ÍSIS SEM VÉU - VOL.III

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começou a reinar", o que, em seu senúdo litetal, é um perfeito absurdo. Mas em I Samuel, X a sua unção por Samuel e a sua iniciação são descritas; e, no versículo 6, Samuel usa as seguintes palavras significativas: "(. ..) o Espírito do Senhor virá sobre ti e profetizarás com eles e te tornarós um outro homem". A frase citada acima torna-se clara: ele passara por um dos graus da iniciação e era simbolicamente descrito como "uma criança de um ano de idade". A Bíblía católica, de onde esse texto foi extraído, diz com uma candura eircantadora numa nota de rodapé: "É extremamente difícil explicar" (querendo dizer que Saul era uma criança de um ano de idade). Mas, nada embaraçado pela dificuldade, o Editor toma para si o encargo de expücar e diz: "[Jma criança de wn ano. Isto é, ele era bom e ínocente como uÍtttt críança". Uma interpretaçáo táo engenhosa quanto piedosa; e que, no fundo, se não faz bem, taÍnMm não faz malee. Se a explicaçáo dos cabalistas for rejeitada, então todo o assunto mergulha em confusáo; pior ainda - pois ele se torna um plágio direto da lenda hirrdu. Todos os comentadores concordam em dizer que o ÍÌassacre em bloco de crianças não é mencionado em lugar algum na história; e que, além disso, uma ocorrência como essa teria criado uma página táo sangrenta nos anais romanos, que todos oS autores da época a teriam registrado. O próprio Herodes estava sujeito à lei romana, e, sem dúvida alguma, ele teria pago com a própria vida por uÌna monstruosidade tão grande. Mas, se, por um lado, náo temos o menor traço dessa fábula na história, por outro, temos provas abundantes de lamentos oficiais da Sinagoga em relação às perseguições aos iniciados. O Talmude também as

A

corobora.

versão judaica do nascimento de Jesus está relatada no Sepher-Toledoth-

Yeshu com as seguintes palavras:

"Maria, tendo-se tornado máe de um Filho, chamado de Yehôshüah, e tendo

o menino crescido, ela o confiou aos cuidados do Rabino Elhânân, e a cnança lez rápidos progressos nos conhecimentos, pois ele era bem-dotado de espírito e de compreensáo.

"O

Rabino Yehôshôah, filho de Perahiah, continuou a educação de Yehô-

shôah (Jesus), depois de Elhânân, e o iniciou no conhecimento secreto; mas, tendo o

rei

Jannaeus ordenado matar todos os iniciados, Yehôshüah Ben-Perúiah fugiu

para Alexandria, no Egito, levando consigo o menino."

Durante a permnnência em Alexandria, continua a história, foram recebidos na casa de uma senhora rica e erudita (a personificação do Egito). o jovem Jesus achou-a bela, não obstante "um defeito nos olhos", e o declarou ao seu mestre. Ouvindo-o, o mestre ficou táo zangado com o fato de o seu discípulo ter encontrado algo de bom no pafu da servidão, que "ele o amaldiçoou e expulsou o jovem de sua presença". Segue-se então uma série de aventuras contadas em linguagem alegórica que demonstrÍìm que Jesus complementou a sua iniciação na Cabala judaica com uma aquisição adicional da sabedoria secreta do Egito. Quando a perseguição cessou, ambos retornaraÍn à Judéia100. Os agravos verdadefuos impostos a Jesus são mencionados pelo erudito autor de Tela lgnea Sat(inae (as flechas de fogo de Satã) como sendo dois: 1e: que ele descobrira os grandes mistérios dos seus Templos por ter sido iniciado no Egito; e 211: que ele os profanara aos expô-los ao vulgo, que não os compreendia e os desfigurava. Eis o que dizemlol'

"Existe, no santuário do Deus vivo, uma pedra cúbica, sobre a qual

estão

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