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inovar continuamente. Para Demajorovic (2003, p. 66) “é justamente a capacidade de inovar mais rapidamente do que os demais setores, oferecendo sempre novos produtos e modificando processos, que permitiu um notável crescimento à indústria química”. Clow citado por Demajorovic (2003, p. 66) considera que: [...] uma análise mais ampla das mudanças observadas no período, não restrita às tecnologias mecânicas, revela que a famosa Revolução Industrial iniciada na Inglaterra não resultou de fato em uma revolução e sim uma mudança evolutiva. A verdadeira ruptura, ou a “revolução química”, teria acontecido por ocasião de pesquisas anteriores, concomitantes e posteriores ao período da Revolução Industrial, que, direcionadas para o desenvolvimento de novas matérias-primas, estabeleceriam as bases para a formação e expansão da indústria química, principal vetor da mudança social e econômica do século XX.
De forma sintética, o Wongtschowski (2002, p. 8 e 9) menciona que a moderna indústria química mundial teve o seu desenvolvimento baseado em duas fontes distintas: i)
Indústria química alemã, desenvolvida por químicos a partir da química derivada do carvão, em unidades de pequeno e médio portes, em geral descontínuas, predominando por quase um século, a partir da segunda metade do século XIX;
ii)
Indústria química norte-americana: desenvolvida por engenheiros químicos a partir da química derivada do petróleo, em unidades de grande porte, em geral de produção contínua, predominando a partir da segunda metade do século XX.
Com base no estudo de Wongtschowski (2002), é apresentada no quadro 6 uma retrospectiva histórica, a qual apresenta as bases de formação e expansão da indústria química mencionadas por Demajorovic (2003). Nesta retrospectiva histórica é possível identificar diversos elementos que apontam para a existência de um estreito vínculo de sua trajetória com as bases que constituem a matriz de pensamento linear caracterizada pela presença predominante da ação racional instrumental, racionalidade esta que se tornou um poder hegemônico no processo de formação do arquétipo mental adotado para o desenvolvimento da sociedade industrial. Cabe ressaltar as influências geradas pelas duas grandes guerras no processo de industrialização mundial, as quais também são retratadas nesta retrospectiva histórica.