CÓDIGO ABERTO

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ATELIÊ ABERTO CÓDIGO ABERTO ABRINDO CÓDIGOS CURADORIA PRODUÇÃO EXECUTIVA PRODUÇÃO COMUNICAÇÃO MÓDULO I [CIDADE] MÓDULO II [CORPO] MÓDULO III [TECNOLOGIA] MÓDULO IV [IMAGINÁRIO] ABRINDO CÓDIGOS ORGANOGRAMA PESQUISA DE PÚBLICO EQUIPE FICHA TÉCNICA

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ATELIÊ ABERTO

Fundado em 1997, o Ateliê Aberto é um organismo que investiga, idealiza e fomenta novos processos de gestão e criação em cultura contemporânea. Este laboratório permanente de processos colaborativos e de convívio é estruturado em três frentes coexistentes que se relacionam entre si: espaço cultural, criação e desenvolvimento de projetos e prestação de serviços. O Ateliê propõe residências, ações, exposições, intervenções, mostras e debates ampliando as possibilidades de produção e pesquisa. O espaço se tornou um articulador de ideias e experiências, promovendo reflexão social, cultural e política, trazendo à tona novas possibilidades de compreender nosso contexto. Ao expandir o espaço físico de sua sede e os espaços expositivos convencionais, rompe com o distanciamento entre diferentes áreas do conhecimento e aproxima o público dos artistas. www.atelieaberto.art.br 4


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Código Aberto é um projeto de ocupação anual do Ateliê Aberto, patrocinado pela Petrobras, que busca investigar e expor os mecanismos e processos da produção e criação contemporânea. Partindo da triangulação - artista, público e contexto - o projeto procura investir em processos compartilhados, experimentais e transdisciplinares. Com atividades internas e externas, o programa se divide em quatro módulos: Cidade, Corpo, Tecnologia e Imaginário. Juntos, esses eixos proporcionam um diálogo com o nosso tempo. Dentro de cada módulo, o Ateliê convidou artistas para residir, durante o período de quinze dias, em sua sede. Nesse período, o artista desenvolveu um workshop de quatro dias em que expôs seu trabalho e processo criativo, além de realizar exercícios e ações externas de criação compartilhada com os participantes. Essa relação direta do artista com o público, sem mediação, possibili-

ta uma nova forma de compreender o processo de criação, através de uma aproximação. Além do workshop, cada artista realizou uma intervenção na fachada do espaço - projeto rotineiro do Ateliê Aberto chamado RUA (Ruídos Urbanos Amplificados) transbordando o espaço expositivo na busca por um diálogo com o entorno. Cada ocupação foi composta pelas intervenções e trabalhos que se desdobram dessa vivência do artista na cidade, pensados especificamente para o espaço. As diferentes formas pelas quais os artistas se apropriam e pensam o espaço, transformam e alteram a maneira como o percebemos e como o experimentamos. A ocupação é uma forma de repensar o espaço e as relações que partem dele. A cada abertura das ocupações, convidamos um grupo/artista para uma apresentação audiovisual no projeto sonZeira, que surge não apenas como uma forma

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de atrair público, mas também de possibilitar, através do som e da imagem, encontros e desencontros com cada módulo proposto, trazendo mais uma camada de criação de sentidos. Durante a visitação de cada ocupação, período de quarenta e cinco dias, o Ateliê Aberto convidou um curador para realizar uma mostra de vídeos no porão do espaço, o CineCaverninha, seguida de uma conversa aberta. Cada seleção é um recorte proposto em torno do eixo de cada módulo e não está, necessariamente, em diálogo com a ocupação, podendo funcionar como ruído. Além das atividades, o projeto buscou outras ferramentas para 6

auxiliar na abertura dos códigos: criação e compartilhamento de conteúdo através das redes sociais, entrevistas, criação de vídeos, além desta publicação, que, mais do que apenas um registro do projeto, instaura um novo espaço de diálogo, abrindo o funcionamento e estrutura de nossos processos de trabalho e a evolução do projeto. O projeto Código Aberto parte de um desejo de transformação de relações estabelecidas, seja dentro ou fora do sistema da arte contemporânea, produzindo uma forma de trabalho ética e aberta, suscitando reflexões e questionamentos do próprio fazer enquanto ato criativo.


PROGRAMA

MÓDULO I - CIDADE

março, abril e maio de 2014 COLETIVO CONVIDADO | SHN [SP] CURADORIA CINECAVERNINHA FRANCISCA CAPORALI [MG] E ALEJANDRO HAIEK [VENEZUELA] SONZEIRA | SHN [SP] MÓDULO II - CORPO

julho, agosto e setembro de 2014 ARTISTA CONVIDADO RODRIGO BRAGA [AM] CURADORIA CINECAVERNINHA ANDRÉ SEVERO [RS] SONZEIRA | DJ BARATA [SP] MÓDULO III - TECNOLOGIA

outubro, novembro e dezembro de 2014 ARTISTAS CONVIDADOS | ARUAN MATTOS E FLAVIA REGALDO [MG] CURADORIA CINECAVERNINHA MARCIO HARUM [SP] SONZEIRA | JOVEM PALEROSI [SP] MÓDULO IV - IMAGINÁRIO

janeiro, fevereiro e março de 2015 ARTISTAS CONVIDADOS CARLA BARTH [RS] CURADORIA CINECAVERNINHA CAUÊ ALVES [SP] SONZEIRA | DJ PAULÃO [SP] www.facebook.com/abrindocodigos

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ABRINDO CÓDIGOS CURADORIA

As palavras, ao mesmo tempo que sofrem de um constante esvaziamento, podendo perder seu referencial, aglutinam outros sentidos e possibilidades de interpretação. Na tentativa de um diálogo, ao escolher uma palavra, ao mesmo tempo que desenhamos e delimitamos um sentido, acabamos anulando diversas outras forças que a acompanham. As palavras não dão conta de sintetizar as inquietações do campo de forças, mas, é nessa direção, nessa busca, que a linguagem se torna um organismo vivo. Sempre tivemos uma relutância em usar o termo curadoria para nomear nosso processo de escolha e trabalho com os artistas no Ateliê Aberto. Por vezes, usamos os termos idealização ou concepção. Optamos por usar o termo curadoria nesse projeto na tentativa de oxigenar a própria palavra enquanto vivência e troca para além da proposição de ideias, obras, discurso, organização espacial e estética. A curadoria do Ateliê Aberto é pautada nessa articulação para proporcionar encontros. Os curadores são mediadores nesta confluência de forças, são o ponto de intersecção, dentro da equipe, que facilita vários processos levados a cabo no desenvolvimento de um projeto. Também têm o poder de reunir todos os envolvidos no projeto, criando canais de comunicação entre todos os atores. Diferentemente de um sentido tradicional, de articulação de obras prontas com a finalidade de producão de um discurso, de uma releitura histórica, a curadoria é propositiva e processual, intensificando sua dimensão de experimentação. Como sua finalidade é o próprio processo e a produção de relações dentro dele, abrimos uma brecha ao incerto, ao imprevisível, ao inacabado. O cuidado dentro desse processo deve ser redobrado e a sensibilidade atrelada a uma postura ética e política é crucial nessas articula8


ções. Lidamos com pessoas, com afetos. O espaço autônomo é, antes de tudo, um lugar de escolha onde se permite, já que se pode fugir da lógica do mercado de arte, pensar formas de potencializar o trabalho de um artista, sua relação com o público e, muitas vezes, intensificar as arestas, sair de uma zona de conforto. A curadoria do projeto Código Aberto parte de uma pulsão, vontade de compartilhamento de conhecimentos e experiências. Em toda pulsão existe um movimento e nesse deslocamento nunca retornamos os mesmos. O convite aos artistas e curadores do projeto nasce de um desejo de aproximação na busca desse compartilhar. Alguns dos envolvidos já trabalharam anteriormente com o Ateliê Aberto. Outros, há tempos, estávamos articulando possibilidades. Houve ainda os que receberam nosso contato pela primeira vez. Os módulos, mais do que temas, são pensados como disparadores iniciais de uma conversa, uma forma de aproximar o contexto com a produção contemporânea em vez de girar em torno dela mesma. Cidade, corpo, tecnologia e imaginário são partes de um todo insolúvel, que é vida e a arte é a força que a coloca em movimento. Independemente da palavra ideal para denominar essa proposta de trabalho, o que é realmente importante é como isso tudo acontece, como ela existe para além da proposição. A busca da curadoria é por contaminação, permitindo desorganizar e resiginificar relações e visões estabelecidas para produzir um pensamento novo. Agradecemos imensamente esse ano de compartilhamento de ideias, afetos e processos não precisos e esperamos que esse projeto seja um início de uma longa conversa, de futuros desdobramentos. 9


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ABRINDO CÓDIGOS PRODUÇÃO EXECUTIVA

FINANCEIRO Ao começo de cada projeto, é elaborado um planejamento que determina a gestão dos recursos. Este planejamento é feito a partir do cronograma de desembolso do patrocínio ou prêmio a ser recebido, ou seja, depende da quantidade de parcelas e requisitos para o pagamento de cada parcela. Geralmente, uma parcela, que varia entre 25% e 75% do pagamento dos sócios do Ateliê Aberto, acontece somente após a aprovação da prestação de contas.

Q uando há disponibilidade de recursos, uso preferencial de internet banking para realização de pagamentos de despesas, prestadores de serviço e fornecedores. As despesas decorrentes do uso dos espaços do Ateliê Aberto, da contratação de serviços de telefone e internet, fornecimento de energia e água, são custeadas com verba dos projetos sempre que disponível.

O pagamento dos recursos humanos é feito através de transferência online, ou depósito em cheque, até 2 dias após recebimento de nota fiscal. Uma vez realizada a transferência ou depósito, o contratado é notificado por e-mail. A forma de pagamento acontece conforme especificado abaixo: 1| ARTISTAS E PRESTADORES DE SERVIÇO: duas parcelas, uma no início

dos serviços e outra após a finalização; 2| CURADORES: uma parcela após serviço iniciado; 3| CURADORES [CINECAVERNINHA]: uma parcela após serviço concluído; 4| PRODUTOR EXECUTIVO, PRODUTOR GERAL, COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO, PRODUTOR E ATENDENTE: doze parcelas, uma por mês,

a primeira após a finalização do primeiro mês. 10


A o fim de cada mês, é levantada a movimentação financeira de cada projeto a partir de extrato bancário e feita a juntada de notas. Este conteúdo é produzido em duas vias, sendo uma a ser encaminhada ao contador e outra para arquivamento no Ateliê Aberto. Desta forma, os documentos fiscais necessários para a prestação de contas vão sendo organizados durante a realização do projeto. A partir da movimentação do mês, dá-se baixa da verba em uma planilha que controla os gastos dentro de cada rubrica do orçamento e fornece o saldo atual em conta. A mesma planilha também contém as informações relativas a verbas remanejadas. Isso proporciona segurança para dispor dos recursos. JURÍDICO

E laboração de minutas e assinatura de contratos com artistas, assessor de imprensa, fotógrafo, designer gráfico, produtor e atendente, estabelecendo o escopo dos serviços prestados, obrigações do contratado e do contratante, prazos, valores e formas de pagamento. FISCAL

S olicitação de nota, fornecimento de dados para emissão e recebimento de notas através de e-mail (quando nota fiscal eletrônica). I nformação ao contratado sobre possíveis retenções de impostos, quando se aplica. O pagamento de impostos é feito com rigor, já que a emissão de certidões negativas é pré-requisito para assinatura de contratos entre o Ateliê e entidades patrocinadoras, instâncias públicas gestoras de editais e contratantes de serviços. 11


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ABRINDO CÓDIGOS PRODUÇÃO

A presentação do projeto para o patrocinador. A presentação do projeto para a Secretaria Municipal de Cultura e Secretaria de Planejamento e Urbanismo - para parceria nas atividades externas. O btenção do Alvará de funcionamento do espaço - reformas físicas e estruturais no espaço, procedimentos necessários com o Corpo de Bombeiros, solicitação e obtenção de documentos, compra de equipamentos de segurança e sinalização no espaço. F ormação de equipe - divulgação nas redes sociais, entrevistas e seleção da equipe. C ontato permanente com os artistas e curadores para acertos de agenda, viagem, especificações e necessidades de pré-produção, montagem, transporte e materiais para workshop. I nterface direta entre curadoria, artistas e equipe do Ateliê Aberto para execução dos projetos dos artistas. I nterface direta com comunicação (demandas de informações e conteúdo) e produção executiva (coleta de dados dos artistas, pesquisas e orçamentos, compras, pagamentos e informações para alvará e uso de espaços externos junto à Prefeitura de Campinas). M anutenção do espaço Ateliê Aberto para receber o projeto, artistas, curadores e atividades - funcionamento, limpeza, agendamento de serviços como faxina, jardineiro, pintor, eletricista, segurança, compra de matérias necessários. 12


R ecepção dos artistas e curadores - traslado e organização do espaço de residência e trabalho durante a estadia. D esenvolvimento de um Manual do Residente com serviços, dados e contatos para a estadia do residente. S uporte e acompanhamento na estadia do artista para deslocamento, compra de materiais, pesquisas necessárias, contatos de prestadores de serviço (criação de uma lista comum). M anutencão dos materiais e equipamentos de uso geral do Ateliê Aberto. P esquisa, orçamentos e agendamentos de prestadores de serviços para montagem, materiais e serviços solicitados pelos artistas. M ontagem das ocupações (montagem estrutural dos projetos, pintura, iluminação, sinalização), CineCaverninha (coleta de materiais e preparação de cada mostra) e workshops (materiais para realização). D esmontagem (embalagem, transporte e retorno do espaço para uso do próximo artista), pintura, iluminação e estruturas. O rganização e funcionamento das aberturas e CineCaverninhas (compra dos produtos para o bar, limpeza, segurança, comandas de entrada, fechamento do bar). Funcionamento e manutenção permanente do espaço.

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ABRINDO CÓDIGOS COMUNICAÇÃO

B usca por parceiros e multiplicadores de conteúdo: Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, Universidade Estadual de Campinas, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Festival do Instituto de Artes da UNICAMP, Campinas e Região Convention & Visitors Bureau, grupos, núcleos e espaços de artes visuais em Campinas e região, agentes culturais influentes na cidade (produtores de eventos, blogueiros, professores, jornalistas, críticos e artistas) e redes de espaços autônomos e equipamentos culturais, como Artlyst, Gestíon Autónoma de Arte Contemporáneo, Canal Contemporâneo, Mapa das Artes e Circuitos da Desdobra. C oleta de conteúdo com artistas, curadores e participantes do projeto (currículo, mini-biografia, links, vídeos, artigos, portifólio, ensaios, imagens, trabalhos anteriores, entre outros materiais). Divulgação anterior à chegada dos convidados com intuito de construir um repertório aberto ao público em potencial - formado de trabalhos anteriores, suas formações, seus processos. S eleção, coordenação, planejamento e acompanhamento da equipe de comunicação, composta por: um assistente de comunicação, voluntário, programador, designer, assessoria de imprensa, fotógrafos e videomakers. A rticulação e aprovação entre as coordenações e o patrocinador do projeto referente aos conteúdos, peças de divulgação e produtos finais do projeto. 14


C oordenação e acompanhamento da recepção do público pelo assistente de comunicação. C ompartilhamento e produção de conteúdo específico referente ao projeto para mailing, peças de divulgação, redes sociais, sites, redes, assessoria de imprensa, equipe, prestadores de serviço, convidados, parceiros e multiplicadores. Desenvolvimento e acompanhamento da identidade visual do projeto. P lanejamento de comunicação com assessoria de imprensa coerente com orçamento e com a proposta do projeto. Foram realizados três releases por módulo, um primeiro, referente a todas as atividades com o foco no workshop, ação externa e residência; um segundo, à abertura da ocupação; um terceiro, à programação do CineCaverninha e visitação da ocupação. Além do release de cada módulo, foi realizado um release geral com todo o programa (no início do projeto) e um release final referente ao fechamento e lançamento da publicação. R eestruturação do site do Ateliê Aberto e criação de arquivo de pesquisa. Criação e atualização de conteúdo para o site do Ateliê Aberto e de parceiros. C riação de página do facebook específica para o projeto. Criação de eventos para cada atividade do projeto. Multiplicação de conteúdo do projeto na página e perfil do Ateliê Aberto no Facebook. 15


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C riação e compartilhamento de conteúdo do processo de montagem, residência, produção dos trabalhos e das próprias atividades, através de vídeos, fotografias e textos. P esquisa e compartilhamento de conteúdos de outra origem que se relacionem com a temática de cada módulo - com intuito de intensificar o diálogo e aprofundar a pesquisa. C riação de uma interface direta com o público. Realização de questionário por atividade de cada módulo, pesquisa pautada em três frentes: perfil de público, divulgação e programação. As pesquisas foram readequadas de acordo com o andamento e retorno de cada módulo. C oordenação, aprovação e compartilhamento das peças de divulgação. Todas as peças foram virtuais, sendo realizado três convites por módulo: um com programa geral com o foco no workshop, ação externa e residência; outro para abertura da ocupação e o último para o CineCaverninha, com conversa aberta. Além de compartilhados nas redes sociais, os convites foram enviados para o mailing do Ateliê Aberto e para o mailing dos parceiros e multiplicadores. C oordenação, idealização, acompanhamento da execução dos produtos do projeto: criação de vídeos para cada módulo do projeto e publicação. Compartilhamento e disponibilização dos vídeos e da publicação para download em canais da internet. 16


A nálise das pesquisas realizadas e criação de novas estratégias para alcance de público. Foram realizadas planilhas, gráficos e relatórios de acordo com a frequência do público e o retorno dos questionários. Parte dessa pesquisa pode ser vista no final dessa publicação. E xecução e compartilhamento de clipping com as matérias e notas virtuais, impressas e o alcance midiático do projeto. Busca por uma relação aproximada da imprensa com os artistas e curadores, através de entrevistas para produção e disseminação de um conteúdo mais aprofundado nas mídias. C riação e envio de material para os artistas, curadores e prestadores de serviço. Após cada módulo do projeto, enviamos as imagens, vídeos e o clipping do módulo para todos os envolvidos. E xecução de relatório para patrocinador contendo estratégias, contrapartidas, objetivos, pesquisas e alcance do projeto.

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RESIDÊNCIA, WORKSHOP E OCUPAÇÃO SHN [SP] SONZEIRA SHN [SP] CURADORIA CINECAVERNINHA + CONVERSA ABERTA FRANCISCA CAPORALI [MG] E ALEJANDRO HAIEK [VENEZUELA]

MÓDULO I

RESIDÊNCIA SHN [COLETIVO DE ARTISTAS CONVIDADO]

24 de março a 8 de abril WORKSHOP SERIGRAFIA

SHN 31 de março, 1, 2 e 3 de abril 15h – 19h | Duração: 16h MAPPING

Vj Ortega 2 e 3 de abril 15h – 19h | Duração: 8h OCUPAÇÃO ABERTURA

7 de abril | 19h – 22h
 sonZeira: SHN VISITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

2ª a 6ª | 14h –19h 8 de abril a 23 de maio
 CINECAVERNIHA

Francisca Caporali e Alejandro Haiek 24 e 25 de abril THE PUBLIC MACHINERY CONVERSA ABERTA

Alejandro Haiek 25 de abril | 15h CONVERSA ABERTA COM OS CURADORES

25 de abril | 18h30 www.atelieaberto.art.br/cidade 20


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Pensar a CIDADE, proposta do Módulo I do Código Aberto, certamente é um dos impulsos mais recorrentes sentidos pelos artistas hoje. Seja sob a ótica da ocupação do espaço público, da política, da mobilidade urbana, da arquitetura e paisagem e/ou das relações interpessoais e convivência, é tentador para um artista voltar-se para a cidade. Um dos caminhos possíveis é o despertar da sensação de pertencimento: a cidade como corpo, o cidadão como célula e uma infinidade de possibilidades de interação entre elas. Perten(ser) é o único caminho, reconhecer o outro é como perceber o próprio pé. Em decorrência das relações estabelecidas entre as células, sejam elas espontâneas, intuitivas ou inevitáveis, formam-se tecidos responsáveis pela construção de seres inanimados feitos basicamente de asfalto, concreto e tijolos. A dependência entre o corpo vivo e o não vivo gera categórica unidade. Mas, a existência do não vivo está condicionada pelo desejo das pessoas em construir. Assim, torna-se propriedade de todas, de algumas ou de uma única célula. O que define a personalidade deste corpo único é a relação de cada cidadão com o famigerado espaço público, propriedade de todos. Para além de assumir o domínio, cuidando e preservando sua existência, faz-se necessário um papel mais contundente, onde cada célula, individual ou coletivamente, compromete-se a defini-lo em essência. Seja através de interferências efêmeras, seja promovendo modificações permanentes, todos somos agentes autônomos e transformadores. A cidade é feita de pessoas. 21


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MÓDULO I

Originalmente multidisciplinar, a produção do coletivo de artistas SHN não é pensada para ocupar galerias imaculadas e museus ortodoxos. Com desejo e ânsia por ocupar o espaço público, seus projetos são feitos para serem dissolvidos entre os seres inanimados da cidade: muros, postes, fachadas, mobiliário urbano ou qualquer outra superfície construída. Tendo como força intrínseca o fazer, o coletivo produz freneticamente, combinando práticas artísticas - como a produção e aplicação de lambe-lambe e stickers, a tatuagem e a performance audiovisual – a eventos que envolvem também música e diversão. Em suas sedes em Americana e São Paulo ou através de seu website, também é possível adquirir peças e acessórios de confecção própria, braço importante para o mantenimento do coletivo. Através de sua atitude comprometida, o SHN sobrepõe sua arte e reclama posse. Com curadoria de Alejandro Haiek e Francisca Caporali, a mostra no CineCaverninha discutiu a fluidez e permeabilidade das cidades contemporâneas. A seleção de produções audiovisuais busca despertar uma reflexão acerca das organizações espaciais: a fronteira não é uma linha única de separação que desemboca em um vazio, é como um rio e suas margens. 22


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SERIGRAFIA COM SHN [WORKSHOP]

Os participantes acompanharam o processo de criação do SHN, produzindo coletivamente, nas ruas e dentro do Ateliê Aberto, os contéudos da ocupação. Durante o workshop foram produzidos (através da serigrafia) stickers inspirados nas icônicas imagens utilizadas pelo SHN em seus trabalhos. Munidos, os participantes saíram para uma ação de colagem dos stickers no entorno do Ateliê Aberto. A localização de cada um foi sinalizada em um grande mapa da região - pintado em uma das paredes da galeria do Ateliê. Também foi feito um registro fotográfico desta ação cujo conteúdo deu origem a novas peças produzidas em fotolito, reveladas, impressas e instaladas ao lado do mapa.

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MAPPING COM VJ ORTEGA [WORKSHOP]

Foram abordados os métodos e ferramentas de produção de VideoMapping - técnica de projeção em superfícies irregulares que, através de mapeamento de arquitetura, corpos e objetos, permite que o artista controle e desenhe a luz da projeção. Fazendo uso dos softwares Modulo 8 e MadMapper, os participantes mapearam um cenário criado especialmente para o workshop.

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MÓDULO I

sonZeira: video-mapping e discotecagem do SHN na abertura

SHN BIO SHN é um grupo artístico multidisciplinar originado na cidade de Americana, interior de São Paulo. Ao núcleo inicial, formado pelo arquiteto Haroldo Paranhos, pelo tatuador Daniel Cucatti e pelo historiador Eduardo Saretta, juntaram-se Kleber Botasso, Rogério Fernandes (a.k.a. CDR), André Ortega e Marcelo Fazolin. O grupo foi criado com o objetivo de agregar pessoas em torno de uma ideologia inspirada pelo do it yourself (faça você mesmo) e expressa por uma arte coletiva e vivencial. Seus integrantes experimentaram processos colaborativos, integrando trabalhos pessoais e mobilizando uma comunidade local e internacional de parceiros e admiradores. Hoje, depois de 14 anos juntos, o coletivo conquistou um espaço próprio e original dentro do circuito tradicional da arte contemporânea, além de relevante atuação no cenário internacional da street art ou arte urbana. shn2012.tumblr.com 48


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CINECAVERNINHA

Fica inviável pensar as nossas cidades sem reparar o quão pouco fluidas e permeáveis elas são. A permeabilidade é um dos conceitos que permitem um ambiente construído ser vital. Ela é representada pelo potencial de um espaço urbano oferecer possibilidade de caminhos através dele e para outros pontos da cidade. As fronteiras tentam cada vez ser menos hostis. Os prédios de luxo substituem suas antigas grades por enormes barreiras de ‘blindex’, exibindo à rua seus belos jardins. Os condomínios de casas de luxo fazem desaparecer suas cercas com densa vegetação. Apesar de diminuírem o impacto visual que as grades causavam e sugerirem uma integração espacial, as fronteiras continuam existindo, separando o dentro e o fora, o público e o privado, quem entra e quem não. Foi a crítica a estas organizações espaciais que nos conduziram aos trabalhos audiovisuais que compõem esta mostra. Todos, cada um a sua maneira, mostram que a fronteira é sempre dupla, nunca uma única linha de separação ou transgressão que chega a um vazio, mas uma linha que beira dois lados e que tem a função de inclusão e exclusão. “Como pular uma cerca” mostra a dupla de artistas ‘thislandyourland’ explorando os limites quase invisíveis entre a paisagem natural dos arredores de Belo Horizonte e a dos condomínios de luxo. Já “Um lugar ao sol” evidencia uma fronteira de altimetria existente mesmo entre os condomínios mais ricos e mostra moradores de coberturas que se gabam de nunca serem vistos por outros. Em “Danger keep out”, um homem desrespeita regras, se expõe ao perigo anunciado. “Newtown Creek” mostra a falta de cuidados com as fronteiras urbanas naturais. “Circunvalacion” trata de uma fronteira concreta e de um urbanismo contemporâneo que, assim como o blindex dos edifícios ricos, tenta separar áreas das cidades de uma maneira mais imperceptível, mas não menos eficaz. FRANCISCA CAPORALI E ALEJANDRO HAIEK

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MÓDULO I

PROGRAMA I [71’]

CONVERSA ABERTA COM OS CURADORES

Sessões: 14h, 16h30 e 18h30

25 de abril | 18h30

PROGRAMA II [41’29’’]

Sessões: 14h e 17h

THE PUBLIC MACHINERY CONVERSA ABERTA

Alejandro Haiek 25 de abril | 15h [1]

[1] UM LUGAR AO SOL GABRIEL MASCARO

71’ | Brasil, 2009 O documentário aborda o universo dos moradores de coberturas de prédio das cidades de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O diretor obteve acesso aos moradores das coberturas através de um curioso livro que mapeia a elite e pessoas influentes da sociedade brasileira. No livro são catalogados 125 donos de cobertura. Destes 125, apenas 09 cederam entrevistas. Através dos depoimentos dos moradores de cobertura, o filme traz um rico debate sobre desejo, visibilidade, insegurança, status e poder e constrói um discurso sensorial sobre o paradigma arquitetônico e social brasileiro. 50

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[2] COMO PULAR A CERCA THISLANDYOURLAND*

[4] NEWTOWN CREEK LAURA CHIPLEY

05’28”| Brasil, 2010 Para realizar um passeio ecológico de domingo foram necessárias negociações, jeitinhos, invasões, puladas de muros e cercas. Isso para garantir o acesso a diversas áreas pertencentes a empresas, condomínios, mineradoras e reservas ambientais. Com a privatização das terras da região metropolitana de Belo Horizonte (MG), os acessos aos bens naturais são cada vez mais restritos. Temos dificuldade em ver o que é público como nosso. Podemos ver o que é privado como nosso? *thislandyourland é formado pelas artistas Ines Linke e Louise Ganz e desenvolve trabalhos em diversas mídias que relacionam arte, natureza e cidade.

10’ | Nova York, 2010 O Newtown Creek é uma das massas de água mais poluídas nos Estados Unidos. O vídeo revela um mundo oculto das águas que separam os distritos de Brooklyn e Queens. Newtown Creek foi inicialmente criado para compor a instalação “Forest” do coletivo Urban Homesteading Project.

[3] DANGER KEEP OUT RICARDO MEHEDFF E FRANCISCA CAPORALI

4’ | Nova York, 2009 Em uma típica manhã, os percalços de um homem que procura um lugar para ler seu jornal ao sol. O vídeo foi criado durante o workshop com a artista iraniana Shirin Neshat que lançou ao grupo o exercício de pensar bordas e fronteiras.

[5] CIRCUNVALACIÓN PILAR ORTIZ

22’01 | Chile, 2010 Circunvalación mergulha nas novas vias urbanas de Santiago e mostra o impacto delas sobre a paisagem, bairros e comunidades. Viajando pelo Circunvalación Américo Vespucio, o vídeo explora, através da observação do espaço urbano e de entrevistas com pessoas envolvidas e afetadas por este grande projeto, paisagens e narrativas que evidenciam os conflitos decorrentes do grande desenvolvimento econômico do país e da forma como o espaço urbano é criado em Santiago (Chile).

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BIO Francisca Caporali é uma das fundadoras do JA.CA – Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnologia, onde exerce a função de Coordenadora Artística. Desde 2012 é professora da Escola Guignard – UEMG. Francisca graduou-se em Comunicação Social pela UFMG, tendo concluído Master em Arte pelo MECAD / ESDi, em Barcelona e em Fine Arts, pelo Hunter College de Nova Iorque, com bolsa da American Association for University Women. Participou de várias residências, como artista e gestora, além de ter organizado exposições e eventos, destacando-se o Noite Branca no Parque, em 2012. www.jaca.center

BIO Alejandro Haiek é diretor do LabProFab e do projeto The Public Machinery. Mestre em Projeto Arquitetônico pela Universidade Central da Venezuela, já atuou como professor convidado no Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Japão, México, Nova Zelândia, Porto Rico, EUA e Venezuela. Sua atividade está focada em projetos que promovem dinâmicas sociais e culturais, incluindo a arte, ciências aplicadas e inteligência local. www.labprofab.com 52

MÓDULO I

THE PUBLIC MACHINERY TRANSCRIÇÃO DE TRECHOS DA CONVERSA ABERTA COM ALEJANDRO HAIEK The Public Machinery, projeto idealizado por Alejandro Hayek, se concentra na produção de novas práticas e modelos de gestão urbana, refletindo sobre o papel disciplinar do arquiteto, do urbanista e do artista na construção da cidade como um suporte físico e operacional da sociedade contemporânea. Propõe um inventário de ações que permita trazer um novo olhar para a noção de mecanismos de cidadania e participação dentro do que chama de urbanismo tático, promovido por seus habitantes, e não unicamente por políticas públicas. “The Public Machinery ou La Machinaria Publica é um projeto que busca entender a sociedade contemporânea como uma engrenagem, como um mecanismo capaz de ser impulsionado


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por seus atores. Este é um tema que temos entendido através da cidadania, e isso tem a ver com as experiências e conhecimentos técnicos individuais, mostrando que é possível vincular as pessoas ou agentes a partir de uma ação muito mais mecânica, um maquinário que é movido, impulsionado, promovido pela força humana. Esta é uma analogia muito interessante para entender como a cidade constrói-se, reconstrói-se e reprograma-se, através da demanda, da necessidade, da experiência de seus habitantes. Nesse sentido, La Machinaria Publica aposta em uma missão de cidade que está muito mais ligada à participação humana, à participação coletiva, como uma força capaz de provocar uma transformação relevante na cidade contemporânea e não depender de planos de estado ou de altruísmo, assistencialismo e filantropia. É preciso entender que somos capazes de promover transformações importantes em nosso espaço urbano a partir da vinculação de nosso conhecimento e de nossas experiências a esta engrenagem complexa, que se dá com a cooperação, conexão, acordos, negociações, discussões e confrontações de seus habitantes.”

“O objetivo é promover e encontrar novos campos de ação para os jovens latino-americanos. Entendendo que eu esbarro na premissa de que a arquitetura tradicional esteja dentro de um estúdio, assumindo uma série de encargos. Entendemos que essa forma de exercer e impulsionar a construção da cidade é insuficiente. Me parece que todos são capazes de entender as oportunidades, sem respeitar a lógica clientelista de que qualquer preocupação em termos urbanos é possível de ser levada a cabo sempre que formos capazes de reformular nossas próprias práticas. Nos demos conta desse princípio porque sempre há uma intenção de realizar ações, embarcando no mundo do subversivo, irreverente, fora do normal e entendendo que são ações que podem dinamizar o entendimento do urbano. A rua não é uma malha de edifícios, mas um engenho humano, um espaço de participação, de confrontação, que leva ao campo do entendimento e formulação de ideias. Por isso é que chamamos de urbanismo subversivo. Está ligado a ações irreverentes que implicam numa certa denúncia pública, um certo despertar da população, respei53


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tando o entendimento que tem de seu próprio território. Urbanismo tático é um urbanismo cercado de ações que nos parecem muito mais relevantes, pois, essas ações seguem um princípio de produção que supera a noção da arquitetura, para que as pessoas caminhem por si próprias com uma certa autonomia. A programação da tática urbana é muito mais do que ações perenes. Ela permite a possibilidade de dar às pessoas recursos logísticos que possibilitam ao próprio cidadão transformar seu espaço, independentemente da ação do estado ou da ação privada. A maneira mais interessante de começar a entender o nosso território não é ficar esperando por ações do estado ou da instantaneidade do edifício que se constrói e depois pretende ter uma dinâmica cultural simplista; é entender como formalizamos, em estrutura, essa efervescência cultural, é um processo inverso, não é esperar que aquele edifício suporte todas as expectativas da comunidade, mas é começar a 54

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construí-lo a partir da expectativa social, da demanda por estrutura urbana, é um edifício que se transforma, que se reprograma e é capaz de autorizar-se, selecionar-se, respondendo às demandas sociais.” “Para nossa geração é difícil entender como se vive a partir do fracasso da utopia moderna e entender outras formas de habitar. As ações coletivas, as ações de caráter público, devem permitir um processo de consulta muito mais profundo no que diz respeito à cidade. O que o coletivo quer, não é uma cidade imposta, não é uma cidade da mão de Deus, ou uma cidade que se vê para as necessidades da comunidade. O coletivo quer uma cidade com um plano que se atualiza no dia-a-dia, que permite priorizar as transformações que efetivamente são necessidades básicas. A partir disso começa-se a projetar um futuro. É uma noção de que todo projeto pretende antecipar o futuro, mas, de alguma


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maneira, há de se pensar em uma base não instantânea, não imediatista, entendendo que ela é uma construção coletiva e uma conexão de ações individuais. A cidade não se constrói somente a partir de sua infra-estrutura, que é um fato do urbanismo contemporâneo que entende que todas as soluções estão em construir estruturas de transporte, estruturas de edifícios, etc. Claro, essas estruturas são necessárias, mas, muito mais importante, é entender que a cidade é construída a partir de nossa noção de cidadania, das relações humanas. Essas noções de cidadania são muito mais relevantes do que as estruturas. Pois, no momento em que entendamos que nossa capacidade disciplinar é capaz de transformar uma certa situação, uma certa problemática urbana, e começarmos a entender essa força braçal, essa machinaria, nossa força pública impulsionada a partir dessa machinaria coletiva, será capaz de gerar uma discussão que permite a participa-

ção cidadã, a participação global e local a fim de se tomar decisões das quais todos participem. Não é presumir que a culpa seja do Estado ou de uma pessoa que esta além da comunidade, pois todas as transformações relevantes que conseguimos em nosso território são advindas de nós mesmos e nós mesmos somos capazes de guiá-las. É preciso entender uma cidade que atualiza a si mesma, que se atualiza a partir de suas demandas e que é capaz de retomar a condução de um melhor caminho que pensa no dia-a-dia. É preciso olhar para a sua própria construção no futuro, uma construção que, passo a passo, nos será útil no futuro, que deve ter implícita o usuário, que é construída a partir das demandas e necessidades dos participantes. Nesse sentido, constrói-se a partir da experiência, do saber e do conhecimento coletivo. Isso não é responsabilidade de nenhum arquiteto, engenheiro ou político, é, sim, responsabilidade de todos como participantes urbanos.”

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CORPO 57


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RESIDÊNCIA, WORKSHOP E OCUPAÇÃO RODRIGO BRAGA [AM] SONZEIRA DJ BARATA [BA] CURADORIA CINECAVERNINHA + CONVERSA ABERTA ANDRÉ SEVERO [RS]

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RESIDÊNCIA RODRIGO BRAGA [ARTISTA CONVIDADO]

7 de julho a 22 de julho WORKSHOP O CORPO COMO ATITUDE E A IMAGEM TÉCNICA

Rodrigo Braga
 15, 16, 17 e 18 de julho 14h – 18h | Duração: 16h OCUPAÇÃO DE MATÉRIA MESTIÇA

Rodrigo Braga ABERTURA

21 de julho | 19h – 22h
 sonZeira: DJ Barata VISITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

2ª a 6ª | 14h –19h 22 de julho a 5 de setembro
 CINECAVERNIHA

André Severo 21 e 22 de agosto
 CONVERSA ABERTA COM O CURADOR

22 de agosto

www.atelieaberto.art.br/corpo 58


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Nos alimentamos de procedimentos cirúrgicos para aprofundar pesquisas e produzir pensamentos. Dissecamos, mutilamos, extraimos e implantamos. Nessas operações de fragmentacão muitas vezes perdemos a noção do todo. O corpo caiu nessa armadilha. Falamos, escutamos e pensamos no corpo diariamente, mas, na maioria das vezes, o corpo é tido apenas como veículo e mediador de sensações. Seja como suporte, ferramenta, meio ou apenas como imagem, o corpo hoje é a matéria que resta do pensamento e da alma. O segundo módulo do projeto Código Aberto busca, através de uma certa alquimia, interromper esse despedaçamento e juntar as partes para produzir um corpo que pensa - pensamento enquanto ação criativa. Um corpo que parte de um estado de passividade e mediação para produzir - dar existência - a pensamentos e desejos. Corpo que não obedece à lógica do organismo e da finalidade, que afeta e é afetado. O trabalho do Rodrigo Braga é um desses trabalhos que partem da potência da imagem que as palavras não dão conta. Não importa se o corpo do artista aparece, ou não, na imagem, ele está presente e existe enquanto ação. É através de uma mistura alquímica de materiais, suportes e linguagens, que o artista desorganiza a lógica de um corpo estabelecido. André Severo também rompe com os limites do corpo e da linguagem - inclusive as categorizações da arte - transformando as próprias fronteiras em linhas de fuga. É nesse cruzamento material, imaterial e simbólico de diferentes naturezas que o módulo inicia uma diálogo em torno do corpo e da experiência. 59


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DE MATÉRIA MESTIÇA [OCUPAÇÃO]

De matéria mestiça é a primeira intervenção site-specific do artista Rodrigo Braga, que, literalmente, quebra as paredes de um suposto “cubo branco”, ligando o interior ao exterior do espaço expositivo, ocupando, de uma só vez, a galeria e a fachada do espaço Ateliê Aberto. Sugere cruzamentos de relações simbólicas e físicas entre o mineral, vegetal e animal. O artista residente, tendo criado sua obra no local, lança mão de fotografia, ação corporal, edição de imagem e instalação, propondo que o público circule entre os elementos no espaço e faça suas próprias relações. 68


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O CORPO COMO ATITUDE E A IMAGEM TÉCNICA [WORKSHOP]

Considerando o corpo para além do aspecto fisiológico e não apenas como auto-imagem, o workshop muniu os participantes com conteúdos de práticas artísticas que levam em conta a utilização do corpo eminentemente enquanto atitude artística, seja através de performances ou cenas construídas. As discussões seguiram em torno do poder da imagem enquanto linguagem e expressão artística, explorando seu potencial para além do simples registro. Estruturada a partir de apresentações de slides de obras de artistas nacionais e internacionais, que versam sobre corpo e sua imagem (seja em movimento ou estático, seja o corpo humano ou não humano), a oficina analisou os imbricamentos da fotografia e do vídeo no contexto das artes visuais desde seus usos mais estabelecidos e até os dias atuais, quando, inclusive, hibridismos com outras linguagens se tornam mais comuns. O artista por trás e na frente da câmera e sua atitude enquanto criador, subvertendo e ampliando o poder do equipamento. 78


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RODRIGO BRAGA BIO Nascido em Manaus em 1976, logo mudou-se para Recife, onde graduou-se em Artes Plásticas pela UFPE (2002). Atualmente vive no Rio de Janeiro. Expõe com regularidade desde 1999 e em 2012 participou da 30ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 2009 recebe Prêmio Marcantonio Vilaça – Funarte/MinC; em 2010 o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, em 2012 o Prêmio Pipa/MAM-RJ Voto Popular e em 2013 o Prêmio MASP Talento Emergente. Possui obras em acervos particulares e institucionais no Brasil e no exterior (MAM-SP, MAM-RJ e Maison Européene de La Photographie – Paris, entre outros). www.rodrigobraga.com.br

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ABERTURA/ SONZEIRA DJ BARATA Na abertura da exposição, o DJ Barata assumiu o projeto sonZeira apresentando um set novo e exclusivo, livremente inspirado na temática ‘corpo’ e também nas estesias que o acometeram ao ver o trabalho do artista Rodrigo Braga. Saindo de sua zona mapeada, trouxe, por um lado, músicas que refletissem sobre corpo, abandono, estrada e criação; e por outro, sonoridades que nos aproximassem de elementos viscerais e primários como terra, fogo, metal, mato, sangue. Mas no lugar de apresentar um discurso previamente desenhado, o DJ buscou uma relação direta com o público e o ambiente, optando pela espontaneidade e fluidez.


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BIO Lucas Barata é natural de Salvador, Bahia. Sediado em São Paulo desde 2001 desenvolve atividades como DJ, produtor cultural, pesquisador musical e livre-radialista. Como DJ, se interessa mais particularmente pelos ambientes que a música pode ajudar a criar do que pelos processos de audição propriamente ditos. Defende a discotecagem como um motor de dinâmicas sociais, estéticas e festivas, como uma ferramenta de construção de espaços e relações. Passeia com segurança e tranquilidade pela história da música popular brasileira do último século, notadamente pelas sonoridades das décadas de 60 e 70, através das quais atinge as conexões da música brasileira com a música do mundo. No repertório, feito exclusivamente com discos de vinil, você ouve: samba de todas as ordens e tipos, música instrumental brasileira, tropicália, bossa nova e bossa jazz, latin jazz, latin soul, 60’s soul, funk old school, afrobeats e grooves em geral. www.djbarata.mus.br

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CINECAVERNINHA EXTENSÃO

Fonte de significado, realização, feito, atuação, desempenho, gesto – fronteira das linguagens. Como instrumento de grande eficácia tanto na articulação de culturas distantes quanto no encontro de cognições oriundas de vários campos do saber, a arte contemporânea configura um terreno aberto para o exercício da liberdade de entrecruzar conhecimentos, desmaterializar objetos, transfigurar realidades, interferir ou interagir com o ambiente e com a coletividade. Cada vez mais englobando diferentes formas de produção e reflexão, a realização artística, ao largo dos contextos históricos que formalizaram e consolidaram a sua linguagem, construiu um caminho longo e fértil de amplas experimentações e possibilidades expressivas. Neste caminho, evidenciaram-se certas dinâmicas de estruturação criativa – algumas 84

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delas baseadas na noção de performance e na possibilidade de registro do gesto artístico por meios audiovisuais – capazes de desbordar os limites das tradições históricas bem assentadas dentro das quais se conformaram as categorias de arte. Lugar de encontro, abstração do pensamento, subjetividade impregnada – alusão ao caráter enigmático da ação. Apoiada, nos seus primórdios como linguagem, na ideia de “obra de arte total”, de Richard Wagner, na qual todas as categorias artísticas deveriam ser reunidas em uma experiência totalizadora, a performance pode ser identificada como uma linguagem criativa que se destacou pelas proposições intervencionistas, anti-establishment, provocativas, não-convencionais e que colocaram em xeque o próprio objeto artístico como continente através do qual a arte se daria. Talvez por isso, as diversas possibilidades de reflexão que o termo performance levanta acabam, inevitavelmente, por nos conduzir a perceber a performance não apenas como uma categoria, um meio no qual se desenvolvem algumas propostas de arte, mas também como um instrumento conceitual de entendimento do


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movimento de criação. Espécie de interface através da qual o fazer e o perceber são ações criativas indissociáveis, a performance aparece hoje cada vez mais ligada a outras linguagens artísticas na tentativa de ampliar o modo como o corpo em ação pode ser entendido, apreendido e apresentado. Interior e exterior, temporalidade encarnada, corporeidade vivida – instâncias de pertencimento. Terreno que se presta, efetivamente, a um proveitoso desenvolvimento para miscigenações imagéticas, performáticas e poéticas, também o meio audiovisual vem configurando-se como um instrumento de expressão singular e ainda desobstruído para receituários pessoais capazes de aliar realidade e ficção, intuição e imaginação, linearidade e dessincronização, interpretação e adaptação, presença e memória, ambiências naturalistas e arranjos estéticos. Isto se deve sobretudo ao fato de que a arte que toma forma através de experimentos audiovisuais – ao aproximar-se do mundo produzindo imagens, metáforas, simbologias e ordenando de forma não linear corpo e mente, presente e passado, vivência e reminiscência, atualização e esvanecimento

– tem se mostrado cada vez mais consciente da potência de entrelaçamento expressivo de suas espessuras documentais e ficcionais. Além disso, quando aliadas a experimentações performáticas que intentam dilatar (espacial, temporal e tropologicamente) o instante da ação, do corpo e do gesto, pode-se notar que as possibilidades de registrar, editar e compartilhar o ato criativo através de meios audiovisuais não somente vêm contribuindo decisivamente para levar projetos performativos a excederem os limites comunicativos de apresentação do corpo (ou do sujeito) presente, como também vêm ajudando artistas que se utilizam de ferramentas audiovisuais a construir obras que colocam a vivência individual na fronteira oscilante que separa o entendimento de nossa realidade imediata de suas frações parafactuais. Emergência do tempo, recursos do corpo, permanência do passado, esferas autônomas – instâncias cruciais da expressão. Buscando iniciar uma reflexão que apostasse justamente na emergência da compossibilidade e da potência de justaposição dos terrenos da performance e do audiovisual, Extensão foi

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um pequeno projeto curatorial produzido para ser apresentado no Ateliê Aberto e que teve por referencial temático uma investigação sobre o corpo e a linguagem. Proposto inicialmente como uma seleção de trabalhos a ser apresentada no CineCaverninha – dentro do módulo Corpo do projeto Código Aberto –, Extensão acabou por tomar a forma de um filme-ensaio onde são elencadas articulações possíveis entre as produções audiovisuais de dois artistas contemporâneos brasileiros – o paraibano Marcelo Coutinho e a gaúcha Paula Krause – que, em suas poéticas individuais, vêm trazendo importantes questionamentos sobre as maneiras de ampliação da linguagem audiovisual e das possibilidades de registro e compartilhamento de performances artísticas; e o trabalho de dois cineastas de relevância histórica – Maya Deren e Artavazd Peleshian – que, através da extensão do registro direto do corpo em ação e da transformação documental e ficcional de paisagens e contextos naturais, contribuíram para o transmudamento de fronteiras entre os terrenos artísticos performativos e audiovisuais e produziram um 86

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importantíssimo corpo de obras capaz de fazer voltar nossa atenção para os processos de investigação e redefinição dos conceitos que animam e pluralizam a experiência artística. Estrutura, significado, direção, associação, dissociação, ressonância – conversão inevitável do olhar. Intentando, pois, demonstrar-se coerente com a circunstância de estarmos vivendo em um tempo em que grandes embates epistemológicos (entre corpo e mente) vêm se relativizando de forma mutual, o que esta curadoria almejou ressalvar, sobretudo, foi o fato de que uma das coisas que torna tão singular este momento histórico é a ocorrência de que, em poucos momentos da cultura ocidental, tivemos as fronteiras das linguagens que dão forma ao pensamento criativo tão alargadas e, por vezes, até mesmo, apagadas. Desta maneira, mais do que deixar evidente a potência de justaposição entre o instrumento performático e seus possíveis desdobramentos na interface audiovisual, o projeto buscou refletir sobre as bases do próprio hibridismo verificado na produção artística atual (que hoje transita, cada vez mais


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desembaraçadamente, por distintas áreas do conhecimento e modos de produção) para enfatizar a multiplicidade heterogênea do gesto criador que, conforme acredito, se conforma não somente em instâncias de controle, pertinência e objetividade, mas também (e simultaneamente) pelos foros de divagação, prostração e incerteza que refletem e são os constituintes naturais da realização artística. Instante de passagem, relação com a realidade, memória, corpo, forma, experiência, compreensão – extensão. Sem almejar respostas imediatas para questões que tocam em bases essenciais da formalização das linguagens da performance e do audiovisual na esfera criativa, o que este projeto intentou foi simplesmente sublinhar o fato de que mesmo em um momento em que podemos basear a pesquisa criativa no limiar entre linguagens, temporalidades, realidades, materialidades e categorias, as estruturas formais que definem uma obra de arte – por mais multifacetadas, justapostas, híbridas ou formalmente estruturadas que se apresentem – continuarão a manter certos aspectos de sua constituição inacessíveis à

perscrutação exterior. Na direção oposta, entretanto, elas poderão se conformar como mananciais de abertura para o mundo e para ponderações existenciais sobre a vida, a memória, o tempo e a existência. Na experiência criativa, assim como no corpo físico, estrutura e significado são instâncias coincidentes. É justamente na desistência de defendermos nosso pretenso conhecimento sobre o caráter (ou os alicerces) da experiência criativa – de seu sentido ambíguo e de tudo o que nela será sempre inapreensível – que a arte e suas possibilidades imateriais de extensão ainda manterão o condão de nos indicar os caminhos possíveis para o estabelecimento de uma relação distinta com a realidade que herdamos, percebemos, intuímos, rememoramos, corporificamos e vivenciamos sensivelmente. ANDRÉ SEVERO

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EXTENSÃO [2’37”]

21 e 22 de agosto | 14h e 18h30 CONVERSA COM ANDRÉ SEVERO

22 de agosto | 21h

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[3] [1] ENCLAVE ANDRÉ SEVERO

[4]

27’ | Brasil, 2009 Em um jantar cotidiano, casal percebe um enclave no relacionamento. [2] AT LAND MAYA DEREN

[5]

[6]

15’ | Estados Unidos, 1944 Curta metragem que cai nas ideias vanguardistas americanas da década de 1940. Relação de uma mulher (Maya Deren, protagonista) com a natureza. Movendo-se principalmente ao ar livre a personagem busca as relações não lineares de sua vida. [3] SIEMPRE ANDRÉ SEVERO E PAULA KRAUSE

29’ | Brasil, 2008 Filme-performance integrante do Projeto ULRICA de Paula Krause. 88


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[4] SEASONS ARTAVAZD PELESHIAN

28’ | Rússia, 1975 Olhar aguçado do diretor Peleshian entre a coexistência da natureza e das pessoas, com lentes em preto e branco. [5] Ô MARCELO COUTINHO

25’’ | Brasil, 2008 Ô estrutura-se de maneira fragmentária enlaçando três sequências dramáticas aparentemente díspares. Díspares em forma, porém, semelhantes em teor. O drama amoroso entre desiguais, a violência dos encontros inesperados, a espera paralisante e tediosa por algum acontecimento, formam o conjunto desta ficção experimental, filmada entre o agreste de Pernambuco e os pampas do Rio Grande do Sul. Numa relação de diálogo e cruzamento entre gêneros artísticos Ô move-se na fronteira entre a vídeo-performance e a narrativa cinematográfica.

BIO André Severo (Porto Alegre, RS, 1974) Mestre em poéticas visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde 2000 vem realizando projetos artísticos e curatoriais em variados campos em parceria com Maria Helena Bernardes (“Areal”, 2000; Projeto Pedagógico da 7ª Bienal do Mercosul, 2009; e “Soma”, 2010), Cláudia Vieira e Grady Gerbracht (“Lomba Alta”, 2007), Marcelo Coutinho (“Dois Vazios”, 2008) e Luís Pérez-Oramas (“XXX Bienal de São Paulo - A Iminência das Poéticas”, 2012; e representação brasileira da 55ª Bienal de Veneza). www.andresevero.com

[6] FALL PATRICK JOLLEY

12’ | Irlanda, 2008 Eventos envolvendo pequenos desastres como cadeiras caindo, pequenas casas queimando formam uma catarse momentânea do caos.

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RESIDÊNCIA, WORKSHOP E OCUPAÇÃO ARUAN MATTOS E FLAVIA REGALDO [MG] SONZEIRA JOVEM PALEROSI [SP] CURADORIA CINECAVERNINHA + CONVERSA ABERTA MARCIO HARUM [SP]

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RESIDÊNCIA ARUAN MATTOS E FLÁVIA REGALDO [ARTISTAS CONVIDADOS]

6 a 21 de outubro WORKSHOP MÁQUINAS INÚTEIS - IMAGINÁRIOS E FABULAÇÕES

Aruan Mattos
e Flávia Regaldo 9, 10, 13 e 14 de outubro Turma I: 14h - 16h Turma II: 19h - 21h Duração: 8h OCUPAÇÃO A PALAVRA, O HOMEM, O MUNDO

Aruan Mattos
e Flávia Regaldo ABERTURA

20 de outubro | 19h – 22h
 sonZeira: Jovem Palerosi VISITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

2ª a 6ª | 14h –19h 21 de outubro a 5 de dezembro
 CINECAVERNIHA HORÀRIO POLÌTICO (OBRIGATÒRIO)

Marcio Harum 31 de outubro e 1 de novembro CONVERSA ABERTA COM O CURADOR

31 de outubro e 1 de novembro

www.atelieaberto.art.br/tecnologia 92


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A tecnologia, muitas vezes, é associada a sua funcionalidade, tratada como mecanismo ou ferramenta com finalidades específicas, um meio utilizado para facilitar ou auxiliar nossa rotina. Simultâneamente, a tecnologia afeta nosso modo de vida operante e é afetada por ele, constituindo um reflexo das relações entre nós, o mundo e o nosso tempo. Deslocando o sentido puramente pragmático e determinista da tecnologia, o terceiro módulo do projeto Código Aberto buscou sua dimensão poética e política ligada ao estar no mundo e a todos os cruzamentos que partem desse encontro. Aruan Mattos e Flavia Regaldo sustentam a própria existência desse “estar” pelo tripé: a palavra, o homem e o mundo, em uma relacão de coexistência e depêndencia, sendo que um só existe em função do outro. A ocupação busca, através do diálogo, novas possibilidades de existir, desenhando uma ficção científica em que sua potência está justamente na projeção de uma possibilidade de futuro no presente. Marcio Harum partiu da urgência do contexto para tratar da tecnologia e, utilizando-se de vídeos e projetos que possuem uma relação direta com a Internet, construíu um “programa (que) defende visualmente a preservação da memória política como tecnologia a serviço dos valores humanos.” A busca por diálogo está sempre atrelada a uma certa fé: de estar no mundo e nas suas possibilidades de existência. É nessa busca que a tecnologia se constrói enquanto desejo de transformação. 93


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LANÇAMENTO PARA O ESPAÇO I / No dia 12 de outubro de 2014 foi realizado o primeiro Lançamento Para o Espaço no Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini: / Dois fios de cabelo, um de Aruan e outro de Flavia, foram colocados em um recipiente de vidro cada, em seguida, guardados em uma caixa de metal e, então, foram enterrados no solo com a coordenada geográfica aproximada 22º54’00.36’’S/46º49’34.75”0. / A título de comprovação histórica, após o Lançamento as testemunhas permaneceram aproximadamente 2 horas em uma fila e em seguida contemplaram, por aproximadamente 30 segundos, 2 pontos brilhantes que um telescópio apontava e que correspondiam a duas estrelas da constelação de Cisne. / Na ocasião, Fernando Búia, ao lado de Aruan e Flavia, realizou a abertura e o fechamento do vão. / Estavam presentes: / AUTORES: Aruan Mattos, Flavia Regaldo / TESTEMUNHAS: Fernando Búia, Bruno Chiarotti, Maíra Costa Endo, Henrique Lukas Mendonça 98


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22º54’00.36’’S / 46º49’34.75”0

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LANÇAMENTO PARA O ESPAÇO II / No dia 13 de outubro de 2014 foi realizado o segundo Lançamento Para o Espaço na fachada do Ateliê Aberto em Campinas. / Dois fios de cabelo, um de Aruan e outro de Flavia, foram colocados em um recipiente de vidro cada, em seguida guardados em uma caixa de metal e, então, foram inseridos em um vão aberto na fachada localizada na rua Major Solon, 911, Cambuí, Campinas, a uma distância de 1,04 metros à esquerda da porta de entrada e 1,72 metros do solo. / Na ocasião, Léo Scopin, ao lado de Aruan e Flavia, realizou a abertura e fechamento do vão. / O Ateliê Aberto se compromete neste documento a preservar a caixa e seu conteúdo enquanto for responsável pelo edifício em que foi realizado esse Lançamento. / Estavam presentes: / AUTORES: Aruan Mattos, Flavia Regaldo / TESTEMUNHAS: Leonardo Scopin, Henrique Lukas Mendonça, Pedro Hurpia, Bruno Chiarotti, Maíra Costa Endo, Samantha Moreira 100


RUA MAJOR SOLON, 911 CAMBUÍ - CAMPINAS - SP / BRASIL - CEP: 13024-091 1.72m do solo | 1.04m a esquerda da porta de entrada


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O QUE ACONTECERIA SE UMA FRASE DESSE A VOLTA AO MUNDO E VOLTASSE PARA O PAÍS DE ONDE SAIU?

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O Traslador parte desse princípio. Utilizando como base de tradução o GoogleTranslate, o Traslador gera um ciclo que passa, randomicamente, por 7 línguas diferentes e retorna, ao final, para a língua original em que foi escrita. Surpreendentemente, após alguns ciclos, a tradução se estabiliza. As traduções são feitas em tempo real no site do projeto. Na ocupação no Ateliê Aberto, uma impressora de cupom fiscal foi instalada no espaço expositivo. As palavras e frases enviadas pela internet e suas traduções eram impressas em tempo real.


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TRASLADOR ARUAN MATTOS E FLAVIA REGALDO | 2013-2014 Programação: Dalton Sena www.traslador.org

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[1] TRASLADOR 108

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[2]

[3]

[2] LANÇAMENTO PARA O ESPAÇO I [3] LANÇAMENTO PARA O ESPAÇO II 111


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[4]

[4] A PALAVRA, O HOMEM, O MUNDO A palavra, o homem, o mundo. Em suma, o mundo dos homens. Em suma, as pessoas do mundo. ------------------------Traslador, Brasil, 13 - 08 - 2014 [Portuguese > Spanish > Somali > Indonesian > Chinese Simplified > Lithuaninan > Swedish > Bengali] 112


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[5]

[5] PROJEÇÃO DE UM UNIVERSO-BURACO-NEGRO 113


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MÓDULO III

MÁQUINAS INÚTEIS - IMAGINÁRIOS E FABULAÇÕES [WORKSHOP]

A partir de referências e discussões tecnológicas, arqueológicas, imagéticas e artísticas, os inscritos participaram de um processo de concepção de máquinas inúteis, criação de ações imaginárias, levantamento de inutilidades populares e inutilização de espaços públicos. As invenções foram catalogadas em textos e imagens formando uma série imaginária – coleção fabulosa – que constará em um capítulo de um almanaque dos artistas que está em fase de elaboração. Através de uma reflexão sobre os impactos da máquina na construção do real, nas transformações linguísticas e na arquitetura de imaginários e cotidianos, desengatilhou-se um processo de criação de maquinarias e ações que balançam a praticidade imediata da vida determinista. 116


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ARUAN MATTOS E FLAVIA REGALDO [MG] BIO Aruan Mattos e Flavia Regaldo trabalham juntos desde 2009. Desenvolvem seus trabalhos principalmente em Belo Horizonte. Participaram de Residências Artísticas dentro e fora do Brasil, realizaram exposições em Minas Gerais, São Paulo e Ceará e ganharam diversos prêmios e bolsas artísticas. Aruan Mattos é bacharel em Design Gráfico pela Universidade FUMEC e cursou Artes Plásticas na Escola Guignard – UEMG. Como estudante desenvolveu uma investigação e expansão em mídia interativa do projeto “Muros e Fundos” de Elisa Marques e Nian Pissolati, contemplado pelo Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte (edição 2008) e foi aluno bolsista e coordenador 120

do núcleo audiovisual do Projeto de Extensão ASAS, Artesanato Solidário no Aglomerado da Serra, em 2009. Flavia Regaldo é formada em Comunicação e Mídia pela Universidade de Goldsmiths, Londres, com especialização prática em fotografia e produção de documentário. Cursou também disciplinas livres no curso Disciplinas das Artes, Música e Espetáculo da Universidade de Bologna, com ênfase em cinema, onde iniciou o desenvolvimento de técnicas pessoais e sua pesquisa audiovisual. Trabalhou em diversas instituições relacionadas a vídeo e cinema em Londres e no Brasil. www.projetobarlavento.wordpress.com www.cicloritmoscopio.com www.ciclovista.com


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ABERTURA/ SONZEIRA JOVEM PALEROSI Mouseen é seu novo trabalho, um álbum que surge a partir de remixes e colaborações com diversos parceiros. Ao vivo, as músicas são recombinadas de forma a criar novas possibilidades em cada apresentação. Mouseen é a base da palavra que originou mosaico e música. Ela traduz a essência do disco, que parte de fragmentos sonoros que já existiam para criar algo novo. Um projeto pessoal, mas que só faz sentido a partir da colaboração com alguns parceiros e que se concretiza com as possibilidades da cultura digital livre.

Ao vivo, as músicas são recombinadas de forma a criar novas possibilidades a partir de improvisos em cada apresentação. BIO Jovem Palerosi é músico, DJ e produtor musical, com experiência em bandas, projetos audiovisuais, instalações, performances e trilhas sonoras. Já circulou com seus projetos por diversas regiões do país, pela Argentina e Inglaterra. jovempalerosi.tnb.art.br/ soundcloud.com/jovempalerosi soundcloud.com/jovempalerosi/ sets/mouseen

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CINECAVERNINHA HORÀRIO POLÌTICO [OBRIGATÒRIO] Exibido em duas sessões, o programa Horàrio Polìtico (Obrigatòrio) apresenta, em sua primeira parte, vídeos em que artistas e realizadores protagonizam fisicamente situações de conflito e momentos de negociação nada apaziguadores a propósito de marcantes acontecimentos sócio-políticos ao longo das profundas transformações sofridas nas últimas décadas pela sociedade civil brasileira. Sob registros diretos da voz do povo nas ruas, estão incluídos nesta seleção alguns trabalhos esclarecedores sobre temas atuais, como as campanhas eleitorais, a presença das forças armadas no país, e, até, o cotidiano do Congresso Nacional no Distrito 122

Federal às vésperas da votação da Emenda das Diretas em 1984. Na segunda parte do programa, a compilação reúne, em tom de ensaio, assuntos que confirmam condições de soberania diante do poder e sua decorrente aplicação bioética no sentido das práticas públicas e revoltas anticapitalismo, passando desde processos históricos no âmbito das crises econômicas sul-americanas recentes às hipóteses de formação das grandes manifestações em apoio ao Movimento Passe Livre por todo o Brasil em junho de 2013. Este programa defende visualmente a preservação da memória política como tecnologia a serviço dos valores humanos. MARCIO HARUM


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[1]

HORÀRIO POLÌTICO (OBRIGATÒRIO) I

31 de outubro | 19h às 22h30 CONVERSA ABERTA COM MARCIO HARUM

Após a sessão [2] [1] CAMPANHA PPUB 2015 LEANDRO NEREFUH

[3]

2’25’’ | 2014 Campanha eleitoral de apresentação do projeto de consciência política do PPUB 2015 (Partido Pela Utopia Brasileira). [2] SHE HAS A BEARD RITA MOREIRA

[4]

[5]

[6]

25’54’’ | 1975 Intenções que importavam ao movimento feminista são discutidas neste documento de época. Por exemplo, o engajamento contra a política de aparências e questões socialmente emancipatórias de gênero. [3] VARELA NO CONGRESSO (ERNESTO VARELA, O REPÓRTER) OLHAR ELETRÔNICO (MARCELO TAS E FERNANDO MEIRELLES)

13’43’’ | 1984 Cobertura da votação da emenda pelas eleições diretas no Congresso Nacional em Brasília, 1984, quando os partidos que apoiavam 123


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MÓDULO III

o governo militar boicotaram a sessão, evitando, naquele instante, o processo de redemocratização.

[7]

[4] OPERAÇÃO: CAMUFLAGEM LÉO AYRES

06’27’’ | 2007 Uma premiação artística concedida quase como mérito militar é posta a prova a partir de uma análise mais apurada dos fatos e pela inclinação sugerida da obra de arte em exibição.

[8]

[9]

[5] GLAUBER ROCHA ENTREVISTA BRIZOLA PROGRAMA ABERTURA DA TV TUPI

07’30’’ | 1979 O cidadão Brizola é entrevistado para o programa televisivo Abertura, veiculado pela TV Tupi entre 1979 e 1980. São tratados diversos assuntos do cenário daquele momento: futuro democrático, organização sindical, reforma agrária, cultura e futebol.

[10]

[11]

[6] BRAZIL 2014, WHAT DO YOU KNOW ABOUT? RITA MOREIRA

16’57’’ | 2014 Enquete sob o formato de pesquisa de opinião pública nas ruas de Nova York em que transeuntes são abordados com indagações a respeito da imagem recente do Brasil no exterior. 124

HORÀRIO POLÌTICO (OBRIGATÒRIO) II

1 de novembro | 16h às18h CONVERSA ABERTA COM MARCIO HARUM

Após a sessão


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[7] REVOLUÇÃO INSTITUIÇÃO (SEGUNDO ESBOÇO) ROBERTO WINTER

[11] CASA BLANCA LEÓN FERRARI E RICARDO PONS

13’ | 2014 Genealogia da identidade coletiva Anonymous, que tem por símbolo a máscara de Guy Fawkes, associada internacionalmente as redes de ativistas e hackers e utilizada em protestos na internet ou demonstrações civis de massa.

03’15’’ | 2005 Experiência com a imagem em movimento de forte caráter anti-imperialista, sob inspiração dos filmes de horror de monstros e invasões alienígenas.

[8] LUCHAREMOS HASTA ANULAR LA LEY SEBASTIAN DIAZ MORALES

10’40’’ | 2005 Imagens em negativo acerca das manifestações sócio-políticas e a violenta repressão de estado ocorridas em Buenos Aires no início dos anos 2000. [9] COWS/VACAS GABRIELA GOLDER

4’34’’ | 2002 Cenas de um acidente rodoviário em Rosário, Argentina, em que cidadãos tomam de assalto a carga transportada na carroceria de um caminhão. [10] MARANHÃO 66 GLAUBER ROCHA

10’18’’ | 1966 Curta-metragem documental em tom de reportagem sobre a posse do primeiro mandato do governador José Sarney, no Maranhão, dois anos após o golpe militar de 1964.

BIO Marcio Harum é curador de artes visuais do Centro Cultural São Paulo. Realizou, em 2014, a seção #SoloProjects Focus Latinoamérica da ARCOmadrid, a mostra POSIÇÃO AMOROSA na Galeria Jaqueline Martins e uma exibição com projetos inéditos do artista Hudinilson Jr. na 31a Bienal de São Paulo, chamada “Zona de Tensão”. Integra o grupo de crítica da Temporada de Projetos do Paço das Artes e a comissão nacional da 5a edição do Prêmio CNI- SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas. Cursou Linguística na Universidade de São Paulo e História da Arte na Hogeschool van Amsterdam (Holanda). Vive em São Paulo.

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IMAGINÁRIO 127


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RESIDÊNCIA, WORKSHOP E OCUPAÇÃO CARLA BARTH [RS] SONZEIRA DJ PAULÃO [SP] CURADORIA CINECAVERNINHA + CONVERSA ABERTA CAUÊ ALVES [SP]

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RESIDÊNCIA CARLA BARTH [ARTISTA CONVIDADA]

5 a 19 de janeiro WORKSHOP PROCESSOS CRIATIVOS: DESENHOS DIMENSIONAIS

Carla Barth 12 a 15 de janeiro | 14h – 18h Duração: 16h OCUPAÇÃO ALDEIA

Carla Barth ABERTURA

19 de janeiro | 19h – 22h
 sonZeira: DJ Paulão VISITAÇÃO DA EXPOSIÇÃO

2ª a 6ª | 14h –19h 20 de janeiro a 5 de março
 CINECAVERNIHA

Cauê Alves 27 e 28 de fevereiro CONVERSA ABERTA COM O CURADOR

27 de fevereiro

www.atelieaberto.art.br/imaginario 128


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O imaginário, dito coletivo, é um grande reservatório de imagens, sonhos, desejos, mitos, práticas rituais, onirismo e fantasias que atravessam as mentes, fortemente influenciado pela intuição e pelas emoções vividas pelos que integram uma comunidade ou grupo social. Mas o imaginário também envolve a cultura, códigos, normas, padrões de comportamento, ciência e tecnologia. A conexão entre estes fluxos de informações gera símbolos. Carla Barth é uma grande imaginadora e habilidosa artista bruta; materializa seu imaginário próprio sob a forma de desenhos, pinturas, esculturas vestíveis, objetos, intervenções. Pesquisadora dos novos tempos, absolutamente consciente do poder da Internet, atua como uma incansável caçadora numa floresta do tamanho do mundo. Seu imaginário é alimentado por experiências pessoais, sejam elas resultado do acaso da vida ou estrangeiras, geradas em seu processo de pesquisa. Tudo o que gosta é impresso e anexado a alguma superfície não ocupada de seu ateliê. Carla se apropria destas imagens – retratos de famílias e pessoas desconhecidas, figuras mitológicas e religiosas, cartões postais, ilustrações oriundas de estudos sobre animais, arte oriental antiga, fotografias de povos nunca vistos e paisagens inexploradas – que passam a compor seu repertório visual e sua história. Inputs da máquina de sonhos que é a mente da artista. 129


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Constrói-se um universo único que, por ser confluência de referências tão distantes entre si, é multifragmentado em diversos mundos. Como quem desvenda o obscuro, conta histórias com ares de mistério, narrativas onde uma civilização oculta, formada por seres de corpos híbridos de humanos e outros animais, se diluem no horizonte da paisagem. A aldeia de Carla atrai o espectador de forma gentil e desperta uma estranha sensação de familiaridade e empatia. Por fim, LeviStrauss pode ter razão ao afirmar que existe uma certa universalidade na mente humana. Para o CineCaverninha, Cauê Alves traça um paralelo entre o flâneur de Charles Baudelaire e a Teoria da deriva de Guy Debord e apresenta uma seleção de vídeos que trazem o artista em deslocamento, andando, perambulando ou captando o movimento dos passantes. A experiência da deriva está ligada a um caminhar lúdico, ou seja, livre e diretamente conectada ao subconsciente e ao imaginário. As ações ou performances apresentadas na mostra alteram de forma provisória e imprevisível o cotidiano dos transeuntes. 130



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ALDEIA

[OCUPAÇÃO]

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PROCESSOS CRIATIVOS: DESENHOS DIMENSIONAIS [WORKSHOP]

Aberto a famílias, adultos e crianças, a oficina propôs um mergulho lúdico na criação de novos mundos, narrativas e personagens com a possibilidade de explorar técnicas diversas que vão do desenho e recorte a colagem e escultura. Todo o processo conduzido por Carla foi feito por meio da imersão e compreensão do processo criativo individual de cada participante. Ao longo do processo o grupo também realizou uma ação no espaço público quando, vestindo máscaras produzidas por eles durante o worskhop, saíram para uma caminhada pelo entorno do Ateliê Aberto amarrando fitas coloridas de diferentes materiais e espessuras nas peças que compõem o mobiliário urbano. 146


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CARLA BARTH [RS] BIO Carla Barth é formada em Comunicação pela PUCRS, estudou desenho e escultura no Atelier Livre (RS), além de cursos livres de arte contemporânea, realizando exposições individuais em Porto Alegre e São Paulo. Participou de exposições coletivas e individuais no Museu do Trabalho (RS), Santander Cultural (RS), Galeria Laura Marsiaj (RJ), Galeria Choque Cultural (SP), CCBB Brasília, Pavilhão das Culturas Brasileiras (SP) e no MACRS, onde foi finalista do concurso jovem artista em 2005. No exterior, participou de mostras em centro culturais e galerias nos EUA, Espanha, França, Itália, Taiwan e Colômbia. Ministrou cursos e palestras sobre arte pública, processo artístico, desenho e escultura. Fez parte de publicações como as revistas Juxtapoz (EUA), +SOMA (BR), G.O.B (EUA) e Clam Magazine (FR) e dos livros, Magia & Mística: arte contemporâneo - JellyFish Editorial (AR); Xirogravuras e dos Monstros editados pela Choque Cultural (SP). Trabalha com ilustração e arte aplicada para marcas de mercado. www.carlabarth.com 152

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ABERTURA/ SONZEIRA DJ PAULÃO A partir da impressão sobre a exposição de Carla Barth, DJ Paulão apresentou um set que mistura o naif e algo mais psicodélico. Também trouxe referências não convencionais, misturando o soul e funk ocidentais ao afro e oriental, no caso, o bollywood indiano. Tudo tocado exclusivamente no vinil, que alude a um consumo cultural mais lento, tal qual em uma exposição de artes visuais.

BIO DJ Paulão (SP) é cientista político de formação, curador de projetos, radialista e DJ. Tem carreira nacional e internacional como DJ e é referência em pesquisa sobre música brasileira, especialmente samba rock e soul brasileiro. Atualmente pesquisa a história do samba rock e dos bailes do Brasil para um livro a ser lançado. www.djpaulao.com.br www.facebook.com/djpaulao

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CINECAVERNINHA VAGUEAR, TRANSITAR, CAMINHAR, ERRAR... O flâneur, tal como aparece na obra do poeta Charles Baudelaire, é um sujeito desocupado, boêmio e que vaga sem rumo definido pelas ruas da Paris do século XIX. Alheio aos valores do mundo capitalista, ele anda vagarosamente em meio a multidão e pelas galerias da cidade. A figura do flâneur é como um emblema da experiência urbana moderna e das reformas pelas quais a Paris dos tempos do Barão Haussmann passava. Já na segunda metade do século XX, a Teoria da deriva, elaborada 154

MÓDULO IV

pelo pensador situacionista Guy Debord a partir dos estudos da psicogeografia, repensou o caminhar pela cidade. A ideia é que o ambiente urbano não é composto apenas pelos fatores geográficos e econômicos, mas pelo modo como é representado pelos cidadãos a partir das relações entre a cidade e as condições psíquicas e emocionais dos sujeitos que a habitam. Deriva, em oposição às noções de viagem e passeio, pressupõe uma entrega aos acidentes do território percorrido e das pessoas que nele possam estar. Uma deriva costuma ser longa, é uma jornada entre dois períodos de sono e está ligada ao caminhar lúdico e construtivo. Nos anos de 1970, artistas como Richard Long, realizaram caminhadas épicas e construíram


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fotografias, textos e esculturas a partir de seus trajetos e percursos em áreas rurais e remotas da Grã-Bretanha e de outros países. Hamish Fulton, no mesmo período, se tornou um artista andante, explorando o contato direto com a paisagem e concebendo a arte não como a produção de objetos, mas como experiência de caminhadas. Os vídeos apresentados em Vaguear, transitar, caminhar, errar... certamente são devedores da tradição que remonta ao flâneur. Eles são resultados de ações e performances em que artistas perambulam, andam ou captam o movimento dos passantes. Seja a partir da construção de um percurso narrativo sugerido pelos moradores de Piracicaba e captado a partir de anúncio em jornal (Jaime Lauriano), ou do esforço do corpo em carregar uma árvore nas costas, dentro de uma mochila, num certo trajeto urbano (Felipe Cidade), os trabalhos pressupõem o trânsito. Seja investigando e experimentando sons, numa espécie de rádio ambulante sobre as costas que intriga os cidadãos (Floriano Romano), seja com intervenções em que o artista disponibiliza cartelas com chinelos grátis no centro de São Paulo (Raphael Escobar), os vídeos registram

alterações provisórias no cotidiano dos transeuntes e moradores de rua do centro. Caminhar com o pé tingido de vermelho e um chinelo arrebentado numa cidade movimentada (Paulo Nazareth) ou percorrer calçadas com uma bandeira vermelha podem indicar uma atitude política ou, ironicamente, um mero lançamento imobiliário (Fabio Tremonte). A presença de linhas geométricas surge do caminhar desastrado da própria artista sobre uma estrutura pré-definida (Carla Chaim) ou do desenho aleatório formado pelas rotas dos pedestres (Nicolás Robbio e Ricardo Carioba) De todo modo, os artistas reelaboram, reinterpretam e desdobram experiências de deriva na contemporaneidade. Alguns trabalhos podem deslocar o cidadão da rotina e talvez romper com certa atitude blasé perante o mundo. É como se a ação do artista, desde a mais sutil até a mais estridente, pudesse gerar um desvio, uma mudança de percurso ou uma atitude imprevista e sem planejamento. Em vez de priorizar o alcance de objetivos, o fundamental é errar.

CAUÊ ALVES

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PROGRAMA [46’56’’]

27 de fevereiro | 16h e19h 28 de fevereiro | 16h

[1] PRA TE CONHECER – EDIÇÃO PIRACICABA JAIME LAURIANO

10’20” | Brasil, 2011 Série de vídeos que registram derivas por diversas cidades, guiadas por coordenadas fornecidas pelos próprios moradores da cidade visitada. Nesse trabalho, o artista visita a cidade de Piracicaba - SP. Durante o percurso, procura conhecer moradores e buscar informações, descobrir histórias peculiares, posto que contadas por cada morador à sua maneira. Tais histórias e as coordenadas oferecidas, formam o itinerário que guia o percurso desse trabalho. [2] AÇÃO NIILISTA EM BUSCA DA UTOPIA FELIPE CIDADE

3’23”| Brasil, 2013 Ação niilista em busca da utopia consiste em um vídeo que registra o artista caminhando nas ruas da cidade de São Paulo com uma árvore em sua mochila. A caminhada termina ao encontrar uma caçamba de lixo, que é usada para dispensar a mochila e a ár156

MÓDULO IV

CONVERSA ABERTA COM O CURADOR APÓS A ÚLTIMA SESSÃO DO DIA 27 DE FEVEREIRO

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vore. É o registro de uma tentativa frustrada de transportar um corpo estático de um ponto a outro similar; tendo que improvisar um novo, diferente do primeiro ponto. Afinal de contas, é pela fé que se move corpos estáticos e não pela força física. [3] FALANTE FLORIANO ROMANO

5’ | Brasil, 2007 Munido de uma mochila que emite sons e de uma câmera de vídeo, o artista perambula pela praça da Sé, em São Paulo, alertando os pedestres sobre um novo código de conduta. Essa intervenção urbana e sonora, aberta à participação do público e produzida a partir do imáginário da multidão, cria objetos ou ações sonoras voltadas para os passantes. [4] CHINELOS GRÁTIS RAPHAEL ESCOBAR

12’ | Brasil, 2012 Trata-se de uma intervenção que utiliza-se de displays com chinelos para serem destacados. Os displays são colocados em áreas com grande concentração de moradores de rua, ao total são

15 placas de chinelos, cada display em uma região no centro de São Paulo. Os moradores de rua, ou os transeuntes vivem a experiência da construção de um espaço para eles, espaço este que cria uma espécie de fetiche. Mas este espaço construído se mostra efêmero como toda a movimentação urbana da cidade. Logo esses chinelos são perdidos ou nem chegam a encontrar os moradores de rua. [5] PÉ VERMEI PAULO NAZARETH

7’46” | Brasil, 2005 Através de todo o trabalho de Paulo Nazareth, gestos simples, mas fortes, são usados para evocar a memória histórica, bem como para destacar as tensões sociais e econômicas e a luta de classes - tensões especialmente aparentes, para ele, no Brasil e, mais amplamente, na América do Sul. Paulo Nazareth frequentemente combina noções de justiça social e de resistência com uma dose de absurdo – ressaltando as armadilhas que aguardam aqueles que acreditam no progresso como um processo mecânico versus um processo holístico. 157


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[6] REDFLAG [CAMINHANDO] FÁBIO TREMONTE

2’04” | Brasil, 2011 Em Redflag [caminhando] percorro as ruas da cidade sempre passando por calçadas estreitas que têm, ao fundo, muros e paredes através dos quais podemos perceber a ação do tempo ali marcada. Há, também, na seleção dessas fachadas, uma escolha pictórica, a construção de paisagens. O vídeo em loop (maneira na qual é apresentado, de forma circular, sem início ou fim) transforma a caminhada em uma prática incessante, uma resistência sem fim, porque o espaço para fincar


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a bandeira não é encontrado ou permanece indefinidamente no devir a expectativa de se (re)criar um território: é uma promessa, mas também uma solicitação para que cada um funde ou tome posse de seu território. [7] THROUGH WOODS AND LINES CARLA CHAIM

3’40” | Brasil, 2013 Em seu trabalho Carla Chaim reconfigura formas geométricas sobressalentes através de uma simplicidade bastante persuasiva. Em Through woods and lines, a artista busca provocar o espectador a entrar em um mundo produzido através de um quadrado branco desconstruído e inserido na paisagem.

BIO Cauê Alves (São Paulo, Brasil, 1977) é mestre e doutor em Filosofia pela FFLCH-USP e professor do departamento de Arte da PUC-SP. É coordenador do Bacharelado em Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Foi membro do Conselho Consultivo de Artes do MAM-SP (2005-2007) e, desde 2006, é curador do Clube de Gravura do MAM-SP. É autor do livro Mira Schendel: avesso do avesso (Bei Editora/ IAC, 2010). Foi um dos curadores do 32º Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011) e curador adjunto da 8ª Bienal do Mercosul (2011). É curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56ª Bienal de Veneza (2015).

[8] GEOMETRIA ACIDENTAL NICOLÁS ROBBIO E RICARDO CARIOBA

3’23” | Brasil, 2008 Vídeo em looping produzido através de uma câmera colocada no alto de um edifício na região central de São Paulo. O take único constrói uma composição formada pelos movimentos dos transeuntes que cortam a praça, traçando percursos geométricos, movimentos aparentemente calculados que levam ao desconhecido. 159


CÓDIGO ABERTO

ABRINDO CÓDIGOS ORGANOGRAMA

ATELIÊ ABERTO

REDES E ARTICULAÇÕES elacionamento com outros espaços, instituições R públicas e privadas, parceiros, público e artistas Manutenção, ampliação e articulação de parcerias e redes Recebimento de propostas e projetos Participação e representação em encontros, seminários, simpósios, debates e palestras PROJETOS Curadoria: idealização, pesquisa e desenvolvimento Elaboração textual e orçamentária Inscrição em editais Ampliação e desenvolvimento de projetos em áreas de interesse / formação PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Elaboração e inscrição de projetos Produção executiva e produção de projetos Expografia e montagem de exposições Atividades de formação e consultoria PARCERIAS Co-realização, patrocínio e apoios Inscrição em Leis de Incentivo Fiscal Captação de recursos Elaboração de projetos Inscrição em editais

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COMUNICAÇÃO Plano de comunicação Interface com Assessoria de Imprensa Produção e coleta de conteúdo (texto, foto e vídeo - multimídia) Atualização de site, redes sociais e plataformas de gestão Disseminação do conteúdo Divulgação de eventos e ações Clipping Organização e envio de materiais e produtos Concepção e acompanhamento de identidade visual e peças gráficas CURADORIA D esenvolvimento, interface e acompanhamento na pesquisa e realização do projeto do artista Projeto expográfico ADMINISTRATIVO, JURÍDICO E FINANCEIRO P lanejamento financeiro e gestão de recursos dos projetos e da empresa Elaboração de contratos Contratação de prestadores de serviço para projetos Pagamentos | contas ligadas à sede e prestadores de serviço de projetos e da empresa Recolhimento de impostos Emissão de certidões negativas Documentos em geral Emissão de notas fiscais Fechamento mensal / movimentação Prestação de contas

PRODUÇÃO P lanejamento de produção e execução dos projetos do artista Suporte geral ao artista e mediação Organização e acompanhamento das residências Pesquisa de fornecedores Realização de orçamentos Funcionamento e manutenção dos espaços do Ateliê Aberto Recebimento de contatos, propostas e projetos por e-mail | direcionamentos e encaminhamentos

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CÓDIGO ABERTO

ABRINDO CÓDIGOS PESQUISA DE PÚBLICO PERFIL 1| SEXO

46%

49%

5%

FEMININO MASCULINO NÃO RESPONDEU

2| FORMAÇÃO

64%

SUPERIOR

NÃO RESPONDEU

MESTRADO

ENSINO MÉDIO

DOUTORADO

162

24%

5% 3% 4%


DIVULGAÇÃO 3| COMO VOCÊ SOUBE DA EXPOSIÇÃO/ EVENTO?

4%

45%

ALGUÉM

SITES

OUTRO MEIO

E-MAIL

FACEBOOK

IMPRENSA

32%

2% 10%

7%

4| ESSA É SUA PRIMEIRA VISITA?

53%

47%

NÃO SIM

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CÓDIGO ABERTO

PROGRAMAÇÃO 5| SOBRE A OCUPAÇÃO / EXPOSIÇÃO

54%

31%

EXCELENTE

BOM

MUITO BOM

REGULAR

12%

3%

6| SOBRE O CONTEÚDO / TEMÁTICA

57%

27%

EXCELENTE

BOM

MUITO BOM

NÃO RESPONDEU

12%

4%

7| VOCÊ PARTICIPARIA DE UM EVENTO PAGO?

76%

SIM NÃO

164

NÃO RESPONDEU

15%

9%


8| SOBRE HORÁRIO / DIA

4%

43%

33%

NÃO RESPONDEU

EXCELENTE

MUITO BOM

RUIM

1%

19%

BOM

9| SOBRE O ESPAÇO ATELIÊ ABERTO

4%

34%

54%

NÃO RESPONDEU

EXCELENTE

MUITO BOM

REGULAR

1% 7%

BOM

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CÓDIGO ABERTO

ABRINDO CÓDIGOS EQUIPE

HENRIQUE LUKAS henrique@atelieaberto.art.br

BIO Formado em Imagem e Som pela Universidade Federal de São Carlos, especializado em pesquisa e produção, foi contemplado com uma bolsa de produção e criação pela FAPESP no LAbI – Laboratório de Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico. Trabalhou na produção de três edições do Festival CONTATO – Festival Multimídia Colaborativo. Atuou como produtor na itinerância da 29° Bienal em Campinas, na exposição ‘Instante – Experiência / Acontecimento’ no SESC Campinas e na exposição ‘Daquilo que me Habita’ no Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília e como artista colaborador do 32° Panorama da Arte Brasileira no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. 166

Ministrou oficinas de filmagem, edição e fotografia no Ponto de Cultura Maluco Beleza, durante o período de dois anos. Realiza, desde 2013, documentários e vídeos para o Instituto CPFL Cultura e o projeto Café Filosófico. Em 2013 idealizou e coordenou o projeto Comestível (contemplado em Edital de Espaços Independentes do PROAC) e o Poemas aos homens do nosso tempo (contemplado no Edital Rede nacional Funarte). Foi curador da mostra Imagética, integrante do projeto AVer (financiado pelo Fundo de Investimento de Cultura de Campinas) e do Código Aberto, projeto de ocupação anual do Ateliê Aberto patrocinado pela Petrobras, em que também atua na gestão e coordenação de comunicação. Atualmente, além de sócio-gestor e curador do Ateliê Aberto (desde de 2012), realiza


disciplinas na graduação e pósgraduação do Instituto de Artes da UNICAMP e participa do núcleo de estudos de subjetividade, filosofia e psicanálise na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Durante o período de um ano participou dos laboratórios de Esquizodrama do Coletivo Devir no Museu da Imagem e do Som de Campinas. Participou da execução de vídeos dos artistas Paulo Meira, Virgínia de Medeiros, Daniel Acosta e Luísa Nóbrega. Em 2014 realizou um workshop de criação colaborativa coordenado pelo artista Manuel Vason no Instituto Hilda Hilst e um workshop-performance, com Marcos Paulo Rolla e Talles Frey, no SESC Campinas. Como performer foi selecionado para participar do Núcleo de Pesquisa, Criação e Formação da Taanteatro - Teatro Coerográfico de Tensões, companhia em

que ingressa em 2014 para execução do projeto cARTAUDgrafia. MAÍRA COSTA ENDO maira@atelieaberto.art.br

BIO Maíra Endo é paulistana, bacharel e licenciada em Artes Visuais pela Unicamp (2002-2006), graduada em Administração de Empresas pela PUC-Campinas (2004-2007) e especialista em Gestão Cultural pela Universitat Internacional de Catalunya em Barcelona (2008). Em 2004 ingressou no Ateliê Aberto como estagiária, em 2007 passou a ser produtora e em 2009 tornou-se sócia, idealizando, coordenando e produzindo projetos culturais. Foi co-curadora e produtora executiva dos projetos Daquilo que me Habita no CCBB Brasília em 2012 (selecionado no Edital de Seleção de Projetos Culturais de 2011) e Código Aberto

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em 2014/2015 (patrocinado pela Petrobras), Comestível em 2013 (premiado no Edital ProAc n. 17/2012 – Espaços Independentes) e AVer em 2012 (premiado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas de 2011) no Ateliê Aberto. Co-curadora e produtora dos projetos Poemas aos Homens do nosso tempo, em 2013, no Ateliê Aberto (premiado pelo Edital Rede Nacional da Funarte de 2012), INSTANTE no SESC Campinas (2011), DF | Depois das Fronteiras - experiências sonoras e visuais no Planalto, no CCBB Brasília, em 2010 (selecionado no Edital de Seleção de Projetos Culturais de 2009) e Ideias em trânsito para circulação balanceada e sobrevivência no MAC Americana (2008). Produtora dos projetos 79>09. 30 anos. Artes Visuais. Campinas. Ribeirão Preto no MAC Campinas e no MARP Ribeirão Preto (2009), AR 168

LIVRE – paisagens audiovisuais no Parque Ecológico em Campinas (2009), VIP – very important people no Espaço Cultural CPFL (2006) e Seja lá onde for no MAC Americana (2004), assim como de todos os projetos realizados no Ateliê Aberto entre 2007 e 2013. Em 2014, passou a atuar apenas como idealizadora/curadora e produtora executiva. Entre 2004 e 2009, integrou o grupo de pesquisa em performance audiovisual SUBMAGEM, tendo sido VJ residente do Clube Kraft e do Clube Informal, extintos clubes de Campinas. Entre 2007 e 2010 integrou o V.DOC, grupo de pesquisa em live cinema (documentários). Em 2008, o grupo lançou “Filosofia de Botequim”, apresentado em Campinas e outras cidades da região; em 2009, seu segundo projeto, “monóxidomaresia”, foi contemplado pelo Fundo de Incentivo à Cultura


de Campinas (FICC), da Secretaria Municipal de Cultura. Entre 2004 e 2008, junto à dupla de djs Mo’Ma, formou o Mo’Ma AV, cujo principal trabalho foi Quebrando Rocha, apresentação elaborada a partir de filmes do cineasta Glauber Rocha. Realizou duas apresentações em Campinas e diversas em Barcelona. SAMANTHA MOREIRA samantha@atelieaberto.art.br

BIO Formada em Artes Plásticas pela PUC-Campinas (bacharelado e licenciatura1990/93), com especialização em Escultura Contemporânea e História da Arte Contemporânea pelo Institute Lorenzo de’Medici, Firenze, Itália (1995). Idealiza e coordena as Calouradas Unificadas PUC e UNICAMP, ’Se a gente não se Raoni a gente se Sting’ e ‘Ousar outra vez’, com

shows de Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica de Campinas, Jorge Mauthner e Jards Macalé, Cidade Negra, Ira!, Jorge Benjor, entre outros. De 1996 a 1998 é Orientadora Cultural no Itaú Cultural Campinas. Fundadora do Ateliê Aberto em 1997, desde então coordenando, idealizando e produzindo os projetos do espaço. Atua em diferentes frentes em projetos como: ‘Frestas - Trienal de Artes’- SESC Sorocaba (artista convidada e co-curadora do projeto educativo), ‘diagnósticos para indie.GESTÃO - residência de espaços autônomos’ — Edital Rede Nacional da Funarte 2013 (pesquisa e coordenação), ‘Poema aos homens do nosso tempo’ - Edital Rede Nacional Funarte 2012 (co-curadora e produção), ‘Comestível’ - ProAc 2013/ Espaços Independentes (idealização e coordenação), ‘Daquilo que me

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Habita’ e ‘DF | Depois das Fronteiras - experiências sonoras e visuais no Planalto’ - ambos no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (idealizadora, co-curadora e coordenação), ‘Há Sempre um copo de mar para um homem navegar’ - itinerância da 29° Bienal de São Paulo24 (produção) e ‘Instante – Experiência / Acontecimento’ (co-curadora e produção) - ambos no SESC Campinas, ‘79>09 > 30 anos de artes visuais > Campinas > Ribeirão Preto’ - MARP Ribeirão Preto e MAC Campinas (idealização, curadoria e coordenação), ‘VIP – very important people’ (artista convidada) e ‘Afinidades Eletivas’ (assistente de curadoria e coordenação de produção) - CPFL Cultura Campinas, ‘BR500’ - Oficinas Culturais Oswald de Andrade, MAC Americana, Festival de Arte de Porto Alegre, Porto de Santos e MAC Campinas (idealização, curadoria e coordenação), ‘Seja Lá 170

Onde For’ - MAC Americana (curadoria e montagem), ‘AR LIVRE – paisagens audiovisuais’ - Parque Ecológico Campinas (idealização, curadoria e coordenação), ‘I Semana Fernando Furlaneto’ (idealização, curadoria e coordenação) e ‘A Casa Onírica’ (produção), ambos em São João da Boa Vista. Integra a comissão da 5a edição do Prêmio CNI- SESI Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas, foi júri de seleção no Programa de Exposições do MARP e da 24 Mostra de Arte da Juventude do SESC Ribeirão Preto, Programa de Residência do JA.CA, Belo Horizonte, MG, entre outros. Como artista, realiza exposições individuais como: ‘Temporada de Projetos 2002’- Paço das Artes, ‘volume1’ - MAC Campinas, ‘Tempopermetendo - Padova Itália. Algumas exposições coletivas: ‘32°Panorama da Arte Brasileira’ - MAM São Paulo,’Rumos Visuais


2007’ - Itaú Cultural, ‘Folha de Viagem’- MAC USP, ‘Nefelibatas’ - MAM São Paulo, ’Por um Fio’Paço das Artes e Espaço Cultural CPFL – Campinas, ‘Latinidades / ZonaFranca’ – SESC SP, ‘Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte’ – Museu da Pampulha, ‘II Prêmio Gunther’ – MAC Ibirapuera SP, ‘Fluxus – arte, saúde e informação’ – intervenções e ações no Mercado Municipal e Praça Bento Quirino, Campinas. De 2004 a 2008 integra o Mo’Ma AV, projeto audiovisual. Residentes do Clube Informal criaram o projeto HyperJazz e Bailen Putos!, Apresentações na Virada Cultural Campinas, no Clube Kraft, RES e em aberturas de shows de artistas como Otto, Jorge Benjor, Los Hermanos, Edgar Scandurra, Mix Hell, No Porn, entre outros. Em 2008 desenvolvem o Quebrando Rocha, performance audiovisual construída a partir de fragmentos

de filmes de Glauber Rocha, com apresentações em Campinas, São Paulo e Barcelona. De 2005 a 2009 é Gerente de Desenvolvimento e Educação na Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, responsável pela gestão de projetos voltados a Mobilidade Urbana a partir de conceitos de arte, cultura e cidadânia. De 2009 a 2011 é Diretora de Desenvolvimento Institucional da mesma empresa, responsável pelas áreas de Comunicação e Sustentabilidade, Educação e Cidadania, Tecnologia da Informação e Recursos Humanos. LÉO SCOPIN leo.scopin@gmail.com

BIO Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2007 e 2008 integrou a equipe da Casa São Jorge Bar em Barão Geraldo,

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onde atuou como barman e gerente administrativo. Em 2011 e 2012 atuou na área de projetos culturais através das leis de incentivo federal e estadual pela 3S Projetos. Participou de cursos e palestras que lhe forneceram importantes ferramentas para atuação na área de produção cultural, como Administração Financeira pelo Senac – Campinas (2010), Gestão Cultural com Daniele Sampaio e Pedro de Freitas, em Barão Geraldo (2011), e Marketing e Comunicação para produtos criativos na Oficina Cultural Hilda Hilst, em Campinas (2014). Desenvolve trabalho como captador/produtor executivo independente, presta serviço de assessoria em captação de projetos para artistas e grupos, produção para Seis + 1 cia. de dança e em 2014 ingressa como produtor cultural no espaço Ateliê Aberto em Campinas. 172

MARINA PINHEIRO pinheiromarina@gmail.com

BIO Formada em Artes Visuais pela Unicamp, mestre em ‘Estudos Culturais’ pela Université Paris 1 – Panthéon Sorbonne e mestre em ‘Mediação Cultural’ pela Université Paris 3 – Sorbonne Nouvelle. Produtora cultural independente, realiza projetos em diversas áreas, atuando como produtora de conteúdo e planejamento estratégico, produtora executiva, captadora de recursos, relações internacionais e coordenadora de comunicação. Mediadora cultural, já atuou nos segmentos de arte-educação, fotografia, publicidade e design gráfico. Pesquisadora. Especialista em sociologia da arte e da cultura com ênfase em pesquisa de público e gestão de equipamentos culturais. Já trabalhou no Centre Pompidou em Paris, na Maison


de Cultures de Monde e como colaboradora de projetos associativos na França e no Brasil. É colaboradora do Ateliê Aberto desde novembro de 2013. BRUNO CHIAROTTI bruno.chiarotti@gmail.com

BIO Bruno Luporini Chiarotti – Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Ainda na graduação venceu o primeiro prêmio Repórter Estudante CBN / PUCC, em 2009, e foi terceiro lugar no prêmio Melhores Reportagens Grupo RAC / Jornal Saiba + 2010. Atua nas áreas de gestão de conteúdo, comunicação interna, assessoria de imprensa e produção, redator e editor de imagens e vídeos. Em 2014 começou a lecionar aulas de jornalismo para ensino médio e a integrar a equipe do Ateliê Aberto.

PEDRO HURPIA phurpia@hotmail.com

BIO Pedro Hurpia é professor do curso de Artes Visuais da PucCampinas. Possui bacharelado e mestrado em Artes Visuais na Unicamp. Foi artista residente no Nuvem (Estação Rural de Arte e Tecnologia), LabMIS Fotografia (MIS de São Paulo) e SÌM (Samband Íslenskra Myndlistarmanna) em Reykjavík, Islândia. Em 2013, foi contemplado com projeto em fotografia pelo FICC (Fundo de Investimentos Culturais de Campinas). Participou do III Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia de 2012, em Belém do Pará. Entre suas últimas exposições estão: O Todo é feito de Partes / Galeria Marcelo Guarnieri (Ribeirão Preto-SP) e Sobre Lugares e Gestos / MIS-SP (São Paulo-SP).

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CÓDIGO ABERTO

CÓDIGO ABERTO IDEALIZAÇÃO E REALIZAÇÃO Ateliê Aberto

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO Henrique Lukas

COORDENAÇÃO E CURADORIA Henrique Lukas, Maíra Endo e Samantha Moreira

PRODUÇÃO Leonardo Scopin e Marina Pinheiro

ARTISTAS RESIDENTES Aruan Mattos e Flavia Regaldo, Carla Barth, Rodrigo Braga e SHN

ATENDIMENTO E ASSISTÊNCIA DE COMUNICAÇÃO Bruno Chiarotti

CURADORIA [CINECAVERNINHA] André Severo, Cauê Alves, Francisca Caporali e Alejandro Haiek, e Marcio Harum ARTISTAS [CINECAVERNINHA] André Severo, Carla Chaim, Fábio Tremonte, Felipe Cidade, Floriano Romano, Gabriela Golder, Gabriel Mascaro, Glauber Rocha, Jaime Lauriano, Laura Chipley, Leandro Nerefuh, Léo Ayres, León Ferrari e Ricardo Pons, Marcelo Tas e Fernando Meirelles, Nicolás Robbio e Ricardo Carioba, Paulo Nazareth, Pilar Ortiz, Raphael Escobar, Ricardo Mehedff e Francisca Caporali, Rita Moreira, Roberto Winter, Sebastian Diaz Morales, thislandyourland ARTISTAS [SONZEIRA] DJ Barata, DJ Paulão, Jovem Palerosi e SHN PRODUÇÃO EXECUTIVA Maíra Endo PRODUÇÃO GERAL Samantha Moreira

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PROGRAMAÇÃO VISUAL

MÓDULOS I E II

Pedro Hurpia

MÓDULO III E IV

Elisa Carareto ASSESSORIA DE IMPRENSA

MÓDULOS I E II

Décio Hernandez Di Giorgi MÓDULO III E IV

Awe Public Relations REGISTRO FOTOGRÁFICO E TRATAMENTO DE IMAGENS Artista convidado | Pedro Hurpia REGISTRO VIDEOGRÁFICO Filmes para bailar, Henrique Lukas e Poltrona Filmes


REALIZAÇÃO

APOIO

PATROCÍNIO

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CATÁLOGO EDIÇÃO Henrique Lukas, Maíra Endo e Samantha Moreira PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Elisa Carareto REGISTRO FOTOGRÁFICO E TRATAMENTO DE IMAGENS Pedro Hurpia REGISTRO FOTOGRÁFICO [EXTRAS] MÓDULOS I E II [ABERTURA]

Pedro Ribeiro

MÓDULO I [WORKSHOP/AÇÃO]

Pedro Ribeiro

MÓDULO IV [ABERTURA]

Pedro Ferrarezzi

MÓDULOS I, II, III E IV [RESIDÊNCIA/PROCESSO]

Henrique Lukas

REVISÃO DE TEXTO Caroline Rodrigues e Thiago Romaro IMPRESSÃO Achei Impressos Editora e Gráfica Ltda VERSÃO ONLINE www.atelieaberto.art.br/abrindocodigos

Esse catálogo foi impresso em papel offset 90g (miolo) e papel kraft 240g (capa). A família tipográfica usada é a FF Din, desenhada por Albert-Jan Pool em 1995. Tiragem: 1.000 Campinas, SP - Brasil | 2015 176




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