Notícias de Israel - Ano 30 - Nº 3

Page 20

Bush não se dignou a um único olhar para o sepulcro de Yasser Arafat, o que os palestinos consideraram uma ofensa. À noite Bush exigiu o fim da ocupação israelense, mas irritou os árabes quando advogou: “...o estabelecimento da Palestina como pátria para o povo palestino, assim como Israel já é a pátria para o povo judeu”. Quer seja profeta ou visionário político, o presidente Bush emitiu sinais claros e deixou marcas como poucos de seus antecessores. (US)

O presidente americano George W. Bush com o primeiro-ministro israelense Ehud Olmert em Jerusalém.

da avaliação que se faça de sua política. Bush também foi confrontado com o passado, por exemplo, no Yad Vashem, o memorial do Holocausto em Jerusalém. Diante de fotografias aéreas de Auschwitz em 1944, foi perguntado a ele por que os americanos sob a liderança de Roosevelt não bombardearam a pior fábrica de morte dirigida pelos nazistas. Sua destruição certamente teria custado a vida de milhares de judeus dentro de seus muros, mas salvaria a vida de outros milhões de candidatos à mortandade. Após uma breve confabulação com sua secretária de Estado, Bush explicou, para espanto de seus ouvintes: “Esse foi um erro histórico”. Uma declaração forte de um presidente norte-americano que normalmente não critica seus antecessores. Bush quebrou um tabu em relação a um tema que já deu origem a comentários e livros de historiadores que formam bibliotecas inteiras.

20

Notícias de Israel, março de 2008

A visita a Israel foi alegre, animada e cordial, acompanhada de muitos gestos de cortesia. Beijinhos foram trocados entre Bush e a ministra do Exterior Tzipi Livni e entre Olmert e Condoleezza Rice. Bush e Olmert se abraçaram, deram tapinhas nas costas um do outro e se portaram como velhos colegas de escola. Boa vontade também foi demonstrada pela administração da cidade de Jerusalém. Na manhã do segundo dia da visita, a municipalidade mandou desligar a iluminação das muralhas da Cidade Antiga especialmente para que Bush pudesse observar, a partir de sua suíte de hotel, o maravilhoso nascer do sol sobre o monte das Oliveiras e a silhueta da Cidade Antiga adornada por suas cúpulas. Ou melhor: poderia ter observado, pois uma espessa neblina bloqueou sua visão. Bush continuou sua viagem e dirigiu-se à sombria e chuvosa Rammalah dos palestinos. Lá reinava mau humor.

Com todo o respeito devido ao presidente norte-americano, precisamos nos perguntar como é possível que ele, como cristão, pode chegar ao ponto de dividir a terra de Israel em favor de um Estado palestino. Exatamente àqueles que o fazem, Deus ameaça com pesado juízo (veja Jl 3.2). Talvez seja permitido perguntar se o comportamento de Bush não é um alerta para nós cristãos. Pois, por um lado ele confirma sua fé e se posiciona claramente em favor de Israel. Por outro lado, ele está disposto a repartir a terra de Israel. Com esse comportamento o presidente se parece com diversos reis do Antigo Testamento: ele faz o que agrada ao Senhor, mas não em tudo, pois eles não derrubaram os altos (veja 2 Rs 10.30-31; 14.3-4; 15.34-35, etc.). Será que não acontece o mesmo conosco? Empenhamonos pelo Reino de Deus, fazemos isto ou aquilo, mas em um ponto falhamos sempre. Jesus, porém, morreu também por este ponto. Por isso, sigamos com fervor ainda maior e de todo o nosso coração ao Senhor Jesus! O rei Ezequias é um exemplo maravilhoso para nós cristãos, pois ele agiu de todo o coração para com o Senhor e fez tudo o que agradava a Deus (veja 2 Rs 18.3-8). (Conno Malgo)


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.