ÍSIS SEM VÉU - VOL.III

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egípcios, em cujo país haviaÍn estado durante vários sécúos antes de terem sido convertidos ao monasticismo budista pelos missionários do rei Aíoka, amalgamando-se depois com os cristãos primitivos. Existiram provavelmente antes de os antigos templos egípcios terem sido destruídos e arruinados durante as incessantes invasões dos persas, dos gregos e de outras hordas conquistadoras. Os hierofantes representavam sua redenção no mistério da Iniciação, muitos séculos antes do surgimento dos gnósticos e mesmo dos essênios. Tal mistério era conhecido entre os hierofantes como o BATISMO DE SANGUE, e considerado náo como uma expiaçáo para a "queda do homem" no Éden, mas simplesmente como uma expiação para os pecados passados, presentes e futuros da Humanidade ignorante, mas, não obstante, corrompida. O hierofante tinha a opção de oferecer sua vida pura e imaculada como um sacrifício para sua raça aos deuses com os quais procurava se reunL. ou a vida de uma vítima animal. A primeira opçáo dependia inteiramente de sua própria vontade. No último momento do solene "novo nascimento", o iniciador passava a "palavta" ao iniciado, e imediatamente após ter-lhe colocado nas máos runa arma. ordenava-lhe que o golpeasse\a. É essa a verdadeira origem do dogma cistáo Ca redenção.

Na verdade, numerosos foram os "Cristos" dos séculos pré-cristáos. \Ías eles morreram desconhecidos do mundo e desapareceram táo silenciosa como mjsteriosamente da vista dos homens, como Moisés do topo de Pisgah, a montanha de Nebo (sabedoria oracular), após ter deposto suas mãos sobre Josué, que assim se tornou "cheio do espírito da sabedoria" (i. e., inicíado). O mistério da Eucaristia não é também propriedade exclusiva dos cristãos. Godfrey Higgins prova que ele foi instituído muitas centenas de anos antes da "Ceia Pascal", e diz que "o sacrifício do pão e do ünho era comum a mútas nações antigas"85. Cícero menciona-o em suas obras, e surpreende-se com a estranheza do rito, Um significado esotérico se the associou desde o início do estabelecimento dos mistérios, e a Eucaristia é um dos ritos mais antigos. Entre os hierofantes, ela tinha quase que o mesmo significado que para os cristãos. Ceres era o pão, e Baco era o vinhag6; o primeiro signihcava a regeneração da vida a partir da semente, e o segundo - a uva - o emblema da sabedoria e do conhecimento; a acumulação do espírito das coisas, e a fermentação e a conseqüente força desse conhecimento esotérico, juntamente, simbolizadas pelo vinho. O mistério relacionava-se com o drama do Éden. Afirma-se qÌre ele foi ensinado pela primeira vez por Jano, que foi também o primeiro a introduzir nos templos os sacrifícios do "páo" e do "vinho", em comemoração à "queda na geração" sob o símbolo da "semente". "Sou a verdadeira vinha, e meu Pai é o vinhateiro", diz Jesus lJoão,XY,1l, aludindo ao conhecimento secreto que podia comunicar. "Não mais beberei o fruto da vinha, até aquele dia em que beberei o vinho novo no Reino de Deus" lMarcos, XIV, 251. O festival dos mistérios eleusinos tinha início no mês de Boedromion, que corresponde ao mês de setembro, o tempo da vindima, e se estendia do 15s ao 229 dia do mês, isto é, por sete diasgT. O festival hebreu da Festa dos Tabernáculos começava no 15e dia e terminava no 22e dia do mês de Ethanim (outubro) que Dunlap mostra derivar de Adonim, Adonia, Attenim, Ethanimss; e essa festa é chamada no Êxotto (XXIII, 16) de festa da colheita. "Todos os homens de Israel se reuniram junto do rei Salomáo, no mês de Ethanim, durante a festa, que é o sétimo mês"8s. Plutarco pensa que as festas das tendas sejam ritos báquicos, náo eleusinos. 45


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