Revista APAVT nº 36 | 2013

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ASSOCIATIVISMO, INTERNACIONALIZAÇÃO E CONCORRÊNCIA

nas relações internacionais.

Caros colegas,

congresso deste ano da DRV, associação alemã

A este propósito, pela primeira vez na história da APAVT, esta associação esteve presente no das agências de viagens, a convite do seu

1. CONGRESSO - O ASSOCIATIVISMO

presidente, Jürgen Büchy.

VIVE-SE… ASSOCIANDO-NOS !

Foi uma importante oportunidade de explorar

Está à porta o… congresso da APAVT, este ano

novas vias de contacto, que certamente darão

em Angra do Heroísmo.

estrado a novos negócios para as agências de

Já se sabe, o congresso da APAVT não é

viagens portuguesas e a novos turistas para o

apenas mais um congresso, uma vez que

nosso País.

espelha o posicionamento dos agentes de

Mas, antes disso, este convite foi já um

viagens na cadeia de valor do turismo, uma

importante registo da visibilidade internacional

posição de charneira, com relacionamento

da APAVT, que corresponde a um trabalho

directo com a procura, meios de transporte e

estruturado e continuado no board da ECTAA,

destinos turísticos.

mas também à visibilidade do nosso país

É por isso que o nosso congresso não é apenas

enquanto destino turístico, visibilidade à qual só

mais uma discussão de temas mais ou menos

podemos associar o trabalho extraordinário que

actuais; é "o" congresso do ano, onde todos nos

vem sendo realizado pelas nossas agências de

encontramos; entre nós, com os nossos

incoming.

fornecedores e num determinado destino

Ah, já me esquecia!... O mês passado tivemos

turístico.

a oportunidade de visitar exactamente a sede

Este ano nos Açores.

da DRV, em B erl im, a convite do seu

Teremos, deste modo, um congresso na

Presidente. Nessa altura, tivemos o grato

natureza em estado puro.

prazer de perceber que, no espaço económico

O programa que foi delineado, os temas e os

alemão, cerca de 91% dos pacotes turísticos são

palestrantes, os momentos de lazer e o palco

vendidos

onde tudo se desenrolará, a ilha da Terceira, são

tradicionais!...

com toda a certeza razões mais do que

Continuamos a ser, todos os dias, apontados

suficientes para uma adesão alargada de

como um negócio em extinção -- Será que os

associados e parceiros. O preço também…

alemães vão deixar de passar férias?

E de facto, "chegamos" ao dia de hoje com mais

Hum… talvez fosse em busca de outra conclusão

inscrições do que em igual dia do ano anterior,

- O Mundo está tão moderno, que voltou a

ano onde se bateram vários recordes de

necessitar, de forma absolutamente notória, das

adesão, estabelecidos há muitos anos -- boas

agências de viagens!!!

notícias, portanto!

E assim, da Alemanha, vieram boas notícias!!!...

por…

agências

de

viagens

Faltará chamar a atenção para a mais importante razão para participarmos do nosso

Pedro Costa Ferreira, Presidente da Direcção da APAVT

clari ficar, situação que não poderá deixar ninguém confortável. Temos o melhor treinador do mundo mas achamos que é mal-educado; temos o melhor jogador do mundo, mas achamos que o Messi é melhor; recebemos como ninguém, pois há logo quem diga que somos é servis… Pois também parece haver no País quem insista que temos uma companhia aérea, a TAP, com poder a mais. Tenho uma boa proposta para resolvermos a situação. Deixemos, como tanto gostam, o mercado funcionar o que, neste caso, significará

3. A RYANAIR É IMPORTANTE? SIM,

deixar de se apoiar só as low cost, impedindo

MAS PARA O PAÍS A TAP É-O MUITO

assim a introdução de desigualdades de

MAIS!!!...

concorrência no mercado.

A APAVT não tem qualquer preconceito

Nessa altura, teremos em Portugal uma TAP

relativamente às low-cost.

com o poder "certo", do ponto de vista do

Hoje, qualquer estudante mal preparado sabe

movimento do mercado. Um poder maior do

que o transporte aéreo não está mais dividido

que o actual, não tenham dúvidas.

entre low-cost e tradicionais, é composto de

E quem traz a concorrência à colação, cada vez

várias propostas híbridas, que evoluíram dos

que ataca a TAP, teria certamente uma surpresa

quadros de partida mais extremados, e que,

(ou talvez não, ou talvez não…)…

2. O DESAFIO DAS RELAÇÕES

fruto da concorrência e das exigências do

Encontramo-nos nos Açores!

INTERNACIONAIS - SEGUE-SE A

consumidor, se foram aproximando.

ALEMANHA!

Então, não estamos à partida, contra a entrada

É público e notório, o esforço que esta direcção

da Ryanair no aeroporto de Lisboa.

da associação tem realizado na vertente

Desde que se prove que as condições de

internacional.

utilização são iguais às restantes companhias de

O Brasil, o Oriente, com olhar especial para

aviação presentes no aeroporto.

Macau, e a Europa, através da ECTAA, têm

Assunto que, por sinal, está pouco claro no

constituído as apostas mais visíveis deste foco

mercado, não parecendo existir vontade de o

congresso. O facto de o associativismo só se poder

viver,

associando-nos

aos

actos

associativos, emprestando-lhes a visão de cada um, permitindo que as conclusões integrem a diversidade do universo empresarial e a legitimidade que só se alcança com o desafio do contraditório. Vemo-nos nos Açores!

REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

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Nº 36 - 2013 - WWW.APAVTNET.PT

CAPA

Luiz Mór (TAP): :

"Completa-se a estratégia de cobrir o Brasil inteiro" Presidente da Direcção: Pedro Costa Ferreira Conselho Editorial: Pedro Costa Ferreira, João Welsh, Filipe Machado Santos, Rui Colmonero, Paulo Brehm

Está entusiasmado com o lançamento de novas rotas para o norte do Brasil e para a Europa, bem como do reforço para África. Em entrevista à REVISTA APAVT, o vice-presidente da TAP, Luiz Mór, fala ainda das relações da transportadora com os agentes de viagens, designadamente sobre os porquês da redução de comissões e dos prazos de pagamento. ○

Impressão e Acabamento: MX3-Artes Gráficas, Lda. Rua Alto do Sintra - Sintra Comercial Park Armazem 16 Fracção Q 2635-446 Rio de Mouro Tiragem: 3.000 exemplares Distribuição: APAVT Propriedade: APAVT-Associação Por tuguesa das Agências de Viagens e Turismo Rua Duque de Palmela, 2-1º Dtº 1250-098 Lisboa Tel. 21 3553010 / Fax. 21 3145080 apavt@apavtnet.pt www.apavtnet.pt

Pág. 22

Estatísticas do Turismo Navegação (quase) à deriva

Colaborações: Sebastião Boavida, Silvério do Canto (Agência PressTur), Frédéric Frère

Publicidade: Helena Dias revista.apavt@net.novis.pt 21 3142256

Destino preferido da APAVT em 2013 (e no próximo ano da ECTAA), os Açores acolhem pela terceira vez a magna reunião do turismo nacional. À terceira é na Terceira, e por isso é em Angra do Heroísmo, até 9 de dezembro, que o congresso dos agentes de viagens portugueses vai decorrer, sob o tema "Novos Rumos, Outra Atitude". Pág. 18

Redacção: Guilherme Pereira da Silva Tel. 21 3142256 / Fax. 21 3525157 revista.apavt@net.novis.pt

Edição Gráfica e Layout: Pedro António e Maria Duarte

Congresso: À terceira, é na Terceira

REVISTA APAVT Director Editorial: Paulo Brehm brehm@net.novis.pt

Fotografia: Rafael G. Antunes, Arquivos APAVT, Turismo dos Açores e arquivo Travelport, Anabela Mourato, Funchal Daily Photo e Raquel Wise/Ambitur

O que vale o turismo para a nossa economia, quantos turistas nos visitam, de onde e como são, quantas noites e onde ficam instalados, quanto e onde gastam, as respostas a estas e outras questões são fundamentais para que melhor possamos gerir os nossos negócios. Será que sabemos tudo? ○

Pág. 34

Companhias aéreas híbridas: uma nova realidade entre as lowcost e as tradicionais Estima-se que, em 2015, um em cada três lugares vendidos em voos comerciais seja da responsabilidade de companhias low-cost. No sentido de chegar a cada vez mais passageiros, as transportadoras de baixo custo estão a adotar práticas das companhias tradicionais, surgindo um novo conceito, o da companhia híbrida. ○

Pág. 36

Reservas hoteleiras nos GDS: o mundo à distância de um "click" Desenhados para facilitar as reservas de aviação pelos agentes de viagens, nas quais se tornaram a sua primeira opção, os GDS's oferecem também a capacidade de aceitar reservas hoteleiras. De que forma tem evoluído esta ferramenta e que vantagens oferece, a agentes e hoteleiros. Fomos ouvir os responsáveis da Travelport e do Amadeus. Pág. 40 ○

Check-Out Nasceu em Setembro, num dos bairros mais genuínos de Lisboa, a mais recente unidade de quatro estrelas da Memmo Hotels, o Memmo Alfama. Pág. 45 ○

Reg. no ICS como nº 122699

Nota do Editor: Os artigos de opinião são da responsabilidade exclusiva dos seus autores.

MENSAGEM DO PRESIDENTE ○

EDITORIAL ○

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ESTATÍSTICA ○

NOTÍCIAS ○

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REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


editorial

O

Paulo Brehm

REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

congresso vai começar. Mais do que o momento alto da associação, os congressos da APAVT constituem, na prática, os mais importantes fóruns de debate turístico nacional, sobretudo pela natureza da própria atividade dos agentes de viagens, que é a única a estabelecer pontes com todos os fornecedores da oferta turística. Espera-se um "grande" congresso. A direção da APAVT conseguiu vencer o desafio de levar à Terceira, uma das ilhas do arquipélago que é este ano o "Destino Preferido da APAVT", cerca de 500 congressistas a um preço verdadeiramente competitivo. Nesta edição da revista damos conta do programa do congresso, que uma vez mais vai reunir um conjunto de oradores de primeira linha, numa agenda de trabalhos e social que promete um aceso debate, mas também momentos de grande animação. Este foi também o momento para dar, uma vez mais, voz ao vice-presidente da TAP, Luiz Mór. A expansão no Brasil, as low cost, a redução das comissões e dos prazos de pagamento, são tudo questões a que não se furtou, numa entrevista que merece a melhor atenção. Também, nesta edição, damos atenção a questões como a da reserva de hotéis nos GDS's, as alterações legislativas no âmbito das relações laborais, um artigo sobre o estado das estatísticas de turismo em Portugal, a venda de low costs através do sistema Travelport e a opinião de Vítor Costa sobre como o processo de reorganização regional do turismo deu mais força a Lisboa. Em conjunto com as páginas de análise estatística e o noticiário, é nossa convicção termos aqui boas razões para continuar a merecer a vossa atenção. Importa dizer que, além da distribuição regular da revista, vamos também oferecer este número a todos os participantes no congresso. Este ano foi, provavelmente, o mais difícil de todos desde que

iniciámos este projeto. Muitas empresas, sob fortes dificuldades, optam por reduzir o seu investimento publicitário, ou o leque de títulos onde investem. É certo que perdemos um par de anunciantes, mas mantivemos as mesmas condições, pontualmente reduzindo o número de páginas levadas à estampa. São as vicissitudes do negócio. Aos que ficam, parabéns pelo esforço, acreditamos que vale a pena. A REVISTA APAVT não é uma publicação como as demais. Nem pior, nem melhor, apenas diferente. Se o seu target são os agentes de viagens e os operadores turísticos, não temos concorrência. A associação não representa todos, mas representa os que contam - mais de 90% do negócio turístico. É com estes que comunicamos, e nos casos das grandes organizações, através de mais do que um exemplar. Não há balcão de um associado que não receba, pelo menos, uma revista. Esta é a diferença. Somos mais caros? Talvez. Mas oferecemos o que nenhuma outra oferece e, diga-se em abono da verdade, não cobramos mais do que o justo preço, pois que este é um projeto sem fins lucrativos. Aproveito, assim, esta edição, para agradecer o apoio continuado de todos os nossos anunciantes, fazendo votos para que os que nos deixaram possam regressar, e os que nunca nos consideraram nas suas opções, possam fazêlo agora. Ainda vêm muito a tempo de aproveitar o que temos para lhes oferecer.

Desejando a todos um Santo Natal, votos de boas leituras e melhores negócios.

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Análise Estatística

Vendas de voos pelas agências portuguesas estão 36 milhões de euros acima de 2012 Outubro foi mais um mês de aumento acentuado das vendas de voos regulares pelas agências de viagens portuguesas (BSP), em 7,5% ou 5,6 milhões de euros, com a qual no conjunto dos primeiros dez meses deste ano há um aumento acumulado de 36 milhões (+5,2%), de acordo com os dados a que o PressTUR teve acesso. A informação mostra que como tem sido habitual, o aumento das vendas BSP (do inglês para Billing and Settlement Plan, sistema gerido pela IATA, através do qual as agências de viagens pagam às companhias aéreas os bilhetes de voos regulares reservados em GDS) das agências portuguesas em outubro foi suportado pelas vendas de voos internacionais, mas com a novidade de pela primeira vez desde pelo menos inícios de 2012 a queda das vendas domésticos ter ficado em um dígito. Os dados a que o PressTUR teve acesso indicam que em outubro, as vendas de

voos internacionais aumentaram 8,4% ou 5,8 milhões de euros, para 74,89 milhões, e as vendas de voos domésticos tiveram uma queda em 4,8% ou 260 mil euros, para 5,1 milhões. Desde pelo menos inícios de 2012 que as vendas de voos domésticos estavam com quedas homólogas mensais a dois dígitos, o que faz de outubro uma exceção, mas que, ainda assim, não evita que tenha sido o mês em que a 'fatia' do doméstico atingiu o nível mais baixo, tendo representado apenas 6,4% das vendas totais. Isto acontece pelo aumento das vendas internacionais, que as fontes do PressTUR, tanto da aviação como das agências de viagens, dizem ser reflexo de um aumento das viagens de negócios pelos esforços que as empresas portuguesas estão a fazer para colocarem os seus produtos no estrangeiro e, por essa via, compensarem a contração do mercado doméstico.

Esta tendência, bem como uma maior concentração das viagens de lazer em voos regulares, pela redução da oferta charter, explicam que este ano as vendas nos dez meses de janeiro a outubro estarem com o quarto maior montante de sempre, apenas atrás dos 'anos de ouro' de 2006 a 2008. Até outubro, as vendas BSP somam 732,86 milhões de euros, em alta de 5,2% ou 36 milhões relativamente ao período homólogo de 2012 e também 4,4% ou 30,8 milhões acima de 2011. Estes aumentos vêm da evolução das vendas de voos internacionais, que ascendem 674,4 milhões de euros (92% do total), superando o período homólogo de 2012 em 7,1% ou 44,6 milhões e acima de 2011 em 10,1% ou 61,9 milhões. Já em vendas de voos domésticos, o total dos primeiros dez meses deste ano é de 58,4 milhões, abaixo de 2012 em 12,7% ou 8,5 milhões e abaixo de 2011 em 34,7% ou 31 milhões.

ESViagens mantém-se o maior grupo mas Abreu encurta distância A holding ESViagens conserva a liderança dos grupos portugueses em vendas BSP Portugal nos primeiros nove meses deste ano, com 112,2 milhões de euros, o que equivale a 17,2% das vendas totais, mas enquanto baixa a quota em 0,6 pontos, a nº 2, a Abreu, sobe 0,4 pontos, para 14,3%, com 93 milhões de euros. Os dados a que o PressTUR teve acesso indicam que enquanto as vendas BSP cresceram 4,9% ou 30,5 milhões de euros nos meses de janeiro a setembro, para 652,8 milhões, as vendas das agências do grupo ESViagens tiveram um aumento em 1,3% ou 1,4 milhões e a Abreu teve +8,3% ou mais 7,1 milhões. Em nº 3 mantém-se o grupo Go4Travel, com 86,4 milhões de euros, que cresceu quase a par do mercado (+5% ou mais 4,1 milhões), mantendo a sua quota em 13,3%, à frente do conjunto Geostar, com 56,6 milhões, que teve uma queda em 4,3% ou 2,5 milhões, e da eDreams, com 33,3 milhões, em alta de 30,5% ou 7,8 milhões. Estes também já eram os cinco maiores grupos nos primeiros nove meses de 2012, tal como acontece nos cinco grupos seguintes, à exceção da Alive, que subiu da 19ª para a 9ª posição. A segunda metade do Top10 é integrada pela Travelstore, com 19,4 milhões, em queda de 5,7% ou 1,2 milhões, pela Atlântida, com 18,3 milhões, +3% ou 6

mais 0,5 milhões que há um ano, a Corte Inglés, com 17,3 milhões, +15,9% ou mais 2,4 milhões, a Alive, com 13,4 milhões, +372,8% ou mais 10,6 milhões, e a Escalatur, com 10,7 milhões, +7,7% ou mais 0,8 milhões. Com montantes de vendas acima dos dez milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano estão ainda a Consolidador, com 10,7 milhões, +18,2% ou mais 1,6 milhões que no período homólogo de 2012, a Sottotour, com 10,4 milhões, +40% ou mais três milhões, a Cosmos, com dez milhões, -12,1% ou menos 1,4 milhões. Segue-se um grupo de quatro organizações com vendas entre cinco milhões e dez milhões de euros, do qual fazem parte a TUI, com 9,8 milhões, +29,3% ou mais 2,2 milhões que nos primeiros nove meses de 2012, a Cooltravel, com 7,6 milhões, +9,4% ou mais 0,7 milhões, a Halcón Viagens, com sete milhões, +2,2% ou mais 0,15 milhões, e a Turangra, com 6,9 milhões, +0,5% ou mais cerca de 40 mil euros. Por 'chapas', a líder é a Abreu, com 93 milhões (+8,3% ou mais 7,1 milhões), à frente da Geostar, com 56,4 milhões (3,3% ou menos dois milhões), a Top Partner (ES Viagens), com 55 milhões (1,9% ou menos um milhão), a eDreams, com 33,3 milhões (+30,5% ou mais 7,8 milhões), e a Top Atlântico (ES Viagens),

com 23,4 milhões (+2,8% ou mais 0,6 milhões). Seguem-se a Travelstor e, com 19,4 milhões (-5,7% ou menos 1,2 milhões), a Atlântida, com 18,3 milhões (+3% ou mais 0,5 milhões), a Corte Inglés, com 17,3 mi lhões (+15,9% ou mais 2,4 milhões), a Carlson Wagonlit (ES Viagens), com 13,8 milhões (+2,4% ou mais 0,3 milhões), e a Alive, com 13,4 milhões (+372,8% ou mais 10,6 milhões). A Alive, que no ano passado ainda tinha uma actividade reduzida é a agência que mais ganha quota de mercado, com um aumento de 1,6 pontos, para 2,1%, seguindo-se a eDreams, com mais um ponto, para 5,1%, e o operador Solférias, com +0,8 pontos, para 1,5%, já que teve um aumento das vendas BSP em 106,4% ou 5,1 milhões de euros, para 9,9 milhões. A Solférias ascendeu assim à liderança dos operadores turísticos em vendas BSP, à frente da Turangra (sem descontar a actividade como agência de viagens e as vendas Soltrópico), com 6,9 milhões de euros (+0,5%), e Nortravel, com 5,8 milhões (+1,8% ou mais 0,1 milhões). No grupo Go4Travel, a líder é a ClubTour, com dez milhões (+15% ou mais 1,3 milhões que em 2012), e depois a TQ Travel, com 7,6 milhões (+16% ou mais um milhão), e a Wide Travel, com 7,2 milhões (+11,1% ou mais 0,7 milhões). REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Análise Estatística

Aeroporto de Lisboa está cada vez mais TAP e low costs dos grandes grupos europeus O Aeroporto de Lisboa somou mais 532,1 mil passageiros nos dez meses de Janeiro a Outubro, 344,9 mil pelo crescimento da TAP e 97,7 mil pelo crescimento dos três grandes grupos aéreos europeus (Lufthansa, Air France-KLM e IAG), mas neste caso pelo aumento em 164,5 mil das suas low cost, porque as suas principais companhias aéreas estão com menos 66,8 mil - mostra o balanço até Outubro a que o PressTUR teve acesso. Os dados a que o PressTUR teve acesso indicam que a TAP consolida nestes primeiros dez meses a liderança do Aeroporto de Lisboa, com 8,05 milhões de embarques e desembarques, em alta de 4,5%, com a qual ganha 0,2 pontos de quota de mercado, subindo para 58,8%. Depois vem a easyJet, primeira low cost a ter uma base em Lisboa, mas que tem até Outubro um 'magro' aumento do número de passageiros (+1,6% ou mais 24,2 mil, para 1,553 milhões), pelo que a sua quota de mercado baixa 0,3 pontos, para 11,3%. Em terceiro lugar vem a Lufthansa, que se mantém a maior das 'tradicionais' europeias, ainda que tendo uma queda de 11,8% ou 63,5 mil passageiros, para 474,7 mil. O grupo Lufthansa, no entanto, tem um ligeiro crescimento em Lisboa, pois quer a Swiss quer a Germwings somam mais passageiros que há um ano, respectivamente mais 61 mil (+62,3%, para 158,9 mil) e mais 6,9 mil (+7,5%, para 99 mil), pelo que o conjunto do grupo tem um aumento em 0,6% ou 4,5 mil, para 732,8 mil (5,3% do total do Aeroporto, -0,2 pontos que há um ano).

REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

O grupo Air France-KLM é o que tem o maior crescimento entre os maiores grupos aéreos europeus, em 12,4% ou 86,5 mil, para 784,5 mil embarques e desembarques, o que lhe dá uma quota de mercado de 5,7%, em alta de 0,8 pontos com a qual ultrapassa o grupo Lufthansa. Para esta evolução contou principalmente a low cost Transavia.com, com um aumento em 76,2% ou 107,3 mil, para 284,1 mil, que só por si compensou a queda da Air France, em 9,1% ou praticamente 33 mil, para 329 mil, tanto mais quanto também a KLM teve crescimento, em 6,2% ou 12,2 mil, para 207,4 mil. O IAG, por sua vez, tem um aumento dos embarques e desembarques em Lisboa em 0,9% ou 6,7 mil, para 784,9 mil, apesar da queda de 53,2 mil em voos da Iberia (15,9%, para 282 mil), porque a British Airways tem um aumento em 4,3% ou 9,6 mil, para 235,3 mil, mas, sobretudo, porque a Vueling aumenta 23,1% ou 50,2 mil, para 267,5 mil. O IAG mantém assim, ainda que por pequena margem, a liderança dos grandes grupos aéreos em Lisboa com 5,7% do total de embarques e desembarques, mas em queda de 0,2 pontos. Os dados a que o PressTUR teve acesso mostram que a evolução nos primeiros dez meses deste ano dos três grandes grupo aéreos foi marcada por quedas das suas companhias aéreas tradicionalmente mais fortes (Lufthansa e Swiss, no grupo Lufthansa, Air France e KLM, no grupo Air France-KLM, e British Airways e Iberia, no

IAG) e crescimento das suas low cost (Germwings do grupo Lufthansa, Transavia.com do grupo Air France-KLM e Vueling do IAG). Em conjunto, Lufthansa, Swiss, Air France, KLM, British Airways e Iberia transportaram de e para Lisboa 1,687 milhões de passageiros nos meses de Janeiro a Outubro, tendo uma queda de 3,8% ou 66,8 mil, enquanto Germanwings, Transavia.com e Vueling aumentaram 36,5% ou 164,5 mil, para 614,7 mil. As seis 'tradicionais', reconhecidas por terem das mais poderosas máquinas de marketing, representaram assim 12,3% do total de passageiros do Aeroporto de Lisboa, menos um ponto que no período homólogo de 2012 e menos 1,9 pontos que em 2011. As low costs destes grupos, por sua vez, atingem uma quota de mercado de 4,5%, quando nos primeiros dez meses de 2012 tinham 3,4% e em 2011 tinham 2,7%. Assim, com os três grandes grupos aéreos europeus, via as suas low cost, a atingirem 16,8% de quota de mercado em Lisboa (16,7% em 2012 e 16,9% em 2011), e com a TAP a atingir 58,8% (58,5% em 2012 e 57,3% em 2011), em conjunto estas transportadoras atingem uma quota de mercado de 75,6%, que compara com 75,3% em 2012 e 74,3% em 2011. O balanço por tipos de companhias a operaram no Aeroporto de Lisboa a que o PressTUR teve acesso indica que de Janeiro a Outubro teve 13,544 milhões de passageiros em voos regulares, 61% em 'tradicionais' portuguesas (+0,2 pontos), 21,7% em 'tradicionais' estrangeiras (0,6 pontos) e 16,1% em low cost (+0,9 pontos), em que inclui easyJet, Germanwings, Norwegian, transavia.com e Vueling. Mas no caso das 'tradicionais' portuguesas, o aumento em 3,5%, para 8,36 milhões de passageiros, é penalizado pela evolução em baixa da SATA Internacional (-0,4% ou menos 1,4 mil passageiros, para 341,1 mil), enquanto nas low cost, o aumento em 10%, para 2,2 milhões, é penalizado pela easyJet, que apenas cresceu 1,6%. No caso das 'tradicionais' estrangeiras, o crescimento assenta em grande medida na Emirates (+202,4% ou mais 98,6 mil, para 147,3 mil, mas porque em 2012 o voo apenas começou em meados de Julho), na angolana TAAG (+12,6% u mais 18,4 mil, para 164,7 mil), na marroquina Royal Air Maroc (+47,2% ou mais 15,8 mil, para 49,2 mil) e na turca Tukish Airlines (+20,5% ou mais 14,1 mil, para 82,6 mil). 7


Análise Estatística

França ultrapassa Espanha no Aeroporto de Lisboa e em Outubro também superou tráfego doméstico França foi a maior origem/destino de passageiros no Aeroporto de Lisboa no mês de Outubro, à frente, inclusive, do movimento em voos domésticos e, dessa forma, consolidou-se como o mercado internacional mais importante nos primeiros dez meses deste ano, destronando Espanha, de acordo com o balanço até Outubro a que o PressTUR teve acesso. Os voos de e para França transportaram em Outubro 177,3 mil passageiros, em alta de 14,4%, com a qual superaram por 12,2 mil o movimento em voos domésticos, apesar de nestes também ter havido aumento em 1,3% ou 2,1 mil, para 165 mil, e relativamente a Espanha, que em Outubro era a origem/destino líder, tiveram mais 16,7 mil, neste caso porque o movimento em voos de e para Espanha baixou 7,7% ou 13,4 mil, para 160,6 mil. A fechar o Top5 das origens/destino com mais tráfego em Outubro estão a Alemanha, com 139,3 mil (+2,1% ou mais 2,9 mil que em 2012), e o Brasil, com 136,7 mil (+1,5% ou mais dois mil). Os dados a que o PressTUR teve acesso mostram que no mês de Outubro, Espanha foi a única das dez principais origens/destinos a ter queda do movimento de passageiros e que o maior crescimento em percentagem foi das ligações com a Suíça, com +16,8% (mais 12,2 mil, para 84,7 mil), seguindo-se os voos de e para França e, depois, Holanda, com +13,7% ou mais 8,9 mil, para praticamente 74 mil, um total que é 51,5% superior ao de Outubro de 2011.

Do Top10 das origens/destinos em Outubro fazem ainda parte o Reino Unido, com 118,1 mil passageiros (+3,8% ou mais 4,4 mil que em 2012), Itália, com 86,2 mil (+3,1% ou mais 2,6 mil), e os Estados Unidos, com 38,3 mil (+10,4% ou mais 3,6 mil). Nos dez meses de Janeiro a Outubro, os voos domésticos foram os que mais passageiros geraram para o Aeroporto de Lisboa, com um total de 1,662 milhões, mais cerca de dez mil que os voos de e para França, que tiveram um total de 1,652 milhões, mas enquanto em domésticos há uma queda em 0,8% ou 12,6 mil, nas ligações com França há um aumento em 9,9% ou 148,7 mil. Tanto os domésticos com as ligações com França ultrapassaram o movimento em voos de e para Espanha, que há um ano era a origem/ destino líder, mas que tem este ano uma queda de 11,1% ou 190,3 mil, para 1,521 milhões. A seguir a Espanha vem o Brasil, com 1,253 milhões, que significa uma estagnação em baixa de 0,1% (menos 729 passageiros), e a fechar o Top10 está a Alemanha, com 1,204 milhões, em alta de 2,9% ou 34 mil. Depois vêm o Reino Unido, com 1,111 milhões de passageiros (+5,6% ou mais 59 mil), Itália, com 832,7 mil (+3,5% ou mais 28,4 mil), Suíça, com 795,5 mil (+15,9% ou mais 109,2 mil), Holanda, com 630,4 mil (+17,1% ou mais 92,2 mil), e Estados Unidos, com 351 mil (+3,9% ou mais 13 mil). Entre as origens/destinos fora da Europa,

depois do Brasil e Estados Unidos, a maior é Angola, com 322,8 mil passageiros (+3,3% ou mais 10,2 mil), à frente de Cabo Verde, com 211 mil (+2,8% ou mais 5,7 mil), e Emirados Árabes Unidos, com 147,3 mil (+200,2%, que reflete o facto do voo da Emirates para o Dubai apenas ter começado em Julho de 2012, embora quando se compara Outubro deste ano com o do ano passado se verifique um aumento em 42,2% ou 5,1 mil passageiros, para 17,4 mil). Esse efeito do começo do voo da Emirates apenas em Julho de 2012 coloca os Emirados como a terceira origem/destino em aumento do número de passageiros em Lisboa até Outubro, depois de França (mais 148,7 mil) e da Suíça (mais 109,2 mil). Seguem-se a Holanda, com mais 92,2 mil, o Reino Unido, com mais 59 mil, Dinamarca, com mais 42,6 mil (+32,8%, para 172,4 mil), Alemanha, com mais 34 mil, Itália, com mais 28,4 mil, Marrocos, com mais 27,2 mil (+32,4%, para 111,3 mil), e Roménia, com mais 24,9 mil (+103,1%, para 49 mil). A maior queda é Espanha, com menos 190,3 mil, seguindo-se Grécia, uma vez que a TAP cessou a rota de Atenas, com menos 30 mil (-90,9%, para três mil), e República Dominicana e México, destinos tradicionalmente em charter e que este ano foram penalizados pelo desaparecimento dos operadores da Orizonia, tendo decréscimos de, respetivamente, 23 mil (48,1%, para 24,8 mil) e 22,8 mil passageiros (53,3%, para 20 mil).

Quartos de alojamento turístico português rendem +5,2% de Janeiro a Setembro As unidades de alojamento turístico portuguesas obtiveram de Janeiro a Setembro uma média de 36,2 euros de receita de quartos por quarto disponível (RevPAR), em alta de 5,2% ou 1,8 euros relativamente aos primeiros nove meses de 2012, de acordo com dados publicados pelo Turismo de Portugal (TP). A informação do TP apenas especifica a evolução da taxa de ocupação, indicando um aumento em 1,7 pontos (+3,1%), para 56,4%, mas a partir desses dados é possível ver que a subida da RevPAR também se deve, ainda que de forma menos significativa, a um aumento do preço médio dos quartos, em 2,1% ou 1,3 euros, para 64,2%. As três regiões onde os estabelecimentos de alojamento turístico estão com maiores subidas da RevPAR este ano são Madeira, Açores e Algarve, que são precisamente as que têm as subidas mais fortes da taxa de ocupação. Os estabelecimentos da Madeira têm um aumento da RevPAR em 10,9% ou 3,7 euros, para 37,8 euros, embora o preço 8

médio de quartos tenho um aumento de apenas 0,8% ou 0,5 euros, para 56,1 euros, porque a taxa de ocupação sobe 6,1 pontos (+10%), para 67,4%. Mais flagrante é o caso dos Açores, onde a RevPAR sobe 6,8% ou 1,7 euros, para 26,8 euros, apesar do preço médio de quartos ter a queda mais forte destes nove meses, em 3,2% ou 1,7 euros, para 52 euros, porque a taxa média de ocupação sobe 4,8 pontos (+10,3%), para 51,5%. Já no Algarve, a 'distribuição' é mais equilibrada, embora com prevalência da evolução da taxa de ocupação. A RevPAR nesta região sobe 6,2% ou 2,7 euros, para 46,3 euros, por subida da taxa de ocupação em três pontos (+5%), para 63,5%, e aumento do preço médio dos quartos em 1,2% ou 0,8 euros, para 72,9 euros. Os estabelecimento da região de Lisboa são os que têm o quarto aumento mais forte da RevPAR nos primeiros nove meses deste ano, em 5,6% ou 2,5 euros, para 47,5 euros, mas com a particularidade de o principal factor ter sido a subida do preço médio, em 3,9% ou 2,8 euros, para 73 euros, embora também a ocupação tenha melhorado, em um ponto

(+1,6%), para 65,1%. Uma situação semelhante ocorre no Porto e Norte de Portugal, onde a RevPAR sobe 4,3% ou 1,1 euros, para 26,6 euros, por subida da taxa de ocupação em 0,8 pontos (+1,7%), para 47,6%, e aumento do preço médio dos quartos em 2,6% ou 1,4 euros, para 55,9 euros. Centro e Alentejo são as únicas regiões onde nestes nove meses os estabelecimentos de alojamento turístico têm quedas da RevPAR, porque também são as únicas a ter quedas das taxas de ocupação. No Centro a RevPAR baixa 3,3% ou 0,6 euros, para 17,8 euros, por queda da taxa de ocupação em 1,2 pontos (-3,1%), para 37,3%, e uma ligeira descida do preço médio de quartos, em 0,1% ou 0,1 euros, para 47,7 euros. No Alentejo, a queda da RevPAR, em 3,1% ou 0,8 euros, para 24,9 euros, vem exclusivamente da descida da taxa de ocupação, que baixa 2,4 pontos (-5,6%) para 40,7%, 'anulando' assim a subida do preço médio dos quartos em 2,6% ou 1,6 euros, para 61,2 euros. REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Análise Estatística

Hotelaria portuguesa faz melhor Verão de sempre com mais um milhão de dormidas de estrangeiros A hotelaria portuguesa superou este ano, pela primeira vez e por grande margem, a marca de 20 milhões de dormidas no Verão (Junho a Setembro), apesar de uma estagnação em baixa do mercado dos residentes em Portugal, porque alcançou mais um milhão de dormidas de turistas estrangeiros, de acordo com os mais recentes dados do INE. Os estabelecimentos hoteleiros portugueses, de acordo com esses dados, tiveram nos quatro meses da época estival um total de 20,836 milhões de dormidas, mais 1,04 milhões ou 5,3% que no período homólogo de 2012, que era o anterior recorde para a época alta. Na base deste recorde estiveram os 14,4 milhões de dormidas de turistas estrangeiros, em alta de 7,9% ou 1,055 milhões relativamente ao período homólogo de 2012, para a qual contribuíram decisivamente os mercados do Reino Unido, da Alemanha e de França. De residentes no Reino Unido, a hotelaria portuguesa teve mais 293,7 mil dormidas que há um ano (+9,2%, para 3,496 milhões), de residentes na Alemanha teve mais 163,4 mil (+10,4%, para 1,721 milhões) e de França teve mais 159,1 mil (+13,4%, para 1,342 milhões). Entre os mercados que também contribuíram para o novo recorde na época estival conta-se ainda, com alguma surpresa, pela situação económica que está a viver, a vizinha Espanha, com mais 61,8 mil dormidas na hotelaria portuguesa (+3,6%, para

1,78 milhões), que assim se manteve como o segundo maior mercado emissor, depois do Reino Unido. Contributos positivos tiveram ainda os mercados dos Estados Unidos, que foi o que teve o maior crescimento percentual entre os maiores emissores, com mais 57,2 mil dormidas (+19,3%, para 354,3 mil), da Irlanda, com mais 51,7 mil dormidas (+8,4%, para 664,5 mil), do Brasil, com mais 34,8 mil dormidas (+7,5%, para 498,4 mil), e da Bélgica, com mais 7,8 mil dormidas (+2,3%, para 349,5 mil). O maior contributo, porém, foi o do conjunto dos mercados não especificados (fora do Top10 dos emissores), com um aumento de 330,3 mil dormidas (+13,8%, para 2,722 milhões), que por si só mais que compensou as quedas de Itália, em 51,7 mil dormidas (-11%, para 419,3 mil), e da Holanda, em 51,3 mil dormidas (-4,6%, para 498,4 mil), bem como do mercado dos residentes em Portugal, em 15,7 mil dormidas (-0,2%, para 6,435 milhões). Os dados do INE mostram, assim, que os mercados internacionais atingiram na época estival deste ano a maior percentagem desde pelo menos 2008 do total de dormidas na hotelaria portuguesa, com 69,1%, +2,3 pontos que no período homólogo de 2012. Os mercados internacionais que mais reforçaram a sua preponderância, depois dos 'emergentes' (fora do Top10), que representaram 13,1% das dormidas da época estival (mais um ponto que há uma ano),

foram o Reino Unido, com +0,6 pontos, para 16,8%, França, com +0,5 pontos, para 6,4%, Alemanha, com +0,4 pontos, para 8,3%, e Estados Unidos, com +0,2 pontos, para 1,7%. Subidas menores tiveram o Brasil (+0,05 pontos, para 2,4%) e a Irlanda (+0,09 pontos, para 3,2%), enquanto Espanha (-0,1 pontos, para 8,4%), Holanda (-0,5 pontos, para 5,1%), Itália (-0,4 pontos, para 2%) e Bélgica (-0,05 pontos, para 1,7%) baixaram. No mês de Setembro, em que a hotelaria portuguesa teve 4,81 milhões de dormidas, em alta de 5,1% ou 233 mil, os maior aumentos foram das pernoitas de britânicos, em 75,4 mil (+8,8%, para 937 mil), e de alemães, em praticamente 62 mil (+13,9%, para 507,5 mil). A hotelaria portuguesa teve ainda aumentos de dormidas em Setembro de espanhóis (+7,4% ou mais 22,1 mil, para 322,4 mil), França (+7,1% ou mais 18 mil, para 271,8 mil), Brasil (+10,1% ou mais 12,1 mil, para 132,3 mil), Estados Unidos (+4,1% ou mais 3,7 mil, para 92,9 mil), Bélgica (+4,6% ou mais 3,6 mil, para 81,7 mil), e do conjunto dos outros emissores fora do Top10 (+13,1% ou mais 79,6 mil, para 686 mil). Em baixa, além do mercado dos residentes em Portugal (-1,2% ou menos 15,9 mil, para 1,329 milhões), estiveram a Holanda (-6,3% ou menos 15,2 mil, para 225,8 mil), Irlanda (-2,3% ou menos 3,5 mil, para 146,1 mil) e Itália (-10,5% ou menos nove mil, para 77,2 mil).

Hotéis de 4 e 5-estrelas concentram 78,8% do aumento das dormidas em Setembro A hotelaria portuguesa teve este ano o melhor mês de Setembro de sempre em número de dormidas, com 4,81 milhões, em alta de 5,1% ou 233 mil face a 2012, para 4,81 milhões, com a particularidade do crescimento se ter concentrado em 78,8% nos hotéis de topo de gama de 5 e 4-estrelas, o que deveria apontar para um aumento mais forte dos proveitos por dormida, e não para a queda em 0,7% indicada pelos dados do INE. A informação do Instituto mostra que os hotéis 5estrelas foram mesmo as unidades que tiveram o maior aumento percentual do número de dormidas, com +16,5%, que significou mais 80,8 mil que há um ano, atingindo um total de 571,58 mil. Logo a seguir veio o aumento em 7,6% das dormidas nos 4-estrelas, que foram os que tiveram o maior aumento em valor absoluto no mês, em 102,77 mil, para 1,455 milhões. Assim, os hotéis de 4-estrelas foram os alojamentos onde se realizaram 30,3% das dormidas nos estabelecimentos hoteleiros portugueses em Setembro, mais 0,7 pontos que há um ano, e os 5estrelas atingiram uma 'fatia' de 11,9%, em alta de 1,2 pontos. Em perda, embora também tenham registado aumentos do número de dormidas, mas abaixo do aumento médio, estiveram os hotéis de 3-estrelas (REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

0,4 pontos, para 13,6%), os hotéis-apartamentos (-0,5 pontos, para 15,8%) e, em menor medida, os apartamentos turísticos (-0,2 pontos, para 11,2%) e os aldeamentos turísticos (-0,1 pontos, para 4,7%). De acordo com os dados do INE, à excepção dos "outros alojamentos", que tiveram uma queda das dormidas em 9,9%, todas as categorias especificadas tiveram aumentos em Setembro, dois deles a dois dígitos, o dos hotéis 5-estrelas, em 16,5%, e o das Pousadas, em 10,4%, para 45,2 mil. Seguiram-se, ainda com aumentos acima do aumento médio do mês (5,1%), os hotéis 4-estrelas, com +7,6%, para 1,455 milhões, os hotéis 2 e 2-estrela, com +7,3%, para 287,7 mil, e os hotéis-apartamentos de 5-estrelas, com +6,1%, para 50,4 mil. Com aumentos abaixo da média mês estiveram os apartamentos turísticos, com +3,7%, para 539,9 mil, os aldeamentos turísticos, com +2,8%, para 225,8 mil, os hotéis-apartamentos de 4-estrelas, com +2,4%, para 529,3 mil, os hotéis de 3-estrelas, com +2,2%, para 652,2mil, e os hotéis-apartamentos de 3 e 2estrelas, com +0,4%, para 178,8 mil. O INE não publica os valores de proveitos por categorias, mas apenas a RevPAR, pela qual é possível ter a indicação de que o êxito em dormidas dos 5-estrelas não teve tradução pelo menos em receita média de quartos por quarto disponível.

Segundo esses dados, embora a RevPAR média do sector tenha aumentado 2,5% em Setembro, para 40,7 euros, entre os hotéis o melhor resultado foi o dos 4-estrelas, que mantiveram os mesmos 46,60 euros de Setembro de 2012. De resto, todas as outras categorias de hotéis tiveram quedas, de 3,4% nos 5-estrelas, para 82,50 euros, de 1,4% nos 3-estrelas, para 28,90 euros, e de 4,3%, para 22,10, nos 2 e 1-estrela, para 22,10 euros. Já nos hotéis-apartamentos estão a melhor variação do mês, em 17,3%, para 50,10 euros, nos 5-estrelas, e a segunda melhor, em 7,6%, para 49,30 euros, nos 4-estrelas, enquanto nos 3 e 2-estrelas houve uma descida de 2,7%, para 32,90 euros. Com aumento da RevPAR acima do aumento médio do mês estiveram também as Pousadas, com +6,5%, para 62 euros, e os apartamento turísticos, com +6,4%, para 28,40 euros. Em queda esteve a RevPAR dos aldeamentos turísticos, que tiveram uma descida de 2,1%, para 32,40 euros. Os dados do INE, porém, não permitem ver a que se deveram as subidas e descidas da RevPAR, designadamente se por aumentos ou descidas dos preços e/ou se por aumento do número de quartos no mercado que levasse a queda das taxas de ocupação apesar do aumento do número de dormidas. 9


Análise Estatística

Preço médio da hotelaria de Lisboa é o que mais sobe até Setembro A hotelaria de Lisboa foi a que teve a maior queda do preço médio de quartos no mês de Setembro, com uma descida de 8,2%, mas ainda assim no conjunto dos primeiros nove meses não só se mantém acima do período homólogo de 2012, como tem a variação mais forte, em 3,9%, de acordo com os dados mais recentes publicados pelo Turismo de Portugal. A informação indica que de Janeiro a Setembro a hotelaria de Lisboa teve um aumento da RevPAR (receita média de quartos por quarto disponível ou preço médio de quartos ponderado pela taxa d e o c u p a ç ã o ) e m 5 , 6 % , p a ra 4 7, 5 euros, com aumento da taxa de ocupação dos quartos em um ponto, para 65,1%, que são os níveis mais elevados destes indicadores nestes nove meses. A partir destes dados é possível calcular que o preço médio dos quartos foi de 73 euros, também o valor mais elevado do País, e em alta de 3,9% relativamente ao período homólogo de 2012, que também é a variação mais forte. Em Setembro, porém, como já o indicavam os dados do INE divulgados no final da semana passada, a hotelaria da região da capital teve a maior queda de rentabilidade de todas as regiões, com a RevPAR a baixar 2,5 euros, e exclusivamente pela descida do preço médio. De acordo com os dados publicados pelo Turismo de Portugal (TP), a hotelaria da região de Lisboa teve uma queda da RevPAR em Setembro de 4% ou 2,5 euros, para 59,5 euros, embora a taxa de ocupação tivesse subido 3,6 pontos, para 82,5%, atingindo o valor mais elevado do mês de todo o País.

Esta evolução da ocupação o que indica é que a descida da RevPAR em Lisboa no mês de Setembro foi, portanto, pela queda do preço médio, que teve uma descida de 8,2% ou 6,5 euros por quarto, para 72,1 euros. Os dados do TP também permitem confirmar que foi principalmente esta evolução em Lisboa que levou a que o preço médio de quartos da oferta total de alojamento turístico em Portugal tenha baixado em Setembro, na ordem de 3,8% ou 2,5 euros, para 62,9 euros, embora o sector tenha sido 'salvo' por uma subida da taxa de ocupação em 3,8 pontos, para 72,3%, com a qual a RevPAR subiu 1,6% ou 0,7 euros, para 45,5 euros. Pelos dados do TP, descidas de preço médio da hotelaria ocorreram em Setembro, além de Lisboa, no Centro, em 5,2% ou 2,5 euros, para 44,9 euros, e no Algarve, em 0,9% ou 0,6 euros, para 71,6 euros. No caso do Centro, essa descida do preço médio conduziu a uma descida da RevPAR em 6% ou 1,4 euros, para 21,9 euros, tanto mais quanto a ocupação também baixou 0,4 pontos, para 48,8%. No Algarve, porém, a subida da ocupação em 3,2 pontos, para 82,3%, permitiu que apesar da descida do preço médio a RevPAR tenha aumentado 2,3% ou 1,8 euros, para 58,9 euros. Aliás, globalmente, os dados do TP indicam que os estabelecimentos de alojamento turístico 'salvaram' o mês de Setembro pela ocupação dos quartos, que subiu 3,8 pontos, para uma taxa média de 72,3%, o que permitiu que apesar da descida do preço médio de quartos em 3,8% ou 2,5 euros, para

62,9 euros, a RevPAR tivesse subido 1,6% ou 0,7 euros, para 45,5 euros. As regiões que mais impulsionaram a subida da taxa média de ocupação em Setembro foram os Açores e a Madeira, com subidas de 9,6 pontos, para 68,4%, e de 6,4 pontos, para 79,2%, respetivamente, e com a particularidade de em ambos os casos também terem ocorrido subida do preço médio dos quartos. Na Madeira a subida foi quase pela margem mínima, em 0,2% ou 0,1 euros, para 54,8 euros, o que associado à subida da ocupação deu um aumento da RevPAR em 9% ou 3,6 euros, para 43,4 euros. Os estabelecimentos do Açores foram os que tiveram o maior aumento da RevPAR, em 20,1% ou 6,1 euros, para 36,4 euros, porque em cima da subida da ocupação aumentaram o preço médio de quartos em 3,3% ou 1,7 euros, para 53,2 euros. Depois dos Açores e da Madeira, a maior subida da RevPAR no mês de Setembro foi em 6,4% ou 2,1 euros, para 35 euros, no Porto e Norte de Portugal, por subida da taxa de ocupação em 3,4 pontos, para 63,5%, e aumento do preço médio de quartos em 0,7% ou 0,4 euros, para 55,1 euros. A maior subida do preço médio de quartos do mês de Setembro foi dos estabelecimentos de alojamento turístico do Alentejo, com um aumento de 9,9% ou 5,6 euros, para 61,8 euros, o que, aliás, lhes permitiu ter uma subida da RevPAR em 2,6% ou 0,8 euros, para 31,2 euros, embora tivessem a maior queda do mês da taxa de ocupação, em 3,6 pontos, para 50,5%.

Lisboa teve em Outubro o melhor mês de sempre em passageiros de cruzeiros O Porto de Lisboa teve em outubro o melhor mês de sempre em número de passageiros de cruzeiros, superando pela primeira vez os 90 mil, com 96.261, mais 9,2 mil ou mais 10,7% que o anterior máximo mensal, que datava de Outubro de 2011, de acordo com dados da APL. Relativamente a Outubro de 2012, o Porto de Lisboa teve um aumento do total de passageiros de cruzeiros em 16% ou 13.254, embora tivesse registado o mesmo número de escalas de navios (49), o que significa que o número médio de passageiros por navio teve um aumento em 16%. Os dados da APL indicam que o aumento do número de passageiros de cruzeiro em Outubro resultou de um incremento em 12.042 (+15,6%) dos passageiros em trânsito, que foram 89.346, e também de um aumento em 1.212 dos passageiros que iniciaram e terminaram cruzeiros na capital portuguesa. Em Outubro, segundo esses dados, houve um aumento em 41,2% ou 1.107 passageiros que desembarcaram em Lisboa, totalizando 2.793, e subiu 3,5% ou 105 o número dos que embarcaram em cruzeiros, para 3.126. 10

REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Análise Estatística

Cruzeiros em Lisboa mais próximos do recorde previsto para este ano pela APL Lisboa somou de Janeiro a Outubro 470.475 passageiros de cruzeiro, que é um novo máximo para os primeiros dez meses de um ano e aproxima o Porto da capital de um novo recorde anual, superando a marca de 522,6 mil atingida em 2012, como previsto recentemente pela APL. De acordo com essas previsões, em 2013 o Porto de Lisboa concluirá 2013 com um aumento das escalas em 15%, para 360, e terá +8% de passageiros, atingindo um total de 565 mil. Até Outubro, o Porto de Lisboa soma 314 escalas, estando a 46 do total previsto pela APL, que só para este mês de Novembro tem programadas 45, mais 12 que no mês homólogo de 2012. Em passageiros, os dados da APL até Outubro indicam que ainda lhe faltam cerca de 94,5 mil para o objetivo anunciado para o ano de 2013, mas também mostram um aumento maior que o estimado pela gestora. Até Outubro, o Porto de Lisboa está com um aumento do total de passageiros em 9,9% (mais 42.230), com aumentos de 9,8% nos passageiros em trânsito e de 10,6% nos que iniciam ou terminam cruzeiros na capital portuguesa. Em valor absoluto o maior aumento é nos passageiros em trânsito, que são mais 38.354 que nos primeiros dez meses de 2012, totalizando 430.048, que é também um recorde para este período do ano. Em embarques e desembarques, os dados da APL indicam aumentos, respetivamente, de 919, para 19.728, e de 2.957, para 20.699, mas nestas casos ainda abaixo do que se verificou nos anos de 2009 e 2010, em que grande número de portugueses aproveitou promoções de cruzeiros com partida e/ou chegada a Lisboa.

Cruzeiros na Madeira acentuam quedas nos meses de Setembro e Outubro O Porto da Madeira teve quedas do número de passageiros de cruzeiro de 29,4% e 20,1% nos meses de Setembro e Outubro, respetivamente, pelo que no conjunto dos primeiros dez meses deste ano a queda agravou-se em relação aos 17,9% até Agosto, situando-se em 19%, de acordo com dados da Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM). Depois de quatro meses consecutivos, de Maio a Agosto, em que esteve a recuperar das quedas no primeiro quadrimestre do ano, o Porto do Funchal retornou às quebras em Setembro, em 7,2 mil passageiros, para 17.329, e em Outubro, em 14,4 mil, para 57.553. Assim, depois de ter terminado o primeiro quadrimestre com uma queda de 77,4 mil passageiros, da qual recuperou nos quatro meses seguintes, com um aumento de 20,9 mil, com o qual reduziu a queda de Janeiro a REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

Agosto para 56,4 mil, agora, com os dados de Setembro e Outubro tem um aumento dessa diferença para 78 mil, que dá a indicação de que no ano irá ficar abaixo de 2012. No início deste mês, em comunicado, a APRAM avançou que "Novembro continua a afirmar-se como um dos meses de maior movimento no Porto do Funchal" e indicava que esperava 55 escalas e 151 mil passageiros, o que a confirmar-se, embora sendo um aumento em 15,8% relativamente ao mês homólogo de 2012, ainda deixará o Porto do Funchal no acumulado de Janeiro a Novembro abaixo de 2012 em 12,2% ou 62 mil passageiros. Os dados da APRAM para o período de Janeiro a Outubro indicam que o Porto do Funchal recebeu 189 escalas, menos 36 que há um ano, e que tem decréscimos de 71,4 mil passageiros em trânsito (-17,8%), para

330.116, de 3,4 mil embarques (-70,2%), para 1.436, e de 3,3 mil desembarques (68%), para 1.560. Em Setembro, o Porto do Funchal teve oito escalas e 17.329 passageiros, incluindo sete embarques, sete desembarques e 17.315 trânsitos, ficando abaixo do mês homólogo de 2012 em oito escalas e 7,2 mil passageiros (-29,4%), com menos 226 embarques (-97%), menos 166 desembarques (-96%) e menos 6,8 mil trânsitos (-28,3%). Em Outubro a situação repetiu-se, com o Porto do Funchal a ter 27 escalas, menos 12 que há um ano, e 57.553 passageiros, menos 14,4 mil (-20,1%) que no mês homólogo de 2012, com menos 87 embarques (-61,7%, para 54), menos 36 desembarques (-29%, para 88) e menos 14,3 trânsitos (20%, para 57.411). 11


Notícias

APAVT nos organismos regionais de turismo No seguimento da Lei 33/2013, que estabeleceu o novo regime jurídico das áreas regionais de turismo, bem como da organização e funcionamento das entidades regionais de turismo (E.R.T.s), estas foram a votos, tendo a APAVT assegurado que, de norte a sul do País, terá uma presença ativa em todos estes organismos. Assim, a associação integra o Conselho de Marketing da E.R.T. Porto e Norte de Portugal, órgão onde se faz representar por Tito Silva, o delegado da APAVT na região. No Centro de Portugal, é o presidente da

associação, Pedro Costa Ferreira, quem faz parte do Conselho de Marketing da respetiva E.R.T. Nesta região, acrescente-se, a APAVT está também representada na A.R.P.T., através de Vitor Osório, delegado da associação na região. Mais a sul, a APAVT integra também o Conselho de Marketing da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, sendo aí representada por Eduarda Neves, diretora da associação, e na direção da ATL, que é a ARPT desta região, Pedro Costa Ferreira é um dos vogais, também em representação

APAVT "apresenta" Açores a embaixadores Latino-Americanos O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, esteve presente num evento organizado pelo Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), que reuniu 13 embaixadores, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luis Campos Ferreira, bem como outros convidados. Pedro Costa Ferreira aproveitou a oportunidade para falar aos diplomatas sobre os Açores, explicando que o arquipélago é este ano o "Destino Preferido" da associação e que irá também acolher, na

ilha Terceira, o próximo congresso, para o qual os convidou. Todos os embaixadores, bem como o secretário de Estado, foram presenteados com exemplares do livro "Açores em Vista Aérea", gentilmente cedidos pelo Turismo dos Açores. No dia de abertura do congresso da APAVT, a associação organiza, em colaboração com o IPDAL, um Almoço da Diplomacia em Angra do Heroísmo, onde estarão presentes cerca de 20 diplomatas e o secretário de Estado do Turismo.

CTP debate Algarve na sua II Cimeira A Confederação do Turismo Português (CTP) realizou, a 22 de Novembro, a sua 2ª Cimeira do Turismo, subordinada ao tema "Algarve: Construir o Futuro". "Sazonalidade - Ameaça ou Oportunidade?" e "Turismo Residencial - Estratégia de Desenvolvimento para o Algarve" foram os dois painéis de debate realizados, que

promoveram a reflexão e o debate sobre questões estratégicas para o sector no Algarve. Como convidado especial, esteve o magnata norte-americano da Comunicação, Steve Forbes. O Primeiro-Ministro, o ministro da Economia e o secretário de Estado do Turismo marcaram também presença nesta cimeira.

Corinthia Hotel Lisboa tem novo diretor geral Reuben Mifsud é o novo diretor geral do hotel Corinthia Lisboa, unidade de 5-estrelas com 518 quartos, centro de congressos e Spa. Reuben Mifsud chega à capital portuguesa depois de 12

uma carreira com mais de 14 anos de experiência hoteleira, nomeadamente na Líbia e em Malta, onde era diretor geral no Marina Hotel Corinthia Beach Resort.

da APAVT. No Alentejo, embora não esteja diretamente representada na E.R.T., a APAVT integra os corpos sociais da A.R.P.T., através de João Luis Moita, da Citur. Finalmente, o delegado da APAVT no Algarve, Luis Tavares, representa a associação no Conselho de Marketing da E.R.T. desta região, a que preside, estando agendadas para o dia 3 de dezembro as eleições para a A.T.A., onde se espera que a associação tenha um lugar, a ser ocupado por um dos vice-presidentes, Duarte Correia.

TAP reforça capacidade para Alemanha e Áustria A TAP reforçou, neste período de Inverno IATA, a sua operação para a Alemanha, com mais cinco frequências por semana, no total, entre Lisboa e alguns dos destinos servidos nesse mercado, chegando ao voo diário quer para Berlim quer para Dusseldórfia, com mais duas frequências do que no Inverno passado, e atingindo os 11 voos por semana no caso de Hamburgo. Também para a Áustria, a transportadora nacional aumentou o número de voos oferecidos, passando a operar diariamente para Viena, com mais duas frequências face ao Inverno 2012. No total, a TAP passou a disponibilizar 54 voos por semana entre Portugal e Alemanha ao longo do Inverno IATA deste ano, dos quais, 11 frequências para Munique, 18 para Frankfurt, 11 para Hamburgo e sete frequências tanto para Berlim como para Dusseldórfia. Desde o início deste ano e até ao mês de Julho (inclusive), a companhia transportou já mais de 378.600 passageiros no conjunto das linhas operadas entre Portugal e a Alemanha, o que traduz um crescimento de 22 por cento do tráfego, e perto de 45 mil passageiros no caso de Viena, o que representa um crescimento de 17%. REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


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SATA aumenta oferta para Estados Unidos e Canadá Desde o final do mês de Outubro - Inverno IATA - a SATA reforçou as ligações dos Açores com os Estados Unidos e Canadá, com mais uma rotação semanal para B oston e Toronto, número que será incrementado gradualmente até aos meses de julho e agosto, altura em que SATA voará diariamente de Ponta Delgada para Boston e seis vezes por semana de Ponta Delgada para Toronto. O sistema de preços dos bilhetes para Boston e Toronto passa a estar baseado numa segmentação das suas classes,

consoante a oferta efetiva de serviços, como sejam, por exemplo, a bagagem e o serviço a bordo no decorrer da viagem. As tarifas para estes dois destinos também vão sofrer transformações, através da introdução de uma lógica que assenta no serviço que é efetivamente prestado, o que permitirá reduções que podem variar entre os 16% e os 57% relativamente às atuais tarifas. Os novos modelos tarifários baseiam-se no pressuposto de que as diversas classes de produtos estão sempre disponíveis até à

venda do último lugar no respetivo voo, variando apenas o seu preço consoante a procura registada. Assim, nesta lógica assente no serviço que é efetivamente prestado, passarão a existir, para além das atuais classes "Economy" e "Plus", três novos produtos: a tarifa "No luggage" e a "Discount", que terão limitações ao nível da bagagem a transportar e ainda a tarifa "Confort" que prevê embarque prioritário, acesso aos lounges Sata Plus e alterações de viagem sem penalizações, entre outros aspetos.

Macau prepara-se para receber o Ano do Cavalo Todos os anos, o Ano Novo é celebrado duas vezes em Macau: enquanto que a data do Ano Novo de acordo com o nosso calendário é imóvel, a do Ano Novo Chinês nunca cai no mesmo dia por seguir o calendário lunar. Em 2014, o primeiro dia do Ano Novo Chinês será 31 de Janeiro, quando o signo do Cavalo tomará o lugar da Serpente. É uma das melhores alturas para visitar Macau, para vivenciar as múltiplas manifestações coloridas da festa que também é conhecida como "Festa da Primavera". Além disso, a temperatura amena e a baixa humidade da estação correspondem mais ao gosto europeu do que os verões quentes e húmidos. Uma tradição de vários milhares de anos, o Ano Novo é a festividade mais importante para os chineses, cuja celebração se estende por 15 dias e deixa toda a cidade visivelmente alterada. Nas praças públicas e nas casas particulares predominam as cores vermelha e dourada e ruídos ensurdecedores, que simbolizam a vida por terem sido usados, em tempos lendários, para afugentar um monstro antropófago. Desde então os chineses decoram as portas das suas casas com REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

papéis vermelhos e inscrições com desejos de prosperidade. Continua a tradição de lançar fogo-de-artifício e de rebentar panchões, de todos os tamanhos e em grandes quantidades, para manter os maus espíritos afastados. Um dos pontos altos é a dança de dragão, com proporções gigantes, pelos lugares mais importantes da cidade. O manuseamento do dragão chega a envolver centenas de pessoas e atrai

espectadores aos milhares. Os templos, abertos toda a noite, enchem-se de pessoas, munidas de paus de incenso de tamanho e cheiro desconhecidos entre nós. Os adivinhos não têm mãos a medir de tantas solicitações. É desejo de toda a gente saber o que o Ano do Cavalo trará… Os restaurantes servem pratos com nomes auspiciosos e preços baseados nos números de sorte 8 e 9. Não há melhor altura do que esta para Sentir Macau! 13


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PTZINE - Uma nova revista on-line A PTZINE [Portugal Travel Magazine] já está on-line. Acessível na appstore da Apple desde o passado dia 22 Outubro, a PT ZINE é a primeira revista de viagens sobre Portugal escrita em língua inglesa e dirigida ao mercado global com distribuição em IPAD. A Revista está presente na "banca de revistas" nos IPAD's, podendo ser instalada gratuitamente. Dos diferentes números semanais uns serão gratuitos e outros terão um preço simbólico. A cada semana, aqueles que instalarem a revista receberão uma notificação de novo número, à sexta-feira, dia de saída. O objetivo da publicação é claro: mostrar o país ao Mundo e contribuir para o aumento do número de visitantes. Cada número aborda um tema concreto, em jeito de "dossier", que pode ser uma região, uma cidade - ou um bairro, um ângulo específico dessa cidade - uma vila, uma aldeia, uma praia, um roteiro, um evento capaz de atrair o interesse dos viajantes. A estrutura da revista compreende uma reportagem principal, seguida de duas ou três reportagens complementares sobre o tema de capa; esta é a área inspiracional, pretendendo "vender" razões, histórias e motivos para procurar Portugal. Seguem-se secções que funcionam como guia prático e onde encontramos sugestões de alojamento (hotéis, resorts, pousadas, turismos rurais, hostels...) e restauração, compras e atividades (passeios, visitas) relacionadas com o destino focado. Esta é a área de guia e consultor para quem nos visita, de opinião e informação útil aos viajantes. A ideia dos responsáveis é cobrirem a totalidade de Portugal continental e as ilhas da Madeira e dos Açores, sem prejuízo de 14

futuros desenvolvimentos. Nas palavras do diretor da revista, André Pipa (ex-Volta ao Mundo), encontramos a razão da revista: "O que nos move, o que nos faz correr? Uma palavra, um país: Portugal. O nosso objetivo é mostrar-vos Portugal. Os seus atrativos, as suas especificidades, os seus segredos, as histórias que achamos que vale a pena contar. A PT Zine é uma revista de viagens e cultura geográfica dedicada a um dos países mais fascinantes da Europa. Pensada, escrita e fotografada por portugueses... mas dirigida ao Mundo. Um velho hábito nosso de 500 anos. Os números não mentem. Portugal recebe mais de 13 milhões de turistas por ano, sendo um

dos 20 países mais visitados do Mundo. A nossa pergunta é esta: por que razão num universo de centenas de milhões de viajantes, só 13 milhões têm esse privilégio?" Editada pela LXConsult, dirigida por Raúl Gonçalves (ex netviagens), a PTZINE aposta numa imagem gráfica forte (design da Dicas e Pistas), assente em fotografias de grande fôlego, e na qualidade das reportagens e informações para cativar os leitores e os anunciantes. André Pipa e Maria Sarmento estão à frente de uma rede de colaboradores, que nos vão dando diferentes especialidades e sabores. Alexandra Figueiredo, responsável de Marketing e Publicidade diz-nos que a promoção da revista, essencialmente digital, procurará em poucos meses atingir uma larga audiência de futuros visitantes do nosso País. Os possuidores de IPAD têm um perfil A B, C+, pelo que a revista se dirige a um perfil de quem viaja e com hábitos de consumo, tornando-se um bom instrumento de publicidade para quem pretende atingir os nossos potenciais visitantes.

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Lisboa é a 40ª cidade mais reputada do mundo Lisboa é a 40ª cidade mais reputada do mundo, de acordo com o estudo City Rep Trak 2013, promovido pelo Reputation Institute. A capital portuguesa figura no TOP 100 das cidades mundiais com melhor reputação, lista que resulta da opinião de mais de 22 mil pessoas dos países do G8, entre Janeiro e Fevereiro de 2013. Lisboa registou 67,08 pontos, um resultado muito semelhante a cidades como Washington (EUA), Orlando (EUA), Milão (Itália), Perth (Austrália) e Berlim (Alemanha). Os inquiridos valorizam na cidade de Lisboa o seu "ambiente apelativo", uma dimensão que tem como atributos "a beleza da cidade" e "a oferta de uma variedade de experiências atractivas, como a gastronomia, o desporto, a arquitectura e o entretenimento". As cidades europeias lideram o ranking com um índice de reputação médio de 69,8 pontos, quase dois pontos acima da

média das cidades da América do Norte (68,1). As cidades da Ásia-Pacífico têm, em média, uma reputação de 57,3 pontos, enquanto a média das cidades

latino--americanas é de 55,5 pontos. As cidades com os piores índices de reputação são as africanas, com uma média de 53,2 pontos.

Oásis Atlântico Salinas Sea já abriu O Grupo Oásis Atlântico Hotels & Resorts já abriu o seu primeiro cinco estrelas na Ilha do Sal, em Cabo Verde. O Oásis Atlântico Salinas Sea abriu em soft opening no final de

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Setembro, estando situado na primeira linha da Praia de Santa Maria, a melhor praia do Sal, mesmo ao lado do Oásis Atlântico Belorizonte.

A unidade, que representou um investimento de 30 milhões de euros, disponibiliza um total de 338 quartos, piscinas, Spa e sala de conferências, entre outros serviços. Este é o quarto hotel do grupo português em Cabo Verde, onde já tem o Oásis Atlântico Belorizonte também na Ilha do Sal, o Oásis Atlântico Praiamar na llha de Santiago e o Oásis Atlântico Porto Grande, na Ilha de São Vicente. Neste momento, este último encontra-se em remodelação, um projecto que está a abranger os 50 quartos do hotel, estando os primeiros quartos renovados já disponíveis, com uma nova decoração que incide sobre novos equipamentos e materiais. As obras de remodelação abrangem novos materiais nas casas-debanho de todos os quartos, novos televisores LCD e uma nova imagem que aposta em tons mais sóbrios e discretos de cinzento. 15


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Saúde e Medicina do Viajante

Novas vantagens para associados As viagens para destinos tropicais e subtropicais estão a aumentar, aumentando também os riscos de saúde a elas associados. Se tem clientes para estes destinos, pode usufruir das condições especiais que a APAVT protocolou com a GO Healthcare, oferecendo um apoio diferenciado aos viajantes. "Cerca de 50% dos viajantes em trabalho ou lazer que se deslocam para destinos subtropicais têm um problema de saúde, sendo que 15% chega mesmo a necessitar de assistência médica", afirma o professor João Luís Batista, consultor científico da Go Healthcare, empresa especializada em saúde e medicina do viajante, detentora da marca GOandBack, com quem a APAVT estabeleceu um protocolo no início deste mês. "Este facto tem atualmente ainda mais relevância em Portugal, na medida em que temos cada vez mais pessoas a emigrar, ou a deslocarem-se em trabalho para os PALOP. Os riscos para a saúde são evidentes se não forem tomadas medidas adicionais de prevenção", acrescenta o reconhecido especialista em Medicina Tropical e Medicina do Viajante. Através deste protocolo, os associados passam a beneficiar de condições especiais de acesso ao vasto portefólio de serviços e produtos no domínio da saúde e medicina do viajante disponibilizados pela GO Healthcare, designadamente consultas ao viajante, serviços médicos e kits de viagem,

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entre outros. As condições estão disponíveis no APAVTNET, na área reservada a associados, em "protocolos". Para o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, "a informação e os serviços na área da saúde do viajante são inegavelmente importantes para a nossa atividade, pelo que este protocolo, ao dotar os nossos associados de uma acrescida capacidade para prestar um ainda melhor serviço aos seus clientes, em condições muito especiais, constitui mais um benefício da condição de membros da APAVT". "Por outro lado, acrescenta Pedro Costa Ferreira, o aumento das viagens para destinos como, por exemplo, Angola e Moçambique, sobretudo na área do corporate, que implicam muitas vezes deslocações para zonas não turísticas, com maior potencial de exposição a riscos para a saúde, torna este tipo de cuidados ainda mais relevantes e oportunos". Quer agentes de viagens como operadores turísticos têm, efetivamente, uma responsabilidade importante na salvaguarda da saúde dos viajantes, sendo do seu interesse que o viajante tenha o mínimo de problemas na viagem ou na estadia no estrangeiro. Neste contexto, o contacto com o viajante, antes da viagem, proporciona uma oportunidade única para o informar e aconselhar sobre a situação específica de cada país a visitar em trabalho ou lazer. Os serviços desenhados para a GOandBACK pelo Professor João Luis Batista são assegurados por uma equipa de médicos e enfermeiros especializados em medicina tropical sob a sua coordenação.

Serviços Protocolados Consultas • • • •

Viajante e Medicina Tropical V iajante Pós-Viagem Especialidade Tratamento de Fobias Nutrição em Viagem

Formação • Workshops sobre Medicina Tropical/ V iajante • Curso Básico de Primeiros Socorros • Curso Avançado de Primeiros Socorros • Curso de Suporte Básico de Vida • Formação Básica para o Viajante • Formação não-médica – Preparação de Trabalho Internacional • Formação não-médica – Comportamento e Gestão de Crises

Produtos • Kit Médico (tamanhos S, M, L) • Dispositivos Médicos (Pulseira anti-enjoo e meias anti-emólicas) • Testes rápidos (Malária, Dengue) • Livros de Saúde (V iagens internacionais e Saúde) • Documentação Informativa (Passaporte GoandBack) • Parafarmácia do V iajante (MNSRM, Produtos Biocidas, Dispositivos Médicos) Nota: Consulte os preços protocolados na área reservada a associados do APAVTNET REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


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Associativismo

XXXIX CONGRESSO APAVT

À terceira é na Terceira Destino preferido da APAVT em 2013 (e no próximo ano da ECTAA), os Açores acolhem pela terceira vez a magna reunião do turismo nacional. À terceira é na Terceira, e por isso é em Angra do Heroísmo, até 9 de dezembro, que o congresso dos agentes de viagens portugueses vai decorrer, sob o tema "Novos Rumos, Outra Atitude".

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Associativismo

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uase meio milhar de congressistas, mais de uma vintena de oradores de reconhecido mérito, outros tantos jornalistas, quatro dias de muito trabalho mas, também, de muito lazer. Dentro e fora do plenário, são muitas as oportunidades para fazer e rever amizades, para conhecer ou simplesmente revisitar a ilha Terceira. No primeiro dia, logo após as intervenções da cerimónia de abertura, tempo para ouvir César Gonçalves, partner da consultora PriceWaterhouseCoopers, fazer a préapresentação do estudo "Desafios do Turismo Português", elaborado para a LIDE Portugal, bem como Elói D'Ávila de Oliveira, o patrão da Flytour, que é o maior grupo brasileiro de agências de viagens, com uma faturação anual de dois mil milhões de dólares, falar sobre a sua própria experiência e percurso profissional. SEXTA-FEIRA, SEGUNDO DIA DE TRABALHOS De manhã, congressistas e acompanhantes, em traje confortável, reúnem-se no Centro de Congressos, para dar início a uma inédita sessão ao ar livre, destinada a experimentar uma forma criativa de se conhecer um destino, um exemplo dos novos rumos na oferta turística. Finda a manhã, o almoço é livre, sugerindo-se aproveitem as ofertas especiais que os hotéis dos congressos disponibilizam para o efeito. À tarde, regresso ao Centro de Congressos. A uma sessão sobre "Outra Atitude", a cargo de Vitória Monteiro, da 5P's, seguem-se dois painéis: um sobre o "Destino Açores", que conta com uma apresentação de Rui Amén, promotor da ATA, e o debate entre Francisco Gil, presidente da mesma organização, Francisco Silva, professor na ESHTE que centrou no arquipélago açoriano a sua tese de doutoramento, Noel Josephides, presidente do operador Sunvil e coincidentemente presidente da ABTA, a associação britânica de agentes de viagens, e Ricardo Santos Costa, da agência Touch Travel, sobre possíveis soluções para o desenvolvimento sustentável do Turismo dos Açores. O outro painel é dedicado ao tema da "Gestão de Vendas", pretendendo-se avaliar questões como a seleção e contratação de pessoal, os incentivos e a motivação dos vendedores, e a coordenação dos esforços de vendas. Tendo

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como keynote speaker maria Manuel Seabra da Costa, da PwC, o debate, moderado por por Carlos Costa, da CS Hotels, conta com a participação de Francisco Teixeira, da Melair, João Barbosa, da Best Travel, e Maria de Lurdes Diniz, da Wide Travel. SÁBADO, DIA DOS CAPÍTULOS, EXCLUSIVO A MEMBROS Enquanto uns partem, logo de manhã, para uma visita à ilha, os membros dos Capítulos Setoriais da APAVT dedicam meio-dia ao debate de temas específicos a cada subsetor de atividade, no hotel Terceira Mar, juntando-se ao resto do grupo à hora de almoço. Comum aos Capítulos da Distribuição, Operadores e Incoming, a manhã começa com uma apresentação, a cargo do secretário-Geral da ECTAA, Michel De Blust, sobre o Tourism Link, uma nova plataforma especialmente desenhada para desenvolver o negócio das empresas europeias. Em seguida, uma apresentação sobre a proposta de Diretiva dos Pacotes Turísticos, apresentada pelo consultor jurídico da associação, Rui Colmonero, aos Capítulos da Distribuição e Operadores. O Incoming segue com uma apresentação de Luis Matoso, administrador do Turismo de Portugal, sobre a promoção turística em 2014, além de uma outra, pelo presidente da APAVT, sobre o projeto BTL/ABAV no próximo ano. O capítulo da Distribuição e o de Cruzeiros seguem com uma agenda que, à data de fecho desta edição, ainda não era conhecida. DOMINGO, ÚLTIMO DIA DO CONGRESSO O futuro da promoção turística irá ocupar toda a manhã. Iniciando-se com um painel intitulado "Promoção: Novos Rumos", que tem como keynote speaker Vitor Costa, da ATL, o debate sobre o novo sistema nacional de promoção turística, moderado por Francisco Sá Nogueira, da PortugalRes, segue-se com a participação de Luis Matoso, do Turismo de Portugal, Paulo Monge, dos hotéis SANA e Pedro Morgado, da Abreu DMC. Logo após esta sessão, lugar a uma apresentação sobre o Turismo da Croácia, pela diretora deste organismo oficial, Meri Matesic. A seguir ao almoço, que irá decorrer no hotel Terceira Mar, oferecido conjuntamente pela

APAVT e pelo Turismo do Alentejo, os trabalhos retomam apenas às 17h30, em traje formal, para a última apresentação do congresso. "Portugal: Novos Rumos, Outra Atitude", é o tema da conversa do jornalista e autor José Gomes Ferreira. Logo depois, inicia-se a sessão oficial de encerramento onde estão previstas intervenções do presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, do presidente da CTP, Francisco Calheiros, e do secretário Regional do Turismo e Transportes dos Açores, Vítor Fraga. AGENDA SOCIAL No primeiro dia, o jantar de boas-vindas é oferecido pelo Governo Regional dos Açores, na Quinta Nasce Água, ao som da orquestra Angra Jazz. Na sexta-feira, é dia do jantar TAP Portugal, que terá lugar no Clube de Golfe da Ilha Terceira, com um espetáculo de Mónica Ferraz, sábado é o dia do jantar Travelport, que este ano entregou à cantora Áurea a responsabilidade da animação, na Academia da juventude da Praia da Vitória, e finalmente, no domingo, o jantar de encerramento é oferecido pela SATA, no Clube Musical Angrense. Quanto a almoços, na sexta é oferecido pela APAVT no hotel Terceira Mar, no Sábado haverá um, oferecido pelo Governo Regional dos Açores, com animação típica da Cultura da Ilha Terceira, na Ribeirinha, e no Domingo há um outro, no hotel Terceira Mar. AS NOITES DO CONGRESSO Para os noctívagos, a noite promete. No sábado, está programada uma "After Party", oferta da transportadora UTC, na Azores Factory, antiga fábrica do pirolito, e no domingo, está agendada uma "Disco Party", na Pousada de São Sebastião. VIVER A TERCEIRA Sábado é dia de visita à ilha. Com saída pelas 10h00, o passeio passa pelo Algar do Carvão, monumento natural regional, onde os visitantes podem descer a 100 metros de profundidade e observar estalactites e uma pequena lagoa de águas cristalinas. O dia segue-se com o almoço na Ribeirinha, freguesia da Ilha Terceira, com animação típica da Ilha Terceira, antes do regresso aos hotéis.

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PROGRAMA OFICIAL DO CONGRESSO Quinta | 5 Dez Chegada dos Congressistas a Angra do Heroísmo Transferes do Aeroporto para os hotéis 16H15 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos 17h00 Sessão Oficial de Abertura Nota: Fato Escuro 18h00 Sessão: DESAFIOS DO TURISMO PORTUGUÊS Orador: César Gonçalves, Partner, PwC 18h45 Sessão: UMA QUESTÃO DE ATITUDE Orador: Elói D’Ávila de Oliveira, Presidente, Flytour 19h30 Fim da Sessão Transferes do Centro de Congressos para o local do jantar 20h30 Jantar de Boas-Vindas oferecido pelo Governo Regional dos Açores, na Quinta Nasce Água, animado pelo Angra Jazz. Transferes de regresso aos hotéis

Sábado | 7 Dez 09h30: REUNIÕES DE CAPÍTULOS (exclusivo para membros) (no Hotel Terceira Mar) Incoming, Operadores, Distribuição, Cruzeiros Findas as reuniões, transferes para o local de almoço 10h00 VIVER A TERCEIRA Visita ao ALGAR DO CARVÃO 14h00 Almoço c/animação típica da Cultura da Ilha Terceira, na Ribeirinha Regresso aos hotéis 19h30 Transferes para o local do jantar 20h30 Jantar TRAVELPORT, na Academia da Juventude da Praia da Vitória, com espetáculo de Áurea Transferes de regresso aos hotéis/local da After-Party 24h00 AFTER-PARTY, oferecida pela UTC, no Azores Factory Transferes de regresso aos hotéis

Sexta | 6 Dez 08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos Nota: Roupa e calçado confortáveis 09h00 Sessão: PRODUTO TURÍSTICO, NOVOS RUMOS – Atividade Outdoor Nota: Aberta a acompanhantes 12h30 Fim da Sessão 13h00 Almoço - hotel Terceira Mar 14h30 Transferes para o Centro de Congressos. Para Acompanhantes, os transferes vão para os hotéis. 15H00 Sessão: OUTRA ATITUDE Orador: Vitória Monteiro, 5P´s 16H00 - Sessão: DESTINO AÇORES Apresentação: Rui Ámen, ATA Oradores: Francisco Gil, ATA Francisco Silva, EHSTE Noel Josephides, SUNVIL Ricardo Santos Costa, Touch Travel Group 17h15 Coffee-break 17H30 Sessão: GESTÃO DE VENDAS Keynote speaker: Maria Manuel Seabra Costa, PwC Moderador: Carlos Costa, CS Hotels Oradores: Francisco Teixeira, Melair João Barbosa, Best Travel Maria de Lurdes Diniz, Wide Travel 18h45 Fim da Sessão Transferes de regresso aos hotéis 20h15 Transferes para o local do jantar (Congressistas e Acompanhantes) 21h00 Jantar TAP Portugal, no Clube de Golfe da Terceira, com espetáculo de Mónica Ferraz Transferes de regresso aos hotéis / Disco

Domingo | 8 Dez 08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos 09h00 Sessão: PROMOÇÃO, NOVOS RUMOS Keynote speaker: Vitor Costa, ATL Moderador: Francisco Sá Nogueira, PortugalRes Oradores: Luis Matoso, Turismo de Portugal Paulo Monge, Sana Hotéis Pedro Morgado, Abreu DMC 10h30 Coffee-Break 11h00 Sessão: PROMOÇÃO, CASE STUDY INTERNACIONAL Keynote speaker: Meri Matesic, Turismo Croácia 12h30 Fim de sessão Transferes para o local do almoço. Para Acompanhantes, os transferes saem dos hotéis. 13h00 Almoço oferecido pela Região de Turismo do Alentejo e pela APAVT, no hotel Terceira Mar Transferes para os restantes hotéis 17h00 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos Nota: Fato escuro 17h30 Sessão: PORTUGAL, NOVOS RUMOS, OUTRA ATITUDE Keynote speaker: José Gomes Ferreira, jornalista e autor 18h30 Sessão Oficial de Encerramento 19h30 Transferes para o local do Jantar 20h00 Jantar de Encerramento oferecido pela SATA, no Clube Musical Angrense Transferes de regresso aos hotéis/Pousada de São.Sebastião Disco Party na Pousada de São Sebastião Transferes de regresso aos hotéis

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Segunda | 9 Dez Pequeno-almoço (último serviço do congresso) Check-out - Transferes para o Aeroporto

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PROGRAMA PARA ACOMPANHANTES

Quinta | 5 Dez Chegada dos Congressistas a Angra do Heroísmo Transferes do Aeroporto para os hotéis 16H15 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos 17h00 Sessão Oficial de Abertura Nota: Fato Escuro 19H30 Transferes do Centro de Congressos para o local de jantar 20h30 Jantar de Boas-Vindas oferecido pelo Governo Regional dos Açores, na Quinta Nasce Água, animado pelo Angra Jazz. Transferes de regresso aos hotéis Sexta | 6 Dez 08h30 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos Nota: Roupa e calçado confortáveis 09h00 Sessão: PRODUTO TURÍSTICO, NOVOS RUMOS - Atividade Outdoor Nota: Aberta a acompanhantes 12h30 Fim da Sessão 13h00 Almoço no hotel Terceira Mar Tarde livre 20h15 Transferes para o local do jantar 21h00 Jantar TAP Portugal, no Clube de Golfe da Terceira, com espetáculo de Mónica Ferraz Transferes de regresso aos hotéis Sábado | 7 Dez 10h00 VIVER A TERCEIRA Visita ao ALGAR DO CARVÃO 14h00 Almoço c/animação típica da Cultura da Ilha Terceira, na Ribeirinha

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19h30 20h30

24h00

Regresso aos hotéis Transferes para o local do jantar Jantar TRAVELPORT, na Academia da Juventude da Praia da Vitória, com espetáculo de Áurea Transferes de regresso aos hotéis/local da After-Party AFTER-PARTY, oferecida pela UTC, no Azores Factory, com a presença dos Dj's Black & White Connection e Zé Pedro dos Xutos e Pontapés Transferes de regresso aos hotéis

Domingo | 8 Dez 10h00 Transferes de ida e volta à Quinta do Martelo, classificada de Utilidade Turística pelo Governo Regional dos Açores 13h00 Almoço oferecido pela Região de Turismo do Alentejo e pela APAVT, no hotel Terceira Mar Transferes para os restantes hotéis 17h45 Transferes dos hotéis para o Centro de Congressos 18h30 Sessão Oficial de Encerramento Nota: Fato Escuro 19h30 Transferes para o local do Jantar 20h00 Jantar de Encerramento oferecido pela SATA, no Clube Musical Angrense Transferes de regresso aos hotéis/Pousada de São.Sebastião Disco Party na Pousada de São Sebastião, oferecida por esta unidade Transferes de regresso aos hotéis Segunda | 9 Dez Pequeno-almoço (último serviço do congresso) Check-out Transferes para o Aeroporto

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Está entusiasmado com o lançamento de novas rotas para o norte do Brasil e para a Europa, bem como do reforço para África, mas preocupado com a distorção provocada pelos apoios dados às low costs, com a falta de apoio do Turismo de Portugal às suas novas operações, enfim, com o futuro do turismo português. Em entrevista à REVISTA APAVT, o vice-presidente da TAP, Luiz Mór, fala ainda das relações da transportadora com os agentes de viagens, designadamente sobre os porquês da redução de comissões e dos prazos de pagamento.

Luiz Mór (TAP):

"Completa-se a estratégia de cobrir o Brasil inteiro" Entrevista: Paulo Brehm - Fotos: Raquel Wise 22

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Entrevista

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orquê Manaus e Belém? Não me lembro de tanto entusiasmo como com o lançamento de novos destinos para Manaus e Belém. Primeiro, porque complementa a estratégia da TAP do Brasil. Durante muito tempo dizia-se que faltava o sul e o norte. Resolveu-se o sul com Porto Alegre e agora resolveu-se o norte. Completa-se a estratégia no sentido de cobrir o Brasil inteiro, doze cidades de sul a norte. Segundo, e principal, a Amazónia é uma marca já estabelecida nos sonhos das pessoas. Isso ajuda… Provavelmente o mundo inteiro sabe que a Amazónia existe, sabe que é a última fronteira para o exotismo, a natureza intocada. Existe uma infraestrutura com excelente qualidade, tanto em Belém como em Manaus, hotéis de todos os tipos, alguns dentro da floresta e até alguns nas árvores e uma gastronomia fantástica. Mas sempre foi para poucos, dada a dificuldade de acesso, era trabalhoso, era caro, demorava tempo chegar lá. Não era para todos… Para muito poucos. De repente, alterámos tudo, é um novo paradigma. Colocámos a Amazónia a nove horas de voo de Lisboa, da Europa, num voo direto para Manaus. Para Belém, no regresso, sete horas. Sendo que Manaus - Belém são duas horas, será um voo circular: Lisboa-Manaus, Manaus-Belém, Belém-Lisboa. Não há direitos de tráfego Manaus-Belém, mas pode-se organizar uma entrada por Manaus e saída por Belém. E nada impede que se combinem essas cidades com outras. Quem embarca em Manaus faz escala em Belém e só desembarca em Lisboa. Mas há outras alternativas em diversos voos, de diversas companhias. É um voo diurno por cima da floresta. De repente trazemos para o público europeu a Amazónia como um destino possível e acho que isso vai ter uma repercussão profunda. Ao fazer isso democratizamos o acesso à Amazónia para os europeus, é um processo imparável. Como descreveria estes destinos? Tem algumas características que diferenciam estes destinos. Manaus é um destino mais estabelecido internacionalmente, com uma presença bastante ativa em todos os

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"Democratizamos o acesso à Amazónia para os europeus, é um processo imparável" mercados da Europa, existe já uma tradição antiga de turistas. Em pequenas quantidades, mas de todo mundo. É uma cidade metrópole com uma indústria muito sofisticada, muito grande porque é uma zona franca, onde estão instaladas uma quantidade de mega marcas, de fábricas que abastecem todo o Brasil, o que criou tráfego de negócio. Existem hotéis com espaço para congressos, infraestruturas para viagens de incentivo, é um mercado com uma boa sofisticação. Manaus criou uma alternativa para a população que é trabalhar na indústria, criou educação em universidades, e tudo isso enquanto 98% da floresta foi preservada. Está tudo concentrado em Manaus, que tem uma classe média pujante, mas com grandes dificuldades de sair para a Europa. E Belém? Pará é um estado diferente, é a porta de entrada do rio Amazonas, tem uma fantástica ilha fluvial, Marajó, que é maior do que Portugal inteiro, existem praias fluviais já classificadas por uma revista americana como das melhores do mundo, é uma meca dos grandes chefes do mundo inteiro, que vão para lá conhecer os produtos, a gastronomia. É também um estado muito próximo de Portugal, que os portugueses vão ter muito gosto em descobrir. Há mais de 30 cidades com nomes de cidades portuguesas, é muito bonito reconhecer o traço português na arquitetura, na cultura e cidades como Belém, Alter do Chão ou Bragança. Já falaram com os Operadores? O mercado está já a movimentar-se, as próprias secretarias de turismo estaduais têm feito contato com operadores, vão ter uma presença diferenciada na próxima BTL e nós vamos fazer um projeto em conjunto. A nossa próxima etapa é levar lá todos os nossos delegados para conhecer melhor o produto, fazer reuniões com hoteleiros, com

agências de viagens, fazer um plano de promoção da Amazónia na Europa. A Embratur vai participar nesse processo de promoção, desde propaganda direta para o consumidor final, marketing digital, fam trip com agentes e operadores de toda a Europa, press trip, road show, estar nas feiras, na BTL, FITUR, WTM e ITB, no mínimo. O envolvimento da Embratur é importante… Sim e agora vão ter maior capacidade porque vão voltar a estabelecer escritórios na Europa. Mas também junto com a APAVT vamos continuar a trabalhar na ideia de as agências e operadores portugueses oferecerem aos brasileiros o seu know how da Europa. Se os brasileiros daquela região vierem para a Europa, que venham com agências de viagens portuguesas. É esse o nosso objetivo. Quando se inicia o voo? Em junho? A 3 de junho porque queremos aproveitar o início da Copa do Mundo, até porque Manaus é uma das sedes do evento. Mas não só por causa da Copa, porque isso é só um mês, mas por causa dos investimentos que estão acontecendo em Manaus decorrentes da Copa e que estão a melhorar o destino, como é o caso do próprio aeroporto, que está a beneficiar de uma reforma muito profunda e que estará pronto em janeiro, antes do nosso voo. Porquê agora? No contexto do nosso compromisso com o acionista, construímos planos estratégicos. Esse plano para os próximos anos foi o grande instrumento no processo de apresentação da TAP para os investidores. O que se vende é o futuro, pois ninguém compra o passado de uma empresa. É evidente que essa documentação sempre tem que ser sujeita a auditoria para ver se o futuro que prevemos é concretizável. E temos tido muito cuidado desde o início em que tínhamos como objetivo no primeiro ano a redução do prejuízo para metade e depois o break even, o que cumprimos. Apesar de todas as dificuldades conjunturais temos procurado cumprir os planos estratégicos nos seus grandes números. E o plano estratégico previa esse crescimento. 23


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Precisamos crescer, mas precisamos da chegada dos aviões, pois estamos atingindo o limite desse crescimento. Temos crescido em função do aumento do load factor e do crescimento do índice de utilização dos aviões, que estão no limite. Acho isso extremamente positivo. Para a TAP o crescimento é a única forma de ganhar escala, reduzir custos e continuar competindo. E para Portugal é importante na medida em que crescemos sobretudo assentes na receita exterior, como empresa exportadora, gerando emprego em Portugal. A contribuição da TAP em Portugal sempre foi importante e neste momento é ainda mais. Somos a empresa que mais vai contratar nos próximos tempos, estando já em curso o processo de recrutamento. E para África, quais os planos? Temos crescido nos últimos tempos para África, mas o nosso objetivo é seriamente continuar a crescer em taxas elevadas. Teve um tempo em que África 24

"O grande problema dos agentes de viagens é o crédito que dão para os seus clientes" era quase só Luanda, mas o desenvolvimento noutros países tem gerado outras oportunidades. Maputo é cada vez mais uma rota importante, Cabo Verde é um destino pelo qual temos um grande carinho e estamos começando com a quarta i lha de Cabo Ve rde, B o av i s t a . A o u t ra r o t a é T â n g e r, a terceira cidade de Marrocos. Não temos ainda as decisões para o ano que vem m a s ex i s ti r ã o n o v a s r o ta s e ma i s frequências para outros países. E a Europa? É provavelmente a área geográfica onde iremos crescer mais. Oportunamente teremos novidades…

Este crescimento reforça o hub de Lisboa? É uma questão de dimensão. 60% dos nossos passageiros estão no intraeuropeu e, por exemplo, 15% são nos voos do Brasil. Desses 15%, 70% conectam, o que quer dizer que podem não ficar na ida ou na volta. Isso mostra claramente que o nosso grande volume é o ponto a ponto no intraeuropeu. Nós não teríamos conseguido ir para o leste ou para cidades menores se não tivéssemos contributo da conexão. Nós não teríamos conseguido aumentar o número de ofertas que aumentámos para os destinos tradicionais se não fosse o contributo da conexão. Então a conexão é o que viabiliza a rede, o ponto-a-ponto. Ao colocar mais um voo, mesmo que tenha uma parte desse voo em conexão, para viabilizar sempre vou ter uma parte maior de ponto-a-ponto. Neste contexto, como vê a entrada da Ryanair em Lisboa? As low cost são um dado da realidade. REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


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Vieram para ficar, alteraram para melhor uma série de coisas. Um destino com a importância turística de Portugal não pode estar à margem desse fenómeno. Dificilmente será um grande destino sem ter também um contributo das low cost. A TAP tem de ter competência para concorrer, não pode ser protegida. Nunca defendemos a proteção, fomos os primeiros a defender a liberalização do aeroporto da Madeira, porque além de haver muito mal-entendido, era a melhor forma de servir a Região. Diziam que a TAP era subsidiada, quando era o passageiro que era subsidiado via TAP, que antecipadamente dava o desconto e só a posteriori recebia isso que chamavam de subsídio. E para receber tinha ainda um enorme trabalho administrativo. Este novo modelo é muito melhor porque subsidia diretamente o residente e permite uma liberdade tarifária muito maior. A TAP precisa estar sujeita a concorrência e nós não temos nenhum medo, competimos de uma maneira dura onde estamos presentes e competimos com low cost. E continuamos a crescer, e até crescemos mais que as low cost. No acumulado de agosto, a Companhia cresceu em Lisboa treze vezes mais que a Easyjet. Não existe um problema de concorrência. Qual é, então, o problema da Ryanair? É importante conhecer o fenómeno das low cost, as suas vantagens e desvantagens, como País, no sentido de se tirar o melhor partido. São empresas que trazem um contributo importante mas que têm determinadas características que podem ser prejudiciais. É muito diferente falar de low cost no Porto, em Lisboa ou Faro. Por princípio somos contra subsídios que distorçam a concorrência, a exemplo da hotelaria que se debate por uma competição justa com o alojamento não licenciado. Tem de haver regras iguais para todos. Não aceitamos esse processo de subsidiação para as low costs que altera a concorrência. A generalidade dos subsídios dados até hoje beneficiaram essencialmente as low cost. Mas já receberam apoios… Sim, num determinado momento, em alguma novas rotas que abrimos, tivemos, não um apoio direto, mas um acordo para promover as novas rotas lá fora onde tivemos de dar uma contribuição. Uma parte foi nossa,

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pagou para uma determinada low cost dezassete rotas em Faro e muito pouco tempo depois, 15 foram abandonadas. Sem penalização… Provavelmente. Não posso confirmar porque não há informação. A primeira coisa pela qual me bato é que tem de haver concorrência, mas justa, não pode haver distorção do mercado.

"Não só é zero (a comissão na Europa), como eu acho que no futuro vai ser zero em Portugal" outra do Turismo de Portugal, e fizemos uma campanha conjunta, mas pagámo-la toda e só depois recebemos a parte deles. Portanto foi uma campanha objetivamente para desenvolver o destino de Portugal, em que a TAP gastou mais do que se não tivesse havido a campanha. Não estou a dizer que não valeu a pena. É, aliás, esse modelo que tenho defendido, um modelo que ajude na promoção do destino, não é um subsídio direto para o passageiro transportado, em que se acaba subsidiando inclusive o regresso do passageiro português. Isto foi aprovado em determinado momento e nunca mais foi repetido. Chamo a atenção para o facto de o modelo que tem sido aplicado nas low costs ser diferente. Não só não é o mesmo como as low cost, numa série grande de casos, não cumpriram o prometido e ficaram com o dinheiro. Isso aconteceu na Madeira e em Faro, claramente. Portugal

Tem pedidos novos apoios? Sim, mas recebemos respostas negativas em todas as candidaturas. No caso de Miami, por exemplo, quando fizemos o nosso pedido, o que TAP pretendia é que nos ajudassem a promover Portugal na Florida, e foi-nos dito que os EUA não eram prioritários. Acho isso um equívoco muito grande, pois a possibilidade de Portugal crescer nos EUA é muito grande. Agora, o argumento é que tem que se pedir com antecipação, e que tem que se negociar antes do anuncio das novas rotas, e que só são apoiadas as rotas que o Turismo de Portugal definir como prioritárias. Na verdade, a lógica aplicada coloca-nos à margem, o que é evidente pelo resultado objetivo que se tem verificado nos últimos tempos. Lamento isso, lamento porque não queremos ajuda, não queremos subsídio, o que sempre me bati é que se faça promoção de Portugal nos destinos que estamos abrindo, nos mercados que estamos abrindo, pois trata-se normalmente do reforço de mercados tradicionais ou de mercados novos em que há um grande potencial de fluxos de tráfego para Portugal. Como é diálogo com o TdP? É normal, mas acho que podia haver melhores resultados aproveitando a força da TAP em muitos mercados. A estratégia parece ser: "onde está a TAP não é preciso fazer nada porque eles já cobrem". É verdade que Portugal não pode depender só da companhia nacional, mas deve aproveitar a sua rede, potenciar o que a TAP oferece evitando contribuir para a distorção da concorrência em prejuízo da companhia nacional, a ponto de a poder colocar em risco. Como vê a entrada da Ryanair em Lisboa? Diz-se que não foi

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acompanhada de subsídio, mas pela natureza da Ryanair chegará a altura em que ela apresentará uma fatura. Como assim? Por natureza, a Ryanair é subsídiodependente. Não é normal que no aeroporto principal convivam as empresas de hub e uma revoada de low cost. Onde isso acontece fragiliza-se a empresa principal, é o que está acontecendo em Madrid, cujo aeroporto tem já uma quebra de 20% nos últimos dois anos. Mas já temos low costs nos aeroportos principais… No aeroporto do Porto, a contribuição da base da Ryanair é notável. Absolutamente notável, e portanto, a preocupação no Porto é que o turismo não perca esse ganho que tem lá. Mas é preciso conhecer as fragilidades do modelo na sua aplicação. Diria que são duas: a primeira é um aeroporto extremamente muito sofisticado (temos

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"A Ryanair é uma subsídiodependente que aumenta a parada na medida em que aumenta a dependência dela" orgulho de ter sido mais do que uma vez considerado o melhor aeroporto da europa) para uma operação low cost. Qual é a consequência disto? É um aeroporto deficitário e não há qualquer lógica de negócio que permita manter uma situação destas durante muito tempo. Chega uma altura em que os problemas vêm ao de cima. Tendo consciência deste facto o Governo, no processo de privatização, defendeu a manutenção das taxas no aeroporto, porque uma das tendências que poderia se supor natural, numa empresa que comprasse o conjunto da

ANA, era começar a diminuir o défice no aeroporto do Porto. Por outro lado, consta igualmente o objetivo de reduzir o preço das taxas no aeroporto da Madeira até chegar ao mesmo nível do aeroporto de Lisboa. Assim, como é que se paga esse negócio? Com o aeroporto de Lisboa. Qual é a consequência? Uma é que aumentou o preço em Lisboa, e já aumentou duas vezes este ano. E vamos chegar ao início de 2014 já com 9% no acumulado de janeiro em relação a janeiro do ano que vem. Para o futuro, o que está previsto é continuar essa lógica, a qual poderá afetar a competitividade do aeroporto de Lisboa e, por consequência, criar mais pressão sobre a TAP. Ao aumentar os custos das empresas que operam no aeroporto de Lisboa, em especial as tradicionais cujo peso já vem sendo enfraquecido pelo distorção da concorrência provocada pelo efeito da política de subsídios, afeta-se a atratividade da capital como destino turístico.

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Sendo os maiores clientes da ANA, estão então a subsidiar os outros aeroportos? Sim, essa é a primeira questão. E a segunda é: o aeroporto de Lisboa depende do hub da TAP. 60% da operação do aeroporto de Lisboa é da companhia nacional. Por outro lado, convém não esquecer que a segunda maior receita do aeroporto de Lisboa é a área comercial. Ora, a área comercial é alimentada por passageiros. Designam-se estas receitas como não-aviação, mas é receita de passageiros gerados pelas companhias de aviação que estamos a falar. E é principalmente pelos intercontinentais. Temos dados que mostram que o intraeuropeu compra pouco nas zonas de embarque ou seja os brasileiros, os angolanos, os russos, os americanos, entre outros, são os que mais gastam. Portanto, a característica de ser um aeroporto intercontinental e não um regional é o que define o processo superavitário do aeroporto de Lisboa. Se olharmos para o que uma consultora chamou aos aeroportos da Troika - Atenas, Dublin, Madrid e Lisboa - o único que cresce é o de Lisboa, e a única diferença que este tem dos outros é a presença de uma empresa de bandeira forte que continua crescendo. O papel da TAP é essencial para o aeroporto de Lisboa continuar a crescer e uma TAP forte no aeroporto de Lisboa é o que garante a subsidiação dos outros aeroportos

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Mas o aumento dos 9% de taxas afeta não só a TAP, mas também vai ser um constrangimento para as outras, incluindo as low cost… Li recentemente uma entrevista de um responsável da Vinci, na qual se afirma que um dos seus objetivos em Lisboa é o crescimento das low cost. Parece ser contraditório porque existe uma incompatibilidade entre crescimento de low cost e aumento de taxas, a não ser que este se repercuta de forma diferente entre os diversos operadores. O sucedido com a easyjet não nos deixa muito descansados. Isso é que me preocupa, mais do que a concorrência com a Ryanair. Esta low cost não voa entre aeroportos principais, a sua operação tem utilizado basicamente aeroportos secundários, até criando tráfego que não existia, sendo um produto diferente. Veja-se a sua operação no Porto, que não concorre diretamente com a da TAP, são operações que atendem arcos de destinos diferentes, são absolutamente complementares. Aliás, a TAP é importante no Porto porque, além do mais, é um fator moderador da Ryanair. Como assim? É sabido que a Ryanair gosta de operar sózinha em aeroportos, porque aumenta o seu poder de negociação. É uma subsídiodependente que aumenta a parada na medida em que aumenta a dependência

"O aeroporto de Lisboa depende hoje da TAP" dela. A desigualdade de condições provocou já o abandono de diversos operadores tradicionais. De um modo geral é uma empresa muito predadora. Costumo dizer que "onde ela entra, não nasce grama". Mas a TAP não tirou a sua operação no Porto com a entrada da Ryanair. Além do mais, oferecemos destinos que regra geral a Ryanair não oferece, e se oferece é para aeroportos diferentes, normalmente muitos distantes dos aeroportos principais. E em Faro? No caso de Faro, o problema é de outra natureza, é um desafio de buscar uma forma de poder conviver os três modelos: tradicional, charter e low cost. As empresas tradicionais e as charter fazem parte de um ecossistema que se mantém em equilíbrio. Os charter operam de uma maneira muito positiva, atendendo os picos de demanda em alta temporada, as tradicionais mantêm uma oferta de ano todo, que é muito importante para a baixa temporada, o problema das low costs aí é que têm uma grande capacidade de criação de demanda adicional, mas tem uma mobilidade superior e portanto elas param ao menor sinal de quebra de tráfego.

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"As empresas tradicionais e as charter fazem parte de um ecossistema que se mantém em equilíbrio"

No outro dia, sobre a questão do Algarve, um hoteleiro me falou que falta avião para o Algarve no Inverno e eu disse-lhe que não falta avião. O que falta é passageiro. Porque mesmo as empresas low cost têm deixado aviões no chão no inverno por falta de passageiros. E é uma coisa muito dura para uma companhia aérea deixar um ativo tão caro como esse parado. Não havendo geração de tráfego, nem para pagar o variável, então o grande desafio é de procura, não é um desafio de transporte. Quando nós resolvermos o problema da procura, o transporte acontece, existe avião sobrando, as próprias empresas low cost estão aí para isso. Voltando a Lisboa… Tem um fenómeno novo a acontecer que é a transferência do tráfego intraeuropeu pelas grandes empresas de aviação europeias para as suas low cost. Então quem irá crescer no aeroporto de Lisboa não são as low cost tradicionalmente subsidiadas, Ryanair e Easyjet. Quem irá crescer e está já a crescer são as low cost ao serviço das grandes empresas aéreas. Transavia, Vueling e GermanWings. No aeroporto de Lisboa este crescimento é notório, são as empresas que crescem no 30

aeroporto de Lisboa. No acumulado de agosto, a Vueling cresceu 26%, a Transavia cresceu 82% e a German Wings cresceu 8,5%. No mesmo período, a easyjet cresceu 1,7%, e a TAP 4,6%. Quem garante dimensão ao crescimento do aeroporto de Lisboa é a TAP. O aeroporto de Lisboa cresceu até setembro 420 mil passageiros, dos quais 276 mil foram gerados pela companhia nacional. Todas as outras juntas crescem 143 mil. Mas percentualmente o maior crescimento é destas três low costs que referi. Mas tem de se compreender que esse crescimento é à custa da queda da Lufthansa, que cai 12,6%, da Air France, que cai 9,4% e da Iberia, que cai 16%. Então mas o crescimento não passa pelas low costs "reais"? Não, o crescimento é garantido pela TAP que, aliás, aumentou nos últimos a sua quota de mercado. O que está havendo é uma transferência nas empresas tradicionais do seu tráfego para suas low cost. Neste sentido, provavelmente teremos no futuro mais e mais transporte daquilo que tradicionalmente se chama de low cost, que hoje está começando a ficar crescentemente muito difícil de diferenciar.

Porquê? Porque o que é importante para o mercado e para o consumidor não é a empresa ser low cost, mas a empresa ser low fare. O importante é haver tarifas baixas. E o importante é as empresas que dão essas tarifas baixas serem empresas sólidas, que continuem no tempo, que sejam viáveis para ter a capacidade de continuar a crescer. Neste sentido a TAP oferece tarifas baixas, ou seja compete também pelo preço. Veja-se o caso da Madeira, que é o mais fácil de comparar. Só duas empresas, a TAP e a Easyjet, operando numa convivência normal. É uma boa empresa que nós respeitamos, não tenho nenhuma dúvida, é uma mega empresa, nós somos pequenos perto deles. A TAP tem que ter tarifas competitivas. E tem. Apesar de que não beneficiaram dos mesmos apoios… Exatamente. E é essa a questão. Não pode haver distorção de mercado. Num outro tema, qual o peso das agências de viagens em Portugal? A relação geral com as agências de viagens é muito friendly, muito boa, muito fácil, em todos os países em que a TAP opera, embora sejam diferentes dependendo dos países em que nos organizamos. Na maior parte dos mercados europeus, existe um crescendo muito grande através de online travel agencies, que é uma agência de viagens mas é de natureza diferente, e, nesses casos, o tipo de relacionamento é diferente, o processo é diferente. No caso do Brasil o peso dos consolidadores é muito grande, quer dizer, varia muito de país para país. E em Portugal? No caso de Portugal cerca de 70% da venda é feita através das agências de viagens. Nem poderia deixar de ser porque aqui existe uma relação diferente com as agências de viagens. Isso cria uma

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vantagem competitiva, essa relação especial com os agentes de viagens portugueses que a TAP tem todo o interesse em continuar a preservar. Apesar disso, baixou a remuneração. Não é um contrassenso? Baixou a comissão, não a remuneração e é esta que interessa. O que aconteceu foi que em, conjunto, historicamente, a TAP e a APAVT, encontraram uma forma de remuneração e fez-se a transição de uma forma faseada, transitória, dando tempo para o mercado se ajustar. De um modelo de remuneração baseado na comissão para taxa de emissão, cobrando direto do cliente, o que coloca o mercado numa perspetiva mais correta, pois afinal a agência trabalha para o consumidor e não para a companhia de aviação, em relação à qual é um agente distribuidor. Isso foi feito de uma forma muito tranquila, extremamente controlada, faseada, e muito bem-sucedida. Nós, porque acompanhamos o mercado, sabemos que isso representou até um aumento de ganhos. Estamos a falar da redução de 9% para 1%... Insisto, da comissão e não da remuneração. Exatamente, foi uma mudança do modelo. E criou-se uma taxa de emissão, para facilitar. Uma das dificuldades desse processo seria a canibalização, mas isso é a dinâmica competitiva das agências. Isso já acontecia com a comissão, na medida em que as agências de viagens entravam numa dinâmica autofágica, repassando a comissão. Eu disse-o num congresso da APAVT, e aqui na revista, "quero que vocês entendam que a leitura das companhias aéreas, não só da TAP, é que enquanto vocês tiverem repassando comissão, a comissão está demais". Quem passa comissão é sinal de que tem comissão sobrando. Esse é um argumento bom num processo de discussão, mas no fundo eu compreendo que existam dinâmicas que mesmo não querendo isso, acaba sendo obrigatório, mesmo que seja no médio prazo um suicídio. Para sinalizar isto e sinalizar um valor que preservasse um ganho dos agentes de viagens, foi criada uma taxa que representava, na época, 9% da tarifa média. Essa tarifa média certamente caiu de

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"Porque mesmo as empresas low cost têm deixado aviões no

Zero. Como no futuro deverá ser zero também em Portugal. Não está em cima da mesa agora, portanto não é algo eminente. Achamos que isto que temos é o que precisamos neste momento.

chão no inverno por falta de passageiros"

lá para cá, e no entanto nunca se mexeu nisso. Esse é o primeiro dado da preocupação que nós temos de preservar. Cria inclusive alguma dificuldade competitiva para a TAP, porque tem concorrentes que não cobram taxa de emissão. Portanto, mesmo com esta aparente dificuldade, que é real, olhando para o contexto, isto vale a boa relação que temos com as agências de viagens. Mas porquê esta redução agora? Foi feito um acordo de redução faseada, com datas e valores, e foi escrito e acordado que esse 1% iria ser mexido se a situação se alterasse nos mercados concorrenciais, no caso, Espanha e França. Nesses mercados essa mudança foi feita, para 0,4% e 0,5%, respetivamente, e portanto durante algum tempo ainda convivemos com essa diferença. Mas pelas pressões havidas a discussão foi levada para a APAVT, porque por acordo nós tínhamos o direito de fazer essa alteração, chegámos a notificá-la, porque era algo que estava dentro já do acordo. A APAVT ficou preocupada pela situação das agências, do mercado e houve uma longa negociação. E chegou-se então a um novo acordo. Essa é que é a verdade, um acordo de passar, do 1% ao 0,5%, também faseado no tempo, num tempo muito mais longo do que o que se estava precisando e esperando, mas priorizou-se na TAP manter essa boa vontade e essa compreensão com os problemas e esse relacionamento. Acho que essa mudança de 1 para 0,5% não altera em nada a essência do nosso modelo de remuneração, não altera em nada a nossa relação com as agências de viagens, pelo contrário, a maneira como foi feita mostra o profundo e mútuo respeito e consideração. Qual é a remuneração média na Europa?

Esta redução era incontornável? Essa redução de comissão era absolutamente incontornável. Temos dificuldades crescentes de competição em função de custo. E não temos muitos custos gerenciáveis. Portanto o custo da distribuição é um custo bastante importante para nós. Ele não é tanto mais na parte de comissões porque a grande barreira da comissão era no Brasil e isso foi resolvido no ano passado, hoje é GDS, e a taxa de emissão de cartão de crédito, que também é um custo importante para nós. Cartão de crédito? Foi achado num primeiro momento que se poderia resolver o problema que tínhamos, introduzindo uma taxa de emissão para o pagamento com cartão de crédito, a exemplo do que já se faz na venda pela internet, e note-se que nós temos um custo de venda pela internet muito mais baixo do que via agente de viagens. Basicamente por causa do GDS. E esse diferencial aumentou nos últimos tempos porque nós cobramos uma taxa de utilização de cartão de crédito na internet. E não cobramos via indireta. Isso seria algo mais tranquilo mas depois verificámos durante o processo que não, a APAVT em nome das agências de viagens disse que isso era algo que trazia uma dificuldade muito grande, principalmente no momento em que se estavam reduzindo os prazos de pagamento. Aprendemos isso e foi retirada essa questão. E a redução dos prazos de pagamento. Porquê? Não há dúvida que uma redução de prazo coloca pressão nos agentes de viagens. Reconhecemos e respeitamos isso. O processo foi começado pela IATA a nível internacional, pelo aumento do risco no mundo inteiro, e pelo próprio desenvolvimento da tecnologia, que permite que as coisas hoje sejam muito mais rápidas. Nós assumimos um papel importante, tanto nós como a APAVT, e a negociação foi feita de uma maneira diferente do que a IATA

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queria, mas foi atingido um equilíbrio que foi bastante razoável. Apesar de compreender e respeitar a pressão que isso coloca nos agentes de viagens, eu chamava a atenção para o facto de esse não ser o grande problema dos agentes de viagens nesta questão. Qual é, então? O grande problema dos agentes de viagens é o crédito que dão para os seus clientes. E existe uma dinâmica perversa aí, e inclusive autofágica, muito parecida com a que havia no repasse da comissão. Talvez essa pressão da IATA agora possa ajudar a organizar o grande problema. Acho que foi aí que nós compreendemos o problema da cobrança da taxa sobre o cartão de crédito. Porque uma das saídas dos clientes, corporativos, das agências de viagens, para diminuir o risco de crédito ao cliente, é introduzir o cartão de crédito, porque o parcelamento, o atraso ou qualquer coisa assim, passa a ser entre o cliente e o seu cartão de crédito. Então REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

existe todo o interesse do mercado na potencial utilização do cartão de crédito. Nós compreendemos isso e retiramos até a proposta da taxa, o momento era inadequado. Foi uma redução faseada, não é o que a IATA queria, não é o que a APAVT queria, mas o diálogo e as negociações levaram a bom porto. É um processo muito melhor para os agentes de viagens do que originalmente estava montado. E acho que, na validade desse acordo, estão acontecendo na Europa movimentos muito mais radicais que esse. Adia-se esse processo e dá-se tempo para o agente de viagens começar a organizar o problema do crédito na outra ponta, que é onde o problema está. Como avalia a relação com os agentes de viagens? Existe uma confiança recíproca muito grande, porque temos consciência da interdependência muito forte e aprendemos muito cedo que, já que temos de conviver, vamos fazer disso uma boa

coisa para nós. E o apoio mútuo vai muito além dessa relação, vejo a APAVT defendendo os interesses da TAP e a TAP defendendo os interesses dos agentes de viagens portugueses. O próprio trabalho conjunto que estamos fazendo no Brasil mostra isto. Procuramos construir novas possibilidades de negócio para os agentes de viagens portugueses. De todas as vezes que precisamos de parcerias no exterior nós estamos junto para tentar construir isso, e onde tem agentes de viagens portugueses, fora do País, é a esses que nós damos prioridade e protegemos nas suas relações. Existe uma relação que vai muito além, muito além, a própria APAVT tem feito ao longo do tempo exposições e defesas que a obrigam a expor-se, que representam na prática uma defesa da TAP. E isso decorre da sofisticação das instituições que entendem que um depende do outro, que o bem-estar de um depende do bem-estar do outro. É uma visão partilhada do Turismo. 33


Estatística

Estatísticas do Turismo

Navegação (quase) à deriva O que vale o turismo para a nossa economia, quantos turistas nos visitam, de onde e como são, quantas noites e onde ficam instalados, quanto e onde gastam, as respostas a estas e outras questões são fundamentais para que melhor possamos gerir os nossos negócios. Será que sabemos tudo? Texto: Paulo Brehm

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eja a nível macro, seja a nível micro, no plano da gestão política e na gestão das empresas, a análise estatística constitui uma ferramenta indispensável para os processos de tomada de decisões. Num contexto em que a velocidade das novas tecnologias conduz a competitividade a limites impensáveis há uns anos, torna-se ainda mais relevante a necessidade de elementos que possibilitem aos governantes e gestores ser melhores decisores, quer na definição de estratégias de longo prazo, quer no minutoa-minuto dos negócios. "Antigamente não existiam estatísticas, pelo que tinham de recorrer às mentiras", afirmava o economista e escritor Stephen Leacock. Independentemente da verdade, ou da ironia, da afirmação, o facto é que a economia depende de estatísticas e, neste particular, pelo menos no que diz respeito ao turismo, Portugal está longe de ter o que precisa. Desconhece-se, por exemplo, qual o contributo do Turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) ou quantos turistas nos visitam. Se o primeiro indicador é, acima de tudo, importante para sustentar a defesa estratégica do Turismo enquanto atividade económica, e para melhor aferir e afinar as políticas setoriais, o segundo é fundamental para um mais alargado conjunto de análises, quer para o Estado como para as empresas. QUANTOS TURISTAS NOS VISITAM? A pergunta de um milhão de dólares. Na verdade, ninguém sabe ao certo. Desde o fim dos controlos fronteiriços, já lá vão quase 20 anos, que é impossível a contabilização do número de turistas que nos visitam. Restam-nos, assim, estimativas, 34

mais ou menos próximas da realidade. A situação em Portugal não é diferente da maioria dos outros países da União Europeia, mas o facto é que as estatísticas no nosso País nunca são nem fáceis de conseguir, nem atempadas. Em Espanha, por exemplo, o FRONTUR e o EGATUR, estudos sobre o número de visitantes e turistas, no primeiro caso, e de gastos, no segundo, levados a cabo pelo Instituto de Estudos Turísticos, são exemplos de boas práticas neste domínio. CONTA SATÉLITE DO TURISMO - SOL DE POUCA DURA "A Conta Satélite do Turismo é uma ferramenta de trabalho absolutamente decisiva para quem investe e trabalha no sector em Portugal" afirmava em 2006 o então secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, na apresentação dos primeiros resultados desta análise estatística, que se previa viessem a ser controlados trimestralmente. A medida foi aplaudida pelo setor, que há muito a reclamava, tendo mesmo a "necessidade absoluta da sua implementação" sido uma das conclusões do congresso da APAVT no ano anterior, em Florianópolis. Sol de pouca dura, quatro anos depois, em 2010, o Instituto Nacional de Estatística publicava a última informação com as contas do turismo. Ao mediatismo das apresentações de 2006 sucedeu-se um aparente secretismo do fim da Conta. "O INE decidiu não proceder à atualização da Conta Satélite do Turismo com a regularidade até então (2010) praticada", disse à Revista APAVT fonte oficial do Instituto Nacional de Estatística, justificando a decisão pelo facto de que "uma das

principais fontes de informação da Conta, o Inquérito aos Gastos do Turismo, foi momentaneamente interrompida e porque se perspetiva a alteração da base das Contas Nacionais com a adoção do SEC2010 (Sistema Europeu de Contabilidade)". Ou seja, desde há quase três anos que não se conhecem os resultados do Turismo nas contas nacionais, e desconhece-se quando voltarão a ser conhecidos. De acordo com a mesma fonte do INE, foi lançada este ano uma nova vaga do Inquérito aos Gastos do Turismo, "esperando-se que os respetivos resultados possam contribuir para a referida mudança de base das Contas Nacionais, podendo também permitir, futuramente, uma atualização da Conta Satélite no quadro da nova base". No entanto, o organismo oficial de estatística adverte que "essa eventual atualização estará condicionada pela necessária definição de prioridades no plano de atividades do INE tendo em consideração que várias Contas Satélite terão de ser adaptadas às alterações nas Contas Nacionais decorrentes da adoção do novo SEC2010". Por outras palavras, há que esperar pela definição de prioridades. QUAL É ENTÃO O CONTRIBUTO DO TURISMO PARA O PIB NACIONAL? "Os dados que estamos a utilizar (9,2% do PIB) foram publicados em 2011 com estatísticas de 2010" afirma à revista APAVT fonte da Secretaria de Estado do Turismo, acrescentando que "só esta metodologia Conta Satélite do Turismo é que nos avalia de forma completa", acrescentando tratar-se de uma "metodologia usada noutros países, como a Espanha, e que nos permite comparar com outros países." REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Estatística

A ausência de contas oficiais, porém, não tem impedido que muitos responsáveis do setor refiram, nos seus discursos e intervenções, valores indicativos para o peso do turismo no PIB, situando-o mormente entre os 9% e os 10%. A evolução deste indicador, note-se, depende não só das contas do turismo como da evolução da economia no seu todo, já que, por exemplo, se o PIB nacional decresce, como tem vindo a acontecer desde 2010, bastaria ao turismo manter a mesma performance para que nas contas nacionais ganhasse maior peso. EM QUE FICAMOS? O World Travel and Tourism Council (WTTC) publica regularmente um estudo sobre o impacto económico das viagens e turismo, em colaboração com a Oxford Economics, com base em dados e estimativas sobre os países em análise. Relativamente a Portugal, o relatório refere que em 2012 o contributo direto do Turismo para o PIB nacional foi de 5,7%, e o total (direto e indireto), foi de 15,9%. A secretaria de Estado do Turismo, no entanto, considera que estes indicadores "estão sobreavaliados", pelo que a pergunta permanece sem resposta. UMA QUESTÃO DE CULTURA Além das estatísticas oficiais nacionais, é um facto que o setor empresarial,

nomeadamente o das agências de viagens, não é pródigo na divulgação de dados da atividade. A própria APAVT, em diversas ocasiões, tentou junto dos seus associados reunir diversos indicadores que lhe permitissem construir, para benefício de todos, análises de desempenho, tendências, etc., sem nunca, até à data, ter qualquer sucesso. "O segredo é a alma do negócio" constitui, aparentemente, um quase dogma para muitos, mesmo quando se tratam de dados de acesso público como, por exemplo, através da declaração IES, ou questões de avaliação de tendências, que não implicam a revelação de dados comerciais. Por outro lado, assenta também na falta do reconhecimento de importância da análise estatística como ferramenta de gestão, como transparece da falta de disponibilidade da maioria em colaborar com este tipo de estudos e inquéritos. Parece ser, acima de tudo, uma questão de cultura empresarial. RIGOR: PRECISA-SE Se a questão da ausência de estatísticas é um desafio, outro, igualmente importante, é o do rigor e relevância da estatística ou do seu tratamento. Senão, veja-se: PASSAGEIROS DE CRUZEIROS Como já referimos nesta revista, em edições anteriores, os relatórios de estatísticas de cruzeiros oficiais constituem um bom

exemplo desta afirmação. Sem prejuízo de se reconhecer positivo o facto de o setor dispor de dados sobre o número de navios de cruzeiros que escalam os portos nacionais, ou dados indicativos sobre o número de cruzeiristas que visitam as cidades portuárias, a comunicação em torno destes números enferma, quase sempre, de falta de rigor. O facto é que os números divulgados pelos portos, acerca de turistas de cruzeiros que visitam o nosso País, não refletem a realidade, ainda que as diferenças sejam, eventualmente - ninguém sabe em rigor - pequenas. As estatísticas oficiais revelam o número de passageiros que os navios de cruzeiro transportam, o que não significa que todos desembarquem para visitar as cidades. Por outro lado, ignoram o número de tripulantes desses navios que aproveitam a escala para fazer turismo. Em rigor, poderia dizer-se que x passageiros "passaram" pelos portos, mas é incorreto considera-los, a todos, visitantes da cidade. Com base em estimativas de gasto médio de passageiro de cruzeiro, sejam feitas com base em inquéritos nos portos de escala, sejam com base em estudos internacionais, verifica-se que muitas vezes se publicam números que resultam de uma multiplicação em que um dos fatores não é correto. Seria útil, pelo menos, que se salvaguardassem estas nuances na comunicação feita pelas autoridades competentes.

BANCO DE PORTUGAL: NOVO SISTEMA DE REPORTE O acompanhamento da integração das agências de viagens e operadores turísticos no sistema de reporte de informação ao Banco de Portugal no âmbito das estatísticas externas - COPE, Comunicação de Operações e Posições com o Exterior - é um exercício complexo. Desde logo, pela dificuldade em identificar a população reportante: apenas devem reportar mensalmente as entidades que se classifiquem como agências de viagens, i.e. que estabeleçam uma relação direta com o cliente final, e que tenham um volume de operações anuais superiores a 100 mil euros. Até à data, aproximadamente 400 empresas classificadas na CAE 791 estão registadas na Área de Empresa, das quais cerca de 300 reportam informação regularmente. São reportadas com classificação estatística de turismo operações mensais que totalizam cerca de 38 milhões de euros, com valores mais elevados no mês de maio (efeito Páscoa) e nos meses de verão. A generalidade da informação reportada apresenta uma qualidade aceitável, sendo possível identificar alguns erros mais comuns, associados a um desconhecimento quanto ao momento do reporte e ao preenchimento de alguns campos essenciais como a identificação do país de residência do cliente (país de contraparte) e de destino da viagem (país do ativo financeiro). O trabalho com as agências de viagens está ainda em curso, quer através da realização de ações de formação, quer dos contatos bilaterais com as empresas, para a sua integração no sistema de reporte e melhoria da qualidade da informação reportada. Neste âmbito, é essencial que as agências de viagens e operadores turísticos tomem conhecimento das especificidades do reporte que lhes é solicitado, as quais estão refletidas no capítulo 8.3 do Manual de Procedimentos.

Fonte: Depto. Estatística/BdP REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

HÓSPEDES DA HOTELARIA O número de hóspedes da hotelaria nacional é um dos indicadores produzidos pelo INE, de inegável utilidade. No entanto, padece também de alguma falta de objetividade, dado que em alguns casos contabiliza múltiplos da mesma pessoa. Ou seja, se um turista brasileiro, por exemplo, entra em Portugal, passa uma noite num hotel de Lisboa, segue para Fátima onde faz o checkin noutra unidade para passar outra noite, continua para o Porto onde passa o resto do tempo num terceiro hotel, o resultado é que as estatísticas o vão contabilizar como sendo três hóspedes diferentes. Sendo certo que, no panorama total, estes casos terão pouco peso, não deixa de ser uma realidade comum a todos quantos fazem no nosso País o chamado touring, falseando, ou pelo menos conferindo menos rigor, às estatísticas.

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Tecnologia

Companhias aéreas híbridas:

Uma nova realidade entre as lowcost e as tradicionais Estima-se que, em 2015, um em cada três lugares vendidos em voos comerciais seja da responsabilidade de companhias low-cost. No sentido de chegar a cada vez mais passageiros, as transportadoras de baixo custo estão a adotar práticas das companhias tradicionais, surgindo um novo conceito, o da companhia híbrida.

A

s companhias aéreas de baixo custo constituem, atualmente, um importante elemento da indústria do turismo. De acordo com dados do Center for Aviation, neste momento, um em cada quatro lugares vendidos em voos comerciais é low-cost. Este é um valor que tende a aumentar: se, 36

em 2001, as companhias de baixo custo vendiam um em cada oito lugares, estima-se que, em 2015, um terço do mercado será da responsabilidade das low-cost. Os resultados de sucesso tornaram as práticas das low-cost uma influência para todas as companhias. A abordagem

inovadora em relação às tecnologias de informação, distribuição e serviços de transporte de passageiros, tornaram-se exemplos alternativos para as práticas até então adotadas. São várias as características que definem uma transportadora de baixo custo: elevada REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Tecnologia

taxa de ocupação dos lugares, configuração de apenas uma classe, um único modelo de avião, entre outros. No entanto, do ponto de vista de um fornecedor tecnológico, há um elemento que se destaca: o facto de as low-cost distribuírem, tradicionalmente, os seus conteúdos on-line. Ora, enquanto o modelo on-line funciona bem para as viagens em lazer e voos domésticos, caso a companhia low-cost queira que os seus conteúdos cheguem aos clientes corporate são necessários acordos de distribuição com terceiros e, até, adotar algumas práticas das companhias tradicionais. Muitas low-cost já se aperceberam que, para maximizar o lucro, têm de disponibilizar os conteúdos para o maior número possível de potenciais passageiros. Mantendo a sua génese, ou seja, o segmento on-line como a principal estratégia de distribuição, torna-se imperativo alargar o alcance e atrair clientes maiores rendimentos, o que supõe marcar presença em diversos canais de distribuição. É assim que surge um novo conceito: a companhia aérea híbrida. Este é o tipo de transportadora que opera, em simultâneo, com os princípios das companhias low-cost e das transportadoras de serviço regular completo. A Traveport está a trabalhar com uma nova definição de híbrido, colocando o enfoque, especificamente, na distribuição. Para a multinacional de turismo, uma "transportadora híbrida" é uma companhia aérea que pode oferecer conteúdos através de um interface de programação de aplicativos e, também, através das tecnologias tradicionais da indústria. Assim, este tipo de companhia usufrui da vantagem de usar a interface de programação de aplicativos, que facilita a gestão dinâmica de receitas, necessária para rápidas mudanças em produtos e rotas num espaço cada vez mais competitivo, ao mesmo tempo que beneficia do tradicional sistema de distribuição, o GDS. ADAPTAÇÃO DAS SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS A Travelport incorpora, através de soluções como a Travelport Merchandising Plataform, diferentes tecnologias num único visor, o que permite às companhias low-cost aceder a um maior leque de clientes sem sacrificar a distribuição on-line. Para Ian Heywood, vice-

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Tecnologia

presidente de airline startegy da Travelport, "há cada vez mais tipos diferentes de companhias aéreas: das ultra low-cost às transportadoras de serviço completo, há centenas pelo meio". De acordo com o responsável, esta nova realidade prova que "há a necessidade de combinar flexibilidade, opção e retalho numa única plataforma, adequada a todos os canais de distribuição". Neste momento, a Travelport já trabalha com 15 das companhias aéreas de baixo

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custo que integram o top 25. Os produtos da Travelport fazem a ponte entre companhias aéreas, agências e outros players da indústria. De uma perspetiva de investigação e tecnologia, o objetivo da multinacional é o de aliviar as companhias aéreas de processos tecnológicos ou legais restritos, garantindo a oferta, agregação e comercialização dos conteúdos de forma favorável às agências de viagem. As companhias aéreas de baixo custo estão

sub-representadas nos canais GDS por razões históricas, comerciais e culturais. No momento em que os voos de baixo custo são, em muitas das situações, uma primeira opção, a Travelport acredita que os agentes de viagem pretendem disponibilizar os conteúdos low-cost da maneira mais favorável para todos os players, ou seja, de uma maneira que dá à companhia aérea controlo, mas sem comprometer os serviços disponíveis para os agentes de viagem.

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Análise

Reservas hoteleiras nos GDS: O mundo à distância de um "click" Desenhados para facilitar as reservas de aviação pelos agentes de viagens, nas quais se tornaram a sua primeira opção, os GDS's oferecem também a capacidade de aceitar reservas hoteleiras. De que forma tem evoluído esta ferramenta e que vantagens oferece, a agentes e hoteleiros. Fomos ouvir os responsáveis da Travelport e do Amadeus.

"P

" osso adiantar que, ao longo dos últimos cinco anos, tem havido uma evolução significativa no volume de reservas em hotéis efetuadas através da Travelport", afirma o diretor regional do GDS para Portugal, António Loureiro que, tal como Miguel Quintas, diretor regional do Amadeus, invoca imperativos de ordem legal para se escusar a precisar números. O facto é que ambos assumem a aposta na hotelaria. "O mercado hoteleiro sempre foi visto como grande potencial de negócio para os GDS's. Por várias razões, entre as quais algumas estratégicas, os GDS's ainda não se posicionaram como grandes players neste mercado, tal como o fazem com a aviação, por exemplo. No entanto, esta opção nunca foi descartada no futuro, particularmente dentro da Amadeus", diz Quintas. "A distribuição hoteleira constitui um dos pilares do futuro da distribuição", conclui, por seu lado, António Loureiro. Os inventários são expressivos. O Amadeus oferece "cerca de 300.000 hotéis", presentes em todo o mundo e "2.878 propriedades em Portugal", a Travelport oferece globalmente "cerca de 450.000 propriedades", destacando que "90% das cadeias hoteleiras portuguesas estão incluídas na solução e são distribuídas de forma global." HOTELARIA VS. AVIAÇÃO As reservas hoteleiras não terão ainda, nos GDS's, a expressão da aviação. Tal deve-se, na opinião de Miguel Quintas, "à não existência de uma entidade que faça a gestão de pagamentos e recebimentos 40

(clearing) nesta área, tal como a aviação tem o BSP", já que, em termos de qualidade e quantidade de conteúdos, os GDS's têm capacidade de suprir grande parte das necessidades hoteleiras do mundo, particularmente na área do Corporate. "Por outro lado, continua o diretor regional do Amadeus, temos também de considerar que o turismo é uma atividade muito relacional. Neste sentido, as centrais de reservas

hoteleiras tradicionais primam por ter equipas comerciais junto dos seus clientes que lhes dão apoio comercial, técnico e formação - e este sistema tem funcionado muito bem - enquanto que os GDS são apenas veículos de distribuição entre terceiros - Hotéis e Agentes de Viagens." QUEM COMPRA O QUÊ? Com maior preponderância das agências

Antóno Loureiro-Travelport REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


Análise

especializadas no segmento corporate, os principais destinos reservados nos GDS's em Portugal, são, no caso do Amadeus, "Reino Unido, Espanha e Itália com respetivamente 22%, 11% e 8% de peso no total das reservas", e "França, Reino Unido, Espanha e Itália", no caso da Travelport. QUAIS SÃO AS VANTAGENS PARA O AGENTE DE VIAGENS? Desde logo, o facto de terem centenas de milhares de unidades de alojamento em todo o mundo, de fácil reserva, acessíveis online, e na maior parte das vezes, "ao melhor preço do mercado". Todas as reservas, gestão de contas e pagamentos de comissões, mensalmente, são geridos através de uma única aplicação, um único ecrã o que lhes agiliza o trabalho, aumentando capacidade de gerar receitas e aumentando a produtividade. Tudo integrado com os expedientes dos clientes e que lhes permite gerir a informação de forma correta e célere. E PARA OS HOTELEIROS? "Ao disponibilizar a oferta num GDS, a unidade hoteleira coloca os seus serviços à disposição de milhares de agentes de viagem em todo o mundo, que podem, a qualquer momento, reservar os quartos, em tempo real, com a melhor tarifa", afirma António Loureiro, acrescentando que "um estudo recente, divulgado pela TravelClick, mostrou que os GDS são o canal de reservas de hotéis mais utilizado pelas agências de viagens, e também o que mais viu aumentar a sua utilização. Prevê-se que este ano as agências realizem 58 milhões de reservas de hotéis, quase 12 vezes mais que há dois anos. O estudo revelou ainda que a utilização destes sistemas para reservar hotéis aumentou 14 por cento, e que além dos GDS só houve aumento da utilização dos websites dos hotéis e cadeias hoteleiras, na ordem dos 3 por cento." Para Miguel Quintas, as vantagens são "variadíssimas, das quais destaco em primeiro lugar o facto de distribuírem as suas unidades com o sistema líder mundial de reservas presente em mais de 195 países, e 92.000 agências de viagens. Em segundo lugar e contrariamente ao que se pode pensar, os GDS's são a forma mais rentável de um hotel se distribuir, chegando a ser cerca de 30% mais rentável que venda via

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Agência de Viagens Online, por exemplo. Finalmente, pela simplicidade de processos de quem compra e vende, nomeadamente ao nível da facilidade da reserva e integração e gestão da informação."

aos utilizadores do Travelport Rooms and More o acesso a praticamente todas as unidades hoteleiras, nomeadamente aquelas a que não têm acesso através de outros canais de intermediação".

GDS'S VS. OUTROS SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Para Miguel Quintas, "falamos de sistemas diferentes, embora ambos disponibilizem hotéis para vender. No entanto, os GDS's são apenas veículos/canais de distribuição, enquanto que as centrais de reservas são parte integrante do negócio, porquanto são quem compra e vende o produto. Também por esta razão, as rentabilidades associadas à venda em cada canal são diferentes para todos os participantes (comprador, vendedor e intermediário). Assim sendo, o cliente deverá decidir aquilo que se aplica melhor à sua realidade". António Loureiro, por seu lado, afirma que "As soluções da Travelport agregam o maior número de ofertas possível, disponíveis em diferentes canais. A Travelport tem inúmeras parcerias com agregadores como, por exemplo, com Booking.com, Agoda, Hotels.com e LateRooms. Este tipo de acordos possibilita

QUE FERRAMENTAS? A Travelport oferece a solução Travelport Rooms and MoreTM, "o motor de reservas de hotel B2B líder de mercado". Disponível em 68 países, permite aos agentes de viagens parceiros da Travelport "a reserva entre uma oferta alargada de alojamentos comissionáveis e a possibilidade de tirar partido do crescimento do setor hoteleiro. Desde o lançamento, em Julho de 2011, o portal tem vindo a dinamizar e diversificar a sua oferta. O Travelport Rooms and MoreTM está disponível em seis línguas (inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e polaco)." O Amadeus "tem, por enquanto, dois sistemas de reservas de hotel no seu sistema. O tradicional GDS, em que se utiliza o modo críptico para realizar reservas, e o Hotel Plus, que é um ambiente Windows/ gráfico, muito "user friendly", que permite reservas por mapas, preços, estrelas, tipo de quartos, etc.".

Miguel Quintas - Amadeus 41


Legislação

Alterações legislativas no âmbito das relações laborais A Lei n.º 69/2013, de 30 de Agosto vem alterar o Código do Trabalho ao aprovar, entre outras medidas, o novo regime aplicável às compensações devidas ao trabalhador pela cessação do Contrato de Trabalho. Já a Lei n.º 70/2013, de 30 de Agosto cria dois institutos cuja existência visa assegurar o direito dos trabalhadores a receber efetivamente metade da compensação devida por lei.

E

m 1 de Outubro de 2013 entrou em vigor uma nova fórmula que permite redução do valor das compensações devidas em quase todos os casos de cessação do contrato de trabalho, com exclusão das situações relativas a despedimentos considerados ilícitos. Este novo regime está previsto na Lei n.º 69/2013 e é aplicável às compensações devidas ao trabalhador

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pela cessação do Contrato de Trabalho. A regra, agora, privilegia os 12 dias de retribuição-base e diuturnidades por ano de antiguidade, sendo aplicável, de imediato aos Contratos de Trabalho celebrados após o dia 1 de Outubro de 2013. No entanto, e como é habitual na técnica legislativa adotada pelo nosso Ordenamento Jurídico, existe um regime transitório para as relações

laborais já constituídas, sejam elas a termo ou sem termo, que acaba por constituir uma exceção face à regra acima enunciada. Tal levou a uma complicada soma das parcelas que constituem a compensação a atribuir ao trabalhador, no caso de cessação do Contrato de Trabalho, e cuja análise é facilitada pela elaboração dos quadros anexos:

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Legislação

Já a Lei n.º 70/2013, de 30 de Agosto, veio criar os Fundos de Compensação do Trabalho (FCT) e o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho (FGCT), que visam assegurar o direito dos trabalhadores a receber, efetivamente, pelo menos, metade da compensação devida por lei. Estes Fundos aplicam-se a todos os contratos de trabalho (exceto os de muito curta duração) celebrados após a respetiva entrada em vigor (1 de Outubro de 2013). São Fundos de adesão individual e obrigatória por parte do empregador, podendo este optar entre o FCT (fundo de capitalização), aderindo automaticamente ao FGCT (fundo de natureza mutualista), e o ME (Mecanismo Equivalente). Iniciam a respetiva atividade na data de entrada em vigor dos respetivos regulamentos de gestão, sendo fundos com personalidade jurídica própria e geridos por entidades constituídas para o efeito. Quanto ao ME, apenas pode ser constituído pelo Empregador junto de instituições sujeitas a supervisão do Banco de Portugal ou do Instituto de Seguros de Portugal, desde que legalmente autorizadas a exercer a gestão e comercialização desse instrumento. Assim, o empregador é obrigado a aderir ao FCT, salvo se optar por adesão à ME, opção que é feita em bloco em qualquer um dos casos, considerando a totalidade dos trabalhadores e manifestada até à data de início de execução dos respetivos contratos de trabalho. O FCT é um fundo de capitalização individual, que visa garantir o pagamento até metade do valor da compensação devida ao trabalhador pela cessação do seu Contrato de Trabalho (calculada nos termos do art.º 366º do Código do Trabalho), e que responde até ao limite dos montantes entregues pelo empregador e eventual valorização positiva. Já o FGCT visa garantir o valor necessário à cobertura de metade do valor da compensação devida por cessação do contrato de trabalho calculada nos termos

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Legislação

do artigo 366.º do Código do Trabalho, subtraído do montante já pago pelo empregador ao trabalhador. O FGCT não responde por qualquer valor sempre que o empregador já tenha pago ao trabalhador valor igual ou superior a metade da compensação devida por cessação do contrato de trabalho calculada nos termos do artigo 366.º do Código do Trabalho. A adesão ao FCT ou ao ME, que deve ocorrer até à data de início da execução do respetivo Contrato de Trabalho, determina, para o empregador, a obrigatoriedade do pagamento das respetivas entregas, quer para o FCT, quer para o FGCT, durante o período de execução do contrato de trabalho, salvo nos períodos em que inexista contagem de antiguidade. A adesão implica, assim, a obrigatoriedade de efetuar os seguintes pagamentos: a) Para o FCT - 0,925% da retribuição base e diuturnidades de cada trabalhador abrangido; b) Para o FGCT - 0,075% da retribuição base e diuturnidades de cada trabalhador abrangido pelo FCT ou ME. O pagamento é efetuado por meios eletrónicos (homebanking) ou por Multibanco, doze vezes por ano, mensalmente, nos prazos previstos para os pagamentos de quotizações e contribuições junto da segurança social e respeitam a doze retribuições base mensais e diuturnidades por cada trabalhador. Em caso de cessação do Contrato de Trabalho, o empregador pode solicitar ao FCT, com uma antecedência máxima de 20 dias face à data da cessação, o reembolso do saldo da conta de registo individualizado do

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respetivo trabalhador, incluindo a possível valorização positiva (caso a cessação do Contrato de Trabalho não implique qualquer compensação, calculada nos termos do art.º 366º do Código do Trabalho, o montante reverte integralmente para o empregador). Esta adesão finda com a cessação da atividade do empregador junto da Segurança Social. A adesão a estes Fundos está prevista na Portaria 29-A/2013, de 30 de Setembro, e é efetuada pelo empregador mediante declaração no sítio eletrónico www.fundoscompensacao.pt. O empregador deve comunicar a admissão de cada trabalhador que venha a ser admitido até à data do início de execução do respectivo contrato. AS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS

AGORA REFERIDAS AINDA INCLUEM: a) Alteração da Lei 3/2012 10 de Janeiro, que através da Proposta de Lei n.º 168/ XII, a aguardar votação na especialidade, prevê que os contratos de trabalho a termo certo que, até dois anos após a entrada em vigor da presente lei, atinjam os limites máximos previstos no Código do Trabalho possam ser objeto de mais duas renovações extraordinárias; b) Caução no âmbito do Trabalho Temporário - Os créditos dos trabalhadores temporários com Contrato celebrado após a entrada em vigor da Lei n.º 69/2013, de 30 de Agosto, garantidos por caução, não incluem a compensação por cessação do Contrato; c) Está previsto, ainda, que a eliminação dos feriados do Corpo de Deus, 5 de Outubro, 1 de Novembro e 1 de Dezembro fica sujeita a uma reavaliação obrigatória num período não superior a cinco anos.

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Legislação

Um hotel genuinamente alfacinha

Memmo Alfama Nasceu em Setembro, num dos bairros mais genuínos de Lisboa, a mais recente unidade de quatro estrelas da Memmo Hotels, mesmo junto à Sé Catedral e ao Castelo de São Jorge.

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erfeitamente integrado na dinâmica do bairro de Alfama, o hotel procura estimular o sentido de comunidade através do contacto com as gentes e hábitos locais. O novo Memmo Alfama transpira hospitalidade, contemporaneidade e originalidade, e quer que os hóspedes se sintam em casa apostando, por isso, numa decoração simples, natural e minimalista. E para que a chegada seja o mais natural possível, é possível fazer o check-in em qualquer ponto do hotel, sem pressões nem obrigações. Isto, por exemplo, enquanto aproveita para retirar um livro da sala de estar ou beber algo do loyalty fridge, disponível 24 horas por dia. São 42 quartos com cores neutras e REVISTA APAVT · Nº36 · 2013

têxteis brancos, mas onde Lisboa aparece sempre de uma forma subtil, quer seja através de quadros de Ada de Castro, Amália e outras personalidades do fado, ou do pitoresco eléctrico 28. Os hóspedes podem optar entre os Alfama rooms, com vistas sobre Alfama e o rio Tejo e o s A l f a m a S u p e r i o r, q u a r t o s d u p l o s m a i s e s p a ç o s o s . O s q u a r t o s Te r ra c e têm acesso a um terraço comum com um pequeno deck de madeira por quarto e os quartos Patio oferecem vistas para a rua e/ou para o pátio do hotel. Existem ainda os quartos Mansard, na mansarda do hotel, com vistas limitadas a partir do interior mas com janelas de tecto que permitem admirar Alfama e o rio.

Ao dispor dos clientes existe ainda um Wine Bar & Terrace, no primeiro piso do hotel, decorado em tons de preto e vermelho, e onde o mármore branco d o m i n a . A p i s c i n a e x t e r i o r, e m t o n s vermelhos também, integra-se na paisagem de telhados do bairro alfacinha. Para que a capital não fique nunca esquecida, o Memmo Alfama dispõe de uma área mais intimista d e d i c a d a à L i s b o n S t o r y, o n d e é possível ficar a par de informações que permitem ao hóspede explorar a cidade.

Reservas reservations.alfama@memmohotels.com 45


Última página

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A visão regional de Lisboa ganha força

O processo de reorganização regional do turismo que agora termina foi demasiado longo e polémico. O futuro dirá se ele trouxe algum valor acrescentado para a atividade das empresas. Na prática, veremos que melhoria para a dinamização dos valores e recursos turísticos regionais resultará da atividade das ERTs e como irá funcionar a promoção turística regional, agora bicéfala: promoção internacional a cargo das ARPT,s (entidades privadas com participação pública) e promoção no mercado interno e "transfronteiriço com Espanha" (!) a cargo das ERT,s (entidades públicas com participação privada). Uma coisa é certa: este sistema só pode funcionar se os atores regionais, em especial Municípios e Empresas, se entenderem para uma adequada concertação estratégica, uma real convergência de ação e uma governance partilhada. A alternativa não pode ser a concentração de responsabilidades na administração pública central porque isso significaria uma visão distante da realidade, em especial num país em que a riqueza do turismo deriva dos seus produtos diversificados, intimamente ligados a destinos regionais. É neste quadro que se insere a solução encontrada para Lisboa. À partida, era o "caso mais difícil", porque aliava a presença de uma instituição prestigiada e consolidada, a ATL, com a obrigatoriedade legal da criação de uma ERT, num território sem tradição de existência de regiões de turismo. Esta situação era agravada pela coincidência de âmbito territorial das duas entidades. Aparentemente estava criado o caldo de cultura para um futuro de "concorrência", de sobreposições, de conflitos de competências, de desperdício de fundos públicos e privados e, até, de prejuízo para a imagem do destino. Lembro o exemplo várias vezes repetido sobre o risco de cair no ridículo tendo numa feira internacional como a FITUR a presença de duas "Lisboas", cada 46

Vitor Costa Turismo de Lisboa uma com o seu stand! Tendo consciência desta situação, os atores mais relevantes, municípios e associações, construíram uma solução que não só vai evitar os riscos como contém algumas virtualidades que podem ser potenciadas a favor do turismo na região. As duas entidades, ATL e ERT, manterão a sua existência individual mas irão "remar" no mesmo sentido: a governance será cruzada, o espaço físico em grande parte partilhado, os recursos financeiros e humanos colocados ao serviço da mesma estratégia, os planos de ação repartidos. Pela primeira vez a promoção será unificada, independentemente do mercado alvo e de quem executa ou colabora na execução das ações. Por exemplo, pela primeira vez o stand da região de Lisboa na BTL será único, albergando a diversidade institucional e da oferta existente. A solução encontrada permitirá também um desenvolvimento regional mais equilibrado, promovendo a coesão interna. Não se trata de nivelar por baixo, nem de qualquer perspectiva de "Robin dos Bosques", mas de encontrar soluções que valorizem o principal ativo que é a Cidade de Lisboa, o destino

turístico consolidado que é Cascais, a marca internacional Sintra e, ao mesmo tempo, promovam o desenvolvimento da sub-região Península de Setúbal e dos restantes municípios com mais ou menos vocação turística e com mais ou menos representatividade. Não se pretende resolver qualquer "quadratura do círculo", mas sim ter uma visão comum, definir estratégias adequadas que os atores públicos e privados assumam como suas, delinear e executar programas de ação viáveis e ter uma governação participada, aberta e empenhada. Se a solução encontrada para Lisboa tiver sucesso, a visão regional do Turismo terá mais força e isso resultará em benefício de todos, começando pelas empresas que desenvolvem a sua atividade no turismo. Importa aqui sublinhar o papel neste processo de várias associações, entre as quais a APAVT, que desde a primeira hora se envolveu, exercendo a sua forte "magistratura de influência" e participando nas várias instâncias. Resta agora pôr mãos à obra, com renovado entusiasmo. REVISTA APAVT · Nº36 · 2013


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