ÍSIS SEM VÉU - VOL.III

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segundo estreitamente relacionado em seu sentido Írìetafísico com as emcmações, por ser a primeira manifestaçáo - Sephïrôh, ou luz diüna. Quando então poderia ele inspirar maior medo, a não ser nesse momento críúco? Orígenes61 , Clemente de Alexandria62, Calcídio63, Metódio6a e Maimônides65, com base na autoridade do Targum de Jerusalém, a maior autoridade ortodoxa dos judeus, afirmavam que as duas primeiras palavras no Gênese - BE-RÊSHÌTH, significam Sabedorin, ot Princípio, e que a idéia de que tais palavras significam "no príncípio" jamais foi partilhada fora dos meios profanos, que não tinham permissão para penetrar mais profundamente no sentido esotérico da sentença. Beausobre, e depois dele Godfrey Higgins, demonstraram o fato. "Todas as coisas", diz a Cabala, "denvam, por emanaçáo, de um princípio; e esse princípio é o Deus ldesconhecido e invisívell. DEle emana imediatamente um poder substancial, que é a ima.gem de Deus, e a fonte de todas as subseqüentes emanações. Esse segundo princípio produz, pela energia lou vontade e .forçal da emanação, outras naturezas, que são mais ou menos perfeitas, de acordo com seus diferentes graus de distância, na escala da ernanaçáo, da Fonte Primeira de existência, e que constitui diferentes mundos, ou ordens de ser, todos unidos ao poder eterno de que emaÍÌÍìm. A matéria nõo é senão o efeíto ftnts rer,loto da energía emanativa da Divindadel O mundo material recebe sua forma da ação imediata dos poderes bem abaixo da Fonte Primeira do Ser66 (...) Beausobre afirma ter Santo Agosúnho, o maúqueu, dito o seguinte: 'E se por Rêshïth entendemos o Princípio ativo da criaçâo, e náo o seuinício, nesse cuìso perceberemos claramente que Moisés jamais pretendeu dizer que o céu e a Terra foram as primeiras obras de Deus. Ele apenas disse que Deus criou o céu e a 'lerca por meio do Princípio, que é Seu Filho. Não é ao tempo que ele se refere, mas ao autor imediato da criação'."07 Os anjos, segundo Agostinho, foram criados antes do firmamento, e, de acordo com a interpretaçáo esotérica, o céu e a Terra foram criados depois deles, emanando do segundo Princípio, ou o Logos - a Divindade criadora. "A palavra príncípío", diz Beausobre6s, "não significa que o céu e a Terra foram criados antes de qualquer outra coisa, pois, para começar, os anjos foram criados antes disso; porém que Deus fez tudo através de Sua Sabedoria, que é Seu Verbum, e que a Bíbüa cristã chamou de Princípío", adotando assim o sentido exotérico da palavra conferido às multidóes. A Cabala - tanto a oriental, quanto a judia - mostra que inúmeras emanações (as Sephirôth judias) originaram-se do Primeiro Princípio, o principal dos quais era a Sabedoria. Essa Sabedoria é o Logos de Fflon e Miguel, o chefe dos Aeôns gnósticos; é o Ormasde dos persas; Minerva, deusa da sabedoria, dos gregos, que emanou da cabeça de Júpiter; e a Segunda Pessoa da Trindade cristã. Os primeiros padres da lgreja não tiveram de quebrar a cabeça em demasia; eles

encontraraÍn uma doutrina adrede preparada que existia em todas as teogonias milhares de anos antes da era cristá. Sua Trindade não é senão o trio das Sephïrôth, as primeiras três luzes cabústicas que, segundo Moisés Nachmanides, "jamais foram vistas por alguém, não havendo nenhum defeito nelas, nem qualquer desuniâo". O primeiro número eterno é o Pai, ou o caos primitivo, invisível e incompreensível dos caldeus, do qual emana o Inteligível. O Phtah egípcio, ou "o Princípio de Luz - não a luz em si, e o Princípio de Vida, embora náo teúa em si nenhuma vda". A Sabe' doria pela qual o Pai criou os céus é o Filho, ott o andrógino cabalista Adáo-Cadmo. O Filho é ao mesmo tempo o Rrâ Masculino, ou Luz da Sabedoria, Prudência ou Intekgência, Sephirâh, a Sua parte feminina, e desse ser dual procede a terceira 40


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