ÍSIS SEM VÉU - VOL.III

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camo-lo noutras partes, pois eles sáo os mesmos nazarenos de quem já tanto falamos, e cujo codex citamos. Persegúdos e ameaçados de aniqúlação, eles encontraram refúgio na comunidade nestoriana, permitindo-se assim o serem arbitrariamente classificados como cristãos, mas, assim que a oportunidade se ofereceu, separarzìm-se e hoje, passados vários séculos, não merecem sequer nominalmente a denominação. Que sejam assim chamados, náo obstante, pelos autores eclesiiísticos, náo é difícil de compreender. Eles coúecem muito bem o Crisúanismo primitivo para se ignorá-los por completo, pois testemunhar contra eles com suÍÌs tradições, sem o estìgma da heresia, viria destruir a confiança no que eles podem dizer. Mas onde poderia a ciência encontrar um cÍìmpo de pesquisas bíbhcas mais apropriado do que entre esse povo por tanto tempo negligenciado? Não se pode negar-lhe o legado da doutrina baptista; suas tradições não apresentaÍn uma única falha. O que eles ensinam hoje, seus antecessores ensinaram na própria época em que fizeram sua apariçáo na história. Eles são os discípulos daquele João que anunciou o advento de Jesus, que o batizou e que declarou que ele (João) não era digno de Ìhe desamarrar as sandálias. Quando ambos - o Mensageiro e o Messias - estavÍìm no Jordão, e quando o mais velho consagrava o mais jovem - seu próprio primo, também, humanamente falando os céus se abriram e o Próprio Deus, na forma de uma pomba, desceu num raio de luz sobre o seu "Amado Filho"!Se esse relato écorreto,comopodemosexplicarainhdeüdade dos nazarenos sobreviventes? Longe de acreditar que Jesus era o Filho Único de Deus, eles na verdade afirmaram aos missioniírios persas, que, no século XVII, foram os primeiros a revelá-los aos europeus, que o Cristo no Novo Testamento era "um falso mestre", e que o sistema judeu, assim como o de Jesus (?), vieramdo reino das trevas! Quem o saberia melhor do que eles? Onde se podem encontrar testemunhas vivas mais fiéis? Os clérigos cristãos nos querem impingir um Salvador ungido e anunciado por João, e os discípulos desse mesmo Baptista, desde os primeiros séculos, estigmatizaram esse personagem ideal como um impostor, e a seu putativo Pai, Jeová, como "um Deus espúrio", o Ialdabaôth dos ofitas! Infelizmente para o Cristianismo, o dia virá em que algum destemido e honesto erudito persuadirá seus pares mais velhos a lhe permitirem traúntr o conteúdo dos üvros secretos e compilar suas antigas tradições! Uma estranha ilusão faz com que alguns autores pensem que os nazarenos não têm nenhuma outra literatura sagrada, nenhuma outra relíquia literária do que as quatro obras doutriniírias, esse curioso volume repleto de Astrologia e Magia que eles são instados a ler atentamente no pôr-do-Sol, em todos os dias do Sol (domingo). Essa busca da verdade conduz-nos, de fato, a caminhos tortuosos. Muitos sãos os obstáculos que a astúcia eclesiástica colocou no óaminho de nossa descoberta da fonte primeira das idéias religiosas. O Cristianismo está em julgamento, e assim tem sido desde que a ciência se sentiu bastante, forte para agir como um Promotor Público. A presente obra expõe uma parte do processo. Quanta verdade há nessa Teologia? Através de que seitas ela tem sido transmitida? Donde provém ela pimariamente? Para respondê-lo,

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Codex Namraeus, Lìber Adami Appellatus. Texto siríaco e tradução latina de

M. Norberg,

Lund, 1815-16,3 vols.

- Thesaurus Líber Magnus vulgo " Liber Adatni' appeüattts, opw Mandaeorum swruni ponderis. Descripsit et edidit, H. PetermanÍì.Leipzig: Weigel, 1867, 2 vols. - The Secret Adatn. A stttd,y of Nasorean Gnosis, de E. S. Drower. Oxford: Clarendon Press, 1960. (N. do Org.) 258


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