Revista Brasil Portugal no Ceará

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EGP e IPCP firmam convênio de cooperação

Encontro define estratégias para superação da crise em Portugal

Novo programa da CBP-CE visa atrair investimentos ao interior

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

Ano IV - # 10 - Janeiro-Fevereiro-Março de 2012

A VEZ DA ÁFRICA

OPORTUNIDADE É O QUE NÃO FALTA PARA A APROXIMAÇÃO ENTRE O BRASIL E O CONTINENTE, APÓS A CRIAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS AFRICANOS

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2 Brasil-Portugal no Cearรก


nesta edição

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entrevista O presidente da Adece, Roberto Smith, comenta os projetos de estímulo ao desenvolvimento no interior do Estado e a parceria com a CBP-CE

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evento A feira AcquaLiveExpo e EnergyLiveExpo reuniu 60 empresas em Lisboa para discutir novas soluções sustentáveis para o setor de água e energia

breves

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editorial No caminho certo para o crescimento

página econômica Oportunidade ou ameaça: a decisão é sua

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entrevista Para o bem de todo o Estado

negócios Afinal, o que a África tem?

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com Roberto Smith, presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará

comércio Encurtando distâncias

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página econômica A flutuação do dólar e o novo protecionismo

capacitação Aperto de mãos em prol da educação mercado Unindo mentes por novas ideias

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evento Água, energia e negócios

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página econômica Para não cair na malha fina

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gastronomia O cronista gastronômico Virgilio Gomes conta como conheceu a famosa piabinha e a compara com a manjubinha portuguesa

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informecial Novidades ao som do mar

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ceará De olho no interior

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página econômica A África que surpreende

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gastronomia Piaba ou manjubinha?

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cultura Dicas de livros

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espaço ibef guia de sócios agenda Jan-Fev-Mar 2012 3


evento

cooperação

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Acordo entre Confea e a Ordem dos Engenheiros de Portugal A Ordem dos Engenheiros de Portugal (OE) e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia do Brasil (Confea) assinaram, no dia 26 de novembro de 2011, em Coimbra, um protocolo de cooperação que permite aos engenheiros portugueses obter um registro profissional provisório de modo a poderem trabalhar no Brasil. O objetivo, além de diminuir a burocracia anteriormente necessária, é criar condições favoráveis para a mobilidade de profissionais engenheiros entre os dois países. O protocolo foi assinado pelo presidente da OE, engenheiro Carlos Matias Ramos, e pelo presidente do Confea, enge-

nheiro Marcos Túlio de Melo. O acordo bilateral tem base no princípio de reciprocidade no Artigo 12 do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, celebrado entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, no dia 22 de abril de 2000, em Porto Seguro (BA). Do acordo, resulta que os engenheiros de ambos os países poderão ser admitidos temporariamente, ou seja, durante o período de vigência do contrato de trabalho, no sistema Confea/ Crea do Brasil, ou, tratando-se de engenheiros brasileiros, na Ordem dos Engenheiros de Portugal.

InfoBrasil traz o tema “Nordeste a bola da vez” Maior evento de tecnologia da informação do Norte/Nordeste, a InfoBrasil chegou à sua 38ª edição, entre os dias 13 a 16 de março, no Centro de Convenções do Ceará. Promovido pelo Sebrae/Ceará e realizado pelo Instituto InfoBrasil de Inovação Digital (IIID), o evento teve como tema “Mobilidade e Inovação: Nordeste a bola da vez”, abordando a conversão e a integração para um público relacionado com as áreas de informática, tecnologia da informação e telecomunicações. Durante os quatro dias, foram realizadas palestras, congressos, uma feira de tecnologia e muitas outras atividades, em uma ampla troca de informações e experiências, contando com o lançamento de produtos e o estreitamento de relacionamentos profissionais.

empreendimento

Grupo português Aquapura apresenta projeto no Brasil No dia 12 de março, o grupo hoteleiro português Aquapura apresentou ao Governo do Ceará um projeto para a construção do complexo imobiliário Península das Águas Belas, no qual serão investidos R$ 290 milhões. Fruto da parceria com a empresa Juriti, o empreendimento foi apresentado ao governador do Ceará, Cid Ferreira Gomes, no Palácio da Abolição. O complexo Península das Águas Belas será construído em Cascavel, no litoral les4 Brasil-Portugal no Ceará

te, e compreende um grupo de hotéis, residenciais, campos de golfe e um parque temático da Turma da Mônica, personagem do cartunista Maurício de Sousa. O empreendimento vai gerar cerca de 3.300 empregos diretos e mais de 10.000 indiretos. Segundo o grupo Aquapura, o projeto vem passando por estudos há cinco anos e o objetivo é que as obras sejam iniciadas em junho deste ano, de modo que o complexo comece a operar em 2014.


intercâmbio

IPCP oferta pós-graduação Brasil/Portugal endereço

Mudança no escritório administrativo do Aquiraz Riviera Desde o dia 27 de fevereiro, os setores administrativo e operacional do Aquiraz Riviera estão funcionando oficialmente no próprio local do empreendimento, na praia de Marambaia, município de Aquiraz. Localizado anteriormente no edifício Metropolitan, no bairro Aldeota, em Fortaleza, o novo escritório do complexo turístico-imobiliário já está em pleno funcionamento, facilitando a

logística de contatos com os sócios e visitantes. Outra novidade é a entrada em funcionamento das piscinas adulto e infantil e das quadras de tênis e poliesportiva do Club House, também inauguradas no mês de fevereiro, como as mais novas opções de conforto e lazer aos sócios e proprietários do Aquiraz Riviera, bem como aos turistas que procuram o local para se hospedar ou jogar golfe.

Sócio da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, o Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) está oferecendo pós-graduação em Administração e Gestão de Empresas com aulas no Brasil e em Portugal. O curso é resultado da parceria com a University of Porto Business School. O objetivo da pós-graduação é desenvolver competências de gestão e de liderança, fundamentais para o trabalho de um gestor executivo, além de apresentar todos os mecanismos utilizados na gestão corporativa. A expectativa é de que as aulas já comecem em julho desse ano. Também será possível participar de um ciclo de estudos do mestrado em Edificação e Projeto Urbano, realizado em conjunto com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Segundo a entidade, esse projeto começa como uma pós-graduação, mas a intenção é que ele possa se tornar um mestrado. Sócios da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, Câmara Brasil-Angola no Ceará e demais sócios das câmaras portuguesas de comércio no Brasil terão condições especiais.

acordo

Missão de empresários e instituições cearenses vai a Cabo Verde Uma comitiva formada por empresários e representantes de instituições brasileiras estará em Cabo Verde entre os dias 17 e 24 de maio para retribuir a visita de autoridades cabo-verdianas ao Ceará. O intercâmbio marca a assinatura do acordo de cooperação entre o Porto de Fortaleza e os portos de Cabo Verde, que viabilizará uma rota direta de navegação marítima entre o Brasil e a África, com o objetivo de facilitar as transações comerciais.

A comitiva será composta por membros da diretoria da Companhia Docas do Ceará, da Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE), das Câmaras de Comércio Brasil-Portugal e Brasil-Angola no Ceará, bem como do Sebrae/Ceará, Abase, Fiec/CIN, Sindicatos das Indústrias, além de empresários. Tais organizações foram também as responsáveis pelo esforço que culminou na assinatura do protocolo de cooperação entre os portos. Jan-Fev-Mar 2012 5


web

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CBP-CE tem nova página no Facebook Consciente do papel da comunicação como um dos pontos estratégicos mais importantes para o sucesso empresarial, a Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) mudou seu espaço na rede social Facebook e agora conta com uma fanpage oficial, recurso que permitirá melhor divulgação de informações e mais interação com o público. O objetivo é fazer da fanpage um canal eficaz para a comunicação com sócios, parceiros e demais interessados em relações internacionais, especialmente as nações integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A interativi-

dade em tempo real, a abrangência e a rapidez são vantagens típicas das redes sociais. Assim, o internauta que visita a fanpage da Câmara tem acesso a informações sobre economia, política, cultura, entre outros assuntos. Para conferir, acesse: www.facebook.com/ cbpce. Além disso, você pode também entrar no site da CBP-CE: www.brasilportugal.org.br/ce ou ainda acessar o perfil da Câmara no Twitter: twitter.com/cbpceara.

tecnologia

Embrapa vai instalar laboratório virtual na Alemanha Sempre investindo em pesquisa e desenvolvimento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), parceira da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), instalará na Alemanha seu Laboratório Virtual no Exterior (Labex). O acordo com o governo alemão foi assinado no dia 20 de janeiro, em Berlim. Participaram da reunião que selou o acordo de cooperação a ministra da Agricultura alemã, Ilse Aigner, o ministro brasileiro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, e o representante do ministério alemão da Educação e Pesquisa, Dr. Henk van Liempt, que destacaram a importância da colaboração para o desenvolvimento sustentável. O novo laboratório, a ser instalado em Jülich, onde se localiza um dos maiores centros de pesquisa da Alemanha, servirá de pla-

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taforma para a interação entre pesquisadores dos dois países e será uma ramificação do Labex Europa, sediado na França. “A importância da agricultura brasileira no mundo, o processo de globalização e os desafios científi-

cos de hoje e do futuro exigem parcerias estratégicas que possam fortalecer esse setor e essa expansão do Labex para a Alemanha é um exemplo desse fortalecimento”, destacou o diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes.


lançamento

Grupo de Comunicação O Povo inaugura espaço de cultura e arte Há 84 anos ajudando a contar a história do Ceará, do Brasil e do mundo através de seus múltiplos meios, como jornal, rádio, TV e portal, o Grupo de Comunicação O Povo inaugurou, na noite do dia 6 de fevereiro, o Espaço O Povo de Cultura & Arte, marcando o início de mais uma página de sua trajetória. O novo espaço funciona na sede da empresa, na Avenida Aguanambi, em Fortaleza, e já vem promovendo uma ampla programação de cursos, palestras, debates e outros eventos.

A noite de inauguração contou com a presença de diversas autoridades do meio político e empresarial, formadores de opinião da área de comunicação e personalidades do meio artístico e cultural. O principal homenageado do novo equipamento é o ex-presidente do grupo, Demócrito Dummar, falecido em 2008. Dummar é um dos maiores responsáveis pela forte relação entre a empresa e a cultura. A sala “O olhar do trovador” é dedicada a ele, assim como uma exposição com obras em sua homenagem.

aniversário

Casablanca Turismo comemora 25 anos Considerada a maior agência de turismo do Norte e Nordeste, a cearense Casablanca Turismo completou no mês de março 25 anos de atuação no mercado. Para marcar a data, foi inaugurado o novo Centro Administrativo Valter Patriani, na loja Mega Store, em homenagem ao ex-presidente da CVC e uma das mais relevantes personalidades do turismo nacional, que esteve presente para o descerramento da placa. Na mesma data, foi lançada ainda a sexta edição da revista Fora de Casa, assinada pela Casablanca Turismo, e que traz matérias sobre destinos turísticos, comportamento, cultura e entretenimento. A Casablanca Turismo foi fundada em 1987 pelo sócio investidor Cláudio Henrique Câmara, atuante na empre-

sa até hoje. Em 1995, Henrique Sérgio Abreu chegou como sócio gestor para assumir definitivamente a condução da agência de viagens. Desde então, foram mais de 15 anos de crescimento constante com a condução dos jovens executivos Régis e Natália Abreu, hoje à frente da empresa. Para o futuro, a expectativa é continuar crescendo, mas não só fisicamente. A agência de viagens está implementando o projeto Advance, que tem como objetivo tornar a Casablanca Turismo uma empresa também 100% digital, tanto na área corporativa quanto na área de turismo de lazer, com Intranet, CRM (gerenciamento do cliente), front office digital, ERP (administração da empresa digital) e e-commerce. A previsão é que o projeto seja totalmente finalizado em outubro deste ano.

áfrica

Exportações do Ceará crescem até 708% Dono de um vasto leque de recursos naturais, o continente africano, aos poucos, vai estreitando relações com o Ceará. Para se ter uma ideia, um levantamento realizado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou que as exportações do Porto do Mucuripe para a Libéria, país localizado na África Ocidental, cresceram 708,6% no ano passado, em comparação ao ano anterior. Em valores absolutos, em 2011 o Ceará arrecadou US$ 6,2 milhões com exportações para a costa oeste africana via Porto do Mucuripe. A Namíbia foi o país que mais recebeu mercadorias cearenses, sendo responsável por 96,3% do montante. Os produtos que mais se destacaram foram pequenas embarcações, como barcos salva-vidas, além de bananas frescas ou secas e aparelhos para cozinhar.

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informação

AEB lança publicação sobre comércio internacional A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) lançou a publicação “Radiografia do Comércio Exterior Brasileiro: Passado, Presente e Futuro”, que consolida dados e informações sobre a evolução do comércio exterior brasileiro e mundial na última década. O estudo

procura viabilizar e facilitar a realização de análises, avaliações e novos estudos relativos ao comércio internacional. Segundo a AEB, todos os dados utilizados são de fontes oficiais como a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, In-

dústria e Comércio Exterior (MDIC), Organização Mundial de Comércio (OMC) e Banco Central do Brasil. O objetivo é que a publicação se torne uma efetiva fonte de consulta para todos os interessados em assuntos referentes ao comércio exterior. Por essa razão, a entidade prezará pela constante atualização de informações, além de disponibilizar o estudo para consulta no seu website: http://www.aeb.org.br

sócios

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Câmara Brasil-Portugal no Ceará recebe novos associados CÂMBIO Fitta Câmbio - O grupo Fitta surgiu em 1999, com o nome Fitta DTVM C Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários. Em 2001, além de trabalhar com metais preciosos, passou também a operar no mercado de câmbio, junto a uma concessão do Banco Central do Brasil. Em seguida, tornou-se uma grande rede de franquias presente nas principais capitais brasileiras, atendendo milhares de pessoas diariamente. Agora, a Fitta Câmbio, franquia do grupo em Fortaleza, é sócia da CBP-CE, e entre as vantagens que a empresa busca alcançar com essa parceira, o grupo acredita no potencial de expansão e propagação da Câmara e assim, tornar o nome Fitta mais visível e reconhecido. A Fitta Câmbio funciona em Fortaleza-CE, na Av. Dom Luís, 784 – Bairro Aldeota. Para saber mais sobre o Grupo Fitta: http://www.grupofitta.com COMUNICAÇÃO Via Press - Nova parceira da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, a Via Press é uma empresa de comunicação especializada em serviços de assessoria de imprensa, relações públicas, eventos e promoções, jornalismo empresarial e digital. Segundo a diretora da Via Press em Fortaleza Priscilla Rabelo, o interesse de se associar à Câ8 Brasil-Portugal no Ceará

mara Brasil-Portugal se deu pelo fato de que “a Via é uma empresa que atua na área da comunicação, dos eventos e da produção cultural e, por isso, não poderia passar ao lado dos fortes laços históricos, afetivos e econômicos que norteiam a relação entre Brasil e Portugal”. A sede da Via Press está localizada em Salvador-BA, na Travessa Marquês de Leão, 13, 4º andar – Centro Empresarial Barra. Para mais informações: (55 71) 3505 0000 ou www.viapress.com.br CONSULTORIA CPLP Consultoria - Parte de um grupo especializado em apoio à internacionalização de negócios e gestão de investimentos internacionais, a CPLP Consultoria tem escritórios no Brasil, em Portugal e em Marrocos. A empresa é uma iniciativa dos empresários Luís Antunes e Carlos Duarte. Sua atuação, porém, se estende a todos os países africanos que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em especial Angola, Moçambique e Cabo Verde. Agronegócios, imóveis, construção civil, gestão de resíduos, energias renováveis, soluções ambientais e indústria estão entre as áreas de atuação da CPLP. A CPLP está localizada na Av. Dom Luís, 1200, Torre 1, sala 2110 – Bairro Aldeota – Fortaleza-CE. Para con-

tato: (55 85) 4011.5587 ou pelo site www.cplp-consultoria.com Elevus - A Elevus People & Businnes Results é uma empresa prestigiada no ramo de consultoria em Recursos Humanos com dez anos de atuação com unidades em Portugal, Espanha, Angola, Cabo Verde, Moçambique e Brasil, onde começou a atuar em 2011. Um dos diferenciais que faz a Elevus ser reconhecida pelo mercado é a excelência de sua metodologia, baseada em procedimentos científicos. A equipe é formada por psicólogos, administradores e economistas. Para 2012, segundo Ivanna Filgueira, uma das diretoras da franquia no Ceará, a Elevus espera um crescimento de cerca de 30% no estado, sobretudo por conta de grandes empreendimentos no Pecém e em Maracanaú. A Elevus funciona em Fortaleza-CE, na Avenida Desembargador Moreira, 2120, sala 1207 – Bairro Aldeota. Contatos: (55 85) 3045.1555 / fortaleza@elevus.com.br EDUCAÇÃO Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) - De origem cearense e fundado há mais de 10 anos, o Instituto é especializado em cursos de extensão e profissionalizantes. A iniciativa de fazer parte da carta de sócios da CBP-


visita

Presidente Dilma Rousseff almoça no Aquiraz Riviera Durante visita ao Ceará, no dia 28 fevereiro, a presidente da República Dilma Roussef fez uma pausa para almoçar no restaurante White, do Hotel Dom Pedro Laguna, no Aquiraz Riviera. A presidente foi recebida pelo gerente geral do hotel, Emanuel Freitas, e pelos diretores do empreendimento, Jorge Chaskelmann e Wandocyr Romero. O almoço foi restrito e contou com a presença de autoridades políticas estaduais, como o governador do Estado Cid Gomes, a prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Ceará Roberto Cláudio, o senador Eunício Oliveira, entre outras autoridades. A presidente Dilma teve a oportunidade ainda de conhecer a estrutura do complexo turístico-imobiliário.

CE se deu quando o Instituto passou a trabalhar junto à Escola de Negócios da Universidade do Porto (EGP), com o objetivo de promover o intercâmbio entre os estudantes do IPCP que farão cursos na Universidade e portugueses que pretendem se estabelecer no Ceará. O IPCP funciona na Rua Francisco Farias Filho, 121 – Bairro Guararapes – Fortaleza-CE. Informações pelo fone (55 85) 3241.2403 ou pelo site http://www.ipcp.com.br/ ENGENHARIA Caravela Construções - Nova sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, a Caravela Construções faz questão de firmar alianças que garantam uma melhor estrutura de atuação. A empresa, que iniciou suas operações em janeiro deste ano, tem atualmente quatro sócios, todos portugueses que resolveram apostar no mercado brasileiro. A Caravela, porém, é cearense de nascimento. Segundo Fernando Lopes Subtil, um dos sócios, a construtora, inicialmente, se dedicará à construção de empreendimentos voltados, principalmente, para a classe C, como as moradias do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal. O endereço da Caravela Construções é Av. Maestro Lisboa, 3345, loja 01, Bairro Lagoa Redonda – Fortaleza-CE. Contatos pelo fone (55 85)

3474-1467 ou pelo e-mail f.l.subtil@sapo.pt Socorpena Construções - De origem portuguesa, a Socorpena Construções investe no Brasil e apresenta um ritmo acelerado de crescimento. A empresa, que tem sua filial cearense na Praia do Cumbuco, em Caucaia, é sócia da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE). Com cinco anos de atuação, a Socorpena vem estendendo sua atuação pelo Brasil, onde já possui unidades em São Paulo, Ceará e Paraíba. A especialidade é na construção e manutenção de rodovias, bem como de usinas eólicas e indústrias. O endereço da Socorpena no Cumbuco é Av. dos Coqueiros, 17 – Caucaia-CE. Informações pelo fone (55 85) 3318.7145 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO All At Work - A All At Work faz parte do Grupo@Work, um conglomerado de empresas que atuam no ramo de tecnologia de informação e outsourcing, e é uma das novas associadas da Câmara Brasil-Portugal no Ceará. O Grupo@Work nasceu em 2008 e é resultado da compra de uma unidade de negócio à IBS. Para 2012, a All At Work pretende empregar todo o conhecimento adquirido em 2011 acerca do cenário local e desenvolver as

frentes de negócios que estejam mais alinhadas com as necessidades do mercado. A All At Work está localizada no Edifício Empresarial Iguatemi, na Av. Washington Soares, 55, sala 1009 – Bairro Edson Queiroz – Fortaleza-CE. Fones: Fortaleza (55 85) 4062.9631; São Paulo (55 11) 4063.0917 E-mail: operabr@grupoatwork.com SEGUROS Cescebrasil - A Cescebrasil Seguros de Garantias e Crédito, que teve seus trabalhos iniciados em 1996, é uma empresa especializada em Seguro de Crédito Interno e/ou à Exportação e Seguro Garantia. Recentemente associou-se à Câmara Brasil-Portugal no Ceará, depois de inaugurar um escritório no Estado. “Nosso objetivo é fortalecer os laços com os empresários cearenses e o vínculo com a região Nordeste, que tem demonstrado grande potencial de crescimento e atraído cada vez mais empresas brasileiras e multinacionais para fazer negócios”, afirma Luciana Brajterman, gerente de marketing e comunicação da Cescebrasil. O endereço da empresa em Fortaleza/CE é Av. Washington Soares, 55, sala 605 – Bairro Edson Queiroz. Informações pelo fone (55 85) 3181.5067 ou pelo e-mail cescebrasil@cescebrasil.com.br Jan-Fev-Mar 2012 9


destaque

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TAP lidera ranking de transportações nos primeiros três meses do ano A TAP (Transportes Aéreos Portugueses) transportou mais de 2 milhões de passageiros no primeiro trimestre deste ano, mais 7,5% em relação ao mesmo período de 2011, segundo dados da companhia aérea. O crescimento registrado deve-se, sobretudo, ao mercado europeu, onde se verificou alta de 9,2%. O maior crescimento foi registrado nos voos para os EUA, com alta de 77,2% no

primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, como resultado da abertura da ligação a Miami. A rede da TAP cobre 75 destinos em 34 países. A partir de junho, juntam-se a esta rede Bucareste, Berlim e Turim. A empresa fechou 2011 com um lucro de 3,1 milhões de euros, uma queda em relação aos 62,3 milhões de euros registrados no ano anterior.

imóveis

VivA lança novo sistema de propriedade compartilhada A empresa VivA Imóveis lançou recentemente no mercado o novo sistema de propriedade compartilhada: a VivA Vacation. A novidade consiste na comercialização fracionada de um imóvel residencial. Por exemplo, quando uma pessoa possui uma propriedade que não utiliza com total assiduidade (usando apenas uma ou duas vezes ao mês) tem que arcar com os custos de manutenção. O sistema VivA

10 Brasil-Portugal no Ceará

Vacation permite, de forma segura, que esse imóvel seja compartilhado com até outras quatro pessoas. Segundo Rachel Schoroeder, gerente administrativa, “a empresa tem como principais responsabilidades a organização dos períodos de utilização, realocação, limpeza e manutenção dos imóveis, evitando, assim, prejuízos causados pelo próprio uso ou ação do tempo, bem como representação dos proprietários perante o condomínio.”

boa fase

Catavento Turismo aposta em crescimento da empresa Com o crescimento da economia brasileira nos últimos anos e as facilidades de pagamento oferecidas pelas agências de viagens, cada vez mais cearenses estão aproveitando o prazer de viajar. E quem está acompanhando esse ritmo é a Catavento Turismo, que vem crescendo a taxas de 13% ao ano. A empresa é sócia da Câmara BrasilPortugal no Ceará (CBP-CE) e prevê que o setor estará ainda mais aquecido em 2012, ano em que pretende crescer 17%. O gerente comercial da Catavento David Santos diz que o bom cenário está associado, entre outros fatores, à emergência da chamada nova classe C, que passou a ter mais acesso a esse tipo de consumo. “Os cearenses estão viajando cada vez mais”, afirma. Esse novo consumidor, segundo David, é mais cauteloso e programa as viagens com bastante antecedência.


editorial A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria, Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de 2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de 150 associados entre sócios pessoa física e pessoa jurídica. O objetivo principal da entidade é apoiar as atividades empresarias e influir nas políticas públicas vinculadas às relações luso-cearenses no âmbito das áreas de atuação da Câmara. DIRETORIA Presidente

Jorge Duarte Chaskelmann 1º Vice-Presidente

José Maria McCall Zanocchi 2º Vice-Presidente

Antonio Roberto Alves Marinho

No caminho certo para o crescimento

3º Vice-Presidente

José Augusto Pinto Wahnon Diretora Tesoureira

Huga Mendes Oliveira Diretor de Energias Renováveis

Armando Leite Mendes de Abreu Diretor de Agronegócios

Carlos Manuel Subtil Duarte Diretor de Comunicação

Cliff Freire Villar da Silva Diretora de Assuntos Jurídicos

Fernanda Cabral de Almeida Gonçalves Diretor de Construção Civil

Francisco Eugênio Montenegro Diretor de Meio Ambiente

José Euber de Vasconcelos Araújo Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil) Marluce B. Aires de Pina Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal) Miguel Costa Manso Diretor de Logística Carlos Maia Av. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casa da Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901 Fone e Fax: + 55 85 3261 7423 E-mail: secretariace@brasilportugal.org.br

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicação trimestral da Câmara Brasil-Portugal no Ceará Ano IV - # 10 - Janeiro-Fevereiro-Março de 2012 Conselho Editorial

Clivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi, José Wahnon e Cliff Freire Villar da Silva Jornalistas Responsáveis

Mauro Costa (CE01035JP) e Manuela Barroso (CE 1770 JP) Redação

Eduardo Lima, Felipe Pontes, Jacylete Abreu, Manuela Barroso, Samira de Castro, Sarah Coelho e Vicky Nóbrega Colaboração

Caramelo Comunicação Concepção Gráfica / Design Editorial

GMS Studio - Glaymerson Moises Produção

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br Os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Estimados sócios, O ano de 2012 começou com excelentes novidades para a nossa Câmara. É com muita alegria que iniciamos mais uma importante fase de nossa história ao lado de nossos parceiros. Este será um ano onde a CBP-CE irá direcionar suas atenções para estimular cada vez mais a captação de investimentos para o interior do Ceará, região com um rico potencial para negócios, com belezas naturais indiscutíveis, de pessoas trabalhadoras e que possui uma ampla possibilidade de investimento em muitos setores, tendo em vista as altas taxas de crescimento dos últimos anos, que chegam, inclusive, a superar a média geral do Brasil. Para isso, criamos um programa para atrair olhares dos países de língua portuguesa, especialmente Portugal, analisando os municípios potenciais e, assim, definindo uma ordem de escolha para captação de negócios em conformidade com o interesse demonstrado por cada Prefeitura que aderir ao projeto. Contamos com o envolvimento de todos os nossos sócios junto às atividades da Câmara, a fim de apoiarem nosso trabalho e aproveitarem as possibilidades que o cenário proporciona no momento. A Câmara Brasil-Portugal no Ceará é feita pelos e para seus associados e tem buscado, com o tempo, desenvolver novos projetos e oportunidades de sustentabilidade para os mesmos, sempre pensando numa estrutura sólida e de amparo a todos. Já neste primeiro trimestre demos passos importantes rumo à concretização de alguns desses projetos. O primeiro grande acontecimento foi o Encontro das Câmaras de Comércio Portuguesas, que aconteceu em janeiro e levou dezenas de empresários portugueses a Lisboa para definirem novas estratégias para estimular o comércio e discutirem sobre o destino de Portugal. Em fevereiro, foi assinado o protocolo de cooperação entre a Companhia Docas do Ceará (CDC) e a empresa Enapor S.A., que administra os portos da República de Cabo Verde, na África, com participação da CBP-CE. O objetivo foi restabelecer a ligação comercial marítima entre o Porto do Mucuripe e os portos caboverdianos, facilitando o fluxo de produtos entre o Brasil e a África. Outra importante parceria que teve o apoio total da CBP-CE foi o convênio realizado entre a Escola de Gestão do Porto (EGP) e o Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) do Ceará, que visa promover o intercâmbio de alunos das duas instituições para a realização de cursos de pós-graduação em Gestão Empresarial. Temos a certeza de que seguimos no caminho certo para o cumprimento de nossa missão maior de colaborar para o desenvolvimento do Ceará e aproximar cada vez mais os países de língua portuguesa do Estado e, consequentemente, de todo o país. É com alianças e parcerias adequadas que unimos forças e alcançamos o melhor. Jorge Duarte Chaskelmann Presidente CBP-CE – Gestão 2010/2014

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entrevista Roberto Smith presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará

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PARA O BEM DE TODO O ESTADO O DESAFIO DE ROBERTO SMITH, PRESIDENTE DA ADECE, É DOS MAIORES: FAZER O CEARÁ SE MANTER EM ROTA CONSTANTE DE CRESCIMENTO, ATRAINDO NOVOS INVESTIMENTOS E SE DESTACANDO NACIONAL E INTERNACIONALMENTE COMO UM DESTINO PARA QUEM QUER FAZER BONS NEGÓCIOS E EM ÁREAS DIVERSAS. PARA ISSO, SMITH TRAZ CONSIGO UMA AMPLA EXPERIÊNCIA QUE O CREDENCIA PARA A TAREFA. Após oito anos como presidente do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e principal agente indutor do desenvolvimento sustentável do Nordeste, o economista Roberto Smith se viu diante de uma nova missão de igual relevância, ao assumir o comando da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), em outubro do ano passado. Desde então, vem se dedicando não apenas a garantir novas formas de crescimento econômico para o Ceará, em especial, para o interior do Estado, mas, também, à reestruturação da própria Agência, com o objetivo de levar mais rapidez e modernidade aos processos internos da entidade.

Roberto Smith é graduado em Economia e em Administração de Empresas. Tem especialização, mestrado, doutorado e pósdoutorado em Economia. É professor aposentado do Departamento de Teoria Econômica da Universidade Federal do Ceará (UFC). Autor de vários programas econômicos, desenvolveu atividades de consultoria para instituições públicas e privadas nas áreas de política, urbana, finanças públicas, serviços públicos, transportes e sistemas tarifários de serviços públicos, e economia do turismo, com destaque para estudos sobre a Área Central de Fortaleza, a revisão do Plano Diretor da Cidade, a viabilidade do Novo Centro Multifuncional de Feiras e Eventos de Fortaleza, entre outros. Jan-Fev-Mar 2012 13


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A Adece atua, principalmente, na execução das políticas de desenvolvimento econômico do Estado. Em meio às estratégias definidas e ações implementadas, o que a Agência vem fazendo para promover a interiorização dos investimentos e que atrativos podem ser gerados atualmente para os municípios cearenses? É importante enfatizar que não somente isso, mas a Agência também atua na promoção de estímulos para um ambiente competitivo para as empresas. No que diz respeito à interiorização do desenvolvimento, na própria metodologia de apoio, através do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), existem elementos que priorizam a implantação de investimentos no interior do Estado. Também temos levantado informações a respeito das vocações que os diversos municípios possuem, de forma que possamos direcionar o investimento adequado para cada território.

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Quais potenciais para a geração de negócios a Adece tem descoberto no interior do Estado e como o senhor define o papel da Agência no fomento à vinda de investidores que possam colaborar para mudar a atual realidade econômica? Negócios que utilizam bastante mão de obra geralmente são adequados, como é o caso dos segmentos de vestuário e calçado. Entretanto, é no agronegócio que se oferecem as maiores oportunidades, principalmente àqueles ligados à fruticultura, floricultura, piscicultura, leite e derivados e apicultura. Nosso intuito é apresentar o Estado com suas peculiaridades competitivas, além dos estímulos e benefícios fiscais oferecidos, explicitando para os futuros investidores os possíveis cenários decorrentes dos investimentos em infraestrutura por qual passa o Ceará atualmente. 14 Brasil-Portugal no Ceará

3 As câmaras setoriais são fóruns modernos de articulação do setor público com o setor privado. Elas têm o objetivo de mapear e encontrar os gargalos dos setores, apresentar propostas e soluções para serem implantadas, além de monitorar os resultados.”

Em que municípios os principais investimentos se concentraram em 2011? E para que cidades irão os investimentos de 2012? Itaitinga, Iguatu, Itapajé, Fortaleza, Maracanaú, Pacatuba, Pacajus, Horizonte, Aquiraz, Sobral, Eusébio e Jaguaribe. Os protocolos de intenção de empreendimentos, quando aprovados, têm prazos de vigência de até dois anos, portanto, esses são os municípios em que


já estão com empresas instaladas, que estão em processo de instalação, e que ainda se implantarão.

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A atuação da Adece é voltada para o fortalecimento das 19 câmaras setoriais, formadas por representantes de entidades relacionadas aos segmentos mais distintos, que vão de áreas mais tradicionais como leite, mel, cajucultura e camarão, até setores mais tecnológicos, como os de tecnologia da informação e energia eólica. Na prática, qual o papel dessas câmaras? As câmaras setoriais são fóruns modernos de articulação do setor público com o setor privado. Elas têm o objetivo de mapear e encontrar os gargalos dos setores, apresentar propostas e soluções para serem implantadas, além de monitorar os resultados. Surgidas na Espanha, chegaram ao Brasil e ao Ceará em 2003 e hoje estão em plena operação, como mecanismos eficientes de interação do governo com o setor privado. Cada uma delas é formada por representantes de toda a cadeia produtiva do setor. Hoje o Ceará já dispõe de 19 câmaras (cajucultura, camarão, eventos, carnaúba, comércio e serviços, eletrometal, energia eólica, flores, fruticultura, tilápia, leite, mel, mineral, reciclagem, saúde, tecnologia da informação, audiovisual e trigo). Elas são dirigidas obrigatoriamente por um membro do setor privado e encontram resulta-

dos muito interessantes na resolução dos problemas. Na prática, elas proporcionam a esses segmentos um ambiente voltado ao diálogo entre os diversos integrantes que compõem os setores, além de aproximar o Governo do Estado das necessidades de foco da sua atuação.

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Na sua opinião, além do turismo e da construção civil, que outros setores vêm se destacando no Ceará pela captação de investimentos estrangeiros? Energias sustentáveis, como é o caso da eólica, e o agronegócio, principalmente os segmentos da fruticultura, leite e derivados, como também piscicultura.

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De que forma a Adece vê a realização da Copa do Mundo de 2014 em Fortaleza como uma ferramenta de fomento para o desenvolvimento do Estado? Que oportunidades podem ser trabalhadas para trazer benefícios duradouros para a economia local? A Copa do Mundo de 2014 é elemento motivador dos governos e da iniciativa privada. Estamos atentos às diversas oportunidades advindas desse evento grandioso. Mas é importante entender que o momento é oportuno para a melhoria da qualidade de vida no pós-Copa, pois aí sim teremos um ambiente recheado de oportunida-

des, que são consequências do seu legado, principalmente nos segmentos de construção civil, mobilidade urbana, entretenimento (turismo e gastronomia) e saúde.

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No que diz respeito à preparação do capital humano para um mercado cada vez mais competitivo, a Adece vem trabalhando de alguma forma em prol de uma melhor capacitação dos empreendedores, empresários e investidores cearenses? A Adece tem estimulado, através das câmaras setoriais, a formação de um ambiente voltado ao diálogo e à formação de uma visão de futuro para os diversos segmentos produtivos do Estado, apoiando a participação dessas pessoas em feiras nacionais e internacionais, seminários e congressos.

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Em ano de eleições municipais, quais as suas expectativas quanto ao desenvolvimento das macrorregiões para os próximos anos? Existe uma intenção forte do realinhamento dos governos municipais, estadual e federal para que o desenvolvimento ocorra de forma equilibrada e sustentável. O que o Governo do Estado busca é uma maior equidade social e econômica nas diversas regiões do Ceará através de investimentos em educação, saúde e segurança pública.

Da esq. para dir., instalação da Câmara Setorial do Trigo na Fiec e instalação da Câmara Setorial do Audiovisual da Adece

Jan-Fev-Mar 2012 15


capacitação | intercâmbio

por Eduardo Lima

CEARÁ ROTA APERTONA DE MÃOS INTERNACIONAL DOS EM PROL DA

EDUCAÇÃO ESTUDANTES E MERCADO DE TRABALHO COMEMORAM A ASSINATURA DE CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO ENTRE A ESCOLA DE GESTÃO DO PORTO E O INSTITUTO PARA CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL DO CEARÁ

E

m uma parceria firmada com o apoio estratégico da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), a Escola de Gestão do Porto (EGP), da Universidade do Porto, e o Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) do Ceará assinaram, no dia 14 de fevereiro, um convênio de cooperação. O acordo visa promover o intercâmbio de alunos das duas instituições para a realização de cursos de pós-graduação em Gestão Empresarial.

Na assinatura do protocolo, estiveram presentes o presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBPCE), Jorge Chaskelmann; a diretora executiva da CBP-CE, Clivânia Teixeira; o vice-cônsul de Portugal em Fortaleza, Francisco Brandão; o presidente da EGP, Nuno de Sousa Pereira; e a diretora do IPCP, Ana Martha Coutinho. O acordo foi assinado durante evento realizado no Salão de Integração da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

"A oportunidade que temos com esse intercâmbio não é só de transmitir conhecimentos, mas, também, de aprender com a realidade empresarial brasileira e, em particular, de Fortaleza. É cada vez mais importante para Portugal apostar nas parcerias com o empresariado brasileiro", ressaltou Nuno de Sousa Pereira. O presidente da CBP-CE, Jorge Chaskelmann, por sua vez, destacou o papel do acordo e a relação dos mercados português e brasileiro. "Visamos sempre criar melhores relações empresariais entre os dois povos. Por isso, o apoio ao projeto se deve ao desejo de solucionar as dificuldades que empresários dos dois países têm em relação ao conhecimento da realidade econômica de outros países”, explica. De acordo com Ana Martha Coutinho, um dos objetivos do convênio é formar profissionais de acordo com as necessidades do mercado. “É uma honra realizar essa parceria com uma das melhores escolas do mundo. Além de melhorar o intercâmbio lusobrasileiro, desejamos adequar os profissionais às solicitações do mercado”, salientou. Escola de Gestão do Porto

16 Brasil-Portugal no Ceará


mercado | encontro

por Vicky Nóbrega

Da esq.para dir.: Caio Rocha Torrão e Ana Carolina Fioravante (Câmara São Paulo); Vittorio Lanari (Câmara Minas Gerais); Ariadna Coelho e Antonio Carrelhas (Conselho das Câmaras); Clivânia Teixeira (Câmara do Ceará); Ludenir Almeida (Câmara do Distrito Federal); e Edson Rocha (Câmara da Bahia)

UNINDO MENTES POR NOVAS IDEIAS O I ENCONTRO DOS EXECUTIVOS DAS CÂMARAS PORTUGUESAS NO BRASIL FOI UM MOMENTO DE TROCA DE EXPERIÊNCIAS, REFORÇO NAS REDES DE RELACIONAMENTO E DISCUSSÃO DE NOVOS RUMOS

O

mundo dos negócios vive em constante transformação. Cada novo momento gera ações empresariais diferenciadas, de acordo com o perfil do mercado. Nestes cenários de mudança, a troca de experiência entre empresários se torna uma importante ferramenta de coleta de subsídios para buscar novas perspectivas e conquistas favoráveis aos negócios. A fim de proporcionar um ambiente apropriado para esse processo de intercâmbio de experiências, o Conselho das Câmaras Portuguesas no Brasil realizou em São Paulo (SP), no dia 27 de fevereiro, o I Encontro dos Executivos das Câmaras Portuguesas no Brasil. O evento propiciou um ambiente de aproximação, integração e troca de conhecimento, estimulando o crescimento profissional dos executivos que atuam nas Câmaras, reforçando suas redes de relacionamento.

Além disso, o encontro ainda aprimorou o trabalho das Câmaras Portuguesas no Brasil, uma vez que facilitou a identificação de pontos que possam ser trabalhados conjuntamente entre as entidades e seus empresários representantes. A representante da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), Clivânia Teixeira, participou do evento e destaca: “Este importante encontro atendeu às antigas expectativas dos executivos das Câmaras, uma vez que eles representam o eixo permanente da condução das atividades destas instituições.” Uma próxima edição do encontro está agendada para ainda este ano, provavelmente em agosto, com realização em Lisboa ou aqui no Brasil, na sede de uma das Câmaras participantes. O objetivo é reunir, além dos executivos de todas as Câmaras Portuguesas no Brasil, os empresários presentes nas diretorias das entidades. Jan-Fev-Mar 2012 17


página econômica | mídias sociais

por Apolônio Aguiar, diretor das áreas de Comunicação Digital e Comunicação Criativa da AD2M Engenharia de Comunicação

Oportunidade ou ameaça: a decisão é sua

A

conversação está ocorrendo. Ela cresce a cada dia e envolve mais e mais pessoas. Você pode estar tentando ignorar até hoje, mas o fato é que, no momento em que você lê este artigo, alguém fala sobre sua marca ou sua empresa, até mesmo sobre você, nas mídias sociais.

Por outro lado, também é preciso falar. Seja em tempos de paz ou crise, falarão sobre sua marca. Ficar calado é, no mínimo, perder a oportunidade de ser simpático. No máximo, assinar um atestado de culpa e de não-reconhecimento da importância da opinião daqueles que dão sustentação econômica à sua empresa.

Será que estão falando bem, indicando com satisfação seus produtos ou serviços? Será que os estão criticando por conta de erros que você nem sabia que sua empresa havia cometido? Ou a esta altura já terá se formado uma crise em torno de sua marca? Afinal, é isso que você está Saiba que estar preesperando para começar a consente não é necessasiderar as mídias sociais em seu mix de Comunicação? riamente falar. É, so-

Não é uma questão de porte ou de ramo de atividade, mas trata-se simplesmente de reconhecer as circunstâncias em que vivemos hoje. E os bons exemplos estão ao nosso redor, sem que se precise lançar mão de cases de multinacionais ou de marcas centenárias. Aqui no Ceará, Na dúvida, olhe para os bretudo, saber ouvir. o empreendimento Aquiraz Riviera, por exemplo, está pregrandes. Analise como eles opeUma imensa parte sente nas redes sociais há mais ram, como vêm se conduzindo da energia que as de dois anos. Já o grupo BSPAR, nesse mundo relativamente grandes marcas um peso-pesado da economia novo e desafiador. Saiba que regional, reconhecido por sua estar presente não é necessariagastam na gestão solidez, também lá se encontra, mente falar. É, sobretudo, saber de mídias sociais é e de forma ativa. A Câmara Braouvir. Uma imensa parte da despendida justasil-Portugal no Ceará recenteenergia que as grandes marcas mente no ouvir.” mente deu seus primeiros pasgastam na gestão de mídias sosos nesse universo e, por sua ciais é despendida justamente no ouvir. É nessa parte submersa do iceberg que se natureza agregadora e articuladora, tem tudo para coavaliam iniciativas, farejam tendências, corrigem ro- lher excelentes resultados dessa iniciativa. tas e minimizam riscos. Há algum tempo estar nas mídias sociais não é A inteligência de mercado está exposta, publicada por cada um dos atores desse cenário. Cada tuiteiro, cada usuário do Facebook e blogueiro fornece os dados que as empresas precisam para se colocarem com máximo resultado e mínimo risco. Colher esta informação, porém, requer o reconhecimento de sua

18 Brasil-Portugal no Ceará

importância e o investimento em monitoramento.

mais uma questão de escolha. Enfim, se você não entrar na conversa, ela continuará sem você. E, na melhor das hipóteses, em um improvável mundo de flores e cenários cor de rosa, sua empresa passará por ultrapassada e desatenta, pois a velocidade é alta e não há espaço para a complacência. Pense nisso.


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negócios | relações internacionais

por Samira de Castro

AFINAL, O QUE A ÁFRICA TEM? OPORTUNIDADE É O QUE NÃO FALTA PARA APROXIMAÇÃO COM O CONTINENTE AFRICANO APÓS A CRIAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS. SÓ NA COMUNIDADE ECONÔMICA DOS ESTADOS DA ÁFRICA OCIDENTAL SÃO 15 PAÍSES-MEMBROS E APROXIMADAMENTE 250 MILHÕES DE HABITANTES

N

a última década, o Brasil reforçou significativamente o seu peso no cenário mundial e acelerou a diversificação das suas relações externas, com especial atenção à chamada relação Sul-Sul, redescobrindo um interesse especial pelo continente africano. O governo brasileiro considera a África um mercado importante para os produtos de exportação e serviços, ao passo em que as empresas brasileiras veem aquele continente como estratégico para seus investimentos. Para além das relações históricas, embora ainda tímido, o ativismo diplomático nos últimos anos redirecionou a atenção de Brasília em relação à África, abrindo o mercado africano para as companhias brasileiras.

20 Brasil-Portugal no Ceará

Na avaliação de Roberto Marinho, presidente da Câmara BrasilAngola no Ceará e vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE), oportunidade é o que não falta no continente africano, principalmente se os empresários brasileiros atentarem para o fato da existência de várias comunidades econômicas regionais. “Só para exemplificar, a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) conta com 15 países membros e aproximadamente 250 milhões de habitantes, já a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) conta com 13 países e 210 milhões de habitantes, o que por si só potencializa toda e qualquer ação que se faça na África”, afirma.

O desenvolvimento dos negócios a partir da Comunidade dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa pode ser a porta de entrada nestas comunidades econômicas regionais, frisa Marinho, que também é gerente regional da Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil-Moçambique. “Adotando a estratégia da cooperação, da transferência de tecnologia e do apoio ao empreendedorismo, o Brasil ocupará um espaço importante do cenário econômico e geopolítico, principalmente em um momento de crise internacional, onde os protagonistas econômicos tradicionais estão com suas economias debilitadas e os países emergentes estão mostrando sua pujança”, pontua.


Segundo Marinho, a Cedeao está fazendo grande esforço para assinar um acordo de livre comércio a partir de 2015, beneficiando os países em Zona de Livre Comércio com Tarifa Externa Comum, harmonização da legislação e regulamentação aduaneiras, transferência de competências para a organização regional para os domínios da política de comércio e competição. “Trata-se de um grupo de países com PIB global de US$ 304 bilhões, sendo mais de 60% deste valor concentrado na Nigéria”. Há ainda outros grupos de países, como a Comunidade Econômica dos Estados da África Central (Ceeac), do Mercado Comum da África Oriental e Austral (Comesa), e da Comunidade da África Oriental (EAC). Para Marinho, o fortalecimento da cooperação Sul-Sul é de fundamental importância para o Brasil e também o é para os países africanos, haja vista a grande sinergia existente entre estes povos e países. Basta lembrar que o Brasil abriga a maior população de afrodescendentes fora da África. “Se tirarmos proveito da imagem do nosso país e agregarmos a isso o real sentido de colaboração, de investimentos e de desenvolvimento de parcerias que objetivem o uso racional da tecnologia, poderemos avançar em um mercado grandioso e fascinante que neste momento anseia por uma participação brasileira mais efetiva, concretizando, assim, o apoio ao desenvolvimento sustentado do continente africano”, argumenta.

TROCAS COMERCIAIS As trocas comerciais entre o Brasil e os países do bloco africano tiveram um incremento de 267% de 2003 a 2010. Em 2009, geraram R$ 8,9 bilhões de renda para o lado de cá da balança. Afinal, o que é que a África tem? “Os 54 países africanos têm uma população de 850 milhões de habitantes e uma economia que cresceu, no ano passado, acima da média mundial. Pelo menos 35% dos 50 países com a taxa de maior crescimento na Jan-Fev-Mar 2012 21


última década estão localizados no continente africano”, afirma o professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), João Bosco Monte, que coordena o Fórum Brasil África – Cooperação, Oportunidades e Desenvolvimento, marcado para acontecer em Fortaleza de 9 a 11 de maio, no hotel Gran Marquise. Segundo Bosco, os prognósticos apontam para o aumento das exportações africanas, notadamente as matérias-primas, além do incremento no consumo interno. Uma mudança de paradigma, empresas africanas também começam a investir no Brasil. Em fevereiro último, a ACSA, companhia da África do Sul, entrou no consórcio com a brasileira Invepar para administrar 51% do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, já a partir do mês de maio. Com vistas ao incremento das trocas comerciais com os países da costa oeste da África, através de um Convênio firmado entre o Sebrae Nacional e a Abase – Associação Brasileira dos Sebrae Estaduais, foi realizado um estudo sobre “Transporte, Logística e Rotas Comerciais entre o Brasil e Cabo Verde (Costa Oeste Africana)”, pela empresa Ceará Trade Brasil, representado por Roberto Marinho, também presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará. O objetivo era identificar e avaliar o potencial de toda a malha de transporte de carga aérea, marítima e de cabotagem entre portos e aeroportos do Nordeste brasileiro e dos países africa-

Conheça mais sobre as quatro comunidades econômicas da África: Comunidade Econômica dos Estados da África Central - CEEAC

22 Brasil-Portugal no Ceará

nal de Administração dos Portos (Enapor), de Cabo Verde, e do Porto de Mindelo vieram a Fortaleza, em janeiro de 2012, para assinar um Termo de Cooperação Técnica com a Companhia Docas do Ceará (CDC). Na sequência, uma comitiva brasileira se deslocará a Cabo Verde entre os dias 17 a 24 de maio.

EMPRESAS BRASILEIRAS JÁ APORTARAM A professora e pesquisadora da Universidad Nacional de Rosario (UNR) e do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), Gladys Lechini, lembra que as ligações culturais e linguísticas do Brasil com o

Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental - CEDEAO

Burundi Camarões Chade Congo Gabão Guiné Equatorial República Centro Africana Angola São Tomé e Príncipe República Dem. do Congo

PIB: US$ 175 bilhões População: 145,7 milhões Área: 6,6 milhões km2 Total de países: 10

nos, em particular, os países da Costa Oeste do Continente Africano. Constatou-se, a partir desse trabalho, que poderia ser criado um ambiente favorável para uma logística que resultasse na competitividade do comércio exterior (exportação e importação) entre estados do Nordeste brasileiro e, em especial, com os países acessados por meio dos portos/aeroportos da Costa Oeste africana, tendo como base logística os portos de Cabo Verde, dada a posição estratégica do arquipélago e a ligações marítimas com os outros portos africanos. Como resultado de várias reuniões, os representantes da Empresa Nacio-

Benin Burkina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gâmbia Gana Guiné Guiné-Bissau Libéria Mali Membros da CPLP Não Membros da CPLP

Níger Nigéria Serra Leoa Senegal Togo

PIB: US$ 304 bilhões População: 300 milhões Área: 5 milhões km2 Total de países: 15

Membros da CPLP Não Membros da CPLP


continente africano, conjugadas com uma atenção maior à população de ascendência africana, bem como o aprofundamento das relações bilaterais, favoreceram o aumento dos investimentos de empresas brasileiras, em paralelo ao seu processo de transnacionalização e seu papel como potência em ascensão. As principais áreas de investimento são a mineração, o petróleo, o cimento, as finanças e a medicina. Entre as empresas brasileiras, uma das mais importantes é a construtora Norberto Odebrecht, atuante também no setor petroquímico e de gás, que começou suas operações na África em 1984, com a construção da Estação Hi-

Comunidade Econômica para o Desenvolvimento da África Austral - SADC

PESO DA ÁFRICA DO SUL A África do Sul pós-Apartheid aparece como uma potência regional atraente, pois o país conseguiu sustentar a estabilidade de sua democracia multirracial, manter o crescimento econômico a uma média de 4,5% ao ano e am-

pliar e fortalecer sua participação regional e global. É o que avalia a professora e pesquisadora Gladys Lechini, em artigo que trata do potencial das relações entre o continente africano e o bloco de países emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China (BRICs). O texto foi publicado no Boletim de Conjuntura Internacional do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a professora, com mais de 30% do PIB do continente africano e com uma importante influência de sua economia, entre 2006 e 2007, a África do Sul foi o principal investidor direto na sub-região (90%). Ao mesmo tempo, foi o principal destinatário de Investimento Estrangeiro Direto (quase 80%) da África Subsaariana. Ela cita um relatório do Standard Bank – um dos quatro maiores bancos da África do Sul, com capital chinês – o qual argumenta que o país possui estabilidade institucional, bons mercados financeiros e regulações efetivas para atrair as multinacionais. “A prioridade do país pós-Apartheid é a promoção da estabilidade política e do crescimento econômico na África, pois seu destino está conectado ao de sua região. A visão sul-africana é de um continente unido, próspero, pacífico, democrático, sem discriminação racial e que possa contribuir para a existência de um mundo justo e equitativo”, diz. Para Lechini, mesmo que outros líderes não gostem, a África do Sul é apresentada como a porta de entrada para a África por ter a economia mais diversificada do continente.

Mercado Comum da África Oriental e Austral - COMESA

África do Sul Seicheles Angola Suazilândia Botswana Tanzânia Lesoto Zâmbia Madagascar Zimbábue Malawi Maurícia Moçambique Namíbia República Dem. do Congo PIB: US$ 734 bilhões População: 272 milhões Área: 9,8 milhões km2 Total de países: 15

drelétrica de Capanda, em Angola. A Vale do Rio Doce – líder mundial na produção de minério de ferro e níquel – tem operações em sete países africanos, sendo a África do Sul o seu parceiro mais relevante. O Grupo Camargo Correia, com sede em São Paulo, possui diversos ativos, mas o cimento e a construção totalizam 70% de sua renda. A Mendes Júnior atua no Brasil desde 1953, e na África, tem operado principalmente na construção de estradas e aeroportos. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizou investimentos em Moçambique, tendo construído, ao final de 2009, uma fábrica de medicamentos antirretrovirais. Além disso, a petrolífera estatal Petrobras está presente na África, operando offshore em Angola, Senegal, Líbia, Tanzânia, Guiné Equatorial, Nigéria e Congo. Ademais, o Banco do Brasil (BB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão apoiando as atividades de empresas brasileiras na África. “O BB não se limita a uma relação privilegiada de investimento com países lusófonos como Angola e Moçambique e quer aumentar o pequeno percentual de 2% para 9% em seus negócios internacionais, tendo planos de abrir filiais na África”, comenta a professora.

Burundi Quênia Comores Ruanda Djibuti Seicheles Egito Suazilândia Eritreia Sudão Etiópia Uganda Líbia Zâmbia Madagascar Zimbábue Malawi Maurícia República Dem. do Congo Membros da CPLP Não Membros da CPLP

PIB: US$ 801 bilhões População: 445,5 milhões Área: 11 milhões km2 Total de países: 19

Membros da CPLP Não Membros da CPLP

fonte: www.cearatradebrasil.com.br Jan-Fev-Mar 2012 23


O Brasil percebeu que a exportação de tecnologia para países africanos é propícia, devido às semelhanças étnicas e culturais, e a proximidade geográfica

Governo Lula reforçou laços de cooperação

D

esde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (20032010), as atenções brasileiras para o continente africano ganharam maior visibilidade. Isso porque o Brasil percebeu que a exportação de tecnologia nacional para países africanos é propícia, devido às semelhanças étnicas e culturais, bem como pela proximidade geográfica dos dois continentes. Além de tecnologia, bens de primeira necessidade, como alimentos, também são exportados para países que estão em situação precária. Já para os africanos, a instalação de empresas brasileiras no continente propicia a capacitação profissional e a geração de empregos para seus cidadãos. Para Gladys Lechini, professora e pesquisadora da Universidad Nacional de Rosario (UNR), a gestão do presidente Lula começou e terminou com medidas impactantes em relação aos Estados africanos. “A ênfase estava colocada em conferir coerência entre as políticas externa e doméstica, respondendo à crescente demanda interna da população afrodescendente”, afirma. Lula encerrou uma história de 50 anos de aproximações ao continente africano. Ele viajou à África 12 vezes, perfazendo 34 visitas a 23 países. Em

24 Brasil-Portugal no Ceará

contrapartida, recebeu presidentes africanos e se reuniu com altos funcionários, assinando 346 acordos, mais do que o dobro de acordos firmados entre 1960 e 2002. Após dois mandatos, Lula terminou seu governo com uma viagem para Maputo, em Moçambique, em novembro de 2010 – acompanhado pela presidenta eleita, Dilma Rousseff – com o objetivo de mostrar a perspectiva de continuidade da política africana do Brasil. Também participou do Fórum Social Mundial no Senegal, em fevereiro de 2011, sendo esta sua primeira viagem ao exterior depois de finalizar seu governo. Por sua vez, a presidenta Dilma viajou para a África do Sul, Moçambique e Angola em 2011. O comércio bilateral cresceu rapidamente nesse período, passando de US$ 4,2 milhões, em 2000, para US$ 20,5 milhões, em 2010. Os dez principais parceiros africanos do Brasil são Egito, África do Sul, Angola, Nigéria, Líbia, Gana, Tunísia, Senegal, Quênia e Camarões. A cooperação Brasil-África inclui áreas relacionadas à agricultura tropical, energia e bioenergia, educação técnica, formação profissional, governo eletrônico, saúde e medicina tropical, meio ambiente,

biocombustíveis, transporte aéreo, turismo, justiça, cultura, direitos humanos e esportes. O presidente da Câmara BrasilAngola no Ceará e gerente regional Nordeste da Câmara Brasil-Moçambique, Roberto Marinho, afirma que é extremamente possível, claramente viável e oportunamente necessário que as empresas brasileiras aproveitem, neste cenário de crise internacional, para a grande oportunidade que se descortina no continente africano. “É fácil de se ver e entender o grande interesse dos africanos em produtos e serviços brasileiros”, comenta. Conforme Marinho, o Governo vem fazendo a parte dele, as Câmaras de Comércio vão assumindo a diplomacia comercial e os empresários partem para se capacitar e se preparar para o atendimento a essas demandas. “Seguramente, a partir deste momento, a corrente comercial vai ter um incremento no número de parceiros comerciais africanos e em valores e volumes de carga. O grande desafio, observa o consultor, é a logística ainda capenga. “Mas, com as ações que estão sendo desenvolvidas, a realidade será transformada e revertida em bons resultados para países e empresários”, ressalta.


comércio | relações internacionais

por Eduardo Lima

Porto do Mucuripe, em Fortaleza-CE; à dir., Porto Grande do Mindelo, Ilha de São Vicente, em Cabo Verde

ENCURTANDO

DISTÂNCIAS ACORDO ENTRE FORTALEZA E CABO VERDE RESTABELECE A LIGAÇÃO COMERCIAL MARÍTIMA ENTRE O PORTO DO MUCURIPE E OS PORTOS CABOVERDIANOS, FACILITANDO OS NEGÓCIOS ENTRE BRASIL E ÁFRICA

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arceria em prol do desenvolvimento. O ano começou com boas notícias para o comércio entre os países de língua portuguesa. No dia 10 de fevereiro de 2012, foi assinado, em Fortaleza, o protocolo de cooperação entre a Companhia Docas do Ceará (CDC) e a empresa Enapor S.A., que administra os portos da República de Cabo Verde, na África. Com a retomada da sociedade entre os dois terminais, a expectativa é de um aumento significativo nos negócios entre Brasil e África, que sofreram uma queda em 2008 devido à crise econômica mundial e voltaram a crescer ano passado. As negociações foram articuladas pelo consultor Roberto Marinho, presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará, e contaram com a forte intermediação do Sebrae-CE, ABASE, Câmara BrasilPortugal no Ceará e Câmara BrasilAngola no Ceará.

O retorno da rota marítima é sinônimo de agilidade e economia para Cabo Verde e Brasil. Para o primeiro, a parceria representa uma oportunidade de expansão de mercado, já que as exportações para a Europa e para os Estados Unidos diminuíram. Já para o Brasil, os portos de Cabo Verde facilitam o trânsito dos nossos produtos com os demais países africanos. O Ceará ganha ainda mais destaque por se fortalecer como porta de entrada para o continente irmão. Entre os principais produtos que o Estado exporta para a África estão calçados, itens de vestuário, material de construção e medicamentos. Pescados, frutas e material de construção estão na lista de produtos que terão a exportação incrementada com a nova rota. E os resultados já estão aparecendo: uma empresa de calçados de Juazeiro do Norte, maior município da região do Cariri, no sul do Ceará, está

instalando uma planta industrial de montagem em Cabo Verde. Além dos negócios, o acordo ainda prevê a transferência tecnológica, de documentação e de estatísticas. De acordo com o presidente da Câmara Brasil-Angola no Ceará e vice-presidente da Câmara Brasil-Portugal no Ceará, Roberto Marinho, a parceria pode ser ainda mais positiva, tendo impacto nas relações dos dois países com a Península Ibérica (Portugal e Espanha), uma vez que as linhas comerciais marítimas que partem desses países passam por Cabo Verde. "A intenção é utilizar os portos de Cabo Verde como ponto de atração de cargas com destino para Angola, Senegal e outros países, reduzindo o tempo de trânsito.” Segundo o presidente da Companhia Docas do Ceará, Paulo André Holanda, o objetivo é levar, também a Portugal, produtos cearenses que já vão para Holanda e Bélgica. “A distância menor entre o Ceará e Portugal traz vantagens logísticas mais competitivas diante de outros portos do Sudeste do Brasil, em especial, na economia de tempo e de dinheiro. Além do mais, os portugueses ficaram impressionados com as obras que estão acontecendo no Ceará”, comenta Holanda. Jan-Fev-Mar 2012 25


página econômica | crise mundial

por Henrique Marinho, sócio-diretor da C&M Consultoria Econômica e Financeira e Professor da Universidade de Fortaleza

A flutuação do dólar e o novo protecionismo

A

economia internacional, tanto dos países provocaram a maior crise do sistema capitalista até desenvolvidos como dos emergentes, vem então e ficou conhecida como a “Grande Depressão”, experimentando e repetindo diversos me- nascida da “bolha” da bolsa de valores de Nova York, canismos de estímulo às suas economias, como forma da superprodução de bens e do excesso de crédito. O de retomada da economia abalada pela crise financeira crash da bolsa provocou uma grave crise recessiva na internacional que se iniciou em 2008 e ainda persiste economia americana, com desemprego acentuado, nesse ano de 2012, com promessas de continuidade, falência de diversas empresas e bancos, e queda gepor falta de melhora do desempenho das principais neralizada das exportações, que se propagou rapidaeconomias do mundo, notadamente a europeia. mente para as demais economias, inclusive a brasileira, que teve forte recuo nas exporEsses instrumentos atualmentações de café, o principal prote utilizados podem ser consideduto exportável na época. rados adequados aos cenários vividos recentemente, tendo como Para sair da recessão, a receita base a teoria econômica, e vão foi dada pelo economista inglês Quando falamos desde estímulos fiscais, a partir John M. Keynes, que alertou que em repetição, precida elevação das despesas públipara sair da letargia econômica os samos nos lembrar cas e monetários, como injeção governos deveriam elevar suas maciça de recursos, aumentandespesas públicas para compendos acontecimentos do a liquidez, na tentativa de reeconômicos de 1929, sar a redução da economia privatomada da economia que sofreu da, que provocou uma queda geque provocaram a forte abalo, levando a recessões neralizada das exportações munmaior crise do sisteem boa parte do planeta. diais. Acontece que, como defema capitalista até sa, foram também adotadas meNo entanto, os países lembraentão e ficou conhedidas de proteção para dificultar ram-se de experiências passadas as importações e esse movimento cida como a ‘Grande que poderiam, também, incentiprovocou mais recessão. Na épovar suas exportações dando uma Depressão’.” ca não havia regras cambiais e as “força” na política cambial, romintervenções nas taxas de câmbio foram feitas das mais pendo os compromissos de livre flutuação de suas diversas intensidades, até porque somente a libra esmoedas, promovendo desvalorizações para estimular terlina e o dólar eram consideradas moedas “fortes”. as exportações. Além disso, passaram a adotar diverComo defesa, os demais países promoviam desvalosas formas de protecionismos no mercado internacirizações de suas moedas para estimular as exportaonal para barrar as importações, elevando tarifas, esções e desestimular as importações. No final era um timulando as compras de produtos nacionais, imponjogo de soma zero. Todos perdiam. do mais controles alfandegários e muitos outros. A crise só foi amenizada depois de 1933 com o Quando falamos em repetição, precisamos nos lemprograma econômico Keynesiano americano, conhebrar dos acontecimentos econômicos de 1929, que

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cido como “New Deal”, de grandes obras governamentais para estimular o emprego, e por parte da Alemanha de Hitler que passou a estimular a indústria bélica como meio de retomar o orgulho alemão. A crise de 2008 teve uma causa muito parecida com a anterior e as soluções propostas foram repetidas da linha Keynesiana, de estímulos fiscais e monetários. Mas agora a globalização das cadeias produtivas e do sofisticado sistema financeiro fez com que a crise provocasse um efeito de contaminação muito mais rápido nas demais economias, fazendo da “bolha imobiliária” americana um problema mundial, inicialmente no sistema financeiro e posteriormente para a economia real, e mais uma vez provocando queda nas exportações. Esquecendo os efeitos que o protecionismo provocou nas economias na Depressão de 1929, muitos

países voltaram a propor e adotar medidas protecionistas e, por parte de alguns, adotar manipulação cambial, a chamada guerra cambial. Para reestabelecer novas regras internacionais depois da Grande Depressão, foram criadas diversas regras cambiais monitoradas pelo recém-criado FMI, como o padrão dólar em substituição ao padrão ouro, câmbio fixo e cooperação internacional para evitar desequilíbrios de balanço de pagamentos. Até o início de 2012, os países ainda não se convenceram da necessidade de normatizar novas regras financeiras e cambiais de forma mais coordenada, nem de uma atuação mais forte da OMC punindo o novo protecionismo que está se generalizando. E, enquanto isso, a crise se aprofunda, prevendo-se mais um ano de recessão na zona do Euro.

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evento | sustentabilidade

por Felipe Pontes

ÁGUA, ENERGIA E NEGÓCIOS A FEIRA ACQUALIVEEXPO E ENERGYLIVEEXPO ACONTECEU EM LISBOA E REUNIU CERCA DE 60 EMPRESAS PARA DISCUTIR NOVAS SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS PARA O SETOR DE ÁGUA E ENERGIA

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esenvolvimento sustentável aliado a economia e negócios é, de fato, um assunto de visibilidade nas empresas de grande porte. E é acompanhando essa tendência exigida pelo mundo empresarial que a AIP – Feiras, Congressos e Eventos, realizou, em Lisboa, entre os dias 22 e 25 de março a primeira edição da feira AcquaLiveExpo – Água, Resíduos e Ambiente, e EnergyLiveExpo – Energias Renováveis, Eficiência Energética, Climatização e Mobilidade Elétrica. Durante os quatro dias, o encontro foi realizado em torno de discussões envolvendo água, energia e as perspectivas e desafios que devem ser encarados pelas empresas atuantes nesta área. A feira reuniu em torno de 60 empresas em um espaço de exposições, estandes e palestras voltadas com foco em sustentabilidade. O Pavilhão do Rio – Centro de Congressos de Lisboa recebeu mais de

dois mil profissionais para a troca de informações sobre o tema principal do evento: Eficiência Energética, Energias Renováveis e Mobilidade Elétrica. Nos salões onde aconteceram as palestras, seminários e workshops o assunto água e energia ganhou destaque com a participação das empresas apresentando cases de projetos nacionais de referência e soluções inovadoras para o setor. As palestras e apresentações tiveram como pano de fundo a utilização, gestão, distribuição e economia dos produtos em destaque. O espaço foi palco de formação e valorização profissional, contribuindo para a dinâmica da feira. Além dos profissionais presentes, a AcquaLiveExpo e a EnergyLiveExpo receberam personalidades de peso que fazem o diferencial no setor de água e energia. Pedro


Afonso de Paulo, secretário de Estado do ambiente e do Ordenamento do Território, assim como José Escada da Costa , diretor-geral de Energia e Geologia, e o Presidente da PPA – Parceria Portuguesa para a Água, que discutiram sobre a importância e a viabilidade dos setores para a sustentabilidade do país por meio da implementação de políticas e estratégias nacionais de Economia Verde. O ápice do evento foi a mensagem do presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que deu ênfase à necessidade de se gerarem sinergias e uma maior comunicação entre universidades, empresas, Governo e sociedade civil. A ideia do presidente é que se crie uma visão integrada e transversal dos problemas e das soluções para que, desta forma, Portugal melhore a sua competitividade nestes setores e

consiga identificar oportunidades no mercado. A AcquaLiveExpo – Água, Resíduos e Ambiente, e EnergyLiveExpo – Energias Renováveis, Eficiência Energética, Climatização e Mobilidade Elétrica homenageou, por meio da atribuição dos Prêmi-

os Carreira AcquaLiveExpo e EnergyLiveExpo, o Professor Luís Veiga da Cunha, no setor da água, e o Professor Veiga Simão, no setor da Energia. Ambos foram homenageados pela contribuição dada ao setor acadêmico, empresarial e político de Portugal.

Professor Veiga Simão recebe homenagem por sua contribuição ao setor acadêmico, empresarial e político de Portugal

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página econômica | imposto de renda

por Francilene Lima, Contadora e sócia-administradora da OSS Consulting Contabilidade e Consultoria de Negócios

Para não cair na malha fina

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odos os anos, durante o primeiro trimestre, o contribuinte brasileiro precisa ficar atento. É o momento de se informar sobre os rendimentos obtidos em 2011 à Receita Federal e declarar o Imposto de Renda. Este ano o prazo para a entrega foi dia 30 de abril e no caso de atraso, uma vez que existe o imposto, a multa é de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido apurado, ainda que integralmente pago, sendo o valor mínimo de R$ 165,74 e o valor máximo de 20% do imposto sobre a renda devido. Mesmo não havendo o imposto, a multa é de R$ 165,67. A entrega da declaração de ajuste anual do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2012 é obrigatória à pessoa física residente no Brasil que ao longo de 2011 obteve rendimentos tributáveis anuais acima de R$ 23.499,15 (incluindo salários, aposentadorias, pensões, aluguéis ou benefícios rurais); ou ainda rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte cuja soma foi superior a R$ 40.000,00. É, também, destinada àquele que teve ganho, em qualquer mês, de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou que realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; aos que adquiriram a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro de 2011, de bens ou direitos (inclusive terra nua) com valor total superior a R$ 300.000,00; a quem obteve ganhos brutos superiores a R$ 117.495,75 em atividades rurais compensando os prejuízos dos anos anteriores; e também aos cidadãos que passaram à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição se encontravam em 31 de dezembro de 2011. É importante lembrar que a lei determina que bens e rendimentos fora do país também devem ser declarados. A pessoa física que, em 2012, retirou-se do Brasil em caráter definitivo ou passou à condição de nãoresidente no Brasil, quando houver saído do território

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em caráter temporário deverá apresentar a Comunicação de Saída Definitiva do País, a partir da data de saída e até o último dia do mês de fevereiro do anocalendário subsequente. Além disso, também deve apresentar a declaração de Saída Definitiva do País relativa ao período em que tenha permanecido na condição de residente no Brasil no ano-calendário da saída ou da caracterização da condição de não-residente, bem como as Declarações de Ajuste Anual correspondentes a anos-calendário anteriores se obrigatórias e ainda não entregues. Os rendimentos recebidos de fontes situadas no Brasil pela pessoa física que se retirar em caráter permanente do território nacional estão sujeitos à tributação exclusiva na fonte ou definitiva a partir da data da saída definitiva do País. São dispensadas da entrega da declaração as pessoas que não se enquadrem em nenhuma das hipóteses de obrigatoriedades previstas, ou seja, os dependentes da declaração de outra pessoa física. Mesmo sem estar obrigado, qualquer pessoa física poderá entregar a declaração. Caso de quem teve imposto retido na fonte durante o ano de 2011, tendo direito à restituição. Para facilitar o preenchimento da declaração, é necessário que o contribuinte organize com antecedência toda a documentação, evitando a entrega da declaração de última hora ou preenchimento das informações com erros. Para tanto, o contribuinte deve separar todos os recibos de gastos com educação (faculdades, colégios, etc.); gastos com saúde (planos de saúde, exames, dentistas, remédios, etc.); doações; pensão alimentícia, comprovante anual de rendimentos; recibos ou contratos de aquisição de bens móveis e imóveis. Devido às inúmeras particularidades na hora de preencher uma declaração de imposto de renda, o ideal é que o contribuinte busque ajuda de um contador com experiência para auxiliá-lo com rigor e evitar problemas futuros com o fisco.


informe publicitário

Novidades ao som do mar Já consolidado no mercado e sempre inovando, o Aquiraz Riviera ampliou recentemente sua estrutura de lazer, oferecendo ainda mais diversão e conforto aos seus clientes e aos visitantes

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ano de 2012 começou cheio de novidades no Aquiraz Riviera, maior complexo turístico-imobiliário do Ceará. Os sócios do empreendimento já podem usufruir gratuitamente das piscinas adulto e infantil e das quadras de tênis e poliesportiva do Golf Club House. Para os clientes externos, o custo mínimo é de R$ 50,00 em consumação na área das piscinas e de R$ 50,00 a hora no uso das quadras, que, em breve, receberão torneios e eventos esportivos. Com o visual paradisíaco de um campo de golfe com vista para o mar, o Club House do Aquiraz Riviera

também vem sendo muito procurado por quem busca charme, requinte e sofisticação para eventos. Grandes festas, como casamentos, formaturas e aniversários de 15 anos estão sendo realizados no local, que tem capacidade para até 250 convidados e toda uma estrutura, que vai do mobiliário do restaurante ao estacionamento, para tornar qualquer evento ainda mais especial. O Hotel Dom Pedro Laguna, primeiro equipamento a ficar pronto no complexo e já em pleno funcionamento, também está com boas novidades. No mês de março, o hotel inaugurou seu Centro de Convenções, idealizado para receber eventos empresariais, treinamentos, congressos e reuniões. Integrado à beleza do local e ao meio ambiente, o novo espaço possui 415 m² e conta com um salão master com capacidade para receber 400 pessoas em um auditório com pé direito de cinco metros. Entre os eventos já realizados no novo Centro de Convenções, estão a Reunião dos Governadores do Norte e Nordeste do Rotary Club (Regonne) e o curso Estratégias para Inovação em Novos Mercados, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), com a Wharton School, da Universidade da Pensilvânia.

Centro de Convenções Dom Pedro Laguna

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ceará | desenvolvimento

por Jacylete Abreu

DE OLHO NO

INTERIOR ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS E AUMENTO DAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE O CEARÁ, PORTUGAL E DEMAIS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA. ESTES SÃO OS PRINCIPAIS OBJETIVOS DO NOVO PROGRAMA DA CBP-CE

A

longo e médio prazo, a descentralização de investimentos no Estado do Ceará, contribuindo para a fixação do homem no interior graças às novas oportunidades, será um dos principais benefícios do programa da Câmara BrasilPortugal no Ceará para voltar os olhares de investidores para os municípios do Ceará, além de amenizar as consequências negativas dos excessos de investimentos concentrados apenas na grande Fortaleza e promover o desenvolvimento do estado como um todo. Para o presidente da CBP-CE, Jorge Duarte Chaskelmann, “se analisarmos as necessidades dos municípios cearenses verificamos que existe uma ampla possibilidade de investimento em muitos setores, já que as taxas de crescimento são muito superiores, neste momento, à média geral do Brasil.” De acordo com Chaskelmann, a Câmara está analisando municípios potenciais e a escolha será feita seguindo uma ordem de conformidade com o interesse demonstrado por cada prefeitura na aderência ao projeto. “Vamos iniciar por

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Iguatu, seguir por Juazeiro do Norte, Sobral, Tauá, Caucaia e Maracanaú. Acreditamos que tais municípios, centros urbanos médios em grande crescimento, serão muito mais receptivos a esse tipo de parceria e investimento e, com certeza, o acolhimento dos prefeitos, vereadores e empresários será mais fácil, assim como o apoio da sociedade local”, contextualiza o presidente. Ratificando a declaração de Jorge Chaskelmann, o prefeito de Iguatu, Agenor Neto, esteve na Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) no dia 21 de março para apresentar o projeto “A Década de Ouro”, que prepara o município para receber, nos próximos anos, vários investimentos em diversas áreas. Por quase duas horas, o prefeito de Iguatu apresentou aos presidentes das Câmaras Brasil-Portugal e Brasil-Angola, Jorge Chaskelmann e Roberto Marinho, respectivamente, e a um seleto grupo de empresários estrangeiros, as potencialidades do município para receber investimentos internacionais. A iniciativa ilustra bem o motivo pelo qual Iguatu encabeça a lista de municí-


pios no novo programa da CBP-CE. “Ficamos impressionados com o dinamismo do gestor de Iguatu, que preparou o seu município para receber, nos próximos anos, vários investimentos em diversas áreas. Sem dúvidas, Iguatu é uma cidade que merece uma atenção especial. Nós, que pertencemos ao grupo de países de língua portuguesa, tanto na Europa quanto na África, que vem procurando locais no interior do Ceará para realizar grandes investimentos, sentimos confiança e solidez na forma como o município nos foi apresentado”, declarou Roberto Marinho. “O programa da CBP–CE para atrair olhares de investidores a pequenos e médios municípios cearenses chega num momento providencial. Em consequência da crise na Europa, empresários procuram locais para realizarem investimentos”, lembrou Jorge Chaskelmann. E continuou: “Obviamente que falamos no Ceará por ser esta a nossa base de atuação. Entretanto, este programa é um exemplo a ser seguido pelos demais Estados, sobretudo aqueles que sediam câmaras portuguesas a exemplo da nossa.”

Jorge Duarte Chaskelmann, presidente da CBP-CE Jan-Fev-Mar 2012 33


página econômica | educação

por Hélio G. Barros, secretário de Educação Superior do MEC, ex-secretário de C&T do Estado do Ceará e coordenador de projetos de Cooperação na África, com apoio CNPq/TWAS

A África que surpreende

A

s ilhas de Cabo Verde formam um dos menores países da África. A partir da independência, em 1975, esse país de 4 mil quilômetros quadrados começou a construir as condições de estabilidade político-administrativa e econômica que o elevaram, em 2007, à categoria de país em desenvolvimento. O Banco Mundial e outros organismos confirmam anualmente suas análises favoráveis, dando-lhe sempre o status de país confiável e sério. Se a reputação conquistada nos organismos internacionais derivou, na política, a boa governança e alternância democrática sem corrupção, a nova atitude que valoriza a educação merece igual respeito pela consideração dada ao ensino básico. As novidades nos dois campos são exemplares, mas a educação nos interessa particularmente porque conta com o apoio da cooperação técnica brasileira. A novidade política, que deve inspirar países que convivem com elevados índices de corrupção no setor público, foi a recente concessão do prêmio Mo Ibrahim ao ex-presidente da República, Pedro Pires, entregue na Tunísia no dia 12 de novembro passado. O prêmio Mo Ibrahim é uma espécie de Nobel do político honesto, iniciativa africana criada para promover o debate sobre boa governança na África e reconhecer líderes africanos que, ao terminar seus mandatos eletivos, deixam o legado da honradez e da atitude democrática. Nos dois aspectos, Pedro Pires é exemplo magnífico de probidade e respeito às regras democráticas. Este registro é também o depoimento de quem conviveu com esse homem de hábitos simples e discretos. A novidade educacional não é menos instigante, porque mexe com as nossas próprias necessidades educacionais, pelo tamanho do déficit brasileiro no ensino básico. A solidez da orientação caboverdiana revelou-se em dois momentos: em 2008, quando negociei com o Ministério da Educação a adoção de um

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programa de ensino de português e matemática; e em 2010, colaborando com o I Encontro de Investigação e Desenvolvimento (Enid) destinado a avaliar o futuro da C&T no país. Convidado para liderar o evento, que contou com quase duzentos participantes locais e da diáspora – professores em universidades americanas e europeias – o então presidente da República Pedro Pires apoiou a iniciativa, mas deu o recado. Exortou-os a dar atenção ao ensino básico: "Provavelmente errado é o modo como lidamos com a Educação, Ciência e Tecnologia. Falamos de qualidade e excelência na educação sem, contudo, dizer como se conseguem, nem como se avaliam os ganhos, quando, na verdade, parte significativa dos alunos transita do ensino secundário para o ensino universitário sem dominar plenamente a língua portuguesa ou as noções fundamentais da matemática, duas disciplinas indispensáveis ao desenvolvimento do pensamento abstrato, característico da vida e da ação criadora em sociedade." No Enid prevaleceu a consciência de que ciência e ensino superior não podem evoluir à custa do ensino básico e que sem alunos bem formados o ensino superior pode ser mais problema que solução. As recomendações finais enfatizaram a importância do ensino de português e matemática, confirmando decisão anterior do Ministério da Educação que aceitou, em 2008, oferta do Brasil para capacitar professores de matemática e português do ensino médio e fundamental. A meta, nada modesta, de treinar 100% do professorado do ensino médio formado em matemática, em quatro anos, foi atingida e em 2012 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) financiará a fase 2 do curso que será a porta de entrada para o mestrado presencial e à distância. MEC/Capes, MRE/DEAF e MCT/CNPq uniram-se para financiar o "Programa Linguagem das Letras e dos Números", executado por instituições do Ceará,


Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Em julho e agosto, grupos de 160 professores virão ao Brasil para curso de 30 dias, com oito horas diárias, muito conteúdo e extensa programação cultural. "Fomos ao país do carnaval e encontramos o país do trabalho", relatou o líder do primeiro grupo à ministra da Educação, ao regressar do Brasil em 2008. Resultado imediato a proposta de aumentar uma hora de aula de matemática por semana no currículo oficial do país. A cooperação brasileira apoiou ações complementares em olimpíada, ensino à distância, portais de ensino e avaliação. A olimpíada talvez seja o melhor exemplo que define essa cooperação, porque realça a atitude caboverdiana de valorizar a educação e assumir seu próprio destino. A Olimpíada de Matemática da Escola Pública de Cabo Verde foi construída por professores que vieram ao Brasil em 2008 e docentes da universidade pública. Com recursos próprios do Ministério da Educação, a olimpíada contou com 5 mil crianças em

2010. Parecia muito, mas neste ano de 2011 foram 15 mil crianças do 8º ao 12º ano, quase 30% do total das matrículas no ensino secundário (54.406 alunos). Nada que se compare às estatísticas brasileiras, mas impressionante em um país de 500 mil habitantes. A área de português tem a mesma expectativa de mestrado à distância e olimpíada nos moldes do projeto brasileiro conduzido pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec, com apoio do MEC/Capes. Diante de décadas de notícias ruins, reconforta ver o exemplo de coerência de uma nova África afinada com as questões do conhecimento e de um pequeno país sério e comprometido com a matematização do ensino e a transformação do português, que deixará de ser apenas a língua falada oficialmente para ser instrumento de trabalho das novas gerações.

Fonte: Valor Econômico

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gastronomia | regional

PIABA ou

por Virgílio Nogueiro Gomes

manjubinha?

A

descoberta desta preciosidade foi-me provocada pelo meu amigo Clerton Martins, pois quando não falamos de Maracatu, a conversa termina em comida. Exagero meu. Também falamos de outras coisas. Mas, de fato, foi o Maracatu que nos aproximou, e a partir daí percebemos que poderíamos ser amigos. A comida veio depois. E falando de tradições, perguntou-me se já tinha experimentado o tira-gosto (petisco) tão tradicional em Fortaleza: a famosa piaba com cachaça. Não, não conhecia nem nunca tinha ouvido falar. Ficou a promessa da prova, que se cumpriu. A nossa aventura começou de manhã no mercado de peixe e marisco no topo da Avenida Beira Mar (Mucuripe), onde depois de perguntar se tinham “piaba”, recebemos resposta negativa. Continuando o passeio pelas bancas, inesperadamente, estava um cesto de peixes pequenos, que, quando perguntamos ao vendedor de que peixe se tratava, ele respondeu: “piabinha”. Ora, tesouro encontrado! Comprar o produto fresco é outro prazer. E o vendedor nos informou que aquela tinha sido pescada no Titanzinho, praia depois do farol onde as águas são mais tranquilas. Para mim surge a primeira dúvida. Tinha lido que a “piaba” era um peixe de rio, que sobe para desova e depois desce para as pro-

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ximidades do mar. Qual era o rio que desaguava no Titanzinho? O Cocó? O Ceará? A geografia não estava certa. Esta questão ficaria para depois. Importante, agora, era encontrar alguém que pudesse fritar os nossos peixes de acordo com a tradição local. A tradição de piaba frita era presença nas praias junto ao porto, onde todas as barracas, ou botecos, confeccionavam. Em viagem guiada, o meu amigo Clerton me levou pelo início da Praia do Futuro (que futuro?), mostrando-me os locais abandonados e as novas barracas que nasceram, expandindo as fixações na praia, as novas modas e um novo conforto. Por minha sugestão paramos na Barraca Cabumba, onde conheço as proprietárias e, pelo que lá tenho comido, pareceu-me que teriam condições de prepararem as nossas “piabas”. A Mônica aceitou o desafio.

Dona Ana se preparou para confeccionar as nossas “piabas”. Explicou-me como se faz segundo o modo tradicional. Primeiro temperam com sal fino, depois passam as piabas por farinha de trigo, onde se encontram pedacinhos de alho. Em seguida, é só fritar bem em óleo abundante. Fritar bem significa que o peixinho fica tão bem frito que se come a totalidade, da cabeça ao rabo. Lá avisou o empregado de mesa que as “piabas” estavam prontas. Restava escolher as bebidas e, segundo me contou Clerton, seria apenas cachaça. Aí fiquei pronto para o ritual, apesar de uma expectativa duvidosa. Chegaram as “piabas” bem aconchegadas sobre folhas de alface e com meias limas (ou limões). E a cachaça. Aguardei a demonstração do meu amigo que engole um trago de cachaça, chupa meia lima (ou limão) e depois mastiga a “piaba”. Neste momento já tínhamos também à mesa a minha amiga Marcela, carioca, que explica o seu modo para degustar este petisco: primeiro engole a cachaça e em seguida espreme a lima (ou limão) sobre a “piaba” que mastiga de imediato. Optei por esta sugestão. “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. Eis uma das grandes aventuras prazerosas de comer! Eu a fazer esta experiência e a lembrar-me dos nossos “joaquinzinhos” com uma saladinha de feijão-frade, mas bebendo um tinto leve. Quanto à cachaça só me lembrava dos grandes trabalhos agrícolas durante os quais se “matava o bicho” com bacalhau desfeito e um copito de aguardente. Voltando à “piaba”, soube que esta também pode entrar num prato completo acompanhada por um verdadeiro ícone do Nordeste Brasileiro, que é o sempre presente “baião de dois”: arroz, feijão de corda, queijo de coalho e manteiga de garrafa. Soube ainda que há algumas variantes, ou antecedentes. Em vez do sal fino também se usava, outrora, sal grosso. Em vez da farinha de trigo peneirava-se várias vezes farinha de mandioca até obter um pó fino. Também tive notícia que em casa se pode assar na brasa, apenas polvilhada com sal grosso. Na praia surgem com frequência vendedores de “piaba”, que foram fritas e en-

fiadas num espeto feito de um galho de madeira. A que adquiri continha 13 “piabas”, número de sorte ou azar?! Senti, neste caso, muitas saudades da ASAE… Interessantes foram as discussões seguintes à minha experiência. Conversei com várias pessoas, inclusive profissionais de cozinha, não chegando a acordo sobre os peixes que lhes apresentava, sobretudo em cru. Para uns eram “piabas”, para outros eram “manjubinhas”. Houve até um que afirmava serem sardinhas pequenas. Aí interrompi dizendo que sardinha conhecia eu muito bem e definitivamente não eram. Ainda houve quem me dissesse: o peixe é o mesmo, se apanhado no rio é “piaba”, se apanhado no mar é “manjubinha”. Não transformei essa discussão num impedimento para esta crônica. O bom foi ter comido um peixinho frito, regado de sumo de lima (ou limão), acompanhado por uma boa cachaça. E mais importante ainda, e uma prática que se está perdendo, é o ato convivial à volta de um tira-gosto (petisco), ou um prato genuíno recolhido de tradições locais. Vim depois a descobrir que há um “Maracatu Piaba de Ouro” celebrando 35 anos este ano, na Cidade Tabajara, Olinda, em Pernambuco. Descobri ainda que em linguagem popular se usa a expressão “piaba” quando se trata de apelidar um negócio pequeno ou questão de pouca importância. Virgílio Nogueiro Gomes é cronista gastronômico português Jan-Fev-Mar 2012 37


cultura | literatura

por Sarah Coelho

Ajuda para concurseiros Para quem deseja estar bem preparado na hora de fazer um concurso, o volume 33 da coleção Sinopses Jurídicas já está à disposição do público nas principais livrarias do Brasil. Redigido por autores com vasta experiência em cursos preparatórios, o volume Direito Internacional – Público, Privado e Comercial foi escrito pelos autores Diego Araújo Campos e Fabiano Távora. A exposição didática do texto, aliada ao seu caráter sintético, garante uma obra de consulta rápida e eficaz, na medida certa para quem tem muito a relembrar e pouco tempo livre. O volume 33 trata dos seguintes temas: o direito

internacional e a sua evolução histórica; sujeitos de direito internacional público; a carta da ONU e os acordos regionais; direito internacional dos direitos humanos; direito internacional econômico; direito do comércio internacional; meios pacíficos e não pacíficos de solução de controvérsias; o mar e o direito internacional; direito internacional privado, entre outros. SERVIÇO: Sinopses Jurídicas - Direito Internacional Público, Privado e Comercial Autores: Diego Araújo Campos e Fabiano Távora Editora: Saraiva Preço: R$ 42,00

Por amor aos animais A história é real e aconteceu com a menina Bianca. Anos depois, passou para o papel, ganhou ilustrações e virou livro. O Papagaio, batizado de Bissolu, estava preso em uma linha de pipa quando foi avistado por Bianca, então com cinco anos de idade. Na época, a menina estava estudando sobre o meio ambiente e a preservação dos animais, e exigiu que a mãe, Karine Raffaelli, tomasse uma providência. Depois de esperar um pouco para ver se o papagaio conseguiria se soltar, elas resolveram chamar os bom-

SERVIÇO: O Papagio Bissolu Autora: Karine Rafaelli Editora: Dedo de Moças Preço: R$ 20,00

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beiros, que logo chegaram e devolveram a liberdade ao pássaro. Karine Rafaelli, que já costumava escrever sobre assuntos cotidianos, passou para o papel a saga de Bianca e Bissolu, o que deu origem ao livro “O Papagaio Bissolu”, lançado pela Dedo de Moças Editora. Boa parte do encanto da publicação vem das ilustrações de Rafael Limaverde, que traduziu a história em belíssimas imagens, com traços ligeiramente geométricos, mas repletos de cores e texturas que suavizam o resultado final.


Relação renovada As memórias de um passado entrelaçado continuam a aproximar Brasil e África. Com as marcas de um mesmo colonizador, as vias que unem as margens ribeirinhas do Atlântico Sul inventam, com a chegada do século XXI, uma nova maneira de se relacionar. Do passado da diáspora africana às novas conexões internacionais das diplomacias, empresas, culturas, sociedades e valores. É exatamente este o mote do livro África Parceira do Brasil Atlântico: Relações Internacionais do Brasil e da África no Início do Século XXI, de José Flávio Sombra Saraiva, professor titular de Rela-

ções Internacionais da Universidade de Brasília (UNB) e diretor geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais (IBRI). O autor propõe o conceito de atlantismo brasileiro, um modo próprio de construir relações internacionais com os africanos, plasmado por cooperação, trocas materiais e paz no grande oceano que une o Brasil ao continente africano, diferente do que fizeram os colonizadores no passado ou os interesses chineses na África atual. SERVIÇO: África Parceria do Brasil Atlântico Autor: José Flávio Sombra Saraiva Editora: Fino Traço Preço: R$ 30,00

Contos urbanos

SERVIÇO: Metropolis Autores: Mariana Marques, Anna Karine, Fernanda Meireles, Flávia Oliveira, Joice Nunes, Jorge Pieiro e Natércia Pontes Editora: La Barca Preço: R$ 20,00

O barulho e o cheiro das ruas, as luzes e as pessoas de uma cidade com suas mil faces. A coletânea dos 21 textos do livro Metropolis, publicado pela LaBarca Editora, surgiu da ideia de sete jovens escritores de traduzir cenas dos grandes centros urbanos em narrativas divididas nos três momentos do dia: manhã, tarde e noite. Com um título que faz referência direta a “polis“ (cidade no grego), o livro traz recortes do dia a dia de zonas urbanas como São Paulo, Rio, e sobretudo, Fortaleza. Os escritores Anna Karine,

Fernanda Meireles, Flávia Oliveira, Joice Nunes, Jorge Pieiro, Natércia Pontes e Mariana Marques casaram o talento da escrita com a vivência e experiência de vida nas metrópoles. Entre contos escritos livremente – sob o estilo e o olhar de cada um – é possível reconhecer nas entrelinhas dos textos os amores, fatos e lugares que envolvem a dinâmica própria da zona urbana. A cidade de Fortaleza recebe referências mais contundentes por fazer parte, de alguma forma e em algum momento, da morada e da vida de todos os sete escritores.

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ESPAÇO IBEF

As perspectivas da economia do Ceará em 2012

O

crescimento da economia cearense em 2012 está a depender de muitos (e de difícil previsão) fatores. Dentre estes, podem-se considerar como os mais importantes, os seguintes: a) o desenrolar da crise mundial; b) as medidas de política econômica adotadas pelo governo de nível superior e seus possíveis impactos sobre a economia; c) as medidas de política econômica adotadas pelo governo local e seus possíveis efeitos sobre a economia local; d) o comportamento dos entes econômicos locais; e, e) as potencialidades do sistema econômico do Estado. Estando o Ceará inserido no Brasil, não se pode negar que o que acontecer com a economia nacional terá reflexos na economia cearense. Neste caso particular, a economia do Estado depende de maneira crucialmente importante das medidas adotadas pelo Governo Federal. No caso específico do Brasil, existem alguns fatos que merecem destaque: i) o primeiro é a extraordinária valorização do Real, a ponto de se registrar a moeda nacional como a que mais se valorizou no último ano. Esta é uma política anti-exportação e pró-importação; ii) por outro lado, a extremamente alta taxa de juros cobrada nas transações financeiras também se soma em seu aspecto deletério à sobrevalorização do Real, no sentido em que aumenta os custos das operações de contrato de câmbio, prejudicando os exportadores. Além disso, taxa de juros elevada é quase sinônimo de baixo investimento. Portanto, também significa falta de inovação, falta de modernidade no parque fabril, falta de absorção de novas tecnologias etc.; iii) deve-se somar a isto, a política de aumento do salário mínimo bem acima da inflação. Não é que não se queira que o trabalhador ganhe cada

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vez mais. O problema é o “timing” da medida. Seria este o momento certo para dar um aumento desta magnitude?; iv) também joga contra o sistema econômico a pesada carga tributária existente no Brasil. Esta política afeta indistintamente todos os setores produtivos (exceto o micro-produtor) da economia. E afeta deleteriamente o setor exportador, pois embora a convenção internacional proíba a “exportação de impostos”, a sistemática brasileira de, para alguns impostos, “cobrar por dentro”, embute a cobrança de imposto sobre imposto e isto encarece o produto brasileiro para exportação. No que se refere ao poder do Estado do Ceará em influenciar o sistema econômico via política econômica, sua capacidade é muito limitada, haja vista que ele só pode exercer qualquer influência via política fiscal, isto é via política tributária (via ICMS) ou via política de gastos (principalmente política de investimentos). Aqui a situação do Estado do Ceará é muito promissora. Veja-se que o Governo Estadual apregoa que deverá investir, até 2014, algo em torno de R$ 30 bilhões por ano. Considerando que o PIB cearense está estimado em algo em torno de R$ 84 bilhões, um investimento dessa magnitude representa 3,57% do PIB. Aceitando a estimativa de que o “multiplicador do investimento” no Ceará alcança o valor de 2, então isto representaria um aumento de R$ 6 bilhões/ ano, ou uma taxa de crescimento do PIB da ordem de 7,14% nesta variável. Mesmo considerando que o “multiplicador dos investimentos” não alcance 2, mas fique em 1, ter-se-ia um aumento no PIB da ordem de 3,57%. Mas é claro que o resultado final dependerá do que vai acontecer com as exportações, com as importações, com o consumo final, com o resultado lí-

quido das ações do Governo etc. Mas o Governo Estadual ainda pode usar a política fiscal, via FDI, para promover a entrada de novas indústrias no Ceará, aumentando, assim, a taxa de investimentos na economia. Portanto, embora o Ceará apresente um forte contraponto às políticas deletérias federais, será o embate dessas forças que determinará a taxa de crescimento final a ser obtida pelo Estado. Vale ressaltar que de acordo com vários estudos veiculados pela imprensa, muitas são previsões para a taxa de crescimento da economia brasileira para este ano de 2012. Desta forma, tem-se: a) o “mercado” estima que a economia brasileira não deverá crescer mais que 2,5%; b) o Governo Federal aposta em um crescimento acima de 3% (o Banco Central trabalha com uma taxa de 3,4%); c) o FMI, de acordo com o último World Economic Outlook (de 24 de janeiro de 2012), estima a taxa de crescimento para o PIB brasileiro em 3%. Assim, talvez não seja absurdo imaginar que a economia brasileira crescerá, em 2012, em torno de 2 a 3%. E a economia do Ceará? Como se sabe, nos últimos anos, a economia cearense tem crescido mais que a economia brasileira. Há algum indício que este fenômeno se modificará? Não, não há. Portanto é de se esperar que a economia do Estado cresça ao derredor dos 4% este ano. Aliás, de acordo com o trabalho do IPECE, “Perspectivas da Economia Cearense para 2012”, (IPECE – Informe Nº 22, dezembro de 2011), a estimativa do Governo Estadual é que a economia do Ceará cresça 5% neste ano.

por Pedro Jorge Ramos Vianna, presidente do Econometrix e diretor do IBEFCE


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Abril

Junho

De 1o a 4 Seminário Internacional "Gestão dos Recursos Hídricos em Rios Intermitentes" www.praricanet.com.br

Dia 1o Celebrações do Dia de Portugal no Ceará 2012

De 10 a 12 18a Intermodal South America www.intermodal.com.br De 23 a 27 Missão à Feira de Hannover Alemanha www.sfiec.org.br/cin/

agenda | Câmara

De 24 a 26 ExpoVinis Brasil www.exponor.com.br/expovinis/

Maio Dia 7 Futura Trends 2012 www.seminariofuturatrends.com.br De 9 a 11 Fórum Brasil - África Cooperação, Oportunidades e Desenvolvimento www.forumbrasilafrica.com De 8 a 12 Tektónica - Feira Internacional de Construção e Obras Públicas www.tektonica.fil.pt Dia 15 Almoço de Negócios: Potencial de Atração de Investimentos do Município de Iguatu www.brasilportugal.org.br/ce De 17 a 20 Expo Tic (*) - 1º Salão das Tecnologias de Informação e Comunicações www.fil-angola.co.ao/ De 17 a 24 Missão Brasil - Cabo Verde www.cearatradebrasil.com.br De 30/5 a 2/6 Ambiente Angola 2ª Feira Internacional de Ambiente, Equipamentos, Serviços e Tecnologias Ambientais www.fil-angola.co.ao/

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De 14 a 17 Salão Exportar Angola 2º Salão de Exportação de Angola www.fil-angola.co.ao/ De 19 a 22 All About Energy www.allaboutenergy.com.br De 21 a 24 SIMA - Salão Imobiliário de Angola www.fil-angola.co.ao/ Dias 21 e 22 ADIT INVEST 2012 www.adit.com.br Mais informações e atualizações no site www.brasilportugal.org.br/ce


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