Bahá'í Brasil 38

Page 1

Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira número 38 | julho - setembro de 2014

www.bahai.org.br / ascom@bahai.org.br

Implementação do Calendário Badí’ um marco para a Comunidade Internacional Bahá’í

Conduta bahá’i nas mídias sociais Conheça algumas orientações da Assembleia Nacional sobre interações virtuais

p. 14

A implementação universal do Calendário Badí’ acontecerá a partir do pôr do sol do dia 20 de março de 2015, ocasião que marca um novo estágio no avanço da Causa de Deus. Algumas datas comemorativas serão ajustadas, inclusive a celebração dos Sagrados Aniversários Gêmeos do Báb e de Bahá’u’lláh. Dessa forma, a humanidade está sendo chamada a um novo estágio na evolução da Revelação Divina. p. 5

Caminhada no Rio de Janeiro em setembro congregou pessoas de diversas orientações religiosas

Banner pela liberdade da humanidade produzido por Siron Franco vai virar bolsas ecológicas

Primeiros Templos nacionais e locais já estão em andamento

p. 6

p. 7

p. 8


2

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Editorial

V

ivemos em um momento da história onde grandes mudanças, tanto internas quanto externas se encontram em ebulição, e tais transformações são evidentes por todos os lados. Enquanto no mundo externo a dialética de crises e vitórias vai alternando o movimento de um mundo já cansado de guerras, conflitos e divisões, internamente a Causa avança pelos processos de avanços, pequenos retrocessos, seguido de novos avanços, enquanto ambos os processos – externo. Um dos efeitos do mundo externo em nossa comunidade tem sido a crise financeira que afeta o Fundo Nacional, o que levou a Assembleia Nacional a optar por cortes em alguns setores, mas mantendo os recursos necessários ao avanço do Plano de Cinco Anos. Um desses cortes afeta diretamente a publicação do informativo Bahá’í Brasil, que deixará de circular em formato impresso a partir desta edição. Entretanto, vivemos em tempos de avanços e de mudanças tecnológicas. Dessa forma, a Assembleia Nacional manterá o Bahá’í Brasil em formato eletrônico, dada sua importância em divulgar interna e externamente informações sobre a Fé Bahá’í. Sendo assim, o informativo continuará a ser produzido e compartilhado com a comunidade nacional a cada trimestre em formato digital (.pdf). O arquivo ficará disponível no site da Comunidade Bahá’í do Brasil e poderá ser copiado para computadores pessoais. Para facilitar a leitura e possível impressão, o informativo teve seu formato reformulado para A4. Dessa forma, poderá ser impresso nas próprias comunidades locais e entregue aos amigos que ainda não dispõem de computador. Visando ampliar o número de amigos que acessam as notícias, tanto do Bahá’í Brasil quanto da Agência Bahá’í de Notícias (ABEN), a Assembleia Nacional pretende desenvolver aplicativos que permitam a leitura em celulares smartphones e tablets. Nesta edição, o Bahá’í Brasil traz notícias animadoras sobre o avanço do Plano

EXPEDIENTE

No cerrado, os ipês são o grande símbolo da mudança

de Cinco Anos através dos inúmeros agrupamentos em diversas regiões do país; extratos de guias recentes da Casa de Justiça sobre temas do desenvolvimento individual e de nossas relações com a sociedade e, em especial, uma matéria sobre a implementação universal do Calendário Badí’, que acontecerá a partir do pôr do sol do dia 20 de março de 2015, numa ocasião que marca um novo estágio no avanço da Causa de Deus. As implicações de tais desenvolvimentos são múltiplos e com importantes impactos na vida da comunidade bahá’í, com ajustes nas datas de algumas celebrações, o que inclui a data do Naw-Rúz e a celebração dos Sagrados Aniversários Gêmeos do Báb e de Bahá’u’lláh dentro do ano solar, assim como a indicação precisa dos Dias Sagrados dentro do Calendário Badí’. E com a adoção de tais medidas, as comunidades locais devem estar atentas ao fato de que a cada ano o alinhamento das datas do calendário Badí’ com outros

calendários sofrerá alterações dependendo da ocorrência do Naw-Rúz. E não se trata apenas de ajustarmos as datas de celebração das atividades bahá’ís. A humanidade está sendo chamada a um novo estágio na evolução da Revelação Divina. Como afirma a Casa de Justiça: “A adoção de um novo calendário em cada dispensação é um símbolo do poder da Revelação Divina em transformar a percepção humana quanto a realidade material, social e espiritual. Por seu intermédio, os momentos sagrados são distinguidos, o lugar da humanidade no tempo e no espaço repensados, e o ritmo da vida reformulado. O próximo Naw-Rúz assinalará ainda outro passo histórico na manifestação da unidade do povo de Bahá e do desdobramento da Ordem Mundial de Bahá’u’lláh.” Que possamos dar, portanto, boas-vindas a este tempo de mudanças, marcando um passo adiante no avanço da Causa de Deus!

Assessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’í Jornalista responsável: Fábio Lucas Vieira (Registro Profissional: 7956/DF) | Direção de Arte e Diagramação: Fábio Lucas Vieira Revisão: Foad Shaikhzadeh Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal: 7035 | CEP: 71635-971 - Brasília - DF www.bahai.org.br | ascom@bahai.org.br


Nº 38 | julho - setembro de 2014

3

Aprofundamento

Padrão de vida bahá’í

A

tualmente, a vida do homem neste planeta é representada por uma batalha contínua entre duas forças inerentes à sua natureza. Estas forças – a material e a espiritual – em muitas ocasiões aparentam ser conflitantes. Tal fato não condiz, contudo, com as suas verdadeiras essências. Através de suas poderosas forças de atração, os elementos materiais despertam em nós características inerentes à nossa natureza física, ligando-nos às bênçãos existentes no mundo da matéria. Tais ganhos terrenos podem, no entanto, em determinadas situações, se tornar o foco principal, o objetivo primordial e a meta suprema das nossas vidas. As pessoas geralmente se esforçam para tirar o máximo proveito, usufruindo plenamente das satisfações que provêm dos prazeres efêmeros e dos benefícios proporcionados pelo meio em que vivem. Não há dúvida de que uma influência moderada das atrações materiais é necessária para a sobrevivência e o progresso da humanidade. Porém, quando os limites da moderação são transgredidos e nossa vida se inclina aos excessos que tais atrações, de maneira convidativa, nos apresentam, elas se transformam numa fonte contínua de sofrimento e pesar. Neste caso, a alma passa a ser dominada e escravizada pelos desejos mundanos e, inevitavelmente, passará a obedecer aos seus traiçoeiros comandos. Como resultado, o espírito acaba por obscurecer-se pela poeira da avidez, do egoísmo e do

orgulho. A outra força impulsora da vida humana é de natureza espiritual. Ela é fortalecida na medida em que o espírito percorre a trilha da aquisição de virtudes e qualidades divinas – o caminho rumo ao progresso e realização espiritual. Esta força ilumina a mais íntima realidade do homem e nos libera da teia representada pela atração excessiva pelo mundo da matéria; purifica a alma, facilitando o seu vôo aos mais ternos reinos do espírito. Esta realidade miraculosa é o eflúvio da consciência espiritual nos homens, e o seu resultado se manifesta através do gradual crescimento do espírito de desprendimento, da cooperação bondosa e de uma generosidade tal que o interesse do próximo passa a sobrepujar em preferência ao nosso próprio. A observância das determinações contidas nas Sagradas Escrituras nos ajuda a vivenciar o seguinte conselho de Bahá’u’lláh: “Bem-aventurado quem prefere seu irmão antes de si próprio. Verdadeiramente, de acordo com a Vontade de Deus, o Onisciente, a Suma Sabedoria, tal homem figura entre o povo de Bahá, que habita na Arca Carmesim.” Para viver a vida em sua plenitude, faz-se necessário, portanto, estabelecer um equilíbrio harmonioso entre estas duas forças, possibilitando uma existência sadia e moderada, que nos livra de um estilo de vida voltado unicamente para a satisfação

dos confortos terrenos, ao mesmo tempo em que nos aproxima da sociedade da qual fazemos parte e para cujo progresso todos nós devemos contribuir. No plano individual, os Escritos Sagrados de Bahá'u'lláh nos trazem o seguinte conselho: Ó Filho do Espírito: Meu primeiro conselho é este: possui um coração puro, bondoso e radiante, para seja tua uma soberania antiga, imperecível, eterna." Nos escritos de Bahá'u'lláh e de 'Abdu'l-Bahá, como também nos Seus pronunciamentos registrados, encontramos numerosos trechos que convocam todos a uma nova vida de conduta impecável. Os Manifestante de Deus, refletindo perfeitamente aquela fonte de energia e poder de atração que os homens chamam amor, de uma maneira adaptada às necessidades mutantes de uma humildade em crescimento progressivo, tem tido sempre um objetivo tríplice: perpetuar a civilização do homem, purificar suas qualidades, promover sua felicidade em todos os mundos de Deus. O próprio homem, criado para conhecer, servir, adorar, louvar, refletir e amar a Deus, é considerado pelos bahá’ís uma mina de atributos, cada um deles em forma latente e potencial. Através da educação, é que se fazem aparecer estes atributos. Se, no curso desse processo, o homem não desenvolvê-los, esses atributos serão introvertidos, os laços de amor e estima pelos outros se tornarão fracos e desaparecerão e aquelas qualidades tão importantes deixarão de se apresentar, tornando-se um grande entrave para a vida espiritual que se seguirá a esta vida neste mundo. Se, por outro lado, o homem compreender que seu semelhante também foi criado a fim de refletir as perfeições de Deus, ele procurará associar-se ao seu semelhante, de modo que, através da cooperação mútua, cada um possa aumentar sua capacidade refletiva e assim desenvolver-se, crescer e expandir, até que aquelas perfeições se revelem claramente e a alma, assim capacitada, esteja pronta para a vida além da vida. Essa associação, esse amor, essa amizade, alicerçam aquela civilização em contínua evolução, para cuja promoção todos os homens foram criados. Assim como cada Manifestante de Deus é um espelho perfeito que reflete a Essência Divina, do mesmo modo todos os seres humanos são espelhos que, volvendo-se para aqueles Manifestantes e especialmente para Bahá'u'lláh, o Manifestante desta era, podem refletir os gloriosos atributos Deles, principalmente aqueles necessários para a sua futura existência nos mundos de Deus.


4

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Conferências de Juventude Indígenas contribuem para a expansão do Plano de Cinco anos

O

processo de construção de comunidade é um dos pilares para o Avanço do Plano de Cinco Anos. À medida em que a expansão e a consolidação do Plano progridem, outros campos de atividades também são desenvolvidos. Essas atividades, quando colocadas em prática, começam a criar uma mudança no caráter social e espiritual da comunidade, onde cada um atua com suas próprias habilidades para uma mudança efetiva e concreta na vida comunitária. Exemplo disso é o avanço que algumas pequenas comunidades vêm alcançado com as atividades voltadas à juventude. Em Pernambuco vêm acontecendo inúmeras atividades em parceria com as comunidades indígenas. Em julho, Águas Belas (PE) foi palco da 1ª Conferência de Juventude Indígena. O evento aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de julho e contou com cerca de 24 jovens das aldeias Kariri-xocó, Kiriri, Fulniô e Xucuru-Kariri. “A Conferência foi um excelente momento para os jovens interagirem e se conhecerem. Durante os três dias foi possível concluir o estudo dos materiais utilizados nas Conferências de Juventude, realizadas ano passado”, afirma Walkíria Cardoso, uma das organizadoras. A sugestão de realização dessa Conferência partiu dos jovens indígenas durante o encontro de facilitadores do material da

1ª Conferência de Juventude Indígena

Conferência de Juventude, que aconteceu em maio. Foram realizadas três pré-conferências na aldeia Fulniô para convidar jovens e duas visitas ao local. “Os jovens Kariri -xocó, que foram os facilitadores da Conferência, realizaram diversos encontros sozinhos para estudo do material, além de três visitas à aldeia para esclarecimento de dúvidas e planejamento”, relata Walkíria. Desde junho foram realizadas várias consultas com os indígenas para verificar a possibilidade de realizar uma conferência maior, com mais aldeias e uma quanti-

Pré-conferências e diversos encontros de jovens ajudaram a planejar a programação.

dade muito maior de jovens. Com o apoio dos jovens Kariri, será possível visitar várias aldeias que ficam entre Alagoas e Pernambuco, o que facilitará ainda mais a promoção de outros eventos. “Os bahá’ís adultos de Fulniô estão muito animados com possibilidade de acontecer algum evento na aldeia deles em virtude da lembrança maravilhosa da conferência ocorrida em 1985. Ficamos felizes com a disponibilidade, mas não oficializamos o local em virtude dos Kariris também terem oferecido a aldeia”, completa Walkíria.

Aconteceram dois encontros na área indígena Kiriri, nas comunidades de Marcação e Pau Ferro em julho desse ano.


5

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Implementação do Calendário Badí’

um marco para a Comunidade Internacional Bahá’í

O

Naw-Rúz do ano 172 da Era Bahá´í será um marco para toda a humanidade. A partir dessa data o Calendário Badí’ será efetivamente implementado e seguido por bahá’ís do mundo todo, o que permitirá, entre outras coisas, que o ocidente e o ortiente possam celebrar os dias sagrados conjuntamente. Segundo carta enviada pela Casa Universal de Justiça (vide pg. 6) em julho desse ano a adoção de um novo calendário é um símbolo do poder da Revelação Divina para transformar tanto a percepção humana quanto a realidade material, social e espiritual. Além disso marca os momentos sagrados e promove uma reflexão acerca do lugar da humanidade no tempo e no espaço. A implementação de um calendário único, que independe da origem e da tradição religiosa de cada indivíduo representa um divisor de águas, um passo rumo a unidade da humanidade. O ano 172 da Era Baháí representa um período em que a Comunidade Bahá’í começa a firmar raízes na sociedade, raízes realmente fortes no mundo todo. É possível perceber um amadurecimento, uma dinâmica de ação e reflexão que funciona, o aprofundamento para gerar atividades que promovam a transformação social. As pessoas começaram a entender o que é a contribuição bahá’í para os discursos da sociedade e o calendário faz parte desse processo. As provisões do calendário Badí’ foram colocadas em vigor ao longo do tempo. O Báb apresentou o calendário e sua configuração. Bahá’u’lláh fez esclarecimentos e acréscimos. ‘Abdu’l-Bahá elucidou certos aspectos e, sob a direção de Shoghi Effendi, foram tomadas providências para sua adoção no Ocidente. Contudo, ambiguidades relacionadas a algumas datas islâmicas e gregorianas, além de dificuldades na correlação entre observâncias históricas e eventos astronômicos, deixaram questões a serem resolvidas pela Casa Universal de Justiça, destacando-se três que requerem esclarecimentos para a uniforme aplicação

do calendário: o modo de determinação do Naw-Rúz, o ajuste do caráter lunar dos Sagrados Aniversários Gêmeos dentro do ano solar, e a indicação precisa dos Dias Sagrados dentro do calendário Badí’. Teerã, local de nascimento de Baháulláh, foi definido como base para a reaização de cálculos astronômicos que determinaram o momento do equinócio vernal no hemisfério norte e consequentemente o dia do Naw-Rúz. A celebração do ano novo bahá’í será utilizada para estabelecer o alinhamento de outros calendários com o calendário Badí’ e o número de dias do Ayyám-i-Há irá variar de acordo com o período do equinócio vernal. Calendários contendo esses ajustes para os próximos 50 anos foram preparados pelo Centro Mundial e serão enviados às Assembléias Espirituais Nacionais. Em 2015 a data será celebrada em 21 de março. Considerando esses cálculos, a partir do ano que vem o Nascimento do Báb e o Nascimento de Bahá’u’lláh serão comemorados no primeiro e segundo dia após o advento da oitava lua nova depois do Naw-Rúz. Isso resultará no deslocamento dos Aniversários Gêmeosa cada ano entre os meses de Mashíyyat, ‘Ilm e Qudrat do calendário Badí’, ou entre outubro e novembro do calendário gregoriano, utilizado no Brasil. No próximo ano, o aniversário do Nascimento do Báb será no dia 10 de Qudrat e o aniversário do Nascimento de Bahá’u’lláh no dia 11 de Qudrat. Os demais Dias Sagrados foram fixados dentro do calendário solar de acordo com as declarações de Bahá’u’lláh, ‘Abdu’l-Bahá e Shoghi Effendi. Naw-Rúz, 1 de Bahá; o Festival do Rid-

ván, 13 de Jalál a 5 de Jamál; a Declaração do Báb, 8 de Azamat; a Ascensão de Bahá’u’lláh, 13 de Azamat; o Martírio do Báb, 17 de Rahmat; o Dia do Convênio, 4 de Qawl; e a Ascensão de ‘Abdu’l-Bahá, 6 de Qawl.

O calendário Badí’ é um calendário solar com 365 dias. Os anos são compostos por 19 meses de 19 dias cada, adicionado a um período chamado "Dias Intercalares"(são 4 dias, e 5 quando é ano bissexto), entre o 18° e o 19° mês (26 de Fevereiro a 1 de Março). O Calendário bahá'í foi instituído pelo Báb, posteriormente confirmado por Bahá'u'lláh. Cada mês possui um nome específico, ressaltando alguns dos atributos de Deus.


6

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Nacional

Comunidade Bahá’í participa da 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

N

uma demonstração de que é possível a convivência pacífica entre as religiões, pessoas de diferentes credos participaram da 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que aconteceu na manhã do dia 21 de setembro, em Copacabana (RJ). O evento já faz parte do calendário oficial do Rio de Janeiro e é promovido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), juntamente com diversas organizações religiosas, entre elas a Comunidade Bahá´í, que marcou presença com representantes de várias partes do país. A forte chuva que tomou conta do evento não espantou os ânimos dos mais de 2 mil participantes que deram uma aula de respeito às diferenças. Por ser um evento único em todo o mundo e promover um espaço onde pessoas de diferentes grupos religiosos e não -religiosos podem marchar junto com um espírito de compreensão e de amizade, unidos sob a bandeira da liberdade religiosa para todos, a Caminhada tem chamado a atenção de autoridades religiosas e de direito humanos internacionais. Tanto que A 7ª edição contou com a participação de Wiccans da comunidade de Salem (Estados Unidos), monges budistas do Japão e um Babalorixá de Angola. Música de todas as tradições religiosas, incluindo canções bahá’ís em Português e Espanhol, foram tocadas durante todo o evento, onde predomidou um clima de paz e respeito mútuo.

Representantes do Islã no Brasil também são contra a intolerância religiosa

Casos de intolerância religiosa Apesar da grande adesão da população carioca à Caminhada, o Rio de Janeiro está em segundo lugar no ranking brasileiro de intolerância religiosa, logo atrás de São Paulo. Esse ano já foram registrados mais de 20 casos pela Secretaria de Direitos Humanos, a maioria deles contra religiões de matrizes africanas (Candomblé e Umbanda). Os atos de violência perpetrados contra os seguidores dessas religiões podem ser comparados aos que acontecem aos bahá’ís no Irã: os filhos sofrem persegui-

Daorla Promundo

ção e humilhação nas escolas, os lugares sagrados são profanados, etc. Além disso, alguns extremistas de diversas religiões se utilizam da internet para incitar o ódio contra eles. Dessa forma, o apoio da Comunidade Bahá’í a essas religiões tem sido muito bem vindo. Esse ano a ministra de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, participou oficialmente da Caminhada. “O objetivo de todas as religiões reunidas aqui hoje é promover o respeito, a paz e a coexistência. Precisamos criar estruturas semelhantes nos níveis estadual e municipal“, afirmou o ministro.

Os preparativos para a instalação “Daorla Promundo” começou por volta das 5h da manhã e coloriu a areia da praia. A intervenção foi produzida pela Comunidade Bahá'í e chamou a atenção da população e das autoridades para os diversos crimes de intolerância religiosa que têm acontecido no mundo, em especial no Irã. 999 bolas vermelhas e verdes (cores da bandeira do Irã) com estrelas de nove pontas lembraram os prisioneiros de consciência encarcerados no país, inclusive as ex-lideranças bahá’ís, que em 2014 completaram seis anos de detenção. Miguel, o menino ilhado no meio das bolas, evoca as crianças e jovens que não tem acesso à educação no Irã por conta de preconceito religioso. O banner com a frase “Free the Bahá’ís in Iran” (Libertem os bahá’ís no Irã), slogan mundial da luta em defesa dos prisioneiros, também foi destaque no evento.


7

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Comunidade Bahá’í doa obra de Siron Franco para a cooperativa O banner de 15 metros de largura por 10 de altura será utilizado para a confecção de bolsas ecológicas

N

o dia 21 de agosto a Cooperativa Candangas, localizada em Planaltina (DF), recebeu da Comunidade Bahá'í do Brasil a doação de uma obra do artista plástico Siron Franco. O gigantesco baner foi produzido para marcar os aniversários de cinco e seis anos da prisão das lideranças bahá'ís no Irã. A primeira intervenção com o banner aconteceu em 2013 na praia de Copacabana (RJ), quando a obra foi estendida na areia. Em maio desse ano, o banner foi colocado no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, durante mais um ato promovido pela Comunidade Bahá’í em defesa da liberdade religiosa. Apesar de nunca terem tido contato com a Fé Bahá’í, as Candangas compartilham de muitos preceitos, principalmente no que diz respeito à construção de comunidade. A participação delas em oficinas e projetos sociais não é feita de cima para baixo, mas são desenvolvidos de acordo com as experiências e as vontades que as pessoas já possuem, além da aplicabilidade e o impacto que aquilo vai ter dentro da comunidade e da sociedade de uma maneira mais ampla. “O que nós queremos é transformar o mundo à nossa volta. E esse sonho só se esconde atrás de uma cooperativa”, afirma Maria da Páscoa, presidente da cooperativa. Essa transformação é como se fosse em ondas. Cada vez que essas ondas se multiplicam as pessoas envolvidas se lembram de voltar para refletir um pouco sobre a origem, a essência e os ensinamentos que estão por trás das ações. Esse movimento é um constante processo de crescimento que se dá por meio da aprendizagem constante. Oferecer material para a continuidade deste trabalho é importante, mas outra consequência é a perpetuação da ação em defesa dos bahá'ís no Irã, já que o baner agora passará a ter um novo formato mas manterá o mesmo significado. Quem adquirir uma bolsa poderá conhecer a história por trás daquele material, tornando-o eterno.

A partir da esquerda: Gabriely Somaly (Comunidade Bahá’í), Maria da Páscoa, Mary Aune (Comunidade Bahá’í) e Elisângela Araújo (artesã da Candangas)

A Candangas nasceu da Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos de Planaltina,DF, (COAESTP), fundada em 1998, com o objetivo de gerar trabalho e renda para as mulheres da comunidade de Arapoanga. Atualmente treze pessoas fazem parte da cooperativa, que produz bolsas e acessórios a partir de banners reutilizados, além de realizar projetos sociais e de capacitação de profissionais artesãos. Acreditam que a educação é o que molda a humanidade e que tudo precisa ser feito com paixão para que possa gerar frutos.

Gessiron Alves Franco, mais conhecido como Siron Franco, é um artista plástico goiano, cuja obra é reconhecida mundialmente. Entre outras coisas, em 1988 criou o monumento à paz mundial em Goiânia, uma ampulheta com as palavras: “A Terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos”


8

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Internacional

Primeiros templos nacionais e locais estão em andamento

E

m 2012 a Casa Universal de Justiça anunciou planos para a construção dos dois primeiros templos nacionais na República Democrática do Congo e na Papua Nova Guiné. Além de Casas de Adoração locais em Battambang (Camboja); Bihar Sharif (Índia); Matunda Soy (Quênia); Norte del Cauca (Colômbia); e Tanna (Vanuatu). Conforme concebidas por Bahá'u'lláh, cada templo proporciona um centro espiritual em torno do qual se estabelecem unidades de serviço social, humanitário e educacional para a população daquela região, unindo a adoração e o serviço, aspectos essenciais e inseparáveis da vida bahá’í. Um templo traz consigo uma série implicações para a comunidade na qual está inserido e promove um forte reflexo no processo coletivo de transformação de cada localidade, por isso a construção de Casas de Adoração é designada para lugares que estejam num estágio avançado de desenvolvimento dentro de plano de cinco anos, cumprindo os objetivos de expanção e consolidação, de ação social e de participação nos discursos da sociedade, onde o crescimento das atividades bahá'ís é exponencial, com mecanismos consultivos fortes e instituições preparadas para lidar com os desafios das comunidades. No dia 1º de agosto deste ano, a Casa Universal de Justiça destacou a evolução desses projetos em carta (vide pg. 14) destinada aos bahá'ís do mundo. De acordo com o documento as Assembleias Espirituais Nacionais da República Democrática do Congo e Papua Nova Guiné, bem como as do Camboja, da Colômbia, da Índia, do Quênia e de Vanuatu, prontamente se mobilizaram para os preparativos iniciais, com o apoio do Escritório de Templos e Centros, criado no Centro Mundial Bahá’í em 2012. Em cada país foi formado um comitê para identificar, em conjunto com instituições e agências locais, meios para promover a ampla participação social. Para auxiliar o gerenciamento de questões técnicas,

Projeto do edifício central do Templo da Colômbia, que foi apresentado em setembro desse ano para uma platéia de cerca de 500 pessoas

Cinco países se encontram no estágio de preparação do projeto arquitetônico para o edifício do Templo: Camboja, Índia, Quênia, Colômbia e Vanuatu financeiras e legais está sendo estabelecido um escritório de construção para cada projeto. Outro passo prático foi a escolha de terrenos adequados com localização estratégica e de fácil acesso, quatro das sete propriedades já foram adquiridas. Cinco países se encontram no estágio de preparação do projeto arquitetônico para o edifício do Templo: Camboja, Índia, Quênia, Colômbia e Vanuatu. Esse processo compreende a seleção de potenciais arquitetos e a formulação de um sumário que definia os requisitos para a estrutura, o que irá resultar num contrato para o projeto definitivo. Os arquitetos precisam desenhar

edifícios que se harmonizem naturalmente com a cultura local primando pela beleza, funcionalidade e economia, além de estarem familiarizados com a área onde o edifício será construído. A carta ressalta também o andamento da construção da Casa de Adoração continental para a América do Sul, em fase de finalização no Chile. A armação em aço da superestrutura foi quase inteiramente instalada, a colocação dos painéis de pedra translúcida do interior está em andamento e o paisagismo e a construção de instalações auxiliares avança de acordo com o cronograma. A comunidade de Santiago, apoiada por voluntários das Américas, se esforça para preparar a população circunvizinha para o surgimento da Casa de Adoração; um número crescente de pessoas participa das atividades de construção de comunidade, e uma grande quantidade de visitantes está sendo recepcionada no local do Templo para oração e discussão sobre as dimensões prática e espiritual do empreendimento. O Templo será inaugurado em 2016.


9

Nº 38 | julho - setembro de 2014

no Chile

Templos pelo mundo As Casas de Adoração Bahá’ís são edifícios abertos a todos os povos, onde os visitantes podem orar, meditar, ou ouvir a leitura das Escrituras Sagradas da Fé Bahá'í e de outras religiões mundiais. Os estilos arquitetônicos diferem entre si, mas todas possuem nove lados e um domo central que simbolizam a diversidade da raça humana e sua unidade essencial. A mais antiga Casa de Adoração Continental foi construída em Askhabad, no Turqistão em 1908 e demolida pelo governo soviético em 1962.

Casas de Adoração Continentais

| Frankfurt | Alemanha | Wilmette | EUA | Cidade do Panamá | Panamá

| Nova Delhi | Índia | Kampala | Uganda

| Apia | Samoa Ocidental | Santiago | Chile

| Sydney | Austrália


10

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Destruição de cemitério no Irã repercute no Brasil Com parentes enterrados na cidade iraniana de Shiráz, Saman Reyhani lamenta política oficial de intolerância contra minorias religiosas

R

esidente no Brasil há seis meses, o médico descendente de iranianos Saman Reyhani (33) lamenta a destruição do cemitério em Shiráz, onde seu avô paterno está enterrado. “O que fica em nós é um sentimento de resignação e de impotência diante de tamanho desrespeito pela família e pela memória. Não temos raiva, mas ficamos muito tristes em ver esse tipo de coisa acontecendo. Estão violando a memória dos nossos antepassados”, afirma Saman. O avô de Saman, Aziz’u’llah Reyhani, faleceu em agosto de 1973, vítima de câncer. Por ser bahá’í, foi enterrado no cemitério de Shiráz - o mesmo que abriga muitos dos primeiros seguidores da religião, que surgiu naquela cidade em 1844. Por este motivo, o local tem uma relevância histórica muito grande para a Fé Bahá’í e para a humanidade. A destruição do cemitério histórico começou em maio desse ano com as escavações lideradas pela Guarda Revolucionária do Irã para liberar a área para a construção de um novo complexo cultural e esportivo no local. Depois de sofrer críticas por autoridades de diversas partes do mundo, as escavações foram interrompidas por alguns meses e reiniciadas no início deste mês. Informações vindas do Irã indicam que até agora a Guarda removeu os restos mortais de cerca de 50 dos 950 túmulos e jogou num canal aberto. O local abriga, entre outros bahá’ís, dez mulheres cruelmente enforcadas em 1983, e passou a simbolizar a perseguição e os crimes de morte do governo contra os bahá’ís. A família Reyhani ainda não sabe o que foi feito com o túmulo do patriarca. Eles não tem mais parentes no Irã e as informações que recebem chegam por meio da mídia. Apesar nunca ter pisado no Irã, Saman acompanha as notícias e acredita que “estão tentado apagar os bahá’ís da memória do Irã”. Os pais de Saman fugiram do Irã por

Saman Reyhani

causa da perseguição religiosa. Ele nasceu na Alemanha e ainda muito pequeno foi para o Paraguai, onde foi naturalizado. A casa de seus avós, que foram pioneiros em Shiráz, foi queimada e saqueada. Contudo, Saman e seus familiares não

Os sentimentos de amor, paz e unidade um dia vão prevalecer. Por isso, cada vez mais pessoas e religiões vêm se pronunciando contra esse tipo de injustiça

guardam rancor e acreditam que a situação tende a melhorar. “Em algum momento, essa história vai mudar. Quanto mais pessoas souberem das injustiças que estão cometendo contra os bahá’ís no irã, maior será a pressão contra o governo. Os bahá’ís não fazem nada de errado lá, até

porque o principio da Fé Bahá’í é o amor e a unidade. Não sei do que eles tem tanto medo. Os sentimentos de amor, paz e unidade um dia vão prevalecer. Por isso, cada vez mais pessoas e religiões vêm se pronunciando contra esse tipo de injustiça”, completa. Em pronunciamento oficial proferido no dia 11 de junho, o deputado federal Luiz Couto (PB) prestou sua solidariedade aos bahá’ís de todo o mundo pela destruição do cemitério. “Reitero a minha preocupação e, uma vez mais, solicito ao presidente iraniano uma posição imediata perante essas injustiças cometidas contra a Comunidade Baháí”, afirmou Couto. A propriedade onde o cemitério está localizado pertence e é utilizada pelos bahá’ís de Shiráz desde o início da década de 1920. O local foi confiscado pelo governo em 1983, quando as lápides foram destruídas e os principais edifícios derrubados. Três anos atrás, o escritório provincial da Guarda Revolucionária anunciou que havia tomado o local.


Nº 38 | julho - setembro de 2014

11

Histórico da destruição do cemitério A notícia da demolição do cemitério surgiu no início de maio, depois que a Comunidade Internacional Bahá’í soube que no final de abril a Guarda Revolucionária escavou uma área de cerca de 200 metros quadrados e enfileirou cerca de 50 caminhões para continuar a escavação. No local estão sepultados cerca de 950 bahá’ís, entre eles dez mulheres cruelmente enforcadas em 18 junho de 1983, no auge da campanha do governo para promover a execução de bahá’ís. Entre 1979 e 1988, mais de 200 bahá’ís foram executados no Irã. As dez mulheres, cujas idades variavam entre 17 a 57 anos, foram condenadas por serem “sionistas” e ensinarem as crianças (o equivalente à “catequese” no ocidente). Essas execuções injustas atraíram a atenção do mundo inteiro. Logo após o anúncio da condenação das mulheres, o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, fez um apelo por clemência para elas e para outros 12 bahá’ís que haviam sido sentenciados à morte. Dessa forma, o cemitério passou a simbolizar a perseguição e os crimes de morte do governo do Irã contra os bahá’ís. A propriedade onde o cemitério está localizado pertence e é utilizada pelos bahá’ís de Shiraz desde o início da década

Caminhões levam o material retirado do cemitério

Situação do cemitério em Shiraz

O local foi confiscado pelo governo em 1983, quando as lápides foram destruídas e os principais edifícios derrubados

de 1920. O local foi confiscado pelo governo em 1983, quando as lápides foram destruídas e os principais edifícios derrubados. Três anos atrás, o escritório provincial da Guarda Revolucionária anunciou que havia tomado o local. Ataques a cemitérios bahá’ís tem sido uma característica comum da perseguição aos bahá’ís no Irã nos últimos anos. Entre 2005 e 2012, pelo menos 42 deles foram atacados de maneiras diversas. Esses ataques, muitas vezes realizados com consentimento implícito, se não direto, do governo, incluem ataques incendiários contra edifícios mortuários, derrubada de lápides, arrancada de arbustos pela raiz, uso de escavadeiras, pichações de frases anti-bahá’ís nos muros, e a exumação de corpos. Outro dado importante a se destacar é o fato de que a perseguição contra os bahá’ís no Irã, não se trata de uma política de governo, mas uma política de Estado que vem sendo implementada desde o início da Fé Bahá’í. Ou seja, essa perseguição não é uma ação do governo atual ou do anterior, não se trata da posição do governante, é uma perseguição que se baseia em uma política de Estado, que foi intensificada com a Revolução Islâmica em 1979, quando foram definidas as linhas de ação para a supressão da Comunidade Bahá’í Iraniana.


12

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Depois de quase três anos no Irã, o jornalista e correspondente da Folha de S.Paulo, Samy Adghirni, lança o livro “Os Iranianos”. Na obra, o autor mergulha na vida política e social dos iranianos e traz para o leitor brasileiro uma visão diferente sobre a realidade do país. Samy fez diversos lançamentos do livro pelo Brasil e no dia 30 de julho foi a vez de Brasília. Em entrevista realizada durante o evento na livraria Cultura, Samy falou um pouco sobre como é a situação dos bahá’ís no Irã, vista de perto. Bahá’í Brasil | Durante o período em que você permaneceu no Irã, como você resume a situação dos bahá’ís no país? Samy Adghirni | Os bahá’ís são, de longe, a minoria mais perseguida e discriminada no Irã. Apesar da quantidade enorme de bahá’ís no país, cerca de 350 mil, é muito difícil encontrar ou falar com alguém a respeito. A Fé Bahá’í é assunto proibido. Muitos assuntos são delicados no Irã, mas mesmo assim, em algum momento, são discutidos. No entanto, a Fé Bahá’í é o grande tabu. Ninguém fala, ninguém vê, ninguém sabe de nada sobre o assunto. Os bahá’í ficam literalmente acuados e com medo o tempo inteiro. Eles sabem que a qualquer momento podem ser alvo de algum tipo de violência ou discriminação. Com frequência casas são invadidas e destruídas sem nenhum motivo aparente e muitos bahá’ís são privados de educação e do serviço público, além de serem vítimas de prisões arbitrárias. Dói ver o que aquelas pessoas passam. É realmente uma situação muito triste e complicada.

Samy Adghirni um brasileiro no Irã

No lançamento do livro “Os Iranianos”, em Brasília

B.B. | Você conheceu ou conviveu com algum bahai? S.A. | Não. Como eu havia dito, é muito difícil encontrar alguém que se declare abertamente bahá’í. Você não vê bahá’ís na rua ou em reuniões de grupos. Eles fazem seus encontros às escondidas. Além disso, mesmo os que a gente sabe que são bahá’ís não conversam sobre o assunto com qualquer um. Eles não se abrem com facilidade, até por uma questão de segurança. B.B. | Você estava no Irã durante as últimas eleições para a presidência em 2013. O vencedor e atual presidente, Hassan Rohani, é considerado um “clérigo moderado”, e se opõe aos extremistas. Como essa mudança pode beneficiar a comunidade bahá’í no país? S.A. | Todos sabemos que a intolerância religiosa no Irã, principalmente contra os bahá’ís, é uma política de Estado, não de governo. Ou seja, não é uma atitude específica de um ou outro presidente. O Irã é um Estado Teocrático, então, mesmo o

Autor: Samy Adghirni Coleção: Povos e Civilizações Idioma: Português Editora: Contexto Assunto: História Geral ISBN: 8572448640 Edição: 1ª Ano de Lançamento: 2014 Número de páginas: 224 Preço: R$ 39,90

Rohani sendo de uma linha mais branda, a situação dessas pessoas não vai mudar muito. O governo e a Guarda Revolucionária talvez sejam um pouco menos incisivas, mas é como se esse preconceito já estivesse enraizado na sociedade islâmica. Claro que não são todos que agem dessa maneira, mas a Fé Bahá’í é considerada uma facção política criada pelo ocidente para dividir e enfraquecer a comunidade muçulmana. E esse pensamento é anterior à República Islâmica. Essa perseguição existe desde que a Fé Bahá’í foi fundada. O governo apenas oficializou isso depois da Revolução Islâmica, em 1979. No entanto, é bom ver que muitas autoridades e civis muçulmanos têm se pronunciado em favor da liberdade religiosa, inclusive da comunidade bahá’í, como o presente oferecido pelo aiatolá Tehrani à Comunidade, como símbolo de coexistência pacífica. Isso é muito positivo, por que o Irã é um país lindo e de uma cultura riquíssima e esse tipo de coisa tem que acabar.

Muitos iranianos acreditam que sua civilização entrou em decadência a partir da invasão islâmica do século VII, que impôs a cultura árabe em detrimento da cultura persa. Revelações como essa mostram facetas surpreendentes de uma nação muito contestada e pouco conhecida no Ocidente. Na antiga Pérsia convivem tradição e modernidade, burocracia e mudanças aceleradas, mulheres com túnicas negras e calças jeans. Trata-se de uma nação que no século XX conheceu forte influência ocidental - nos tempos do xá Reza Pahlavi - e uma revolução islâmica, liderada pelos aiatolás. Neste livro, o jornalista Samy Adghirni, correspondente em Teerã, percorre todos esses contrastes e muitos outros - da política à geografia, da gastronomia ao esporte, da cultura à economia - para revelar ao leitor brasileiro quem realmente são os iranianos.


Nº 38 | julho - setembro de 2014

13

Convenções Regionais promovem consultas sobre temas de interesse da comunidade

A

s Convenções Regionais são momentos únicos em que a comunidade compartilha de um espaço de consulta, que têm envolvido um número cada vez maior de bahá'ís nos processos decisórios e administrativos da comunidade bahá'í por todo o país. Nelas são eleitos os delegados e delegadas que irão representar a respectiva região na 55ª Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil. Marcadas para novembro desse ano, as Convenções Regionaisão são uma etapa preparatória para a Convenção Nacional. Elas acontecem no âmbito das regiões bahá’ís (vide mapa) e se assemelham a uma reunião de reflexão, onde as ações são avaliadas para, a partir daí, planejar os próximos passos. Dessa forma, o objetivo das Convenções Regionais vai muito além da eleição dos delegados. É preciso pensar nelas como um espaço de reflexão que vai para além do agrupamento e reflete em toda a região. É uma possibilidade de se encontrar com pessoas com características afins, trocar experiências, consultar e acompanhar o que acontece na regiao. A quantidade de delegados a serem eleitos depende de cada região, atualmente variando de um a onze, num total de 76 pessoas para todo o Brasil, conforme determinado pela Casa Universal de Justiça.. Diferentes das eleições nacionais, as eleições bahá'ís são realizadas sem qualquer partidarismo: não há campanhas em prol ou contra qualquer indivíduo, e a votação secreta ocorre em espírito de oração e serviço à comunidade. Votar é tanto um direito administrativo quanto um dever espiritual de cada bahá'í. Os quesitos principais considerados para a eleição incluem a promoção da diversidade, o equilíbrio, a experiência em assuntos comunitários e a maturidade espiritual dos indivíduos. Cada participante de uma convenção deve votar no número de delegados determinado para a sua região. Por isso, o voto deve ser ponderado com consciência, levandose em consideração as guias do amado Guardião.

27 unidades de convenções eleitorais total de 76 delegados

Orientações Gerais 1) O eleitor deve ter em mente as seguintes guias do amado Guardião: “...os eleitores devem, com oração e devoção, e depois de meditar e refletir, eleger almas fiéis, sinceras, experientes, capazes e competentes, dignas de serem membros...”; 2) O Voto deverá ser colocado em um envelope e enviado para o endereço indicado, não se esquecendo de colocar como remetente, no envelope externo, seu nome e a comunidade a qual pertence; 3) O eleitor não deverá assinar a cédula para não ser invalidada; 4) Todos podem participar da Convenção! Porém, para votar e ser votado é necessário ser bahá'í acima de 21 anos; 5) Todo bahá'í, maior de 21 anos, homem ou mulher, residente no Brasil, em plena posse de seus direitos administrativos pode ser eleito, salientando que os Conselheiros Continentais não são elegíveis; 6) É imprescindível que os escrutinadores tenham absoluta certeza do nome da pessoa votada. Portanto o eleitor deve usar letras de forma e maiúsculas, de forma bem legível, colocando o(s) nome (s) completo(s) e a cidade onde reside(m); 7) Deverá ser tomado muito cuidado para não repetir um nome, pois isto invalida a cédula de votação. O mesmo vale para o preenchimento do número exato de nomes, pois votar em mais ou em menos, anulará a cédula; 8) O voto é individual e secreto! Caso não saiba ler ou escrever, peça ajuda de uma pessoa de confiança, até mesmo a um jovem ou criança, para preencher a cédula de votação. Mas a escolha deve ser do votante e não de quem está preenchendo em seu nome.

Para saber mais sobre a Convenção Regional de sua região, fique atento aos comunicados das instituições locais ou escreva para info@bahai.org.br


14

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Internet

Conduta bahá’i nas mídias sociais

A

massificação dos meios de comunicação trouxe um grande avanço no nosso cotidiano cada vez mais tecnológico e resultou em uso intenso da Internet. As mídias sociais utilizadas por grande número de usuários, por qualquer razão que seja, são aparatos que nos fornecem diversas informações de variadas naturezas. Neste cenário, a escassez da informação que era um problema até então, deu lugar ao excesso da informação. Tantas informações que não se tem o tempo hábil para ler, sequer refletir de modo adequado para poder se posicionar corretamente. Perante tal situação, os bahá’ís devem lembrar de que as vezes um ato impensado, seja uma simples “curtida” num comentário de alguém, pode ferir a imagem da Fé ou ir ao desencontro dos princípios da Fé. Pois, neste momento, o crente é representante de uma Comunidade Internacional com princípios amplamente divulgados e conhecidos por muitos indivíduos que utilizam mídias sociais. Neste momento e antes de curtir, compartilhar ou comentar algo que circula na Internet, cada bahá’í deve, de certo medo, lembrar esta citação de Exemplo Perfeito da Fé, ‘Abdul’-Bahá: O dever mais vital, neste dia, é a purificação de vosso caráter, a correção de vossos modos e a melhoria de vossa conduta. ... A veracidade, é o fundamento de todas as virtudes humanas. Quando este santo atributo for estabelecido no homem, todas as qualidades divinas também serão adquiridas. Em relação a mensagens com algum cunho preconceituoso ou discriminatório de qualquer natureza, o Amado Mestre salienta: Jamais faleis de modo depreciativo a respeito de outros, mas louvai-os sem distinção. Não maculeis vossas línguas falando mal dos outros. Saudai vossos inimigos como amigos, e considerai os que vos desejam mal como aqueles que vos desejam bem. Não deveis ver o mal como mal e

então comprometer vossa opinião, pois tratar com delicadeza e amabilidade alguém que considerais mal ou inimigo é hipocrisia, e isto não é digno nem admissível. Deveis considerar vossos inimigos como vossos amigos, ver os que vos querem mal como aqueles que vos querem bem, e tratai-os de acordo. A Assembleia Espiritual Nacional do Bahá’ís do Brasil, na sua mensagem de Festa de Dezenove Dias, datada de 02 de março de 2012, faz algumas reflexões sobre a lei bahá'í a respeito do não-envolvimento em política partidária. Há diferentes ações que os amigos bahá'ís, inadvertidamente, podem realizar que se qualificam como envolvimento em questões político-partidárias – algo que fere o princípio fundamental bahá'í da unidade. A Assembleia Nacional esclarece que, de acordo com o princípio bahá'í de não-envolvimento em política partidária, as seguintes atividades estão entre aquelas que não condizem com a postura: - afiliar-se a partidos políticos; - candidatar-se a qualquer cargo eleitoral; - atuar como cabo eleitoral de algum candidato; - trabalhar em campanha política, direta ou indiretamente; - circular artigos, com bahá'ís ou não, com notícias, imagens, anedotas tendenciosamente políticas; - criticar os governos e discutir política partidária, abertamente, em sites e blogs; entre outras. Lembrando que o teor das Escrituras Sagradas aqui citadas, bem como a mensagem da AEN, não são somente para serem seguidas e respeitadas na utilização de recursos da Internet. Todavia, pela grande repercussão e pelos mecanismos de comprovação que as mídias sociais possuem, cabe a cada indivíduo decidir com sabedoria, baseado nos princípios bahá’ís, o que fará com a informação circulada na Internet que está agora em suas mãos.


15

Nº 38 | julho - setembro de 2014

Húquq’lláh . “Ao examinar a vasta extensão da criação, perceberás que quanto mais elevado no arco de ascensão está um reino de coisas criadas, mais conspícuos são os sinais e as evidências da verdade de que a cooperação e a reciprocidade ao nível de uma ordem mais elevada são maiores do que aquelas que existem ao nível de uma ordem inferior. E assim, ao contemplar o mundo humano, tu vês este fenômeno maravilhoso brilhando resplandecente de todos os lados, com a maior perfeição, porquanto neste grau os atos de cooperação, assistência mútua e reciprocidade não estão confinados ao corpo e às coisas que pertencem ao mundo material, mas a todas as condições, sejam elas físicas ou espirituais, tais como aquelas relacionadas às mentes, pensamentos, opiniões, maneiras, costumes, atitudes, entendimentos, sentimentos

ou outras susceptibilidades humanas. Agora considera, se entre as pessoas que são meramente as manifestações do mundo do ser, este assunto significativo é de tanta importância, quanto maior deve ser o espírito de cooperação e assistência mútua entre aqueles que são as essências do mundo da criação, que procuraram a sombra protetora da Árvore celestial e são favorecidos pelas manifestações da graça divina; e como as evidências deste espírito devem, através do seu empenho fervoroso, seu companheirismo e concórdia, em toda esfera das suas vidas interiores e exteriores, tornar-se manifestas no reino do espírito e dos mistérios divinos, e em todas as coisas relacionadas a este mundo e ao próximo. Portanto, não pode haver dúvida de que eles devem estar dispostos até a sacrificarem suas vidas um pelo outro. Este é o princípio básico sobre o qual

a instituição do Huqúqu'lláh está estabelecida, visto que seus proventos são dedicados à promoção desses fins. Quanto ao mais, o Deus Uno e Verdadeiro sempre foi e sempre será independente de tudo o mais além dEle. Assim como Ele permitiu a todas as coisas criadas partilhar de Sua amorosa bondade e graça ilimitadas, da mesma maneira tem Ele condições para dotar Seus amados de riquezas oriundas dos tesouros do Seu poder. Entretanto, a sabedoria desta ordem é que o ato de dar é aprazível aos olhos de Deus. Considera quão este ato poderoso deve ser aprazível a Seu ver, que Ele o atribuiu a Si próprio. Regozijai-vos, pois, ó povo da generosidade!” Excertos dos Escritos de 'Abdu'l-Bahá

Fundos Bahá’ís

Mensagem da Tesouraria Nacional

A

cada dia, novas e cada vez mais belas notícias sobre o avanço da Causa enchem nossos corações de alegria e certeza de que o Brasil chegará ao Ridván de 2016, não apenas tendo atingido suas metas para o cumprimento do Plano Global, mas com uma comunidade enriquecida pelo espírito de consagração ao serviço e aprendizados conquistados conjuntamente pelos três protagonistas do Plano – os indivíduos, a comunidade e as instituições. Na região Centro-Oeste, em agrupamentos que até bem pouco tempo não contavam com nenhuma atividade, rapidamente reuniram-se dezenas de jovens no Movimento de Juventude, tendo cerca de vinte e oito deles entrado no processo de instituto. Nas regiões dos Conselhos da Amazônia e Nordeste, as atividades nas áreas indígenas estão avançando a passos largos, com encontros de jovens e intensivos de instituto sendo organizados pelos próprios indígenas. Na região Sudeste as metas de estabelecer novos programas de crescimento estão sendo, em sua maioria, já conquistadas muito antes do prazo estabelecido. De igual modo, diversos amigos nas regiões Norte e Sul do país estão oferecendo seu tempo como ano de serviço ou atuando em equipes visitantes que apoiamos agrupamentos em seu desenvolvimento. Com a confiança que nos une enquanto família bahá’í, a Assembleia Espiritual Nacional solicita que reflitamos juntos sobre as implicações de tais avanços e a evidente

necessidade de assegurar que todas estas atividades sejam mantidas e fortalecidas pela energia vitalizadora das contribuições aos Fundos. Na Convenção Nacional, foi anunciada a necessidade de elevar as contribuições ao Fundo Nacional e seus ramos Regionais em um percentual de 34% a fim de que o trabalho da Causa não fosse interrompido. Infelizmente, queridos amigos, não apenas não estamos atingindo esta meta, como estamos vendo um decréscimo de 12% nestes primeiros meses do ano 171! Face tamanha necessidade, a Assembleia Nacional decidiu, entre outras medidas, não mais imprimir o noticioso nacional, Bahá’í Brasil, o qual terá apenas uma versão eletrônica. Para conhecimento dos amigos: de uma despesa média mensal de R$ 208.000,00; as contribuições mensais recebidas pelo Fundo Nacional são de cerca de R$93.000,00, apresentando um déficit de R$ 115.000,00, dos quais R$90.000,00 é coberto pela ajuda do Centro Mundial.

Nenhuma instituição tem como enfrentar sozinha tal desafio. Todos nós, juntos, em espírito de unidade, confiança e sacrifício, precisamos dar a devida atenção ao tema das contribuições ao Fundo Bahá’í e adotar medidas imediatas e permanentes. Além de revermos nossos gastos e compromissos de contribuição, precisamos nos educar espiritualmente, aprofundar nossa compreensão neste tema e na Lei do Huqúqu’lláh. Para isto encontra-se disponível o curso desenvolvido, em colaboração com o Corpo de Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil, intitulado “Eu te criei rico... Nobre te fiz”. A Assembleia Nacional está confiante que, a expansão da aplicação deste curso ajudará a alcançar tal objetivo. Como força do exemplo, todos os membros das instituições deveriam fazer esforços para estudá-lo com um grupo de amigos em suas respectivas comunidades. Que possamos amplamente divulgar notícias de novos grupos de amigos estudando este maravilhoso material.

Fundo Nacional: Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8 Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0 Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8 Fundo Fundo Fundo Fundo Fundo

Internacional: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 10248-2 Continental: B. Itaú: Agência 0198 conta – c/c: 06611-0 Templo do Chile: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 9229-0 Dotações: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 16709-6 Novos Templos: B. Itaú: Agência: 0198 – c/c: 04214-5


Onde Brilha a Luz

a FÊ Bahå’í na AmÊrica Latina

E

m 2001, na mensagem do RidvĂĄn, a Casa Universal de Justiça disse: “Quando da conclusĂŁo do Templo MĂŁe do Ocidente, o GuardiĂŁo deu inĂ­cio a um programa de construção de templos continentais. Os primeiros foram os Mashriqu’l-Adhkars em Kampala, Sydney e Frankfurt que foram construĂ­dos em cumprimento as metas do Plano de 10 Anos. A Casa Universal deu continuidade a esse programa com a construção dos Templos nas cidades do PanamĂĄ, Ă pia e Nova Delhi. Mas esta fase continental tem que ser ainda completada: mais um edifĂ­cio precisa ser construĂ­do. É com profunda gratidĂŁo e alegria que anunciamos neste momento auspicioso a decisĂŁo de continuar com este Ăşltimo projeto. Durante o Plano de 5 Anos terĂĄ inicio a construção do Templo MĂŁe da AmĂŠrica do Sul, em Santiago, Chile. Começa e, desta forma, cumprindo um desejo claramente expresso por Shoghi Effendi.â€? Foi entĂŁo que Daniel Duhart, Helen Mirkovich e Jairo RoldĂĄn (trĂŞs bahå’ís latino-americanos) decidiram preparar o livro “Onde Brilha a Luzâ€?. A motivação foi o ensino da FĂŠ impulsionado pela construção do Templo MĂŁe da AmĂŠrica Latina, no Chile. Eles propuseram compartilhar a FĂŠ de maneira mais clara possĂ­vel como resposta ao interesse de muitos chilenos e de pessoas do resto do continente, em conhecer a FĂŠ, nossas origens e nossos propĂłsitos. “O resultado foi que eles elaboraram um excelente livro! O mais moderno que temos em termos de apresentação da FĂŠ e do funcionamento da Comunidade Bahå’íâ€?, afirma Ceres AraĂşjo, tradutora da obra para

DANIEL DUHART, HELEN MIRKOVICH-KOHM, JAIRO ROLDĂ N

nso e po-

NÂş 38 | julho - setembro de 2014

Editora Bahå’í

ONDE BRILHA A LUZ

Ă­cio para emplo-mĂŁe tal bahå’’í. å’’í, um de ahå’’ís, deação deste mais clara os –– a releo em que ando qual ganizam, americana

16

A FÊ Bahå’’í na AmÊrica Latina

78-85-320-0279-2

532 002792

.br

o portuguĂŞs. Embora o livro tenha sido motivado pela construção do Templo, ĂŠ uma Ăłtima opção de indicação para os amigos, como uma primeira leitura dos Escritos da FĂŠ, jĂĄ que as explanaçþes sobre os temas apresentados sĂŁo seguidas de citaçþes das Escrituras, que colocam o leitor em contato direto com a fonte. O livro destaca as propostas sociais da FĂŠ, de construção de uma nova civilização e como cada pessoa pode se unir com os bahå’ís em nos esforços de transformar o mundo em que vivemos. “Onde Brilha a Luzâ€? ĂŠ dividido em 4 partes, onde sĂŁo tratados: 1- A questĂŁo da justiça e da unidade, o processo de transformação, o papel da religiĂŁo e a meta da Paz Mundial; 2- Os Ensinamentos espirituais: o sentido da vida, a vida da alma, os requisitos para o avanço espiritual e material da civilização, e as leis, a natureza das leis espirituais; 3- Fonte de Guia: as trĂŞs Figuras Centrais da FĂŠ, o GuardiĂŁo como o construtor da Nova Ordem e a Casa Universal de Justiça; 4- O Funcionamento da Comunidade Bahå’í atual, os trĂŞs protagonistas do Plano, a Consulta como mĂŠtodo de decisĂľes coletivas, a resposta da AmĂŠrica Latina Ă FĂŠ e as Casas de Adoraçþes Bahå’ís. O Ăşltimo capĂ­tulo fala da importância dos Mashriqu’l-AdhkĂĄrs (Casas de Adoração Bahå’í em Ă rabe). Eles nĂŁo somente sĂŁo lugares de adoração a Deus como tem tambĂŠm função social.

Autores: Daniel Duhart, Helen Mirkovich e Jairo RoldĂĄn Idioma: PortuguĂŞs Editora Bahå’í do Brasil ISBN: 978-85320-0279-2 Edição: 1ÂŞ Ano de Lançamento: 2013 NĂşmero de pĂĄginas: 192 Preço: R$ 30,00

No ano de 2010, a Casa Universal de Justiça, ĂłrgĂŁo administrativo mĂĄximo da FĂŠ Bahå’í, anunciou ao mundo bahå’í que o tempo era propĂ­cio para entrar na etapa de construção, em Santiago do Chile, do templo-mĂŁe sul-americano, designado como o Ăşltimo templo continental bahå’í. Como resposta, os bahå’ís do mundo se levantaram a colaborar de formas distintas com a comunidade bahå’í chilena nesta grande empreitada da construção do templo. Desta forma, desde o seu inĂ­cio em 2001, trĂŞs latino-americanos seguidores da FĂŠ Bahå’í, um de origem catĂłlica e dois nascidos e educados em famĂ­lias bahå’ís, decidiram tomar para si esta iniciativa de tanta transcendĂŞncia, empreendendo a preparação deste livro, Onde Brilha a Luz: A FĂŠ Bahå’í na AmĂŠrica Latina. O que se propuseram foi compartir suas crenças da maneira mais clara possĂ­vel como resposta ao interesse de muitos chilenos e de pessoas do resto do continente em conhecer diretamente dos bahå’ís – quais suas origens, suas crenças e seus propĂłsitos – a relevância de suas propostas sociais para o momento histĂłrico em que vive a humanidade, e como unir-se a seus esforços. Mostrando qual a maneira de levarem a cabo suas atividades e como se organizam, informando qual ĂŠ a posição da comunidade bahå’í latino-americana no contexto mundial.

-

25/03/13 14:51

Com o título do livro se quer indicar não só o intenso e potente esplendor da luz solar no trópico latino-americano, que se transforma na magnífica e, às vezes, aterradora exuberância da selva amazônica, como tambÊm a luz da espiritualidade que brilha nos coraçþes daqueles que estão conectados com Deus, essa luz que emana de qualquer atividade executada por pessoas de boa vontade que busca o bem comum e, finalmente, a luz que emanarå do templo-mãe da AmÊrica do Sul.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.