PERNAMBUCO
AMAZONAS
PIAUÍ
INICIATIVA:
geodinâmica
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
PALMAS
MARANHÃO
geodinâmica
PARÁ
ALAGOAS
TOCANTINS
MACEIÓ
SERGIPE ARACAJU
DISTRITO FEDERAL
GOIÁS CUIABÁ
BRASÍLIA
GOIÂNIA
ISBN 978-85-63222-22-0
BOLÍVIA MATO GROSSO DO SUL
9
788563 222220
BAHIA, BRASIL
MATO GROSSO
V I DA , NAT U REZ A E S O C I EDA D E
TOCANTINS
BAHIA SALVADOR
GOIÁS
MINAS GERAIS
BAHIA, BRASIL VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
CACHOEIRA DO MOSQUITO – LENÇÓIS, BAHIA, BRASIL
FOZ DO RIO UNA – UNA, BAHIA, BRASIL
BAHIA, BRASIL VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
A ciência na formação cidadã N
este livro, a ciência está por toda parte. E com ela entendemos o mundo de modo mais claro, nos tornando melhores cidadãos. Abaixo, o secretário da Educação da Bahia, Osvaldo Barreto Filho, fala sobre a edição deste material, parte integrante do Programa Ciência na Escola (PCE).
Qual é o principal valor do PCE? É o incentivo para que os alunos gostem de aprender sobre os conhecimentos científicos, utilizando-os para estabelecer relações entre o mundo, o cotidiano e o cuidado com a natureza. Por que o livro foi concebido de maneira a contex tualizar a realidade da Bahia? O principal motivo é fazer um livro regionalizado, totalmente ligado à realidade do estado. Aprender sobre o solo, a vegetação, a hidrografia, a história e a cultura faz mais sentido se falarmos da própria Bahia. Assim, o estudante se apropria melhor do conhecimento científico e associa esse conhecimento a questões como o bem-estar, o desenvolvimento econômico e os problemas que ele gera. Que resultados a Secretaria da Educação da Bahia espera alcançar com esse Programa? Sem dúvida, nosso maior objetivo é que o estudante domine os conceitos científicos que explicam as dinâmicas da natureza e os impactos do homem sobre ela. Outro objetivo é que haja uma nova forma de ensino de Ciências, tanto na escola quanto na formação dos professores.
Como os professores serão beneficiados com essa ini ciativa? Os professores são cuidadosamente preparados para entender o livro e sua metodologia, e também para aplicar tudo isso em sala de aula. O foco é despertar o senso de pertencimento à Bahia, compreendendo cada vez mais seus fatores naturais, a ocupação de seu território e as etnias do povo baiano.
“
Aprender sobre o solo, a vegetação, a história e a cultura faz mais sentido se falarmos da própria Bahia
”
osvaldo barreto filho secretário da educação
Qual sua mensagem para os leitores do livro? Queremos ter, na rede estadual de educação, um ensino de Ciências da Natureza voltado para uma formação cidadã, que dá autonomia às pessoas. A ciência é um produto social, que pode ser apreciado por todo mundo! Isso é essencial para levarmos em conta sua importância, seja na escola, seja na vida coletiva.
Aprender para ir além O
que aprendemos na escola pode nos ajudar a mudar o mundo. Foi com base nessa ideia que a professora Sueli Angelo Furlan coordenou a produção de conteúdo deste livro. Abaixo, ela conta um pouco mais sobre esse aprendizado que tem o poder de transformar. Como foi produzir Bahia, Brasil: Vida, Natureza e Sociedade? A preocupação maior foi: o que desejamos oferecer aos alunos leitores do livro? Pensamos nos alunos deste estado tão emblemático no país, tão rico e sociodiverso, e isso nos inspirou a comunicar com entusiasmo. Qual é a metodologia usada na elaboração do livro? Mundo, Ambiente, Pertencimento e Ação (Mapa) traduzem uma proposta pedagógica. Em outras palavras, significa aprender para ser, viver e agir. É também construir uma leitura crítica do lugar onde se vive, estimulando a formação de sujeitos ecológicos, comprometidos com sua realidade. Por que é importante ter um material voltado para a realidade da Bahia? É difícil encontrar livros escolares que se dediquem a realidades locais. Mais rara ainda é a abordagem multidisciplinar que coloca no centro de sua preocupação o protagonismo do aluno. As propostas pedagógicas do livro do professor e o trabalho de formação dos professores associado ao livro do aluno criam uma ação completa, pois o material é um dos eixos desse processo pedagógico mais amplo.
O livro não é dividido em disciplinas específicas. Por quê? Porque nem o mundo nem o lugar se apresentam divididos em disciplinas. Não partimos da especialização dos campos de conhecimento. Partimos das questões que estão postas na vida. Mas é evidente que queremos o conhecimento construído pelo saber científico sempre dialogando com os conhecimentos locais que nos ajudam a explicar o mundo.
“
Uma experiência escolar pode mudar uma pessoa! Eu mudei com minha escola
”
prof a dr a sueli angelo furlan coordenadora de conteúdo
Como o livro pode nos ajudar a mudar nossa realida de? Uma experiência escolar pode mudar uma pessoa! Eu mudei com minha escola. Sabemos da importância da experiência de viver o processo escolar. Ele deve ser enriquecedor, planejado pelos educadores, valorizando a liberdade de aprender de modo interessante, com boas propostas para instigar o aluno. Assim, estaremos colaborando e fazendo avançar a compreensão que temos dos fenômenos naturais, sociais e culturais. Isso pode nos levar ao infinito e além!
Tire a limpo O SEU LIVRO APRESENTA MUITAS LINGUAGENS. ENTENDA COMO LER CADA UMA DELAS
SEU LIVRO COMO LER
O
6
mundo em que vivemos é grande, e você faz parte dele. É o planeta, e é também a rua de sua casa... É isso o que o livro Bahia, Brasil: Vida, Natureza e Sociedade quer mostrar. Sentir-se parte do planeta e do local onde moramos é fundamental. Se nos dedicarmos a estudar, pesquisar e descobrir como funcionam a sociedade e a natureza, saberemos como cuidar melhor de onde vivemos. É exatamente por essa razão que uma equipe de geógrafos, biólogos, químicos, físicos, educadores, jornalistas, fotógrafos, designers e ilustradores assumiu a missão de pensar no conteúdo e na linguagem deste livro. Cada um teve um papel específico: educadores e cientistas definiram o conteúdo; os fotógrafos capturaram com olhar perspicaz as paisagens, a arquitetura e os retratos da gente baiana; os designers, por sua vez, criaram ilustrações que, somadas aos textos dos jornalistas, se tornaram infográficos – uma forma interessante de explicar temas aparentemente complicados. A cada página, textos e imagens vão surpreendê-lo com um conteúdo riquíssimo para sua vida e para seu futuro. A seguir, conheça os recursos à disposição neste livro e saiba como ler os diferentes tipos de linguagem. Use este material em sala de aula, converse sobre o conteúdo com seus colegas, leia-o em casa para sua família. Partilhe o que você aprendeu. Aprenda com os outros. Isso é bom demais!
TEXTOS TÍTULO
1
É o “nome” do texto, que já indica qual o assunto a ser abordado nele LINHA FINA
Frase curta que apresenta e resume o conteúdo a ser tratado ao longo do texto TEXTO
2
Conjunto de palavras escritas que formam uma narrativa sobre determinado assunto GLOSSÁRIO
Reúne termos técnicos ou científicos presentes nos textos. Estão grifados e são explicados no glossário ( pág. 126)
3
SIGLAS E ABREVIATURAS
Siglas são letras iniciais de um nome com duas ou mais palavras. Abreviatura é a forma reduzida de uma palavra (pág. 128) COLABORAÇÃO
O conteúdo de cada prancha é elaborado com a colaboração de especialistas que foram entrevistados e depois validaram o resultado final
GRÁFICOS Muitas vezes, os números podem ser melhor visualizados através de gráficos de diferentes tipos. No de colunas 1 é possível fazer comparações; no de “pizza” 2 , visualizar proporções; e o de linhas 3 retrata a evolução de um fenômeno ou indica uma tendência 1 Saneamento
90,4% 3 Escolaridade 90,4% BR
2 PIB Bahia (setores)
86,4% 86,4% 86,4%
7,5% 7,5% 56,5% 56,5% BR BR
c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP
FOTOS Podemos ver as coisas a partir de várias perspectivas. Olhar de cima, de lado; de perto, de longe; focado, desfocado... As fotografias também podem ser feitas de muitas formas. Veja estes exemplos: foto noturna 1 , retrato 2 e panorâmica 3
37,4% 37,4% BA BA
61,8% 61,8% BR 56,5% BR BR
47,7% 47,7% BA BA 37,4%
7,5%
47,7%
76,8%
BA 83,4%
BA
BA
26 26% 26% 2626% 26
BA
BA
66,5% 66,5%66,5% 2000 2000
Agropecuária
76,8% 76,8%
BR83,4%
Indústria Indústria Indústria
61,8% BR
Agropecuária Agropecuária
BR
90,4% 83,4%
2000
2010 2010
Serviços Serviços Serviços
2000
2000 2000
2010
28
28
BR
27 BA
2010
20102010
MAPAS
Boa V ista Linha do E q u ad o r
Arquipélago de S. Pedro e S. Paulo
AMAPÁ
RO R AIMA
Macap á
Belém
NORTE E ESCALA
AMAZO NAS
FONTE
Rio Branco
ACRE
±
CEAR Á
RIO G R ANDE DO NO RTE Nat al
Palmas
Port o Velho
MATO GR O SSO
GO IÁS
MATO GR O SSO DO SU L Camp o Grand e
SER G IPE Salv ad o r
SÃO PAU LO
Su d es te
São Paulo
ESPÍRITO SAN TO
RIO DE JAN E IR O
Rio d e Janeiro
Trópi co de
Sul
SANTA CATAR INA
RIO G R ANDE DO SU L
IMAGENS DE SATÉLITE Satélites artificiais são máquinas colocadas em órbita ao redor da Terra. Por meio da radiação eletromagnética, captam imagens, que são enviadas a estações receptoras. Depois de processadas, as imagens nos permitem ver como é a Terra a partir do espaço
Vitó ria
Curit ib a
Limites regionais
Ilha de Trindade e Arquipélago de Martim Vaz
Belo Ho rizo nte
PAR ANÁ
Capitais estaduais
Florianó p olis
Capr icórn io
Port o Alegre
Limite nacional
30°S
BAH IA
MINAS GERAIS
Goiânia
Cap ital nacional
OCEANO ATLÂNTICO
Zona Econômica Exclusiva 75°O
Maceió
ALAG O AS
Brasília
Cuiab á
LEGENDA
Recife
Aracaju
DISTR ITO FEDER AL
Centro-Oes te
Quilômetros
Nordes te
TO CANTINS
RO NDÔN IA
João Pessoa
PAR AÍBA PER NAMBU CO
520
LEGENDA
Indica a instituição que fez a pesquisa e o ano em que a informação foi publicada
PAR Á
PIAU Í
O norte indica a posição da figura em relação aos pontos cardeais. A escala gráfica mostra a extensão da realidade representada Informa o que significa cada elemento gráfico presente no mapa
Arquipélago de Fernando de Noronha
Fo rt aleza
Nor te
MAR ANH ÃO Teresina
15°S
Linhas imaginárias que dividem a terra vertical e horizontalmente. Permitem localizar qualquer ponto do planeta a partir do cruzamento de duas linhas
São Luí s
Manaus
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
60°O
45°O
30°O
F O N T E : IBGE, 2010
INFOGRÁFICOS Resultado da combinação de imagem com texto, os infográficos facilitam a compreensão de assuntos com o auxílio de recursos visuais
ILUSTRAÇÕES É um recurso visual (desenho, pintura, figura, ou várias dessas técnicas juntas) utilizado para esclarecer ou complementar o conteúdo de um texto
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
0°
Os mapas trazem informações sobre o território. Mas para ler e interpretá-los é importante entender alguns elementos da linguagem cartográfica, tais como:
7
NATUREZA
VIDA SEU LIVRO Como ler pág. 6
BIODIVERSIDADE América do Sul Domínios de natureza pág. 24
LUZ SOLAR Fotossíntese pág. 10
FOTO-LEGENDA
SUMÁRIO
A vegetação dos nossos vizinhos
MATA DAS ARAUCÁRIAS
MATA ATLÂNTICA
COMPLEXO DO PANTANAL
Também chamada de Mata dos Pinhais. Ocorre em clima subtropical e tropical de altitude e possui plantas coníferas, como o pinheiro-do-paraná (araucária)
Possui mais de 20 mil espécies de plantas – desde as maiores, como o jequitibá, até menores, como a jabuticabeira, que vive na sombra do bosque
No cenário alagado coexistem espécies do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia. É característica do ecossistema a grande diversidade de animais
CORPO HUMANO O corpo trabalha pág. 12
Unidades de Conservação pág. 30
CAATINGA
CAMPINARANA
CERRADO
Composta de espécies resistentes à seca, como os cactos. As plantas costumam ter poucas folhas, raízes profundas e espinhos
A região possui solos pobres e ruins para a agricultura, com árvores baixas e troncos finos, gramíneas e arbustos
Tipo de savana, com gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte, retorcidas e com flores vistosas, como as do pequi
Vida moderna pág. 16
Territórios de identidade pág. 52
10°0'S
15°0'S
Extinção pág. 32
± 70 Quilômetros
45°0'O
SAVANA
MOBILIDADE Deslocamentos pág. 62
Vegetação pág. 34
POPULAÇÃO DE OBESOS Brasil
40°0'O
20°0'S
A região de Los Llanos, na Venezuela, é caracterizada por superfície de relva (rasteira), muito semelhante à do Cerrado
O AUMENTO DA OBESIDADE De acordo com estimativas da OMS, em 2015 o mundo terá aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso – desses, 700 milhões de obesos
17%
BAHIA
ALTIPLANOS
Nas áreas planas da Cordilheira dos Andes (da Venezuela até a Argentina), a vegetação é rasteira e resistente ao frio
VOCÊ ESTÁ AQUI! Fisiologia pág. 14
ELETRICIDADE Noite no planeta pág. 50
PERNAMBUCO
Salvador
14%
CAMPOS SULINOS
VEGETAÇÃO LITORÂNEA
PATAGÔNIA
Os pampas gaúchos são áreas abertas, cobertas por vegetação rasteira de pradaria – gramíneas e poucas árvores
Nas áreas lodosas de manguezal, há plantas com raízes expostas. Já as rasteiras são comuns nas planícies arenosas
Ao sul do continente (no Chile e na Argentina), o clima é semidesértico e frio e há planícies com vegetação rasteira, as tundras
Consumo ideal* Consumo no Brasil
20%
de todos os agrotóxicos produzidos no mundo são consumidos no Brasil
O cérebro e as emoções pág. 18
CONSUMO DE SAL (gramas/dia) Consumo ideal* Consumo no Brasil
5g
Aumento do mercado de agrotóxicos nos últimos 10 anos
93% Média mundial 190% Brasil
12g
Manejo sustentável pág. 38
Química do amor pág. 20
CARTOGRAFIA Desenho do espaço pág. 40 GOIÁS
PIAUÍ
MUNDO
S GOA ALA
Conexões globais pág. 64
USO DA TERRA Bahia pág. 66 RELEVO
Compartimentos pág. 68 OCEA
GEOGRAFIA DA SAÚDE Cuidados pág. 22
TINS
século 20
TOCA N
SUMÁRIO ÍNDICE TEMÁTICO
8.000 a.C.
AMAZÔNIA Impactos ambientais pág. 36
IPE
CONSUMO DE AÇÚCAR (gramas/dia)
27g 150g
MATA DOS COCAIS
Vegetação formada principalmente por diversas espécies de palmeiras, como o babaçu, o buriti e a carnaúba
SERG
(32,8 milhões (382 mil de pessoas) pessoas)
O
Menos de
1% 3%
TIC
Consumo no Brasil
NO A TLÂ N
CONSUMO DE GORDURA TRANS (do total de calorias consumidas/dia) Consumo ideal*
8 ZOOM
MINAS GERAIS
Da Bahia ao universo pág. 42
ESPÍRITO SANTO
SOCIEDADE CLIMA
ENERGIA
Atmosfera pág. 70
SAIBA MAIS
Primeiros habitantes pág. 102
Matriz brasileira pág. 84
RR
Referências bibliográficas Estrutura setorial do PIB Bahia pág. 122
AP
Agropecuária
Alternativas renováveis pág. 86
AM
População negra pág. 104 AC
MA
PA
CE PI
TO
RO
BA
MT GO
ES
MS
SOLO
Qualidades e problemas pág. 88
SP
CULTURA LEGENDA Povo brasileiro PIB das Unidades pág. 106 da Federação
ÁGUA
Vida no sertão pág. 76
LIXO
RS
LEGENDA
Brasil (BR)
Recursos hídricos pág. 78
(BA)
67% BA
Rio São Francisco pág. 80 51% BA
43%
9%
28 BR
BR
32% BR
8,9%
27 22
8,5% BA
17
7,4%
BR
BR
1991
2010
2000
2010
20003
BA
2009
Entre 48,9 e 69,1
Entre 6,9 e 18,1
Entre 19,7 e 48,8
RR
BR
47,7% BA
2010
POPULAÇÃO Demografia pág. 96
2000
!
!
!
!
Municípios mais populosos
População total por município (número de habitantes) Acima de 500.000 Entre 150.001 e 500.000 Entre 75.001 e 150.000 Entre 20.001 e 75.000 Até 20.000
!
BA
MT GO
!
2010
ES
LEGENDA IDHM dos municípios da Bahia Entre 0,65 e 0,690
Entre 0,490 e 0,540
Entre 0,600 e 0,640
Desde o nascer pág. 116 DIVISÃO DE PODERES Brasil pág. 118 SÍMBOLOS Hinos e bandeiras pág. 120
1,0 0,8 0,7 0,6 0,5
Noruega (maior do mundo) 0,955 Brasil 0,730 Bahia 0,660 Níger (menor do 0,304 mundo)
MUITO BAIXO
Entre 0,630 e 0,650
DIREITOS
Serviços
SC RS
Entre 0,651 e 0,700
OCEANO
Linha do tempo pág. 100
BAIXO
Entre 0,701 e 0,750
ATLÂNTICO
HISTÓRIA Arqueologia pág. 98
MÉDIO
RJ
Entre 0,550 e 0,590
± 110
ALTO
Entre 0,70 e 0,760
!
Quilômetros
MUITO ALTO
DF MG
LEGENDA
IDH das Unidades Patrimônios da Federação pág. 114
Indústria
Compare os IDHs
RN PB PE AL SE
PR
!
!
LEGENDA
CE PI
Acima de 0,751
BA
2000
MA
TO
SP
61,8%
Agropecuária
AP
PA
RO
BA
BR
5,5%
Siglas e abreviaturas 27,5% pág. 128 67%
MS
56,5% INDICADORES Dados sociais37,4% pág. 94
!
Entre 69,2 e 122,9
Entre 18,2 e 49,3
Mapa literário pág. 112
83,4%
76,8%
BA
Entre 113 e 208,9
AM
BR
86,4%
Entre 209 e 38.819,5
Entre 111,4 e 263,7
AC
Estrutura setorial do PIB Brasil
Quilômetros
Entre 263,8 e 462,4
Serviços
150
(em milhões de reais)
Entre 49,4 e 111,3
Pessoas e vidas pág. 110
SUSTENTABILIDADE No cotidiano pág. 92 90,4%
Bahia
PIB dos municípios da Bahia
780 Quilômetros
Povos da Bahia pág. 108
Para onde vai pág. 90
Glossário pág. 126
SC
1.349
Indústria 26%
66,5%
RJ
PR
(em bilhões de reais)
7,5%
Índices e créditos pág. 124
DF MG
Semiárido pág. 74
RN PB PE AL SE
0
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Oceanos pág. 72
9
VIDA
Energia da vida
LUZ SOLAR
GRAÇAS À FOTOSSÍNTESE, A ENERGIA DO SOL SE TORNA DISPONÍVEL PARA TODOS OS SERES VIVOS
LUZ SOLAR FOTOSSÍNTESE
A
10
energia que utilizamos para viver está nos alimentos que consumimos. Mas você já parou para pensar de onde ela veio? A resposta é simples: a maior fonte é o Sol. Mas como a luz solar vem parar no nosso corpo? Afinal, se ficarmos deitados ao Sol, o máximo que vamos conseguir é um bronzeado ou, pior, uma insolação! Quem disponibiliza essa energia para nós são os vegetais. Eles têm a capacidade de absorver a energia luminosa do Sol e, por meio da fotossíntese, transformá-la em um tipo de energia que outros seres vivos podem utilizar. No século 18, o químico francês Antoine-Laurent de Lavoisier afirmou que “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Com a energia é assim. A partir do momento em que a radiação solar entra na atmosfera e é absorvida pelas plantas, ela começa a se transformar ao longo da cadeia alimentar. A energia absorvida pelos vegetais fica contida em um tipo de molécula chamada glicose. Quando consumidores primários comem partes da planta, absorvem a glicose. E, quando eles servem de alimento para um consumidor secundário, a energia é passada adiante. Só os vegetais conseguem fazer fotossíntese, aproveitando a energia luminosa do Sol, abundante e gratuita, para manter a vida na Terra. E não são só as plantas terrestres que fazem esse processo – é nos oceanos que ocorre a maior parte da fotossíntese, através de plantas aquáticas e algas. c o l a b o r a ç ã o Célia Senna, doutora em Biologia Molecular pela UnB; e Fátima Valente Roberti, bióloga, chefe da Divisão de Ensino e Divulgação da Fundação Parque Zoológico de São Paulo
GÁS CARBÔNICO
GÁS CARBÔNICO
OXIGÊNIO
ESTÔMATO Os estômatos são células presentes nas folhas, onde é feita a troca gasosa entre a planta e a atmosfera. Eles também regulam a quantidade de água na planta através da evapotranspiração – liberação de vapor d'água FOTOSSÍNTESE
A fotossíntese acontece no cloroplasto, que fica dentro das células vegetais. É lá que a luz do Sol é absorvida e usada para transformar a água (absorvida pelas raízes) e o gás carbônico (capturado pelas folhas) em glicose – onde fica guardada a energia que será utilizada pela própria planta ou por outros seres vivos. A fotossíntese também libera moléculas de oxigênio, que são devolvidas à atmosfera
GÁS CARBÔNICO (C02)
ÁGUA
CLOROPLASTO
GLICOSE (C6 H12 O6)
ÁGUA (H20)
LUZ SOLAR
OXIGÊNIO (02)
Fluxo de energia
Quanto mais é usada, menos fica disponível No exemplo, a planta (produtor) armazena energia na glicose, utiliza parte para a própria manutenção e disponi biliza o restante. Depois, formigas (consumidor primário) se alimentam das plantas; o tamanduá (consumidor se cundário) come as formigas; e a onça (consumidor terciá rio), o tamanduá. Cada um gasta parte da energia assimi lada e deixa outra parte para os demais.
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
A seta luminosa da ilustração representa o fluxo de ener gia ao longo da cadeia alimentar, que vai passando de um ser vivo para outro. Percebeu que ela vai diminuindo de largura? Isso acontece porque, depois de se alimentarem, os seres vivos gastam energia para se movimentar e res pirar, entre outras funções vitais, deixando uma quantida de menor disponível para seu predador.
11 11
RESPIRAÇÃO
Todos os seres respiram – inclusive as plantas. Não estamos falando da respiração pulmonar, mas da respiração celular, que, na maioria dos seres vivos, é realizada em uma organela chamada mitocôndria. É nela que a glicose, associada ao oxigênio, sofre transformações que provocam a liberação de energia, além de água e gás carbônico
OXIGÊNIO (O2)
ENERGIA
ÁGUA (H20)
GÁS CARBÔNICO (C02)
GLICOSE (C6 H12 O6)
MITOCÔNDRIA
Em movimento
no emprego, na escola ou na praia, estamos trabalhando e gastando energia o tempo todo
CORPO HUMANO O CORPO TRABALHA
Q
12
uem disse que trabalho é coisa só de adulto? Na verdade, a gente já nasce trabalhando. E não para nunca! Quando levantamos da cama, ajudamos nas tarefas domésticas, carregamos uma mochila, estudamos... Até quando respiramos o nosso corpo trabalha. É que a palavra trabalho pode se referir a um emprego, serviço ou tarefa, mas também é um conceito da Física que nos ajuda a calcular quanta energia é necessária para executar uma atividade qualquer. Por exemplo, tirar uma cadeira do lugar. Para deslocá-la de um ponto a outro, precisamos erguê-la ou empurrá-la. Nesse caso, o trabalho é o resultado da força utilizada para mover o objeto, multiplicada pela distância percorrida por ele. Ou seja: basta você chutar uma bola ou apertar o botão de um videogame para realizar um trabalho. Se nosso corpo trabalha o tempo todo, ele tam bém gasta energia sem parar – inclusive quando a gente descansa. Sim, porque o coração continua batendo mesmo quando estamos dormindo, certo? Então, há um gasto involuntário de energia aí. O mesmo vale para todos os órgãos e para cada célula do nosso organismo. A gente nem percebe, mas milhões de ações e reações estão acontecendo no corpo a todo instante, 24 horas por dia. Tanto faz se estamos num escritório, numa lavoura, na sala de aula ou na praia. Trabalho e gasto de energia são duas constantes da vida, independentemente do esforço físico ou intelectual que se faça. c o l a b o r a ç ã o Gustavo Isaac Killner, físico e pedagogo, professor do Instituto Federal de São Paulo
Força aplicada Todo trabalho envolve força e deslocamento Na Física, usamos uma série de conceitos para compreender os movimentos que estão ao nosso redor. Essa disciplina nos ensina que o trabalho é resultado da aplicação de uma força sobre um objeto qualquer, desde que ela produza um deslocamento. Podemos chamar de força todo agente físico capaz de colocar um corpo em movimento, alterar sua velocidade ou mesmo modificar sua forma. Quanto maior a massa de um corpo, maior a força necessária para deslocá-lo
MENTE ALERTA
Há vários trabalhos envolvidos no simples ato de tocar violão: executar os acordes, manter o ritmo, lembrar a sequência. Tocar um instrumento demanda atividade cerebral e gasto de energia FORÇ A
FORÇAS OPOSTAS
Quando recolhe sua rede, o pescador está executando um trabalho. Enquanto ele faz força para puxar a rede, tem de vencer a força oposta, representada pela resistência da rede, dos peixes, da água etc. A cada puxada, o pescador joga seu corpo para trás e seus músculos se contraem. Isso implica um grande gasto de energia
DO PE
SCAD
OR
FORÇ A
DE RE
SISTÊ
NCIA
Energia
Princípios aplicados
Sem ela a gente nem conseguiria respirar
Ferramentas simples facilitam nossa vida
O organismo transforma em energia grande parcela do que comemos. Parte é usada para manter as funções vitais do corpo e outra é armazenada – principalmente nos músculos, no sangue e no fígado. Ao executar uma tarefa que envolva esforço físico ou mental, essa energia entra em ação. Sob a ótica da Física, portanto, a energia está associada à capacidade que temos para realizar um trabalho ou mesmo para modificar o estado físico de um corpo ou substância
Compreender alguns princípios físicos pode ajudar a realizar tarefas com menos esforço. Já dizia o físico Arquimedes, no século 3 a.C.: “Dê-me um ponto de apoio e moverei a Terra”. Trata-se do princípio da alavanca, que permite realizar um trabalho aplicando menos força. Veja abaixo outros exemplos
EM AÇÃO
PLANO INCLINADO O CORPO NÃO PARA
Mesmo em repouso, nosso corpo consome, no período de um dia, o equivalente à energia de uma lâmpada de 100 W. Afinal, cérebro, pulmões, coração e outros órgãos trabalham sem parar
Permite fazer menos força para erguer objetos. O vendedor de sorvete, por exemplo, recorre ao plano inclinado (uma rampa) para tirar o carrinho da praia sem ter de suspendê-lo
As roldanas facilitam o trabalho de içar as velas do barco. Elas combinam cordas com polias, que dividem a força aplicada em vários elementos. É como se muitas pessoas estivessem executando a tarefa em vez de uma só
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
ROLDANAS
Atividade física intensa, a capoeira demanda bastante energia. Sem contar o trabalho mental envolvido – o jogo requer estratégia e raciocínio rápido
13
ALAVANCA
Formada por uma barra e um ponto de apoio que funciona como eixo, a alavanca potencializa a força. É um dos princípios da Física mais comuns no cotidiano – empregado, por exemplo, quando se utiliza um remo
CORPO HUMANO FISIOLOGIA
2 ESTÔMAGO Digere o que comemos graças à ação do suco gástrico, um líquido ácido e rico em enzimas. No estômago são processadas, principalmente, as proteínas ESÔFAGO
ESTÔMAGO
Processo que transforma alimentos em nutrientes
Os dentes trituram o alimento e as enzimas da saliva iniciam a digestão, quebrando as moléculas de amido (presentes em pães, batata, mandioca, arroz...)
1 BOCA
Auxilia na digestão, regula a temperatura do corpo e ajuda a eliminar toxinas. O consumo diário de um adolescente deve ser, em média, de quatro a seis copos de 250 ml
ÁGUA
c o l a b o r a ç ã o Mônica Portela, professora da Escola de Nutrição da UFBA
Os nutrientes presentes nos alimentos podem ser divididos em grupos funcionais, pois possuem funções específicas. Há os carboidratos (também chamados de açúcares), as proteínas, os lipídios (ou gorduras), as vitaminas e os sais minerais. Sem contar a água, que é indispensável para o nosso bem-estar. Tudo que ingerimos segue um caminho próprio dentro do corpo até se transformar em moléculas funcionais – compostos químicos necessários à manutenção do nosso organismo. Esse processo de transformação começa na boca, passa pelo estômago e pelo intestino; nesse caminho, os nutrientes são absorvidos e lançados na corrente sanguínea.
Digestão
omer abóbora ou cenoura faz bem para a vista. Sabe por quê? Porque esses alimentos são ricos em betacaroteno, uma substância que, processada pelo organismo, vira vitamina A – importante para o correto funcionamento da retina. Esse é apenas um dos exemplos que demonstram como a nossa saúde depende do que a gente come. Cada tipo de alimento fornece uma ou mais substâncias que mantêm o nosso corpo sempre bem. Um dos segredos para ter uma vida saudável, por tanto, é manter uma alimentação balanceada, que inclua alimentos variados e na medida correta, sem exageros. Um prato com ingredientes bem coloridos já é um bom sinal: indica que você está comendo de tudo um pouco – e você só tem a ganhar com isso.
C
NOSSA SAÚDE DEPENDE DOS ALIMENTOS QUE CONSUMIMOS, DAÍ A IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA BALANCEADA
Você tem fome de quê?
14
Sua falta pode provocar...
Características de cada tipo de nutriente
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Deficiências nos ossos, nos músculos, no sangue, no funcionamento de órgãos vitais e no sistema nervoso Dificuldade para metabolizar proteínas, carboidratos e lipídios. Pode provocar osteoporose, anemia e problemas de visão Perda da capacidade de processar as vitaminas A, D, E e K, que são absorvidas pelo organismo apenas na presença de gordura Anemia, desnutrição, perda de massa muscular, fraqueza, insuficiência hepática e diferentes problemas de digestão
Cansaço, perda excessiva de peso e de massa muscular, redução da capacidade de raciocínio e alterações de humor
SAIS MINERAIS
Fazem o transporte de oxigênio e estão presentes na estrutura de ossos, dentes, músculos e sangue. Também regulam o metabolismo e devem ser ingeridos, já que o corpo não os produz
Regulam o metabolismo e ajudam a prevenir doenças. A única vitamina que nosso corpo é capaz de produzir é a D, por isso precisamos ingerir todas as outras na forma de alimentos
LIPÍDIOS
Fornecem energia e ajudam na absorção de vitaminas solúveis em gordura, entre outras funções. Presentes em óleos, castanhas, abacate, coco, derivados do leite etc.
CARBOIDRATOS
Também chamados de açúcares, são a nossa principal fonte de energia. Estão presentes em alimentos bastante consumidos, como: arroz, pão, batata, mandioca e massas
VITAMINAS
Diuréticas, essas frutas ajudam a eliminar toxinas e combatem a gordura localizada
MELANCIA E ABACAXI
Evitam lábios rachados porque contêm vitamina B2, que ajuda na reparação de tecidos
RÚCULA E COUVE
Mantêm o cabelo bonito porque são duas excelentes fontes de proteína, principal componente dos fios
OVO E FEIJÃO
Fazem bem para a pele porque são ricos em ácido fólico, um regenerador celular
LARANJA E PEPINO
Exemplos de alimentos que ajudam a cuidar da beleza
Bem na foto
PROTEÍNAS
Grupos funcionais
INTESTINO GROSSO
INTESTINO DELGADO
FIBRAS
Presentes em cereais, raízes, frutas e verduras, não são absorvidas pelo organismo. Porém são fundamentais, pois estimulam a movimentação do intestino e a multiplicação de bactérias da flora intestinal
Formam os tecidos do corpo humano e têm papel importante na produção de anticorpos. São abundantes em carnes, laticínios e vegetais leguminosos, como feijão e ervilha
Depois de absorvidos, os nutrientes são lançados na corrente sanguínea para serem transportados para as células de nosso corpo todo
5 SISTEMA CIRCULATÓRIO
Composto de duas partes (grosso e delgado), é um órgão bem importante do sistema digestório: é lá que vários nutrientes são absorvidos
4 INTESTINO
Faz a digestão de lipídios e intensifica a de carboidratos, através da ação de sais biliares e do suco pancreático
3 DUODENO
DUODENO
15
Tempos modernos L
evamos uma vida bem mais prática que a de nossos antepassados, que viveram há milhares anos, no tempo das cavernas. Naquela época, o homem era nômade e precisava caçar para sobreviver. Hoje, basta ir à quitanda ou ao supermercado para comprar alimentos. Esse é um dos muitos benefícios da modernidade. Mas o estilo de vida atual também criou problemas – entre eles, o sedentarismo e a obesidade. Embora não precisemos mais caçar para garantir nosso sustento, o corpo humano continua configura do para acumular energia na forma de gordura, como
nosso estilo de vida proporciona comodidades, mas pode também oferecer riscos à saúde
Alimentação na história
CORPO HUMANO VIDA MODERNA
c o l a b o r a ç ã o Mônica Portela, professora da Escola de Nutrição da UFBA
AÇÚCAR
Fatos que mudaram nossa relação com os alimentos
16
na História Antiga. A diferença é que nossos ancestrais faziam um esforço danado para conseguir comida, gastando muita energia – a gente, nem tanto. Resultado: a humanidade está engordando cada vez mais. A obesidade quase dobrou nos últimos 30 anos e atinge, hoje, cerca de 500 milhões de pessoas no mundo. Junte a isso a quantidade excessiva de sal, açúcar, gordura e conservantes contida nas comidas industrializadas e, pronto: chega-se a um cenário preocupante.
8.000 a.C. CAÇA E COLETA
6.000 a.C. AGRICULTURA E CRIAÇÃO
SÉCULO 18 INDÚSTRIA
SÉCULO 20 REVOLUÇÃO VERDE
O homem das cavernas passava a maior parte do dia à procura de alimentos. Sua dieta era composta basicamente de proteína e gordura animal, além de frutos e raízes silvestres
A humanidade passou a plantar e a criar animais e deixou de ser nômade. Surgiram assentamentos, depois vilas e cidades. Os habitantes ficavam cada vez mais fixos nas localidades
A Revolução Industrial promoveu alimentos processados, enlatados e pasteurizados. Produzidos em larga escala, alimentavam populações cada vez maiores
Para aumentar a produtividade, foi criado um novo modelo de agricultura, com muita monocultura e o uso intensivo de agrotóxicos
O consumo exagerado faz o pâncreas produzir insulina extra, o que pode provocar diabetes. Uma boa alternativa é substituí-lo por frutas, que têm vitaminas e nutrientes
CONSUMO DE AÇÚCAR (gramas/dia)
27g 150g
8.000 a.C.
século 20
Consumo ideal* Consumo no Brasil
Leia sobre alimentação saudável na página 14
Sal, açúcar e gordura podem ser perigosos A humanidade nunca teve ao seu dispor uma variedade tão grande de alimentos quanto hoje. Mas é bom tomar cuidado com as comidas de alto valor calórico e baixo valor nutricional. Para escapar dessa armadilha, é preciso fazer boas escolhas, evitando alimentos industrializados com excesso de sal, açúcar ou gordura e, sempre que possível, optando por aqueles livres de agrotóxicos
Há vários tipos: alguns são importantes para a saúde, e outros, como a gordura trans, podem provocar doenças cardíacas ou neurológicas se consumidos em excesso CONSUMO DE GORDURA TRANS (do total de calorias consumidas/dia)
Consumo no Brasil
Menos de
1% 3%
SAL
CONSUMO DE SAL (gramas/dia)
Consumo no Brasil
Ritmo frenético O corre-corre da vida moderna também pode prejudicar a saúde Hábitos alimentares ruins não são o único problema típico da vida moderna. Falta de atividade física, excesso de preocupações e dificuldade para pegar no sono podem afetar nossa saúde negativamente
Salvador
17%
14%
SEDENTARISMO (32,8 milhões (382 mil de pessoas) pessoas)
Está associado à obesidade, hipertensão arterial, diabetes, ansiedade, colesterol alto e infarto. Segundo a OMS, fazer assiduamente pelo menos 30 minutos de atividades físicas (de intensidade moderada) reduz o risco de doenças cardiovasculares e diabetes
AGROTÓXICOS
Um dos perigos do sal de cozinha é o sódio. Quando usado em excesso, pode provocar pressão alta, problemas nos rins e doenças no coração
Consumo ideal*
POPULAÇÃO DE OBESOS Brasil
GORDURA
Consumo ideal*
O AUMENTO DA OBESIDADE De acordo com estimativas da OMS, em 2015 o mundo terá aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso – desses, 700 milhões de obesos
5g 12g *Recomendado pela OMS
F o n t e s : MS, 2009, 2011 e 2013; Sesab, 2010; Embrapa, 2011
São substâncias usadas para o controle de pragas. No Brasil são utilizadas em excesso por manejo inadequado e falta de fiscalização. Nosso corpo não é capaz de eliminá-las, por isso se acumulam no organismo ao longo da vida. Podem causar depressão, câncer e infertilidade
20%
de todos os agrotóxicos produzidos no mundo são consumidos no Brasil
ESTRESSE
Sob tensão, as glândulas suprarrenais liberam cortisol, adrenalina e noradrenalina, que diminuem o ritmo do metabolismo. Pode gerar arteriosclerose, acidente vascular cerebral, diabetes e úlcera. Um ritmo de vida mais calmo ajuda a combatê-lo
Aumento do mercado de agrotóxicos nos últimos 10 anos 93% Média mundial 190% Brasil INSÔNIA
Quem dorme bem (entre sete e oito horas de sono por noite, em média) produz os hormônios leptina e grelina, que regulam o apetite. Já quem dorme pouco ou mal está mais sujeito a ter problemas como obesidade e diabetes, além de estresse e depressão
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O problema está nos excessos
17
Comando central gerenciando mais de cem tipos de hormônios, o cérebro regula o corpo e define humores
CORPO HUMANO O CÉREBRO E AS EMOÇÕES
Q
18
uem nunca se alegrou ao reencontrar uma pessoa querida? Ou então teve medo diante de um barulho estranho? Cada situação desperta um tipo de emoção. E em nosso corpo essas emoções despertam uma série de reações. Mas, quem diria, os responsáveis por essas respostas são processos bioquímicos ativados por nosso cérebro. Quando sorrimos, choramos, nos arrepiamos... no corpo estão ocorrendo reações químicas e descargas elétricas que induzem tais sensações. O funcionamento do corpo humano é regulado por um complexo sistema de comunicação. Trata-se de um sistema altamente especializado, gerenciado por um órgão central: o cérebro. É ele que está no comando. Dentro dele há uma pequena (mas importante!) região chamada hipotálamo, por onde passam informações sobre o estado geral do nosso corpo. Cada situação que vivemos ativa essa e outras áreas do cérebro, que disparam informações capazes de atingir o corpo inteiro. Para distribuir seus comandos, o cérebro usa substâncias químicas que atuam como mensageiras: os hormônios e os neurotransmissores. Hormônios são substâncias que ajudam na regulação das mais diversas funções do organismo, tais como: o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução. Como se não fosse o bastante, eles ainda despertam uma variedade imensa de sensações físicas. Já os neurotransmissores são moléculas que passam informações entre os neurônios e desencadeiam efeitos, como o prazer, a dor e o apetite. c o l a b o r a ç ã o Antônio Pereira, professor do Instituto do Cérebro da UFRN; e Carolina T. Piza, neuropsicóloga do CPN/NANI e coordenadora do Instituto ABCD
Ação e reação Os sentidos captam, o cérebro registra e comanda o corpo O cérebro é extremamente complexo. Em um adulto, contém cerca de 86 bilhões de neurô nios, responsáveis pela condução de impulsos nervosos, que garantem a comunicação entre partes do corpo. O cérebro também controla comportamentos, através da liberação de neu rotransmissores e hormônios que produzem as mais diversas reações às situações vividas HIPOTÁLAMO
Controla o metabolismo e as funções vitais, como temperatura do corpo e pressão sanguínea. Ativa a hipófise, que, entre outras funções, regula a produção de hormônios
SINAPSES
Locais de contato entre as células cerebrais (neurônios). É nas sinapses que ocorre a transmissão de impulsos nervosos de uma célula a outra, permitindo a comunicação neuronal
CÓRTEX
É responsável pela memória, linguagem, pensamento e atenção. Recebe estímulos sensoriais e sincroniza outras partes do cérebro produzindo movimentos voluntários
GLÂNDULAS
Existem várias delas espalhadas pelo corpo. Algumas produzem hormônios. Quando se trata de emoções, destacam-se duas: a hipófise (localizada no cérebro) e a suprarrenal (localizada no abdômen)
AMÍGDALA CEREBRAL
Comunica-se com outras partes do cérebro ativando reações fisiológicas ligadas às emoções. Avalia riscos e nos torna mais cautelosos. Está ligada ao sentimento de raiva e medo
Desenvolvimento
FETO
CRIANÇA
O cérebro atravessa várias fases ao longo da vida, durante as quais suas funções passam por um processo de amadurecimento
A primeira atividade elétrica do cérebro ocorre entre a 5ª e a 6ª semana de gravidez. Na 10ª semana, nascem cerca de 250 mil neurônios por minuto
Uma criança tem o dobro de conexões neuronais no cérebro do que a média apresentada por um adulto. Nessa fase, ela aprimora capacidades motoras e cognitivas, como a linguagem
TRISTEZA
RAIVA
MEDO
Muitas vezes acarreta desânimo, irritabilidade e sensibilidade aflorada. Dá vontade de chorar ou de ficar quietinho. E a vida parece perder a graça...
Provoca contração dos músculos (o rosto fica franzido) e acelera o batimento cardíaco. A pessoa perde a paciência e tende a agir intempestivamente
Altera o ritmo do coração, a respiração e a movimentação do trato gastrointestinal (daí a famosa dor de barriga). Quando é muito forte, paralisa
Quando algo nos deixa felizes, são liberadas substâncias como serotonina, endorfina e dopamina
Tem relacão com a deficiência de serotonina e aumento na produção de cortisol, o hormônio do estresse
Está associada à liberação de cortisol, adrenalina e noradrenalina e também à deficiência de dopamina
Está relacionado a altos níveis de cortisol, adrenalina e noradrenalina no organismo
ADOLESCENTE
ADULTO
IDOSO
Durante a adolescência, desenvolvem-se partes do córtex frontal que controlam decisões e a impulsividade. Neurônios pouco utilizados pelo cérebro são descartados
Estudos indicam que o auge do desempenho cerebral se dá na idade adulta. Já o momento em que se inicia o declínio é difícil de ser determinado – ele varia de pessoa para pessoa
Ao longo da vida, o cérebro acumula um tanto de conhecimento. À medida que o corpo envelhece, no entanto, o ritmo de surgimento de neurônios diminui
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
ALEGRIA
Traz sensação de bem-estar e relaxamento. A expressão facial se suaviza e emergem os sorrisos. Tudo parece bom aos olhos de quem está contente
19
Rolou química? hormônios e neurotransmissores provocam sensações de desejo, paixão e companheirismo
CORPO HUMANO QUÍMICA DO AMOR
V
20
ocê vai a uma festa e, de repente, se interessa por alguém. Ao voltar para casa, mal consegue dormir. Passa os dias seguintes sem tirar aquela pessoa da cabeça. Será que foi a beleza dela o que tanto lhe atraiu? O papo? O perfume? Teria sido uma combinação disso tudo? Pouco importa. O que interessa é que rolou uma química, certo? E de fato, quando nos sentimos atraídos ou apaixonados por uma pessoa, ocorre em nosso corpo um conjunto de reações químicas – o que nos provoca uma série de sensações. Desejo, ansiedade, vontade de estar perto... Os sintomas típicos de quem está apaixonado são resultado de uma ebulição bioquímica que acontece no corpo humano. Quem comanda o espetáculo, diferente do que se costuma dizer, não é o coração, mas o cére bro. Ele trabalha como uma espécie de maestro, coordenando a ação de hormônios e neurotransmissores. Essas substâncias, que atuam como mensageiras, são as responsáveis pelas sensações relacionadas ao amor. Enquanto os neurotransmissores se encarregam de passar informações de um neurônio a outro no cérebro, os hormônios viajam pela corrente sanguínea até alcançar suas células-alvo. Quando chegam lá, são reconhecidos por uma proteína denominada receptora. Esse encontro desencadeia várias reações específicas, dependendo do tipo de hormônio que estiver atuando. Cada qual provoca um ou mais efeitos diferentes sobre o organismo. c o l a b o r a ç ã o Cibele Fabichak, médica com especialização em Fisiologia pela Unifesp; Martin Andreas Metzger, professor do ICB da USP; e Antônio de Souza Andrade Filho, neurologista e professor da Faculdade de Medicina da UFBA
Cupidos bioquímicos Veja quem está por trás das sensações de amor Entre os hormônios e os neurotransmissores que influenciam nossas reações quando nos interessamos por alguém, destacam-se três: testosterona, dopamina e ocitocina TESTOSTERONA
Hormônio masculino também presente nas mulheres que, entre outras coisas, determina o desejo e o ímpeto sexual. É produzido nos testículos, nos ovários e nas glândulas suprarrenais DOPAMINA
Neurotransmissor que avisa o cérebro que virá pela frente uma sensação de prazer. Ele determina o nosso comportamento quando vivemos uma situação prazerosa, como comer algo gostoso OCITOCINA
Apelidada de hormônio do amor, é produzida no hipotálamo e também está associada às sensações de prazer e bemestar emocional. É liberada, por exemplo, durante o orgasmo DESEJO E ATRAÇÃO
Homem X mulher Testosterona é a principal diferença Os homens produzem de 20 a 30 vezes mais testosterona do que as mulheres. Mas isso não quer dizer que o desejo e o apetite sexual deles sejam maiores. Na hora da paquera ou do sexo, ocorre um aumento na produção desse hormônio tanto no homem quanto na mulher
São sensações provocadas pelo aumento da testosterona, tanto em homens como em mulheres. Quanto mais testosterona em ação, maior é a libido – ou atração sexual. Geralmente acontece no momento em que duas pessoas se conhecem, mas pode ocorrer quando já convivem há tempos. Como por exemplo quando alguém passa a ver um amigo com interesse especial – e isso nem a ciência sabe o porquê! Apesar de ser mais intensa no início, pode ser experimentada ao longo de todo o relacionamento
O corpo celebra Em geral, como ocorre o orgasmo O ritmo do coração se acelera para que não falte sangue nos músculos durante o sexo Aumenta a produção de adrenalina, de efeito excitante, e de serotonina, que dá sensação de bem-estar A temperatura do corpo aumenta com a aceleração dos batimentos do coração Os pulmões trabalham mais rapidamente para oxigenar o sangue, e a respiração fica ofegante Enquanto tudo isso acontece, a ocitocina faz aumentar o desejo e a ligação emocional No momento do orgasmo, ocorre uma enorme descarga elétrica – é a celebração
Apagado o “incêndio”, a endorfina normaliza a atividade cerebral e proporciona relaxamento
Gravidez precoce Educação sexual ajuda na prevenção
ROMANCE E PAIXÃO
COMPANHEIRISMO E CONEXÃO
Nesse estado, as sensações são comandadas principalmente pela ação da dopamina, considerada um dos neurotransmissores da paixão. Outras duas substâncias bioquímicas atuam nesse processo: a noradrenalina, que influencia a ansiedade; e a serotonina, que interfere na sensação de calma e bem-estar. Com a paixão, a produção de noradrenalina aumenta e a de serotonina cai. É por isso que, na presença da pessoa amada, o coração dispara. Quando estamos longe, podemos sentir um aperto no peito
É o sentimento que se revela no momento mais íntimo, tranquilo e estável do amor. Ocorre um aumento na produção de ocitocina, que estimula uma região do cérebro conhecida como sistema límbico. É ele, principalmente, que controla nossas emoções e nosso comportamento social. A ação da ocitocina sobre esse sistema faz diminuir a ansiedade e a insegurança típicas da paixão. Simultaneamente, aumenta a produção da vasopressina, um hormônio que fortalece o sentimento de parceria entre o casal
Ter um filho exige grande responsabilidade. Por isso, a gravidez na adolescência pode levar ao abandono escolar e dificultar o início da vida profissional – sem contar que mãe e pai deixam de desfrutar atividades típicas da juventude para cuidar do bebê. A saúde da jovem gestante e de seu bebê também corre riscos. Para tirar dúvidas sobre prevenção, a escola oferece aos alunos noções de educação sexual
Diversidade sexual Todos temos o direito de amar Cada ser humano é único e preserva características individuais que se refletem em vários aspectos da vida. A sexualidade é um deles. Todos temos o direito de amar e de viver plenamente nossa sexualidade. Respeitar esse direito à individualidade faz parte do exercício da vida em sociedade
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Quando o corpo está perto do esgotamento, o cérebro libera endorfina, de efeito calmante
21
O corpo agradece PARA PREVENIR DOENÇAS COMO A DENGUE, SIMPLES CUIDADOS E ATENÇÃO AOS DETALHES BASTAM
Doenças: de onde vêm Há agentes na água, no ar e no solo As doenças podem ser causadas por agentes biológicos (como vermes, vírus, protozoários e bactérias – vide imagem destes ampliada abaixo) e químicos (substâncias usadas de forma incorreta, como produtos de limpeza, medicamentos e inseticidas)
GEOGRAFIA DA SAÚDE CUIDADOS
V
22
ocê já deve ter ouvido para não deixar água parada em pneus ou vasos e para trocar diariamente a água do pote do seu animal de estimação. Saiba que, com essas ações preventivas, você ajuda a diminuir o número de casos de dengue no seu município, evitando a reprodução do mosquito transmissor da doença. No Brasil, a maioria dos estados fica na Zona Tropical e as chuvas e a umidade contribuem para a reprodução de mosquitos. Consideram-se períodos epidêmicos aqueles cuja incidência da doença ultrapassa a média da última década. Assim, é importante que seja feita a prevenção. Quando o profissional de saúde for até a sua casa, ouça com atenção as orientações e coloque-as em prática. É em casa que começa a ação para o combate à doença. Esteja atento!
AGENTE BIOLÓGICO
NA ÁGUA
NO SOLO
É onde alguns agentes se reproduzem. Beber ou ter contato com água contaminada causa doenças
Estão em terrenos onde há fezes de animais ou de pessoas doentes (esgoto a céu aberto)
NO AR Desmatamento e aumento da temperatura podem elevar o número de vetores nas cidades
c o l a b o r a ç ã o Anthony Érico G. Guimarães, parasitólogo da Fundação
NA ÁGUA
NO SOLO
NO AR
Oswaldo Cruz; Antônio Carlos Rossin, engenheiro em Saúde Pública; e Eliseu
Esgoto e substâncias tóxicas jogados nos rios e mares causam doenças de pele e intoxicação
Lixo hospitalar e resíduos industriais enterrados sem tratamento tornam-se perigosos
Poluentes lançados na atmosfera são responsáveis por casos de infecção pulmonar
Waldman, epidemiologista, ambos professores da USP
Dengue no Brasil Jornada pelo Atlântico O mosquito Aedes aegypti recebeu esse nome por causa de seu país de origem, o Egito. A jornada do inseto até o Brasil começou nos navios negreiros no século 16. Atualmente, é problema de saúde pública
AGENTE QUÍMICO
NA ÁFRICA
EM CASA
INFECÇÃO
EM MASSA
Mosquitos puseram seus ovos em moringas e, como resistem em locais secos por cerca de um ano, os ovos sobreviveram à viagem nas moringas vazias e, no Brasil, eclodiram quando estas foram reabastecidas
As condições climáticas do Brasil e da África são parecidas, e o mosquito sobreviveu e proliferou: as fêmeas se alimentam dos sulcos de vegetais e do sangue humano
Quando a fêmea pica alguém que tem o vírus da dengue, ela o ingere e leva para outra pessoa sadia. Então, as plaquetas do sangue são destruídas, podendo causar hemorragia, que, quando não controlada, leva à morte
Clima, falta de saneamento básico e desinformação são responsáveis pelos casos de dengue em algumas regiões, como o litoral do Brasil. A alta incidência elevou a doença à categoria de epidemia em vários municípios do país
MACHO
FÊMEA
As endemias brasileiras
Chega de dengue!
Entenda algumas doenças tropicais
A prevenção deve ocorrer o ano todo
Em 1994, o Brasil erradicou o vírus da poliomielite, que causa a paralisia infantil. No entanto, há algumas doenças que oferecem um risco constante à população. Fatores ambientais, como o clima tropical, e socioeconômicos são as principais causas. Veja no mapa onde ocorrem algumas dessas endemias
BRASIL
ENDEMIAS
Endemias brasileiras
P r i n c i p a i s d o e n ç a s e n d ê m i c a s b r a s i le i r a s
Área coincidente (febre amarela e doença de Chagas)
LEGENDA Área sem números
expressivos de casos
Na Bahia, os casos da doença apresentam variações sazonais. O estado registrou, em 2013, 61.974 casos notificados de dengue – um aumento de 50% em relação ao ano de 2010. No entanto, os casos graves diminuíram de 974 para 125
DOENÇA DE CHAGAS P r i n c i p a i s d o e n ç a s e n d ê m i c a s b r a s i le i r a Chagas sbrasileiras Endemias Causada pelo contato direto com Área coincidente Esquistossomose (febre amarela doença de Chagas) as fezes de eum percevejo chamaÁrea números Febre amarela do sem barbeiro, em que se encontra expressivos de casos o protozoário Trypanosoma cruzi
0°
maculosa Chagas EndemiasFebre brasileiras
Área coincidente ESQUISTOSSOMOSE Leishmaniose Esquistossomose (febre amarela e doença de Chagas)
A doença vem de um parasita Área sem números Malária Febre amarela expressivos casos chamadodeSchistosoma, que se
Nota: dados relativos à alta incidência das doenças.
Chagas hospeda em Febre maculosa
± 356
caramujos que vivem a dos rios
em água doce, como EndemiasEsquistossomose brasileiras
Leishmaniose Área coincidente Malária (febre amarela e doença de Chagas) FEBRE AMARELA Febre amarela
sem números Nota: dados Área relativos à alta incidência das doenças.
Na área urbana, expressivos de casos é Febre maculosa
transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo da Chagas Leishmaniose dengue); e na silvestre, pelo mosEndemiasEsquistossomose brasileiras quito Haemagogus janthinomys. Malária Área coincidente A vacina vale por dez anos Nota: dados Febre relativos à alta incidência das doenças. (febre amarela amarela e doença de Chagas)
±
Quilômetros
356
PREVENÇÃO 1
O mosquito coloca ovos em qualquer lugar úmido, e não apenas em água parada e limpa. Portanto, colocar areia nos pratos das plantas não adianta. Eles devem estar sempre secos
PREVENÇÃO 2
Água sanitária, borra de café ou “receitinhas caseiras” não eliminam o Aedes aegypti. O ideal é usar veneno contra larvas, aplicado por profissionais de saúde da prefeitura
Área sem números FEBRE MACULOSA expressivos de casos Febre maculosa
Quilômetros
De origem Chagas Leishmaniose
bacteriana, é transmitida por carrapatos do gênero Endemias brasileiras Esquistossomose Malária Amblyomma, como o de cavalo; e Área coincidente Nota: dados Febre relativosamarela à alta incidência das doenças. (febre e doença de Chagas) peloamarela carrapato-estrela, de Área sem números capivara. Não há vacina expressivos de casos Febre maculosa
Chagas LEISHMANIOSE Leishmaniose
Endemias brasileiras Área coincidente Área coincidente (febre amarela e doença de Chagas)
amarela Endemias (febre brasileiras
Dengue
Fonte: Ministério da Saúde,
F o n t e : SVS, 2006
Fonte: Ministério da
e
CUTÂNEA
Transmitida por insetos do gênero Esquistossomose Malária Lutzomyia (ou mosquito-palha). Nota: dados relativos à alta incidência das doenças. Febre amarela É causada pelo protozoário Leishmania Febre maculosa e produz feridas no corpo Leishmaniose
Área sem números MALÁRIA Malária doença de Chagas) Área coincidente expressivos de casos (febre amarela e doença de Chagas) Nota: dados relativos à alta incidência das doenças.Legal A região da Amazônia 2007; SVS/MS, 2005; FUNASA/MS, 2006 Chagas Área semsem números Área números
expressivos de casos expressivos de casos Esquistossomose Chagas F o n t e s SVS/MS, : MS, 2007;2005; SVS/MS, 2005; Febre amarela Saúde, 2007; FUNASA/MS, Funasa/MS, 2006 Esquistossomose Febre maculosa Febre amarela
Leishmaniose Febre maculosa Malária
concentra 99,7% dos casos, pois o mosquito vetor, o Anopheles, que vive na selva, só vai para a cidade 2006 quando há desmatamento
TRATAMENTO
O vírus pode levar até oito dias para se manifestar. Os sintomas são parecidos com os da gripe. Nesse caso, não tome nenhum remédio: procure o posto de saúde e faça o exame de sangue. Para o tratamento, repouso e muita ingestão de líquidos
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
0°
23
Domínios do Brasil
Clima, relevo e vegetação formam grandes conjuntos naturais
Os Domínios de Natureza são conjuntos ecológicos e paisagísticos. Diferenciam-se entre si pelo tipo de vegetação, pelas formas do relevo e pelas dinâmicas do clima – entre um domínio e outro há áreas de transição. O estado da Bahia está em mais de um domínio. Observe o mapa!
AS FORMAS DE INTERAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS E SEU MEIO CRIAM DOMÍNIOS E ECOSSISTEMAS
BRASIL
A
c o l a b o r a ç ã o José Roberto Meireles, biólogo, professor da UEFS
DOMÍNIOS DE NATUREZA
^
0º
RR
AP
Equador
^ ^ ^
^
^
AM
10º0'S
AC
PA
MA
^
^ ^
BA
DF^ GO ^
^
Capitais
MS
Limites estaduais
^
PR
RS
^
^
SC
Mares de morros - Áreas mamelonares tropical-atlânticas florestadas
^
RJ
SP
Amazônico - Terras baixas com florestas equatoriais Cerrados - Chapadões tropicais interiores com cerrados e florestas-galeria
Caatingas - Depressões intermontanas e interplanálticas semiáridas Araucárias - Planaltos subtropicais com araucárias Pradarias - Coxilhas subtropicais com pradarias mistas
ES
^
^
Domínios morfoclimáticos e fitogeográficos
^
MG
Quilômetros
LEGENDA
^
AL ^ SE ^
TO
350
^
PB ^ PE
^
RO
RN ^
CE
PI
MT
20º0'S
sua casa fica no litoral? Ela fica perto de florestas ou da caatinga? Está em uma chapada ou nas margens de um rio? As paisagens diversas são resultado da combinação de unidades de relevo, tipos de solo, seres vivos, dinâmicas climáticas e hidrológicas – e também do uso que as pessoas fazem delas! O geógrafo Aziz Ab’Sáber, principal referência em Geografia Física do Brasil, identificou conjuntos paisagísticos e ecológicos de certa homogeneidade e grande extensão, chamados de Domínios de Natureza. São áreas que se diferenciam por suas características ambientais e pe las comunidades de seres que vivem nelas. Foram identificados seis grandes Domínios de Natureza no Brasil: Amazônico, Caatinga, Cerrado, Mares de Morros, Araucárias e Pradarias. Entre esses domínios existem grandes faixas de transição que apresentam elementos típicos de dois ou mais domínios, sem apresentar uma fisionomia homogênea. Em cada um dos domínios existe uma variedade de ecossistemas – que são sistemas ecológicos adaptados às condições ambientais de um local específico. A Mata Atlântica, o Cerrado, a Caatinga ou qualquer outro domínio apresentam variações na vegetação, no solo, no relevo, no clima, na hidrografia etc., e é isso que diferencia os tipos de ecossistema. A partir da página ao lado, confira os diferentes ecossistemas no território da Bahia. Começando pelas costas dos recifes, no litoral; passando por manguezais e Mata Atlântica até a Caatinga e o Cerrado.
30º0'S
NATUREZA BIODIVERSIDADE DOMÍNIOS DE NATUREZA 24
Ambiente e vida
OCEANO ATLÂNTICO
^
^
Faixas de transição não diferenciada
70º0'O
60º0'O
50º0'O
40º0'O
F o n t e : Aziz Ab'Sáber, 1965
Riqueza da vida submersa
Você sabe o que são os recifes? E os recifes de corais? Os reci fes são um tipo de formação rochosa sedimentar, submersa em águas oceânicas. Já os recifes de corais ocorrem sobre rochas variadas, em águas quentes, límpidas e rasas. Nesse ambiente formam-se estruturas calcárias, construídas por seres vivos, como: corais (que se parecem com algas, mas são animais),
algas calcárias, moluscos e vários outros organismos. Essas estruturas abrigam uma grande diversidade de espécies, tais como: peixes, polvos, lagostas e algas. A costa da Bahia apresenta mais de 900 km de recifes ro chosos, alguns com corais, e é considerada um grande hotspot de biodiversidade marinha do Atlântico Sul
VIDA DEBAIXO D’ÁGUA
BIODIVERSIDADE MARINHA
PROTEÇÃO DA COSTA
Os recifes de corais se formaram ao longo de milhões de anos e estão entre as comunidades marinhas mais antigas que se conhece. Em número de espécies, só perdem para as florestas tropicais. Estima-se que em um único recife haja mais de 3 mil espécies de animais e plantas e, apesar de ocuparem menos de 1% dos oceanos, 25% das espécies marinhas vivem neles!
Os ambientes de recifes de corais abrigam milhares de espécies de peixes, moluscos, crustáceos, cnidários e algas. Por isso, são fontes de recursos pesqueiros para as comunidades humanas costeiras e matéria-prima de farmacoterápicos. Também são barreiras naturais que protegem a costa do mar e destino para turistas que gostam de mergulhar, passear de barco, pescar...
Dunas eólicas são formações costeiras de transição entre o ambiente marinho e o terrestre. Elas protegem os reservatórios de água doce da contaminação pela água salgada. Também impedem o avanço das marés sobre as construções. Porém, a vegetação que fixa as dunas precisa ser conservada para que elas não se desloquem BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Costa dos recifes
25
Florestas biodiversas A ESTIMA-SE QUE 8% DA BIODIVERSIDADE MUNDIAL ESTEJA ABRIGADA NAS FLORESTAS ATLÂNTICAS
Manguezais
Mata Atlântica originalmente se estendia por grande parte do litoral brasileiro – de norte a sul, ocupava uma área aproximada de 1,1 milhão de km2. Os desmatamentos sucessivos, desde o Período Colonial, diminuíram sua extensão para 8,5% da cobertura original. Apesar de drasticamente reduzido, esse tipo de vegetação apresenta uma biodiversidade extraordinária: uma das maiores do mundo!
A Mata Atlântica não é homogênea: ela possui diferentes ecossistemas, como a Floresta Semiestacional e a Floresta Mista com Araucárias. Há também os manguezais, ecossistemas de transição entre o continente e o mar; e as restingas, planícies arenosas recobertas por diferentes tipos de vegetação. c o l a b o r a ç ã o José Roberto Meireles, biólogo, professor da UEFS
BIODIVERSIDADE DOMÍNIOS DE NATUREZA
Entre o rio e o mar, berçário da vida dos oceanos
26
O manguezal é um ecossistema que fica na transição entre a terra e o mar, em estuários, onde a água salgada se mistura à doce. Normalmente, ocorre em regiões da costa protegidas da arrebentação das ondas – não se formam manguezais de fren te para o mar aberto. Eles são considerados um dos principais berçários dos oceanos, pois produzem alimentos e fornecem abrigo para inúmeros seres vivos marinhos em sua fase jovem. O Brasil possui uma das maiores extensões de manguezal do mundo, com cerca de 20 mil km²
TODOS PRECISAM DE ALIMENTO...
...MAS DE FONTES DIFERENTES
PLANTAS HALÓFITAS
Os animais precisam de outros seres vivos para se alimentar (obter energia) e desenvolver-se. Já outros produzem seu próprio alimento, como as plantas
A cadeia alimentar é formada por produtores (plantas), consumidores (animais) e decompositores (fungos e bactérias), que decompõem seres mortos
São as plantas adaptadas ao substrato do manguezal, formado por um lodo úmido, salobro, pobre em oxigênio e rico em matéria orgânica
CADEIA ALIMENTAR
À esquerda, uma representação das relações alimentares do caranguejo aratu (vermelho). Ele come plantas e restos de animais mortos, como peixes e outros caranguejos. Também serve de alimento para peixes carnívoros, pássaros e o homem
Mata Atlântica Formada pelo trabalho conjunto de plantas e animais
MORADA NA FLORESTA
FLORESTA EM MOVIMENTO
A DISPERSÃO DE SEMENTES
AJUDA DOS BICHOS
COADAPTAÇÃO
A Mata Atlântica é o lar de mais de 1.300 espécies catalogadas de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e insetos que usam as várias espécies vegetais como abrigo e alimento
Para manter a riqueza e a variedade do ecossistema, as plantas precisam da dispersão de sementes, que garante sua reprodução em locais variados da floresta
O transporte dessas sementes é feito de muitas formas: por animais, pelo vento, pela água, pela própria planta e pelo homem; quanto mais maneiras, maior a chance de reprodução
Aves e mamíferos têm papel fundamental nessa distribuição. Ao alimentar-se de frutos, os animais carregam as sementes e depois as espalham por toda a mata
A propagação de sementes mostra que animais e plantas se ajudam: o sucesso das plantas favorece os animais, que assim colaboram para a reprodução das espécies da floresta BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
É a segunda maior floresta úmida do Brasil, na qual existem mais de 10 mil espécies de plantas catalogadas. No interior de suas matas entra luz difusa e é muito úmido. Dentro da floresta, nota-se uma grande variedade de espécies de árvores, cipós, bromélias, orquídeas, samambaias, arbustos, musgos... A fauna habita o chão da floresta, os troncos e as copas das árvores
27
Sertão vivo
AMBIENTE RÚSTICO, CLIMA SEMIÁRIDO E CALOR: CARACTERÍSTICAS DO SERTÃO NORDESTINO
Caatinga, mata seca nordestina
BIODIVERSIDADE DOMÍNIOS DE NATUREZA
Em tupi, caa significa “mata”, e tinga,“branca”; daí o nome dessa vegetação A Caatinga é um ecossistema exclusivamente brasileiro. Ocor re em áreas semiáridas, onde há uma estação seca prolonga da e as chuvas se concentram em poucos meses. Ocupa uma área aproximada de 750 mil km², e sua vegetação é diversifica da, com campos abertos, vegetação de brejo, matas densas e abertas. Os sertanejos e indígenas que reconhecem seu valor e sabem o que ela oferece procuram conservá-la
O
Cerrado e a Caatinga são dois biomas do interior do Brasil que, juntos, cobrem uma área de mais de 2,7 milhões de km². No passado, a Caatinga não era considerada uma vegetação tão importante quanto as florestas úmidas. Com o tempo, porém, sua riqueza foi reconhecida como uma formação única do Brasil que precisa ser preservada. O Cerrado, embora não sofra tanto com a falta d’água, tem solos
pobres em nutrientes, ao contrário da Caatinga, onde falta água, mas o solo é fértil. Em geral, as plantas do Cerrado possuem caule tortuoso, as folhas são duras, e as raízes das árvores, profundas. Na Caatinga, para reter água, muitas plantas modificaram suas folhas em espinhos, raízes e caules que acumulam água. c o l a b o r a ç ã o José Roberto Meireles, biólogo, professor da UEFS
DE FLOR EM FLOR
CACTOS, PLANTAS ADAPTADAS
SOLO PEDREGOSO
Diversas espécies de morcegos, borboletas, besouros, beija-flores, moscas, vespas e formigas atuam como polinizadores. A polinização também pode ocorrer por meio do vento (anemocoria) e da água (hidrocoria)
Para viver no Semiárido é preciso economizar água. Cactos são plantas eficientes nesse quesito – seus caules são estruturas que retêm água, e suas folhas têm a forma de espinhos que evitam a perda de líquidos
Os solos da Caatinga se caracterizam, na maioria, por serem rasos, ricos em minerais e pobres em matéria orgânica, com a presença de pedregulhos e cascalhos. E a vegetação está adaptada a essas condições
28
O QUE É POLINIZAÇÃO?
A reprodução de muitas plantas ocorre por meio da polinização, que é o transporte dos grãos de pólen. O agente polinizador (abelhas, vespas ou pássaros), carrega os grãos de pólen das anteras (órgão masculino) de uma flor para o estigma (órgão feminino) de outra flor ou da mesma. É assim que o gameta masculino consegue chegar até o gameta feminino, ocorrendo a fecundação
O Cerrado do oeste baiano “Nem tudo que é torto é errado; vide as pernas do Garrincha e as árvores do Cerrado” Nicolas Behr, poeta
POR DENTRO DA PLANTA
LATOSSOLOS DO CERRADO
CERTO POR CAMINHOS TORTOS
FOGO NO CERRADO
Xilema e floema são os tecidos vasculares que realizam o transporte de seiva nos organismos vegetais, comunicando o sistema radicular (raiz) às estruturas foliares (folhas) por meio do caule
O Cerrado possui solos profundos, vermelhos, alaranjados, ácidos, com alta concentração de alumínio e pobres em nutrientes essenciais. Nesses solos o Brasil expande grande parte de sua produção agrícola moderna
Plantas do Cerrado costumam ter galhos tortuosos. As queimadas, comuns na região, destroem as gemas (tecido de crescimento). As que ficavam nas pontas são substituídas por gemas laterais, tornando os galhos tortos
Nos cerrados é comum haver queimadas naturais: elas contribuem para a floração e a germinação de muitas plantas. Mas o fogo exagerado e fora de época pode causar impactos negativos no ecossistema. Deve-se evitar fazer fogueiras, soltar balões, queimar lixo e botar fogo na vegetação para agricultura e pastagens
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
É a savana mais rica e diversa do mundo, com mais de 7 mil espécies de plantas catalogadas, sendo que 44% só ocorrem na região. Sua vegetação se estende por 2 milhões de km², com diferentes fisionomias. Em geral, podemos diferenciar três grandes formações: as arbóreas (matas úmidas e cerradão); as savânicas (parque cerrado, cerrado stricto sensu); e as campestres (campos sujos, limpos e rupestres). Possui ainda algumas características marcantes, como árvores baixas, de galhos tortuosos e grossos, folhas grandes e rígidas
29
BAHIA UNIDADES
BIODIVERSIDADE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
T
30
odos nós sabemos que é preciso preservar os ecossistemas. Mas nem todo mundo imagina quanta coisa isso inclui: valorizar e manter a biodiversidade, os recursos genéticos e hídricos; estimular a recuperação de ecossistemas degradados; impulsionar a economia com práticas conservacionistas; proteger a sociodiversidade; e realizar pesquisas científicas, atividades educacionais, recreação e turismo ecológico. Sabendo disso, o governo federal aprovou, em 2000, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Já são 1.828 unidades de conservação no Brasil. Nos últimos 50 anos, o Brasil passou por um processo de intensa urbanização e modernização da agricultura. Sem o devido planejamento, porém, esse rápido desenvolvimento levou à devastação da cobertura vegetal de grandes áreas e à poluição de rios. O objetivo das Unidades de Conservação (UCs) é conter o processo de degradação ambiental, protegendo a biodiversidade e promovendo o desenvolvimento sustentável. Há várias categorias de UCs, cada uma delas com características próprias. Por exemplo: a Reserva do Desenvolvimento Sustentável, cuja área pertence ao governo, assegura que as populações tradicionais exerçam determinadas atividades econômicas; já a Reserva Particular do Patrimônio Natural, que é uma propriedade privada, visa também à conservação da diversidade ecológica. Os parques nacionais são áreas públicas que têm o objetivo de preservar áreas de relevância ecológica e beleza paisagística. Neles é possível desenvolver pesquisas científicas, atividades educacionais e o turismo. c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP
OCEANO ATLÂNTICO
15°0'S
O BRASIL POSSUI 1.828 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PARA PROTEGER OS ECOSSISTEMAS NATURAIS
10°0'S
Proteção da vida
DE CONSERVAÇÃO
LEGENDA Unidades de conservação da Bahia Área de Proteção Ambiental (APA) Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Estação Ecológica (ESEC) Floresta Nacional (FLONA) Monumento Natural (MN) Parque Nacional e Estadual (PARNA e PE) Reserva Biológica (REBIO) Reserva Extrativista (RESEX) Refúgio da Vida Silvestre (REVIS)
45°0'O
70 Quilômetros
40°0'O
F o n t e s : Siscom/Ibama, 2012; CNUC/MMA, 2013; Inema, 2013
Patrimônio natural protegido Há leis que visam proteger o meio ambiente Você conhece a Chapada Diamantina, o Morro do Chapéu, a Serra do Conduru...? Todas essas localidades na Bahia possuem Unidades de Conservação abertas à educação ambiental, ao turismo e à pesquisa. Mas há outras formas de preser
var o ambiente: as margens de rios e lagoas, nascentes e cabeceiras, encostas de morros muito íngremes, entre outras, são protegidas pela Lei Florestal, e sua conservação é essencial para um meio ambiente saudável
Fauna
Está presente em regiões de clima quente e úmido. Ocorre no litoral, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. Possui vegetação exuberante, densa, com árvores de médio a grande porte
Flora
mata atlântica
Quaresmeira
Tibouchina granulosa Cebus apella xanthosternos
Beija-flor-dourado Hylocharis chrysura
Schizolobium parahyba
Pau-brasil Caesalpinia echinata
Bicho-preguiça
Bradypus variegatus BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Macaco-prego
Guapuruvu
Fauna
Única no planeta, apresenta vegetação bem adaptada a regiões semiáridas (plantas xerófitas), armazenando água em suas raízes e caules, com folhas pequenas que caem na estação seca
Flora
caatinga
Barriguda
Ceiba glaziovii
Arara-azul-de-lear Anodorhynchus leari
Tatu-bola-da-caatinga
Tolypeutes tricinctus
Mandacaru
Imburana
Cereus jamacaru
Commiphora leptophloeos
Peroba-gigante-do-cerrado
Ipê-amarelo
Perereca-do-nordeste
Phyllomedusa nordestina
Fauna
Caracterizado por árvores baixas de galhos tortuosos e casca grossa com folhas grandes e rígidas, além da capacidade de regeneração após queimadas (especialmente campo limpo e campo sujo)
Flora
cerrado
Pequi Caryocar brasiliensis
Lobo-guará Chrysocyon brachyurus
Jiboia-constritora
Boa constrictor
Coruja-buraqueira Athene cunicularia
Aspidosperma macrocarpon
Tabebuia aurea
31
BIODIVERSIDADE EXTINÇÃO
Tem apenas 50 cm. Antes encontrada no Cerrado e na Caatinga, agora está extinta na natureza
ARARINHA-AZUL (Cyanopsitta spixii)
Só restaram 50 espécimes, na Caatinga, no Raso da Catarina (BA). Alimenta-se de cocos de licurizeiro
Com uivos estridentes, marca território (em florestas úmidas e áreas secas no Sul e no Sudeste)
BARBADO (Alouatta fusca)
Réptil
Mamífero
Peixe
Ave
Anfíbio
Animais em risco d e extinção (por classe)
BRASIL
F o n t e : IBGE, 2005
Nota: devido à escala do mapa, as espécies encontram-se localizadas em apenas um ponto de sua área de ocorrência e somente alguns animais de cada classe estão representados
Quilômetros
550
±
ANIMAIS EM EXTINÇÃO
Símbolo da extinção na Mata Atlântica, vive entre a Bahia e Minas Gerais e dorme em troncos de árvores
MICO-LEÃO-DE-CARA-DOURADA (Leontopithecus chrysomelas)
Vive de frutas nas florestas densas do Norte, mas o desmatamento o deixou sem casa e sem comida
MACACO-ARANHA (Ateles paniscus)
Assim como nós, os animais também têm o direito de morar e se alimentar
ARARA-AZUL-DE-LEAR (Anodorhynchus leari)
Brasileiros ameaçados
c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP
visita ao zoológico muitas vezes é o primeiro (e único) contato que muitas pessoas têm com alguns animais, principalmente os silvestres. Mas esse local de lazer e de aprendizado, infelizmente, está se tornando a única “casa” possível para muitos animais. A arara-azul e a onça-pintada são exemplos. Estima-se que o Brasil possua cerca de 20% de toda a biodiversidade do planeta, mas a quantidade de animais ameaçados de extinção aumenta todos os anos e atualmente chega a 627 espécies. Algumas causas disso são os desmatamentos ilegais, que modificam o habitat dos animais, e o tráfico. No Brasil, o comércio criminoso de animais captura cerca de 38 milhões deles. Cada animal possui um papel tanto na cadeia alimentar como na própria natureza, e seu desaparecimento pode gerar grandes desequilíbrios ambientais.
A
PARA NÃO PERDER O TÍTULO DE PAÍS COM A MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA, É PRECISO PRESERVAR
Em defesa da vida animal
32
É um mamífero terrestre e aquático que chega a pesar 30 kg e medir 2 m de comprimento. Excelente nadador
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O maior dos jacarés, com 5 m de comprimento, vive na bacia Amazônica. Seu couro é alvo de caçadores
JACARÉ-AÇU (Melanosuchus niger)
Vítima da devastação dos manguezais, a ave é vista na região amazônica e em trechos de manguezal
GUARÁ (Eudocimus ruber)
A carne branca é o motivo da caça da ave, que habita a Mata Atlântica e é conhecida pelo som que emite
MACUCO (Tinamus solitarius)
Alvo de caça, vive em áreas restritas (no rio Doce, em Minas Gerais, e em matas costeiras de Alagoas ao Rio de Janeiro)
Em campos e florestas não densas vive esse mamífero sem dente, lento e inofensivo (o que facilita sua captura)
Seus chifres são usados como “troféu de caça”. Habita campos e lugares inundados do Centro-Oeste ao Sul
CERVO-DO-PANTANAL (Blastocerus dichotomus)
SURUCUCU-PICO-DE-JACA (Lachesis muta rhombeata)
Maior macaco das Américas, pesa cerca de 15 kg e só é encontrado nas serras do Mar e da Mantiqueira (SP)
MURIQUI (Brachyteles arachnoides)
TAMANDUÁ-BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla)
Ocupa o topo da cadeia alimentar, equilibrando o ecossistema. Está presente em vários biomas brasileiros, inclusive a Caatinga
ONÇA-PINTADA (Panthera onca)
De pelo avermelhado, tem cerca de 1,20 m de comprimento. Tornou-se raro devido à degradação do Cerrado
LOBO-GUARÁ (Chrysocyon brachyurus)
ARIRANHA (Pteronura brasiliensis)
Também conhecida como gato-do-mato, é comum nas florestas tropicais e está ameaçada devido à caça
JAGUATIRICA (Leopardus pardalis)
33
BRASIL
Riqueza verde ALÉM DE ABRIGAR A MAIOR FLORESTA TROPICAL DO MUNDO, O BRASIL É RICO EM BIODIVERSIDADE
Domínios Vegetacionais Brasileiros RR AP 0°
BIODIVERSIDADE VEGETAÇÃO
D
34
e cada cinco plantas existentes no mundo, uma é de origem brasileira. Ou melhor: de cada cinco plantas conhecidas pelos cientistas, já que nunca conseguiremos catalogar todas as espécies vegetais existentes no mundo. Sabendo disso, é possível afirmar: o Brasil possui mais de 55 mil espécies vegetais registradas, 22% do total mundial. É por isso que, desde a chegada dos europeus às terras brasileiras, botânicos de várias origens se aventuraram pelo território buscando identificar novas espécies. O conjunto de plantas que se localizam em uma região é chamado de vegetação – sua composição e fisionomia variam conforme o tipo de solo, de água, de luz e de condições climáticas. A vegetação é importante para revestir e proteger o solo e as nascentes, filtrar água, captar gás carbônico e liberar oxigênio, abrigar a fauna, entre outras funções. Dois grandes tipos predominam: as formações florestais correspondem a 60% do país e se dividem em florestas ombrófilas (com folhas permanentes e umidade o ano inteiro – Floresta Amazônica, Floresta Pluvial Atlântica e Floresta Mista com Araucária) e florestas estacionais (com perda de folhas e umidade em apenas alguns períodos do ano – como é o caso da floresta semiestacional, que também ocorre na Mata Atlântica). As formações savânicas e campestres (com gramíneas, arbustos e poucas árvores) estão espalhadas pelo Centro-Oeste, pelo Nordeste e pelo Sul e servem, muitas vezes, para pastagem natural do gado. c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP; e Sueli Matiko Sano, bióloga, pesquisadora do MCRN da Embrapa Cerrados
VEGETAÇÃO NATURAL
AM
PA PB
PI
PE
AC RO
±
RN
CE
MA
TO
SE
MT
AL
BA
308
DF
GO
Quilômetros
Domíniosvegetacionais MG
Caatinga Campinas do rio Negro
RR
ES
MS
Campos
0°
SP
RJ
Cerrado Complexo do Pantanal
PR
Floresta Amazônica Matas Atlânticas
LEGENDA
SC
Mata dos Cocais
AM
Vegetação
Mata das Araucárias
Caatinga
RS
Campinarana
Vegetação Litorânea
AC
Campos Cerrado
RO
ROPantanal Complexo do
FLORESTA AMAZÔNICA
É a maior floresta tropical do mundo e possui rica biodiversidade. Abriga mais de 300 espécies de árvores por hectare
±
Floresta Amazônica Mata Atlântica Mata das Araucárias Mata dos Cocais
308 Quilômetros
Vegetação litorânea
Domíniosvegetacionais
F o n t e : Simielli, 2007
Caatinga Campinas do rio Negro Campos Cerrado
M
FOTO-LEGENDA
América do Sul A vegetação dos nossos vizinhos
MATA ATLÂNTICA
COMPLEXO DO PANTANAL
Possui mais de 20 mil espécies de plantas – desde as maiores, como o jequitibá, até menores, como a jabuticabeira, que vive na sombra do bosque
No cenário alagado coexistem espécies do Cerrado, da Mata Atlântica e da Amazônia. É característica do ecossistema a grande diversidade de animais
ALTIPLANOS
Nas áreas planas da Cordilheira dos Andes (da Venezuela até a Argentina), a vegetação é rasteira e resistente ao frio
Domínios Vegetacionais Brasileiros AP CAATINGA
Composta de espécies resistentes à seca, como os cactos. As plantas costumam ter poucas folhas, raízes profundas e espinhos
CAMPINARANA
CERRADO
A região possui solos pobres e ruins para a agricultura, com árvores baixas e troncos finos, gramíneas e arbustos
Tipo de savana, com gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte, retorcidas e com flores vistosas, como as do pequi
SAVANA
A região de Los Llanos, na Venezuela, é caracterizada por superfície de relva (rasteira), muito semelhante à do Cerrado
PA CE
MA
PB
PI
PE
TO
SE
MT
BA
MATA DOS COCAIS
Vegetação formada principalmente por diversas espécies de palmeiras, como o DF GO o buriti babaçu, e a carnaúba MG ES
MS SP
RN
RJ
AL
CAMPOS SULINOS
VEGETAÇÃO LITORÂNEA
PATAGÔNIA
Os pampas gaúchos são áreas abertas, cobertas por vegetação rasteira de pradaria – gramíneas e poucas árvores
Nas áreas lodosas de manguezal, há plantas com raízes expostas. Já as rasteiras são comuns nas planícies arenosas
Ao sul do continente (no Chile e na Argentina), o clima é semidesértico e frio e há planícies com vegetação rasteira, as tundras
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
MATA DAS ARAUCÁRIAS
Também chamada de Mata dos Pinhais. Ocorre em clima subtropical e tropical de altitude e possui plantas coníferas, como o pinheiro-do-paraná (araucária)
35
Em perigo
bserve a ilustração. Ela revela ações ilegais que ocorrem todos os dias na Amazônia – mas, como a floresta é grande, elas dificilmente poderiam ser vistas assim, juntas. Segundo o Inpe, entre agosto de 2012 e julho de 2013, foram desmatados 5.843 km² da floresta, o que equivale a mais de oito vezes
a área de Salvador e representa 28% de aumento em relação ao ano anterior. Ao alterar o ecossistema, também sofremos as consequências: o desmatamento interfere na tempe ratura local e nas chuvas locais e globais, na biodi versidade, na oferta de alimentos e na paisagem.
GRILEIROS
GARIMPO
MINERADORAS ILEGAIS
FRONTEIRA AGRÍCOLA
FÁBRICAS
Vendem terras alheias (com escrituras de propriedade falsas) para extração de recursos naturais
Esta técnica de extração de minerais, muitas vezes clandestina, pode gerar impactos nos ecossistemas onde é praticada
Apesar de necessária, de acordo com o tipo de minério e a tecnologia usada, a mineração causa danos permanentes na paisagem
Desmatamento ilegal avança sobre a floresta, desrespeitando o espaço de proteção e favorecendo a expansão da agricultura
Próximas às florestas, despejam agentes químicos nos rios e lançam no ar gases nocivos ao ecossistema
AMAZÔNIA IMPACTOS AMBIENTAIS
USO IRREGULAR, ESPÉCIES EM EXTINÇÃO, POLUIÇÃO E DESMATAMENTO: A REALIDADE DA AMAZÔNIA
36
O
hora de pensar em como se desenvolver sem agredir o planeta. Para isso, depois de ler abaixo o que se faz de errado, vire a página! c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP; e Luis Enrique Sánchez, engenheiro de minas e geógrafo da USP
DESMATAMENTO
TRÁFICO DE ANIMAIS
ESTRADAS NÃO OFICIAIS
EXTRAÇÃO ILEGAL
QUEIMADA ILEGAL
PASTAGEM
Corte, capina ou queimada ilegal da cobertura vegetal para utilização do solo (na agricultura ou na pastagem)
São anestesiados e vendidos clandestinamente em feiras livres ou exportados para colecionadores e laboratórios
Caminhos de terra feitos por empresas particulares cortam habitats de animais e alteram o ecossistema
Em vez de serem cultivados, produtos como madeira e frutos são retirados sem a autorização do governo
O fogo abre terreno, mas reduz a umidade e contribui para a eliminação de micronutrientes e produção de fumaça tóxica
Com manejo incorreto, o pisoteio dos animais afeta o solo, atrapalha o escoamento da água e provoca erosão
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Na Amazônia (a exemplo de muitos lugares do país), as cidades avançaram sobre a vegetação, expulsando animais de seu habitat e poluindo o ar com a emissão de gases tóxicos por indústrias e automóveis. O lixo jogado nos rios modifica o ciclo da água e a vida dos animais e de vegetais aquáticos. Por isso, é
37
Futuro planejado A
AMAZÔNIA MANEJO SUSTENTÁVEL
COMO CONTEMPLAR DESENVOLVIMENTO, JUSTIÇA SOCIAL E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
38
Terra já ultrapassou a marca dos 7 bilhões de habitantes. Todas essas pessoas precisam comer, vestir-se, usar energia e morar. São muitos recursos naturais extraídos. Afinal, a matéria-prima para produzir comida, roupas e casas vem da natureza. Sem planejamento, a produção e o consumismo podem
gerar danos irreversíveis ao meio ambiente. Por isso, é preciso investir no desenvolvimento sustentável. O conceito é novo e se apresenta como um desafio para a sociedade. Desenvolver-se deixou de ser crescer a qualquer custo e passou a ser o ponto de equilíbrio entre economia, justiça social e meio ambiente.
CURSO DO RIO
RESTAURAÇÃO AMBIENTAL
CONSERVAÇÃO DO SOLO
TURISMO SUSTENTÁVEL
Empresas que constroem hidrelétricas devem manter a vida nos rios assim como as comunidades que dependem deste recurso
Ecossistemas degradados não voltam à condição original, mas podem ser recuperados, em parte, pela readequação ambiental
Entre as safras, planta-se uma cultura diferente da habitual ou utiliza-se um conjunto de técnicas para conservação do solo
Há hotéis que oferecem atividades de interação com o local, usando conceitos de sustentabilidade na construção e no funcionamento
identificar falhas na execução dos acordos e debater a economia solidária, a erradicação da pobreza e o papel das instituições para o desenvolvimento sustentável. c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP; e Luis Enrique Sánchez, engenheiro de minas e geógrafo da USP
REPLANTIO
ÁREAS PROTEGIDAS
TERRAS INDÍGENAS
MATA CILIAR
INDÚSTRIAS LEGAIS
POPULAÇÕES TRADICIONAIS
Recupera áreas degradadas, respeitando as características do ecossistema de cada região e garantindo a biodiversidade
Espaços que protegem a fauna e a flora, delimitam o uso (sustentável) da área e restringem sua visitação
Os índios têm posse e usufruto exclusivo das riquezas do solo, rios e lagos dos locais onde vivem
A mata nas margens de rios, córregos e lagos filtra resíduos químicos, evita a erosão e abriga fauna e flora locais
Precisam demonstrar sua viabilidade ambiental para obter licença do poder público, que deve fiscalizar suas atividades permanentemente
As leis garantem o direito de terra e o desenvolvimento sustentável de indígenas e quilombolas
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Em 1972, a questão foi debatida na 1a Conferência da ONU sobre o meio ambiente. Vinte anos depois, na Eco-92, no Rio de Janeiro, importantes documentos foram criados, como a Agenda 21 e a Carta da Terra. Em 2012, novamente no Brasil, a Rio+20 retomou o tema visando fazer um balanço das últimas décadas,
39
Mapas: como fazer? O PRIMEIRO PASSO PARA FAZER UM MAPA É ENTENDER E DESENHAR O ESPAÇO EM QUE VIVEMOS
CARTOGRAFIA DESENHO DO ESPAÇO
D
40
urante o Período Colonial (de 1500 a 1822), quando os cartógrafos faziam mapas do Brasil, eles desenhavam indígenas, árvores e grandes naus aportando no litoral. Era como se pudessem ver o país do alto. Mas ainda não existiam o avião nem o país de hoje! Por isso, mapas ricos em iluminuras eram feitos com base em informações pouco precisas: os cartógrafos ouviam os relatos dos navegadores para, então, representar continentes e oceanos. Era difícil imaginar uma embarcação vista de cima, por isso naus, caravelas e outros elementos eram retratados como se fossem vistos de frente e de lado. Atualmente, porém, com as imagens aéreas é possível fazer guias de ruas detalhados de cidades inteiras, com tudo da perspectiva de cima e do alto. Atualmente, esses conhecimentos adquiridos pela humanidade ao longo de centenas de anos são ensinados na escola. Aprendemos a observar a paisagem em que vivemos para então representá-la. Estudamos a proporcionalidade; construímos símbolos e organizamos legendas; descobrimos o que é orientação, como usar as coordenadas geográficas, como são calculadas as escalas e como se projeta um mapa. O mapa é a representação de nossa realidade vista de cima, mas de forma bem reduzida. Quando você observa o chão que pisa, por exemplo, tem dele uma visão “aérea”. É como reproduzir a paisagem que se avista a bordo de um avião. Vendo cada vez mais do alto, representamos rios, montanhas, cidades, estados, regiões e países. c o l a b o r a ç ã o Marcello Martinelli, professor de Geografia da USP; e Julia Pinheiro Andrade, geógrafa pela USP
Lá do alto Com fotos feitas de um avião é possível criar mapas diversos As fotos aéreas que mostram de perto a quadra da sua casa são tiradas de dentro de um avião. Com as fotos, estudiosos elaboram plantas de municípios, um tipo de mapa que destaca ruas e avenidas. Dependendo da altura e da rota do voo, a fotografia mostra aspectos diferentes da paisagem
N NO
NE
SO
SE
O
L S
ROSA DOS VENTOS
2
1
1
NA VERTICAL
Fazer um desenho do bairro visto de cima é muito diferente. Afinal, estamos acostumados a enxergar tudo sempre de frente. Com a ajuda de uma foto na vertical, é possível visualizar a proporção de quadras e ruas
2
O Sol nasce a Leste e se põe a Oeste ‒ assim, definiu-se a direção Leste-Oeste. A Norte-Sul é perpendicular. Esses são os Pontos Cardeais, que formam a rosa dos ventos
EM TRÊS DIMENSÕES
A foto oblíqua, em perspectiva, distorce a proporção dos elementos (o que está ao fundo é visto bem pequeno), mas ajuda a localizar pontos de referência, como vales e morros, que podem ser destacados no mapa
Como se lê
Um mapa tem signos que representam elementos isolados ou em conjunto
Com mapas, é possível representar as características do espaço geográfico, como clima, relevo e distribuição
0° da população. Existem dois tipos: o analítico, que mostra a distribuição de um só fenômeno; e o de síntese, que representa o mapeamento da integração de mais de um fenômeno. Veja os mapas abaixo e entenda melhor
BRASIL
VEGETAÇÃO
BRASIL
CLIMA
BRASIL
MORFOCLIMÁTICO
0°
0° 0°
0°
Domínios Morfoclimáticos LEGENDA Amazônico - Terras baixas com florestas equatoriais
LEGENDA Natural Vegetação
Araucárias - Planaltos subtropicais com araucárias
Caatinga Campos LEGENDA Tipos de Equatorial clima úmido
Floresta Amazônica Caatinga
Cerrado - Chapadões tropicais interiores com cerrados e florestas-galeria
Tropical semiárido
Campos Mata Atlântica
Subtropical úmido Equatorial úmido
Cerrado
Mata dos Cocais Floresta Amazônica
Tropical
Tropical semiárido Subtropical úmido Tropical de altitude
Mata dos Cocais
Litorâneo úmido
litorânea Campinas doVegetação Rio Negro
0 Tropical 690 de altitude
Campinas do Rio Negro
Faixa de transição não diferenciada
790
km
ANALÍTICO
O mapa à esquerda nomeia e localiza as principais unidades de vegetação do Brasil, enquanto o da 0 690 direita mostra as principais unidades climáticask m
Quilômetros
O mapa morfoclimático agrega vários aspectos da realidade: vegetação, clima, geologia, relevo, geomorfologia, hidrografia e solo
F o n t e s : Girardi, 2005; Simielli, 2010, IBGE
Dimensões espaço Veja imagens de satélite em em trêsdiferentes escalas superfícies O mundo nodo papel Abaixo, a representação da Terra O mapa é uma representação do espaço em tamanho reduzido. A escala é a proporção entre o PROJEÇÃO ESFÉRICA tamanho da área representada e o do mapa. Há dois tipos de escala: a numérica e a gráfica. Na A Terra é um geoide, numérica, a relação 1:100.000 significa que 1 cm medido no mapa representa 100.000 cm da ou seja, tem formato irregular: escalaarredondada 1:80.000.000 como uma bola e um pouco achatada nos polos
Quilômetros
Fonte
41
realidade – o equivalente a 1 km. Na gráfica, a representação é visual. Nesse caso, uma barrinha PLANISFÉRIO PROJEÇÃO CILÍNDRICA de 1 cm com o número 100 quer dizer que 1 cm no mapa equivale a 100 km na realidade. Quanto Feito com base em É como se o globo "maior" a escala, como na imagem da Baía de Todos os Santos, mais detalhes podem ser vistos cálculos, mostra os fosse envolvido por uma continentes os folha de cartolina, em escala 1:22.500.000 escala 1:e2.000.000 oceanos do planeta que seriam traçados os em superfície plana continentes
Do imenso ao pequenino Com imagens em diferentes escalas, vemos mais ou menos detalhes. Quanto maior é a escala, menor é a porção de espaço que vemos na imagem e, por isso, enxergamos mais detalhes, diminuindo a escala, ocorre o oposto: grande área em pequena imagem 800
790
Quilômetros
SÍNTESE
Brasil Veja três escalas diferentes do mesmo local
!
São
Pradarias - Coxilhas subtropicais com pradarias mistas
Tropical
Mata dos Pinhais
Vegetação litorânea Pantanal
( !
Santana de Parnaíba
Mares de Morros - Áreas mamelonares tropical-atlânticas florestadas
Litorâneo úmido
Mata Atlântica Mata dos Pinhais
Pantanal
Caatingas - Depressões intermontanas e interplanálticas semiáridas
Tipos de clima
Vegetação Natural
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Cerrado
0°
Baía de Todos os Santos
Bahia
225
20
800
225
20
800
225
20
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Quilômetros
Viagem espacial AO NOS DISTANCIARMOS DA TERRA É POSSÍVEL VER AS PAISAGENS DE UM ÂNGULO BEM DIFERENTE. CONFIRA
uando viajamos de carro ou de ônibus, vamos passando e vendo paisagens diversas. Se formos de avião, veremos as coisas lá do alto, mas ainda assim nosso destino será uma localidade na superfície terrestre. Agora, já imaginou se fôssemos subindo, subindo, subindo... até ver a Terra de longe? O que veríamos? Primeiro, o lugar de onde saímos (só que lá do alto!), depois as cidades, as florestas, os rios, as montanhas... até vermos os continentes, oceanos e, finalmente, o planeta colorido chamado Terra.
Nas páginas a seguir vamos fazer esse percurso utilizando mapas feitos com base em imagens de satélite. Repare no que você pode identificar: locais conhecidos, aspectos geográficos, localização de cidades, estados, continentes, rios, florestas, oceanos... De repente o lugar de onde saímos ganha uma nova perspectiva e passa a ser visto como parte de um todo. Acompanhe os mapas a seguir e boa viagem! c o l a b o r a ç ã o Sueli Angelo Furlan, professora de Geografia da USP
Quer ir do Farol da Barra até ver a Terra do espaço? Então vamos!
SALVADOR
DESTAQUE
42
COPYRIGHTS FOTOS DIGITAIS SAAPI®, GENTILMENTE CEDIDAS PELA ENGEMAP GEOINFORMAÇÃO, 2012
ZOOM DA BAHIA AO UNIVERSO
13°0'30"S
BAÍA DE TODOS OS SANTOS
13°0'38"S
OCEANO 40
ATLÂNTICO
Metros 38°32'O
38°31'53"O
Aqui está Salvador, que fica...
38°31'45"O
ESTADO DA BAHIA
POLÍTICO
9°0'S
R !
R !
12°0'S
R !
R !
R !
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
R !
OCEANO R !
ATLÂNTICO
R !
R !
43
15°0'S
R !
LEGENDA Capital da Bahia
R Centros regionais !
R !
Limite do estado da Bahia
18°0'S
Limites estaduais 45°0'O
42°0'O
39°0'O
...no estado da Bahia, que integra...
36°0'O
± 75 Quilômetros 33°0'O
REGIÃO NORDESTE
POLÍTICO
R !
R !
R !
R ! R !
6°0'S
R !
ZOOM DA BAHIA AO UNIVERSO
R !
44
OCEANO
R !
ATLÂNTICO
R ! R !
±
R !
13°0'S
120 Quilômetros
LEGENDA
R !
R ! R !
Capitais estaduais Limite da Região Nordeste Limites dos estados da Região Nordeste Limites dos demais estados brasileiros
47°0'O
40°0'O
... a Região Nordeste, localizada no Brasil...
33°0'O
AMÉRICA DO SUL
POLÍTICO
! O ! O
! O
! O Linha do Equador
! O
R !
! O
OCEANO
! O
PACÍFICO
! O BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
0°00'
! O
! O apri de C i co p ó Tr
có r n
io
! O
45
! O! O OCEANO ATLÂNTICO
LEGENDA
! O
Capitais da América do Sul
R !
Capital da Bahia
30°0'S
Limites internacionais Limite nacional Limite do estado da Bahia Limites estaduais 120°0'O
± 500 Quilômetros 90°0'O
60°0'O
... que está na América do Sul...
30°0'O
0°0'
180°
PLANISFÉRIO
150°O
120°O
90°O
60°O
POLÍTICO
LEGENDA Alasca (EUA)
Limites internacionais 60°N
Águas profundas
Canadá
Águas rasas Florestas densas
ATLÂNTICO
Zonas áridas
Ilhas Bermudas (RUN)
30°N
México
ZOOM DA BAHIA AO UNIVERSO
Países enumerados no mapa
46
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Albânia Armênia Áustria Bélgica Bósnia-Herzegovina Burundi Croácia Eslováquia Eslovênia Hungria Kosovo Lituânia Luxemburgo Macedônia Moldávia Montenegro Países Baixos (Holanda) Palestina República Checa Romênia Ruanda Sérvia Suíça
± 1.135 Quilômetros
OCEANO
Estados Unidos da América
Neve e gelo
Cuba
Bahamas
Haiti Rep. Dominicana Porto Rico (EUA) Jamaica Honduras Guatemala Mar do Caribe Barbados Nicarágua El Salvador Trinidad e Tobago Costa Rica Venezuela Guiana Panamá Suriname Colômbia Guiana Francesa (FRA) Ilhas Galápagos (EQU) Equador Belize
Havaí (EUA)
0°
OCEANO PACÍFICO Peru
Samoa Tonga
Brasil Bolívia
Polinésia Francesa (FRA)
Paraguai Chile 30°S
1 - Albânia 2 - Armênia 3 - Áustria 4 - Bélgica 5 - Bósnia - Herzegovina 6 - Croácia 7 - Eslováquia 8 - Eslovênia 9 - Holanda 10 - Hungria 11 - Kosovo 12 - Lituânia 13 - Luxemburgo 14 - Macedônia 15 - Moldávia 16 - Montenegro 17 - República Tcheca 18 - Romênia 19 - Sérvia 20 - Suíça
Argentina
Uruguai
Ilhas Malvinas (RUN)
60°S
180°
150°O
120°O
90°O
60°O
30°O
0°
30°L
60°L
90°L
120°L
150°L
180°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO Groenlândia (DIN)
Islândia
Suécia
Finlândia
Rússia 60°N Estônia Dinamarca Letônia 12 Reino 17 Irlanda Unido Polônia Bielorrússia Alemanha 4 13 Ucrânia 19 8 Cazaquistão França 23 3 9 10 20 15 Mongólia Geórgia Mar Andorra San Marino 7 5 22 Mar Cáspio Uzbequistão Quirguistão Bulgária 11 Negro Itália 16 Coreia Espanha Azerbaijão Açores (PT) Portugal 1 14 do Norte 2 Turquia Turcomenistão Tajiquistão Grécia Mar Japão Ilha da Coreia China Chipre Síria Mediterrâneo Madeira (PT) Tunísia Malta Líbano do Sul Afeganistão Irã OCEANO PACÍFICO Israel 18 Iraque Ilhas Marrocos Butão 30°N Jordânia Kuwait Nepal Canárias Paquistão Argélia Líbia Egito (ESP) Saara Catar Ocidental Taiwan Arábia Saudita Cabo Emirados Bangladesh Mianmar Verde Mauritânia Mali Laos Ilhas Marianas (EUA) Omã Árabes Níger Índia Unidos Senegal Eritreia Iêmen Chade Sudão Tailândia Burkina Gâmbia Camboja Vietnã Fasso Djibuti Guiné- Guiné Estados Federados Filipinas Nigéria -Bissau da Micronésia Costa do Sudão Etiópia Brunei República Marfim Serra Leoa Kiribati Centro-Africana do Sul Palau Somália Sri Lanka Libéria Camarões Maldivas Malásia Gana Uganda Nauru Rep. Togo Quênia Gabão Democrática 21 Benin Indonésia Congo do Congo 6 São Tomé PapuaIlhas Seychelles Guiné e Príncipe -Nova Guiné Ilhas Salomão Tanzânia Equatorial Singapura Comores Tuvalu OCEANO Angola Timor Leste Maláui Zâmbia Vanuatu ATLÂNTICO Fiji Zimbábue Madagascar Ilhas Maurício Nova Namíbia Moçambique Caledônia Botsuana Austrália Suazilândia Noruega
Ma
rV
me er
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
lho
Lesoto África do Sul
0°
47
30°S
OCEANO ÍNDICO Nova Zelândia Ilhas do Príncipe Eduardo (AFS)
Ilhas Crozet (FRA) Ilhas Kerguelen (FRA)
60°S
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 Antártida 30°O
0°
30°L
² 1.300
2.600
Quilômetros
60°L
90°L
120°L
150°L
180°
3.900
... que faz parte do planeta Terra!
48
ZOOM DA BAHIA AO UNIVERSO
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
49
NOTA: desenho fora de escala e com cores fantasia
Cidades luminosas NA IMAGEM NOTURNA DA TERRA É POSSÍVEL VER AS REGIÕES QUE MAIS USAM ENERGIA ELÉTRICA
ELETRICIDADE NOITE NO PLANETA
E
sta imagem, de toda a Terra à noite ao mesmo tempo, é uma montagem. Afinal, é impossível que o planeta todo esteja no escuro no mesmo momento. A Terra gira, e há sempre uma face dela voltada para o Sol! Esta composição foi feita com imagens de satélite para que possamos ver como a energia elétrica é usada no mundo. Compare a iluminação nos Estados Unidos com a do continente africano. A relação entre desenvolvimento econômico e uso da eletricidade é evidente. As luzes também indicam maior urbanização: afinal, nas cidades o uso de eletricidade é mais concentrado.
1
2
c o l a b o r a ç ã o Juan J. Verdésio, especialista em Energias Renováveis da UnB
Farol da Barra, Salvador
50 3
4
5
PLANISFÉRIO
À NOITE
11
6 7
13
8
14 10
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
12
Metrópoles acesas
51
Centros urbanos são os principais consumidores de energia elétrica. Veja alguns exemplos
9
1 2 3 4 5 6 7 8
WASHINGTON D.C.
9 JOANESBURGO
CIDADE DO MÉXICO
10 CAIRO 11 MOSCOU 12 NOVA DÉLHI
SALVADOR SÃO PAULO BUENOS AIRES LONDRES PARIS
13 PEQUIM 14 TÓQUIO 15 CAMBERRA
15
MADRI F o n t e : NOAA's National Geophysical Data Center, 2010
zoom 6 p.60
Onde você está? PARA SABER ONDE ESTAMOS, NÃO BASTA NOS LOCALIZARMOS, É PRECISO CONHECER O LUGAR
zoom 4 p.58
zoom 2 p.56
10°0'S
BAHIA TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE
O
52
território baiano passou por muitas transformações. Foi no século 19 que assumiu a forma atual, com a incorporação da região a oeste do estado, área correspondente ao médio curso do Rio São Francisco. Mas, se a delimitação da Bahia permanece igual desde então, o mesmo não se pode dizer de seus limites internos. Há municípios seculares e outros bem recentes, como os de Barrocas e Luís Eduardo Magalhães, criados no ano de 2000. A Bahia é o quinto maior estado do Brasil, com quase 565 mil km² – área um pouco maior do que a da França. Seu território apresenta grande diversidade de paisagens, formas de uso da terra, modos de vida, atividades econômicas... A fim de agrupar lugares tão variados, foi criada, em 2010, uma divisão da Bahia inspirada em um conceito que classifica os agrupamentos em Territórios de Identidade. Essa divisão da Bahia contemplou as múltiplas dimensões da realidade geográfica, integrando diversos aspectos das esferas social, econômica, cultural, política, histórica e natural. Trata-se de uma representação bastante completa das identidades territoriais baianas. Cada lugar tem características singulares, mas certos aspectos comuns os identificam com áreas do entorno. Nas páginas seguintes, estão destacados os territórios e, no interior deles, os municípios que os compõem. Procure pelo seu município!
zoom 5 p.59
zoom 3 p.57
zoom 1 p.55
15°0'S
Veja nas próximas páginas a localização de cada um dos 417 municípios da Bahia
± 70 Quilômetros
c o l a b o r a ç ã o Marlene R. Souza Felício, professora de Geografia da SEC-BA 45°0'O
40°0'O
TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE 1 - IRECÊ 2 - VELHO CHICO 3 - CHAPADA DIAMANTINA 4 - SISAL 5 - LITORAL SUL 6 - BAIXO SUL
7 - EXTREMO SUL 8 - MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA 9 - VALE DO JEQUIRIÇÁ 10 - SERTÃO DO SÃO FRANCISCO 11 - BACIA DO RIO GRANDE 12 - BACIA DO PARAMIRIM
13 - SERTÃO PRODUTIVO 1420°0'S - PIAMONTE DO PARAGUAÇU 15 - BACIA DO JACUIPE 16 - PIEMONTE DA DIAMANTINA 17 - SEMIÁRIDO NORDESTE II 18 - LITORAL NORTE E AGRESTE BAIANO
19 - PORTAL DO SERTÃO 20 - VITÓRIA DA CONQUISTA 21 - RECÔNCAVO 22 - MÉDIO RIO DE CONTAS 23 - BACIA DO RIO CORRENTE 24 - ITAPARICA
25 - PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU 26 - REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR 27 - COSTA DO DESCOBRIMENTO
Encontre seu município
Divisão da Bahia respeita critérios sociais e naturais
Existem na Bahia 417 municípios, onde está o seu?
Veja abaixo os 27 Territórios de Identidade da Bahia. Repare que os nomes indicam certas características do território, sejam relacionadas a aspectos naturais ou sociais
Nas próximas páginas há mapas com todos os municípios da Bahia. Para encontrar o seu, basta ver na lista abaixo: o número da página em que se encontra, em qual território está localizado e o número do próprio município MUNICÍPIO
10°0'S
15°0'S
TERRITÓRIOS DE IDENTIDADE 1 - IRECÊ 2 - VELHO CHICO 3 - CHAPADA DIAMANTINA 4 - SISAL 5 - LITORAL SUL 6 - BAIXO SUL 70 7 - EXTREMO SUL Quilômetros 8 - MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA 9 - VALE DO JEQUIRIÇÁ 45°0'O 10 - SERTÃO DO SÃO FRANCISCO 11 - BACIA DO RIO GRANDE 12 - BACIA DO PARAMIRIM 13 - SERTÃO PRODUTIVO 14 - PIAMONTE DO PARAGUAÇU 15 - BACIA DO JACUIPE 16 - PIEMONTE DA DIAMANTINA 17 - SEMIÁRIDO NORDESTE II 18 - LITORAL NORTE E AGRESTE BAIANO 19 - PORTAL DO SERTÃO 20 - VITÓRIA DA CONQUISTA 21 - RECÔNCAVO 22 - MÉDIO RIO DE CONTAS 23 - BACIA DO RIO CORRENTE 24 - ITAPARICA 25 - PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU 26 - REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR 27 - COSTA DO DESCOBRIMENTO
±
20°0'S
40°0'O
A numeração dos Territórios de Identidade e dos municípios obedece a critérios estabelecidos pela SEI
Nо
MUNICÍPIO
Nо
MUNICÍPIO
3
42
BOM JESUS DA LAPA
56
2
28
CATURAMA
61
24
390
BOM JESUS DA SERRA
55
20
334
59
18
288
BONINAL
56
3
49
ADUSTINA
58
17
265
BONITO
56
3
59
ÁGUA FRIA
59
19
313
BOQUIRA
56
12
200
AIQUARA
57
22
363
BOTUPORÃ
56
12
195
ALAGOINHAS
59
18
284
BREJÕES
57
9
BREJOLÂNDIA
56
BROTAS DE MACAÚBAS
56
PÁGINA TERRITÓRIO
ABAÍRA
56
ABARÉ ACAJUTIBA
PÁGINA TERRITÓRIO
PÁGINA TERRITÓRIO
56
12
Nо 196
CENTRAL
56
1
14
CHORROCHÓ
61
24
389
CÍCERO DANTAS
58
17
266
CIPÓ
58
17
258
COARACI
55
5
98
163
CÔCOS
56
23
374
23
384
CONCEIÇÃO DA FEIRA
59
19
297
2
32
CONCEIÇÃO DO ALMEIDA
59
21
343
ALCOBAÇA
55
7
127
ALMADINA
55
5
97
AMARGOSA
57
9
164
BRUMADO
56
13
211
AMÉLIA RODRIGUES
59
19
299
BUERAREMA
55
5
91
BURITIRAMA
56
11
190
CAATIBA
55
8
142
CABACEIRAS DO PARAGUAÇU
59
21
355
CONCEIÇÃO DO COITÉ
58
4
71
CONCEIÇÃO DO JACUÍPE
59
19
302
CONDE
59
18
287
CONDEÚBA
55
20
323
CONTENDAS DO SINCORÁ
56
13
217 306
AMÉRICA DOURADA
56
1
12
ANAGÉ
55
20
332
ANDARAÍ
56
3
50
ANDORINHA
58
25
397
CACHOEIRA
59
21
354
CORAÇÃO DE MARIA
59
19
ANGICAL
56
11
183
CACULÉ
56
4
202
CORDEIROS
55
20
317
ANGUERA
59
19
307
CAÉM
58
16
250
CORIBE
56
23
375
ANTAS
58
17
267
CAETANOS
55
20
335
CORONEL JOÃO SÁ
58
17
271
ANTÔNIO CARDOSO
59
19
303
CAETITÉ
56
13
218
CORRENTINA
56
23
378
ANTÔNIO GONÇALVES
58
25
395
CAFARNAUM
56
1
6
COTEGIPE
56
11
186
APORÁ
59
18
289
CAIRU
57
6
117
CRAVOLÂNDIA
57
9
150
APUAREMA
57
22
371
CALDEIRÃO GRANDE
58
25
391
CRISÓPOLIS
59
18
293
ARAÇÁS
59
18
280
CAMACAN
55
5
85
CRISTÓPOLIS
56
11
181
ARACATU
55
20
336
CAMAÇARI
59
26
409
CRUZ DAS ALMAS
59
21
348
ARACI
58
4
72
CAMAMU
57
6
108
CURAÇÁ
60
10
177
ARAMARI
59
18
282
CAMPO ALEGRE DE LOURDES
60
10
174
DÁRIO MEIRA
57
22
358
ARATACA
55
5
86
CAMPO FORMOSO
58
25
398
DIAS D'ÁVILA
59
26
408
ARATUÍPE
57
6
120
CANÁPOLIS
56
23
379
DOM BASÍLIO
56
13
215
AURELINO LEAL
55
5
103
CANARANA
56
1
5
DOM MACEDO COSTA
59
21
340
BAIANÓPOLIS
56
11
179
CANAVIEIRAS
55
5
83
ELÍSIO MEDRADO
57
9
167
BAIXA GRANDE
59
15
235
CANDEAL
58
4
61
ENCRUZILHADA
55
20
314
BANZAÊ
58
17
262
CANDEIAS
59
26
407
ENTRE RIOS
59
18
285
BARRA
56
2
36
CANDIBA
56
13
205
ÉRICO CARDOSO
56
12
194
BARRA DA ESTIVA
56
3
37
CÂNDIDO SALES
55
20
316
ESPLANADA
59
18
286
BARRA DO CHOÇA
55
20
321
CANSANÇÃO
58
4
78
EUCLIDES DA CUNHA
58
17
269
BARRA DO MENDES
56
1
2
CANUDOS
60
10
168
EUNÁPOLIS
55
27
413
BARRA DO ROCHA
57
22
366
CAPELA DO ALTO ALEGRE
59
15
242
FÁTIMA
58
17
263
BARREIRAS
56
11
184
CAPIM GROSSO
58
16
249
FEIRA DA MATA
56
2
22
BARRO ALTO
56
1
3
CARAÍBAS
55
20
329
FEIRA DE SANTANA
59
19
308
BARRO PRETO
55
5
96
CARAVELAS
55
7
125
FILADÉLFIA
58
25
393
BARROCAS
58
4
65
CARDEAL DA SILVA
59
18
283
FIRMINO ALVES
55
8
143
BELMONTE
55
27
416
CARINHANHA
56
2
23
BELO CAMPO
55
20
322
CASA NOVA
60
10
176
FLORESTA AZUL
55
5
94
FORMOSA DO RIO PRETO
56
11
191
BIRITINGA
58
4
69
CASTRO ALVES
59
21
352
GANDU
57
6
110
BOA NOVA
57
22
359
CATOLÂNDIA
56
11
180
GAVIÃO
59
15
244
BOA VISTA DO TUPIM
56
14
224
CATU
59
18
277
GENTIO DO OURO
56
1
16
A lista continua na página seguinte
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Territórios de identidade
53
MUNICÍPIO GLÓRIA
54
Nо
MUNICÍPIO
61
24
386
ITAPICURU
PÁGINA TERRITÓRIO
PÁGINA TERRITÓRIO
Nо
MUNICÍPIO
PÁGINA TERRITÓRIO
59
18
296
MARAÚ
55
Nо
5
106
MUNICÍPIO
PÁGINA TERRITÓRIO
Nо
MUNICÍPIO
PÁGINA TERRITÓRIO
Nо
PLANALTINO
57
9
161
SÃO MIGUEL DAS MATAS
57
9
162
GONGOGI
57
22
360
ITAPITANGA
55
5
102
MARCIONÍLIO SOUZA
56
3
43
PLANALTO
55
20
326
SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ
59
21
356
GOVERNADOR MANGABEIRA
59
21
353
ITAQUARA
57
9
151
MASCOTE
55
5
81
POÇÕES
55
20
333
SAPEAÇU
59
21
347
GUAJERU
55
20
330
ITARANTIM
55
8
137
MATA DE SÃO JOÃO
59
18
275
POJUCA
59
18
276
SÁTIRO DIAS
59
18
292
GUANAMBI
56
13
210
ITATIM
56
14
221
MATINA
56
2
21
PONTO NOVO
58
25
392
SAUBARA
59
21
345
GUARATINGA
55
27
412
ITIRUÇU
57
9
149
MEDEIROS NETO
55
7
129
PORTO SEGURO
55
27
411
SAÚDE
58
16
253
HELIÓPOLIS
58
17
260
ITIÚBA
58
4
79
MIGUEL CALMON
58
16
248
POTIRAGUÁ
55
8
136
SEABRA
56
3
56
IAÇU
56
14
222
ITORORÓ
55
8
MILAGRES
57
9
166
PRADO
55
7
131
SEBASTIÃO LARANJEIRAS
56
13
203
IBIASSUCÊ
56
13
208
ITUAÇU
56
13
216
MIRANGABA
58
16
255
PRESIDENTE DUTRA
56
1
13
SENHOR DO BONFIM
58
25
396
IBICARAÍ
55
5
93
ITUBERÁ
57
6
112
MIRANTE
55
20
337
PRESIDENTE JÂNIO QUADROS
55
20
328
SENTO SÉ
60
10
171
IBICOARA
56
3
41
IUIU
56
13
206
MONTE SANTO
58
4
80
PRESIDENTE TANCREDO NEVES
57
6
118
IBICUÍ
55
8
147
JABORANDI
56
23
376
MORPARÁ
56
2
35
QUEIMADAS
58
4
74
QUIJINGUE
58
4
77
QUIXABEIRA
59
15
246
RAFAEL JAMBEIRO
56
14
225
REMANSO
60
10
RETIROLÂNDIA
58
4
RIACHÃO DAS NEVES
56
11
187
10°0'S 10°0'S 141
IBIPEBA
56
1
9
JACARACI
55
20
324
MORRO DO CHAPÉU
56
3
60
IBIPITANGA
56
12
199
JACOBINA
58
21
252
MORTUGABA
55
20
319
IBIQUERA
56
14
223
JAGUAQUARA
57
9
153
MUCUGÊ
56
3
48
SERRA DO RAMALHO
56
2
27
SERRA DOURADA
56
23
382
SERRA PRETA
59
15
233
SERRINHA
58
4
64
SERROLÂNDIA
58
16
247
173
SIMÕES FILHO
59
26
406
67
SÍTIO DO MATO
56
2
29
SÍTIO DO QUINTO
58
17
270 170
IBIRAPITANGA
57
6
107
JAGUARARI
58
25
399
MUCURI
55
7
123
IBIRAPOÃ
55
7
124
JAGUARIPE
57
6
121
MULUNGU DO MORRO
56
1
1
IBIRATAIA
57
22
368
JANDAÍRA
59
18
291
MUNDO NOVO
56
14
231
JEQUIÉ
57
22
373
MUNIZ FERREIRA
59
21
338
RIACHÃO DO JACUÍPE
59
15
239
JEREMOABO
58
17
273
MUQUÉM DO SÃO FRANCISCO
56
2
33
RIACHO DE SANTANA
56
2
26
MURITIBA
59
21
350
RIBEIRA DO AMPARO
58
17
IBITIARA
56
3
51
IBITITÁ
56
1
7
IBOTIRAMA
56
2
34
JIQUIRIÇÁ
57
9
157
ICHU
58
4
63
JITAÚNA
57
22
365
MUTUÍPE
57
9
156
RIBEIRA DO POMBAL
58
IGAPORÃ
56
2
24
JOÃO DOURADO
56
1
15
NAZARÉ
59
21
342
RIBEIRÃO DO LARGO
55
IGRAPIÚNA
57
6
109
JUAZEIRO
60
10
175
NILO PEÇANHA
57
6
113
RIO DE CONTAS
IGUAÍ
55
8
146
JUCURUÇU
55
7
134
NORDESTINA
58
4
75
SOBRADINHO
60
10
SOUTO SOARES
56
3
58
259
TABOCAS DO BREJO VELHO
56
23
383
17
261
TANHAÇU
56
13
213
20
315
TANQUE NOVO
56
12
192
56
3
39
TANQUINHO
59
19
310
RIO DO ANTÔNIO
56
13
209
TAPEROÁ
57
6
115
ILHÉUS
55
5
100
JUSSARA
56
1
18
NOVA CANAÃ
55
8
145
RIO DO PIRES
56
12
197
TAPIRAMUTÁ
56
14
230
INHAMBUPE
59
18
290
JUSSARI
55
5
89
NOVA FÁTIMA
59
15
240
RIO REAL
59
18
294
TEIXEIRA DE FREITAS
55
7
128
IPECAETÁ
59
19
304
JUSSIAPE
56
3
38
NOVA IBIÁ
57
22
370
RODELAS
61
24
388
TEODORO SAMPAIO
59
19
305
IPIAÚ
57
22
364
LAFAYETTE COUTINHO
57
9
148
NOVA ITARANA
57
9
165
RUY BARBOSA
56
14
228
TEOFILÂNDIA
58
4
66
IPIRÁ
59
15
234
LAGEDO DO TABOCAL
57
9
152
NOVA REDENÇÃO
56
3
46
SALINAS DA MARGARIDA
59
26
403
TEOLÂNDIA
57
6
116
LAGOA REAL
56
13
214
58
17
257
SALVADOR
59
26
404
TERRA NOVA
59
19
301
57
9
15°0'S 15°0'S 160
NOVA SOURE
LAJE
NOVA VIÇOSA
55
7
122
SANTA BÁRBARA
59
19
312
TREMEDAL
55
20
320
SANTA BRÍGIDA
58
17
274
TUCANO
58
4
76
SANTA CRUZ CABRÁLIA
55
27
414
UAUÁ
60
10
169
IPUPIARA
56
1
4
IRAJUBA
57
9
158
IRAMAIA
56
3
40
LAJEDÃO
55
7
126
NOVO HORIZONTE
56
3
47
IRAQUARA
56
3
55
LAJEDINHO
56
14
226
NOVO TRIUNFO
58
17
268
IRARÁ
59
19
309
OLINDINA
59
18
295
SANTA CRUZ DA VITÓRIA
55
8
144
UBAÍRA
57
9
159
IRECÊ
56
1
11
OLIVEIRA DOS BREJINHOS
56
2
31
SANTA INÊS
57
9
154
UBAITABA
55
5
105
ITABELA
55
27
367
ITABERABA
56
ITABUNA
LAMARÃO
58
4
62
LAPÃO
56
1
8
410
LAURO DE FREITAS
59
26
402
OURIÇANGAS
59
18
281
SANTA LUZIA
55
5
82
UBATÃ
57
22
14
227
LENÇÓIS
56
3
53
OUROLÂNDIA
58
16
254
SANTA MARIA DA VITÓRIA
56
23
380
UIBAÍ
56
1
10
55
5
95
LICÍNIO DE ALMEIDA
55
20
331
PALMAS DE MONTE ALTO
56
13
212
SANTA RITA DE CÁSSIA
56
11
189
UMBURANAS
58
16
256
ITACARÉ
55
5
104
ITAETÉ
56
3
44
56
13
219
ITAGI
57
22
362
LUÍS EDUARDO MAGALHÃES
56
11
182
PARATINGA
56
ITAGIBÁ
57
22
361
MACAJUBA
56
14
229
PARIPIRANGA
58
ITAGIMIRIM
55
27
415
MACARANI
55
8
138
PAU BRASIL
55
5
LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA
PALMEIRAS
56
3
52
SANTA TEREZINHA
56
14
220
PARAMIRIM
56
12
193
SANTALUZ
58
4
73
2
30
SANTANA
56
23
381
17
264
SANTANÓPOLIS
59
19
311
84
SANTO AMARO
59
21
357
±
UNA
55
5
87
URANDI
56
13
201
URUÇUCA
55
5
101
UTINGA
56
3
57
VALENÇA
57
6
119
ITAGUAÇU DA BAHIA
56
1
20
MACAÚBAS
56
12
198
PAULO AFONSO
61
24
385
SANTO ANTÔNIO DE JESUS
59
21
339
VALENTE
58
4
70
ITAJU DO COLÔNIA
55
5
90
MACURURÉ
61
24
387
PÉ DE SERRA
59
15
237
SANTO ESTÊVÃO
59
19
298
VÁRZEA DA ROÇA
59
15
241
ITAJUÍPE
55
5
99
MADRE DE DEUS
59
26
405
PEDRÃO
59
18
279
SÃO DESIDÉRIO
56
11
178
VÁRZEA DO POÇO
59
15
243
ITAMARAJU
55
7
133
MAETINGA
55
20
327
PEDRO ALEXANDRE
58
17
272
SÃO DOMINGOS
58
4
68
VÁRZEA NOVA
58
16
251
ITAMARI
57
22
372
MAIQUINIQUE
55
8
135
PIATÃ Quilômetros Quilômetros
56
3
45
SÃO FELIPE
59
21
344
VARZEDO
59
21
341
ITAMBÉ
55
8
140
MAIRI
59
15
238
PILÃO ARCADO
60
10
172
SÃO FÉLIX
59
21
349
VERA CRUZ
59
26
400
ITANAGRA
59
18
278
MALHADA
56
2
25
PINDAÍ
56
13
204
SÃO FÉLIX DO CORIBE
56
23
377
VEREDA
55
7
130
VITÓRIA DA CONQUISTA
55
20
325
WAGNER
56
3
54
WANDERLEY
56
11
185
WENCESLAU GUIMARÃES
57
6
114
XIQUE-XIQUE
56
1
19
70 70
45°0'O 45°0'O
ITANHÉM
55
7
132
MALHADA DE PEDRAS
56
13
207
PINDOBAÇU
58
25
394
SÃO FRANCISCO DO CONDE
59
21
351
ITAPARICA
59
26
401
MANOEL VITORINO
57
22
369
PINTADAS
59
15
236
SÃO GABRIEL
56
1
17
ITAPÉ
55
5
92
MANSIDÃO
56
11
188
PIRAÍ DO NORTE
57
6
111
SÃO GONÇALO DOS CAMPOS
59
19
300
ITAPEBI
55
27
417
MARACÁS
57
9
155
PIRIPÁ
55
20
318
SÃO JOSÉ DA VITÓRIA
55
5
88
ITAPETINGA
55
8
139
MARAGOGIPE
59
21
34620°0'S 20°0'SPIRITIBA
56
14
232
SÃO JOSÉ DO JACUÍPE
59
15
245
40°0'O 40°0'O
zoom 1 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 5 - LITORAL SUL
Cada Território de Identidade tem um município identificado como referência
81 - MASCOTE 82 - SANTA LUZIA 83 - CANAVIEIRAS 84 - PAU BRASIL 85 - CAMACAN 86 - ARATACA 87 - UNA 88 - SÃO JOSÉ DA VITÓRIA 89 - JUSSARI 90 - ITAJU DO COLÔNIA 91 - BUERAREMA 92 - ITAPÉ 93 - IBICARAÍ 94 - FLORESTA AZUL 95 - ITABUNA 96 - BARRO PRETO/LOMANTO JÚNIOR 97 - ALMADINA 98 - COARACI 99 - ITAJUÍPE 100 - ILHÉUS 101 - URUÇUCA 102 - ITAPITANGA 103 -AURELINO LEAL 104 - ITACARÉ 105 - UBAITABA 106 - MARAÚ 7 - EXTREMO SUL 122 - NOVA VIÇOSA 123 - MUCURI 124 - IBIRAPOÃ 125 - CARAVELAS 126 - LAJEDÃO 127 - ALCOBAÇA 128 - TEIXEIRA DE FREITAS 129 - MEDEIROS NETO 131 - PRADO 131 - VEREDA 132 - ITANHÉM 133 - ITAMARAJU 134 - JUCURUÇU 8 - MÉDIO SUDOESTE DA BAHIA 135 - MAIQUINIQUE 136 - POTIRAGUÁ 137 - ITARANTIM 138 - MACARANI 139 - ITAPETINGA 140 - ITAMBÉ 141 - ITORORÓ 142 - CAATIBA 143 - FIRMINO ALVES 144 - SANTA CRUZ DA VITÓRIA 145 - NOVA CANAÃ 146 - IGUAÍ 147 - IBICU 20 - VITÓRIA DA CONQUISTA 314 - ENCRUZILHADA 315 - RIBEIRÃO DO LARGO 316 - CÂNDIDO SALES 317 - CORDEIROS 318 - PIRIPÁ 319 - MORTUGABA 320 - TREMEDAL 321 - BARRA DO CHOÇA 322 - BELO CAMPO 323 - CONDEÚBA 324 - JACARACI 325 - VITÓRIA DA CONQUISTA 326 - PLANALTO 327 - MAETINGA 328 - PRESIDENTE JÂNIO QUADROS 329 - CARAÍBAS 330 - GUAJERU 331 - LICÍNIO DE ALMEIDA 332 - ANAGÉ 333 - POÇÕES 334 - BOM JESUS DA SERRA 335 - CAETANOS 336 - ARACATU 337 - MIRANTE
± 30 30 Quilômetros Quilômetros
27 - COSTA DO DESCOBRIMENTO
Fon t e : SEI, 2010
410 - ITABELA 411 - PORTO SEGURO 412 - GUARATINGA 413 - EUNÁPOLIS 414 - SANTA CRUZ CABRÁLIA 415 - ITAGIMIRIM 416 - BELMONTE 417 - ITAPEBI
55
zoom 2 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 1 - IRECÊ 1 - MULUNGU DO MORRO 2 - BARRA DO MENDES 3 - BARRO ALTO 4 - IPUPIARA 5 - CANARANA 6 - CAFARNAUM 7 - IBITITÁ 8 - LAPÃO 9 - IBIPEBA 10 - UIBAÍ 11 - IRECÊ 12 - AMÉRICA DOURADA 13 - PRES. DUTRA 14 - CENTRAL 15 - JOÃO DOURADO 16 - GENTIO DO OURO 17 - SÃO GABRIEL 18 - JUSSARA 19 - XIQUE-XIQUE 20 - ITAGUAÇU DA BAHIA 2 - VELHO CHICO
56
21 - MATINA 22 - FEIRA DA MATA 23 - CARINHANHA 24 - IGAPORÃ 25 - MALHADA 26 - RIACHO DE SANTANA 27 - SERRA DO RAMALHO 28 - BOM JESUS DA LAPA 29 - SÍTIO DO MATO 30 - PARATINGA 31 - OLIVEIRA DOS BREJINHOS 32 - BROTAS DE MACAÚBAS 33 - MUQUÉM DO SÃO FRANCISCO 34 - IBOTIRAMA 35 - MORPARÁ 36 - BARRA 3 - CHAPADA DIAMANTINA 37 - BARRA DA ESTIVA 38 - JUSSIAPE 39 - RIO DE CONTAS 40 - IRAMAIA 41 - IBICOARA 42 - ABAÍRA 43 - MARCIONÍLIO SOUZA 44 - ITAETÉ 45 - PIATÃ 46 - NOVA REDENÇÃO 47 - NOVO HORIZONTE 48 - MUCUGÊ 49 - BONINAL 50 - ANDARAÍ 51 - IBITIARA 52 - PALMEIRAS 53 - LENÇÓIS 54 - WAGNER 55 - IRAQUARA 56 - SEABRA 57 - UTINGA 58 - SOUTO SOARES 59 - BONITO 60 - MORRO DO CHAPÉU 11 - BACIA DO RIO GRANDE 178 - SÃO DESIDÉRIO 179 - BAIANÓPOLIS 180 - CATOLÂNDIA 181 - CRISTÓPOLIS 182 - LUÍS EDUARDO MAGALHÃES
183 - ANGICAL 184 - BARREIRAS 185 - WANDERLEY 186 - COTEGIPE 187 - RIACHÃO DAS NEVES 188 - MANSIDO 189 - SANTA RITA DE CÁSSIA 190 - BURITIRAMA 191 - FORMOSA DO RIO PRETO 12 - BACIA DO PARAMIRIM 192 - TANQUE NOVO 193 - PARAMIRIM 194 - ÉRICO CARDOSO 195 - BOTUPORÃ 196 - CATURAMA 197 - RIO DO PIRES 198 - MACAÚBAS 199 - IBIPITANGA 200 - BOQUIRA 13 - SERTÃO PRODUTIVO 201 - URANDI 202 - CACULÉ 203 - SEBASTIÃO LARANJEIRAS 204 - PINDAÍ 205 - CANDIBA 206 - IUIU 207 - MALHADA DE PEDRAS 208 - IBIASSUCÊ 209 - RIO DO ANTÔNIO 210 - GUANAMBI 211 - BRUMADO 212 - PALMAS DE MONTE ALTO 213 - TANHAÇU 214 - LAGOA REAL 215 - DOM BASÍLIO 216 - ITUAÇU 217 - CONTENDAS DO SINCORÁ 218 - CAETITÉ 219 - LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA 14 - PIEMONTE DO PARAGUAÇU 220 - SANTA TEREZINHA 221 - ITATIM 222 - IAÇU 223 - IBIQUERA 224 - BOA VISTA DO TUPIM 225 - RAFAEL JAMBEIRO 226 - LAJEDINHO 227 - ITABERABA 228 - RUY BARBOSA 229 - MACAJUBA 230 - TAPIRAMUTÁ 231 - MUNDO NOVO 232 - PIRITIBA 23 - BACIA DO RIO CORRENTE 374 - COCOS 375 - CORIBE 376 - JABORANDI 377 - SÃO FÉLIX DO CORIBE 378 - CORRENTINA 379 - CANÁPOLIS 380 - SANTA MARIA DA VITÓRIA 381 - SANTANA 382 - SERRA DOURADA 383 - TABOCAS DO BREJO VELHO 384 - BREJOLÂNDIA
± 40 40 40 Quilômetros Quilômetros Quilômetros
zoom 3 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 6 - BAIXO SUL 107 - IBIRAPITANGA 108 - CAMAMU 109 - IGRAPIÚNA 110 - GANDU 111 - PIRAÍ DO NORTE 112 - ITUBERÁ 113 - NILO PEÇANHA 114 - WENCESLAU GUIMARÃES 115 - TAPERO 116 - TEOLÂNDIA 117 - CAIRU 118 - PRESIDENTE TANCREDO NEVES 119 - VALENÇA 120 - ARATUÍPE 121 - JAGUARIPE 9 - VALE DO JEQUIRIÇA 148 - LAFAYETTE COUTINHO 149 - ITIRUÇU 150 - CRAVOLÂNDIA 151 - ITAQUARA 152 - LAGEDO DO TABOCAL 153 - JAGUAQUARA 154 - SANTA INÊS 155 - MARACÁS 156 - MUTUÍPE 157 - JIQUIRIÇÁ 158 - IRAJUBA 159 - UBAÍRA 160 - LAJE 161 - PLANALTINO 162 - SÃO MIGUEL DAS MATAS 163 - BREJÕES 164 - AMARGOSA 165 - NOVA ITARANA 166 - MILAGRES 167 - ELÍSIO MEDRADO 22 - MÉDIO RIO DE CONTAS 358 - DÁRIO MEIRA 359 - BOA NOVA 360 - GONGOGI 361 - ITAGIBÁ 362 - ITAGI 363 - AIQUARA 364 - IPIAÚ 365 - JITAÚNA 366 - BARRA DO ROCHA 367 - UBATÃ 368 - IBIRATAIA 369 - MANOEL VITORINO 370 - NOVA IBIÁ 371 - APUAREMA 372 - ITAMARI 373 - JEQUIÉ
± 10 10 10 Quilômetros Quilômetros Quilômetros
(! ! (! (
57
zoom 4 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 4 - SISAL 61 - CANDEAL 62 - LAMARÃO 63 - ICHU 64 - SERRINHA 65 - BARROCAS 66 - TEOFILÂNDIA 67 - RETIROLÂNDIA 68 - SÃO DOMINGOS 69 - BIRITINGA 70 - VALENTE 71 - CONCEIÇÃO DO COITÉ 72 - ARACI 73 - SANTALUZ 74 - QUEIMADAS 75 - NORDESTINA 76 - TUCANO 77 - QUIJINGUE 78 - CANSANÇÃO 79 - ITIÚBA 80 - MONTE SANTO 16 - PIEMONTE DA DIAMANTINA 247 - SERROLÂNDIA 248 - MIGUEL CALMON 249 - CAPIM GROSSO 250 - CAÉM 251 - VÁRZEA NOVA 252 - JACOBINA 253 - SAÚDE 254 - OUROLÂNDIA 255 - MIRANGABA 256 - UMBURANAS 17 - SEMIÁRIDO NORDESTE II
58
257 - NOVA SOURE 258 - CIPÓ 259 - RIBEIRA DO AMPARO 260 - HELIÓPOLIS 261 - RIBEIRA DO POMBAL 262 - BANZAÊ 263 - FÁTIMA 264 - PARIPIRANGA 265 - ADUSTINA 266 - CÍCERO DANTAS 267 - ANTAS 268 - NOVO TRIUNFO 269 - EUCLIDES DA CUNHA 270 - SÍTIO DO QUINTO 271 - CORONEL JOÃO SÁ 272 - PEDRO ALEXANDRE 273 - JEREMOABO 274 - SANTA BRÍGIDA 25 - PIEMONTE NORTE DO ITAPICURU 391 - CALDEIRÃO GRANDE 392 - PONTO NOVO 393 - FILADÉLFIA 394 - PINDOBAÇU 395 - ANTÔNIO GONÇALVES 396 - SENHOR DO BONFIM 397 - ANDORINHA 398 - CAMPO FORMOSO 399 - JAGUARARI
± 20 Quilômetros Quilômetros
zoom 5 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 15 - BACIA DO JACUIPE 233- SERRA PRETA 234 - IPIRÁ 235 - BAIXA GRANDE 236 - PINTADAS 237 - PÉ DE SERRA 238 - MAIRI 239 - RIACHÃO DO JACUÍPE 240 - NOVA FÁTIMA 241 - VÁRZEA DA ROÇA 242 - CAPELA DO ALTO ALEGRE 243 - VÁRZEA DO POÇO 244 - GAVIÃO 245 - SÃO JOSÉ DO JACUÍPE 246 - QUIXABEIRA 18 - LITORAL NORTE E AGRESTE BAIANO 275 - MATA DE SÃO JOÃO 276 - POJUCA 277 - CATU 278 - ITANAGRA 279 - PEDRÃO 280 - ARAÇÁS 281 - OURIÇANGAS 282 - ARAMARI 283 - CARDEAL DA SILVA 284 - ALAGOINHAS 285 - ENTRE RIOS 286 - ESPLANADA 287 - CONDE 288 - ACAJUTIBA 289 - APORÁ 290 - INHAMBUPE 291 - JANDAÍRA 292 - SÁTIRO DIAS 293 - CRISÓPOLIS 294 - RIO REAL 295 - OLINDINA 296 - ITAPICURU 19 - PORTÃO DO SERTÃO 297 - CONCEIÇÃO DA FEIRA 298 - SANTO ESTEVÃO 299 - AMÉLIA RODRIGUES 300 - SÃO GONÇALO DOS CAMPOS 301 - TERRA NOVA 302 - CONCEIÇÃO DO JACUÍPE 303 - ANTÔNIO CARDOSO 304 - IPECAETÁ 305 - TEODORO SAMPAIO 306 - CORAÇÃO DE MARIA 307 - ANGUERA 308 - FEIRA DE SANTANA 309 - IRARÁ 310 - TANQUINHO 311 - SANTANÁPOLIS 312 - SANTA BÁRBARA 313 - ÁGUA FRIA 21 - RECÔNCAVO
± 20 20 Quilômetros Quilômetros Quilômetros Quilômetros
338 - MUNIZ FERREIRA 339 - SANTO ANTÔNIO DE JESUS 340 - DOM MACEDO COSTA 341 - VARZEDO 342 - NAZARÉ 343 - CONCEIÇÃO DO ALMEIDA 344 - SÃO FELIPE 345 - SAUBARA 346 - MARAGOGIPE 347 - SAPEAÇU 348 - CRUZ DAS ALMAS 349 - SÃO FÉLIX 350 - MURITIBA 351 - SÃO FRANCISCO DO CONDE 352 - CASTRO ALVES 353 - GOVERNADOR MANGABEIRA 354 - CACHOEIRA 355 - CABACEIRAS DO PARAGUAÇU 356 - SÃO SEBASTIÃO DO PASSÉ 357 - SANTO AMARO 26 - REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR 400 - VERA CRUZ 401 - ITAPARICA 402 - LAURO DE FREITAS 403 - SALINAS DA MARGARIDA 404 - SALVADOR 405 - MADRE DE DEUS 406 - SIMÕES FILHO 407 - CANDEIAS 408 - DIAS D'ÁVILA 409 - CAMAÇARI
59
60
zoom 6 TERRITÓRIOS E MUNICÍPIOS 10 - SERTÃO DO SÃO FRANCISCO 168 - CANUDOS 169 - UAUÁ 170 - SOBRADINHO 171 - SENTO SÉ 172 - PILÃO ARCADO 173 - REMANSO 174 - CAMPO ALEGRE DE LOURDES 175 - JUAZEIRO 176 - CASA NOVA 177 - CURAÇÁ 24 - ITAPARICA 385 - PAULO AFONSO 386 - GLÓRIA 387 - MACURURÉ 388 - RODELAS 389 - CHORROCHÓ 390 - ABARÉ
61
± 15 Quilômetros
MOBILIDADE DESLOCAMENTOS
Q
62
uando você se desloca para outro município, qual meio de transporte utiliza? Rodoviário (carro, moto, caminhão, ônibus), ferroviário (trem), hidro viário (barco, balsa) ou aéreo (avião, helicóptero)? Na Bahia há uma grande variedade de opções. Também pudera: este é um estado com um território grande, que contém 417 municípios e liga as regiões Sudeste e Centro-Oeste a outros estados do Nordeste. A história da Bahia está muito ligada à variedade de meios de transporte distribuídos por suas regiões. Embora menos utilizado atualmente, o meio aquático foi de fundamental importância na história baiana. A navegação pelo Rio São Francisco facilitou o po voamento do interior do estado. As ferrovias já foram o meio de transporte mais importante do Brasil: por elas viajavam pessoas e mercadorias. Porém, em meados do século passado, os carros e os caminhões começaram a ser cada vez mais utilizados, promovendo o desenvolvimento rodoviário. Atualmente, a malha rodoviária do estado é de 139 mil km – a quarta maior do Brasil. Importantes rodovias, algumas federais, atravessam várias regiões da Bahia. Quais estradas e rodovias ligam o seu município à capital, Salvador? Outro meio de transporte utilizado é o aéreo. Depois de Salvador, que recebeu quase 8,5 milhões de passageiros em 2013, os terminais de Ilhéus e de Porto Seguro – portas de entrada de grande quantidade de turistas – são os que mais recebem passageiros.
Baía de Todos os Santos: porta de entrada e saída do Brasil Ao longo do século 19, a Baía de Todos os Santos recebia pelos rios mercadorias produzidas no Recôncavo Baiano e nos sertões. Com a integração de ferrovias com portos interiores no final do século 19 e início do 20, uma parte ainda maior da produção baiana pôde ser escoada pela baía. Hoje, além de receber navios de cruzeiros, destaca-se na exportação de produtos como frutas, trigo e celulose
SALVADOR
ACESSOS
12°45’S
OS MEIOS DE LOCOMOÇÃO – POR TERRA, ÁGUA E AR – CONTRIBUÍRAM PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO
Conexão com o mundo
BAÍA DE TODOS OS SANTOS
Aeroporto de Salvador
13°0’S
Chegadas e partidas
PORTO DE SALVADOR
OCEANO ATLÂNTICO
LEGENDA Núcleos populacionais
Rede de transportes
Aeroportos
±
Massas d'água
Estações ferroviárias
5,5
Área urbana
Portos
Principais rodovias
Municípios
Ferrovias
Distritos
c o l a b o r a ç ã o Hilário Menezes, mestre em Geografia, professor da Rede
Uso e cobertura do solo
Estadual de Ensino de Salvador
39°0’O
38°45’O
38°30’O
Quilômetros 38°15’O
F o n t e s : SEI, 2012 e PNLT, 2007
BR-116, DIVISA ENTRE MINAS GERAIS E BAHIA
BR-116, de norte a sul
Infraestrutura de transporte
Maior rodovia totalmente pavimentada do país
Como pessoas e mercadorias circulam pelo Brasil
A BR-116 tem 4.542 km de extensão e liga o Ceará ao Rio Grande do Sul. É a principal ligação rodoviária da Bahia com o restante do Brasil – o trecho que atravessa o estado é cha mado de Rio–Bahia. A rodovia foi vital para o crescimento de cidades como Feira de Santana e Vitória da Conquista
Veja nos mapas abaixo os principais meios de transporte do Brasil: rodovias, hidrovias, ferrovias, portos e aeroportos
BAHIA
ACESSOS
BRASIL
0°
RODOVIAS E AEROPORTOS
0°
BR 407
10°0’S
±
BR 101
TERRA E AR
690
12°0’S
Quilômetros
BR 242
Principais rodovias Principais rodovias Aeroportos internacionais Aeroportos internacionais
BR 324
BRASIL
As rodovias são os principais meios de transporte do país. Concentram-se principalmente no Sudeste, no litoral e nas capitais
PORTOS, HIDROVIAS E FERROVIAS
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
BR 116
63 14°0’S
BR 407
0°
16°0’S
OCEANO ATLÂNTICO
BR 101
LEGENDA Redes de transportes
BR 116
Rodovias federais
Quilômetros
18°0’S
Ferrovias
Principais portos Principais portos Principais hidrovias Principais hidrovias Malha ferroviária Malha ferroviária
Hidrovias
85
Principais portos 46°0’O
Quilômetros 44°0’O
± 690
Rodovias estaduais e municipais
Aeroportos
0°
42°0’O
40°0’O
38°0’O
F o n t e s : SEI, 2012 ; Codeba, 2012; e PNLT, 2007
ÁGUAS E TRILHOS
Hidrovias e ferrovias são pouco exploradas. São opções interessantes por usarem energia limpa, mas precisam de investimentos Fon t e s : IBGE, 2005; Dnit, 2013
Mundaréu de peixes COM O MAIOR LITORAL DO PAÍS, A BAHIA SE DESTACA TANTO NA PRODUÇÃO DO PESCADO COMO NA CULINÁRIA
MUNDO CONEXÕES GLOBAIS
Q
64
uando o cantor baiano Dorival Caymmi entoa va “Cerca o peixe, bate o remo, puxa a corda, colhe a rede, ô, canoeiro, puxa a rede do mar...”, ele revelava um pouco como era a pesca na Bahia nas décadas de 1930 e 1940. Entretanto, muita coisa mudou desde então. No estado – e em diversas partes do mundo –, os peixes são pescados, criados e consumidos em quantidade cada vez maior. O litoral baiano é o mais extenso do país, com 1.180 km, por isso a pesca e a aquicultura são duas cadeias econômicas muito importantes para o estado. A pesca marinha costeira ocorre ao longo de todo o litoral, enquanto a oceânica é feita em alto-mar. A pesca continental (a que ocorre no interior do continente) também é importante, sobretudo no Rio São Francisco. Há várias maneiras de produção, como a pesca artesanal e a industrial. A atividade no estado é principalmente artesanal. A Bahia ocupa a terceira colocação no ranking nacional da produção de pescados. A venda de peixes movimenta o comércio das regiões pesqueiras, mas, por meio de modernos processos de resfriamento e armazenagem, eles podem ser consumidos a milhares de quilômetros de distância. Isso permite que a produção brasileira de pescado seja exportada para vários países consumidores, alguns inclusive bem distantes. Ao lado, é possível visualizar para onde vão os peixes pescados no Brasil; como são consumidos em diversos cantos do planeta; e também como é o processo de produção desde a pesca até a mesa do consumidor. c o l a b o r a ç ã o Eduardo Rodrigues, biólogo, assessor de projetos da Bahia Pesca
BRASIL MOQUECA
OCEANO PACÍFICO 0°
LEGENDA Consumo de pescado (por continente) Equivale a 5 milhões de toneladas/ano
PORTUGAL BACALHOADA
F ONT E : The State of World Fisheries and Aquaculture ONU/FAO, 2010
Principais destinos do pescado brasileiro (em mil t.)
de 0,5 a 1
>1a2
>2a3
acima de 3
F ONT E : Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010
PERU CEVICHE
Caiu na rede é peixe
Da pesca ao consumidor final
PESCA Pode ser realizada de maneira artesanal ou industrial, no mar ou nos rios. Há também a criação de peixes em cativeiro, a piscicultura
TRANSPORTE Por ser o peixe um produto altamente perecível, seu transporte é feito em caminhões refrigerados para garantir sua qualidade
PLANISFÉRIO
PESCADO
REINO UNIDO FISH & CHIPS
Brasil
OCEANO ÍNDICO
ÁFRICA DO SUL SNOEK GRELHADO
±
OCEANO ATLÂNTICO
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
OCEANO PACÍFICO
1.530 65
Quilômetros
JAPÃO SUSHI
PROCESSAMENTO A forma de processar os peixes varia muito, desde a simples limpeza até a transformação em enlatados, filés, patês e empanados
DISTRIBUIÇÃO Os pescados frescos são vendidos no comércio local, enquanto os processados vão para todos os tipos de mercado, sendo exportados para outras regiões ou países
CONSUMO Tanto o pescado fresco como o processado ganham múltiplas formas de preparo, conforme a culinária de cada região, como mostram as fotos acima
De perto, de longe
PECUÁRIA E PASTAGENS
LER PAISAGENS E IMAGENS DE SATÉLITE NOS AJUDA A CONHECER MELHOR O NOSSO MUNDO
USO DA TERRA BAHIA
E
66
stamos acostumados a ver paisagens diversas, mas nem sempre nos perguntamos como elas se formaram. “O que está por trás daquilo que vemos?” O modo como a terra é ocupada e utilizada é determinado por diversos fatores – que nem sempre são óbvios. Mas, investigando, descobrimos muitas coisas. Ao olhar ao nosso redor, muitas vezes não perce bemos que existe uma história implícita na paisagem – e que muitos fatores a fizeram tomar aquela aparência. Por exemplo: uma plantação, por que foi instalada naquele lugar? Será que é porque o produto se adapta bem ao clima ou porque a terra é fértil? Onde a mercadoria é vendida? Que meio de transporte é utilizado para os produtos chegarem ao mercado consumidor? As indústrias sempre têm uma posição estratégica, ou seja, estão localizadas perto de estradas, portos ou ferrovias, visando ao escoamento da produção. Algumas cidades se estabelecem ao redor de rios; outras, de estradas, praias... Ler paisagens não é sim ples, é uma tarefa para estudiosos curiosos. É preciso observar, perguntar, conversar, pesquisar... O mapa de uso da terra, feito com base em imagens de satélite, ajuda nessa investigação, pois mostra a distribuição de áreas agrícolas, cidades, a distribuição da vegetação etc. Aprender a ler mapas e paisagens, portanto, nos leva a compreender melhor o mundo em que vivemos – e ver o que está além das aparências. Ao lado, observe recortes de imagens de satélite e fotos do mesmo tipo de uso representado nas imagens. c o l a b o r a ç ã o Ailton Luchiari e Sueli Angelo Furlan, professores de Geografia da USP
Nas imagens aéreas não é possível identificar o gado, mas pastagens com áreas de vegetação rasteira, de cor clara e lisa PECUÁRIA EXTENSIVA
AGRICULTURA IRRIGADA
As lavouras irrigadas apresentam tonalidades vivas de verde, com formas geométricas regulares, por causa do sistema de irrigação PLANTAÇÃO DE BATATA
LAGOS E REPRESAS
Barramentos artificiais de rios para consumo de água e geração de energia, neste caso se forma uma represa contida por uma barragem REPRESA DE PAULO AFONSO
8°0'S
O mundo visto do alto Com imagens de satélite, pode-se representar usos e coberturas da terra BAHIA
USO DA TERRA
PEQUENAS PLANTAÇÕES
São áreas de agricultura familiar que aparecem como pequenas propriedades. A produção é diversificada (policultura e pecuária)
ÁREA URBANA
Identificamos as áreas urbanas por manchas de tonalidade acinzentada e, se aproximarmos a imagem, é possível ver ruas, praças... 14°0'S
CIDADE DE SALVADOR
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
12°0'S
10°0'S
PRODUÇÃO DE SISAL
67
± 16°0'S
80
Quilômetros
LEGENDA Classes de uso e cobertura da terra
18°0'S
Agricultura/pecuária
Rios, lagos e represas
Áreas úmidas
Florestas
Caatinga
Ecossistemas litorâneos
Cabruca (cacau)
Silvicultura
Campos naturais
Área urbana
± 80
Cerrado
46°0'O
GRANDES PLANTAÇÕES
As plantações de eucalipto (silvicultura) em áreas extensas apresentam formas geométricas variadas, mais escuras que a vegetação nativa SILVICULTURA
Quilômetros
44°0'O
42°0'O
40°0'O
LEGENDA
38°0'O
Classes de uso e cobertura da terra i m ag en s d e F o n t e s : CAS/SRH/MMA, 2001 Agricultura/pecuária Áreas úmidas
s at é l i t e : Copyrights Fotos Digitais SAAPI®, Rios, lagos e represas gentilmente cedidas pela Engemap Geoinformação, 2012 Florestas
Caatinga
Ecossistemas litorâneos
Cabruca (cacau)
Silvicultura
Altos e baixos
Modelagem sul-americana
Variação do relevo no continente e suas características
É POSSÍVEL CLASSIFICAR O RELEVO DESDE O FUNDO DO MAR ATÉ O PICO DE UMA MONTANHA
68
c o l a b o r a ç ã o Jurandyr Sanches Ross, professor de Geografia da USP
HIPSOGRAFIA
0°0'
OCEANO AT L Â N T I C O
PLANALTO DAS GUIANAS
Na região de fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o Planalto das Guianas tem grandes altitudes e apresenta vegetação única de florestas e campinas. Lá se encontra o Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil, com 3.014 metros
BACIA AMAZÔNICA
15°0'S
A Bacia Amazônica, com cerca de 7 milhões de km², é a maior do mundo. O Rio Amazonas nasce a mais de 4 mil metros de altitude, nos Andes peruanos, e percorre mais de 8 mil km pela floresta até desaguar no Oceano Atlântico
LEGENDA
PLANALTOS DO BRASIL
Capitais nacionais Altitudes (em metros)
Estruturas rochosas antigas, desgastadas ao longo de milhões de anos, formam planaltos no interior do país. Eles atuam como divisores de águas na América, separando a Bacia Amazônica da Bacia do Rio da Prata
4.000 3.000 2.000 1.000 500 200 0
30°0'S
RELEVO COMPARTIMENTOS
Q
uando estamos no alto de uma serra, é possível ter uma vista incrível da parte de baixo. Assim como quando estamos numa região mais baixa, as montanhas parecem gigantescas. Essa variação de formas na crosta terrestre, gerada por forças internas e externas do planeta, é o que chamamos de relevo. Apesar das diferenças aparentes, é possível encontrar características semelhantes em qualquer tipo de relevo: no fundo, rochas; e sobre elas, o solo, os quais, juntos, definem a forma. O sobe e desce é resultado de fenômenos que ocorrem no interior da crosta terrestre, como o movimento das placas tectônicas e as atividades vulcânicas. Esses fenômenos internos (também chamados de endógenos) moldam a estrutura rochosa, a base do relevo. Já os fenômenos externos (exógenos) são responsáveis por esculpir essa estrutura por meio da erosão de rochas e do acúmulo de sedimentos. Calor, frio, umidade, vento e chuva contribuem para esse processo, assim como a ação humana. São fatores que atuaram (e continuam atuando) há bilhões de anos. No Brasil, as principais categorias de relevo são planalto, depressão e planície. O planalto é uma superfície extensa e elevada, pode ter várias formas e se caracteriza por processos erosivos de longa data. A depressão é um terreno rebaixado pela erosão entre planaltos vizinhos. E a planície, área plana e baixa, é resultado do acúmulo de sedimentos em rios e mares. Observe o local onde você mora: como são as formações do relevo da região?
AMÉRICA DO SUL
60°0'O
400 Quilômetros
45°0'O
CORDILHEIRA ANDINA
BACIA DO RIO DA PRATA
A Cordilheira dos Andes se formou pelo contato das placas Sul-Americana e Nazca. É uma das maiores cadeias de montanhas do mundo, com 8 mil km de extensão e altitude média de 4 mil metros
Possui cerca de 3,2 milhões de km² entre Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Argentina. Tem grande diversidade de vegetação e abriga algumas das maiores cidades do continente sul-americano
PERNAMBUCO
PERNAMBUC ALA
PIAUÍ PERNAMBUCO
PERNAMBUCO
Bahia de muitas formas
PIAUÍ
S
GOA ALA
ESPÍRITO SANTO
Altitudes (em metros)
800 500 200
OCEA
Limites1.200 estaduais
Rios perenes Rios intermitentes
ESPÍRITO Limites estaduais SANTO
100 0
Rios perenes Rios intermitentes
ESPÍRITO SANTO F o n t e : CAS/SRH/MMA, 2001
ESPÍRITO SANTO Possuem duas formações: o planalto costeiro (que agrupa tabuleiros sedimentares e mares de morros) e o planalto pré-litorâneo (formado por serras mais elevadas, com grandes vales) PLANALTOS COSTEIROS
ESPÍRITO SANTO
ESPÍRITO SANTO
CO
NTI
NO A TLÂ
69
O
OCEA
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
CO
CO
NTI
OCEA
NO A TLÂ
NTI
MINAS GERAIS
CO
NO A TLÂ
NO A TLÂ
CO
NTI
TABULEIROS E FALÉSIAS
São relevos planos, em forma de platô, que ocorrem em terrenos sedimentares. A erosão da borda dos tabuleiros pela ação do mar (marés) gera as falésias, paredões que se estendem nos limites da praia
NTI
O
LEGENDA
A Chapada Diamantina e a Serra do Espinhaço têm a mesma constituição. A diferença é a forma tabular da Diamantina, formada por rochas sedimentares. O pico do Barbado é o mais alto do Nordeste
OCEA
MINAS GERAIS
MINAS GERAIS
MINAS GERAIS
200 100 0
NO A TLÂ N
É um conjunto de antigos terrenos do Pré-Cambriano que se estendem por quase 1.200 km. Divide GERAIS as bacias hidrográficas MINAS do São Francisco e as da porção leste, que drenam para o oceano
GOIÁS
500
OCEA
SERRA DO ESPINHAÇO
IPE
OCEA
MINAS GERAIS
Metros
800
MINAS GERAIS NO A TLÂ
IPE SERG
GOIÁS
GOIÁS
TIC
Terrenos planos formados pelo depósito de sedimentos da erosão de chapadas e serras. Podem possuir grandes “morros de pedras” isolados na paisagem, chamados de pães de açúcar
SERG
NO A TLÂ N
TIC
O
TOCA N
GOIÁS
1200
DEPRESSÃO SERTANEJA
SERG
CHAPADA DIAMANTINA
GOIÁS
IPE SERG
GOIÁS
TINS TOCA N
S
GOA ALA
OCEA
S GOA ALA
SERG
PIAUÍ
TOCA N TINS
TOCA N
TINS
Ocorre na divisa comPIAUÍ o estado de Goiás e é chamada de Espigão Mestre. São terrenos antigos, moldados por meio de processos erosivos que criaram formas tabulares em camadas planas
TOCA N
CHAPADA DO SÃO FRANCISCO
TINS
TINS TOCA N PIAUÍ
PERNAMBUCO
PERNAMBUCO
DUNAS DO SÃO FRANCISCO
Antigas dunas (paleodunas) que S GOA existiam na região, atualmente ALA cobertas por vegetação rasteira e pequenos arbustos. Estendem-se por mais de 7 mil km² e indicam que a região já foi um deserto
IPE
IPE
TINS
PIAUÍ
IPE
PIAUÍ
O relevo da Bahia tem um divisor de águas no centro do estado, formado pela Chapada Diamantina e pela Serra do Espinhaço. A oeste, estão as dunas do Rio São Fran cisco e a chapada do São Francisco, na divisa com Goiás e Tocantins. No litoral, há tabuleiros, falésias e planaltos costeiros. E, entre essas formas, há a depressão sertaneja
S GOA ALA PERNAMBUCO
S GOA PERNAMBUCO ALA PIAUÍ
SERG
Chapadas, depressões, planícies...
TEMPERATURA, VENTO E CHUVA NOS AJUDAM NA PREVISÃO DO TEMPO E NO ENTENDIMENTO DO CLIMA
CLIMA ATMOSFERA
A
70
gente mal acorda e já percebe os primeiros sinais de que o tempo está presente em nossa vida. Na hora de nos vestirmos começam as dúvidas: tá frio? Tá quente? Vai chover? Pois saiba que tem gente que passa a vida interpretando os sinais dos céus – os meteorologistas. Seu objetivo vai além de responder que roupa devemos vestir: podem prever tempestades, secas, geadas e outros fenômenos climáticos que têm impacto na sociedade e na economia de uma região. Para isso, analisam o movimento das massas de ar, a formação de nuvens e a temperatura dos oceanos. O clima varia muito de acordo com a região do planeta. A região próxima à linha do Equador é mais quente, pois recebe mais luz e calor do Sol ao longo do ano. Ao nos afastarmos dos trópicos, seja para o Norte ou para o Sul, o clima passa a ser temperado e, nas regiões próximas aos polos, fica gelado: são as áreas mais frias do planeta. Por ser muito extenso, o Brasil tem seis tipos de clima, que vão do subtropical ao equatorial (veja no mapa da página ao lado). c o l a b o r a ç ã o Emerson Galvani e Tarik Rezende de Azevedo, ambos
O clima é controlado principalmente pela ação das massas de ar – grandes “blocos” de ar que, depois de ficarem muito tempo sobre determinada região, adquirem suas características (umidade e temperatura). Massas de ar vindas do oceano são normalmente mais úmidas do que as que vêm do interior do continente. O relevo também é um fator importante no clima. Funciona como uma barreira natural, retendo parte das nuvens de chuva. Também ameniza a temperatura das regiões mais elevadas. Veja ao lado exemplos de três municípios com climas bem diferentes
350
35°
300
30°
250
25°
200
20°
150
15°
100
10°
50
5°
0
BARRA
Localizada no interior da Bahia, tem temperaturas elevadas o ano todo e baixa pluviosidade média. Apresenta duas estações bem marcadas: chuvas concentradas em um período e escassas no outro
0° J F MAM J J A S ON D meses do ano
Barra
25,5 ºC / 661 mm / 406 m
MASSA EQUATORIAL CONTINENTAL
LEGENDA Temperatura média anual (ºC) Precipitação média anual (mm)
Altitude (m)
Contrastes Clima apresenta diferenças regionais De modo geral, a Bahia apresenta temperaturas elevadas no seu território, mas possui di ferenças na distribuição das chuvas. No litoral, o clima é úmido e chuvoso ao longo do ano. A região oeste tem um período com chuvas concentradas. Já no centro do estado ocorre o clima tropical semiárido, com um período seco acentuado e volume de chuvas baixo
professores de Climatologia da USP
CLIMA OU TEMPO? CLIMA OU TEMPO? A diferença é simples: o tempo nos diz qual a A diferença é bastante simples: o tempo nos diz qual condição atmosférica terrestre de um momento é a condição atmosférica terrestre em um momento específico (se vai chover ou ventar, se vai ficar específico (se vai chover ou ventar, se vai ficar nublado, úmido ou se vai esquentar). nublado, úmido ou se vai esquentar nas próximas O clima é o predomínio e a constância dessas horas). O clima é o predomínio, a constância dessas características do tempo em um mesmo local características do tempo em um mesmo local por um por um período longo de décadas, formando período longo, de décadas um padrão que podemos identificar
pluviosidade (em mm)
Superfície da Terra altera características do ar
40°
temperatura (em °C)
Sinais da atmosfera
Temperatura e umidade
400
mE
c mTa
± ± 230 Quilômetros
230
Quilômetros
VERÃO Nesta estação, a massa equatorial continental (mEc) traz calor e umidade, fazendo chover no oeste baiano e em áreas do sertão. A costa recebe chuvas da massa tropical atlântica (mTa), quente e úmida LEGENDA
mTa
LEGENDA
INVERNO Nessa época, o tempo fica seco na Bahia, exceto no litoral. A massa tropical atlântica (mTa) entra no continente e sobe (converge) antes de chegar ao sertão, por isso quase não chove lá nessa época
Precipitação (em mm) Precipitação (em mm) 300 500 750
300 500 750 1250 1500
1250 1500 2000
2000
F o n t e : CPRM, 2007
pluviosidade (em mm)
40°
350
35°
300
30°
250
25°
200
20°
150
15°
100
10°
50
5°
0
IRECÊ temperatura (em °C)
400
O clima do município é típico do semiárido, com baixo volume de chuva ao longo do ano. Também tem chuvas concentradas e uma estação seca bem marcada
0° J F MAM J J A S ON D meses do ano
Irecê
O eixo da Terra é inclinado A inclinação do eixo da Terra faz com que a incidência de radiação solar varie ao longo do ano, criando as quatro estações VERÃO NO HEMISFÉRIO NORTE
VERÃO NO HEMISFÉRIO SUL
Entre junho e setembro, a incidência de luz e de calor do Sol é maior no hemisfério Norte. A inclinação do eixo do globo deixa o Sul mais distante, com dias mais frios e curtos
Entre dezembro e março, a luz e o calor se intensificam no hemisfério Sul. Já no Equador o Sol incide de forma mais constante ao longo do ano, por isso o clima é sempre quente
Climas do Brasil
Salvador
MASSA TROPICAL ATLÂNTICA
71
BRASIL 25,3 ºC / 2144 mm / 8 m
CLIMAS
Climas do Brasil
40°
350
35°
300
30°
250
25°
200
20°
150
15°
100
10°
50
5°
0
0° J F MAM J J A S ON D meses do ano
LEGENDA temperatura (em °C)
pluviosidade (em mm)
Equador
400
SALVADOR
A capital tem temperatura e pluviosidade elevadas durante todo o ano, pois recebe umidade que vem do Oceano Atlântico. As chuvas são mais concentradas entre abril e julho
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
23,1 ºC / 653 mm / 722 m
( !
Guaíra
Equatorial úmido Tropical semiárido Subtropical úmido Tropical Litorâneo úmido Tropical de altitude
F o n t e : Simielli, 2010
Tipos de clima Equatorial úmido Tropical Trópico desemiárido Subtropical úmido Capricórnio
Tropical Litorâneo úmido Tropical de altitude
Fonte: Girardi, 2005
1.920 Quilômetros Fonte: Girardi, 2005
Clima das águas V A CAPACIDADE DOS OCEANOS DE ACUMULAR CALOR INFLUENCIA A TEMPERATURA DA TERRA
ocê sabia que cada litro de água armazena 4 mil vezes mais calor do que 1 quilo de ar? Por isso, os oceanos têm forte influência sobre o clima. Pense bem: a Terra é formada por 71% de água, então o ca lor acumulado por esse volume deve ser imenso! A capacidade dos oceanos de reter e transferir calor para o ar impacta inclusive no clima dos continentes. A água dos oceanos está em constante movimento: das ondas, marés e correntes marinhas – massas de água que circulam pelos mares. As correntes têm características específicas, como: cor, densidade, salinidade e temperatura. Há uma curiosidade sobre elas: não se misturam facilmente com as águas do entorno.
Assim, as correntes “carregam” suas propriedades por milhares de quilômetros. Cada corrente causa um impacto distinto nas re giões continentais por onde passam. As de água quente, como a Corrente do Brasil, deixam o ar quente e úmido: a temperatura elevada das águas facilita sua evaporação, transferindo calor e umidade ao ar. Já correntes de água fria, como a do Peru, não evaporam facilmente, fazendo com que o ar fique seco. É o caso do clima do deserto do Atacama, no Chile, influenciado diretamente por essa corrente. c o l a b o r a ç ã o Paulo Simionatto Polito, professor de Oceanografia da USP
Correntes marinhas
CLIMA OCEANOS
A temperatura das águas influencia o clima e a vida nos mares
72
CORRENTES PROFUNDAS
CORRENTES SUPERFICIAIS
ARQUIPÉLAGO DE ABROLHOS
São correntes que se movem lentamente pelo fundo do oceano, em ciclos que podem durar milhares de anos! Em certos pontos, sobem à superfície levando nutrientes que estavam em águas profundas e servem de alimento para muitos seres vivos
Movem-se próximas à superfície do mar e têm forte influência na temperatura e na umidade do ar. Um exemplo é a Corrente do Brasil, de águas tropicais quentes, que influencia o clima da costa brasileira
As águas quentes e rasas do sul da Bahia são propícias para a formação de recifes de corais. Abrolhos apresenta o maior banco de corais do Atlântico Sul, no qual vivem milhares de espécies de peixes, além de crustáceos, moluscos e outros invertebrados
Leia mais sobre o clima na Bahia na página 74
Brisas
A temperatura na terra e no mar causa variação nos ventos
BRISA MARÍTIMA
BRISA TERRESTRE
Durante o dia, a brisa sopra do mar para o continente. Isso ocorre porque a água tem um calor específico maior que o da terra ‒ é necessário mais calor para elevar em 1ºC a temperatura de uma determinada massa de água do que para elevar em 1ºC a mesma de areia. O ar sobre a terra fica mais quente e menos denso, e o ar sobre o oceano (agora mais frio) migra para o continente (em forma de vento, brisa...)
À noite, o movimento se inverte. Com calor específico menor que o da água, o continente se resfria mais rapidamente, enquanto o mar mantém por mais tempo o calor acumulado durante o dia. Assim, o ar sobre o continente fica mais frio e denso, enquanto o ar sobre o mar permanece mais aquecido. Para compensar essas diferenças de densidade, o ar se move. Esse fenômeno é chamado de brisa terrestre
ar quente
ar quente ar mais frio
É tudo água Líquido, sólido ou vapor: saiba mais sobre os três estados da substância O que pedras de gelo, a água da torneira e o vapor que sai da chaleira têm a ver uns com os outros? Todos são água, em diferentes estados físicos. As mudanças de estado ocorrem em função da temperatura. Abaixo de 0ºC, ela se solidifica, vira gelo. Acima de 100ºC, ela evapora, passando ao estado gasoso. Entre essas duas temperaturas, a água permanece em estado líquido
FLUTUAÇÃO DO GELO
ISOLANTE TÉRMICO
Você já se perguntou por que o gelo boia sobre a água em estado líquido? Isso acontece porque o gelo é menos denso. A mesma quantidade de água (a mesma massa), quando congela, se expande, ocupando mais espaço (volume). Assim, sua densidade diminui em relação à água em estado líquido, fazendo-o flutuar
A espessa camada de gelo que cobre os mares dos polos protege a vida submarina. Por ser isolante térmico, o gelo mantém a temperatura da água abaixo dele mais amena, propiciando a vida marinha nos polos
EMPUXO
Icebergs são grandes blocos de gelo de água doce que se desprendem das geleiras. Mesmo os grandes icebergs flutuam, pois atua sobre eles o empuxo, uma força vertical que um fluido (a água) exerce sobre um corpo, empurrando-o para cima
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
ar mais frio
ar mais frio
73
Chuva e sol
S
como fenômenos climáticos globais afetam o ciclo de chuva e estiagem no sertão nordestino
NORDESTE
CLIMA SEMIÁRIDO
abia que a chuva que cai na sua casa pode vir de regiões distantes do planeta? É isso mesmo: as dinâmicas do ar e da água na atmosfera podem proporcionar chuva, calor, umidade, seca ou frio para diferentes localidades. Um aquecimento acima da média no Oceano Pacífico, por exemplo, pode causar períodos de seca no Nordeste ou na Amazônia.
Época de chuva
Em um território extenso como o do Nordeste, o clima varia de uma região para outra, influenciado por dinâmicas climáticas globais. O clima predominante na região é o tropical semiárido, que ocorre no ser tão nordestino. Nele, há duas estações bem marcadas: uma chuvosa (entre novembro e maio) e outra de estiagem (entre junho e outubro).
Água por todos os lados!
Chuva no sertão é motivo de festa. Ela ocorre em pouca quantidade, mas o suficiente para deixar a caatinga verde e propiciar boas lavouras. No resto do estado, as chuvas são mais volumosas. Conheça no infográfico os fatores que mais influenciam a ocorrência de chuvas na Bahia N O
ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL (ZCIT)
É uma imensa faixa de nuvens formada pelo encontro de ventos alísios vindos dos hemisférios Norte e Sul. Ela provoca chuvas no Nordeste, sobretudo entre março e abril, quando atinge sua posição máxima ao sul
L
ANTICICLONE SUBTROPICAL DO ATLÂNTICO SUL (ASAS)
CLIMA SEMIÁRIDO
S
±
74
230 Quilômetros
LEGENDA
CLIMA SECO NO NORDESTE
Veja mais sobre a vida no semiárido na página 76
LEGENDA Precipitação (em mm) 300 500 750
1250 1500
2000
A
ÁREAS DE INSTABILIDADE DO BRASIL CENTRAL
Clima semiárido Limite do Nordeste Limites estaduais
O clima tropical semiárido se caracteriza pela irregularidade na distribuição de chuvas ao longo do ano, pelos baixos índices pluviométricos e pela alta taxa de evapotranspiração. A pluviosidade média anual fica, em geral, abaixo de 800 mm
Instalado sobre o oceano, age como um imenso ventilador de teto. Intensifica os ventos alísios, que carregam umidade oceânica, como da corrente marinha do Brasil (de água quente), provocando chuvas no litoral
CAATINGA NA ESTAÇÃO CHUVOSA
De novembro a maio, o aquecimento da superfície no Centro-Oeste provoca intensa evaporação e formação de nuvens carregadas de vapor d'água, que acarretam chuvas no oeste baiano
FRENTES FRIAS
Entre março e julho, massas de ar frio vindas do sul do continente provocam queda de temperatura e chuvas no Sudeste. Quando são mais intensas, trazem chuvas para o sul da Bahia
LEGENDA ZCIT Áreas de instabilidade Frentes frias A
ASAS Nuvens de chuva
Um sistema que atua sobre a região é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) – faixa de nuvens na região equatorial do globo, formada pelo encontro de ventos alísios dos dois hemisférios. Ao se deslocar para o sul, ela traz chuvas para o sertão; quando se move para o norte, ocorre estiagem. O período chuvoso varia entre as regiões, influenciado por vários fato-
Período seco
res. De março a julho, ventos úmidos do oceano provocam chuvas no litoral; e frentes frias fazem chover no sul. Entre novembro e maio, áreas de instabilidade do Centro-Oeste provocam chuva no oeste baiano. c o l a b o r a ç ã o Emanuel Fernando Reis de Jesus, professor do Instituto de Geociências da UFBA; e Franco Nadal J. Villela, meteorologista do Inmet
Chuvas se afastam do Sertão
Alterações nos mesmos fenômenos que influenciam o regime de chuvas determinam o período de seca. Assim, as chuvas diminuem em todo o estado. No sertão, elas praticamente não ocorrem. Lá, em muitos locais, é comum passar meses sem cair uma gota de chuva N
Quando ocorre, altera o clima em muitas regiões As secas prolongadas no semiárido são frequentemente associadas ao fenômeno do El Niño – aquecimento anormal da temperatura do Oceano Pacífico que provoca alterações no clima de muitas regiões do planeta. Ele costuma ocorrer em intervalos que variam de dois a sete anos e é tão imprevisível quanto temperamental. Entenda como esse rebuliço acontece SEM EL NIÑO
ZONA DE CONVERGÊNCIA INTERTROPICAL
A partir de junho, as águas do Atlântico Sul resfriam e do norte esquentam, o que leva ao deslocamento da ZCIT para o norte. É o início da estiagem no Nordeste
As águas do Pacífico próximas à Austrália (mancha vermelha) são naturalmente mais quentes do que as próximas à América do Sul. Isso faz a circulação da atmosfera acontecer de um jeito específico: ventos úmidos sopram do leste para o oeste – provocando, por exemplo, chuvas regulares sobre o território australiano
L S
Linha do Equador Austrália
ANTICICLONE SUBTROPICAL DO ATLÂNTICO SUL
ÁREAS DE INSTABILIDADE DO BRASIL CENTRAL
No inverno, diminui a formação de nuvens carregadas. Assim, passa a chover menos no oeste baiano
A
CAATINGA NA ESTAÇÃO SECA
De maio a agosto, ele se desloca e fica mais próximo do continente. Com isso, diminuem os ventos úmidos que trazem chuva do oceano para o litoral
Temperatura
+
Oceano Pacífico
América do Sul
Correntes marinhas
-
75
COM EL NIÑO
Quando a temperatura das águas mais próximas à América do Sul aumenta, há forte evaporação no meio do oceano. Mas, conforme ganha altitude, o ar quente se resfria e perde umidade. Esse ar seco é empurrado por correntes em várias direções. Parte dele desce sobre a Amazônia e o Nordeste, dificultando a ocorrência de chuvas
FRENTES FRIAS
A partir de setembro, tornam-se cada vez menos intensas e frequentes. Raramente chegam ao sul da Bahia
Linha do Equador
LEGENDA ZCIT A
Austrália
América do Sul
Oceano Pacífico
ASAS Nuvens de chuva
Temperatura
+
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O
O bagunceiro El Niño
-
Correntes marinhas
AGROFLORESTA
Convívio com a seca tecnologias permitem que o sertanejo se adapte à escassez de água no semiárido nordestino
Prática da atividade agrícola em meio a uma área de mata conservada. A floresta ajuda a regenerar a fertilidade do solo e ajuda a regular o microclima, promovendo conforto térmico. Também permite controle biológico de pragas
CERCA VIVA
Demarca a propriedade e serve de alimento para os animais. Como é feita de plantas vivas (palma, mandacaru, xique-xique etc.), evita o desmatamento para produção de mourões
ÁGUA VIDA NO SERTÃO
“M
76
andacaru quando fulora na seca é um sinal que a chuva chega no sertão.” Esse verso do compositor Luiz Gonzaga traduz bem a relação que o sertanejo desenvolveu com a terra. Gonzagão sabia das coisas: para viver no semiárido nordestino é preciso estar atento aos sinais da natureza para aproveitar ao máximo os curtos períodos de chuva. A estiagem no sertão é um fenômeno natural, causado por fatores que provocam a concentração das chuvas em alguns meses do ano. Mas o sertanejo aprendeu a conviver com períodos de seca ao lon go dos séculos. Hoje, conta com tecnologias simples, mas eficientes, capazes de proporcionar boas condições de enfrentar os períodos de escassez de água. Ao armazenar a água da chuva, o sertanejo se garante na época da estiagem. Dos reservatórios ele pode retirar, no decorrer dos meses de seca, tanto a água para uso doméstico de sua família, quanto a que mata a sede dos animais. Para aproveitar ainda melhor esse recurso, ele pode utilizar a irrigação por gotejamento, um método simples que mantém o solo úmido e a plantação verdinha, evitando o desperdício. Plantas da região, resistentes à estiagem, podem servir de alimento para a criação, além de auxiliar na regeneração da fertilidade do solo e evitar a erosão. Todas essas tecnologias funcionam ainda melhor quando combinadas com a sabedoria popular do sertanejo: dá até para prever a chegada da chuva observando as plantas, os pássaros e os insetos. c o l a b o r a ç ã o Aurélio Lacerda, professor, coordenador do NIEAIS da UFBA; e Emanoel Dias, agrônomo, assessor técnico da AS-PTA
CISTERNA DOMÉSTICA
É um reservatório que armazena água da chuva para o consumo da família. Sua capacidade varia. A de 16 mil litros é suficiente para manter cinco pessoas por até oito meses. A água é coletada por calhas e canos instalados no telhado
CISTERNA CALÇADÃO
Reservatório que abastece plantações e animais. A água da chuva é captada por uma estrutura de concreto e pode ser conduzida por desnível até a cisterna
FORRAGEIRAS
São espécies vegetais muito resistentes e adaptadas ao semiárido, como a faveleira, a quixabeira e a palma. Servem de alimento para o rebanho e protegem o solo da erosão
Sabedoria popular Conhecer os sinais e os recursos da natureza Quando não chove até 19 de março, dia de São José, o sertanejo já sabe: o ano será de seca no semiárido. Esse é apenas um dos sinais que ele aprendeu a interpretar e que têm respaldo na ciência. Não por acaso, a data coincide com a época em que a Zona de Convergência Intertropical (veja na pág. 74) está mais próxima do Nordeste, o que deveria provocar chuvas. Veja abaixo outros exemplos
JUAZEIRO
Quando a florada dessa árvore acontece em novembro, é sinal de que a chuva vai atrasar
GOTEJAMENTO
Sistema de irrigação que mantém o solo sempre úmido e evita desperdício de água. Pode ser feito de maneira simples e barata: com uma mangueira comum, sacos plásticos ou garrafas PET
JOÃO-DE-BARRO
CRIAÇÃO DE GALINHAS
Quando ele constrói seu ninho virado para o nascente, é sinal de seca em breve
São animais fáceis de criar, que consomem pouca água e se multiplicam rapidamente. Enquanto elas ciscam para se alimentar, produzem esterco que serve de adubo
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
TANAJURA
Muita formiga desse tipo aparecendo é indício de que vai chover em breve
77 PROTEÇÃO SOLAR
AGUADA
Pequeno lago escavado no chão. A água da chuva acumulada não serve para consumo humano, mas pode ser usada na horta e para o consumo de animais
Além de lidar com a falta de chuva, o sertanejo aprendeu também a se defender do Sol. Ele geralmente usa um chapéu com aba longa e camisa de manga comprida. Para cuidar da pele, um dos recursos é hidratar com um creme caseiro feito à base de babosa, planta rica em nutrientes que combatem o evelhecimento
Precioso líquido
Duas faces da Chapada Diamantina A Chapada é a grande divisora de águas do estado: de um lado, os rios correm na direção do Oceano Atlântico; do outro, eles se tornam afluentes do São Francisco
A ÁGUA É ESSENCIAL PARA O EQUILÍBRIO SOCIAL, AMBIENTAL E ECONÔMICO DO PLANETA TERRA
Na Chapada Diamantina nascem 50% dos rios que banham a Bahia. Isso acontece porque ela funciona como um paredão, retendo a umidade vinda do oceano, que se precipita em forma de chuva. Por isso há tantos rios que nascem na sua face leste. Na face oeste, a umidade também fica retida, mas o volume de água é menor, o que faz com que a maioria dos rios seja intermitente. O uso adequado do solo da Chapada é fundamental para conservar seus recursos hídricos
78
c o l a b o r a ç ã o Marjorie Nolasco, professora de Geologia da UEFS; e José Galizia Tundisi, presidente do IIE
BAHIA
HIDROGRAFIA
Represa de Sobradinho 10°0'S
are para pensar: se vivemos em um planeta composto por mais de 70% de água, por que nem todo mundo tem acesso a esse recurso vital? Para começar, porque apenas 2,5% do volume da água da Terra é doce (própria para consumo humano) – e dois terços dele estão concentrados em regiões polares, em forma de gelo e neve. O restante – distribuído em rios, lagoas e lençóis freáticos – é o que chamamos de recurso hídrico: água que tomamos, que agricultores usam para regar as plantações e a indústria, para produção. As principais fontes de água que abastecem a Bahia são seus rios e os aquíferos do Recôncavo-Tucano e do Urucuia. Os rios São Francisco, Paraguaçu, de Contas, Preto e Jacuípe são alguns dos mais importantes do estado. Uma característica da hidrografia da Bahia é a presença de rios intermitentes, ou seja, que ficam secos durante o período de estiagem. Na estação chuvosa, eles são reabastecidos pelas águas das chuvas. A gestão dos recursos hídricos é feita por comitês de bacias hidrográficas, que promovem a conservação das fontes de água, garantindo seu uso sustentável. Atualmente, há dez comitês na Bahia. Desde os anos 1990, várias nações se uniram para gerenciar suas bacias, evitando a distribuição desigual e a agressão ao meio ambiente. Cada cidadão também tem uma grande responsabilidade: usar a água de maneira consciente. Afinal, mesmo se tratando de um recurso renovável, a poluição e o desperdício podem comprometer sua disponibilidade.
RIO SÃO FRANCISCO
15°0'S
ÁGUA RECURSOS HÍDRICOS
P
OCEANO AT L Â N T I C O
LEGENDA
RIO PARAGUAÇU
Rios perenes Rios intermitentes Altitudes Acima de 1200 metros Entre 801 e 1200 metros Entre 501 e 800 metros Entre 201 e 500 metros Entre 101 e 200 metros Até 100 metros 45°0'O
93 Quilômetros 40°0'O
F o n t e s : CAS/SRH/MMA, 2001
RIO DE CONTAS
Correntes úmidas O ar carregado de umidade viaja pelo céu e vira chuva no Sul do país
Água dentro da terra
As correntes de ar que carregam a umidade gerada pela Floresta Amazônica são responsáveis por boa parte das chuvas no Sul do país. Para ter uma ideia do que isso representa, a quantidade de vapor-d'água transportada nas nuvens, por dia, é equivalente à vazão do Rio Amazonas, que é de 200 mil m3/s. Se a floresta diminuir, sua evapotranspiração pode ser menor e alterar a intensidade dos ventos e a geração de umidade, causando seca no país
Você sabia que as duas principais fontes de água que abastecem a Bahia são subterrâneas?
VENTOS
Os aquíferos são reservatórios naturais de águas subterrâneas. Formam-se em rochas cheias de poros e aberturas onde a água se acumula. Funcionam como uma esponja: armazenam a água em pequenos orifícios. O aquífero Urucuia tem cerca de 142.000 km² e vai do sul do Piauí até o noroeste de Minas Gerais, mas a maior parte de sua área está no oeste da Bahia. O Recôncavo-Tu cano possui área de cerca de 11.500 km² e fica a leste do estado. O abastecimento de Salvador e do Polo Petroquímico de Camaçari depende principalmente desse aquífero
VAPORES
A evaporação da floresta (evapotranspiração) produz mais vapor-d’água do que o mar, intensificando a umidade do ar
AQUÍFEROS
BAHIA
!
10°0'S
!
!
!
!
!
!
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
A evapotranspiração da floresta atrai o ar do oceano e intensifica os ventos alísios, que carregam a umidade do mar para o continente
! !
!
CORRENTES
14°0'S
!
Os ventos atravessam a Amazônia e rebatem na Cordilheira dos Andes, desviando-se em direção ao Sul do país
!
!
LEGENDA !
CHUVAS
Municípios de referência Rios perenes Rios intermitentes
Principais aquíferos da Bahia 18°0'S
Os ventos levam a chuva para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país e para Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, que podem sofrer com a seca se a Floresta Amazônica diminuir
!
Recôncavo-Tucano Urucuia 44°0'O
±
!
!
125 Quilômetros 40°0'O
F o n t e s : CAS/SRH/MMA, 2001
79
ÁGUA RIO SÃO FRANCISCO
Nada é tão típico de Minas Gerais quanto a produção de leite e a criação de rebanho bovino, que ainda pode ser vista às margens do São Francisco. O modo tradicional de fabricação do queijo canastra é patrimônio do Brasil
PRODUÇÃO LEITEIRA
São Francisco é um dos maiores rios da América do Sul – e o maior totalmente em território brasileiro. Percorre 2.863 km da nascente à foz. A maior parte do seu leito fica na Bahia. A jornada começa na Serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa a Bahia, pas sa por Pernambuco e termina entre Sergipe e Alagoas. Ao redor do rio formaram-se aldeias indígenas, comunidades ribeirinhas e cidades. É um importante meio de transporte: por ele navegam pessoas e mercadorias. Suas águas são usadas para consumo humano e animal, irrigação, geração de energia, entre tantos outros usos.
O
REPRESA DE TRÊS MARIAS
Rede Estadual de Ensino de Salvador
A nascente do Rio São Francisco é na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Suas águas vêm dos cerrados do Brasil central, onde chove bastante; por causa disso, o rio adquire volume de água suficiente para atravessar o sertão
BERÇO MINEIRO
pró-reitor da graduação da Uneb; e Hilário Menezes, mestre em Geografia, professor da
c o l a b o r a ç ã o Jairo L. O. de Sá, gerente da Prograd/Uneb; José B. de Carvalho,
O rio é conhecido por vários nomes. Opará foi dado por indígenas – significa “rio-mar”. O comércio de gado no entorno lhe deu o nome Rio dos Currais. Por ligar o Nordeste ao Sudeste, foi apelidado Rio da Integração Nacional. O nome oficial se deve à data em que foi identificado por exploradores europeus, em 1501: 4 de outubro, quando se celebra o dia de São Francisco de Assis.
MINEIRO DE NASCIMENTO E NORDESTINO DE CRIAÇÃO, O VELHO CHICO É RICO EM VIDA, HISTÓRIA E CULTURA
A luz do São Francisco...
80
NORDESTINO DE CORAÇÃO
Rios muitas vezes servem de limite entre cidades, estados e até países. Esse trecho do São Francisco é também um limite natural entre a vegetação de Caatinga, a leste; e a de Cerrado, a oeste
DIVISA NATURAL
Muitos rios que atravessam o sertão secam naturalmente no período de estiagem. As principais características dos rios do semiárido são a presença de grandes “avenidas” (leitos alongados e retilíneos) e a ausência de meandros (serpenteios, curvas)
RIOS INTERMITENTES
IBOTIRAMA
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
BOM JESUS DA LAPA
No morro da Lapa, ergueu-se o Santuário de Bom Jesus. A cidade foi crescendo ao seu redor e hoje recebe fiéis de várias regiões, em uma das maiores romarias do Brasil
FÉ E DEVOÇÃO EM BOM JESUS
O Rio São Francisco cruza o sertão nordestino e passa por regiões semiáridas. Tem grande importância no abastecimento de água, pesca, transporte, irrigação, entre outros usos. Muitas cidades e comunidades se instalaram no seu entorno
81
XIQUE-XIQUE
PRODUÇÃO NO SERTÃO
Ao longo da história do rio transitaram muitos tipos de barco. As barcas de velas latinas e sergipanas e os “gaiolas”, ou barcos a vapor, eram os mais comuns no Velho Chico
EMBARCAÇÕES
Embora as pequenas propriedades de subsistência sejam a marca da região, as culturas irrigadas em larga escala ganham cada vez mais espaço. Há importantes áreas produtoras, como a bacia dos rios Corrente e Grande, afluentes do Rio São Francisco
ÁGUA RIO SÃO FRANCISCO
Duas cidades que cresceram em conjunto, uma baiana, outra pernambucana, formando uma verdadeira “capital do Semiárido”. A partir da década de 1960, o governo federal estimulou a agricultura irrigada, dando apoio técnico e financeiro. Em pouco tempo, toda a região do entorno se tornou grande produtora de frutas
JUAZEIRO E PETROLINA
JUAZEIRO
c o l a b o r a ç ã o Jairo Luiz de Oliveira de Sá, gerente da Prograd/Uneb
ocupação ao longo do Rio São Francisco é bem antiga. Indígenas, bandeirantes, quilombolas, missionários e colonizadores de diversas origens já percorreram seu leito, seja em busca de um lugar para viver, de metais preciosos, seja procurando um caminho para o interior. Muitos se instalaram nas mar gens e criaram um modo próprio de viver e trabalhar. Convivem nesse cenário as embarcações típicas, como as jangadas e as sergipanas; os povos indígenas, como os tumbalalás; os povos ribeirinhos; as cidades; a agricultura irrigada... Há uma grande diversidade de paisagens, modos de vida, atividades econômicas e manifestações culturais que ocorrem ao redor do rio. As formas de uso do rio e do seu entorno, no entanto, podem causar impactos ambientais, tais como: poluição por esgoto doméstico; assoreamento do leito, devido ao desmatamento da mata ciliar; e excesso de projetos de irrigação (que extraem água do rio, diminuindo a vazão de água). O represamento para gerar energia nas usinas hidrelétricas também tem seu impacto. O uso sustentável é importante para que se possa utilizar os recursos do rio sem degradá-lo.
A
AS ÁGUAS DO RIO SÃO FRANCISCO FAVORECEM A OCUPAÇÃO DE ÁREAS NO SEU ENTORNO
...dá vida ao sertão
82 PETROLINA
Com 320 km de extensão e uma superfície de espelho d’água de 4.214 km², a represa de Sobradinho é um dos maiores lagos artificiais do mundo!
ESPELHO D'ÁGUA
REPRESA DE SOBRADINHO
CIDADES SUBMERSAS
A construção de usinas hidrelétricas alaga grandes áreas para a instalação de represas, o que provoca o deslocamento de vilas e até de cidades. Por causa do reservatório de Sobradinho, quatro cidades foram submersas
OCEANO ATLÂNTICO
CÂNIONS
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
A foz do São Francisco abrange um complexo ambiente de planícies costeiras, ilhas, lagunas, canais e várzeas. Grandes áreas de manguezais estão sendo desmatadas para a implantação de projetos de piscicultura e carcinocultura, que acarretam impactos ambientais
ENCONTRO COM O MAR
PARA VER E OUVIR
Chapadas, planícies; matas, cerrados, caatingas e mangues; modernas plantações e tradicionais roçados – o São Francisco apresenta uma imensa diversidade de paisagens. Sem falar nas lendas e nos causos que se ouvem por lá, como a do Caboclo d’Água, do Minhocão, do Menino Romãozinho, do Vaqueiro Gritador e do Mão Pelada
ENTRE ESTADOS
OBRAS DE TRANSPOSIÇÃO
No baixo São Francisco, existem cânions e cachoeiras que correm por leitos de rochas cristalinas, estendendo-se por cerca de 100 km, de Paulo Afonso (BA) a Pão de Açúcar (AL), na barragem da usina hidrelétrica de Xingó
No final de seu percurso, o Rio São Francisco serve de limite entre os estados de Sergipe e Alagoas antes de chegar ao oceano Atlântico
O projeto de transposição pretende usar as águas do São Francisco para abastecer rios e açudes da Região Nordeste que secam durante a estiagem. Essa ideia não é recente: desde o Período Colonial já se falava em construir canais artificiais para levar água às regiões mais secas. Segundo os estudos do projeto, deverá haver a retirada contínua de 26,4 m³/s de água (equivalente a 1,42% da vazão da barragem de Sobradinho). Há muitas controvérsias em relação à proposta: a água transposta atenderia apenas à agricultura irrigada, e não ao consumo das comunidades sertanejas; o custo seria elevado e haveria atrasos nas obras; poderia ocorrer a salinização da água armazenada nos açudes. Além do fato, salientado pelo geógrafo Aziz Ab'Sáber, de que a maior demanda de água do rio se dará na época de estiagem (quando o nível do São Francisco está mais baixo), o que pode impactar negativamente a sua vazão.
Conheça um pouco mais sobre o projeto
Transposição das águas
83
SOCIEDADE
A força das águas E NO BRASIL HÁ MAIS DE 500 USINAS HIDRELÉTRICAS, PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA ELÉTRICA DO PAÍS
studar, trabalhar, brincar... Até para respirar e pensar precisamos de energia. Sabia que cidades, estados e países funcionam de maneira parecida? Usam energia elétrica para que as máquinas das fábricas trabalhem, as ruas sejam iluminadas e os televisores das casas funcionem. Nosso corpo usa energia dos alimentos, já a energia elétrica pode ter várias fontes. No Brasil, as usinas hidrelétricas atendem 92% dos domicílios. A maioria delas está nas regiões Sudeste e Sul e está interligada nacionalmente por linhas de transmissão com cabos de ligas metálicas, que transportam a energia por longas distâncias. Isso significa que, quando uma pessoa em algum lugar da Bahia acende uma lâmpada, a energia pode vir de qualquer usina interligada a esse sistema, de norte a sul do país.
ENERGIA MATRIZ BRASILEIRA
1. BARRAGEM
84
A energia gerada pela força das águas é renovável. Se o nível do rio cai, as chuvas podem voltar a enchê-lo. E o Brasil é um dos países com mais bacias hidrográficas no mundo! Enquanto as usinas movidas pela força da água produzem 77% da energia elétrica, a média de outros países chega a apenas 17,7%. É importante ressaltar, no entanto, que esse tipo de usina depende de uma quantidade mínima de água para gerar energia. Por isso, períodos longos de estiagem ameaçam não somente o fornecimento de água, mas também o de energia elétrica. c o l a b o r a ç ã o José Ângelo dos Anjos, professor de Geologia da Unifacs; Célio Bermann, professor da pós-graduação em Energia da USP; e Rafael Lourenço dos Santos, especialista em regulação da Aneel
Caminho completo
É um muro bem largo e resistente que faz com que a água do rio fique retida, formando um reservatório, que é um lago artificial
Como a energia gerada vai parar na sua casa
2. CONTROLE Na época das chuvas, o volume de água pode aumentar e, para evitar risco de rompimento, abrem-se as comportas para controlar a vazão
Instalada num rio, a hidrelétrica usa a força da água, chamada de hidráulica, para gerar eletricidade. Veja na ilustração como a energia é produzida em uma usina, as transformações que ela sofre durante a transmissão e seu percurso até chegar à sua casa, à sua escola...
3. PELO CANO A água represada em grande quantidade atravessa as tubulações da barragem com força, fazendo as hélices das turbinas girarem
4. PRODUÇÃO Ao girar, as hélices das turbinas criam uma grande força rotacional. No gerador, a energia desse movimento é convertida em eletricidade
5. FUGA Completada a missão, a água é liberada pelo canal de fuga, situado do outro lado da usina, e volta ao seu curso
6. LONGO CAMINHO A energia em alta voltagem segue por linhas de transmissão formadas por torres, fios e cabos de ligas metálicas, até chegar à subestação da cidade
Águas que movem turbinas PAULO AFONSO
XINGÓ
O Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso começou a ser construído em 1949. Hoje estão instaladas cinco usinas num raio de 4 km, que geram cerca de 4.279 MW. O complexo tem a segunda maior capacidade instalada de produção de energia do Brasil, atrás apenas de Tucuruí (uma vez que Itaipu é binacional)
Localiza-se a 65 km de Paulo Afonso, em Canindé do São Francisco (SE). Sua construção começou em 1987 e só terminou em 1994. Por estar em uma região de cânions, tem um reservatório pequeno e grande potência instalada, de 3.162 MW. Além do turismo, suas águas colaboram com projetos de irrigação e abastecimento público
SOBRADINHO
PEDRA DO CAVALO
Localizada no município de Sobradinho, a usina tem uma potência instalada de 1.050 MW. A área inundada, de 4.214 km², obrigou o realojamento de 12 mil famílias em assentamentos e outros municípios. O índice de aproveitamento das águas para produzir energia é baixo quando comparado ao de outras hidrelétricas
A Usina Hidrelétrica Pedra do Cavalo está em operação desde 1985 e fornece energia para a região metropolitana de Salvador. A potência instalada é de 160 MW. A barragem Pedra do Cavalo também tem a finalidade de controle de cheias, abastecimento de água, irrigação para a agricultura, pesca e navegação
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Abaixo, algumas usinas que fornecem energia para a Bahia
85
Quem gasta mais? Veja onde é usada a energia produzida no Brasil Existem diversas fontes de energia, como a hidráulica, os combustíveis fósseis, os biocombustíveis, o gás natural e o carvão mineral. A soma de todas as fontes existentes no país compõe a oferta total de energia. Conheça abaixo a proporção do consumo pelos diferentes setores
7. DISTRIBUIÇÃO Na subestação, a tensão da energia é rebaixada para que ela seja distribuída pelos fios dos postes da cidade
8. FIM DA LINHA Nos postes de rua, o transformador reduz ainda mais a voltagem da energia, que chega ao comércio, às indústrias, à escola e às residências
35,1%
31,3%
9,4%
9%
6,6%
4,5%
4,1%
INDÚSTRIAS
TRANSPORTES
RESIDÊNCIAS
SETOR ENERGÉTICO
OUTROS
SERVIÇOS
AGROPECUÁRIA
F o n t e : _BEN/MME, 2013
Fonte limpa
M
uita gente aproveita os fins de semana para empinar pipa, pegar um bronzeado, nadar no rio... Além de proporcionarem muita diversão, o vento, o sol e as águas são também fontes de energia. Mais precisamente, fontes renováveis de energia. Hoje, 42,4% da energia brasileira vem de fontes renováveis – enquanto a média global é de 13,2%.
há fontes de energia que são renováveis, como água, vento, sol, matéria orgânica...
Os recursos da Terra
As principais fontes renováveis de energia
Depois de décadas de grande dependência do petróleo (uma fonte não renovável), existe um esforço global para aumentar a produção de energias limpas. Hoje, há seis tipos principais. Para que o resultado seja positivo, é preciso usá-las de forma equilibrada e planejada
MA
ENERGIA ALTERNATIVAS RENOVÁVEIS
!
! ! !
! !! ! !! ! !
RN
0°
!
ENERGIAS RENOVÁVEIS
AP ! ! ! ! ! ! ! !
PE AL SE
!!
! !!
!
!
! ! ! !
!
!
! !
AM
BA
! !!
! !
! ! !
!
!
!
MA ! ! ! !
!
!! !
!! !
Energia eólica (potencial)
414 Quilômetros
Menos de 5 m/s as em fase de projeto e implantação
F o n t e s : UFPE; Cenbio/IEE, USP, 2008; CBEE, 2008; IBGE, 2000; Aneel, 2012
!
! ! ! ! !!
! !!
RN PB
PI !! !
! !
!
! ! ! ! !! ! !
! !
!!
TO!
!
RO
Parque eólico
Mais de 8,5 m/s De 7 a 8,5 m/s De 6 a 7 m/s De 5 a 6 m/s
!
CE
! ! !!
!
! ! !
!
*Inclui
PA ! ! !
! ! !
AC !! !!! ! ! ! ! ! ! !! ! !!! 86 !!! ! ! MG !! ! ! ! ! ! ! !!!!! !! ! ! ! !! ! ! ! ! ES !! ! ! ! ! ! ! ! !! !! ! !! !! ! ! ! ! ! !!! ! !! ! ! ! ! (potencial) !! ! ! ! Energia solar ! ! !! ! ! ! ! ! !!! !! ! (potencial) !Marés ! !!! ! ! ! !!!!! !!! ! * ! ! Hidrelétricas ! ! ! RJ !! !! !!! Biomassa ! ! ! (biogás e usinas – etanol) !!!!
!
BRASIL
!
RR
PB
PI
! !
!! O! !! !
CE
! ! !!
!
PE ! ! ! AL SE
!
! !! BA ! !! ! ! !! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !! ! ! ! ! !! ! !! !!! ! DF ! ! ! ! ! ! ! ! GO ! ! !! !!! !! !!! !! ! ! !!!! ! ! ! ! ! ! MG ! ! ! !! ! ! ! !!!!! ! ! !! ! ! ! !! !! ! ! !!!!!! ! ! ! ! ! ! ES !! ! ! !! ! ! !! ! ! !!! !!! ! ! !!! ! !!! ! !!! ! ! !! ! !! ! ! ! ! ! ! !! ! ! ! ! ! !! ! ! !!! ! ! MS ! !! ! ! !! ! ! ! ! ! ! ! ! !! ! ! ! ! !! !!! !! ! ! ! ! ! ! !!! ! !!!!! !!! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! RJ !! !!!!!! ! SP !! !!! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !!!!! ! ! PR !! ! !! ! ! ! ! !! ! ! !! ! ! ! ! ! ! !! ! ! !! ! ! ! ! ! ! ! !!! ! ! ! !!! !! ! ! ! ! !! SC !! ! ! ! !! ! !! !! ! !!!!! ! ! !
MT
!
RS
414 Quilômetros
Esse tipo de energia vem de recursos naturais, como o sol, o vento, as marés etc., que são naturalmente renováveis pelo meio ambiente. Por outro lado, os recursos que levaram milhões de anos para se formar no subsolo do planeta, como o petróleo, o gás e o carvão, são chamados de não renováveis. Afinal, depois de extraídos, eles não se reno-
HIDRELÉTRICA
EÓLICA
A força das águas alimenta turbinas que geram energia, transmitida para os lares por uma complexa rede de cabos. No Brasil, mais de 70% da energia vem das hidrelétricas
Os moinhos de vento foram as primeiras construções de energia eólica de que se tem conhecimento. No Brasil, a região de maior potencial para esse tipo de energia é a Nordeste
mados, mas os vegetais dos quais derivam compensam a liberação de gás carbônico. Afinal, elas funcionam como todas as plantas: por meio da fotossíntese (veja mais sobre fotossíntese na pág. 10), capturam o gás carbônico e liberam o oxigênio, “limpando” a atmosfera. c o l a b o r a ç ã o Juan J. Verdésio, professor de Energias Renováveis da UnB
ORGÂNICA
SOLAR
GEOTÉRMICA
MAREMOTRIZ
Bagaço de cana, restos de madeira, palha de arroz ou milho, lixo orgânico... Tudo isso pode ser usado como fonte de energia, normalmente transformado em gás, óleo ou etanol
Uma das maneiras de obter essa energia é por meio de placas fotovoltaicas, que transformam a luz do Sol em energia elétrica. Pode ser parte ou a única fonte de energia de uma casa
O calor do interior da Terra aquece a água, que é “espirrada” do solo ‒ processo chamado de gêiser. As usinas geotérmicas canalizam o vapor, que alimenta termelétricas
A energia é gerada pela oscilação entre as marés baixa e alta. O movimento do mar, ao encher e esvaziar o reservatório, roda turbinas que geram eletricidade
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
vam na natureza. Além de acabarem um dia, precisam de combustão para liberar a energia: são queimados e exalam gases poluentes na atmosfera, aquecendo-a. Até os combustíveis dos carros, que antes vinham só do petróleo, agora também têm origem vegetal, como cana-de-açúcar, soja, mamona, dendê e palma – são os chamados biocombustíveis. Também são quei-
87
Suporte da vida
SOLO QUALIDADES E PROBLEMAS
NOSSA EXISTÊNCIA DEPENDE DO SOLO. POR SER UM RECURSO FINITO, É PRECISO CUIDADO NO USO
88
V
ocê já ouviu a expressão “perder o chão”? Pois isso está acontecendo literalmente com o planeta. Por falta de cuidados, a humanidade está perdendo uma parte fundamental para nossa existência: o solo. É dele que obtemos alimentos para o corpo, terreno para casas, entre outros benefícios. Até a umidade do ambiente é influenciada por ele, pois, ao absorver a chuva e depois devolver a água ao ar pela evaporação, mantém a temperatura estável. O solo não é qualquer amontoado de terra. Ele é formado basicamente por água, matéria orgânica e compostos minerais. Cada camada possui funções
específicas. A matéria orgânica – composto rico em nitrogênio, potássio, cálcio e fósforo – está ligada à fertilidade. Quando o solo perde essa qualidade, fica pobre, sem capacidade de produzir. Estamos falando de um bem precioso: apesar da imensa extensão no planeta, cada centímetro de solo leva cerca de 10 mil anos para se formar! Por isso, ele é um recurso natural não renovável e precisa de cuidados. Pelo mau uso, muitas terras deixaram de ser agricultáveis. c o l a b o r a ç ã o Marcos Roberto Pinheiro, especialista do Laboratório de Pedologia da USP
De cima para baixo Ações na superfície refletem no solo Cuidar do solo é nossa responsabilidade. Afinal, ele é a superfície sobre a qual vivemos! O manejo ade quado do uso da terra é fundamental para preser var as qualidades do solo e evitar sua degradação. A erosão, por exemplo, é um fenômeno natural, mas pode ser prejudicial quando acelerada pela ativida de humana. Desmatamento, plantio incorreto, con taminação da água e deposição de lixo irregular po dem causar impactos graves na integridade do solo
SOLO TROPICAL
O solo de massapê (ou massapé) é um dos mais férteis do Brasil e está presente em partes do litoral nordestino. Tem origem na decomposição de algumas rochas, como gnaisses, granitos e calcários, razão pela qual apresenta cor escura. Foi neste tipo de solo que foram cultivadas as plantações de cana-deaçúcar do Período Colonial (de 1500 a 1822)
FILTRAGEM
DEGRADAÇÃO
RAVINA
Parte da água é filtrada pelo solo até chegar ao lençol freático, onde fica armazenada
Os raios solares degradam o solo sem cobertura vegetal
Veios abertos na terra, causados pelo escoamento de água em solo exposto
PASTAGEM
EROSÃO
ÁREA URBANA
O peso e o pisoteio do gado compactam o solo e o tornam menos poroso, com menor capacidade para absorver líquidos e nutrientes. Essa compactação pode aumentar o escoamento superficial, promovendo a erosão
Algumas regiões sofrem maior erosão, um processo natural ligado à ação do clima e ao tipo do relevo. A retirada de cobertura vegetal pelo homem acelera esse processo, causando a perda do solo
A impermeabilização gerada pelas áreas urbanas aumenta o escoamento superficial da água, fazendo com que a vazão dos cursos d'água aumente. Assim, ela chega mais rápido nas baixadas, podendo provocar enchentes nas cidades
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
PLANTIO INCORRETO
É a atividade agrícola irregular perto de rios, lagos, terrenos muito inclinados e nascentes (as chamadas áreas de preservação permanente). Isso pode provocar assoreamento do rio ou contaminação da água por agrotóxicos
89
VOÇOROCA
ÁGUA CONTAMINADA
NOVO RELEVO
IMPERMEABILIZAÇÃO
É a fenda produzida na terra por forte enxurrada ou mesmo por uma chuva forte e demorada
O que chega ao lençol freático é um líquido poluente escuro
Lixo e entulho cobrem os solos urbanos e formam áreas elevadas artificialmente
Asfalto e concreto impedem a infiltração de água no solo, causando seu empobrecimento
Leia mais sobre lixo na página 90
Restos gigantescos CONSUMIR DE MODO CONSCIENTE, SEM DESPERDÍCIO, É O PRIMEIRO PASSO PARA GERAR MENOS LIXO
LIXO PARA ONDE VAI
G
90
eralmente esquecemos o nosso lixo assim que ele é retirado da porta de casa. A sujeirada parece ir embora para sempre. Será mesmo? Não. Na verdade, ele continua interferindo em nossa vida – e na vida da comunidade – por muito tempo. Imagine uma montanha formada por garrafas, latas e brinquedos jogados fora. Agora aumente essa montanha com restos de comida e resíduos biodegradáveis. Com a nossa contribuição, todos os dias essa montanha cresce um pouco. A fração orgânica do lixo, formada principalmente por sobras de alimentos, representa, em geral, 60% de tudo o que descartamos em casa, na escola ou nas ruas. Esse tipo de resíduo gera gases poluentes e uma substância gosmenta chamada chorume, formada pela mistura de vários elementos. Se não houver tratamento do resíduo orgânico, o chorume atravessa o solo e chega ao lençol freático, contaminando a água. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 5% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pela decomposição de matéria orgânica em lixões e aterros sanitários. Para ter qualidade de vida, é preciso ter respon sabilidade com os resíduos que geramos. Devemos reduzir a geração de lixo, reaproveitar o que for possível e planejar bem o destino do que sobrar. Em 2012, na Bahia, 21% dos domicílios não foram atendidos com coleta regular de resíduos sólidos (lixo). E só existe coleta seletiva em 28 dos 417 municípios. c o l a b o r a ç ã o Luiz Roberto Santos Moraes, engenheiro e sanitarista, professor da Poli-UFBA; e Aruntho Savastano Neto, engenheiro civil da Cetesb
O que não se pode fazer Muitos municípios do país ainda possuem lixões Nesses terrenos, o lixo fica a céu aberto, sem tratamento. É uma das piores formas de se desfazer dos resíduos. Causa doenças, mau cheiro e contamina o solo e os lençóis freáticos
POLUIÇÃO DO AR
SOLO CONTAMINADO
DOENÇAS
MAU CHEIRO
A decomposição de matéria orgânica libera o gás metano, um dos causadores do efeito estufa
A decomposição do lixo gera um líquido chamado chorume, que contamina o solo e os lençóis freáticos
Quando o lixo não recebe nenhum tratamento, é mais fácil haver proliferação de pragas e doenças
O lixo jogado a céu aberto cheira muito mal, o que é repulsivo para quem mora na vizinhança
Há dois tipos de aterro: o controlado e o sanitário O aterro controlado é originado de antigos lixões e, apesar de atender às normas de segurança, pode contaminar o terre no. Já no aterro sanitário, destino mais adequado dos resí duos domiciliares, o solo é impermeabilizado para receber o lixo, que é coberto por terra
Cada um no seu lugar Confira uma boa maneira de separar o lixo Você conhece um bom jeito de separar o lixo doméstico? Bas ta dividi-lo em dois recipientes diferentes: o lixo úmido, não reciclável; e o seco, reciclável. Essa separação reduz a quan tidade de resíduo que vai para o aterro, diminuindo o impac to no meio ambiente, além de facilitar o trabalho de triagem nas cooperativas
LIXO SECO
Sistema integrado
RECICLÁVEIS
NÃO-RECICLÁVEIS
Este recipiente deve receber materiais limpos e secos, como embalagens plásticas e de vidro, caixas ou folhas de papel e latas
Aqui devem vir materiais orgânicos (restos de comida) e resíduos não recicláveis, como papel higiênico usado e fraldas
LIXO ÚMIDO
Conheça o manejo do lixo em uma usina de compostagem
BIOGÁS
COMPOSTAGEM
INCINERADOR
ESGOTO
O gás metano liberado na decomposição orgânica é coletado e vira energia elétrica para a própria usina
Montes de resíduos orgânicos são tratados por cerca de 100 dias. O material peneirado serve de adubo
O lixo químico ou infeccioso (de hospitais) é queimado a 800oC para diminuir os danos ambientais
Detritos gerados no funcionamento da usina são tratados antes de serem lançados no rio
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O meio do caminho
91 CHORUME
Líquido gerado no aterro, armazenado em tanques e tratado. Sua evaporação também gera energia
T FON
006 o l, 2
oS ed ad
E:
or, ad
m
26,4 kWh Com aquecedor solar de baixo custo 6,6 kWh
lv
Tomar banho (por pessoa/mês) Com chuveiro elétrico
ci
ed
13 20
a, as
SUSTENTABILIDADE NO COTIDIANO
TE
Em um ônibus:
ve
42
e
FON
m :E
5
os
b
Em um carro:
tad
0,5 L
ENERGIA
Capacidade por veículo*
se n
Com torneira fechada
ÔNIBUS OU CARRO?
*
12 L
m é d i a d e p a s s a g eir o s
TRANSPORTE PÚBLICO
O maior uso de transporte coletivo reduz as emissões de poluentes e diminui o número de carros nas ruas, amenizando o trânsito
a de
92
Com torneira aberta
AQUECEDOR SOLAR
Sua fabricação pode ser caseira e de custo acessível. Reduz até 40% o gasto mensal de energia, antes usada em chuveiros elétricos
ci d
Escovar os dentes (por dois minutos e meio)
Socioambiental da Fundação Espaço ECO®
c ap a
USO DA ÁGUA
c o l a b o r a ç ã o Juliana Furlaneto Benchimol, coordenadora de Educação
So
CISTERNA
A água da chuva captada por calhas em um reservatório simples de fazer serve para regar, limpeza externa e até descarga
A PÉ OU DE BICICLETA
Quanto mais pedestres e ciclistas, menos trânsito, poluição, barulho... logo, mais qualidade de vida
ícu
lo p
adrã
o
T FON
an Tr
sa
pequenas atitudes no nosso dia a dia podem gerar grandes resultados. entenda o porquÊ
Afinal, se contabilizarmos cada roupa usada mais vezes, teremos um impacto em toda a cadeia produtiva. Veja só: haverá menos demanda por área para plantar algodão, mais economia de água pelas tecelagens, menos viagens de caminhões transportadores, menos lixo, entre tantas outras economias. São exemplos de atitudes que consideram os impactos de produção, distribuição, consumo e descarte dos produtos.
4
uem nunca ouviu uma bronca da própria mãe: “Menino, apague a luz!”; “Filha, feche a torneira direito”; “Não deixe a porta da geladeira aberta”, e por aí vai? Pode parecer pouco, mas são com esses pequenos atos – até sem entender bem o porquê – que começamos a ter atitudes sustentáveis. Os exemplos são muitos: o conserto de um videogame ou de uma roupa (para não precisar comprar novos), o aproveitamento de comida... a lista é infindável. Essas atitudes, multiplicadas pelo número de habitantes da Terra, fazem uma diferença brutal.
2 01
Atitudes sustentáveis Q
E:
TELHADO VERDE
Entre as boas alternativas ao telhado convencional está a cobertura vegetal, que traz benefícios como: drenagem da chuva, isolamento acústico e melhoria térmica
ÁREAS VERDES
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Orgânico 51%
ed
e
pe
za
púb
li c a
FON
, 20
GE IB
Outros 17%
cos li m
08
Reciclável 32%
és t i
Quando se escolhem produtos ou serviços de fornecedores da região, há fortalecimento da economia local, geração de emprego e menos emissões com transporte
Composição do que é jogado no lixo*
í d u os u r b a n os d o m
ECONOMIA LOCAL
RESÍDUOS SÓLIDOS
* R es
Alimentos da época e in natura são mais indicados. Um prato saudável tem alimentos coloridos e diversificados
A educação nos informa, faz pensar, mudar hábitos e atitudes. Os 5 Rs são para lembrar de Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Recusar e Repensar
A/
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Sua preservação gera benefícios em muitos aspectos: regulação do calor, da umidade e da chuva; proteção contra ventos fortes e contra a erosão da terra; diminuição da poluição sonora; filtragem do ar; e presença de animais
TE
:M
M
MINHOCÁRIO
De fabricação simples, permite a decomposição de resíduos orgânicos no próprio local e ainda produz fertilizantes naturais
COLETA SELETIVA
HORTA
Cerca de 83% do lixo doméstico é compostável e/ou reciclável. Deve-se fazer o possível para reduzi-lo e destiná-lo corretamente
Pode ser adaptada a variados locais, como escola, casas e até apartamentos! Fornece legumes, verduras, temperos e ervas
93
Bahia sob medida Q
ual o melhor jeito de saber se, de fato, o local onde vivemos está se desenvolvendo? Observando, reunindo dados e comparando-os. Para isso existem os indicadores – números que, como o nome INDICADORES DÃO UMA VISÃO MÚLTIPLA DA REALIDADE, diz, indicam determinado aspecto da realidade. É FACILITANDO AS COMPARAÇÕES E O PLANEJAMENTO possível ter indicador de praticamente tudo. Quer fazer um teste? Quantas meninas e quantos meninos há na turma? Pronto: o resultado dessa simples pesquisa já é um indicador. Os indicadores nos ajudam a identificar questões importantes à nossa volta. Do total de alunos da turma, quantos têm água potável em casa? Com o resultado em mãos, as possibilidades são muitas. Sua classe pode compará-lo, por exemplo, com o resultado de
INDICADORES DADOS SOCIAIS
Por um mundo melhor
Brasil (BR)
Bahia
94
(BA)
outras turmas da escola. Ou com o de turmas de anos anteriores – nesse caso, é possível saber se o índice está evoluindo. Dá também para compará-lo com o estado da Bahia, com o Brasil e até com outros países! O objetivo dos indicadores é este: proporcionar uma visão melhor sobre uma ou várias questões da nossa sociedade. Com eles, fica mais fácil saber o que deve ser feito, por exemplo, em termos de políticas públicas – além de analisar o que está sendo feito pelos governos. Confira a seguir alguns indicadores da Bahia. Eles revelam o que melhorou e o que ainda precisa ser melhorado. c o l a b o r a ç ã o Carlos Freire da Silva, doutor em Sociologia pela USP
Indicadores das Metas do Milênio da ONU avaliam o desenvolvimento
POBREZA
GRAVIDEZ PRECOCE
MORTALIDADE INFANTIL
ESCOLARIDADE
SANEAMENTO
Esse dado mostra a porcentagem de pessoas1 que vivem com até meio salário mínimo2 por mês. Na Bahia, mais da metade da população vive nessa condição
O indicador revela a porcentagem de jovens de 10 a 17 anos que tiveram filhos. Para a jovem mãe é mais difícil conciliar os estudos e entrar no mercado de trabalho
Esse dado indica o número de crianças que faleceram antes dos 5 anos de idade (a cada 1.000 nascidas vivas). Acesso à saúde, saneamento básico e boa nutrição diminuem o índice
Revela a porcentagem de pessoas maiores de 15 anos que são alfabetizadas. Quanto mais escolarizada é uma população, mais ela se desenvolve. Na Bahia há 16,6% de analfabetos
O dado se refere à porcentagem de domicílios que contam com água potável e esgotamento sanitário. Pesquise: sua comunidade tem saneamento básico adequado?
67% BA
90,4% 51% BA
43%
9%
28 BR
BR
32% BR
8,9%
27
Leia mais sobre Metas do Milênio na página 117
2010
BA
2010
BA
56,5%
22
8,5%
17
7,4%
2000
83,4%
76,8%
BA BA
BR
37,4%
BR
BR
1991
BR
86,4%
20003
N o t a s : (1) Exceto pessoas sem rendimento e sem declaração de rendimento; (2) Em 2010 era de R$ 510; (3) Dado da Bahia é de 1999
2009
61,8% BR
47,7% BA
BA
2000
2010
F o n t e s : IBGE, Censo 2010; Atlas Brasil 2013 Pnud; Datasus, 2009
2000
2010
BRASIL E BAHIA
Riqueza produzida
RR
Uma das principais economias do país - e que está em expansão
Estrutura setorial do PIB Bahia
AP
Agropecuária AM
MA
PA
CE PI
AC
BA
MT GO
7,5%
AL SE
TO
RO
RN PB
PE
Indústria
DF
26% MG
ES
MS SP
66,5%
RJ
Serviços
PR SC
LEGENDA
RS
PIB das Unidades da Federação
LEGENDA PIB dos municípios da Bahia
(em bilhões de reais)
780
1.349
Quilômetros
(em milhões de reais)
Estrutura setorial do PIB Brasil
150 5,5%
Quilômetros
Entre 263,8 e 462,4
Entre 209 e 38.819,5
Entre 111,4 e 263,7
Entre 113 e 208,9
Entre 49,4 e 111,3
Entre 69,2 e 122,9
Entre 18,2 e 49,3
Entre 48,9 e 69,1
Entre 6,9 e 18,1
Entre 19,7 e 48,8
Agropecuária
27,5% 67%
BRASIL E BAHIA
Desenvolvimento
RR
Quando a riqueza econômica tenta encontrar o desenvolvimento humano O IDH é uma medida baseada em indicadores de longevidade, educação e renda e que tem como objetivo comparar países, estados e municípios. Neste último caso, é usado o IDHM, que adota indicadores de educação e base de cálculo diferentes do IDH no que se refere à qualidade de vida. Em 2010, os estados do Nordeste possuíam índices piores do que os das regiões Sul, Sudeste e CentroOeste – como se pode ver no mapa ao lado
MA
PA
CE PI
TO
RO
BA
MT GO
IDH E IDHM(2)
Compare os IDHs
RN PB PE AL SE
MUITO ALTO
DF MG SP
ALTO
ES
MS
MÉDIO
RJ
BAIXO
PR
LEGENDA IDH das Unidades da Federação
Serviços
AP
AM
AC
Indústria
1,0 0,8 0,7 0,6 0,5
SC RS
Acima de 0,751 Entre 0,701 e 0,750
Entre 0,70 e 0,760
Entre 0,550 e 0,590
Entre 0,651 e 0,700
Entre 0,65 e 0,690
Entre 0,490 e 0,540
Entre 0,630 e 0,650
Entre 0,600 e 0,640
F o n t e s : (1) IBGE/SEI, 2011; (2) ONU/PNUD, das Unidades da
Federação, 2010; dos municípios da Bahia, 2010; dos países, 2012
Brasil 0,730 Bahia 0,660 Níger (menor do 0,304 mundo)
MUITO BAIXO
LEGENDA IDHM dos municípios da Bahia
Noruega (maior do mundo) 0,955
0
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O PIB é a soma dos valores de bens e serviços produzidos por um país, um estado ou um mu nicípio durante um ano – e é o indicador mais utilizado para avaliar o crescimento econômico. Na Bahia, a soma de todas as riquezas produzi das foi de quase 160 bilhões de reais (em 2011), o que coloca o estado como a oitava maior eco nomia do Brasil. Entre os anos de 2010 e 2011, a expansão do PIB baiano foi de 2%
PIB(1)
95
Ponto de encontro
Bahia urbana Concentração de pessoas nas cidades é tendência mundial
ECONOMIA, HISTÓRIA E LOCALIZAÇÃO FAZEM A POPULAÇÃO SE CONCENTRAR EM CERTAS ÁREAS
BAHIA
URBANIZAÇÃO
As pessoas se concentram cada vez mais em cidades – uma tendência que vigora na Bahia, no Brasil e em vários países do mundo. No estado, a urbanização vem ocorrendo de forma acelerada: na década de 1970, 59% (quase dois terços) da população baiana vivia na área rural. Em 2010, a porcentagem caiu para apenas 28%, ou menos de um terço do total de habitantes
!
!
! !
!
!
!
!
!
LEGENDA !
Municípios mais populosos
Total: 14.016.906 hab. Densidade: 24,82 hab./km²
±
População total por município (número de habitantes) Acima de 500.000 Entre 150.001 e 500.000
c o l a b o r a ç ã o Patricia Dias, mestre em Geografia, gestora da SEI
POPULAÇÃO DA BAHIA
OCEANO ATLÂNTICO
Entre 75.001 e 150.000
Urbana: 72% Rural: 28%
110
Entre 20.001 e 75.000 Até 20.000
Mulheres: 51% Homens: 49%
Quilômetros
F o n t e : IBGE, 2010
F o n t e s : IBGE/SEI, 2010 PIRÂMIDES ETÁRIAS - BAHIA
Mais adultos e menos jovens
Com a redução da média de filhos e o aumento da expectativa de vida, a proporção de jovens diminuiu, e a de adultos e idosos aumentou. As pirâmides etárias revelam essa mudança. Entre 1980 e 2010 a base ficou mais estreita, e o topo, mais largo
Homens
80 e +
1980
Mulheres
Homens
80 e +
2010
2020*
Mulheres
70 a 74
70 a 74
70 a 74
60 a 64
60 a 64
60 a 64
50 a 54
50 a 54
50 a 54
40 a 44
40 a 44 30 a 34
30 a 34
20 a 24
20 a 24
20 a 24
10 a 14
10 a 14
10 a 14
0a4
0a4 8
6
4
2
0
2
4
6
8
10
Mulheres
40 a 44
30 a 34
10
Homens
80 e +
(idade)
Diferentes idades
(idade)
96
eja o mapa ao lado. As cores roxa e vermelha representam os municípios mais populosos. Mas o que faz com que essas localidades concentrem tanta gente? Uma importante atividade econômica, a relevância histórica, a localização... ou tudo isso junto. Salvador, a capital, reúne quase um quinto dos habitantes do estado. Em sua região metropolitana, os municípios Camaçari e Lauro de Freitas são os mais populosos. No interior do estado, destacam-se Feira de Santana e Vitória da Conquista, importantes centros de prestação de serviços. Ambos ficam na confluên cia de rodovias federais e estaduais. Juazeiro fica às margens do Rio São Francisco e tem grande produção agrícola para exportação. Ilhéus e Itabuna são polos de turismo e comércio – seu crescimento remonta à economia do cacau. O tamanho populacional de Jequié está ligado à implantação de uma ferrovia e da BR-116.
(idade)
POPULAÇÃO DEMOGRAFIA
V
POPULAÇÃO
0a4 10
8
6
4
2
0
2
4
6
8
10
10
8
6
4
2
0
2
4
% da população
% da população
% da população
POPULAÇÃO: 9,5 milhões
POPULAÇÃO: 14 milhões
POPULAÇÃO: 15 milhões
6
8
10
Font e s: IBGE/SEI. *Projeções de população por sexo e idade
Perto do mar
Grandes marchas
População brasileira se concentra na região costeira
Embora intensos, os fluxos migratórios atuais são mais concentrados
A distribuição da população no Brasil apresenta alta concentração nas áreas costeiras. Desde o Período Colonial (de 1500 a 1822), a ocupação foi mais intensa no litoral. Atualmente, um terço dos brasileiros reside à beira-mar
BRASIL
Os mapas retratam quatro momentos dos fluxos migratórios no Brasil. Inicialmente, foi marcante o fluxo de nordestinos para o Sudeste, o que persistiu nas duas décadas seguintes, assim como a migração de sulistas para a Região Norte. Já nos anos 1990 teve início uma diversificação nos fluxos migratórios e uma redução em seu contingente. Nessa década também começou o retorno de muitos nordestinos para sua região, movimento que se intensificou ainda mais a partir da década de 2000. Desde então, os fluxos migratórios voltaram a se concentrar em algumas rotas
DENSIDADE DEMOGRÁFICA
^ Linha do Equador
0°0'
^ ^
BRASIL
^
^
^
^ ^
RR
^ ^ ^ ^
^
RR
AP
AP
0°
0°
AM
CE
PA
MA PI
AC
TO
RO
AM RN PB PE AL SE
PA
RO
MT
GO ES
MG
MS
ES RJ
^
SC
RS
^
RS
OCEANO
Período entre 1950 e 1970
ATLÂNTICO
^
^
^ RR
^
^
^
Capitais estaduais
AM
30°0'S
De 6 a 15 Até 5 75°0'O
PA
MA
CE PI
AC
TO RO
BA
MT GO DF
AM
TO
RO
BA
Quilômetros 60°0'O
45°0'O
30°0'O
F o n t e : IBGE, 2000
Década de 1990
MG ES
MS SP
SP
RS
RN PB AL
SE
MT
RJ
PR
SC
340
PI CE PE
GO
RJ PR
MA
PA AC
MG
MS
^
RN PB PE AL SE
DF
ES
De 61 a 150 De 31 a 60
AP
0°
^
Acima de 150
De 16 a 30
RR
AP
Trópico de Capricórnio
^
Densidade demográfica por município (hab./km2)
97
Período entre 1970 e 1990
0°
LEGENDA
SP
PR
SC
^
MG
MS
RJ
SP
PR
RN PB PE AL SE
BA
DF
DF GO
^
PI
MT
BA
^
CE
MA TO
AC
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
^
15°0'S
FLUXOS MIGRATÓRIOS
SC RS
Década de 2000 F o n t e : Maria Elena Simielli, 2007
Antes do Brasil O TERRITÓRIO QUE VEIO A SE CHAMAR BRASIL JÁ ERA OCUPADO POR GRUPOS HUMANOS HÁ MILÊNIOS
HISTÓRIA ARQUEOLOGIA
V
98
ocê sabia que mais de 10 mil anos atrás o continente americano já era habitado por grupos humanos? Descobrir de onde vieram esses povos, quando chegaram e como viviam são questões que fazem parte da Arqueologia, ciência que estuda as sociedades humanas com base nos vestígios deixados por elas. Os locais onde são encontrados esses vestígios – como vasos de cerâmica, machados de pedra e restos de fogueira – são chamados de sítios arqueológicos. No Brasil, encontra-se o sítio que apresenta o mais antigo vestígio da presença humana no con tinente: a Toca do Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, com mais de 50 mil anos. Essa descoberta levantou novas questões sobre o povoamento humano nas Américas, pois demonstrou que os primeiros habitantes chegaram ao continente bem antes do que muitos arqueólogos pensavam. No sítio Lapa Vermelha, em Minas Gerais, foi encontrado o crânio mais antigo das Américas, que tem cerca de 11,5 mil anos. O crânio pertencia a uma mulher, apelidada de Luzia, que apresenta traços negroides parecidos com os de grupos que habitavam a África e a Austrália. No Nordeste, especialmente no Piauí, em Pernambuco e na Bahia, descobertas arqueológicas apontam para uma significativa população de caçadores coletores entre 9 mil e 10 mil anos atrás. Na Bahia, inúmeros registros provam que, muito antes da che gada dos colonizadores portugueses, todo o território era povoado por diferentes grupos indígenas. c o l a b o r a ç ã o Carlos Etchevarne, professor de Arqueologia da UFBA
Megafauna, antigos habitantes do continente Mamíferos gigantes, extintos há cerca de 10 mil anos, estavam espalhados pelo Brasil No Nordeste foram encontradas centenas de fósseis da megafauna (mamíferos gigantes), principalmente na Bahia, no Ceará, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. Animais como a preguiçagigante, o tigre-dentes-de-sabre, o tatu gigante e o mastodonte (ancestral do elefante) eram parte das paisagens da região. No entanto, mudanças climáticas ocorridas no planeta durante a última era glacial, entre 12 mil e 10 mil anos atrás, levaram esses animais à extinção
PREGUIÇA-GIGANTE (Eremotherium laurillardi) É a maior espécie de preguiça que habitou as Américas. Alimentava-se de plantas, chegava a medir 6 metros de altura e a pesar 5 toneladas! Um esqueleto quase completo do animal foi encontrado submerso no Poço Azul, na Chapada Diamantina 50.000 A.P.* Vestígios mais antigos da presença humana nas Américas (São Raimundo Nonato, PI)
12.000 A.P. Presença marcante de pinturas rupestres da Tradição Nordeste (São Raimundo Nonato, PI)
11.500 A.P.
11.000 A.P.
Data do mais antigo fóssil humano encontrado nas Américas (Lagoa Santa, MG)
Data do esqueleto quase completo de uma preguiçagigante encontrado na Chapada Diamantina (Nova Redenção, BA)
Sítios arqueológicos na Bahia Riqueza histórica preservada
LEGENDA
URNA FUNERÁRIA ARATU
Objetos e vestígios de cerâmica
Recipiente de cerâmica, com forma semelhante a uma pera, usado para sepultamentos por indígenas horticultores que viveram na Bahia entre os séculos 9 e 14
Instrumentos de pedra lascada Ocupação da megafauna na Bahia
F ONTE : Etchevarne, 2001
Registros de arte rupestre
ARTE RUPESTRE
Pintura feita nas rochas por caçadores coletores, em sua maioria. Registros de mais de 10 mil anos foram encontrados no Piauí. Na Bahia há muitos deles, mas as datas são incertas. Os mais antigos representam homens e animais em cenas de caça, coleta ou luta
CAÇADORES COLETORES
Os primeiros habitantes do continente americano viviam da coleta de frutos e da caça de animais. Eram nômades ou seminômades, por isso é possível que construíssem abrigos. Conviveram com animais da chamada megafauna 9.000 A.P. Idade do registro mais antigo de cerâmica no Nordeste (São Raimundo Nonato, PI)
7.600 A.P. Data mais antiga de instrumentos líticos da Tradição Itaparica (Petrolândia, PE)
4.100 A.P. Ocupação do médio Rio São Francisco por grupos ceramistas
2.800 A.P. Data do sambaqui mais antigo da Bahia (Peri-Peri)
2.300 A.P. Ocupação da margem baiana do Rio São Francisco por grupos ceramistas
FERRAMENTAS
Povos antigos da Bahia usavam instrumentos feitos de pedra lascada para derrubar a mata e preparar o solo de roças
850 A.P.
700 A.P.
Idade das 120 urnas aratu encontradas na Vila de Piragibe (Muquém do São Francisco, BA)
Data mais antiga da presença de grupos tupis na Bahia
(*) AP “Antes do Presente” = Antes de 1950
CERÂMICA TUPI Fabricada por povos tupis, é encontrada em abundância no litoral, que era habitado por esses grupos até o início da colonização
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Vestígios como ferramentas de pedra, objetos de cerâmica, restos de esqueletos humanos, pinturas e gravuras rupestres, encontrados em toda a Bahia, constituem um acervo histórico de grande valor. São os únicos testemunhos da ocupação humana desse território antes da chegada dos colonizadores, sendo, portanto, fundamentais para conhecer melhor o passado mais remoto do estado
99
Legado baiano
A BAHIA FOI CENÁRIO DA CHEGADA DOS PORTUGUESES E DE OUTROS EPISÓDIOS DA HISTÓRIA DO BRASIL
É
impossível olhar para o que o Brasil se tornou sem considerar a importância da Bahia. Palco da chegada dos portugueses em 1500, o estado foi o local onde foram travadas as batalhas iniciais pela posse do novo território com seus primeiros habitantes: os indígenas. Parte do movimento colonizador era também disseminar a religião católica, portanto, foi na Bahia que se rezou a primeira de muitas missas. Durante o Período Colonial (de 1500 a 1822), foi em terras baianas que se instalou o primeiro governo-geral do Brasil. E também onde o comércio do açúcar consolidou sua importância para a economia de Portugal. A Bahia, depois da escravidão indígena, recebeu também os primeiros africanos escravizados para trabalhar nas lavouras e nas cidades, num fluxo crescente do século
16 ao 19. A Bahia foi cenário de batalhas onde lutaram, entre outros, holandeses e portugueses pela posse do açúcar no século 17. No século 19, escravos promoveram rebeliões, como a dos Malês, e fundaram territórios de liberdade, os quilombos. A Independência do Brasil também está associada à história da Bahia. A Revolta dos Alfaiates – e outras revoltas nativistas – culminou na Independência da Bahia em 2 de julho de 1823. Os conflitos continuaram por todo o Brasil Império (de 1822 a 1889), fazendo da Bahia um cenário não de uma, mas de muitas lutas importantes ao longo da história do país! c o l a b o r a ç ã o Marli Geralda Teixeira, historiadora pela UFBA, doutora em História Social pela USP
HISTÓRIA LINHA DO TEMPO
DESEMBARQUE DE CABRAL EM PORTO SEGURO, DE OSCAR PEREIRA DA SILVA
1624
1500
1557
1591 E 1595
Expedição de Cabral chegou à terra que hoje é o Brasil, onde viviam milhões de indígenas distribuídos por todo o território
Mem de Sá foi o terceiro governadorgeral do Brasil e consolidador da colonização
Importantes avanços para o interior, liderados por Gabriel Soares (1591) e Belchior Dias (1595)
Invasão holandesa na Bahia, que terminou com a expulsão dos holandeses um ano depois
1694
Criada na Bahia a primeira Casa da Moeda do Brasil
100
1500
1600
1700 FUMO, AGUARDENTE E FARINHA DE MANDIOCA
PAU-BRASIL, AÇÚCAR E ALGODÃO COMÉRCIO DE ESCRAVOS
1566
1534
Doação das primeiras capitanias: a da Baía de Todos os Santos, de Porto Seguro e de Ilhéus
TOMÉ DE SOUSA, DE MANOEL VICTOR
1549
Instituição do governo-geral no Brasil. Na Bahia, Tomé de Sousa foi o primeiro governador e é fundada a cidade de Salvador
1550
1591
Foi doada a Visitação do Santo Ofício Capitania de à Bahia (até 1593) Paraguaçu (ou do Recôncavo) a Dom Álvaro da Costa
Início do tráfico de escravos: chegaram a Salvador os primeiros africanos
NEGROS NO PORÃO, DE JOHANN MORITZ RUGENDAS
MINERAÇÃO, OURO
O PRIMEIRO PASSO PARA A INDEPENDÊNCIA DA BAHIA, DE ANTÔNIO PARREIRAS
IGREJA DE SANTO ANTÔNIO, EM CANUDOS
DIRETAS JÁ, EM FRENTE AO PALÁCIO RIO BRANCO
POLO PETROQUÍMICO DE CAMAÇARI
1930-49
Movimento autonomista em que elites locais buscam retomar o poder perdido com o Estado Novo Guerras pela Independência na Bahia: Batalha de Pirajá
Abolição da escravatura
Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro
1945 EM DIANTE
Proclamação da República
Fomento à indústria e ao turismo 1964
1920
1823 Expulsão das tropas portuguesas da Bahia e consolidação da independência
1763
1889
Descoberta de petróleo no município de Lobato
Revolta Sertaneja: é decretada intervenção federal
1800
1985
Início do Regime Militar
2009
Primeiro leilão de energia eólica na Bahia e no Brasil
Fim do Regime Militar, com aprovação de eleições diretas para presidente
1900
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
1888
1822
1939
101
2000 AUGE DA PRODUÇÃO DO CACAU DECADÊNCIA DO CACAU CRIAÇÃO DA REFINARIA DE MATARIPE E DA SUDENE MINÉRIO DE FERRO, NÍQUEL
1798
Nativismo regional: Revolta dos Alfaiates
TURISMO
1808
1850
1877
Chegada da Família Real a Salvador
Proibição do tráfico de escravos no Brasil
Grande seca no Nordeste
1835
Revolta dos Malês
1837
Sabinada
1937
1967 1897
Guerra de Canudos
1978
2o Congresso AfroBrasileiro é realizado em Salvador Realização do plano urbanístico de Salvador. Implantação do Centro Industrial de Aratu
Início de operação do Polo Petroquímico de Camaçari
LEGENDA
Principais atividades econômicas
Agropecuária Indústria Mineração
1969
Turismo e serviços
Morte de Carlos Marighella, um dos organizadores da luta armada contra a ditadura
Sistema escravocrata
Povos da terra
Passado e presente Abaixo, um pouco da trajetória dos indígenas MANTO TUPINAMBÁ
ANTES DA CHEGADA DOS PORTUGUESES, NUMEROSAS E DIVERSAS ETNIAS INDÍGENAS OCUPAVAM O BRASIL
Os chefes tupinambás vestiam mantos de penas de pássaros, muito valorizados. Nos séculos 16 e 17, alguns exemplares foram levados à Europa, onde hoje estão os últimos seis exemplares. Os tupinambás, que há muito tempo não o fabricam, tentaram a repatriação do patrimônio. Ao lado, um manto de 1,27 m de altura, do Museu Nacional da Dinamarca
HISTÓRIA PRIMEIROS HABITANTES
A
102
chegada dos colonizadores à terra que viria a ser o Brasil é muitas vezes chamada de Descobrimento. Isso na visão dos europeus, que não conheciam a região. Mas essa terra já era habitada por muita gente: os povos nativos que viviam nela. Vestígios arque ológicos indicam que, por volta do ano 1000, só na Amazônia havia cerca de 5 milhões de pessoas! Dados demográficos do início da colonização são imprecisos, mas sabe-se que os nativos eram numerosos e estavam por todo o território. O número diminuiu muito por causa de guerras, da captura de indígenas que foram escravizados e por doenças e pela fome, que dizimaram centenas de povos. Fazia parte da política colonial reunir indígenas em missões na tentativa de convertê-los ao catolicismo e se apropriar de sua força de trabalho e de seu conhecimento. Esse confinamento em aldeamentos liberou terras de nativos para a ocupação colonial, que avançou rumo ao interior. Os indígenas aldeados sofriam pressão sobre seus hábitos tradicionais, muitas vezes proibidos, sobretudo os ligados à cosmologia. No Nordeste, o governo incentivou a miscigenação em busca da transformação dos indígenas em caboclos. No final do século 19, documentos negavam sua existência na região. Com o fim dos aldeamentos, essas áreas foram anexadas às vilas ou adquiridas por proprietários, e os indígenas ficaram novamente sem essas terras. A luta dos povos pelos direitos originários à terra se fortaleceu com a Constituição de 1988. c o l a b o r a ç ã o Maria Rosário Carvalho, antropóloga, presidente do conselho-diretor da Anaí
RESISTÊNCIA
A invasão dos territórios indígenas pelos colonizadores não se realizou sem resistência. No Nordeste, grupos como pataxós, maxakalis, kamakãs, botocudos e aimorés resistiram por três séculos à conquista de suas terras, atacando vilas e engenhos. Um exemplo foi a Confederação dos Kariris, que começou em 1687 e terminou somente em 1720 POPULAÇÃO ESTIMADA
POVOS RETOMADA DAS TERRAS
A invisibilidade social dos indígenas começou a mudar na Bahia na década de 1930, quando grupos se mobilizaram para retomar as terras dos antigos aldeamentos. Lideranças foram até o Rio de Janeiro para falar com membros do Serviço de Proteção aos Índios. Na foto ao lado (em destaque, à esquerda) está João Gomes Tuxá, liderança dos antigos habitantes de Rodelas RITUAL DO PRAIÁ
É característico de muitos povos do Nordeste, como os pankararés, que vivem no Semiárido baiano. No ritual se manifestam os Praiás, espíritos encantados, incorporados apenas nos homens iniciados, vestidos com trajes de fibra de caroá. Ao som dos maracás, dançam e cantam
Atikum Fulniô/Kariri-Xokó Kaimbé Kamakã Kambiwá Kantaruré Kiriri Pankararé Pankaru Pataxó Pataxó Hã-Hã-Hãe Payayá Potiguara Tapuia Truká Tumbalalá Tupinambá Tuxá Tuxi Xakriabá Xukuru-kariri
176 40 1.002 sem dados sem dados 331 2.418 1.400 70 10.450 2.542 60 sem dados sem dados 22 1.181 4.818 1.977 sem dados sem dados 48
F o n t e : SESAI, 2011
Nova realidade
Povos nativos
Na Bahia há cerca de 40 mil indígenas de 21 etnias
No Brasil há cerca de 230 grupos que falam mais de 180 línguas e dialetos
BAHIA
TERRAS INDÍGENAS ( !
9°0'S
!! ( ( ( ! ! ( ( ! !
!
( ! ! (
!
( ! ! (
A presença indígena é significativa em vários estados do país, pelos quais estão distribuídas as mais de 670 áreas dos povos nativos. Na Bahia, assim como no Brasil, os indígenas têm lutado para garantir seus direitos à terra. No entanto, ainda sofrem com a violência – sobretudo por causa de disputas com latifundiários.
Muitos grupos não falam mais sua língua, somente o português, e tradições se transformaram ao longo de séculos. No entanto, do sertão ao litoral, os povos na Bahia conquistam espaço na sociedade, reafirmando sua identidade enquanto valorizam conhecimentos e práticas ancestrais que marcam sua vida cotidiana
( !
12°0'S
!
(! ! ! ( ( !
! !
( !
!
( ! ( !
LEGENDA
!
Terras indígenas ! Cidades de referência Rios perenes Rios intermitentes Biomas
18°0'S
( !
! ( ( ! (! ! ( !
CULTIVO DA MANDIOCA
ARMADILHA DE PESCA
COLETA DE MEL SILVESTRE
A mandioca é um elemento central na dieta alimentar dos pataxós, habitantes do extremo sul. Com ela, fazem farinha, beijus e uma bebida tradicional conhecida como cauim
Os tupinambás, que vivem na região de Mata Atlântica, no litoral sul, usam uma armadilha feita de varas trançadas com cipó – o jequi – para pescar nos rios em época de chuva
É uma das atividades de subsistência dos kiriris – povo que vive no sertão. Além de complemento alimentar, o mel é importante para o preparo de xaropes e chás medicinais
( ! !! ( (!
103
Caatinga Cerrado Mata Atlântica 45°0'O
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
15°0'S
(! !
130 Quilômetros
JOVENS INDÍGENAS NA UNIVERSIDADE
Fon t e s: ISA e Funai, 2012
42°0'O
39°0'O
CERÂMICA KIRIRI
Os kiriris habitam a faixa de transição entre o agreste e a Caatinga, vivem da agricultura de subsistência e da coleta de frutos silvestres. Fabricam artesanato característico, com destaque para a cerâmica feita por mulheres: potes e panelas modelados à mão
COLARES DE SEMENTES
Os pataxós são conhecidos pelos colares e pulseiras feitos com sementes coletadas em áreas remanescentes da Mata Atlântica, onde vivem. A venda do artesanato em regiões turísticas é uma das principais fontes de renda
Na Bahia, existem programas de ações afirmativas voltadas para a inclusão de indígenas em universidades. Em 2005, a UFBA selecionou 55 estudantes por meio do sistema de cotas, como é o caso de Arissana Pataxó, artista plástica formada na Escola de Belas Artes
Bahia africana
Do século 16 ao 19
POVOS AFRICANOS
Ao lado, representações da fisionomia de alguns dos povos vindos da África, na visão do pintor francês Debret. A escravidão vitimou povos de várias nações. Nas guerras locais entre reinos africanos, os povos vencidos eram entregues aos traficantes europeus, que os vendiam nas Américas
Reconstruções criativas em meio à escravidão
A DISPERSÃO DO POVO AFRICANO PELO MUNDO TEM NA BAHIA UM DE SEUS PRINCIPAIS DESTINOS
HISTÓRIA POPULAÇÃO NEGRA
P
104
ara muitos, o oceano Atlântico, que separa o continente africano do americano, também os une. Por suas águas, ao longo do Período Colonial (de 1500 a 1822), estima-se que 12 milhões de pessoas foram trazidas (a maioria, à força) de inúmeros territórios na África para outros tantos na América. Esse número não inclui os milhões que não sobreviveram à travessia do oceano. Cerca de 4 milhões de pessoas escravizadas foram trazidas para o Brasil. A Bahia, o Rio de Janei ro e Pernambuco foram os estados que receberam o maior número de africanos. Desterradas, pessoas de variadas etnias – angolas, congos, nagôs etc. – viramse obrigadas a reconstruir e a reinventar seus costumes e suas tradições. Diante do sofrimento de serem transformados em mercadoria – hábito que já existia em algumas regiões da África antes da chegada dos portugueses –, aprenderam a viver refazendo laços familiares, religiosos e culturais. As fugas e as rebeliões foram uma forma de resistência dos escravos, que assim mantinham a ordem social em constante tensão. As lutas que levaram à abolição da escravidão em 1888 não bastaram para acabar com a situação marginal dos negros no Brasil. Atualmente, as várias manifestações de matriz africana compõem a cultura brasileira: em sua religiosidade, sua culinária, sua música e em muitas outras formas de expressão. Ao lado desse legado, persistem as lutas pela reparação dos direitos de toda a população negra. c o l a b o r a ç ã o Marli Geralda Teixeira, historiadora pela UFBA, doutora em História Social pela USP
VIDA DE TRABALHO
Parte fundamental da economia colonial, os escravos trabalhavam no cultivo das grandes lavouras – ou nas cidades, em diversas funções, como pedreiro, carpinteiro, estivador, carregador, cozinheiro, ama de leite, entre outras
FAMÍLIA E RELIGIÃO
Recriar laços familiares e religiosos foi importante para enfrentar o desterro e fortalecer a solidariedade
Do século 20 ao futuro Reinventando a cultura e os direitos Desde que foram trazidos para o Brasil, os negros sofreram opressão, mas também obtiveram conquistas. Entre elas: o reconhecimento dos quilombos, o ensino de história e cultura africana nas escolas, e as políticas afirmativas
UM BRASIL MESTIÇO
Em 1930, começa a se consolidar uma visão positiva da participação de negros na política, na economia e na cultura. Candomblé, capoeira, samba e outros passam a ser vistos como parte da identidade brasileira
ANTILHAS
NEGROS ESCRAVOS, LIBERTOS E LIVRES
Na área rural ou nas cidades, as fugas e as revoltas de escravos mostravam sua insatisfação. Uma das principais lideranças foi Zumbi dos Palmares, que fundou uma comunidade com mais de 30 mil habitantes
Havia coexistência entre os negros escravizados, aqueles que tinham conquistado a alforria e os que haviam nascido livres. Isso estimulou distintas formas de conflito e colaboração, como a banda de músicos retratada no quadro ao lado
FLUXO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS
A imagem indica as principais regiões de embarque das populações africanas escravizadas e também os locais de desembarque no Brasil, como Salvador, Olinda e Rio de Janeiro. Nesses locais eles eram vendidos para o trabalho nas lavouras ou nas cidades
OCEANO ATLÂNTICO
FIM DA ESCRAVIDÃO
PÓS-ABOLIÇÃO
Vários fatores contribuíram para a assinatura da Lei Áurea, em 1888, que determinou o fim da escravidão: pressão internacional, que levou ao fim do tráfico; atuação crescente do movimento abolicionista; e pressão dos próprios escravos (que desobedeciam a legislação, fugiam e formavam quilombos). Nesse ano, grande parte dos escravos já havia sido alforriada
Na virada do século 19 para o 20, os negros combateram a repressão a seus costumes e tradições, como a capoeira, oprimida pela polícia. A violência era sustentada pela teoria do racismo científico e pelo Código Penal
Fon t e: Júlio Quevedo, 1998
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
FUGAS, REVOLTAS E QUILOMBOS
105
LUTAS ANTIRRACISTAS
COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Marcam a busca pela igualdade de direitos para a população negra. Ganham força na década de 1970, em diálogo com os movimentos negros de outras partes do mundo e com as lutas anticoloniais no continente africano
A Bahia, seguida pelo Maranhão, possui a maior concentração de comunidades quilombolas do Brasil: 584. São grupos que resistiram à escravidão e que atualmente vivem em territórios próprios. Têm como princípio a valorização da cultura afrobrasileira
Síntese do mundo “A A DIVERSIDADE MARCA A CULTURA BRASILEIRA, QUE TEM RAÍZES INDÍGENA, EUROPEIA E AFRICANA
Matrizes culturais
gente vem do tambor do índio; a gente vem de Portugal; vem do batuque negro...” Essa mistura cantada pelo compositor pernambucano Lenine revela a complexidade da formação social do país. Mesmo quem não é descendente direto de indígenas, africanos ou portugueses faz parte desta sociedade, surgida de encontros e desencontros que marcaram – e ainda marcam – a história do Brasil. Os fios dessa trama são os diferentes povos que se aliaram, guerrearam, formaram vilas e cidades. Assim,
A mistura de hábitos e costumes forma a cultura brasileira
CULTURA POVO BRASILEIRO
À MODA DA CASA
106
A moqueca, um prato típico brasileiro, tem origem indígena e, na Bahia, sofreu fortes influências africanas, com a introdução do azeite de dendê e do leite de coco. O arroz e o suco de frutas, que acompanham refeições, são elementos portugueses
LÁ NA QUITANDA
A palavra “quitanda” é de origem africana, assim como o quiabo e a pimenta-malagueta vendidos ali. Azeite de oliva, vinho, folhas de louro, ovos e laranja são produtos trazidos pelos portugueses. Já mandioca, milho, feijão, batata-doce, amendoim, abacaxi, mamão, caju, seriguela... sempre foram cultivados pelos indígenas
compartilharam espaços, festejaram, trocaram objetos, palavras, sentimentos, ideias, costumes, comidas, músicas, idiomas, danças, saberes... O Brasil é um país com grande diversidade so cial, pois, além das etnias já citadas, a imigração nos séculos 19 e 20 trouxe uma nova leva de povos, como: italianos, japoneses, alemães, espanhóis, árabes e tantos outros, que ainda hoje aportam por aqui. Não é fácil falar de cultura brasileira, pois ela não é homogênea no país. Em cada canto se encontram
ENCONTROS MUSICAIS
O samba é um ritmo brasileiro, fruto de intensas trocas culturais. Seus instrumentos ilustram bem essa mistura: o pandeiro e a viola chegaram com os portugueses; o ganzá é primo distante do “pau de chuva” indígena; e os atabaques, o ritmo e a dança são traços africanos
primeiras pregações. A língua oficial, o português, falada em todo o território nacional, reflete bem essa complexa identidade do brasileiro. Afinal, é a síntese de diversas influências, desde palavras de origem indígena até outras de origem africana, francesa, americana... As aquarelas representadas nestas páginas ilustram um pouco da diversidade cultural presente na vida dos brasileiros. c o l a b o r a ç ã o Lilia Moritz Schwarcz, professora de Antropologia da USP
Ô DE CASA!
A arquitetura colonial, herança de Portugal, enfeitou as casas brasileiras com deliciosas varandas, onde é comum repousar em uma rede após o banho de todo dia – dois elementos indígenas incorporados pelos brasileiros. O cafezinho adoçado com açúcar e o quindim são influências portuguesas
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
costumes próprios, jeitos de se vestir e de falar, comidas, feições, entre tantas características próprias, que são fruto de uma história bastante peculiar. Na Bahia, por exemplo, foi onde primeiro se desenvolveram a capoeira, o samba de roda e o candomblé – ícones da cultura afro-brasileira. Também nessa terra, onde as primeiras vilas foram construídas, há registros de traços da arquitetura característica das casas portuguesas. Além do catolicismo, forte herança lusitana, que realizou na Bahia suas
107
Bahia diversa
RIQUEZA CULTURAL É RESULTADO DE UMA IMENSA VARIEDADE DE PRÁTICAS E COSTUMES TRADICIONAIS
“V
ejam esta maravilha de cenário.” Assim começa a música Aquarela Brasileira, do compositor Silas de Oliveira, que homenageia o que o país tem de melhor: o povo e as riquezas naturais. A diversidade de sotaques, cenários, ritmos, danças, religiões, artesanatos e costumes faz deste país único muitos “brasis”. Essa riqueza cultural, constituída ao longo de milhares de anos, teve influência de indígenas, europeus,
Um legado comum
JANGADEIROS
Vivem no litoral nordestino, desde o Ceará até o sul da Bahia. Para a pesca em alto-mar, utilizam a jangada, embarcação feita originalmente com troncos de piúba, madeira leve difícil de encontrar hoje em dia. Há tempos as jangadas são feitas com outro tipo de madeira
Costumes locais mantêm acesas as tradições das comunidades espalhadas por toda a Bahia POVOS TRADICIONAIS
10°0'S
CULTURA POVOS DA BAHIA
BAHIA
15°0'S
108
45°0'O
LEGENDA
SERTANEJOS
Comunidades e culturas tradicionais Jangadeiros, marisqueiros, piaçaveiras e pescadores Sertanejos e caatingueiros Pescadores ribeirinhos Quilombolas
125 Quilômetros
africanos e de muitos estrangeiros que mais tarde chegaram ao país. A Bahia, assim como o Brasil, é formada por uma grande diversidade de povos. Nesse contexto, existem as chamadas comunidades tradicionais, que possuem identidade e formas de organização próprias. Muitas vezes apresentam culturas particulares, transmitidas oralmente, de geração em geração. Os povos e as comunidades tradicionais variam de região
40°0'O
F o n t e : DIEGUES, 2001; ANJOS, 2009
Símbolo do sertão, o vaqueiro se caracteriza por suas vestes de couro: chapéu, luvas, perneiras, guarda-peito e gibão – usadas para adentrar na caatinga. De seu modo de vida, baseado na criação de animais soltos em áreas comuns, originaram-se algumas comunidades tradicionais
para região. Cada comunidade tem uma relação própria com a terra que tradicionalmente ocupa, criando assim uma forma específica de se relacionar com seu ambiente. Utiliza recursos da terra para viver e trabalhar e, além disso, possui um rico repertório de conhecimentos sobre a natureza, os ciclos de reprodução das espécies, os segredos e as histórias de sua região. Muitas comunidades organizam suas ativida-
des com uma lógica particular, que na maioria das vezes respeita laços de parentesco e de compadrio. Veja abaixo aquarelas do Brasil que ilustram o cotidiano, os saberes e as características de algumas comunidades tradicionais que vivem na Bahia. c o l a b o r a ç ã o Franklin Plessmann de Carvalho, pesquisador do Instituto Nova Cartografia Social e doutorando em Antropologia na UFBA
QUILOMBOLAS
Descendem de africanos escravizados, mantêm antigas tradições e vivem de forma comunitária em terras doadas, compradas ou ocupadas há vários séculos por seus antepassados. Muitos grupos vivem de pesca, agricultura familiar e extrativismo
CAATINGUEIROS
É o nome genérico dado aos habitantes das caatingas. São representados por inúmeras comunidades tradicionais, como os fundos de pasto, os moradores dos brejos, quilombolas, pescadores, entre outras comunidades que vivem da agricultura familiar
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
PIAÇAVEIRAS
Moradoras do litoral baiano, dominam a arte de trançar palha de piaçava, palmeira nativa da Mata Atlântica e abundante na região. Colhem e preparam a palha e com ela fazem bolsas, chapéus, tapetes e sandálias
109
MARISQUEIROS
A mariscagem é realizada principalmente por mulheres nas praias e nos manguezais. Além de mariscos, são catados caranguejos e siris, cuja venda ajuda na renda familiar. Com frequência, crianças capturam mariscos, mas também aproveitam esses momentos para brincar
PESCADORES ARTESANAIS
Grandes conhecedores dos rios e do mar. Confeccionam eles mesmos os instrumentos de pesca, como redes e armadilhas. A canoa é ainda a principal embarcação desses grupos, que pescam boa parte dos peixes consumidos no estado
Brava gente
A
PESSOAS CUJA VIDA SE TRANSFORMOU EM ARTE, LUTA, FÉ E SABER SIMBOLIZAM O ESTADO DA BAHIA
história é feita por cada um de nós, mas há sempre algumas personalidades que se destacam. Na Bahia, há inúmeros personagens dignos de nota: uns são pouco conhecidos, outros são bastante famosos; uns são baianos de origem, outros o são de coração. O fato é que cada um, a seu modo, deixou uma marca. Mãe Menininha do Gantois, quando perguntada sobre sua singularidade, disse: “Nasci de uma mulher e de um homem. Quem nasce na Bahia, não tem sol, não tem vento que tire a magia”. Seja como for, a Bahia é berço de incontáveis personalidades que se destacaram e se destacam nos ce-
nários nacional e internacional. Músicos, escritores, intelectuais, artistas, líderes que marcaram a história e a vida política e cultural baiana, deixando um legado muito especial para as novas gerações. E no local onde você vive, quais são os personagens que se destacam? Qual é a contribuição deles para a sociedade? Veja aqui algumas pessoas que marcaram a história da Bahia e entenda porque elas são reconhecidas como personalidades baianas. c o l a b o r a ç ã o Marli Geralda Teixeira, historiadora pela UFBA, doutora em História Social pela USP
CULTURA PESSOAS E VIDAS
SÉCULO 20
CARYBÉ (1911-1997)
Artista plástico argentino naturalizado brasileiro, retratou em um estilo próprio a cultura baiana, que admirava muito
110
MÃE MENININHA DO GANTOIS (1894-1986)
Mãe de santo conhecida por sua generosidade e seu carisma, conduziu por 64 anos um dos terreiros de candomblé mais respeitados do país
ANÍSIO TEIXEIRA
AUGUSTO DE LACERDA
(1900-1971)
(1836-1931)
Educador baiano, revolucionou a educação ao defender a ideia de uma escola pública e integral, modelo que hoje serve de exemplo para o país
MANUEL QUERINO (1851-1923)
Um dos fundadores da Escola de Belas Artes, foi artista, abolicionista, jornalista, líder operário e estudioso da cultura africana MESTRE PASTINHA (1889-1981)
Fundou em 1941 a academia que seria reconhecida como estilo de capoeira angola
Engenheiro responsável pela construção do Elevador Lacerda – um marco no estilo art déco na paisagem de Salvador e principal elo entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa MESTRE BIMBA (1900-1974)
Reconhecido como fundador da capoeira regional. Em 1932, criou sua primeira academia
DORIVAL CAYMMI (1914-2008)
PIERRE VERGER (FATUMBI)
MESTRE DIDI (1917-2013)
Cantor, compositor e músico, homenageou o povo baiano em suas canções. É um ícone na história da música popular brasileira
(1902-1996)
Sacerdote nagô, artista que cria objetos para rituais religiosos. Contribuiu em projetos de apoio e divulgação da cultura africana
Fotógrafo francês, encontrou na Bahia sua casa e ganhou um novo nome: Fatumbi. Autodidata, era especialista em cultura negra no Brasil e na África
IRMÃ DULCE (1914-1992)
Religiosa chamada de Anjo Bom da Bahia, dedicou toda a sua vida a ajudar os mais pobres
SÉ
SÉ
C
7 O1 L U
SÉCULO
CULO 18
16
DIOGO ÁLVARES CORREIA (1475-1557)
S
Filha de um cacique tupinambá, foi mulher de Diogo Caramuru (ao lado). Eles foram decisivos na aliança entre indígenas e colonizadores
GREGÓRIO DE MATOS (1636-1696)
Nascido em Salvador, é o maior poeta satírico da literatura barroca de língua portuguesa. Sua visão crítica lhe rendeu o apelido de Boca do Inferno
CASTRO ALVES (1847-1871)
Escritor romântico conhecido como Poeta dos Escravos, era um libertário engajado em causas políticas e sociais, como o abolicionismo
ANTÔNIO CONSELHEIRO (1830-1897)
Peregrino e líder religioso, foi fundador de Belo Monte – povoado que acolheu milhares de pobres, sertanejos, ex-escravos e indígenas
JOÃO GILBERTO (1931)
Nascido em Juazeiro, é um dos principais intérpretes do país. É tido como o criador da Bossa Nova, junto com Tom Jobim
MARIA FELIPA DE OLIVEIRA (18--? -1873)
LUIZA MAHIN
Escravizada e liberta em 1812, destacou-se em inúmeras revoltas escravas na Bahia no século 19, como a Revolta dos Malês, de 1835
Geógrafo baiano, professor e pesquisador de destaque, recebeu em 1994 o Prêmio Vautrin Lud, considerado o Nobel da Geografia
Um dos representantes do cinema novo, movimento que se iniciou nos anos 1960 e deu uma identidade nova ao cinema brasileiro
Um dos maiores romancistas do Brasil, teve sua obra traduzida para cerca de 45 idiomas. A Bahia e sua gente foram sua fonte de inspiração
Pintor, dourador e restaurador, é considerado o fundador da chamada Escola Baiana de Pintura. Foi ele que pintou o teto da Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia, localizada em Salvador
111
GILBERTO GIL, MARIA BETHÂNIA, GAL COSTA E CAETANO VELOSO
GLAUBER ROCHA (1939-1981)
JORGE AMADO (1912-2001)
(1737-1807)
Nascida em Itaparica, foi uma liderança marcante na organização da resistência durante as lutas pela Independência. Ficou conhecida como a Heroína Negra
(SÉC. 19, DATAS IMPRECISAS)
(1942), (1946), (1945), (1942)
RAUL SEIXAS (1945-1989) MILTON SANTOS (1926-2001)
É
19 LO U C
JOSÉ JOAQUIM DA ROCHA
Chamado de “pai do rock brasileiro”, inspirava-se em Elvis Presley e Luiz Gonzaga
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
CATARINA PARAGUAÇU (1503-1583)
Um dos primeiros portugueses a morar na costa, conviveu com os tupinambás, dos quais recebeu o nome Caramuru. Foi figura central nos primeiros anos da colonização
Doces Bárbaros é o nome pelo qual ficou conhecido o quarteto baiano, formado por estrelas da MPB, após o show de estreia, realizado em 1976, em São Paulo. Cada um deles seguiu carreira própria e ganhou reconhecimento dentro e fora do Brasil
Bahia em letras POETAS, MÚSICOS E ESCRITORES SEMPRE VIRAM A BAHIA COMO UM CENÁRIO INSPIRADOR
CULTURA MAPA LITERÁRIO
A
112
literatura, a música e a geografia sempre andaram lado a lado na formação da cultura nacional. A identidade da Bahia é descrita com riqueza em letras de música, romance, poesia... O estado foi polo de atração para os autos de Anchieta, o barroco de Antônio Vieira e Gregório de Matos, o espírito romântico de Castro Alves e o inconformismo de valores étnicos de Luiz Gama. O mapa ao lado faz um paralelo entre algumas canções e trechos de romances com as pai sagens, os hábitos e os costumes da Bahia. São lendas e histórias que se tornam matéria-prima da melhor qualidade para registrar as várias bahias que existem. O terreno da literatura baiana ultrapassa as fronteiras do Brasil – de Jorge Amado, Adonias Filho e Herberto Sales aos atuais João Ubaldo Ribeiro, Antônio Torres e Osório Alves de Castro, além de uma infinidade de outros talentos espalhados pela Bahia. Assim, a obra literária transforma-se num espaço de referências afetivas e de memórias da vida de cada lugar. Com a revolução universitária, promovida por Edgard Santos, nos anos 1960, a Bahia transbordou em novas identidades na música, na dança, no teatro, aflorando a literatura de cordel e o cinema. Despertou, assim, para as múltiplas e significativas expressões culturais que marcam identidades, até hoje reconhecidas, como se vê ao lado. Por falta de espaço, muitas outras, injustamente, deixam de ser citadas. O fato é que novos nomes seguem escrevendo a história, dia após dia, num valioso processo de produção cultural. c o l a b o r a ç ã o Jorge de Souza Araújo, professor de Literatura Brasileira na UEFS
Tudo, tudo na Bahia bem Faz a gente querer m jeito, u m e t a i h a AB a terra tem! Que nenhumival Caymmi) (Dor
1 CAPIM-GUINÉ
(Wilson Aragão e Raul Seixas)
Plantei um sítio No sertão de Piritiba Dois pés de guataíba Caju, manga e cajá Peguei na enxada Como pega um catingueiro Fiz acero, botei fogo "Vá ver como é que tá" Tem abacate, jenipapo E bananeira Milho verde, macaxeira Como diz no Ceará
4 PONTA DE AREIA (Fernando Brant e Milton Nascimento)
2 A VOLTA DA ASA BRANCA (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)
Rios correndo, as cachoeiras tão zoando Terra moiada, mato verde, que riqueza E a Asa Branca tarde canta, que beleza! Ai, ai o povo alegre, mais alegre a natureza! 3 SOBRADINHO (Sá e Guarabyra)
O homem chega e já desfaz a natureza Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar O São Francisco lá prá cima da Bahia Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar E passo a passo vai cumprindo a profecia Do beato que dizia que o sertão ia alagar O sertão vai virar mar... Dá no coração O medo que algum dia o mar também vire sertão
Ponta de areia ponto final Da Bahia-Minas estrada natural Que ligava Minas ao porto ao mar Caminho de ferro mandaram arrancar Velho maquinista com seu boné Lembra do povo alegre que vinha cortejar Maria fumaça não canta mais Para moças, flores, janelas e quintais Na praça vazia um grito um ai Casas esquecidas viúvas nos portais
2
5 CAMPO BRANCO (Elomar)
Pela sombra do vale do ri Gavião Os rebanhos esperam a trovoada chover Num tem nada não tembém no meu coração Vô ter relampo e trovão Minh'alma vai florescer Quando a amada a esperada trovoada chegá
6 CARCARÁ ( João do Vale e José Cândido)
Lá no sertão... É um bicho que avoa que nem avião É um pássaro malvado Tem o bico volteado que nem gavião Carcará...
14
8 O JOGO DA DISSIMULAÇÃO
(Wlamyra Albuquerque)
9
... se convenceu de que os africanos eram libertos retornados, ou seja, já haviam cruzado o Atlântico, deportados da Bahia para a costa da África, e agora voltavam dispostos a se instalar como comerciantes na mesma cidade onde haviam sido escravos
3
10 8
10 JUBIABÁ
( Jorge Amado)
Cidade religiosa, cidade colonial, cidade negra da Bahia. Igrejas suntuosas bordadas de ouro, casas de azulejos azuis e antigos, sobradões onde a miséria habita, ruas e ladeiras calçadas de pedras, fortes velhos, lugares históricos, e o cais
1
5 12 CACAU ( Jorge Amado)
11
13 7
12
Caem gotas de sol através dos cacaueiros. Vão rebentar em raios no chão, quando batem nas roças de água lhe dão um colorido de rosachá. Como se houvesse uma chuva de topázio caindo do céu, virando pétalas de rosa-chá no chão de poeira ardente 14 SÃO FRANCISCO (Paulo Gabiru e Carlos Marral)
7 SAMBA DE RODA
(Domínio público)
Eu aqui no samba, eu cheguei agora Vou batendo meu pandeiro, Vou tocando minha viola!
4 15
Vai lambendo teus barrancos, teus beirais Vai levando pedras, peixes e pontais Mais que tudo, vai levando o meu olhar São Francisco, tu não paras de passar
9 ALEGRIA DA CIDADE (Lazzo)
Eu sou o sol da Jamaica Sou a cor da Bahia Eu sou você (sou você) E você não sabia Liberdade, Curuzu, Harlem, Palmares, Soweto Nosso céu é todo blue e o mundo é um grande gueto 11 FREVO DO TRIO ELÉTRICO (Dodô & Osmar)
Pula gente bem Pula pau de arara Pula até criança E velho babaquara O frevo da Bahia Alegria nos dá Com o trio elétrico de Dodô e Osmar 13 SAVEIROS DO RECÔNCAVO (Odorico Tavares)
Olhem esses mares, esta luz, estas linhas, vejam essas velas que vêm de longe, como elas se aproximam brancas, tranquilas como se fossem rainhas puras e imaculadas: são os saveiros da Bahia, os saveiros do Recôncavo que nunca serão encontrados em nenhuma parte do Brasil ou do mundo
15 SUÍTE DO PESCADOR (Dorival Caymmi)
Minha jangada vai sair pro mar Vou trabalhar, meu bem querer Se Deus quiser quando eu voltar do mar Um peixe bom eu vou trazer
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
6
113
Marca registrada O A BAHIA É UM VERDADEIRO BERÇO DE TRADIÇÕES CULTURAIS VARIADAS, LEGADO DE SEU POVO E DO PAÍS
por exemplo, é marcante no estado. Essa mistura, fruto da miscigenação entre negros, brancos e indígenas, influenciou inclusive a formação da identidade do povo brasileiro, e pode ser vista no candomblé, no samba e em pratos típicos como acarajé e abará. Seja qual for a origem e a forma de expressão, todas as manifestações culturais são maneiras dos indivíduos se encontrarem com sua história pessoal e com identidades coletivas. Esses patrimônios (naturais e culturais) foram e devem ser preservados ao longo de gerações. Veja alguns exemplos. c o l a b o r a ç ã o Elisabete Gándara, arquiteta, diretora-geral do Ipac da Bahia
CULTURA PATRIMÔNIOS
Álbum de fotos
que representa a “baianidade” para você? A resposta vai depender. Para o sertanejo, talvez seja a festa de São João, a sanfona e o ofício dos vaqueiros. Para quem vive no litoral, a pescaria e a lavagem da escadaria da igreja do Senhor do Bonfim. No agreste, a capoeira e o samba de roda. A cultura está ligada às nossas origens, ao ambiente, à religiosidade, à alimentação, ao modo de falar, de fazer... em resumo: à maneira como vivemos e nos expressamos. E a Bahia, um estado tão extenso e diversificado, tem em seu tabuleiro cultural uma grande variedade de tradições. Os baianos vivem imersos nas manifestações de sua cultura. A influência da tradição afro-brasileira,
114
OFÍCIO DAS BAIANAS DO ACARAJÉ
OFÍCIO DOS VAQUEIROS
SAMBA DE RODA DO RECÔNCAVO
RODA DE CAPOEIRA
As baianas são figuras marcantes na paisagem de Salvador. São mestras de uma prática tradicional de produção e venda, em tabuleiro, das chamadas comidas de baiana, como acarajé e abará, ligadas originalmente ao universo do candomblé
Desbravadores do sertão nordestino, os vaqueiros ocuparam a região à procura de pastos. Seu ofício se reflete em aspectos culturais, tais como: roupas, modos de cantar, falar, morar e lidar com o gado
Presente em toda a Bahia, essa manifestação cultural afro-brasileira é tradicional do Recôncavo. É uma das matrizes do samba, que foi influenciado por baianos que migraram para o Rio de Janeiro entre os séculos 19 e 20
Espaço de expressão da capoeira – jogo e dança que apresenta elementos de herança africana recriados nas cidades do Brasil colonial. Os mestres Bimba e Pastinha consolidaram os dois principais estilos: regional e angola
MORRO DO PAI INÁCIO
A formação geológica é uma das mais marcantes da paisagem da Chapada Diamantina, na região central da Bahia. Segundo relatos, seu nome se deve à lenda do escravo Inácio, que fugiu da perseguição de um coronel, pai de sua amada, ao conseguir escapar pulando lá do alto
Festa é tradição! A Bahia é palco de eventos que levam milhares de pessoas às ruas CORTEJO DE 2 DE JULHO
Em 2 de julho de 1823, tropas brasileiras venceram o Exército português, que ocupava Salvador. É a data da Independência da Bahia, desde então celebrada com um desfile que homenageia os principais heróis da batalha. Na figura do caboclo são representados os guerreiros indígenas, e há ainda soldados, vaqueiros, negros e mulheres que lutaram pela independência, como Maria Quitéria de Jesus e Maria Felipa
CENTRO HISTÓRICO DE PORTO SEGURO
Porto Seguro é um dos municípios da Costa do Descobrimento, no litoral sul, onde foram fundadas as primeiras vilas coloniais. Por ter sido um dos locais onde a colonização portuguesa teve início, reúne inúmeros monumentos históricos
Veja mais informações na página 111
CENTRO HISTÓRICO DE RIO DE CONTAS
Tem origem nas festas de santos da Europa. No solstício de verão do hemisfério Norte era comemorado o dia de São João. O nome era de festa “joanina”, mas, por ser celebrada em junho, passou a ser chamada de “junina”. No Brasil, várias tradições se mesclaram e deram nova cara à festa. Fazem parte: fogueiras, bandeirinhas, roupas de caipira e comidas, principalmente feitas à base de milho
Município mais antigo do centrosul baiano, Rio de Contas teve sua origem ligada à mineração de ouro no século 18 e era parada obrigatória do Caminho Real. A arquitetura barroca caracteriza as construções coloniais tombadas pelo Iphan
FESTA DO BONFIM
Celebrada desde o século 18, em Salvador, é uma das cerimônias religiosas mais relevantes da Bahia. Seu ponto alto é a lavagem das escadarias e do adro da Igreja do Bonfim pelas baianas, que, em cortejo, trazem água de cheiro desde a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Simboliza o sincretismo religioso, no qual Nosso Senhor do Bonfim é identificado com Oxalá – orixá cultuado no candomblé
CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR
Salvador foi a capital do Brasil por 214 anos. A arquitetura do centro revela sua importância durante o Período Colonial (de 1500 a 1822). O Pelourinho, um dos principais marcos do Centro Histórico, é Patrimônio da Humanidade, título dado pela Unesco
FESTA DA BOA MORTE
É realizada sempre no mês de agosto em Cachoeira, no Recôncavo, pela Irmandade da Boa Morte, grupo formado exclusivamente por mulheres negras. Sua origem remonta à Salvador do século 19, onde havia a devoção por Nossa Senhora da Boa Morte, ligada a um pedido pelo fim da escravidão. De tradição portuguesa, a festa ganhou características próprias de um catolicismo afro-brasileiro
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
FESTA DE SÃO JOÃO
115
Viver bem UMA VIDA DIGNA DEPENDE DE VÁRIOS FATORES. E TODOS SÃO CONTEMPLADOS PELAS LEIS DO BRASIL
Dois brasileirinhos
“O
homem é do tamanho do seu sonho”, disse o poeta português Fernando Pessoa. Sonhar, planejar a própria vida e fazer escolhas são direitos do ser humano. Todos precisam de condições dignas de vida, o que inclui saúde, educação, trabalho e lazer. Para avaliar como os governos dos países cuidam da população, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede a relação entre educação, longevidade e renda. Só que há imprecisões nesse índice, já que ele não abrange, por exemplo, as condições em que se encontra o meio ambiente.
Em 2012, o Brasil foi considerado um país de alto desenvolvimento, com índice de 0,730 (o máximo é 1), ficando na 85a posição entre 187 nações. Também é calculado o IDH dos estados: em 2010, o índice da Bahia ficou em 0,660, número que indica um desenvolvimento médio. Inspirado na iniciativa da ONU, o Brasil criou o IDHM, um índice municipal, que segue os mesmos critérios, mas numa amostragem menor, o que reduz a margem de erro. Descubra o IDHM do seu município! c o l a b o r a ç ã o Flávio Vasconcellos Comim, professor de Economia da UFRGS
Vida plena: direito a saúde, educação, lazer, trabalho...
DIREITOS DESDE O NASCER
Para ter os direitos respeitados, é preciso conhecê-los. Mas o que é indispensável na vida de uma pessoa? Na historinha, João e Maria vivem, desde bebês, com dignidade. Veja só que história legal
116
DESDE CEDO
BRINCAR, LER, CORRER!
CLARO COMO ÁGUA
SENTIR É VIVER
ASAS NOS PÉS E NA ALMA
TRABALHO DIGNO!
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante à gestante o direito ao pré-natal. Ao nascer, o filho deve ser aleitado e vacinado e ter acompanhamento médico
De acordo com a Constituição do Brasil e o ECA, toda criança tem direito a estudar, a se divertir e a viver em um ambiente seguro e acolhedor, em casa ou na rua
Em uma comunidade sem água potável nem rede de esgoto, as pessoas podem ficar doentes. O serviço é uma obrigação do governo e deve ser oferecido a todos os cidadãos
Temos direito de amar, expressar nossa sexualidade e decidir como será a nossa família. Além disso, homens e mulheres devem ter o mesmo tratamento
Ninguém pode proibir o acesso a locais públicos, como rios, ruas e praias. Preconceito e repressão também são crimes, pois temos direito à liberdade de expressão
No Brasil, a vida profissional pode começar aos 16 anos. Antes, aos 14, só como aprendiz. Já o direito à opinião política é garantido em qualquer lugar: em casa, no trabalho, na escola
Metas do milênio
Inclusão: escola para todos A lei garante escola regular para crianças com ou sem deficiência É direito de toda e qualquer criança em idade escolar (dos 4 aos 17 anos) estar na sala de aula regularmente. Inclusive quem tem deficiência. Classes e escolas especiais não são lugares apropriados, pois excluem as crianças do convívio com os colegas. Da mesma forma, a criança sem deficiência não tem a oportunidade de compreender muitas coisas, como respeitar o ritmo do outro e a importância de aprender junto.
Para isso, não basta a matrícula: a escola deve ter adaptações para a acessibilidade (como rampas, sinalização e barras de apoio no banheiro), sala de atendimento educacional especializado (para ensinar braile aos cegos ou a Língua Brasileira de Sinais aos surdos, por exemplo) e cursos para os professores. Escola é lugar de todos: não importam as necessidades especiais, a cor, a religião, o pensamento, a orientação sexual ...
Caminhos diferentes para direitos iguais
A ONU criou em 2000 um conjunto de metas sociais, ambientais e econômicas. O desafio foi assumido por 191 países signatários e deve ser atingido até 2015. Para isso, é necessário o envolvimento de governos, empresas e organizações sociais 1. Acabar com a fome e a miséria
5. Melhorar a saúde das gestantes
2. Educação Básica de qualidade para todos
6. Combater a aids, a malária e outras doenças
3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher
7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente
4. Reduzir a mortalidade infantil
8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
F o n t e : ONU
117
EM MOVIMENTO
PARA TODOS OS GOSTOS
EXPERIÊNCIA
COM A TURMA
CURTIR A VIDA
É dever do governo fornecer transporte público eficiente e que atenda às necessidades da população. De carro, a pé, de ônibus, de metrô ou de bicicleta? A opção é sua!
Sertanejo ou rock? Teatro ou cinema? Nenhuma escolha é melhor do que a outra. Da música de raiz à eletrônica, o que vale é o acesso à cultura e o respeito às diferenças
O Estatuto do Idoso (e a boa educação) garante o respeito por quem já viveu mais. Dê atenção aos mais velhos: eles têm histórias para contar e muito que ensinar
O idoso tem direito a conviver com outras pessoas e a trabalhar em uma vaga que valorize sua experiência e suas habilidades. Nada de preconceito!
As necessidades dessa fase têm de ser supridas, como óculos e aparelhos de locomoção. E não é só isso! O idoso tem direito a cultura, educação e lazer
O nosso poder
no brasil, todo cidadão tem direito ao voto livre, que garante a escolha dos governantes
V
ocê é um cidadão. Seus familiares, amigos e qualquer brasileiro também. O significado dessa palavra já variou bastante ao longo da história da humanidade. De 500 a.C. a 400 a.C., na Grécia Antiga, o título era dado apenas aos homens livres, apesar de o local ser considerado o berço da democracia – do grego demos (povo) e kratía (poder). Lá, mulheres, estrangeiros e escravos não votavam nem participavam do Conselho dos Quinhentos – que decidia desde questões do dia a dia até julgamentos e condenações. No Brasil, os tipos de governo mudaram muito e, com eles, os direitos civis. Passamos pelo Império, em que todos eram súditos da família real e só vota-
DIVISÃO DE PODERES BRASIL
Legislativo, Executivo e Judiciário
118
Legislativo
FEDERAL
Em cada esfera política, elabora leis, fiscaliza e controla os atos do Poder Executivo
CONGRESSO NACIONAL No Brasil, existem duas instâncias legislativas independentes: Câmara dos Deputados e Senado
O Executivo colabora com o Legislativo, sancionando ou vetando seus projetos de lei
Executivo
FEDERAL
Presta serviços públicos por meio de órgãos diretos (ministérios e secretarias) e indiretos (entidades administrativas)
Judiciário Julga de acordo com as regras da Constituição e as leis criadas pelo Poder Legislativo
SENADO FEDERAL São três senadores por estado. Analisam e julgam os projetos de lei elaborados pela Câmara. Mandato: 8 anos
ESTADUAL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
CÂMARA DOS DEPUTADOS Eleitos pelo povo (por estado), criam leis sobre assuntos de interesse nacional Mandato: 4 anos
MINISTÉRIOS Cada um coordena uma área específica, como Saúde e Educação
ESTADUAL
GOVERNADOR Por estado Mandato: 4 anos
DEPUTADOS ESTADUAIS Criam leis sobre assuntos MUNICIPAL de interesse estadual CÂMARA MUNICIPAL Mandato: 4 anos
SECRETARIAS (como a de Educação)
REGIONAL
FEDERAL
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Decide sobre causas em que há violação da Constituição, como trabalho escravo
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Decide ações sobre causas trabalhistas TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL Organiza e administra as eleições e garante a execução das leis eleitorais TRIBUNAL SUPERIOR MILITAR Específico para julgar militares
VEREADORES Criam leis sobre assuntos de interesse municipal Mandato: 4 anos
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Como autarquias e fundações públicas
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Como empresas públicas
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Dá o veredicto em causas decididas pelos demais tribunais (federais ou estaduais)
O Executivo define os membros do Judiciário, como ministros do Supremo e dos demais tribunais
c o l a b o r a ç ã o Menelick de Carvalho, professor de Direito da UnB
Veja qual é o papel de quem atua nos Três Poderes que regem o país
ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA Como agências reguladoras PRESIDENTE DA REPÚBLICA Chefe de Estado e do governo, comanda as Forças Armadas Mandato: 4 anos
vam os homens livres e com alto poder aquisitivo. Em 1889, com a proclamação da República, instituíram-se o presidencialismo e o voto livre para maiores de 21 anos. Em 1932, o código eleitoral incluiu as mulheres. O Brasil passou por duas ditaduras: a primeira (de 1937 a 1945), com Getúlio Vargas, e a outra (de 1964 a 1985), com os militares. Em ambas, o voto popular sofreu restrições e só foi garantido em 1988, com a atual Constituição, aos maiores de 16 anos. Conhecer a história do país nos incentiva a exercer a cidadania e a valorizar a conquista das pessoas que lutaram por ela.
MUNICIPAL
PREFEITO Por município Mandato: 4 anos
SECRETARIAS OU DEPARTAMENTOS (Na Bahia, usa-se o primeiro termo)
TRIBUNAL DE JUSTIÇA Órgão judiciário estadual
JUÍZES DE DIREITO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL Julga processos que envolvam a União
JUÍZES FEDERAIS
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO Julga causas trabalhistas no estado
JUÍZES DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL Fiscaliza as eleições no estado
JUÍZES ELEITORAIS
JUÍZES MILITARES
A nossa Constituição
A importância dos documentos
“Todos são iguais perante a lei”
Veja quais são e para que serve cada um
}
Ministério Público Defensor e porta-voz da sociedade Recebe as queixas da população, fiscaliza o cumprimento das leis e defende os cidadãos, atuando em causas particulares ou coletivas, ligadas a temas como meio ambiente, direitos do consumidor, crianças e adolescentes, minorias étnicas e sociais e pessoas portadoras de deficiência
Tribunal de Contas Controle da administração pública Controla os gastos públicos nos âmbitos municipal, estadual e federal. Órgão independente, fiscaliza de onde vêm as verbas usadas na administração pública e como elas são gastas. Caso haja qualquer irregularidade, os fiscais do Tribunal de Contas podem fazer uma denúncia ao Ministério Público
CERTIDÃO DE NASCIMENTO
Sem ela, a pessoa não pode acessar serviços públicos (como hospitais e escolas). O documento é gratuito e feito nos cartórios REGISTRO DE IDENTIDADE CIVIL (RIC)
O conhecido Registro Geral (RG) está migrando para o Registro de Identidade Civil (RIC) ‒ que possui chip e reúne vários documentos CADASTRO DE PESSOA FÍSICA (CPF)
Permite a abertura de conta em banco e empréstimos. Pelo CPF, o governo checa se o trabalhador pagou o imposto de renda
Dá direito ao voto (opcional aos 16 anos e obrigatório dos 18 aos 70 anos). Identifica o eleitor e evita votos duplicados
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
O trecho acima faz parte do Artigo 5º da Constituição Federal, em vigor desde 1988. A elaboração dessa Carta Magna – como também é chamada – foi cercada de expectativa. Afinal, marcava a redemocratização do país após 21 anos de regime militar. Ao todo, o Brasil teve outras sete Cartas. Apesar de algumas terem sido feitas com a participação da sociedade, a última garantiu, definitivamente, o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade – além de eleições diretas para os cargos do Executivo e do Legislativo, incluindo a Presidência da República. Deu, ainda, ao Poder Judiciário a tarefa de interferir sempre que houver lesão ou ameaça aos direitos do cidadão
CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO (CNH)
119
TÍTULO DE ELEITOR
Com a CNH, maiores de 18 anos podem dirigir. Os departamentos estaduais de trânsito a emitem após testes teórico e prático PASSAPORTE
Necessário para sair do Brasil, é emitido pela Polícia Federal. Exigido em portos, aeroportos e fronteiras internacionais CARTEIRA DE TRABALHO
Obrigatória para quem trabalha, só é permitida para maiores de 14 anos e registra dados como cargo, salário e período de férias
Identidade OS SÍMBOLOS UNEM PESSOAS E AS FAZEM PARTILHAR O SENTIMENTO DE PERTENCER A UM LUGAR OU GRUPO
SÍMBOLOS HINOS E BANDEIRAS
T
120
odo país tem um hino e uma bandeira. Para o povo, não são apenas letra e música ou um tecido estampado, e sim parte de sua identidade. Esses símbolos expressam um sentimento de pertencimento, e existem em diversos espaços da vida, como times de futebol, escolas, clubes, estados, cidades e até pessoas! Em Portugal, por exemplo, até o século 19, os hinos eram feitos para os reis. Geralmente, hinos são compostos por renomados maestros e têm letras que enaltecem um lugar e seus fundadores. O do Brasil surgiu para fortalecer sua identidade quando deixou de ser colônia, mas levou um século para ser oficializado. Acredita-se que sua melodia tenha sido composta em 1822 – ano da Independência – por Francisco Manuel da Silva, copista da orquestra da corte (que copiava as partituras à mão). A letra só foi escrita, em 1909, pelo crítico literário Joaquim Osório Duque Estrada. A bandeira do Brasil tem uma história curiosa. O lema “Ordem e Progresso” tem origem em outro lema, “O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim”, criado pelos positivistas franceses. Os governantes da época, porém, entendiam que a palavra “amor” poderia ser mal interpretada e a excluíram. O hino da Bahia, oficializado somente em 2010, foi escrito na época da guerra pela Independência do Brasil por Ladislau dos Santos Titara, que participou de batalhas da Independência. O autor da música é José dos Santos Barreto. c o l a b o r a ç ã o Agacir Eleutério, historiadora, responsável pelo Centro de Memória e Integração Cultural
Hino Nacional do Brasil ( Letra: Joaquim Osório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva)
I Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante.
II Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó, Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!
Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores".
Ó, Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
Ó, Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula - Paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó, Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
BANDEIRA DA BAHIA 1 TRIÂNGULO a principal versão é a de que se trata de uma homenagem à inconfidência mineira
2 QUADRADO E FAIXAS o formato é inspirado na bandeira dos estados unidos
3 LISTRAS BRANCAS E VERMELHAS
é uma referência aos estados unidos, que tinham se tornado independentes em 1776
Hino ao 2 de Julho
(Hino do estado da Bahia)
(Letra: Ladislau dos Santos Titara | Música: José dos Santos Barreto)
Nunca mais o despotismo Regerá nossas ações Com tiranos não combinam Brasileiros corações Com tiranos não combinam Brasileiros corações
BANDEIRA DO BRASIL 1 CORES
BANDEIRA DE SALVADOR 1 POMBA BRANCA
HÁ VÁRIAS INTERPRETAÇÕES, UMA DELAS É A DE
trata-se de uma analogia de uma passagem
QUE REMETEM ÀS DOS BRASÕES DA FAMÍLIA REAl
bíblica de noé após o dilúvio e simboliza a paz
2 ESTRELAS
2 FUNDO AZUL
SIMBOLIZAM OS ESTADOS E ESTÃO DISTRIBUÍDAS
representa a esperança e a liberdade
COMO NO CÉU DO RIO DE JANEIRO EM 15 DE
alcançada após muitas lutas
NOVEMBRO DE 1889
3 LEMA É ATRIBUÍDO AO POSITIVISTA FRANCÊS AUGUSTE COMTE, QUE TINHA SEGUIDORES NO BRASIL
4 FORMATO É UMA ADAPTAÇÃO DA BANDEIRA IMPERIAL, NA QUAL O ESCUDO PORTUGUÊS FICAVA NO LOSANGO
3 RAMO DE OLIVEIRA a pomba volta após o dilúvio com um ramo de
oliveira, indicando tratar-se de um local fértil
4 INSCRIÇÃO EM LATIM
significa "assim ela voltou à arca", em referência às palavras de noé
Cresce, oh! Filho de minha alma Para a pátria defender O Brasil já tem jurado Independência ou morrer.
Nunca mais o despotismo Regerá nossas ações Com tiranos não combinam Brasileiros corações Com tiranos não combinam Brasileiros corações Salve, oh! Rei das campinas De Cabrito e Pirajá Nossa pátria hoje livre Dos tiranos não será Nunca mais o despotismo Regerá nossas ações Com tiranos não combinam Brasileiros corações Com tiranos não combinam Brasileiros corações
Hino de Salvador (Letra e melodia: Oswaldo José Leal) Salvador teu céu famoso De brilhantes cor de anil Relembra no Dois de Julho A libertação do Brasil... Erigida bem no alto, És da Pátria o seu altar Em tuas formosas praias, Beija a areia o verde mar
Cidade de tanta glória Povo nas lutas, viril, Salvador, tua história, É a mesma do Brasil...
Cidade de tanta glória Povo nas lutas, viril, Salvador, tua história, É a mesma do Brasil...
O teu nome é um símbolo De prestígio e de amor, O teu povo é culto e nobre Ó cidade do Salvador... Tens poesia e nobreza, Tua vida é um esplendor... Em toda parte beleza, Ninguém te iguala em valor...
Em tudo tens muito encanto, És um presépio, um jardim, Tens igrejas, tens ladeiras, Terra do Senhor do Bonfim...
Cidade de tanta glória Povo nas lutas, viril, Salvador, tua história, É a mesma do Brasil...
Retratas bem o passado Em Pirajá e Pedrões O progresso não impede O teu culto às tradições
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Nasce o sol a 2 de julho Brilha mais que no primeiro É sinal que neste dia Até o sol é brasileiro
121
Referências bibliográficas AB’SÁBER, Aziz Nacib. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 4a edição. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007 ______. Ecossistemas do Brasil. 1a edição. São Paulo: Editora Metalivros, 2006
SAIBA MAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. “A transposição de águas do São Francisco: análise crítica”, em Revista USP, São Paulo, n. 70, junho/agosto 2006, p. 8
122
AGOSTINHO, Pedro. Embarcações do Recôncavo: um estudo de origens. Salvador: Oiti, OAS, 2011 ALBUQUERQUE, Wlamyra; e FILHO, Walter Fraga. Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos AfroOrientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006
BIBLIOTECA Nacional. Disponível em: <http://bndigital. bn.br>. Acesso em: maio de 2012
DONATO, Hernâni. História de usos e costumes do Brasil. 1a edição. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2005
BORGHETTI, N. R. B.; BORGHETTI, J. R.; ROSA FILHO, E. F. Aquífero Guarani: a verdadeira integração dos países do Mercosul. Curitiba: Fundação Roberto Marinho/ Maxi Gráfica, 2004
EDUDATA (INEP/Ministério da Educação). Disponível em: <http://www.edudatabrasil.inep.gov.br>. Acesso em: maio de 2012
BRAGA, Benedito; REBOUÇAS, Aldo da Cunha; TUNDISI, José Galizia (org.). Águas doces no Brasil. 3a edição. São Paulo: Escrituras Editora, 2006 BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. 4a edição. Rio de Janeiro: IBGE, 2007 ______. Fauna ameaçada de extinção. 1a edição. Rio de Janeiro: IBGE, 2001
ALCOFORADO, Fernando Antonio Gonçalves. Os condicionantes do desenvolvimento do estado da Bahia. Universitat de Barcelona. Departament de Geografia Física i Anàlisi Geogràfica Regional, Barcelona, Espanha, 2003 (Tese de Doutorado)
______. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – Relatório Nacional de Acompanhamento. Brasília: Ipea, 2010.
ANAI. Disponível em:<http://www.anai.org.br/>. Acesso em: março de 2014
CPRM (Serviço Geológico do Brasil). Atlas Pluviométrico do Brasil. Disponível em: <http://www.cprm.gov.br>. Acesso em: abril de 2014
ANJOS, Rafael Sanzio Araujo dos. Quilombos: geografia africana, cartografia étnica, territórios tradicionais. Brasília: Editora & Consultoria, 2009 BAHIA. Relatório de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio na Bahia. Salvador: Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2011 BAHIA Pesca. Disponível em: <www.bahiapesca.ba.gov.br>. Acesso em: março de 2014 BARRETO, Márcio. Física: Newton para o Ensino Médio. Campinas: Papirus, 2002 BERMANN, Célio. Energia no Brasil: para quê? Para quem? Crise e alternativa para um país sustentável. 2a edição. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2003
CALDEIRA, Jorge. Viagem pela história do Brasil. 1a edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1997
CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. 1a edição. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 DAMÁSIO, António R. E o cérebro criou o Homem. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 DATASUS. Disponível em: <www.datasus.gov.br>. Acesso em: maio de 2012 DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. 1a edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 DIEGUES, Antonio Carlos; ARRUDA, Rinaldo S. (org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. 1a edição. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, 2001
ETCHEVARNE, Carlos; PIMENTEL, Rita (org.). Patrimônio arqueológico da Bahia. 1a edição. Salvador: SEI, 2001 FAUSTO, Carlos. Os índios antes do Brasil. 3a edição. Rio de Janeiro: Editora Jorge Zahar, 2005 FERRAZ, Isa Grispum. O povo brasileiro: da obra-prima de Darcy Ribeiro [Filme-vídeo]. Produção de Cinematográfica Superfilmes e da Fundação Darcy Ribeiro, direção de Isa Grispum Ferraz. Manaus, Versátil Home Video, 2005. 1 DVD, 260 min. color. son. FISHER, Helen. Por que amamos – a natureza e a química do amor romântico. Rio de Janeiro: Record, 2008 FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo. História da alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998 FOOD and Agriculture Organization of the United Nations. Anuario de estadísticas de pesca y acuicultura de la FAO. Roma: 2011. FRAGA, Walter; ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de. Uma história da cultura afro-brasileira. São Paulo: Moderna, 2009 FUNARI, Pedro Paulo; NOELLI, Francisco Silva. Pré-história do Brasil. 3a edição. São Paulo: Contexto, 2006 FURLAN, Sueli Angelo. Conservação de florestas tropicais. 1a edição. São Paulo: Atual, 2010 ______. Tudo que você queria saber sobre plantas. 1a edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2007 GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Novo atlas geográfico do estudante. 1a edição. São Paulo: FTD, 2005
MENDROT, Camile. Maravilhas do Brasil: paisagens. Trad. Douglas Victor Smith. 1a edição. São Paulo: Escrituras, 2007
______. Terceira diáspora: culturas negras no mundo atlântico. Salvador: Editora Corrupio, 2010
MINISTÉRIO do Trabalho. Disponível em: <http://portal.mte. gov.br/portal-mte>. Acesso em: maio de 2012
IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro: 2010.
NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed, 2011
______. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home>; <www.ibge.gov.br/cidadesat>; <www.ibge.gov.br/estadosat>; <http://censo2010.ibge.gov.br/>. Acesso em: março de 2014
NEVES, Eduardo Góes. Arqueologia da Amazônia. 1a edição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006
INSTITUTO Socioambiental. Almanaque Brasil socioambiental 2008. São Paulo: ISA, 2007 ______. Povos indígenas no Brasil. Disponível em: <http://pib. socioambiental.org>. Acesso em: maio de 2012 ______. Povos indígenas no Brasil Mirim. Disponível em: <http://pibmirim.socioambiental.org>. Acesso em: abril de 2014 IPEADATA. Disponível em: <www.ipeadata.gov.br>. Acesso em: maio de 2014 ITAÚ Cultural. Arqueologia Brasileira. Diponível em: <http:// www.itaucultural.org.br/arqueologia/>. Acesso em: 2012
NEVES, Walter Alves; PILÓ, Luís Beethoven. O povo de Luzia: em busca dos primeiros americanos. 1a edição. São Paulo: Globo, 2008 PORTAL ODM – Acompanhamento Municipal dos Objetivos do Milênio. Disponível em: <http://www.portalodm.com.br>. Acesso em: março de 2014 PROUS, André. Arqueologia brasileira. 2a edição. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 2003 QUEVEDO, Júlio; ORDOÑEZ, Marlene. A escravidão no Brasil – Trabalho e resistência. São Paulo: FTD, 1998. REDE das Águas. Disponível em: <www.rededasaguas.com.br>. Acesso em: julho de 2012
IZIDORO, Manoel Filho. Gente que faz história. 1a edição. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1996
RIPSA (Rede Interagencial de Informações para a Saúde – Bahia). Disponível em: <www.ba.ripsa.org.br>. Acesso em: maio de 2012
LEAL, Inara R.; TABARELLI, Marcelo; SILVA, Maria Cardoso da Silva. Ecologia e conservação da caatinga. 2a edição. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2005
RODRIGUES, Aryon Dall’Igna. Línguas brasileiras – para o conhecimento das línguas indígenas. 1a edição. São Paulo: Edições Loyola, 1986
LIMA, Vânia. Bahia de todos os cantos [Filme-vídeo]. Produção de Lima Comunicação, direção de Vânia Lima. Bahia, TVE Bahia, Fundação Pedro Calmon, Governo da Bahia, 2011. 10 DVDs, 260 min. color. son
ROSS, Jurandyr L. Sanchez. Ecogeografia do Brasil. 1a edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2006
LUCIANO, Gersem dos Santos. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil hoje. Coleção Brasil para todos. Brasília: Ministério da Educação, 2006 MELATI, Julio Cezar. Índios no Brasil. 1a edição. São Paulo: Edusp, 2007
______. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 8a edição. Coleção Repensando a Geografia. São Paulo: Contexto, 2007. SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4a edição. São Paulo: Edusp, 2008 SEI (Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia). Disponível em: <http://www.sei.ba.gov.br>. Acesso em: março de 2014
______. A Bahia no Nordeste e no Brasil: indicadores econômicos comparados 2002 - 2009. Vol. 3. Salvador: Publicações SEI, 2011 ______. Atlas dos Territórios de Identidade do estado da Bahia. Salvador, 1 CD ______. Bahia em números 2010. Vol. 10. Salvador: Publicações SEI, 2011 ______. Base cartográfica digital. Salvador, 1 CD ______. Direitos humanos na Bahia: situação, monitoramento e perspectivas 2001 - 2006. Série Estudos e Pesquisas. Salvador: v. 89, 2011 SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Souza (orgs.). Negras imagens: escravidão e cultura no Brasil. São Paulo: Edusp, 1996 SILVA, Aracy Lopes; GRUPIONI, Luís Donisete B. (orgs.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. 1a edição. São Paulo: MEC, Mari, Unesco, 1995 SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Atlas geográfico escolar. 34a edição. São Paulo: Editora Ática, 2007 ______. Primeiros mapas: como entender e construir. 6a edição. São Paulo: Editora Ática, 2006 TAVARES, Luiz Henrique Dias. História da Bahia. 6a edição. São Paulo: Ática, 1979 TEIXEIRA, Wilson; LINSKER, Roberto. Chapada Diamantina - águas no sertão. 1a edição. São Paulo: Editora Terra Virgem, 2005 TUNDISI, José Galizia. Água no século XXI: enfrentando a escassez. 2a edição. São Carlos: RiMa Editora, 2005 VEIGA, José Eli da. Cidades imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. 2a edição. Campinas: Autores Associados, 2003 VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Baía de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. 4a edição. Salvador: Currupio, 2002
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
GUERREIRO, Goli. Terceira diáspora, o porto da Bahia. Salvador: Corrupio, 2010
123
SAIBA MAIS ÍNDICES E CRÉDITOS 124
Índice geral
Seu livro | Como ler...........................................................p. 6
Bahia | Territórios de Identidade..................................... p. 52
História | Arqueologia...................................................... p. 98
Sumário | Índice temático..................................................p. 8
Mobilidade | Deslocamentos........................................... p. 62
História | Linha do tempo.............................................. p. 100
Luz solar | Fotossíntese.................................................. p. 10
Mundo | Conexões globais............................................... p. 64
História | Primeiros habitantes..................................... p. 102
Corpo humano | O corpo trabalha................................... p. 12
Uso da terra | Bahia......................................................... p. 66
História | População negra............................................ p. 104
Corpo humano | Fisiologia............................................... p. 14
Relevo | Compartimentos................................................ p. 68
Cultura | Povo brasileiro................................................ p. 106
Corpo humano | Vida moderna........................................ p. 16
Clima | Atmosfera............................................................ p. 70
Cultura | Povos da Bahia............................................... p. 108
Corpo humano | O cérebro e as emoções....................... p. 18
Clima | Oceanos............................................................... p. 72
Cultura | Pessoas e vidas.............................................. p. 110
Corpo humano | Química do amor.................................. p. 20
Clima | Semiárido............................................................ p. 74
Cultura | Mapa literário................................................. p. 112
Geografia da saúde | Cuidados........................................ p. 22
Água | Vida no sertão....................................................... p. 76
Cultura | Patrimônios.................................................... p. 114
Biodiversidade | Domínios de natureza........................... p. 24
Água | Recursos hídricos................................................. p. 78
Direitos | Desde o nascer.............................................. p. 116
Biodiversidade | Unidades de Conservação.................... p. 30
Água | Rio São Francisco................................................. p. 80
Divisão de poderes | Brasil............................................ p. 118
Biodiversidade | Extinção................................................ p. 32
Energia | Matriz brasileira............................................... p. 84
Símbolos | Hinos e bandeiras........................................ p. 120
Biodiversidade | Vegetação.............................................. p. 34
Energia | Alternativas renováveis.................................... p. 86
Saiba mais | Referências bibliográficas........................ p. 122
Amazônia | Impactos ambientais.................................... p. 36
Solo | Qualidades e problemas........................................ p. 88
Saiba mais | Índices e créditos...................................... p. 124
Amazônia | Manejo sustentável....................................... p. 38
Lixo | Para onde vai.......................................................... p. 90
Saiba mais | Glossário................................................... p. 126
Cartografia | Desenho do espaço.................................... p. 40
Sustentabilidade | No cotidiano....................................... p. 92
Saiba mais | Siglas e abreviaturas................................ p. 128
Zoom | Da Bahia ao universo........................................... p. 42
Indicadores | Dados sociais............................................. p. 94
Eletricidade | Noite no planeta........................................ p. 50
População | Demografia.................................................. p. 96
Índice de mapas
Brasil | Endemias............................................................ p. 23
Planisfério | Político......................................................... p. 46
Nordeste | Clima semiárido............................................ p. 74
Brasil | Domínios de natureza......................................... p. 24
Planisfério | À noite......................................................... p. 50
Bahia | Hidrografia........................................................... p. 78
Bahia | Unidades de Conservação................................... p. 30
Bahia | Territórios de Identidade..................................... p. 52
Bahia | Aquíferos............................................................. p. 79
Brasil | Animais em extinção........................................... p. 32
Salvador | Acessos........................................................... p. 62
Brasil | Energias renováveis............................................ p. 86
Brasil | Vegetação natural............................................... p. 34
Bahia | Acessos................................................................ p. 63
Brasil e Bahia | PIB.......................................................... p. 95
Brasil | Vegetação............................................................ p. 41
Brasil | Rodovias e aeroportos........................................ p. 63
Brasil e Bahia | IDH e IDHM............................................ p. 95
Brasil | Clima................................................................... p. 41
Brasil | Portos, hidrovias e ferrovias............................... p. 63
Bahia | População............................................................ p. 96
Brasil | Morfoclimático.................................................... p. 41
Planisfério | Pescado....................................................... p. 64
Brasil | Densidade demográfica...................................... p. 97
Salvador | Destaque......................................................... p. 42
Bahia | Uso da terra......................................................... p. 67
Brasil | Fluxos migratórios.............................................. p. 97
Estado da Bahia | Político................................................ p. 43
América do Sul | Hipsografia........................................... p. 68
Bahia | Arqueologia......................................................... p. 99
Região Nordeste | Político............................................... p. 44
Bahia | Pluviometria........................................................ p. 70
Bahia | Terras indígenas................................................ p. 103
América do Sul | Político................................................. p. 45
Brasil | Climas................................................................. p. 71
Bahia | Povos tradicionais............................................. p. 108
Capa e quarta capa Imagem de satélite: Nasa's Earth Observatory/ Geodinâmica, 2010 Ilustração: Eber Evangelista
Contracapa e terceira capa Fotos: Roberto Linsker/ Terra Virgem P. 6 e 7 Foto noturna e retrato: Vinicius Tupinamba/ Shutterstock Foto panorâmica: KamilloK/ Shutterstock Gráficos: Mario Kanno Mapa do Brasil: Geodinâmica Infográfico: Alexandre Jubran Imagem de satélite da América do Sul: Nasa's Earth Observatory Imagem de Salvador: Fotos digitais SAAPI®, cedidas pela Engemap Geoinformação, 2012 Ilustração mico-leão-de-cara-dourada: Sattu Aquarela pescador: Meire de Oliveira P. 10 e 11 Ilustração: Sattu P. 12 e 13 Infográfico: Eber Evangelista P. 14 e 15 Infográfico: Luiz Iria e Marcelo Garcia P. 16 e 17 Infográfico: Mario Kanno P. 18 e 19 Infográfico: Fido Nesti P. 20 e 21 Infográfico: Fido Nesti P. 22 e 23 Ilustrações: Sattu Mapa endemias: Geodinâmica P. 24 Mapa domínios de natureza do Brasil: Geodinâmica P. 25 a 29 Infográficos: Marcelo Garcia P. 30 Mapa Unidades de Conservação da Bahia: Geodinâmica P. 31 Foto macaco-prego: Simon_g/ Shutterstock Foto beija-flor-dourado: elnavegante/ Shutterstock Foto bicho-preguiça: Erni/ Shutterstock Foto quaresmeira: Sueli Angelo Furlan Foto guapuruvu, ipê-amarelo e pau-brasil: Mauro Halpern Foto arara-azul-de-lear: Fábio Nunes/ Acervo Associação Caatinga Foto tatu-bola-da-caatinga, perereca-donordeste e imburana: Acervo Associação Caatinga Foto barriguda: André Dib Foto mandacaru: G. Evangelista/ Opção Brasil Imagens
Foto lobo-guará: Maxim Kulko/ Shutterstock Foto jiboia-constritora: Guilherme Jófili Foto coruja-buraqueira: Wagner Machado Carlos Lemes Foto pequi: Sergio H. Mourao Faria/ Shutterstock Foto peroba-gigante-do-cerrado: Mauricio Mercadante
P. 55 a 61 Mapas: Geodinâmica Imagens de satélite: Nasa's Earth Observatory
P. 32 e 33 Mapa animais em extinção: Geodinâmica Ilustrações: Sattu
P. 63 Foto trecho BR-116: Marcos André/ Opção Brasil Imagens Mapa acessos da Bahia: Geodinâmica Mapas infraestrutura de transporte: Geodinâmica
P. 34 Mapa de domínios vegetacionais do Brasil: Geodinâmica Foto da Floresta Amazônica: André Dib P. 35 Foto da Mata das Araucárias: André Dib Foto da Mata Atlântica: Felipe Seibel Foto do Complexo do Pantanal: Roberto Tetsuo Okamura/ Shutterstock Foto da Caatinga: Acervo Associação Caatinga/ Divulgação Foto da Campinarana: Joana Autuori Foto do Cerrado: Diana Salles Foto da Mata dos Cocais: Lara Montenegro Foto de Campos: Décio Corrêa Marques Foto de vegetação litorânea: milezaway/ Shutterstock Foto de altiplanos: Kanji Roushi Foto de savana: Vadim Petrakov/ Shutterstock Foto da Patagônia: Tibby Jones P. 36 a 39 Infográfico: Alexandre Jubran P. 40 e 41 Ilustração sobrevoo do avião: Sattu Foto da cidade: Geodados Tecnologia Imagens oblíqua e vertical: Spotmaps Mapas: Geodinâmica Imagens em três escalas: Nasa's Earth Observatory P. 42 Imagem: Fotos Digitais SAAPI®, cedidas pela Engemap Geoinformação, 2012 P. 43 a 47 Mapas: Geodinâmica Imagens de satélite: Nasa's Earth Observatory P. 48 e 49 Ilustração galáxia: Sattu Imagens: Space Telescope Science Institute/ Nasa P. 50 e 51 Imagem de satélite: 2010, Geodinâmica/ NOAA's National Geophysical Data Center Foto noturna: Vinicius Tupinamba/ Shutterstock P. 52 Mapa: Geodinâmica Imagem de satélite: Nasa's Earth Observatory
P. 62 Foto porto de Salvador: Manu Dias/ Secom-GOVBA Mapa acessos de Salvador: Geodinâmica
P. 64 e 65 Mapa consumo mundial de pescado: Nasa's Earth Observatory/ Geodinâmica, 2010 Foto moqueca: Luiz Rocha/ Shutterstock Foto bacalhoada: Francesco83/ Shutterstock Foto ceviche: Ildi Papp/ Shutterstock Foto fish & chips: Hannamariah/ Shutterstock Foto snoek grelhado: Daleen Loest/ Shutterstock Foto sushi: Marcelo_Krelling/ Shutterstock Ilustração pesca: Tato Araújo P. 66 e 67 Mapa uso da terra da Bahia: Geodinâmica Foto pecuária: John Copland/ Shutterstock Fotos cultivo de batatas e eucaliptos: Manu Dias/ Secom-GOVBA Foto represa de Paulo Afonso: Antônio Galdino/ Ascom PMPA Foto produção de sisal: Alberto Coutinho/ Secom-GOVBA Foto cidade de Salvador: Vinicius Tupinamba/ Shutterstock Imagens de satélite: Fotos Digitais SAAPI®, cedidas pela Engemap Geoinformação, 2012 P. 68 e 69 Mapa topografia da América do Sul: Geodinâmica Ilustração relevo da Bahia: Sergio Ricardo Fiori P. 70 e 71 Infográfico: Tato Araújo Ilustração eixo da Terra: Sattu Mapa climas do Brasil, mapas precipitação na Bahia e climogramas: Geodinâmica P. 72 e 73 Infográfico correntes marinhas e densidade do gelo: Lígia Duque Infográfico brisas marinhas: Sattu P. 74 e 75 Infográfico: Luiz Iria e Marcelo Garcia Fotos caatinga no verão e no inverno: Acervo Associação Caatinga P. 76 e 77 Infográfico: Tato Araújo
P. 78 Mapa hidrográfico da Bahia: Geodinâmica Fotos Rio São Francisco e Rio Paraguaçu: Manu Dias/ Secom-GOVBA Foto Rio de Contas: Marcos André/ Opção Brasil Imagens P. 79 Infográfico correntes úmidas: Sattu Mapa aquíferos da Bahia: Geodinâmica P. 80 a 83 Infográfico: Sattu P. 84 e 85 Ilustrações: Sattu Foto usina Paulo Afonso: LGStudio/ Acervo Chesf Foto usina Sobradinho: Tavares/ Acervo Chesf Foto usina Xingó: LGStudio/ Acervo Chesf Foto usina Pedra do Cavalo: Emídio Bastos/ Opção Brasil Imagens Gráficos: Geodinâmica P. 86 e 87 Mapa energias renováveis: Geodinâmica Infográfico: Fido Nesti P. 88 e 89 Infográfico: Alexandre Jubran P. 90 e 91 Infográficos: Alexandre Jubran P. 92 e 93 Infográfico: Simon Ducroquet P. 94 e 95 Infográfico: Mario Kanno Mapas PIB e IDH: Geodinâmica P. 96 Mapa população da Bahia: Geodinâmica Foto criança: Samuel Borges Photography/ Shutterstock Fotos mulher e homem: Carla Ornelas/ Secom-GOVBA Pirâmides etárias: Geodinâmica P. 97 Mapa população do Brasil: Geodinâmica Mapas fluxos migratórios: Geodinâmica P. 98 e 99 Infográfico: Sattu P. 100 e 101 Foto de fundo: Ivan F. Barreto/ Shutterstock Infográfico: Mario Kanno Quadro Desembarque de Cabral em Porto Seguro: Oscar Pereira da Silva, 1922. Museu Paulista, São Paulo Quadro Tomé de Sousa: Manoel Victor Quadro Negros no Porão: Johann Moritz Rugendas, 1835. Biblioteca Mario de Andrade Quadro O primeiro passo para a independência da Bahia: Antônio Parreiras, 1931. Palácio do Rio Branco, Salvador, Bahia Foto Igreja de Santo Antônio em Canudos: Flávio de Barros/ Arquivo Histórico do
Museu da República (Instituto Brasileiro de Museus, Ministério da Cultura) Foto Diretas Já: Arlindo Félix/ Ag. A Tarde Foto polo petroquímico de Camaçari: Manu Dias/ Agecom P. 102 e 103 Foto manto tupinambá: Rômulo Fialdini Quadro Guerrilha: Johann Moritz Rugendas, ca. 1835 Foto liderança tuxá: Acervo Tuxá de Rodelas/ Restauração: Franco Santos Foto ritual do Praiá dos Pankareré: Lilane Sampaio Rêgo Foto cerâmicas: Ana Magda Carvalho/ Acervo Anaí Foto menina pataxó em Barra Velha, cultivo da mandioca: Arissana Pataxó Foto jequi, armadilha de pesca: Susana Viegas Foto coleta de mel silvestre: Danilo Conti Foto sementes: Ragne Kabanova/ Shutterstock Foto Arissana Pataxó: Jussimar-Kamarutê Pataxó Mapa terras indígenas: Geodinâmica P. 104 e 105 Imagem rostos africanos: Jean Baptiste Debret Quadro Calceteiros: Jean Baptiste Debret, 1824. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro Quadro Casa de Negros: Johann M. Rugendas Foto estátua de Zumbi: Antonio Queirós/ Secom-GOVBA Quadro Marimba: Jean Baptiste Debret,1826. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro Imagem Carta da Abolição: Acervo do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro Quadro Negros lutando com passos de capoeira: Augustus Earle, 1824, Rio de Janeiro Mapa tráfico de escravos: Geodinâmica Foto grupo Olodum: Aguinaldo Novais/ Secom-GOVBA Foto baiana: Vinicius Tupinamba/ Shutterstock Foto homem Olodum: Mateus Pereira/ Secom-GOVBA Foto comunidade quilombola: Thiago Teixeira/ Agência A Tarde Imagem de fundo: Nasa's Earth Observatory/ Geodinâmica, 2010 P. 106 e 107 Ilustrações: Meire de Oliveira P. 108 e 109 Ilustrações: Meire de Oliveira Mapa: Geodinâmica P. 110 e 111 Infográfico: Geodinâmica Foto Elevador Lacerda: Jorge Cordeiro/ Secom-GOVBA Foto Mestre Pastinha: Arestides Baptista/ Ag. A Tarde Foto Mestre Didi: Margarida Neide/ Ag. A Tarde Foto Pierre Verger: Fundação Pierre Verger
Foto Jorge Amado: Acervo Zélia Gattai/ Fundação Casa de Jorge Amado Foto Anísio Teixeira: Marco Aurélio Martins/ Ag. A Tarde Fotos Dorival Caymmi, Doces Bárbaros, Glauber Rocha, Mãe Menininha e Mestre Bimba: Arquivo Ag. A Tarde Foto Raul Seixas: Antônio Carlos Piccino/ Agência O Globo Foto Milton Santos: Luciano da Mata/ Arquivo A Tarde Foto João Gilberto: Beti Niemeyer/ Divulgação Foto Irmã Dulce: Arquivo/ Obras Sociais Irmã Dulce Quadro O beijo de Judas e Pedro cortando a orelha de Malchus: José Joaquim da Rocha, 1786. Museu de Arte da Bahia, Salvador Ilustração Maria Felipa: Filomena Modesto Orge Ilustrações de Gregório de Matos e Luiza Mahin: Arquivo Histórico Municipal de Salvador/ FGM Foto estátua de Antonio Conselheiro: Elistênio Alves Foto estátua de Catarina Paraguaçu: João Luiz Araújo Pinturas de Diogo Álvares Correia (Caramuru) e Castro Alves, foto de Manuel Querino: domínio público P. 112 e 113 Ilustração: Lígia Duque P. 114 e 115 Foto ofício das baianas do acarajé: Adenilson Nunes/ Secom-GOVBA Foto ofício dos vaqueiros: Adenilson Nunes/ Secom-GOVBA Foto samba de roda: Manu Dias/ SecomGOVBA Foto roda de capoeira: Shahril KHMD/ Shutterstock Foto Morro do Pai Inácio: Danilo Conti Foto centro histórico de Porto Seguro: Elói Corrêa/ Secom-GOVBA Foto centro histórico de Rio de Contas: Edwilson A. Ramos Foto centro histórico de Salvador: Vinicius Tupinamba/ Shutterstock Foto Cortejo de 2 de Julho: Secom-GOVBA Foto Festa de São João: Alberto Coutinho/ Secom-GOVBA Foto Festa do Bonfim: João Ramos/ Bahiatursa Foto Festa da Boa Morte: Mateus Pereira/ Secom-GOVBA P. 116 e 117 Ilustração: Caeto P. 118 e 119 Organograma: Céllus Foto: Folhapress Imagens documentos: Eduardo Delfin P. 120 e 121 Ilustrações bandeiras: Geodinâmica
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Créditos
125
Entenda termos e palavras A
ADRO Pátio externo localizado em frente ou em torno de uma igreja AGENDA 21 Instrumento que visa sugerir ações para promover a sustentabilidade através de parcerias entre pessoas, organizações da sociedade civil e autoridades locais para implementá-la ALDEADOS Pessoas que vivem em aldeias ANTICORPO Proteína produzida pelo sistema imunológico que identifica e neutraliza corpos estranhos como bactérias e vírus
SAIBA MAIS GLOSSÁRIO
AQUICULTURA Criação e cultivo de organismos aquáticos, como peixes, crustáceos e algas para o consumo do homem
126
ART DÉCO Estilo arquitetônico decorativo caracterizado pelo uso de materiais novos e pela acentuada geometria de suas formas ASSOREAMENTO Processo físico que leva à obstrução, por areia, detritos ou sedimentos, de um rio, lago, canal ou estuário, resultando na redução da profundidade e diminuição da correnteza ATERRO SANITÁRIO Área de destino dos resíduos sólidos dentro das normas sanitárias. Contempla a impermeabilização do terreno, o tratamento dos gases e do líquido (chorume) eliminados na decomposição do lixo ATLÂNTICO SUL Porção do Oceano Atlântico situada no Hemisfério Sul ATMOSFERA Camada de ar que envolve a Terra com cerca de 480 km de espessura. É formada por cinco subcamadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera
B
BACIA HIDROGRÁFICA É o conjunto de terras que drenam a água das chuvas e de nascentes naturais para o curso de água. Constitui uma área geográfica, medida em quilômetros quadrados BETACAROTENO Pigmento natural que, processado pelo organismo, dá origem à vitamina A. Combate a formação de radicais livres e ajuda a evitar doenças cardiovasculares e tumores BIODIVERSIDADE Compreende a totalidade das múltiplas formas de vida que se pode encontrar na Terra (inclui a variedade genética dentro das populações e a variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos e de micro-organismos, as associações e a paisagem) BIOQUÍMICO Nome dado aos processos químicos que ocorrem em organismos vivos
C
CABOCLO Termo de origem Tupi, deriva provavelmente da palavra caa-boc, que significa “o que vem da floresta”. No português, tem vários significados, um deles se refere a uma pessoa que é filha de brancos e de indígenas CADEIA ALIMENTAR Sequência que representa a transferência de energia alimentar entre os organismos CADEIA PRODUTIVA Conjunto de etapas ao longo das quais as matérias-primas são transformadas até a constituição de um produto final e sua distribuição para o mercado CALORIA Unidade de medida de energia definida como a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1 grama de água em 1ºC. Significa também a quantidade de alimentos que equivale a determinado valor energético medido em calorias CÂNION Vale profundo, de paredes verticais, moldado pela ação da água
CARAMURU Significa "homem de fogo" em Tupi. Diogo Correia recebeu esse apelido porque, ao chegar ao litoral depois de sobreviver a um naufrágio, ele atirou em uma ave. Os indígenas, que desconheciam armas de fogo, ficaram perplexos e começaram a chamá-lo de Caramuru CARCINOCULTURA Criação de camarões em viveiros CAROÁ Bromélia litorânea nativa do Nordeste CARTA DA TERRA Documento divulgado inicialmente na Rio-92 que declara princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica no século 21 CARTOGRAFIA Refere-se à ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas CARTÓGRAFO Pessoa que trabalha ou é versada em cartografia, autor de mapas CLOROPLASTO Presente em organismos que fazem fotossíntese, é uma organela celular que contém clorofila, pigmento capaz de absorver a energia da luz solar e transformá-la em energia química CNIDÁRIO Filo de animais invertebrados aquáticos que inclui as águas-vivas, corais e anêmonas-do-mar COMBUSTÃO Queima de algo em estado líquido, sólido ou gasoso, que libera gases COMUNIDADE Conjunto de seres vivos que habitam um mesmo ecossistema ou local
CONSUMIDOR PRIMÁRIO Na cadeia alimentar, é o ser que consome organismos autotróficos (que produzem o próprio alimento), como as plantas e as algas CONSUMIDOR SECUNDÁRIO Ser que se alimenta do consumidor primário
CONSUMIDOR TERCIÁRIO Ser que se alimenta do consumidor secundário COORDENADAS GEOGRÁFICAS Linhas imaginárias que cortam a Terra e servem como referência para localizar qualquer ponto na superfície do planeta. A localização é feita através do cruzamento entre duas linhas perpendiculares (chamadas paralelos e meridianos) COSMOLOGIA Ramo da astronomia que estuda a estrutura e a evolução do universo. Para povos indígenas, significa também as ideias da origem de tudo
D
DENSIDADE Propriedade da matéria que se caracteriza como uma grandeza que identifica uma substância. É expressa pela razão entre a massa e o volume ocupado por ela, cuja unidade mais comum é g/cm³ (1 grama por 1 centímetro cúbico)
que um corpo tem de realizar um trabalho ou uma ação
as folhas. Podem ser aluviais, submontanas e montanas
ENZIMAS Substâncias responsáveis por ação catalisadora, ou seja, ação própria para dinamizar reações químicas, com efeito no aumento da velocidade de reação. São indispensáveis ao metabolismo humano
FLORESTAS ESTACIONAIS São florestas cuja vegetação está associada a uma dupla estacionalidade climática: chuvas intensas de verão, seguidas por um período de estiagem. Na estação seca perde parte das folhas (20 a 50%). As caatingas arbóreas são consideradas Florestas Estacionais
EÓLICO Movido, vibrado ou produzido pela ação ou força do vento EROSÃO Processo ou resultado de desgaste da superfície terrestre pela ação mecânica e química da água corrente, do clima, (vento e chuva), da gravidade ou de outros agentes geológicos ESTATUTO Conjunto de regras que organizam o funcionamento de grupos, instituições, órgãos, estabelecimentos e empresas
FLORESTAS OMBRÓFILAS São florestas úmidas de vegetação sempre verde. Ocorrem em regiões de clima tropical úmido, com precipitação bem distribuída durante o ano, praticamente sem períodos de seca FORÇA Agente físico capaz de alterar o estado de repouso ou de movimento de um corpo material FULORAR Forma popular do verbo "florescer"
ESTIAGEM Fenômeno climático caracterizado pela ausência de chuva em certa região por determinado período
FUNDO DE PASTO Modo de viver e criar no qual áreas sem cercamento são utilizadas de forma compartilhada por várias famílias
G
DIZIMAR Reduzir a 10%, praticamente exterminar, arruinar
EVAPOTRANSPIRAÇÃO Abrange dois processos de perda de água: o do solo, através da evaporação; e o das plantas, pela transpiração e evaporação
E
F
DESIGNER Denominação dada aos profissionais responsáveis pelo planejamento gráfico de projetos
ECOLÓGICO Diz-se das interações entre os meios físicos e bióticos, também entre o homem e o meio ambiente EMISSÕES (ATMOSFÉRICAS) Partículas, gases e aerossóis – que se formam dos processos de queima ou das transformações de matéria-prima – lançados à atmosfera
FARMACOTERÁPICO Pesquisa para elaboração de medicamentos FERTILIZANTES NATURAIS Substância natural, mineral ou orgânica, que fornece nutrientes para as plantas
ENDEMIA Manifestação de doença infectocontagiosa que ocorre de forma contínua e com incidência significativa em uma população e/ou região
FLORESTA MISTA COM ARAUCÁRIAS Floresta Ombrófila mista é a floresta úmida em que ocorre a associação com coníferas. No Brasil, há três espécies de coníferas: o pinheiro-doparaná (araucária) e duas espécies de pinho-bravo (podocarpus)
ENERGIA Energia, em grego, significa “trabalho” (do grego enérgeia e do latim energia). Por definição, energia é a capacidade
FLORESTA SEMIESTACIONAL São florestas que, em função de dois períodos de influência climática (chuva e estiagem) perdem parcialmente
GARRINCHA Jogador de futebol da seleção brasileira dos anos 1950 e 1960. Era conhecido por dribles desconcertantes e por suas pernas tortas GLICOSE Molécula que é a principal fonte de energia para os organismos vivos GORDURA TRANS Tipo de gordura que passa por um processo de hidrogenação e que está presente, principalmente, em alimentos industrializados
H
HECTARE Unidade de medida de área representada pelo símbolo ha; é equivalente a 10.000 metros quadrados HOTSPOT Área extremamente rica e diversa em espécies, porém muito ameaçada pela ação do homem
ILUMINURAS Peças originadas da arte ou ato de ornamentar texto, página ou letra inicial com desenhos, miniaturas e grafismos
IN NATURA Expressão em latim que significa a qualidade de algo não processado industrialmente INSOLAÇÃO Estado causado pela excessiva exposição ao Sol. Os principais sintomas são: desidratação, dor de cabeça, vômito, febre e fraqueza INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA Incapacidade do fígado para exercer plenamente suas funções normais
L
LENÇOL FREÁTICO Reservatório de água subterrânea decorrente da infiltração da água da chuva no solo LÍTICOS Relativo a rocha LONGEVIDADE Qualidade do que tem durabilidade. Duração da vida (de um indivíduo, de um grupo, de uma espécie)
M
MANGUEZAL Ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestres e marinhos MASSA É uma grandeza, medida em quilogramas, que indica a quantidade de matéria de um corpo e sua inércia, ou seja, a tendência a manter sua velocidade MATA CILIAR Vegetação situada nas margens dos rios e mananciais que funciona como uma espécie de “cílio” MATRIZ Fonte ou origem de algo MEIO AMBIENTE Conjunto de fatores físicos, biológicos
e químicos que cercam os seres vivos, influenciando-os e sendo influenciados por eles MIGRAÇÃO Movimento de entrada (imigração) ou saída (emigração) de indivíduo ou grupo de pessoas entre países diferentes ou dentro do mesmo país MITOCÔNDRIA Organela celular limitada por membrana cuja principal função é gerar energia MOLÉCULA Grupo de átomos que se mantêm unidos por uma ligação química covalente. Formam muitas substâncias como: gases, água e açúcar MONOCULTURA Sistema de exploração do solo com especialização em um só produto
N
NAU Navio de grande porte utilizado na época das grandes navegações NATIVISTA Relativo à atitude de proteção da cultura nacional contra estrangeirismos ou a aculturação
O
ORGANELA Estrutura presente no interior das células mais complexas, que possuem núcleo definido por uma membrana ORGÂNICO Pertencente a uma classe de compostos químicos que contêm cadeias ou anéis de carbono ligados a hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, incluindo plantas e animais
P
PESCA ARTESANAL Caracterizada pela mão de obra familiar, embarcações de porte pequeno, como canoas ou jangadas, ou ainda sem embarcações, como na captura de moluscos perto da costa PESCA INDUSTRIAL Utiliza embarcações de grande porte, geralmente bem equipadas, capturando pescados em grandes
quantidades, e utiliza trabalho assalariado PLACAS FOTOVOLTAICAS São placas que geram eletricidade pela ação da luz do Sol
PROPORCIONALIDADE Aquilo que se mantém na mesma relação que outra coisa em intensidade, grandeza ou grau
SATÍRICO Aquele que escreve sátiras. Na literatura barroca, a poesia satírica criticava a sociedade da época
R
SINCRETISMO Sistema filosófico ou religioso que combinava princípios de diversas doutrinas
PLAQUETAS Elemento do sangue que desempenha um papel importante na coagulação sanguínea
RACISMO CIENTÍFICO Teoria de base cientificista muito utilizada durante o século 19 para justificar a superioridade de uma raça em detrimento de outra
PLUVIOSIDADE Quantidade de chuva precipitada em uma região em determinada época. É medida em milímetros: 1mm equivale ao volume de 1 litro de chuva acumulada sobre uma área igual a 1m2
RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA Emissão de energia na forma de ondas eletromagnéticas, que decorrem da interação entre campos elétricos e magnéticos
POLIA Peça usada para transferir força e movimento, o que facilita a execução de tarefas como levantar ou puxar objetos. É formada por uma roda que gira em seu próprio eixo quando acionada por uma corda ou corrente
RADIAÇÃO SOLAR Energia emitida pelo Sol
POLÍTICAS AFIRMATIVAS Medidas determinadas pelo Estado com o objetivo de eliminar desigualdades históricas e proporcionar igualdade de oportunidades e tratamento para todos
RECURSOS PESQUEIROS Animais aquáticos utilizados para consumo humano, sobretudo peixes, crustáceos e moluscos
POLO PETROQUÍMICO Polo industrial que concentra indústrias petroquímicas – que têm o petróleo como matéria-prima POLUIÇÃO Degradação dos aspectos físicos ou químicos do ecossistema por remoção ou adição de substâncias PORTO INTERIOR Situa-se no interior de uma baía ou rio POSITIVISTAS Seguidores do positivismo, doutrina francesa criada no século 19 pelo filósofo Auguste Comte PRANCHA Nesta publicação, é o nome dado a uma dupla de páginas PROJETO DE LEI Texto ou versão preliminar de lei antes de ser aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo Executivo – dois dos poderes do Estado
RECURSOS GENÉTICOS Materiais hereditários com valores econômicos, científicos ou sociais contidos nas espécies
RENDA Total das quantias recebidas por uma pessoa ou entidade em troca de trabalho ou de serviço prestado REPRESSÃO Ação de constranger, reprimir, castigar, punir
S
SAIS BILIARES Substância produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. Ajuda na digestão de gorduras e na eliminação de toxinas do corpo SALÁRIO MÍNIMO Valor mínimo a ser pago a todo empregado com carteira assinada. É definido pelo governo federal SANEAMENTO BÁSICO Conjunto de medidas que tornam uma área sadia e habitável, oferecendo condições de vida adequadas para a população. Envolve o abastecimento de água, tratamento de esgoto, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e controle de pragas
SISTEMA LÍMBICO Conjunto de estruturas cerebrais que desempenha várias funções, especialmente com relação à memória e às emoções, além de influenciar o comportamento humano SOLAR (ENERGIA) Proveniente da energia do Sol
TERMELÉTRICA Queima de combustíveis fósseis ou, mais atualmente, de biomassa para produção de vapor e, a partir deste, a energia elétrica TERRITÓRIO DE IDENTIDADE Espaço físico, geograficamente definido, caracterizado por critérios que relacionam: ambiente, grupos sociais, economia, cultura, política e instituições TUMBALALÁ Povo indígena que habita terras entre os municípios de Abaré e Curaçá, às margens do Rio São Francisco
U
SOLSTÍCIO Dias do ano de maior inclinação da Terra em relação ao Sol, o que provoca maior incidência solar em um hemisfério e menor no outro
URBANIZAÇÃO Processo de concentração da população em aglomerações de caráter urbano
SUBSTÂNCIA Qualquer espécie de matéria formada por átomos de elementos específicos. Cada substância possui um conjunto de propriedades e uma composição química específica
VAZÃO Volume de determinado fluido que passa por uma seção de um conduto livre ou forçado, por uma unidade de tempo. Medida da rapidez com a qual um volume escoa
SUCO PANCREÁTICO Líquido secretado pelo pâncreas que contém enzimas SUPRARRENAL Glândula localizada acima de cada um dos rins. Sintetiza hormônios como a adrenalina e o cortisol, além de estimular a transformação de proteína e gordura em glicose SUSTENTABILIDADE É a capacidade de satisfazer às necessidades atuais sem reduzir as oportunidades das gerações futuras SUSTENTÁVEL Qualidade de um elemento que permite a sua utilização no longo prazo de forma a não degradar o meio ambiente e garantir o bem-estar social
T
TENSÃO Intensidade de energia elétrica que percorre fios e cabos ou que alimenta um circuito elétrico, como o de uma TV
V
VENTOS ALÍSIOS São ventos que sopram nos dois hemisférios, Norte e Sul, dos trópicos (de alta pressão) para o Equador (de baixa pressão) VETOR Em infectologia, é todo ser vivo capaz de transmitir um agente infeccioso (parasita, bactéria ou vírus); hospedeiro, transmissor VISITAÇÃO Período no qual um representante do Tribunal do Santo Ofício visitava um local para averiguar se a comunidade seguia os preceitos do catolicismo
X
XERÓFITO Refere-se à vegetação própria de lugares secos
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
I
127
Pesos e medidas
Siglas e abreviaturas A a.C. - Antes de Cristo AFS - África do Sul Anaí - Associação Nacional de Ação Indigenista Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica A.P. - Antes do Presente AS-PTA - Agricultura Familiar e Agroecologia
B
SAIBA MAIS SIGLAS E ABREVIATURAS
BEN - Balanço Energético Nacional
128
C CBEE - Centro Brasileiro de Energia Eólica Cenbio - Centro Nacional de Referência em Biomassa Cetesb - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CNUC - Cadastro Nacional de Unidades de Conservação Codeba - Companhia Docas do Estado da Bahia CPN/NANI - Centro Paulista de Neuropsicologia/ Núcleo de Atendimento Neuropsicológico Infantil Interdisciplinar CPRM - Serviço Geológico do Brasil
D Datasus - Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde DIN - Dinamarca
Dnit - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
Dra - Doutora
IEE - Instituto de Eletrotécnica e Energia
E ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente Eco-92 - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Embasa - Empresa Baiana de Águas e Saneamento Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EQU - Equador ESP - Espanha EUA - Estados Unidos da América
F FAO - Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação FRA - França Funai - Fundação Nacional do Índio Funasa - Fundação Nacional de Saúde
I
IIE - Instituto Internacional de Ecologia Inema - Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
NIEAIS - Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Ações Integradas no Semiárido NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration
O OMS - Organização Mundial da Saúde
Sesab - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia Sesai - Secretaria Especial de Saúde Indígena Siscom - Sistema Compartilhado de Informações Ambientais SRH - Secretaria Nacional de Recursos Hídricos
Inmet - Instituto Nacional de Meteorologia
ONU - Organização das Nações Unidas
Sudene - Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
P
SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde
Ipac - Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia
PIB - Produto Interno Bruto
U
PNLT - Plano Nacional de Logística e Transportes
UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana
Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
UFBA - Universidade Federal da Bahia
Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ISA - Instituto Socioambiental
M MCRN - Núcleo de Manejo e Conservação dos Recursos Naturais mEc - Massa equatorial continental MMA - Ministério do Meio Ambiente MME - Ministério de Minas e Energia
Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
MPB - Música Popular Brasileira
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
mTa - Massa tropical atlântica
ICB - Instituto de Ciências Biomédicas
N
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
Nasa - Agência Espacial Norte-Americana (sigla em inglês)
MS - Ministério da Saúde
Pág. - Página
Poli-UFBA - Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia Profa - Professora Prograd - Pró-Reitoria de Graduação PT - Portugal
R RUN - Reino Unido
S S. - São SEC-BA - Secretaria da Educação do Estado da Bahia Secom-GOVBA - Secretaria de Comunicação Social do Governo da Bahia SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia
UNIDADES NUMÉRICAS: mi - Milhão bi - Bilhão tri - Trilhão LINEARES: mm - Milímetro cm - Centímetro m - Metro km - Quilômetro DE SUPERFÍCIE: mm² - Milímetro quadrado cm² - Centímetro quadrado m² - Metro quadrado km² - Quilômetro quadrado
DE VOLUME: mm³ - Milímetro cúbico cm³ - Centímetro cúbico m³ - Metro cúbico ml - Mililitro L - Litro
DE VAZÃO: m³/s - Metro cúbico por segundo
DE MASSA: mg - Miligrama g - Grama kg - Quilograma t - Tonelada
DE POTÊNCIA: W - Watt kW - Quilowatt MW - Megawatt
DE TEMPERATURA: ºC - Grau Celsius
DE VELOCIDADE: m/s - Metro por segundo km/h - Quilômetro por hora
Unidades federativas
AC Acre
MA Maranhão
RJ Rio de Janeiro
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
AL Alagoas
MG Minas Gerais
RN Rio Grande do Norte
UnB - Universidade de Brasília
AM Amazonas
MS Mato Grosso do Sul
RO Rondônia
Uneb - Universidade do Estado da Bahia
AP Amapá
MT Mato Grosso
RR Roraima
Unesco - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
BA Bahia
PA Pará
RS Rio Grande do Sul
CE Ceará
PB Paraíba
SC Santa Catarina
Unifacs - Universidade Salvador
DF Distrito Federal
PE Pernambuco
SE Sergipe
Unifesp - Universidade Federal de São Paulo
ES Espírito Santo
PI Piauí
SP São Paulo
USP - Universidade de São Paulo
GO Goiás
PR Paraná
TO Tocantins
UFPE - Universidade Federal de Pernambuco UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Bahia, Brasil: Vida, Natureza e Sociedade / [Sueli Angelo Furlan, coordenadora de conteúdo].
GOVERNO DA BAHIA
B A H I A , B R A S I L – V I D A , N AT U R E Z A E S O C I E D A D E
Jaques Wagner |
Vinicius Saraceni |
Otto Alencar |
governador
vice-governador
Felipe Seibel |
diretora pedagógica
Célia Maria Piva Cabral Senna |
Vários colaboradores. Bibliografia.
S E C R E TA R I A D A E D U C A Ç Ã O
ISBN 978-85-63222-22-0
Osvaldo Barreto Filho |
1. Bahia (Estado) - Aspectos ambientais 2. Bahia (Estado) - Descrição - Ensino fundamental
Paulo Pontes da Silva |
3. Bahia (Estado) - Geografia 4. Bahia (Estado) História 5. Cultura - Bahia (Estado) I. Furlan,
Eni Bastos |
Sueli Angelo.
Irene Cazorla | Paulo Assis |
Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil : Bahia : Estado : Vida, natureza e sociedade: Ensino fundamental 372.8 geodinâmica rua irmã pia, 422 - 12º andar 05335-050 são paulo sp tel. e fax: (55 11) 3768 9999
s u b s e c r e tá r i o
Anna Mey Doo Marmo |
chefe de gabinete
superintendente de educação profissional
c o o r d e n a d o r d e d e s e n v o lv i m e n t o d e e d u c a ç ã o s u p e r i o r
diretora-geral do instituto anísio teixeira
( i at )
s u p e r i n t e n d e n t e d e o r g a n i z a ç ã o e at e n d i m e n t o d a r e d e e s c o l a r
Ana Catapano |
superintendente de recursos humanos da educação
Wilton Teixeira Cunha |
c o o r d e n a d o r a d o t o pa
Cláudia Oliveira |
assessora de comunicação
–
t o d o s p e l a a l fa b e t i z a ç ã o
c o o r d e n a ç ã o d o n ú c l e o d e c o n t r o l e d e at o s a d m i n i s t r at i v o s
José Francisco Barretto Neto |
www.geodinamica.com.br
Aline Aliste |
assistente editorial
diretor de arte
editora de arte
Fernanda Pedroni |
diagramadora
Alessandro Meiguins | Caio Magalhães | Eduardo Lima |
p r oj e to g r á f i c o
c o n s u lt o r d e c o n t e ú d o
coordenador de produção
Ana Paula Alfano, André Gravatá, Antonio Afonso Cordeiro, Majoí Gongora,
diretor-geral
Francisca Alves |
Marcela Andrade |
editora
a n a l i s ta d e p r o j e t o
Juliane Kaori Matsubayashi | Isaac Barella |
o u v i d o r d a s e c r e ta r i a d a e d u c a ç ã o
Marina Spirandelli, Mauricio Acuña, Tiago Cordeiro e Yuri Vasconcelos | Gabriela Souza |
Izilda Canosa |
g e o p r o c e s s a m e n t o e i m a g e m d e s at é l i t e
pesquisadora de imagens revisora de cartografia
Ivana Gomes e Solange Martins | João Luiz Campinho Araújo | Washington Oliveira | Bruna de Andrade | Gabriela Chamelet | Juciléia Portugal |
gestor financeiro
a s s i s t e n t e a d m i n i s t r at i v a
suporte operacional
REALIZAÇÃO:
geodinâmica
129
revisoras de texto
r e p r e s e n ta n t e t é c n i c o d e v e n d a s
c o o r d e n a d o r a a d m i n i s t r at i v a
Rosiane Fonseca de Araujo |
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
pesquisadores
c o o r d e n a d o r a d e c o m u n i caç ão e p r oj e to s
Luiz Fernando Messias Bissoli |
Maria Elena Simielli |
INICIATIVA:
coordenadora de conteúdo
coordenadora editorial
Clara Werneck Massote |
s u p e r i n t e n d e n t e d e a c o m pa n h a m e n t o e a v a l i a ç ã o d o s i s t e m a e d u c a c i o n a l
Nildon Pitombo |
CDD-372.8
Diana Gonçalves |
s u p e r i n t e n d e n t e d e d e s e n v o lv i m e n t o d a e d u c a ç ã o b á s i c a
Antonio Almérico Biondi Lima |
coordenadora pedagógica
Sueli Angelo Furlan (geografia - usp) |
s e c r e tá r i o d a e d u c a ç ã o
Aderbal de Castro Meira Filho |
Amélia Maraux |
14-02188
diretor de conteúdo
Julia Pinheiro Andrade |
-- São Paulo : Geodinâmica, 2014.
diretor-geral
BAHIA, BRASIL: VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
suporte operacional
-
nordeste
em materiais grá cos
odo material “certi cado” deve carregar o selo FSC.
aplicação do selo segue normas de caracterização de dade visual determinadas pelo FSC:
ores e Formas: do - Positivo ou Negativo em Pantone 378, retrato ou paisagem;
Cert no. XXX-XXX-XXXX
Cert no. XXX-XXX-XXXX
rt no. XXX-XXX-XXXX Cert no. XXX-XXX-XXXX
Positivo ou Negativo, retrato ou paisagem.
Cert no. XXX-XXX-XXXX
Cert no. XXX-XXX-XXXX
ert no. XXX-XXX-XXXX Cert no. XXX-XXX-XXXX
Este livro foi composto nas fontes Adobe Caslon Pro e DIN, em papel Couché
115 g/m , impresso offset na gráfica Pancrom19mm em maio de 2014 Retrato (nãoFoscopode ser emmenor que de altura) e Paisagem (não pode ser r que 11mm de altura). 2
CACHOEIRA DO MOSQUITO – LENÇÓIS, BAHIA, BRASIL
FOZ DO RIO UNA – UNA, BAHIA, BRASIL
PERNAMBUCO
AMAZONAS
PIAUÍ
INICIATIVA:
geodinâmica
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
PALMAS
MARANHÃO
geodinâmica
PARÁ
ALAGOAS
TOCANTINS
MACEIÓ
SERGIPE ARACAJU
DISTRITO FEDERAL
GOIÁS CUIABÁ
BRASÍLIA
GOIÂNIA
ISBN 978-85-63222-22-0
BOLÍVIA MATO GROSSO DO SUL
9
788563 222220
BAHIA, BRASIL
MATO GROSSO
V I DA , NAT U REZ A E S O C I EDA D E
TOCANTINS
BAHIA SALVADOR
GOIÁS
MINAS GERAIS
BAHIA, BRASIL VIDA, NATUREZA E SOCIEDADE