Revista Portuária - 17 Maio 2016

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Sumário

14 Pesca industrial

Setor pesqueiro sofre com incertezas na produção 6 Portos

37 Fimar 2016

8 Turismo

42 Boa nova

31 Novidade

48 Exportação

Portonave tem crescimento de 37% na movimentação

Pesquisa aponta perfil dos 6 milhões de estrangeiros que visitaram o Brasil em 2015

Paranaguá cria berço exclusivo para veículos e equipamentos

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Feira Brasil-Itália fomenta negócios no setor náutico

Opinião: comércio exterior em recuperação

Europa começa a receber terrenos vivos de Santa Catarina


ANO 15  EDIÇÃO Nº 195 Maio 2016 Editora Bittencourt

EDITORIAL

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Os imbróglios da pesca

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setor pesqueiro industrial de Itajaí amarga perdas irreparáveis. Primeiro, a dificuldade para obter a subvenção no imposto sobre o óleo diesel. Agora, a obtenção de licenças para a pesca da tainha. Imbróglios facilmente resolvíveis em outras época, quando havia um ministério somente para o setor. Não podemos negar que o enxugamento dos ministérios seja um reforma governamental importante para conter gastos, acabando assim com empregos que sempre foram meros cabides. Uma obrigação de redução de despesas que soa até eleitoreira. Enfim, a intenção pode não ser das melhores, mas devemos admitir que essas reformas são importantes. Com tanto que os setores não fiquem desguarnecidos, o que não vem ocorrendo. A preocupação dos empresários da pesca aumenta a cada dia. Santa Catarina é o principal polo pesqueiro do país, o que fazia com que o Estado fosse também o maior favorecido com o ministério. Até então, as questões além de serem debatidas com mais facilidades, podemos citar as várias vezes em que representantes da pasta visitaram o Estado. Agora, contudo, as decisões não ficam claras nem mesmo para quem faz parte do setor. Fato que pesa também para o contribuinte, afinal de que adianta reforma ministerial se as coisas deixam de funcionar?

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PortosdoBrasil

Primeiro trimestre na Portonave tem crescimento de 37% na movimentação de contêineres

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ano de 2016 começou positivo para a Portonave. O Terminal Portuário de Navegantes movimentou, no primeiro trimestre, 202.582 TEUS (medida que equivale a contêiner de 20 pés) – um crescimento de 37% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram movimentados 147.680 TEUS. A empresa mantém a liderança de mercado desde 2010 e hoje é responsável por 54,5% do market share catarinense – segundo fonte Datamar (jan-fev/2016). Os números são resultado da conquista de novos parceiros comerciais no segundo semestre de 2015: seis novas linhas marítimas passaram a operar no terminal, o que aumentou a oferta de transporte para mercadorias importadas e exportadas – com destaque para as carnes congeladas e a madeira. O crescimento se deu também em virtude do início de operação de uma linha de cabotagem – a Log-In – que começou a operar no terminal no segundo semestre de 2015. Além disso, os resultados positivos vêm de elevados investimentos tanto em tecnologia quanto em infraestrutura e equipamentos, aliados à expertise dos colaboradores da Portonave. Em agosto de 2015, a companhia finalizou a obra de expansão, dobrando a capacidade de armazenagem de contêineres do terminal – que hoje é o maior em área no Estado – de 15 mil para 30 mil TEUs. O terminal concluiu o processo de eletrificação dos RTGs, substituindo o diesel por energia elétrica na operação dos seus 18 guindastes de pátio. A troca vai proporcionar uma redução de 62% no consumo de diesel no terminal e 98% nas emissões de CO² deste tipo de equipamento.

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A Iceport – Câmara frigorífica que pertence à Portonave – consolidou um estoque médio de 89% neste primeiro trimestre. A movimentação na Câmara foi de 117.839 toneladas.

Produtividade em alta A produtividade é um indicador de que a Portonave vem se destacando e melhorando os seus números. Além de deter o recorde sul-americano, com 270,4 mph (movimentos por hora), desde outubro de 2014, o terminal alcançou no primeiro trimestre de 2016 a média de 111,6 mph por navio e 37,3 mph por guindaste. Outro número importante foi o recorde de movimentos por escala, batido no mês de abril. Nos dias 3 e 4 foi realizada a maior movimentação por escala na Portonave durante a operação do navio CMA CGM CONGO, do Serviço Ásia, com 2.908 movimentos. Além do número de contêineres, destaque para a alta produtividade: 176,2 mph. •

Movimentação do 1º trimestre Portonave TEUs 2015

2016

Jan

43.766

67.899

Fev

46.841

67.113

Mar

57.073

67.570

Total

147.680

202.582


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Mais de 6 milhões de estrangeiros visitaram o Brasil no ano passado Só a Argentina enviou mais de dois milhões de visitantes

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Argentina lidera o ranking dos países que mais enviaram turistas ao Brasil em 2015. A constatação é do Anuário Estatístico do Turismo do governo federal. De acordo com o estudo do Ministério do Turismo, dos mais de 6,3 milhões de estrangeiros que desembarcaram no país no ano passado, 2 milhões eram argentinos, o que corresponde a 33% deste total. Os Estados Unidos permanecem na segunda posição (575.796), seguido do Chile (306.331). O levantamento feito com base em dados da Polícia Federal aponta que 54% dos turistas estrangeiros no país em 2015 eram dos vizinhos da América do Sul. O Paraguai aparece na quarta posição do ranking com 301.831 mil visitantes e o Uruguai na quinta posição com 267.321. No continente europeu, a França se destaca na 6ª colocação com o envio de 261.075 turistas. O número de visitantes estrangeiros em 2015 é 1,9% menor que em 2014, quando foi realizada a Copa do Mundo no Brasil e registrado o recorde de turistas estrangeiros. No entanto, é importante ressaltar que os números de 2015 apresentam um crescimento de 8,5% em relação a 2013, quando o país recebeu 5,8 milhões de visitantes internacionais. São Paulo continua como a principal porta de entrada para os estrangeiros que chegam ao Brasil. Em 2015, 2.248.917 visitantes desembarcaram no Estado, um crescimento de 1,3% em relação a 2014. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, seguido pelo Rio Grande do Sul que tem sido escolhido cada vez mais como rota de acesso ao país, principalmente pela via terrestre (89%), que pode ser explicado pela proximidade com as fronteiras dos países vizinhos.

Brasileiros na Argentina

Que a Argentina é um dos destinos preferidos dos brasileiros não é novidade, por muito tempo o país vizinho liderou a lista dos roteiros mais procurados pelos viajantes daqui. Em tempos de dólar alto e passagens aéreas mais caras, a tendência é que países sul-americanos se tornem ainda mais atraentes.

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Dados das principais operadoras de turismo do país apontam que destinos argentinos como Buenos Aires, Mendonza, El Calafete e Bariloche estão entre os mais procurados desde o ano passado, juntamente com outras cidades da América do Sul. Diante da alta da moeda americana, o custo total de uma viagem para esses destinos se torna ainda mais interessante. A proximidade entre os países, o idioma mais ami-

gável para os brasileiros e ainda a possiblidade de viajar sem precisar de visto são outros pontos que tornar a viagem mais vantajosa. Como Argentina e Brasil fazem parte do Mercosul, turistas de ambos os países podem embarcar somente com RG ou passaporte, graças a um acordo entre países do bloco. “A grande vantagem é que esses destinos oferecem roteiro de qualidade, com atrações para todos os gostos, por um preço mais acessível se comparados com destinos americanos e europeus”, destaca Francisco Lobo, diretor da CashMilhas, empresa especializada em negociar milhas aéreas, das principais companhias, com agilidade e segurança.

Dicas para turistas brasileiros

A Argentina têm paisagens que vão desde cidades históricas à regiões isoladas e paradisíacas. O país vizinho também é conhecido pelo tango e a riquíssima gastronomia, que conta com as famosas carnes argentinas e excelentes vinhos. As dicas são valiosas tanto para novatos em terras portenhas, quanto visitantes que já conhecem o país: • Algumas agências de viagem oferecem desconto para grupos, tornando o preço mais interessante para famílias e grupo de amigos, por isso organize a viagem com antecedência, negociando descontos; • Fique de olhos nas promoções, agências de viagens costumam oferecer preços atrativos e descontos para aquisição através de programas de milhas; • Atrações como a Casa Rosada, Caminito, Puerto Madero e o estádio La Bombonera são pontos obrigatórios para turistas de primeira viagem. Mas se você quer fugir do óbvio, Bariloche (dá para esquiar na alta temporada), a região árida de Ushuaia e o Glaciar Perito moreno são destinos imperdíveis com paisagens de tirar o fôlego; • Mendoza é considerada a capital argentina do vinho. É parada obrigatória para quem quer conhecer as vinícolas distribuídas na região e degustar os premiados vinhos argentinos; • O câmbio de moeda estrangeira não é mais controlado pelo governo argentino, por isso fique de olho nas taxas que podem variar consideravelmente. Se for para Buenos Aires, vale a pena levar real em espécie pois a cotação costuma ser mais vantajosa que o dólar. Já para destinos mais afastados da capital, a moeda americana é mais interessante. É possível acompanhar o câmbio oficial através do site do Banco Nación.•

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Consumidor mantém pé no freio, sinaliza pesquisa da Fecomércio SC

A

retração na economia brasileira vem sendo refletida no comportamento do consumidor no Estado. Segundo a pesquisa que mede o Índice de Confiança da Família (ICF-SC) do mês de abril, os indicadores tiveram uma queda tanto na comparação mensal (-3,9%), quanto na anual (-12,6%), registrando o nível mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2010. O ICF cruza os dados que tratam do emprego e perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e o momento para bens duráveis - como, por exemplo, a compra do carro. A maioria ficou abaixo dos 100 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200. A perspectiva de consumo das famílias também registrou uma queda de 37%, chegando em 40,9 pontos na escala. Na avaliação Fecomércio SC, o baixo desempenho do indicador está associado à inflação elevada, deterioração na qualidade do emprego e as incertezas no cenário político, somada à percepção dos consumidores de que a crise vai se estender ao longo de 2016.

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Nesse cenário de instabilidade econômica, o acesso ao crédito se mantém restrito. Comparado com o mesmo período de 2015, o indicador apresentou uma forte queda de -26,7%, ficando com 88,7 pontos. Esta é a nona vez consecutiva que este indicador fica abaixo dos 100 pontos. Na avaliação do presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a persistente inflação e o longo desequilíbrio fiscal provocam uma elevação na taxa de juros, retraindo o consumo, que já é sentindo no comércio catarinense. “As decorrentes elevações nas taxas de juros - principalmente do cartão de crédito (447% ao ano) - retrai o acesso ao crédito diminuindo o consumo e a confiança do consumidor na hora da compra", afirma Breithaupt. Apesar dos números negativos apresentados na pesquisa, dois indicadores - emprego e renda - estão em posição positiva no estudo. Com o desemprego em baixa no Estado, a confiança dos consumidores em torno da renda é elevada, assegurando que Santa Catarina sairá desse cenário de baixo crescimento antes que os outros estados.•


Santa Catarina gera 8 mil empregos no primeiro trimestre

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o primeiro trimestre de 2016, Santa Catarina gerou mais de 8 mil vagas formais no mercado de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), disponibilizado pelo Ministério do Trabalho. Se comparado ao mesmo período em 2015, em que o Estado criou 30.693 vagas, a queda foi de 70%. Esse recuo na oferta de vagas foi puxado pelos setores do comércio com a redução de 7.082 vagas e da construção civil, com menos 87 postos de trabalhos ofertados. Já outros setores da economia impulsionaram novas vagas de emprego como serviços, com um pouco mais de cinco mil vagas, agropecuária com 1.342 novos empregos e a indústria que foi o setor que mais criou oportunidades de trabalho para os catarinenses: 9.014 vagas. Apesar da diminuição dos postos de trabalhos no estado, Santa Catarina alcançou o segundo melhor resultado para o período no país, com número maior de contratações do que demissões, atrás apenas do Rio Grande do Sul. Na avaliação da Fecomércio SC os dados divulgados do Caged preocupam e demonstram que o mercado de trabalho vem perdendo o dinamismo, especialmente a partir da última década. A elevação dos custos da produção não vem acompanhada do aumento de produtividade, resultando na compressão da margem de lucro das empresas, infla-

ção e redução em seus investimentos. “A queda do emprego formal reduz a renda da população, já que muitos desempregados tenderão aceitar empregos informais ou temporários, diminuindo a qualidade do emprego e o consumo. O resultado desse processo é o panorama atual da economia brasileira de longa retração. É urgente uma ampla reforma tributária e trabalhista, na busca de aumentar a competitividade de nossas empresas e sair do patamar de baixo crescimento”, afirma o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

País fechou mais de 300 mil vagas

No Brasil, o saldo líquido de vagas no primeiro trimestre foi negativo - no primeiro trimestre de 2016, o Brasil fechou 323.052 postos de trabalho formal. Nos últimos 12 meses, já foram suprimidas mais 1,8milhão de vagas formais no Brasil em todos os ramos da economia.

Santa Catarina no ranking das oportunidades

Blumenau conquistou a quinta posição na lista das cidades brasileiras com maior criação de vagas de empregos formais no primeiro trimestre de 2016. Foram geradas 2.904 vagas, concentradas nos setores de serviços com 2.197 vagas e na indústria com um saldo positivo de 1.130. •

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Artigo Cobrança abusiva da demurrage: o que fazer?

A Por Osvaldo Agripino Advogado, PósDoutor em Regulação de Transportes e Portos - Harvard University agripinoeferreira.com.br

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falta de regulação eficaz da logística de comércio exterior brasileiro, pela Antaq, tem permitido uma crescente onda de abusos cometidos pelos armadores e/ou seus agentes contra os usuários do transporte marítimo. Trata-se da demurrage ou sobre-estadia de contêiner, instituto do Direito Marítimo que tem criado uma verdadeira indústria no Brasil, pela falta de parâmetros na cobrança desse preço extra-frete. Faltam previsibilidade e modicidade, dois princípios do marco regulatório do setor. Isso se dá porque atuando como advogados há mais de 20 anos, desde 2010 temos constatado o Poder Judiciário condenar o embarcador (usuário) e/ou despachante ao pagamento de valores extorsivos de demurrage, na maioria das vezes superior ao do contêiner. Em Santos, um juiz estadual condenou um exportador ao pagamento de R$ 5 milhões de demurrage de 38 contêineres frigorificados de 40 TEUS, cujo valor no mercado de usado é R$ 15 mil cada. Nesse caso, o valor da condenação foi 10 vezes o do contêiner, apesar da exportadora condenada ter operado FOB, ou seja, não tinha qualquer relação jurídica com o transportador (sem registro na Antaq). Mesmo assim, o armador, através do seu agente marítimo, cobrou judicialmente a empresa brasileira. Em Balneário Camboriú, Santa Catarina, recentemente, um agente de carga ajuizou cobrança no valor de R$ 500 mil por quatro contêineres dry de 40 TEUS, cujo valor no mercado é de

R$ 5 mil reais cada. Além disso, temos verificado várias formas de abusos na contratação do transporte marítimo. Dentre as quais, aquele em que o armador ou seu agente pressiona o usuário para assinar um termo de responsabilidade e devolução do contêiner com preço que, num primeiro momento, parece pequeno. Contudo, diante de uma greve de um órgão interveniente ou outro motivo, a carga não é desembaraçada, e depois de vários meses, o usuário é notificado para pagar valor de demurrage extorsivo. Apesar disso, temos observado uma pequena mudança em decisões recentes do judiciário, especialmente em primeiro grau, no sentido de limitar o valor da demurrage, como o do próprio contêiner. Nesse ambiente de insegurança jurídica para o usuário, é preciso reagir via judiciário, Antaq, MPF e outros órgãos na defesa dos usuários. A economia brasileira está em recessão técnica, a balança comercial negativa e os valores dos custos logísticos estão acima de qualquer limite. O usuário vivencia um ambiente hostil a sua atividade: uma bomba que já explodiu. Há fundamentos jurídicos para reduzir o valor cobrado a título de demurrage de contêiner, a valor compatível com a ordem jurídica brasileira. É preciso, portanto, que o usuário procure orientação técnica e jurídica, especialmente no momento da contratação do transporte marítimo, a fim de reduzir o risco da sua operação e, dessa forma, aumentar a competitividade dos seus produtos no comércio exterior. •


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Sem Ministério da Pesca, setor sofre com falta de gestão

O

primeiro semestre de 2016 está quase no fim e incertezas paralisam as ações do setor da pesca industrial em Santa Catarina. A extinção do Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA) com a unificação ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) gerou uma crise de gestão, atrasos nas emissões de documentos fundamentais à atividade e uma série de perguntas sem respostas. Agora a entidade milita em Brasília para garantir o início da safra da tainha, em 1º de junho. Na primeira semana de maio, representantes do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) foram atrás de respostas. De acordo com o presidente da entidade, Jorge Neves, a classe voltou apenas com muitas promessas. O que confirma, segundo ele, o descaso com o setor pesqueiro. Entre os compromissos assumidos pela recém-criada secretaria de Pesca, vinculada ao Mapa, está que 40 barcos da frota nacional receberão as licenças em tempo hábil para o início da pesca industrial da tainha. “É uma incerteza tremenda, um monte de promessas. Não sabemos como isso vai acontecer”, comenta Neves. Se tudo 14 • Maio 2016 • Economia&Negócios

ocorrer conforme o prometido, os barcos devem iniciar a pescaria no dia 1º de junho. O período de pesca artesanal da tainha em 2016 começou no dia 1º de maio nas regiões sul e sudeste. Já a liberação para captura dessa espécie por embarcações motorizadas terá início em 15 de maio. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo estão autorizados a desenvolver atividade até 31 de julho. A expectativa é que a safra chegue a 1,8 mil toneladas nesta modalidade em Santa Catarina. Cerca de 90% do desembarque de tainha é feito no Estado. Segundo o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Santa Catarina (Fepesc), Ivo Silva, a atividade conta com mais de 30 mil trabalhadores diretos e indiretos. A pesca de arrasto de praia – uma das modalidades artesanais – é centenária. Nela, os pescadores lançam uma rede ao mar, às vezes com auxílio de uma canoa, para depois puxá-la com a ajuda de vários homens. A rede pode medir de 100 a 600 metros de comprimento, com altura no centro entre 6 a 20 metros e extremidades de 2 a 10 metros de altura.


Ficou mais caro sair ao mar

“É assim que nós estamos vivendo, esta insegurança jurídica que nos abala a cada momento e a cada momento nós temos uma informação diferente”

As embarcações pesqueiras de Santa Catarina continuam sem receber a subvenção de impostos do óleo diesel para tocar a atividade. Em todo o país, apenas o Estado e o Rio Grande do Sul não foram contemplados com o benefício, como reflexo da Operação Enredados e da extinção do Ministério da Pesca. O Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) já calcula o prejuízo e aguarda o julgamento de um mandado de segurança para ter acesso ao benefício. A subvenção, instituída em 1997, trata da redução de impostos no preço do óleo diesel. Anualmente, todas as embarcações precisam solicitar o benefício. De acordo com presidente da Câmara Setorial do Óleo Diesel do Sindipi,

Francisco Carlos Gervási, a documentação das 385 embarcações vinculadas à entidade foram entregues em setembro do ano passado, dentro do prazo legal, na superintendência do extinto MPA em Florianópolis. O procedimento, de praxe, acabou sinalizando que um imbróglio administrativo estava prestes a começar. Em outubro do ano passado, a presidente Dilma Rousseff (PT) extinguiu o cargo de ministro da Pesca. O Ministério só foi extinto, oficialmente, dia 6 de abril. Coincidentemente no mesmo período, foi deflagrada a Operação Enredados, da Polícia Federal. A investigação apura irregularidades na concessão de permissões de pesca e foi responsável, inclusive, pelo afastamento do presiden-

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te do sindicato em Itajaí à época, Giovani Monteiro, e do vice-presidente, Fernando das Neves. “Essa operação não tem nada a ver com o óleo diesel. Então nós ficamos aguardando a publicação da subvenção”, conta Gervásio, revelando que a portaria informando do benefício foi publicada no início de dezembro passado. Santa Catarina e Rio Grande do Sul estavam de fora. “Brasília nos dizia que não tinha recebido nossos documentos e, portanto, não poderia nos conceder o subsídio. Só no dia 25 de fevereiro soubemos que os papéis foram apreendidos pela PF na Operação Enredados”, revela o presidente, julgando desnecessária a apreensão por entender que a investigação não envolve a questão do diesel. No início de abril o Sindipi entrou com um mandado de segurança requerendo na Justiça o benefício. Até o fechamento desta edição, a entidade ainda aguardava o resultado. “É assim que nós estamos vivendo, esta insegurança jurídica que nos abala a cada momento e a cada momento nós temos uma informação diferente”, lamenta Gervási. Durante a viagem a Brasília no início de maio, o Sindipi também cobrou mais agilidade no processo da subvenção. De acordo com o coordenador técnico da entidade, Marco Aurélio Barilon, a perda durante o período sem o benefício é irreparável.

Custos O óleo diesel representa, em média, 60% dos custos operacionais das embarcações. Com o subsídio, que pode somar até 30% de desconto, os barcos conseguem reduzir R$ 0,90 em cada litro (considerando o preço médio do diesel de R$ 3). Se para cada viagem for abastecido 10 mil litros do combustível, então, uma embarcação gasta R$ 9 mil a mais, em cada viagem, sem o subsídio. “Isso gera uma competição desigual entre os estados. Pois barcos de outros estados estão vindo descarregar em Santa Catarina com o preço diferenciado, pois eles têm o subsídio”, reclama.

Licenças empacadas Conforme informações do Sindipi, as licenças de pesca estão saindo a conta gotas. “Mandamos informações, solicitamos, imploramos pelo nosso trabalho, mas não encontramos ressonância no 16 • Maio 2016 • Economia&Negócios


governo. O governo não nos diz se vai fazer, quando, de que forma, não nos dá informação nenhuma”, sentencia Gervási. No início deste ano, só o Sindipi tinha quase 300 embarcações sem licenças. A entidade ainda alega que não há garantia de que as licenças da pesca da tainha vão sair em tempo. Por isso a mobilização do sindicato em Brasília.

Ministério reconhece atrasos Com a unificação dos ministérios, o Mapa reconhece que a execução dos trabalhos foi afetada. Por meio de força-tarefa, o Mapa regularizou a situação de 2.362 embarcações em todo o país, com a renovação do certificado de autorização de pesca. A renovação do documento — que tem que ser feita uma vez por ano — permite que o pescador continue a trabalhar dentro da legalidade. O trabalho da força-tarefa da Secretaria de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura do Mapa foi realizado de fevereiro a abril. De acordo com o órgão, os pedidos estavam acumulados por causa da extinção do Ministério da Pesca e Aquicultura e da consequente transferência de suas atribuições para o Mapa. Em todo o Brasil, 24 mil embarcações têm o Re-

gistro Geral da Atividade Pesqueira (RPG). Do total, 3,4 mil estavam em situação irregular. Com a renovação das 2.362, ainda faltam 1.565 licenças. Só em Santa Catarina, foram liberadas 1.040 licenças durante a força-tarefa, afinal o Estado é o maior polo pesqueiro do país. Nesta primeira etapa, ficaram faltando outras 689 autorizações.

Redução de pessoal Ao se fundir ao extinto Ministério da Pesca, o Mapa cortou 220 cargos comissionados, reduziu quatro secretarias e gerou economia de R$ 183,3 milhões em contratos e convênios. Em um esforço para enxugar a máquina estatal e cortar gastos, promoveu a fusão das estruturas físicas da Pesca com a Agricultura. O prédio em Brasília onde funcionava a sede do MPA foi desativado. O edifício tem 18 andares e representava custo anual de aproximadamente R$ 10 milhões. Nos 27 estados, unificou 80% das Superintendências da Pesca com as Superintendências Federais da Agricultura, o que deve gerar economia na ordem de R$ 29 milhões ao ano. A reportagem tentou contato com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio de sua assessoria de imprensa, mas o responsável pela pasta estava em viagem.

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Maio 2016 • 17


Safra do salmão comprometida Se a captura de peixes em águas brasileiras está comprometida por conta da crise na gestão no âmbito federal, a importação de peixes nobres também enfrenta uma maré de azar. No entanto, o problema é ecológico. No Chile, 25 milhões de salmões morreram durante a safra de verão. O equivalente a 40 mil toneladas de peixe foram asfixiados por microalgas nocivas. Resultado: não houve um grave desabastecimento do peixe, mas o preço do salmão quase dobrou. De acordo com o professor Márcio Tamanaha, especialista em algas e

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coordenador do laboratório de Ficologia da Univali, as microalgas podem estar presentes em todos os ambientes aquáticos, inclusive nos oceanos. A incidência de algas nocivas, aquelas que produzem substâncias que afetam a fisiologia dos organismos, também é um fenômeno natural. Às vezes, podem passar desapercebidas. No entanto, quando uma espécie consegue se adaptar a um ambiente, ela tende a aumentar sua população expressivamente.


Artigo Foi justamente o que aconteceu nos tanques de cultivo marinho de salmão do Chile, segundo maior produtor mundial do peixe. Normalmente, as águas de lá são bastante frias e ricas em nutrientes, por se tratar de uma região muito próxima da Antártida. Contudo, neste verão as águas atingiram temperaturas acima de 20°C. Tamanaha acredita a baixa turbulência e o aumento da temperatura da água tenham sido os causadores do surto da alga chamada Chatonella SP. Segundo o especialista, a microalga Chatonella SP produz substâncias que afetam as brânquias dos peixes, causando hemorragia. Desta forma, a morte é por asfixia. “O mecanismo de toxicidade ainda é desconhecido, pois tem associação com hemólise do sangue, e não se sabe se é repassado ao homem. O consumo deve ser evitado, pois outros patógenos podem se manifestar”.

Preço disparou Se em março o quilo do salmão não ultrapassava os R$ 35 no Mercado do Peixe de Itajaí, no final de abril havia bancas ofertando o filé por até R$ 60. O proprietário do box 14, Rogério Wiggers, diz que não tinha como absorver o aumento repassado já na importação do salmão. Se o preço do pescado não baixar — o que é esperado que aconteça agora em maio com a normalização da produção — as casas especializadas em comida japonesa também terão de atualizar o preço no cardápio. “Foi realmente um impacto grande, pois o salmão é insubstituível. Ele está presente em 75% do nosso cardápio”, avalia Rodrigo Issler, dono do Brava Sushi, que compra até 600 quilos de salmão diariamente. O empresário também observa que o Brasil perdeu crédito no Chile, diante da atual situação econômica, o que dificulta, em alguns casos, o acesso ao pescado. “Itajaí é um polo pesqueiro, então acaba tendo prioridade. Mas há cidades que não têm acesso. O produto ficou escasso”. Dono do restaurante Seikatsu, em Penha, Luis Gustavo Fernandes confirma que alguns fornecedores estavam sem salmão fresco e os que tinham o pescado, apresentavam preço inflacionado. “Vamos tentar driblar essa alta pelos próximos três meses. O nosso público ainda não está muito acostumado com atum ou outro peixe branco, então o salmão acaba predominando”, comenta.•

As Incorporações Reversas e a compensação de Prejuízos Fiscais É usual nos depararmos com operações em que grandes empresas incorporam pessoas jurídicas de menor porte ao seu patrimônio, muitas vezes por interesse no controle de suas operações ou mesmo por conta do acervo patrimonial das incorporadas, ainda que estas últimas pessoas jurídicas contabilizem prejuízo. Por via transversa, nos casos em que ocorre apenas aquisição de quotas ou ações de dada sociedade ocasionando em mero controle da sociedade, é possível que a sociedade controlada incorpore a sua controladora, desdobramento denominado de incorporação às avessas ou incorporação reversa. Isto porque, ao invés da controladora incorporar a sociedade controlada ao seu patrimônio, ocorre o contrário, o que possui por objetivo primordial o aproveitamento de prejuízo fiscal acumulado pela controlada para dedução do montante a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devido pela controladora. Em via de regra, sociedades incorporadoras não aproveitam o prejuízo fiscal das incorporadas por força da expressa vedação do Art. 514 do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda). Do contrário, caso a sociedade incorporadora seja a própria detentora dos prejuízos fiscais contabilizados (como é o caso da incorporação reversa), apresenta-se tangível a utilização para amortização do imposto devido, e igualmente em relação à já mencionada CSLL. A operação é considerada como lícita e válida, entretanto, são inúmeras as operações com intuito meramente dissimulatório, a fim de que sejam realizadas compensações indevidas em operações simuladas e sem qualquer propósito, como é o caso de incorporações entre pessoas jurídicas sem qualquer relação em que a incorporadora detenha tão somente prejuízo fiscal, inexistindo patrimônio ou operação viável, as quais têm sido glosadas pela Fazenda. Há precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais que chancelam operações de incorporação reversa, dentre eles o Acórdão CSRF/0105.414, que retrata a legitimidade de operação realizada entre “empresas operativas que sempre estiveram sob controle comum, e por intenção de que não fosse ocasionada perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações” através da incorporação reversa. Diante de tal contexto, mostra-se factível que grupos empresariais possam fazer uso da operação, o que por sua vez pode derivar em equacionamento da alta carga tributária imposta.• Pedro Henrique Almeida da Silva OAB/SC 40.495 Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) - 2014/2015. Pós-graduando em Direito Societário pela Universidade Cândido Mendes (UCM) – 2015/2016. Analista em Comércio Internacional pelo Centro Europeu - 2013. Cursou Direito Tributário Verticalizado pela Fórum - 2014. Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira, Societária e de Negócios em nível administrativo e contencioso. Economia&Negócios • Maio 2016 • 19


O Simpósio será desenvolvido no Oceania Park Hotel & Convention Center, localizado em Ingleses, Florianópolis

Anunciada a programação científica do 11º Simpósio Técnico da Acav

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uinze palestras de alto nível científico formarão a programação do 11º Simpósio Técnico da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) que será realizado em Florianópolis no período de 16 a 19 de agosto deste ano com a participação de 500 profissionais e empresários do setor. Considerado uma referência para a indústria avícola brasileira, o Simpósio será desenvolvido no Oceania Park Hotel & Convention Center, localizado em Ingleses, Florianópolis. O presidente José Antônio Ribas Júnior realça que o Simpósio da Acav será um evento de alto nível técnico e científico, com foco nos temas de maior relevância na atualidade para a cadeia da avicultura industrial e inovações que surgiram no Brasil e no mundo. Assinalou que “o Simpósio é referência nacional em difusão tecnológica, integração setorial, proposição e formulação de políticas segmentadas”. O vice-presidente da Divisão de Equipamentos da Acav e coordenador geral Bento Zanoni anunciou as principais palestras da programação que tem como tema central tradicional “Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição”. No primeiro dia (16 de agosto, terça-feira) haverá um pré-simpósio das 8h às 16h, realizado pela MSD Saúde Animal e uma programação de palestras técnicas a cargo de empresas Kemin e Olmix das 16h às 18h. A abertura 20 • Maio 2016 • Economia&Negócios

solene, seguida de coquetel, inicia às 19h. No segundo dia (17 de agosto, quarta-feira), o painel que dominará a programação matutina, das 8h30 às 12h30, abordará a mortalidade de pintinhos de primeira semana com quatro enfoques. Das 8h30 às 10h10 serão focalizados o manejo de ovos e o manejo da incubação com os palestrantes convidados Sérgio Rodrigues e Eduardo Costa. Das 10h30 às 11h20 o tema será brooding/ alojamento com Fernando Vargas. Das 11h20 às 12h10, Antonio Carlos Pedroso tratará do impacto da primeira semana na performance posterior do frango. A programação vespertina inicia às 14h30 com palestra de Dinah Nicholson sobre SPIDES/RECUPERAÇÃO DE EMBRIÕES com o objetivo de melhorar a eclodibilidade em ovos com longos períodos de estocagem. Às 15h30, Antonio Mário Penz prelecionará sobre manejo da nutrição de machos. Das 17 às 19 horas serão ministradas palestras técnicas a cargo das empresas Evonik, Vencomatic e Aviagen. À noite, os participantes do Simpósio Técnico da ACAV confraternizarão no tradicional Jantar do Galo, patrocinado pela empresa JBS Foods. No terceiro dia (18 de agosto, quinta-feira) toda a programação da manhã – das 8h30 às 12h30 – será dedicada ao PAINEL INFLUENZA AVIÁRIA com a participação de quatro debatedores: das 8h30 às 9h20 Masaio Mizu-


no tratará da epidemiologia e características do vírus; das 9h20 às 10h10 Taylor Barbosa falará sobre a realidade americana de contingência; das 10h30 às 11h20 Bruno Rebelo Pessamilio explicitará as armas brasileiras e o que está planejado para o futuro; e das 11h20 às 12h10 Ariel Mendes relatará a visão da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA) sobre o assunto. A programação da tarde estabelece duas palestras: às 14h30, Roberto Freitas abordará pontos importantes no manejo de recria de matrizes pesadas. Às 15h30, Chris Willians discorrerá sobre o tema "Como otimizar a tecnologia in ovo em incubtórios comerciais". Na programação paralela, das 17 às 19 horas, as empresas Cobb e Zoetis oferecerão duas palestras técnicas. No quarto e último dia (19 de agosto, sexta-feira) o 11º Simpósio será concluído com três palestras: às 9 horas, Lúcio Araújo discorrerá sobre manejo nutricional de

matrizes visando qualidade da progênie. Às 10 horas, terá um palestrante renomado tratando sobre o tema Incubação e às 11 horas Cláudio Carvalho focará pontos crítivos no manejo e nutrição de reprodutoras após as 22 semanas. Das 12 às 12h30 horas haverá sorteio de brindes e lanche de encerramento.

Inscrições As inscrições estarão abertas através do hot site alojado na página www.sindicarne.org.br Os valores das inscrições estão definidos em três categorias: associado da Acav, não associado e estudante. Até 30 de junho, as inscrições custarão R$ 330, R$ 385 e R$ 220. De 1º a 31 de julho os valores sobem para R$ 365, R$ 425 e R$ 245. De 1º de agosto até o evento, os preços se situarão em R$ 395 para associados; R$ 465 para não-sócio e R$ 265 para estudantes.•

O Simpósio da Acav será um evento de alto nível técnico e científico, com foco nos temas de maior relevância na atualidade para a cadeia da avicultura industrial e inovações que surgiram no Brasil e no mundo

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Serviço on-line da Epagri passa a informar maré em sete pontos da costa catarinense

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onitorar as condições do litoral é fundamental para os catarinenses. A área abriga 40% da população do Estado, apesar de ocupar apenas 10% do território estadual. São 39 municípios, responsáveis pela geração de 37% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Boa parte dessa renda é proveniente dos três portos que operam na região, além do turismo e da pesca. Atenta a essa situação, a Epagri/Ciram vem ampliando o monitoramento ambiental no litoral catarinense. E essas informações estão disponíveis para o uso da sociedade. É por isso o link Litoral on-line, do site da Epagri/Ciram, que permite o acesso a essas informações, está de cara nova. Agora ele reúne mais informações, que estão dispostas de forma mais organizada, para facilitar a navegação do usuário. O Litoral on-line expõe, em tempo quase real, as variáveis oceanográficas e meteorológicas registradas na costa Catarinense e Sul do Brasil. São oferecidas medições de maré em sete pontos do Estado: portos de Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba; Praia de Laranjeiras em Balneário Camboriú; Florianópolis, no extremo Sul da Ilha; capitania de Laguna e plataforma de pesca de Balneário Rincão. Além das informações de maré, o link apresenta os dados de força e direção médias do vento (a cada 10 min), monitorados por nove estações meteorológicas instaladas ao longo dos litorais catarinense e gaúcho: Tramandaí, Torres, Araranguá, Farol de Santa Marta - Laguna, Imbituba, São José, Itajaí, Balneário

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Barra do Sul e Itapoá. Os marégrafos estão sinalizados no mapa em quadrados de cor azul. Clicando sobre os quadrados, o usuário vê o gráfico diário da evolução da altura da maré para aquele ponto. Na tabela à direita ficam expostas a altura da maré meteorológica e a hora do último registro obtido, bem como a variação em relação à leitura anterior. Logo abaixo é apresentada a tendência da maré para a próxima hora no ponto selecionado, estimada com base em dados da maré astronômica. A tabela também indica o valor e a hora do dia em que ocorrerão o máximo e o mínimo da altura de maré astronômica previstos para o local. As estações meteorológicas estão caracterizadas na plataforma por pequenos círculos cuja cor de preenchimento dá uma indicação da força do vento no local. Ao clicar no círculo de uma estação meteorológica abre-se o meteograma completo para a estação em questão, que traz as últimas medições das seguintes variáveis meteorológicas: direção e velocidade do vento máximo; direção e velocidade do vento médio; temperatura instantânea do ar; total de chuva acumulada nos últimos sete dias; pressão atmosférica; umidade relativa instantânea; radiação média e molhamento foliar. O monitoramento das variáveis ambientais no Litoral é de interesse para a navegação profissional e amadora, para a prática de esportes aquáticos, para a pesca artesanal, para turistas e para a população em geral. •


Endividamento recua em abril, mas recessão impacta na inadimplência em SC

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elo quarto mês consecutivo, cai o percentual de famílias endividadas em Santa Catarina. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC) de abril mostra que o índice de catarinenses com parte de sua renda comprometida com contas parceladas e financiamentos ficou em 58,3%, abaixo de março (59,5%), fevereiro (60,8%) e janeiro (62,5%). Já a inadimplência, que trata dos consumidores com dívidas ou contas atrasadas, se manteve praticamente estável em 18,9%. O indicador sobre as famílias que não terão condições de pagar permaneceu em 10,3%. O nível é considerado negativo e reflete a desaceleração da renda em termos reais, que diminui os recursos disponíveis para o pagamento das dívidas. “Mesmo com a ligeira queda desde o início deste ano, o endividamento e a inadimplência são prejudiciais aos consumidores, que não conseguem honrar suas dívidas e efetivar novas compras, e para os empresários, que veem seus volumes de venda despencarem mês a mês. A alta inflação, a deterioração da qualidade do emprego e a elevação das taxas de juros desempenham um papel fundamental no consumo”, afirma Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC. Conforme a pesquisa, os catarinenses têm 30,4% da renda comprometida com dívidas: 16% têm mais da

metade da renda; 60,5% entre 11% e 50%%; 15,7% com menos de 10%. Já o tempo de comprometimento subiu para 8,9 meses. Embora seja considerado alto, este indicador aponta que as dívidas estão sendo renegociadas pelos consumidores com mais frequência. Ou seja, eles diminuem o valor da parcela para caber no orçamento e estendem o tempo de pagamento. Assim como nos meses anteriores, o cartão de crédito segue disparado na frente como o principal agente do endividamento, respondendo por mais da metade (52%) das dívidas. Em segundo, terceiro e quarto lugar aparecem os financiamentos de carro (33,7%), carnês (33,2%) e crédito pessoal (16,7%).•

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Artigo Vendedor, você é ambicioso ou ganancioso?

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Por Carlos Cruz, diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas) - ibvendas.com.br

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raçar metas é algo fundamental para o desempenho de qualquer equipe de vendas. Embora não seja algo tão complicado assim, isso exige o conhecimento de algumas técnicas, como por exemplo, a de encontrar um objetivo plausível: metas muito fáceis acabam não desafiando o vendedor, enquanto as muito difíceis podem desmotivá-lo por serem inatingíveis. É muito comum nos depararmos com vendedores medianos, que trabalham apenas para manter seus resultados, ao mesmo tempo em que existem outros que se esforçam para se superar a cada dia. Mas até que ponto isso é uma característica positiva? Quando a ambição pode se tornar ganância? No conhecimento popular, essas palavras têm definições muito parecidas, mas elas podem levar profissionais de qualquer ramo a consequências muito distintas. Todo vendedor deve ter cuidado para não confundir as coisas. Ambição é o que leva a pessoa a se esforçar e chegar onde pretende, sempre respeitando o processo, as leis e, principalmente, as outras pessoas. Já a ganância faz com que o profissional olhe apenas para si mesmo, sem se importar com regras ou com quem está ao seu redor. Esse sentimento egoísta pode ter influência direta no desempenho da equipe, já que a pessoa gananciosa sempre busca gerar conflito, especialmente no pós-venda, e manipular as situações em benefício próprio. E é exatamente aí que o gestor deve intervir para gerir o conflito, mostrar

claramente as regras e colocar limites para todos os profissionais. O bom gestor deve estimular a ambição, estipular metas possíveis, porém motivadoras. Um dos segredos para sempre manter a equipe motivada, com ambições, é dividir o planejamento anual em semestres, trimestres, meses ou até mesmo dias em ciclos de vendas mais curtos. Isso permite uma melhor medição do desempenho de todos, além de permitir a estipulação de um prazo para a recuperação de um resultado parcial ruim e os ajustes necessários no plano. Ao contrário da ambição, a ganância faz com que o vendedor foque muito no “ter” e se esqueça do “ser”, do “fazer” e do tipo de profissional que vai se tornar. Por isso, identificar quem é a pessoa gananciosa e acompanhá-la de perto é muito importante para manter o bem-estar e o sucesso da sua equipe. É preciso muito cuidado com a ganância de um vendedor que bate meta, pois, se não definir as regras do jogo, é bem provável que a motivação do restante da equipe diminua caso ocorram falhas no processo em benefício do vendedor ganancioso. Mantenha a equipe motivada, com ambição de crescer na carreira e na vida, mas lembre-se: assim como em toda a sociedade, os membros de uma equipe de vendas necessitam um do outro para contribuir com resultado da organização. Sempre! Para isso, gestor, trabalhe para aumentar a maturidade de toda equipe e, consequentemente, a performance.•


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3º Mega Salão do Imóvel terá mais de 2 mil imóveis à venda

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oi lançado em abril o 3º Mega Salão de Imóvel de Itajaí. Durante o evento, promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Sinduscon), foram apresentadas as novidades para este que é o maior evento de imóveis da região. O Salão será realizado de 11 a 14 de agosto, no Centreventos, com a oferta de mais de dois mil imóveis à venda com condições especiais. O presidente do Sinduscon, Charles Kan, explicou que o evento é uma grande oportunidade dos empresários divulgarem seus empreendimentos e gerar negócios, além de valorizar suas marcas, produtos e serviços. “Em Itajaí e região temos opções de imóveis para todos os perfis de público, o que torna o mercado muito promissor. Serão mais de dois mil imóveis ofertados ao cliente durante o Salão, fomentando bons negócios não apenas de imediato, mas em longo prazo”, afirma. Empresários da construção civil apresentarão seus imóveis com preços que podem variar de R$ 110 mil a R$

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5 milhões. Fábio Inthurn, presidente da comissão organizadora, afirma que a expectativa é atrair cerca de 40 mil pessoas. “As construtoras lançarão novos projetos durante o salão. Os visitantes poderão adquirir imóveis na planta, em construção e prontos para entrega. Condições especiais de negociação também serão ofertadas e para contribuir na hora de escolher o imóvel, serão realizadas simulações bancárias”, comenta. Agenda de palestras, rodada de negócios para empreendedores, espaço gastronômico e áreas de recreação e convivência para as famílias também serão atrações do 3º Mega Salão do Imóvel. Dos 130 estandes disponíveis para a exposição, 90% já foram comercializados. O Sinduscon pretende fazer desta 3ª edição um evento grandioso e inovador, que aproxime os construtores dos clientes e traga bons resultados para quem quer comprar e quem quer vender.


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Porto de Paranaguá começa a operar berço exclusivo para veículos, máquinas e equipamentos

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Porto de Paranaguá passa a contar com mais um berço para atracação de navios que operam na exportação e importação de veículos, máquinas, equipamentos e cargas que possam ser movimentadas direto do navio para o cais. O berço é resultado do investimento de R$ 60 milhões na implantação de novos Dolfins. Dolfins são estruturas de concreto fincadas no fundo do mar e que servem para atracar navios (de atracação) e para amarrar navios (de amarração) que carregam e descarregam cargas especiais. O conjunto de dolfins forma um novo berço de atracação. O investimento permitiu implantar três Dolfins de atracação e um de amarração de navios, que serão utilizados, exclusivamente, para receber navios destinados à operação com veículos e cargas gerais. Eles já estão em atividade. “O início da programação de navios nos novos dolfins significa que o Porto de Paranaguá terá um berço exclusivo para este tipo de operação, otimizando as atracações, reduzindo o tempo de espera e o custo da operação”, declarou o diretor-presidente da Administração dos Portos

de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

Primeiro O primeiro navio carregado com veículos atracou nos novos dolfins do Porto de Paranaguá no dia 24 de abril. A capacidade é para receber cerca de 15 navios por mês, com tempo médio de operação de 12 horas. Em 2015, o Porto de Paranaguá recebeu 123 navios destinados ao transporte de veículos, máquinas e equipamentos. Em média, cada navio tem capacidade para transportar de 3 mil a 5 mil veículos, dependendo do porte.

Curiosidade Os dolfins serão utilizados para operação de navios do tipo RO-RO (que vem do termo roll-on/roll-off), destinado para cargas que entram e saem dos porões na horizontal e geralmente sobre rodas. Outro navio que opera este tipo de carga é o PCC, termo do inglês (pure car carrier), utilizado para descrever navios que se assemelham a grandes garagens flutuantes, especializados no transporte de automóveis de fábrica em viagens longas. •

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APM Terminals mobiliza colaboradores e usuários pela segurança no Porto de Itajaí

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m dia para ser lembrado o ano todo. Assim foi o Global Safety Day (GSD) e sua intensa agenda de atividades que incluiu palestras, interações e ações educativas na APM Terminals Itajaí. A mobilização foi realizada no dia 28 de abril com a mensagem chave "Safe for you. Safe for me" (Seguro para você. Seguro para mim). A data foi celebrada em mais de 70 terminais operados pela empresa no mundo com o objetivo de marcar o seu principal valor: a segurança. Durante todo o dia, colaboradores, terceirizados e usuários do terminal de Itajaí foram convidados a conferir experimentos didáticos que mostraram, por exemplo, o impacto do risco de transitar próximo a cargas suspensas no ambiente portuário. Uma simples sapata (dispositivo de engate dos contêineres), que pesa somente 15 quilos, ganha a força equivalente a um objeto de 2,5 mil quilos se cair de uma altura de 15 metros. Segundo o líder da APM Terminals para a América Latina, Anders Kjeldsen, que palestrou como convidado especial, desde 2012 o Porto de Itajaí é considerado como 32 • Maio 2016 • Economia&Negócios

o melhor na prática global quando o assunto é segurança. O bom resultado é fruto das melhorias implantadas recentemente para controlar os riscos na operação. "Estamos no caminho certo quando o assunto é segurança e só depende de cada colaborador e cada usuário reduzir, cada vez mais, os riscos na operação", diz. Um contêiner customizado com "Loading Safety" (Carregando Segurança) trafegou pelo terminal na ocasião e marcou o início da operação de cargas do navio Maersk Lins, em um ato simbólico ao Global Safety Day. "A segurança está acima de qualquer coisa, inclusive de custo e de produtividade. E a nossa licença para operar", afirma o diretor superintendente da APM Terminals Brasil, Ricardo Arten. No evento também foi lançado o novo vídeo de instruções de segurança para visitantes da APM Terminals Brasil. Quem tem curiosidade de entender como funciona uma operação portuária, os riscos envolvidos e as regras de segurança, pode conferir o material na página da empresa no Facebook. •


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Porto de Itajaí recupera judicialmente créditos tributários

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ais recursos aos cofres da Superintendência do Porto de Itajaí. O porto público obteve êxito em ação de recuperação de créditos tributários, no valor de R$ 810 mil, em favor da Fazenda Nacional. Trata-se de uma ação movida pela Assessoria Jurídica do Porto que tramitou perante a 2ª Vara Federal de Itajaí, para a recuperação de créditos cobrados indevidamente pela

União Federal. O assessor Jurídico do Porto, Henry Rossdeutscher, considera essa recuperação judicial uma importante vitória para a Autoridade Portuária, cujos recursos, corrigidos, retornaram aos cofres do Porto. “Ganhamos em todos os graus de jurisdição, inclusive nos tribunais superiores, trazendo de volta recursos públicos importantes”, afirma. •

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Portos devem crescer 3,64% no primeiro trimestre de 2016

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busca por serviços portuários continua em expansão no Brasil. Nos primeiros três meses deste ano a tendência é de que haja um crescimento de 3,64% na movimentação total de cargas nos portos brasileiros, quando comparada com o volume transportado em igual período de 2015, conforme projeção da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP). No primeiro bimestre, portos e terminais já haviam registrado aumento de 3,48% no desempenho, considerando as 146,67 milhões de toneladas de produtos importados e exportados movimentados em janeiro e fevereiro de 2016 – em 2015, essa movimentação totalizou 141,74 milhões de toneladas, de acordo com as informações disponíveis na plataforma WebPortos, da SEP. A atuação diferenciada deste segmento logístico se deve especialmente ao comportamento das exportações escoadas por via marítima, que apresentou expansão, até fevereiro, de 10,17%, totalizando 100,64 milhões de toneladas, contra 91,35 milhões

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de toneladas. A maior parte dos produtos brasileiros vendidos ao exterior saíram por Terminais de Uso Privados (TUPs), responsáveis pela movimentação de 67% do total de cargas transportadas e armazenadas nos portos. Esse tipo de instalação também registrou expansão de 7,58% no volume de cargas que movimentaram destinadas à exportação. Os portos organizados, ou seja, os portos públicos, moveram os 33% restantes das cargas exportadas pelo Brasil nos primeiros dois meses deste ano, um volume correspondente a 33,27 milhões de toneladas. Cerca de dois terços desse montante foram escoados pelos portos administrados pelas companhias docas, que tiveram incremento de 8,70% no total movimentado no período. Já os portos delegados, cuja administração está a cargo de estados ou municípios, movimentaram cerca de um terço dos produtos exportados pelos portos organizados do país, registrando uma expansão de 33,85%.•


Univali em foco

Oceanografia da Univali firma convênio de dupla titulação O curso de Oceanografia da Univali firmou convênio de dupla titulação com o curso de Ciências do Mar da Universidade Católica de Valência (UCV), da Espanha. A cerimônia ocorreu na universidade espanhola, onde representantes das instituições de ensino assinaram o contrato. Com isto, alunos que atenderem aos requisitos previstos no convênio terão o diploma com validade no Brasil e na Espanha. Este é o primeiro convênio de dupla titulação da Univali, em graduação, e o primeiro do Brasil, neste molde, em se tratando de Oceanografia.

A Univali já possui convênio de intercâmbio com a UCV e, anualmente, costuma ter alunos de Oceanografia que vão para lá e acadêmicos espanhóis que vêm estudar no Brasil. A coordenadora do curso de Oceanografia da Univali, Kátia Naomi Kuroshima, explica que foi feita uma análise de equivalência entre as disciplinas dos cursos. A partir deste estudo foram apontados os requisitos e carga horária que os alunos deverão atender para terem a dupla titulação. Kátia acredita que o convênio possibilitará a abertura de novos mercados de trabalho tanto para os estudantes brasileiros quanto para os espanhóis.

Os desafios da internacionalização A universidade promoveu no campus Itajaí o 1º Workshop em Gestão, Internacionalização e Logística. O evento, de dois dias, reuniu pesquisadores renomados no assunto, acadêmicos e professores, além de contar com a participação de representantes das empresas Weg, Dudalina e Vila Germânica que falarão sobre as dificuldades do processo de internacionalização. Foram realizados painéis de discussão com palestrantes convidados. Além das empresas, entidades ligadas ao comércio exterior brasileiro também marcaram presença nas discussões. Entre elas: ApexBrasil, Banco do Brasil e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas (Sebrae-SC). O 1º Workshop em Gestão, Internacionalização e Logística foi promovido pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão (Ceciesa – Gestão), pelo Programa de Mestrado Profissional em Administração: Gestão, Internacionalização e Logística (PMPGIL) e pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Univali, tendo o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com apoio do Hotel Infinity Blue e das empresas e entidades mencionadas. Economia&Negócios • Maio 2016 • 35


Artigo O exemplo chinês que nos serve de lição

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Por Severino Almeida Presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar)

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recém-divulgada operação de compra de 30 navios Valemax, avaliados em mais de U$ 2,5 bilhões, por companhias de navegação chinesas – destinados a transportar, sobretudo, minério de ferro brasileiro – é dessas notícias que nos enchem de frustração e, por que não dizer, de raiva. Porém, se bem deglutido, o episódio pode, ao menos, evitar que cometamos novas, digamos, burradas em setores tão fundamentais para o desenvolvimento do país como são a logística e o transporte marítimo. No momento em que o governo e a Petrobras estudam ou já programam a queima de ativos lucrativos do grupo estatal, seguindo uma "lógica" estritamente financeira - que se limita, por decorrência, a uma perspectiva de curtíssimo prazo - em prejuízo de um planejamento estratégico de longo termo fazer a correta lição, com base no exame desta operação, passa a ser um imperativo para todos aqueles que tem algum grau de ingerência e responsabilidade na questão. Sim, porque, neste caso, mais uma vez os chineses estão nos dando um extraordinário e fabuloso exemplo de como o Estado deve se posicionar em prol do desenvolvimento, adotando medidas e estabelecendo diretrizes que permitam novas oportunidades para as suas empresas e, consequentemente, para os seus trabalhadores. Lamentavelmente, no Brasil, em sentido inverso, vemos o Estado – compelido por uma ideologia que, embora não declaradamente, visa exclusivamente ao interesse do capital, não ao da Nação – desmantelando organizações e, a rigor, sem nenhum exagero ou força de expressão, eliminando não apenas postos de trabalho, mas a real perspectiva de um país mais próspero e promissor para os brasileiros. Eis o que está em jogo. Conforme noticiado timidamente pela imprensa, em meados de março passado, as gigantes chinesas do transporte marítimo Cosco Group e China Merchants Group, com o apoio do ICBC Financial Leasing Corporation, fizeram encomendas por 30 navios Valemax, capazes de transportar 360 mil toneladas (mais do que o dobro das embarcações categoria Capesize hoje em operação). Um negócio que envolverá

quatro grandes estaleiros globais. O objetivo da operação não é segredo: ampliar o controle sobre as exportações de minério de ferro provenientes do Brasil pelas próximas décadas, determinando o frete marítimo neste segmento, com pressão direta sobre os armadores ocidentais. Em outras palavras, o intuito é controlar o valor dos fretes no comércio marítimo de minério de ferro. A Vale, ciente da importância estratégica deste segmento e do peso da China na importação de commodities minerais, até que tentou ter o domínio deste jogo. A empresa pretendia construir 60 navios do tipo Valemax para atuar neste segmento. Como sabemos, 18 chegaram a ser entregues, a partir de 2010. Porém, quando se iniciava a sua operação, a China proibiu este tipo de embarcação em seus portos alegando forte “impacto ambiental”, uma medida que forçou a empresa brasileira a se desfazer dos navios. Mas, quem poderia comprá-los? Claro, os armadores chineses, com decisivo apoio governamental. Com empresas nacionais assumindo os navios, o governo chinês não tardou a levantar o embargo à operação dessas embarcações em seus portos, o que ocorreu em junho do ano passado. Nada mais previsível. Dentro do novo contexto, não restou à Vale alternativa a não ser fechar contratos milionários com os armadores chineses para o transporte de seu minério para a China. A propósito, a Vale e a Cosco acabam de firmar um acordo, com duração de 27 anos, pelo qual a armadora chinesa transportará 16 milhões de toneladas de minério produzidos pela companhia brasileira. Detalhe: para tanto, utilizará navios Valemax que haviam sido encomendados pela Vale. Dramática ironia. Empresa com participação do governo federal, seja diretamente, seja indiretamente por meio de fundos de pensão, a Vale não contou, neste embate, com o apoio do governo brasileiro, e, por isso, o cabo-de-força com os chineses ficou insustentável. A omissão é reveladora da falta de visão estratégica que acomete nosso país. O resultado é que valores monumentais em divisas, na forma de pagamento de fretes marítimos, será transferido à China, ao invés de ficar no Brasil contribuindo para a melhoria da renda nacional.•


Presença de autoridades marcou o início da feira

Com perspectiva de grandes negócios, Fimar passa por Itajaí

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primeira semana de maio foi de excelentes projeções de negócios para o mercado catarinense. Entre os dias 4 e 7 de maio Itajaí recebeu a 2ª edição

da Feira Internacional da Economia do Mar Brasil-Itália (Fimar), no Centreventos. O evento, que teve a primeira edição em Florianópolis, tem como finalidade fomentar o

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio Malburg Cep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD Economia&Negócios • Maio 2016 • 37


setor náutico em suas várias vertentes. Considerado o principal evento especializado na promoção e apoio ao desenvolvimento no setor, reuniu representantes da Itália e do Brasil para promover um intercâmbio de informações. Organizada pela Associação Náutica Catarinense para o Brasil (Acatmar), Assonáutica Italiana e Brazil Planet com colaboração da União Nacional da Indústria Naval (Ucina), a Fimar é resultado de uma parceria entre o estado de Santa Catarina e a Itália, que iniciou em 2011 durante o

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Festival do Mar em Gaeta, comunidade italiana. Os atrativos turísticos da região que possui potencial náutico reconhecido em nível internacional pelo empreendedorismo, eventos no segmento e proximidade com mar e rio, foram apresentados na feira. No estande da Costa Verde & Mar, visitantes, agentes de viagem, representantes oficiais e comerciantes do Brasil e da Itália terão mais informações sobre os atrativos, as tradições típicas e toda a estrutura oferecida. Durante a feira, os expositores e visitantes puderam realizar novas parcerias, estreitar contatos e promover uma troca entre os países no segmento. Segundo o Presidente do Colegiado de Secretários de Turismo da Amfri, Carlos Sérgio de Souza a participação em feiras e eventos faz com que o público reconheça ainda mais os municípios da região: "Na última Pesquisa de Demanda Turística, realizada na temporada de verão, 3% dos entrevistados informaram que conheceram a Costa Verde & Mar graças à participação em feiras e eventos". A gastronomia local também esteve em evidência com mais de 10 empresas expondo produtos como queijos, geleias, bebidas, frutos do mar, entre outros, para degustação e comercialização.•


Governo quer tributação sobre herança para compensar reajuste na tabela do IR

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projeto de lei encaminhado ao Congresso Nacional, pelo governo, com o reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda Pessoas Física (IRPF) a partir de 2017 prevê medidas compensatórias para a arrecadação, como a incidência do mesmo imposto para heranças acima de R$ 5 milhões e doações acima de R$ 1 milhão, que estavam isentos até agora do IRPF. A mensagem sobre o encaminhamento do projeto foi publicado no Diário Oficial da União e as medidas foram detalhadas pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e os secretários da Receita, Jorge Rachid, e de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Manoel Pires. “Estamos aumentando a progressividade da tributação no Brasil, do Imposto de Renda, fazendo isso de uma forma responsável, sem gerar impacto fiscal no próximo ano. O custo da correção da tabela do Imposto de Renda vai ser mais do que compensada por medidas de elevação de receita em outras áreas”, disse Nelson Barbosa. Segundo o ministro, os países mais desenvolvidos têm tributação sobre herança e doações. Para ele, as novas medidas são uma forma de se fazer justiça tributária e de boas

práticas para gerar igualdade na sociedade. No Brasil, a tributação sobre herança já existe nos estados. Pelos cálculos apresentados, o impacto na correção da tabela do Imposto de Renda será de R$ 5,2 bilhões que será compensado em R$ 5,35 bilhões com a mudança na incidência para outros contribuintes, restando ainda ao caixa da União R$ 150 milhões.Com a mudança na tabela do IR a isenção sobe de R$ 1.903,98 para R$ 1.999,18. Acima de R$ 4.897,92, a alíquota incidente será a de 27,5%. Heranças Sobre as heranças, a incidência do IR passa a ser acima de R$ 5 milhões e doações acima de R$ 1 milhão. Para heranças acima de R$ 5 milhões, o recolhimento de IR será de 15% sobre o que exceder os R$ 5 milhões. Acima de R$ 10 milhões, o IR será de 20% e acima de R$ 20 milhões a incidência é de 25%. No caso das doações, 15% de IR sobre o que passar de R$ 1 milhão, 20% sobre o que exceder R$ 2 milhões e 25% sobre o que ultrapassar R$ 3 milhões. A previsão de arrecadação é de R$ 1,06 bilhão com heranças e R$ 494 milhões com as doações.

Outra medida que incrementará a arrecadação é a tributação do excedente do lucro pelas empresas optantes pelo Lucro presumido e pelo Simples Nacional, com um incremento na arrecadação de R$ 1,57 bilhão e R$ 591 milhões respectivamente. Segundo o Ministério da Fazenda, o que se pretende, com a proposta do governo, é que incida o IR com uma alíquota de 15% sobre uma faixa que não é tributada, o mesmo ocorrendo no Simples Nacional. Outra medida é sobre a tributação do direito de imagem e voz de profissionais que criam empresas para receber rendimentos, como artistas e atletas. Atualmente, a base de cálculo para a incidência do IR é de 32% dos rendimentos recebidos pelos profissionais. Pelo projeto, de acordo com o ministro Nelson Barbosa, deve-se considerar esses rendimentos de cessão de direito de imagem, nome, marca ou voz na base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica em 100%. O aumento na arrecadação estimado é de R$ 836 milhões. O governo propôs no mesmo projeto reduzir os benefícios fiscais do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). O incremento de arrecadação estimado chega a R$ 800 milhões.•

Agência Brasil

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Artigo Comércio exterior em recuperação

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ndependentemente de quem venha a assumir o governo, com o possível impedimento da atual mandatária, prevê-se desde logo uma reação da economia, já que ficará definitivamente banida a mentalidade tacanha que fez o país mergulhar nessa que já é considerada a pior recessão desde a crise de 1929. Como se sabe, uma das prioridades da política externa brasileira, desde 2002, foi a Cooperação Sul-Sul, que pretendia aumentar o intercâmbio com países em desenvolvimento, em Por Milton detrimento das trocas com os países Lourenço, presidente da Fiorde Logística do hemisfério norte, notadamente os Internacional diretorLourenço do PoreMilton EUA, embora a princípio uma política Sindicato dos Comissários Presidente da Fiorde não devesse invalidar a outra. de Despachos, Agentes de Logística Internacional e Cargas e Logística do Estado O resultado disso foi que os diretor do Sindicato dos de SãoComissários Paulo (Sindicomis) e de Despachos, produtos brasileiros perderam muito da AssociaçãoAgentes Nacionaldedos Cargas e espaço no maior mercado do planeta. Comissários de Despachos, Logística do Estado de São Agentes Cargas e e da E agora - apesar dos esforços do MiPaulode(Sindicomis) Logística (ACTC). E-mail: Associação Nacional dos nistério da Indústria, Desenvolvimento fiorde@fiorde.com.br. Site: Comissários de Despachos, e Comércio Exterior (MDIC), na gestão fiorde.com.br Agentes de Cargas e do empresário Armando Monteiro, a Logística (ACTC) partir de janeiro de 2015 - reconquistar esse espaço demanda tempo. Hoje, os EUA constituem o se-

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gundo principal parceiro comercial do Brasil. Os bens industriais, que alcançaram mais de 60% das exportações brasileiras para os EUA em 2015, registraram avanço em relação aos 53% observados em 2014. Os três principais produtos de exportação do Brasil para os EUA são máquinas, aeronaves e produtos de ferro e aço. O intercâmbio bilateral total, somando-se bens e serviços, chegou próximo de US$ 100 bilhões em 2015, segundo dados do MDIC. Para 2016, a Organização Mundial do Comércio (OMC) estima que o comércio no planeta terá uma expansão de apenas 2,8%, bem abaixo da previsão inicial de 3,9%. Em 2015, a taxa já havia sido de apenas 2,8%, a pior em anos. Por isso, é fundamental investir na reaproximação comercial com os EUA. Afinal, trata-se do maior importador do mundo, com compras em 2015 de US$ 2,3 trilhões. Além disso, as importações dos EUA devem aumentar 4,1% neste ano, ao passo que as da Ásia e da Europa devem registrar um crescimento de 3,2%.•


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Coluna Mercado

Equipe do Sesi/SC está entre as 20 melhores do mundo em robótica

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s dez estudantes catarinenses do Sesi Escola em Brusque participaram em abril de um torneio internacional de robótica, nos Estados Unidos, e conquistaram resultados importantes para o Brasil. Eles desenvolveram um dos robôs com melhor desempenho da competição, dentre 106 equipes. O grupo de Santa Catarina foi o melhor colocado também entre os três times brasileiros que competiram. O resultado é inédito para o Sesi/SC. A equipe criou ainda um robô feito totalmente de material reciclável, equipado com controle remoto e caracterizado com trajes típicos da Alemanha, por conta da colonização germânica de Brusque, cidade de origem dos competidores. O desafio desta edição foi criar propostas para lidar com o lixo a partir de uma solução inovadora e apresentar seus projetos de pesquisa. Os robôs autônomos cumpriram missões na mesa de competição como, por exemplo, levar determinado tipo de lixo para um aterro. Usando peças de lego, os jovens foram avaliados pelo design mecânico, programação, estratégia e inovação utilizados no projeto, além dos valores éticos e profissionais. 44 • Maio 2016 • Economia&Negócios

O Torneio de Robótica First Lego League (FLL) é voltado para crianças e adolescentes de 9 a 16 anos. Ao inserir a robótica em sala de aula, o torneio estimula o aprendizado de conteúdos de física, química, biologia e matemática, com mais inovação, criatividade e raciocínio lógico. Para o superintendente do Sesi/SC, Fabrízio Machado Pereira, o resultado da equipe (18º colocação geral) mostra o quanto os catarinenses estão evoluindo neste campo. "Vamos avaliar o aperfeiçoamento de nossas competências e de nossos alunos para futuras competições. Queremos trazê-las para o centro da nossa agenda educacional", comenta. A equipe catarinense também foi indicada como uma das melhores nos quesitos trabalho em equipe e design mecânico do robô. O projeto desenvolvido por Santa Catarina atraiu olhares dos demais países. "O aplicativo que eles desenvolveram permite dar a destinação correta e também a reutilização do lixo eletrônico", explica o coordenador de desenvolvimento de projetos e produtos do Sesi/SC, Fabiano Bachmann. •


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Coluna Mercado

Venda de veículos tem queda de quase 30% no acumulado até abril

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s vendas de veículos novos automotores, incluindo automóveis, caminhões, comerciais leves (como vans e furgões) e ônibus, encerraram o período de janeiro a abril deste ano em baixa de 27,9%. Ao todo, foram comercializadas 893,7 mil unidades. Apenas no mês de abril, foram vendidos 162,9 mil veículos, número 9,1% menor do que o registrado em março deste ano e 25,7% inferior ao resultado de abril de 2015. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e expõe um período de forte queda no setor. As montadoras instaladas no Brasil produziram em abril 169,8 mil veículos, número 13,6% abaixo em comparação a março e 22,9% inferior ao registrado em abril do ano passado. No acumulado desde janeiro, houve queda de 25,8%. De acordo com o presidente da Anfavea, Antonio

Megale, as empresas têm se esforçado para manter os empregos. Hoje, 30% da força de trabalho está em regime de flexibilização, sendo 6.044 postos em regime lay-off e 29,6 mil no Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Em relação a abril do ano passado, as vagas encolheram 8%, tendo hoje uma base 128.441 trabalhadores. Para ampliar as ofertas, é necessário que o país volte a crescer, defende Megale.

Caminhões O executivo apontou que, entre os segmentos que mais apresentaram queda nas vendas, estão os caminhões, com recuo de 13,2% de março para abril e 31% no acumulado do ano. As vendas internas de máquinas agrícolas caíram 40,8% no quadrimestre. • Agência Brasil

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Coluna Mercado

O segredo da negociação é criar relações duradouras

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ropas de elite têm muita coisa em comum com empresas de alto desempenho, aponta Diógenes Lucca, tenente-coronel da reserva da Polícia Militar e cofundador do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Segundo ele, em ambas não dá para resolver os problemas na base do custe o que custar. "É necessário criar relações duradouras”, enfatizou no encerramento do primeiro dia de palestras no Congresso da Expogestão, que aconteceu início de maio na Expoville, em Joinville (SC). Lucca aponta que o segredo de um bom negociador está na combinação entre o talento e o conhecimento. A base da negociação é a credibilidade, que ajuda a construir relacionamentos duradouros. E a receita fundamental é sempre cumprir o que é combinado, para não frustrar expectativas. “Não se trabalha para uma missão. Há várias missões a zelar.” Assim como nas tropas de elite, Lucca destaca que, no mundo corporativo, o líder precisa estar atento a quatro aspectos: potencial, desempenho, competência e comprometimento. “Só assim é possível valorizar aqueles de alto potencial e alto desempenho.” Na negociação, o principal ativo é a informação. Elas podem significar o sucesso de uma operação es-

pecial. Para as empresas, diz ele, é um fundamento essencial para a prosperidade das empresas. Outra habilidade fundamental é entender que negociar exige também “saber pensar com a cabeça do outro”. “Cada ser humano é um mundo por si só.” Para isso, diz Lucca, é importante ter paciência. Uma virtude do bom negociador é saber ouvir. “A gente está perdendo a capacidade de se interessar pelas pessoas. É preciso prestar atenção, dar valor a elas.” Nas negociações, destaca ele, é fundamental manter o controle. “Nas operações especiais, pode ser a diferença entre a vida e a morte.” Negociação também prescinde de uma estrutura. É ela que dá suporte às operações, diz o tenente-coronel. “Todo mundo é vital para a missão.” Isto se traduz na necessidade de valorizar as equipes. Ele lembra que é preciso considerar que o ser humano é o principal ativo de uma empresa. Mesmo equipes altamente preparadas, como as do Gate, estão sujeitas a cometer erros. Lucca destaca que são lições fundamentais para o aprendizado e para o crescimento. Após um erro, é preciso se reorganizar. “Reconsidere! Um recuo estratégico não faz mal a ninguém.”•

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Coluna Mercado

Santa Catarina inicia exportação de terneiros vivos para Europa

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epois de cinco anos de intensas articulações estimuladas e apoiadas pela Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Santa Catarina iniciará a exportação de terneiros vivos para a Europa. No dia 28 deste mês serão embarcados 4,1 mil animais pelo porto de Imbituba, com destino a Turquia, onde serão terminados em processo de engorda e abatidos para produção de carne. Esses terneiros foram adquiridos por um consórcio empresarial italiano diretamente nas propriedades rurais e em feiras regionais, têm idade entre seis e oito meses, pesam em média 200 kg e são de raças europeias, especialmente Charolês e Limousin. A transação representa negócio da ordem de 5,7 milhões de reais. A remuneração ao produtor rural é da ordem de R$ 7 por quilograma de animal vivo ou R$ 1,4 mil por cabeça. O vice-presidente da Faesc e presidente da Cidasc, Enori Barbieri, antecipa que, assim que for efetivado o embarque, imediatamente será iniciada a preparação de um segundo lote com mais 5 mil terneiros inteiros (não castrados) para o mesmo destino. Todos os animais estão alojados na ZPE (zona de processamento de exportações) construída pelos empresários da Itália, sob concessão do governo ca-

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tarinense, na retroárea do Porto de Imbituba, onde cumprem quarentena obrigatória de 21 dias. Para Pedrozo e Barbieri, o Estado de Santa Catarina está colhendo mais um resultado da conquista internacional do status de área livre de aftosa sem vacinação. Ambos elogiaram a atuação da Secretaria da Agricultura e os incentivos do governo catarinense para a abertura de novos mercados e elevação da renda dos produtores rurais. Em uma série de encontros entre autoridades catarinenses, empresários italianos, Faesc, Ministério da Agricultura e Cidasc, nos últimos anos, foram discutidos o sistema de identificação dos bovinos, o atendimento aos procedimentos sanitários da União Europeia para a exportação de bezerros corte de seis a oito meses de idade para aquele continente entre outros assuntos. Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo salienta que se trata de um negócio pioneiro para a agropecuária catarinense, pois o Estado é deficitário em carne bovina. O rebanho bovino catarinense está totalmente integrado ao mais avançado sistema de controle sanitário que utiliza brincos para monitoramento de animais de corte e leite.•


Coluna Mercado

Institutos Senai de Inovação vão inserir o Brasil na Indústria 4.0

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s Institutos Senai de Inovação firmaram parceria com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, para desenvolvimento de negócios industriais nos próximos 12 meses. Uma das ações será a identificação de potenciais projetos para implantação dos conceitos da Indústria 4.0. “O grande objetivo do projeto é estabelecer a cooperação entre as indústrias do Brasil e da Alemanha no âmbito da Indústria 4.0”, afirmou Eckart Uhlmann, diretor do Fraunhofer IPK, entidade que é referência internacional em manufatura avançada. Uhlmann destacou que o conceito não exige obrigatoriamente investimentos elevados. Ele cita que na tecnologia de automação desenvolvida no instituto em que dirige, um robô aprende as operações copiando os movimentos do trabalhador. Com recursos tecnológicos como este, mesmo as indústrias de pequeno porte podem avançar em projetos alinhados à quarta revolução industrial.

“Santa Catarina tem plenas condições de se preparar adequadamente para a Indústria 4.0”, disse o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte. Ele defende que o Estado tem investido em educação porque uma das questões essenciais para a implantação da indústria 4.0 é a capacitação profissional. “Precisamos melhorar a produtividade dos trabalhadores, qualificando-os para usar adequadamente os novos equipamentos”, acrescentou. Segundo Côrte, o Fraunhofer IPK é um aliado importante para que se possa oferecer à indústria catarinense o que há de mais moderno e atual em termos de processos, produtos e equipamentos de tecnologia. O diretor de operações do Senai Nacional, Gustavo Leal, ressalta que a instituição vem se preparando para se tornar o principal parceiro da indústria em inovação. “A competitividade da indústria está muito ligada à capacidade de apropriação do conhecimento e de transformá-lo em novos produtos e novos processos”.• Economia&Negócios • Maio 2016 • 49


Coluna Mercado

Balneário Shopping recebe o Latin American Shopping Centers Awards em Cancun

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Balneário Shopping acaba de receber o Latin American Shoppings Centers Awards, na categoria Design and Development (Renovations/ Expansions), organizado pelo ICSC (The International Council of Shopping Centers) e considerada a mais importante premiação da América Latina para o segmento de shoppings centers. O prêmio foi anunciado oficialmente no dia 10 de abril, no Moon Palace Golf & Spa Resort, em Cancun, no México. O Balneário Shopping foi o único finalista brasileiro na categoria Renovations/ Expansions, ao lado de empreendimentos do Chile, Colômbia e Argentina. O Latin American Shopping Center Awards 2016 é a quarta premiação importante que o Balneário Shop-ping recebe. Em março, o empreendimento ganhou o Prêmio Lide de Varejo, Consumo e Shopping Centers na categoria Arquitetura + Design com o case da Expansão e Transformação do shopping, inaugurada em novembro de 2014. Em 2015, o empreendimento também conquistou outros dois importantes reconhecimentos: o Ouro na categoria Revitalização & Expansão do Prêmio Abrasce 50 • Maio 2016 • Economia&Negócios

2015, da Associação Brasileira de Shopping Centers; e o Top de Marketing ADVB/SC (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing). A expansão do Balneário Shopping resultou em uma completa transformação do empreendimento, que também revitalizou o pavimento já existente, ampliou em 50% a praça de alimentação, trouxe novos sanitários, lounges e uma diversificada Praça Gourmet. Um dos destaques do novo Balneário Shopping é o Espaço Família, que é referência no Estado, com fraldário, cabines individuais para amamentação, brinquedoteca com jogos educativos e banheiro exclusivo para famílias. Hoje o Balneário Shopping é a porta de entrada das grandes marcas em Santa Catarina. O completo mix recebeu operações exclusivas como a Alô Bebê, a Artefacto Home, a Canal, YouCom e a Swarovski. Marcas consagradas no Brasil e no mundo como Outback, Tok & Stok, Kalunga, Aramis, Le Lis Blanc, Adidas, John John, Shoulder, Kopenhagen, Paquetá, Zara, Ri Happy, Madero, The Body Shop, entre muitas outras, também chegaram ao empreendimento com a expansão.•


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