão ao interior para transpor as pequenas resistências dos anéis cervicais. Continuar com esse processo até alcançar o corpo do útero (percebe-se que a resistência dos anéis cervicais vai desaparecendo e há uma sensação táctil de estar chocando com algo esponjoso, que são as paredes do corpo do útero). Jamais deve-se forçar a entrada da cânula e é preciso trabalhar sempre com muita paciência e tranquilidade, tanto por parte dos operários quanto das fêmeas que estão recebendo o processo; 9. Introduzir a dose seminal à temperatura ambiente de uma só vez: volume da dose entre 50 ml e 60 ml e uma concentração de 1,5 bilhão a 2 bilhões de espermatozóides; 10. Se a operação for realizada corretamente, comprovar se não haverá refluxo; 11. Retirar a cânula interior, deixando o cateter dentro da fêmea durante alguns minutos (entre 5 e 10 seria suficiente). Revisar a cânula para comprovar se ela não sai dobrada, manchada de sangue, suja ou com restos muco-purulento; 12. Após esse tempo, retirar o cateter de forma habitual. Outros pontos que devem ser levados em conta devido à importância da técnica sobre os resultados são: • Por ser uma técnica mais sofisticada, antes de começar a usá-la de forma massiva, é necessário realizar constantes treinamentos teórico-práticos com o pessoal que estará envolvido em todo processo da técnica de manejo da IA pós cervical. Além disso, sempre deve-se revisar o processo conferindo e comparando resultados. • Utilizar sempre doses pequenas preparadas em um laboratório do centro de inseminação, com volume e concentração pré- estabelecidos. • Jamais repartir doses completas que se preparam para a IA tradicional, de 90 ml a 100 ml, entre duas fêmeas que irão receber a IA pós-cervical. Quando se adota essa estratégia não há forma de saber o volume e, muito menos, a concentração da dose que se aplica em cada fêmea. • Os sistemas multidoses de mochila, mesmo sendo muito rápidos, não dão bons resultados, já que nem todas as doses saem com o mesmo volume e concentração, fazendo com que ocorram resultados irregulares. • A gestação pode se confirmar com concentrações menores de espermatozoides. Porém, nas granjas existem diferentes circunstâncias no dia a dia que podem alterar a normalidade. O mais prudente é utilizar concentrações entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de espermatozoides. Recentes trabalhos demonstraram que muitas empresas em diferentes países preferem adotar uma margem de segurança e trabalham com doses mais próximas de 2 bilhões do que de 1,5 bilhão. • A porca necessita de uma concentração e um volume mínimos de espermatozoides. Atualmente tem se observado que os melhores resultados em granjas comerciais são obtidos com volumes entre 45 ml e 60 ml. • Realmente, o limitante da técnica é a qualidade seminal (quanto menor a quantidade de espermatozoides que se adiciona na dose, mais segura será sua qualidade). Por tudo isso devem-se elaborar doses seminais para a IA intrauterina com os melhores machos, não apenas quanto ao nível genético, mas também em relação à qualidade seminal: machos com baixo número de formas anormais, sem aglutinação, boa motilidade e viabilidade dos espermatozoides e alta porcentagem (> 80 %) de acrossomas normais. • Quanto ao nível de resultados não há diferenças ao utilizar um ou outro tipo de cateter (espuma versus espiral), muito menos quanto ao tipo de cânula (saída única frontal versus saída dupla lateral). Atualmente são utilizados todos estes tipos, com bons resultados. Porém, percebe-se que cada vez mais há maior demanda de catéteres de espuma e cânulas com saída única frontal por serem menos traumáticos. Finalmente, pode-se afirmar que todo o desenvolvimento da técnica está caminhando para ganhar maior segurança e rapidez no processo, evitando colocar em risco os resultados de fertilidade e prolificidade. Escrito e revisado por Maria Nazaré Lisboa (Consuitec) e Rafael Pallás (Kubus) nº 51/2014 | Suínos&Cia

59


Divirta-se

Jogo dos 7 erros

60

Encontre as palavras No diagrama ao lado vamos encontrar as palavras que são princípios ativos medicamentosos que podem ser utilizados como tratamento no combate às infecções bacterianas das doenças respiratórias que acometem o suíno. Amoxicilina Cefalosporina Doxiciclina Enrofloxacina Florfenicol Lincomicina Penicilina Terramicina Tilmicosina Tiamulina Tilosina Tulatromicina

Suínos&Cia | nº 51/2014

S M A T U L A T R O M I C I N A K R L O M Y M E X R O V R G

N S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R

D C D G T S J R G T I R T R R T O Y C U N I N O T D Q Q G T

F D I O Q Q I T V A S M X N L G V X B B N R X L Y F O N V Y

A F G P E N I C I L I N A J E H O N I H L I T I R G W K C H

H G B X X L W E A N H H B X J U K R L C M O J N B T F O T N

J A B D O T B F K B J B N D B J B N S B I B G C B J E J I B

K H H S C E I A E B L N C M D L R H E E K C P O V K E F L T

L O I Q R S G L J R L G Y W F L G Y W F L G L M S L R H M I

P N U C O D Y O G G P Y U S G P Y U S G P Y H I C O T T I R

A S J I O D O S O H O T J Z H O T J Z H O T U C N O T G C A

O F P P I W F P D J I F M X J I F M X J I F O I J A O B O E

W O I E Z R C O O M U C K A M U C K A M U C I N M U Y F S I

E Z W I U Y X R T N Y X I Q N Y X I Q N Y X E A N C O C I W

R D H R N T D I H K T D O W K T D O W K T D K R L G U D N A

O M E F X B S N M L R R L A L R R L A L R I L F L R E L A D

T L T Y L I G A I P E E P S P E E P S P E E A I P O I M D O

A B P F L O T I E O W S P D O W S P D O W S M M B G O I I C

Y N O E F Q R L Q I Q Z O E I Q Z O E I Q Z F E U X O A U H

R V I C B G A F N U Z A I R U Z A I R U Z A J R I L T O T A

U J D F U X N L E D X Q L F J X Q L F J X X E C J M I L X T

C C K M T C W H U N U W K C K C W K C I E W I C R Q O N L O

S M C O D I F U C L I K E J H V A J X H L L W N X F L J A S

L X U Z N A Z U A H B C F Z G B Z U Z G I U H I G B F U O G

O N N A D W X N A F L X O K F N X N A N N U F H A R O E A F

T E R R A M I C I N A N M L F M S M A C R A M I C M B M C C

L O B W D L W B C D K S H A T M R I E N W A Q I A T Z B W D

D R T T R Y I U A M H E H E N R O F L O X A C I N A D H E X

O D Y D S O D Y D S V D Y D C T L F B O R F D H R O N Y D S

K S O D S F L G O H D O R F Z K C T S Z K C T F Z K C E F Z


Divirta-se

Teste seus conhecimentos Existem muitos métodos de orientação medicamentosa quando as doenças acometem os animais no sistema de produção suína. A adequada decisão sobre o medicamento, duração e via de aplicação pode garantir o sucesso da recuperação total do animal. Assinalar verdadeiro (V) ou falso (F) nas sentenças abaixo, relacionadas com os procedimentos de medicação. (

) Em caso de surtos agudos de doenças como Pleuropneumonia, Doença de Glasser, Meningite, Pneumonia e Erisipela, a recomendação mais indicada é o tratamento injetável, por se tratar de um método rápido e individual

(

) A medicação injetável apresenta efeito rápido e efetivo. Porém, deve-se aplicar apenas em casos crônicos

(

) A eleição por medicação injetável exige mais manejo, e o processo produz mais estresse nos animais

(

) Pode ocorrer transmissão de agentes causadores de doenças por meio de agulhas e seringas

(

) Recomenda-se a troca de agulhas e seringas entre animais e tratamentos para se evitar a transmissão de doenças durante o processo

(

) Recomenda-se tratar os animais doentes no início do problema, quando há perda de apetite, febre e outros sinais clínicos que caracterizam processo agudo da doença 61

Caso clínico Em uma visita técnica a uma granja no interior do Paraná, no setor de reprodução havia relato de aumento de retorno de cio, porcas atrasadas depois do desmame e presença de fêmeas com cio prolongado, além de na maternidade, após o nascimento, se observar edema de vulva (hiperestrogenismo). Na creche havia casos de canibalismo de cauda, necrose de orelhas, prolapso e diarreia. Na presença desses indicadores, qual o seu diagnóstico? a) Erisipela suína b) Peste Suína Clássica c) Micotoxicose d) Parvovirose e) Circovirose

nº 51/2014 | Suínos&Cia


Divirta-se

Jogo dos 7 erros

Teste seus conhecimentos ( V ) Em caso de surtos agudos de doenças como Pleuropneumonia, Doença de Glasser, Meningite, Pneumonia e Erisipela, a recomendação mais indicada é o tratamento injetável, por se tratar de um método rápido e individual ( F ) A medicação injetável apresenta efeito rápido e efetivo. Porém, deve-se aplicar apenas em casos crônicos ( V ) A eleição por medicação injetável exige mais manejo, e o processo produz mais estresse nos animais ( V ) Pode ocorrer transmissão de agentes causadores de doenças por meio de agulhas e seringas ( V ) Recomenda-se a troca de agulhas e seringas entre animais e tratamentos para se evitar a transmissão de doenças durante o processo

62

( V ) Recomenda-se tratar os animais doentes no início do problema, quando há perda de apetite, febre e outros sinais clínicos que caracterizam processo agudo da doença

Encontre as palavras S M A T U L A T R O M I C I N A K R L O M Y M E X R O V R G

N S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M Z F E S N L F R

D C D G T S J R G T I R T R R T O Y C U N I N O T D Q Q G T

F D I O Q Q I T V A S M X N L G V X B B N R X L Y F O N V Y

A F G P E N I C I L I N A J E H O N I H L I T I R G W K C H

Suínos&Cia | nº 51/2014

H G B X X L W E A N H H B X J U K R L C M O J N B T F O T N

J A B D O T B F K B J B N D B J B N S B I B G C B J E J I B

K H H S C E I A E B L N C M D L R H E E K C P O V K E F L T

L O I Q R S G L J R L G Y W F L G Y W F L G L M S L R H M I

P N U C O D Y O G G P Y U S G P Y U S G P Y H I C O T T I R

A S J I O D O S O H O T J Z H O T J Z H O T U C N O T G C A

O F P P I W F P D J I F M X J I F M X J I F O I J A O B O E

W O I E Z R C O O M U C K A M U C K A M U C I N M U Y F S I

E Z W I U Y X R T N Y X I Q N Y X I Q N Y X E A N C O C I W

R D H R N T D I H K T D O W K T D O W K T D K R L G U D N A

O M E F X B S N M L R R L A L R R L A L R I L F L R E L A D

T L T Y L I G A I P E E P S P E E P S P E E A I P O I M D O

A B P F L O T I E O W S P D O W S P D O W S M M B G O I I C

Y N O E F Q R L Q I Q Z O E I Q Z O E I Q Z F E U X O A U H

R V I C B G A F N U Z A I R U Z A I R U Z A J R I L T O T A

U J D F U X N L E D X Q L F J X Q L F J X X E C J M I L X T

C C K M T C W H U N U W K C K C W K C I E W I C R Q O N L O

S M C O D I F U C L I K E J H V A J X H L L W N X F L J A S

L X U Z N A Z U A H B C F Z G B Z U Z G I U H I G B F U O G

O N N A D W X N A F L X O K F N X N A N N U F H A R O E A F

T E R R A M I C I N A N M L F M S M A C R A M I C M B M C C

L O B W D L W B C D K S H A T M R I E N W A Q I A T Z B W D

D R T T R Y I U A M H E H E N R O F L O X A C I N A D H E X

O D Y D S O D Y D S V D Y D C T L F B O R F D H R O N Y D S

K S O D S F L G O H D O R F Z K C T S Z K C T F Z K C E F Z

Caso clínico Em uma visita técnica a uma granja no interior do Paraná, no setor de reprodução havia relato de aumento de retorno de cio, porcas atrasadas depois do desmame e presença de fêmeas com cio prolongado, além de na maternidade, após o nascimento, se observar edema de vulva (hiperestrogenismo). Na creche havia casos de canibalismo de cauda, necrose de orelhas, prolapso e diarreia. Na presença desses indicadores, qual o seu diagnóstico? a) Erisipela suína b) Peste Suína Clássica

Oc)d) Micotoxicose Parvovirose e) Circovirose




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.