9ª Bienal de São Paulo (1967) - Catálogo

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ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Os Estados Unidos são representados nesta "IX Bienal"'por duas exposições: "Ambiente U.S.A.: 1957-19~7", incluindo 21 artistas, e a mostra individual de renomado mestre recentemente falecido: Edward Hopper. A escolha das pinturas de Hopper para exibição, em sala especial, deve-se a que, embora seus óleos, aquarelas e gravuras sejam muito conhecidos nos Estados Unidos, só muito raramente foram vistos em outros países e assim mesmo em exposições coletivas. Inflexível realista, Hopper foi, no entanto, admirado tanto pelos artistas abstratos e figurativos como pelos da "avant-garde" e conservadores. Sua morte, aos 84 anos, ocorrida a 15 de maio de 1967, cinco meses após ter sido selecionado para representar os Estados Unidos em São Paulo, transformou em exposição "in memoriam" o que deveria ter sido a primeira apresentação internacional de um eminente pintor americano. "Ambiente U. S . A.: 1957-1967" inclue trabalhos de Allan D' Arcangelo, Llyn Foulkes, James Gill, Sante Graziani, Paul Harris, Robert Indiana, Jasper Johns, Gerald Laing, Roy Lichtenstein, Richard Lindner, Malcolm Morley, Lowell Nesbitt, Claes Oldenburg, Joe Raffaele, Robert Rauschenberg, James Rosenquist, Edward Ruscha, George Segal, Wayne Thiebaud, Andy Warhol e Tom Wesselman. Embora não estejam êstes artistas em desarmonia com as tendências abstratas predominantes, os trabalhos expostos .expressam um assunto reconhecível, com temas, como os de Hopper, tirados do ambiente e da vida nos Estados Unidos. A imagem que apresentam é nítida, não sentimental e algumas vêzes irônica, humorística ou desencantada, em estilo audacioso, semelhante em 1960 ao estabelecido por Hopper antes de 1920. Além dêsse campo comum, relacionam-se ainda mais as duas exposições pelo contraste do que pela similaridade. Contudo o confronto vincula trabalhos recentes a uma tradição americana e demonstra igualmente como a pintura de Hopper, que, em essência, pouco mudou de década para década, conservou sua autoridade. Hopper foi o realista americano líder de sua geração. Jamais deixou de ser um autêntico contemporâneo. Sua individualidade resoluta e sua realização pessoal abrangeram mais de 50 anos sem- perder seu valor para a vida e a arte do Século Vinte. William C. Seitz


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