Edição Especial - Alto Madiera

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PORTO VELHO, RONDÔNIA, 05 DE MAIO DE 2015 - EDIÇÃO COMEMORATIVA

MARECHAL CANDIDO

RONDON

Anos

“ O positivismo do coronel Rondon é realmente a religião da humanidade, doutrina que o impele a ser justo, bondoso e útil, a viver corajosamente sua vida e, com igual bravura, afrontar a morte”. Presidente Americano Theodore Roosevelt


MARECHAL CANDIDO

RONDON

Anos

RONDON, SUA OBRA E HISTÓRIA. Professores Aleksander Allen Nina Palitot Ademar Roque Lorenzon (*) Cândido Mariano da Silva Rondon teve sua origem humilde. Filho de um tratador de animais, descendendo de espanhóis e índios terenas, de bandeirante, e bororos, agigantando-se em nossa história, destacando-se como militar, pacificador, cientista, construtor de estradas, de linhas telegráficas e inúmeros outros serviços prestados ao País. Rondon constituiu-se um símbolo da vontade humana, norteado pela religião que abraçou, baseada no amor à humanidade, tendo como seu lema: “morrer se preciso for, matar nunca”. Nasceu Cândido Mariano da Silva Rondon a 5 de maio de 1865 na Sesmaria de Morro Redondo, nos Campos de Mimoso, Estado do Mato Grosso, filho de Cândido Mariano da Silva e de sua esposa Dona Claudina Evangelista. Anos depois de seu nascimento acrescentou ao seu nome o sobrenome de seu tio e padrinho, Manuel Rondon, com a devida autorização do Ministério da Guerra. Graças a seu esforço e à sua capacidade nos estudos, o jovem natural de Campos de Mimoso, aos sete anos foi conduzido pelo tio a Cuiabá, iniciando seus estudos no Liceu Cuiabano e, já aos dezesseis anos, conseguiu um lugar de Professor do Ensino Primário na mesma instituição de ensino. Porém, seu espírito inquieto desejava maior dinâmica, o moço tinha vontade de ingressar na carreira militar e eis que em 26 de novembro de 1881 integrou-se no 3 Regimento de Artilharia à Cavalo e logo a seguir passou a frequentar a Escola Superior de Guerra, na Capital Federal. Figurou desde logo nos quadros de honra da Escola e pelo seu valor, já como 2 Tenente foi convidado para ministrar, na própria Escola, as cadeiras de Astronomia e Mecânica Racional. Rondon, a exemplo de uma lista

imensa de outros sertanistas, demonstrou incrível coragem e determinação ao atuar em regiões tão inóspitas no interior do Brasil, deve ser citado ao lado de Antônio Rolim de Moura Tavares, primeiro governante da Capitania do Mato Grosso. Domingos Sambucet, engenheiro que iniciou as obras do Real Forte Príncipe da Beira e faleceu de malária. Ricardo Franco de Almeida Serra, engenheiro que trabalhou no Real Forte Príncipe da Beira após o falecimento de Sambucet. Francisco de Melo Palheta, bandeirante que introduziu as primeiras mudas de café no Brasil e percorreu o trajeto entre Belém do Pará e Vila Bela da Santíssima Trindade no Mato Grosso em meados do século XVII. Luis de Albuquerque Melo Pereira e Cáceres, quarto Governador da Capitania do Mato Grosso, foi na sua gestão que se construiu o Forte Príncipe da Beira. Trabalhadores dos seringais e da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Francisco e Apoena Meireles, grandes sertanistas e indigenistas. Entre os vários títulos e homenagens, Marechal Rondon foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz no ano de 1925. O propositor de tal homenagem foi nada mais e nada menos que o maior físico da história da humanidade, Albert Einstein. Mais tarde, na década de 50, foi indicado apontado. Nos anos de 1892 e 1898 ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso a Goiás. Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, ligando Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras do Paraguai e Bolívia. No início do século XX encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, uma das maiores relíquias históricas de Rondônia. Em 1907, no posto de major do Corpo de Engenheiros Militares, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica amazônica, e que foi denominada “Comissão das Linhas Estratégicas e Telegráficas de Mato Grosso ao

Amazonas”, também conhecida como Comissão Rondon”. Seus trabalhos desenvolveram-se de 1907 a 1915. Em 1910 organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), criado em 7 de setembro de 1910. Em 12 de outubro de 1911 inaugurou a estação telegráfica de Vilhena, na fronteira do estado do Mato Grosso e Rondônia. Em 1914 participou da denominada Expedição Científica Roosevelt-Rondon, junto com o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Theodore Roosevelt. Realizando novos estudos e descobertas na região. Durante o ano de 1914 a Comissão Rondon construiu em oito meses, 372 km de linhas e inauguraram outras cinco estações: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena, Jaru e Ariquemes. Em 15 de dezembro de 1914, foi feita a ligação dos fios da Seção do Sul com os da Seção do Norte, nas imediações da futura Estação Presidente Pena, atual município de Ji-Paraná e em sessão solene realizada na Câmara de Vereadores de Santo Antônio do Madeira, a 1 de janeiro de 1915, comemorava-se a inauguração da gigantesca missão que lhe fora conferida, na ligação dos fios de Cuiabá àquela localidade, bem como o ramal de Guajará Mirim. Por tantos e inúmeros feitos, em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro concedido pelo Congresso Nacional. Homenageando o velho Marechal, em 17 de fevereiro de 1956, o Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia. O grande líder e “cacique branco” como era denominado por alguns índios, veio a falecer no Rio de Janeiro, aos 92 anos, em 19 de janeiro de 1958. (*) Síntese de capítulo do livro de autoria de Aleksander Allen Nina Palitot e Ademar Roque Lorenzon, em fase final de edição.


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RONDON

Anos

Linha do tempo - 22 fatos importantes da vida de Rondon Grosso ao Amazonas (CLTEMTA) e o incumbe de construir uma linha telegráfica entre Cuiabá e Santo Antonio do Madeira (Porto Velho). ------------------------------

Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon

1 - 5 de maio de 1865: Nasce na localidade de Mimoso (MT) Candido Mariano da Silva Rondon. ------------------------------

de artilharia; professor de Astronomia, Mecânica Racional e Matemática Superior. ------------------------------

3 - 1883: Introduzido por Benjamin Constant ao positivismo.

5 - É designado para a Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Cuiabá ao Araguaia, chefiada pelo major Antônio Ernesto Gomes Carneiro.

4 -1890: Forma-se bacharel em Ciências Físicas e Naturais na Escola Superior de Guerra; promovido a segundo-tenente

6 - 1907: O presidente Afonso Pena nomeia Rondon chefe da Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato

2 - 1881: Ingressa na Escola Militar do Rio de Janeiro. ------------------------------

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Diretor Superintendente: Luiz Malheiros Tourinho Editor: Euro Tourinho Diagramação e Artes: I T De Lucena Marketing Israel Martins Viega

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8 - 1910: Criação do Serviço de Proteção aos Índios, tendo Rondon como diretor. Criação do escritório central da CLTEMTA.

Colaboradores: Abnael Machado de Lima Ademar Roque Lorenzon Aleksander Allen Nina Palitot Euro Tourinho Montezuma Cruz Yêdda Pinheiro Borzacov SEDE e Gráfica Av. Dos Migrantes, n. 4.045 Setor Industrial - CEP. 76.821 - 063 Porto Velho - RO. Comercial (69) 3222-7659 / 3225-2267 Administração: 3225-5087

Tabloide especial em homenagem aos 150 anos do Marechal Rondon, produção independente do JORNAL ALTO MADEIRA em parceria com a PORTO VISUAL PUBLICIDADE E MARKETING.

E-MAILS: comercialaltomadeira@hotmail.com redacaoaltomadeira@hotmail.com INSCRIÇÕES: Empresa Alto Madeira Ltda - EPP. C.G.C (MF) 05.904.891/000124

13 - 1930: Termina a terceira e última inspeção da fronteiras internacionais, redescobre as ruínas do Real Forte do Príncipe da Beira.

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10-1914: Recebe o Prêmio Livingstone, concedido pela Sociedade de Geografia de Nova Iorque. ------------------------------

11 - 1925: É indicado pelo cientista Albert Einstein para o Prêmio Nobel da Paz. 12 - 1930: Revolução no Brasil; Getúlio Vargas, o novo presidente, hostiliza Rondon que, para evitar perseguições ao Serviço de Proteção aos Índios, se demite da sua direção;

Explorer’s Club, de Nova York.

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14 - 1939: Reassume a direção do Serviço de Proteção aos Índios. ------------------------------

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Fundado em 15 de abril de 1917 Diretor Geral: Euro Tourinho

7 - 1909: Chega a Porto Velho no dia 25 de dezembro, completando a missão de constuir a linha telegráfica.

9 - 1913: Em outubro, é designado para uma expedição conjunta à Amazônia com Theodore Roosevelt. Rondon propõe descerem o rio da Dúvida para mapear seu curso

15 - 1952: Rondon apresenta ao presidente da República o projeto de criação do Parque Indígena do Xingu. ------------------------------

16 - 1953: Sob a inspiração direta de Rondon, Darcy Ribeiro funda o Museu Nacional do Índio. Cândido Rondon participa da inauguração. ------------------------------

17 - 1955: O Congresso Nacional brasileiro promove-o a Marechal do Exército Brasileiro. ------------------------------

18 - 1956: O Território Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia. ------------------------------

19 - 1957: Foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo

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20 - 1958: Cândido Rondon faleceu em 19 de janeiro, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Foi sepultado no Cemitério de São João Batista. ------------------------------

21 - 1963: É nomeado patrono da Arma das Comunicações do Exército. ------------------------------

22 - 1981: Pela Lei 41 aprovada pelo Congresso Nacional, o Território Federal de Rondônia passa a ser Estado de Rondônia e o Marechal torna-se o único brasileiro a ter seu nome como patrono de um Estado.


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RONDON

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RONDON EM RONDÔNIA *Yêdda Pinheiro Borzacov A Comissão Rondon, criada pelo presidente da República Afonso Pena, foi montada com eficiente contingente e sólida convicção da necessidade de se aproveitar a oportunidade e promover estudos científicos abalizados sobre os sertões que ia percorrer. Assim, a Comissão penetrou em 1910, no território dos Nhambikuara, confraternizando com esses índios e, em seguida, entrou em contato com as tribos de Ji-Paraná e do Madeira. Rondon realizou ainda outras expedições, uma delas se caracterizou pelo seu grande valor científico, a Roosevelt-Rondon, da qual participou Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos. A expedição se dividiu em três grupos; o segundo, do qual participaram Roosevelt e Rondon, saindo Estação Telegráfica José Bonifácio e dali alcançando o rio da Dúvida, posteriormente passando a chamar-se Roosevelt, descendo por ele até o rio Madeira e daí para o Amazonas. De 1915 a 1919, os trabalhos da Comissão prosseguem, seja na manutenção das linhas telegráficas, seja em expedições e levantamentos geográficos com a finalidade de elaborar a Carta de Mato Grosso. Destacamos desses trabalhos os relatórios publicados: Levantamento dos rios Anari e Machadinho; Exploração dos rios Cautário, Guaporé e Mamoré; Expedição aos rios Maici e Guaporé-Vilhena. Em homenagem a Rondon, em 1956, essas terras do oeste brasileiro foram denominadas de Rondônia. A ideia do nome Rondônia foi do notável etnólogo Roquette Pinto, que em 1912 participou de uma viagem de pesquisas e estudos à região da serra dos Parecis, ocasião em que a Comissão-seção Cuiabá/ Santo Antônio do rio Madeira, realizava os trabalhos de construção da linha telegráfica. Impressionado pela envergadura do trabalho, Roquette Pinto, em 1915, durante a realização do Ciclo de Conferência sobre a Comissão Rondon, no Museu Nacional, propôs que a área geográfica compreendida entre os rios Juruena e Madeira, cortada pela linha telegráfica, fosse denominada “Terras de Rondônia”. E em

seu livro “Rondônia”, lançado em 1916, registra a importância geológica, geográfica, botânica, zoológica, antropológica e etnológica da Comissão Rondon para esta área e a sua utilidade no tocante à vigilância das nossas fronteiras. E, ainda em 1916, Roquette Pinto, em artigo publicado na Revista do Brasil, defende a proposta apresentada, registra as principais características da obra de Rondon, para esta extensa área de terra que o sertanista “descobriu”, palmilhou e começou a civilizar, reiterando que fosse denominada de Rondônia. Em 1940, quando o presidente Getúlio Vargas, inspirado nos supremos interesses da nação, sem hesitações, frente a frente com a realidade brasileira de sua época, decidiu criar os Territórios Federais, dentre eles, o Território Federal do Guaporé, o diretor da E.F. Madeira-Mamoré, Aluízio Pinheiro Ferreira, escreveu ao presidente Vargas informando que a área que se estendia do sul do Amazonas aos confins do rio Guaporé, já era denominada geograficamente de Rondônia e, se bem que o território de fronteira a ser criado não integrasse todos os quadrantes dessa faixa, sugeriu a consagração política da alcunha oficializada pela convenção geográfica, dando à unidade federativa por nascer o nome de Território Federal de Rondônia. Questões políticas que envolviam a Comissão com o governo Vargas, determinaram que o legendário Rondon se opusesse a sugestão de Aluízio Pinheiro Ferreira e, em telegrama agradece a ideia e sugere que o novo território recebesse o nome de Território Federal do Oeste Brasileiro. Aluízio Ferreira não acatando a recusa, continuou na luta para obter o apoio necessário para o denotativo Rondônia, entretanto, o anteprojeto elaborado, em 1938, pelo Conselho de Segurança Nacional, denominando o Território com o nome Guaporé foi mantido. Em 1956, o deputado federal amazonense, Áureo Bringell de Mello, nascido no hospital da Candelária, em Porto Velho, apresentou o projeto de Lei Complementar n 2.521, dispondo sobre a mudança da designação política do Território Federal do Guaporé, para Rondônia, foi aprovado pelo Congresso Nacional, sancionado

pelo presidente da República, Juscelino Kubitschek, transformada na Lei Complementar n 2.731. Em 1965, ano em que o Brasil comemorava o centenário de nascimento de Rondon e, Rondônia, à época tendo como governador o tenentecoronel Cunha e Menezes, não ficou omissa às festividades. O governador instituiu por meio do decreto n 434 de 26 de março de 1965, o dia 5 de maio, como o dia de Rondônia, estabelecendo em seu art. 1 que a data deveria ser solenemente comemorada em toda a Rondônia. Estendeu o governador Cunha e Menezes alusivas ao centenário de Rondon, criando pelo decreto n 435 de 14 de abril de 1965, a Medalha Mérito Marechal Rondon, destinada a premiar personagens que prestaram serviços relevantes à Rondônia. Com a criação do estado, o governador Jorge Teixeira revalida o ato de 1965, instituindo por meio do decreto-lei n 30 de 5 de novembro de 1982, a distinção honorífica “Ordem do Mérito Marechal Rondon”. O Exército - 17 Brigada de Infantaria de Selva “Príncipe da Beira”, desempenhando um papel de alta vitalidade cívica, em função dos sentimentos nacionais, promoveu concurso de artes visuais com tema referente à obra de Rondon e, com emendas parlamentares, implantará em parceria com a UNIR, o Memorial Rondon que esmiuçará a grande obra que se tornou pública, visando a análise e mensuração da sua influência, e se destacará como um marco histórico-cultural e de potencialidade turística que será instalado no sítio histórico de Santo Antônio. A vida cultural ganha com essa iniciativa do Exército, novos alentos, ou os readquire, por uma série de atos afirmativos culturais da instituição militar que recentemente recuperou o prédio do Memorial Jorge Teixeira que se encontra aberto à visitação pública no horário das 8h às 13h. * Yêdda Pinheiro Borzacov, professora, autora de oito livros e dezesseis coautorias. Membro da Academia de Letras de Rondônia, do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia e vice-presidente do Memorial Jorge Teixeira.


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RONDON

Anos

RONDON, O HOMEM QUE A PÉ INTERLIGOU O BRASIL No início do século XX, ele ajudou a construir as linhas telegráficas no Centro-Oeste do país

Euro Tourinho (*) A cidade de Diamantino fica a 200 quilômetros de Cuiabá, capital de Mato Grosso do Norte. O nome é claro sobre a origem do povoado: em 18 de setembro de 1728, Gabriel Antunes Maciel, através de uma excursão pelo sertão do Mato Grosso, descobriu, perto da cabeceira do rio Paraguai, um local de onde ouro e diamantes brotavam do chão. Com a descoberta, os moradores de Cuiabá logo começaram a migrar para a região, que virou o Arraial do Alto Paraguay. Em 1820, o Arrial passou a categoria de vila. Em 16 de julho de 1918, quase 100 anos depois, a vila foi elevada à categoria de cidade com o nome de Diamantino. Mas foi a partir do século XVIII, que a cidade ganhou relevância histórico-cultural, com a chegada de expedições importantes, como as do barão Langsdorff e do ex-presidente norte americano Theodore Roosevelt. No ano de 1907, o marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, um dos desbravadores mais destacados do século XX, chega a Diamantino liderando a Comissão Rondon, responsável pela construção de linhas telegráficas na cidade, as quais proporcionaram a inserção histórica de Diamantino na integração do País. Começava a conexão de imensas, despovoadas e inóspitas regiões do Brasil. RONDÔNIA O governo republicano tinha preocupação com a região Oeste do Brasil, muito isolada dos grandes centros e em área fronteiriça. Assim, decidiu melhorar as comunicações construindo linhas telegráficas para o Centro-Oeste. Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo

mapeamentos do terreno e, principalmente, estabelecendo relações cordiais com os índios. Rondon ajudou a construir as linhas telegráficas de Mato Grosso e Goiás, entre Cuiabá e o Araguaia, e uma estrada ligando Cuiabá a Goiás. Entre 1900 e 1906, dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras de Paraguai e Bolívia. Em 1906, encontrou as ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, a maior relíquia histórica de Rondônia. Junto com o desbravamento e a interligação telegráfica, suas expedições ajudaram a ocupar a região do atual estado de Rondônia. AMAZÔNIA Diamantino também foi a porta de entrada para a colonização da Amazônia. Mas a cidade ganhou em interesse por ser uma das mais importantes bases do marechal Rondon e de Theodoro Roosevelt em suas expedições desbravadoras. Descendente de índios, Cândido Rondon ficou órfão precocemente, tendo sido criado pelo tio e, depois de sua morte, transferiu-se para o Rio de Janeiro, para ingressar na Escola Militar. Ainda estudante, teve participação nos movimentos abolicionista e republicano. Foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e designado para a Comissão de Construção da Linha Telegráfica que ligaria Mato Grosso a Goiás. DO OIAPOQUE AO CHUÍ Desbravador do Interior do País, Rondon inspirou a criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI, depois FUNAI). Teve seu primeiro encontro com os índios (alguns hostis, outros escravos de fazendeiros) quando construía as linhas telegráficas que ligaram Goiás a Mato Grosso. É dele a expressão “Do Oiapoque ao Chuí” quando foi designado para colocar a linha de telégrafo que se estendia nacionalmente. Em 5 de maio de 1955, data de seu aniversário de 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro, concedido pelo Congresso Nacional. Em 17 de fevereiro de 1956, o Território

Federal do Guaporé teve seu nome alterado para Território Federal de Rondônia, em 1981 elevado a estado. Em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer’s Club, de Nova Iorque. “MORRER SE PRECISO FOR, MATAR, NUNCA” De maio de 1913 a maio de 1914, Cândido Rondon realizou mais uma expedição, em conjunto com ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Theodoro Roosevelt. Em setembro de 1913, foi atingido por uma flecha envenenada dos índios Nhambiquaras, mas foi salvo pela bandoleira de couro de sua espingarda. Ordenou aos seus comandados, porém, que não reagissem e batessem em retirada, demonstrando seu princípio de penetrar no sertão somente com a paz, afirmando “morrer se preciso for, matar, nunca”. Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas. Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes. Na área do atual estado de Rondônia. Em 1 de janeiro de 1915, concluiu sua missão com a inauguração da estação telegráfica de Santo Antônio do Madeira. GLÓRIA O marechal Rondon teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no livro da Sociedade de Geografia de Nova Iorque, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Peary, descobridores dos Polos Norte e Sul, e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas. Rondon é o patrono das Telecomunicações no Brasil, e 5 de maio é o Dia Nacional das Comunicações, criado em sua homenagem. (*) Euro Tourinho, jornalistas, diretor do ALTO MADEIRA, quando jovem testemunhou a passagem de Rondon em Porto Velho


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RONDON AQUELE HOMEM QUE SE VESTIA DE FERRO Montezuma Cruz (*) Único estado que homenageia um personagem da história nacional, Rondônia lembrará, no próximo dia 5, os 150 anos de nascimento do marechal Cândido Mariano Rondon e o centenário da conclusão dos trabalhos da comissão por ele chefiada, rumo à Amazônia Ocidental Brasileira. “Rondon foi o homem certo, no local certo. O modernizador na transição entre o Império e a República”, disse o professor de história da Universidade Federal de Rondônia, Edinaldo Bezerra de Freitas. Além de Roquette Pinto, autor de “Rondônia, a Terra de Rondon”, o professor Freitas menciona a escritora Laura Maciel, autora de “A Nação Pelo Fio”, pelo qual, segundo ele, é possível avaliar a fortuna crítica e fundamentos do marechal. Freitas também elogiou o governo de Rondônia pelo apoio à recuperação do legado do marechal. “O estado vai dar mais importância à história a partir da criação do Memorial, na Vila de Santo Antonio, que espero seja um local onde todos possam acessar documentos e material de pesquisa a respeito de Rondon”, afirmou. No dia 5 de maio, o governo de Rondônia promoverá diversos eventos, entre os quais uma mostra de painéis, no Porto Velho Shopping. Na ocasião, ainda será lançado pelos Correios o selo comemorativo. A autoria do nome do ex-Território Federal, antes conhecido por Guaporé, foi do etnólogo, antropólogo, médico e ensaísta, Edgar Roquette-Pinto (1884-1954), durante conferência no Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 1915, três anos depois de percorrer a floresta rondoniense. Aqui ele estudou o comportamento e colheu a fala dos índios Nambiquaras e Parecis. O nome dado por Roquette Pinto designa a região compreendida entre os rios Juruena e Madeira. “Um território cortado pela estrada de Rondon”, argumentava ele na época, reforçando que “sendo esse território riquíssimo em elementos geológicos, botânicos, zoológicos, etnográficos, entre outras características, isso permitia já considerá-lo uma província autônoma. Em 2008, visitando uma aldeia Nambikwara, na região do Alto Guaporé, o professor Freitas emocionou-se ao ouvir de um indígena idoso respeitosa referência ao personagem. “Aquele homem que se vestia de ferro”. (*) Montezuma Cruz, jornalista, escritor, colunista do site gentedeopiniao.com.br

Anos

Exposição no Shopping Moradores de Porto Velho terão a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida do Marechal Cândido da Silva Rondon através de fotografias e de frases por ele citadas, que estarão na exposição que será aberta no próximo dia 5 no Porto Velho Shopping. O evento é promovido pelo governo de Rondônia em parceria com os Correios, Porto Velho Shopping e 17 Brigada de Infantaria de Selva. O material fotográfico será exposto em tapumes em pontos estratégicos do shopping. “Vamos apresentar o DNA de quem vive em Rondônia”, declarou o curador da exposição, professor e historiador Aleks Palitot. As fotos e frases foram coletadas do livro escrito por Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, obra que ele mesmo pormenorizou para a escritora. “Foi preciso um trabalho de arqueologia para selecionar cada peça da exposição”, explica o professor. Para ele é preciso que se compreenda que Rondon não foi apenas o responsável pela linha telegráfica que ligou Rondônia a todo o Brasil, mas que o trabalho dele foi fundamental para a nação. Descendente de índios da tribo Bororo, de Mato Grosso, o Marechal Rondon conseguiu se aproximar e interagir com os povos indígenas sem confrontos, desenvolvendo a primeira política indígena brasileira. Mas sua ação não se restringiu a Amazônia, atuou de Norte a Sul do país, como em Santa Catarina e em Roraima, lembra Palitot. “Tudo que fez foi com patriotismo e muito amor”. O legado deixado por Rondon fez dele um ícone da comunicação, mesmo quando não se tinha ideia do que seria isso. Uma prova de que ele andava a frente do

seu tempo. “No seu tempo, Rondon levou a modernidade para a floresta com equipamentos que então eram de última geração e que sequer era encontrada no Brasil. Na época, operadores dos equipamentos foram fazer curso nos Estados Unidos”, ressalta Palitot. Em maio, comemora-se o 150 aniversário de nascimento de Rondon, mas no dia 1 de janeiro deste ano foi o primeiro centenário da ligação das linhas telegráficas de Santo Antônio com Cuiabá, no Mato Grosso. Em celebração ao feito, a localidade de Santo Antônio vai ter um memorial em homenagem a Rondon, previsto par ser inaugurado no final deste ano. “Morrer se preciso, matar nunca”. A frase celebre de Rondon é uma das muitas que estarão expostas no shopping. Onde muitos adjetivos dados ao desbravador também estão anotados. Para o professor Aleks Palitot é um momento importante para a população conhecer uma das personalidades mais importantes que esteve em Rondônia e que fez muitas coisas por ela. Personagens como Ruy Barbosa, o presidente americano Theodore Roosevelt, os irmãos Villas Boas estão entre os que Rondon trouxe a Rondônia. HOMENAGEM Hoje, 5, dia em que se comemora 150 anos de marechal Rondon, o governo de Rondônia em parceira com os Correios, Porto Velho Shopping e 17 Brigada de Infantaria e Selva abrem a exposição sobre Rondon e o lançamento do selo comemorativo. O evento, que será às 16h, no Porto Velho Shopping, é gratuito.


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RONDON Concurso Brigada premia hoje vencedores do concurso sobre Rondon

Anos

Exército faz parceria para instalar Memorial

O general Costa Neves (e) disse que vai continuar o projeto iniciado pelo antecessor general Novaes (d)

A instalação do Memorial Rondon na área recuperada da antiga cidade de Santo Antonio, Comissão julgadora analisando os 21 trabalhos do concurso de pintura sobre Rondon

Com 21 trabalhos inscritos, a 17 Brigada de Infantaria de Selva premia hoje, terça, a partir das 8 da noite, na Casa de Cultura “Ivan Marrocos”, os trabalhos vencedores do concurso de pintura em tela para comemorar o sesquicentenário do nascimento do Marechal Candido Mariano da Silva Rondon, patrono da Arma de Comunicações e do Estado de Rondônia. Os participantes compuseram te-

las dentro do tema “Rondon de Rondônia - o desbravamento, as linhas telegráficas, o Forte Príncipe da Beira e a Fiscalização das Fronteiras, a expedição científica Roosevelt Rondon, a criação do Serviço de Proteção ao Índio e outros”. Além dos 21 trabalhos que foram julgados pela Comissão constituída pelo comando da 17 Brigada, outros oito artistas plásticos pediram inscrições, mas não pude-

ram entregar seus trabalhos a tempo e estão fora da disputa. A Comissão Julgadora responsável por apontar os melhores trabalhos foi constituída pelo general Costa Neves, comandante da 17 BIS, o médico e artista plástico Viriato Moura, a artista plástica Angella Schilling e o representante da empresa Santo Antonio Energia Frei Philip Neves.

projeto do Exército com parceiros, cujo projeto deverá ser implementado ainda este ano, com o objetivo de manter

um espaço aberto para visitantes que queiram conhecer a vida e a obra do patrono da Arma das Comunicações. O general Costa Neves, comandante da 17 Brigada de Infantaria de Selva, na entrevista pouco antes de tomar posse garantiu que iria dar continuidade ao projeto iniciado pelo general Novaes, seu antecessor.

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DE RONDON Cachorro Historiadores narram quem durante uma das muitas viagens pelas selvas, Rondon teria demonstrado mais atenção para com um de seus cães do que com membros da expedição, o que teria chamado a atenção do ex -presidente norte-americano Roosevelt durante a expedição Roosevelt/Rondon. Botas Natural de Mato Grosso, velhos moradores de Porto Velho contavam que quando Rondon tomava o trem para ir até Santo Antonio (então Mato Grosso), batia as botas para tirar até a terra que ficasse colada no solado, para não levar ao outro Estado a lama de Porto Velho. Bairro Em Ariquemes a antiga Vila Pa-

pagaio, que alguns ainda chamam de “Cidade Velha”, tem, um local aonde Rondon, quando vinha pelo Rio Jamari, atracava suas embarcações. Atualmente aquela região é chamada Bairro Marechal Rondon. Museu

Pouco conhecido e menos ainda citado, no Bairro Marechal Rondon funciona o museu municipal Rondon, cujo acervo conta além de fotos e alguns livros, também peças de equipamentos citados como tendo sido usados por Rondon.


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Anos

5 DE MAIO DIA DO ESTADO DE RONDÔNIA E DAS COMUNICAÇÕES Data do Natalício do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon

Abnael Machado de Lima (*)

Estação Telegráfica de Vilhena, primeiro posto instalado por Rondon na área onde é o Estado que leva seu nome.

O dia 5 de maio foi instituído como o Dia do Estado de Rondônia, em justa homenagem ao marechal Rondon, pelo Decreto n. 434 de 26 de março de 1965, o qual dispõe: “Art. 1 , em homenagem ao MARECHAL CÂNDIDO MAIANO DA SILVA RONDON, a data do seu nascimento -5 de maio, fica estabelecido como o Dia de Rondônia devendo ser solenemente comemorado, pelos Governos do Território e dos Municípios”. A homenagem lhe prestada, não foi aleatória, decorreu do reconhecimento do seu trabalho realizado no espaço atualmente limitado pelo Estado de Rondônia, cujo legado é ainda usufruído por seus habitantes, tais como a rodovia BR-364 construída margeandoo picadão da linha telegráfica, dando acesso aos migrantes oriundos das regiões Sul/Sudeste/Centro Oeste, se estabelecendo nos vazios demográficos dos vales dos rios Ji-Paraná, Jamari, Roosevelt, Guaporé e de seus respectivos afluentes. O surgimento de povoados, vilas e cidades em tornos dos postos telegráficos, entre as quais Vilhena, Pimenta Bueno, Cacoal, Presidente Médici, Jaru e Ariquemes - a expansão agrícola, pecuária e agroindustrial. E o de ser o mais destacado oficial do exército brasileiro, cidadão cívico com-

prometido em promover o desenvolvimento material, cultural e social em prol da integração nacional, inspirado na fonte intelectual da filosofia positivista. Objetivando o seu alcance, elaborava planos de unificação igualitária das diversas etnias, incluindo os indígenas, constituidores da população brasileira, construindo um tipo específico de nação, a todos comum. O presidente da república, Dr. Augusto Moreira Afonso Pena o convidou ao seu gabinete, expondo-lhe a sua preocupação com o isolamento do noroeste do Brasil (Mato Grosso, Amazonas e Acre). Apresentou-lhe o seu plano para modificar a situação constando de: 1.expansão da autoridade do Estado Central com a crescente presença de autoridades federais; 2. expansão da presença militar; 3. investimentos de recursos em infraestruturas; 4.construção de linhas telegráficas, de estradas de rodagem e de ferrovias; 5.assentamento de núcleos agrícolas e pecuários no entorno das estações e postos telegráficos; 6.levantamento do potencial econômico; 7.integração voluntária dos indígenas à comunidade brasileira, com iguais direito. Competiria aos militares a execução desse projeto de integração de vasta região interiorana de fronteiras internacionais, na qual dominavam os proprietários de terras e as autoridades locais, e a maioria de seus habitantes nada sabia sobre o presidente da república, seus ministros e os integrantes dos poderes judiciário e legislativo. O major Rondon foi designado executor do projeto sendo organizada a Comissão Construtora das Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, incumbida de construir a linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, interligando Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira e um ramal ligando Cáceres a cidade de Mato Grosso (ex Vila Bela). A Comissão iniciou os trabalhos da

construção da linha telegráfica, em 24 de junho de 1907, no povoado de Brotas ao norte de Cuiabá, dirigindo-se para o Rio Juruena. No ano seguinte 1908, alcançaram a Serra do Norte e em 1909 os camposgerais de Parecis, chegando a Santo Antônio do Rio Madeira no dia 31 de dezembro de daquele ano. Sobre os trabalhos realizados pela Comissão Rondon há uma diversificada coletânea bibliográfica nacional e internacional incluindo as dos seus críticos. Eu, em 2007, por ocasião do centenário do inicio da construção da Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, redigi um artigo alusivo ao evento, intitulado “ComissãoRondon (1907/2007): Cem anos de sua criação”, publicado neste jornal Alto Madeira, edição de 14 de julho de 2007. O mesmo ocorrendo em 2009 referente ao centenário da atuação da Comissão no espaço entre Vilhena e Santo Antônio do Rio Madeira, sob o título “Cem Anos da Comissão Rondon no Espaço Geográfico atualmente Limitado pelo Estado de Rondônia”, publicado no jornal Alto Madeira edição de 19,20,21,22,23,24,26,27 e 28 de janeiro de 2010. Artigo “Missão Rondon”, sobre a Comissão Rondon, publicado no jornal Alto Madeira edição de 24 de novembro de 2013. Artigo “5 de Maio Dia do Estado de Rondônia e das Comunicações”, publicado no jornal Alto Madeira, edição de 7 de maio de 2014. Rondon,o patrono do nosso Estado foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz, falecendo no decorrer do processo da concessão. Homenageá-lo não é favor, é dever dos responsáveis pela formação cultural e cívica dos cidadãos e cidadãs de todas as idades cronológicas, e segmentos sociais de Rondônia, preservando sua memória. (*)_ Abnael Machado de Lima Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia e da Academia de Letras de Rondônia


MARECHAL CANDIDO

RONDON Positivismo e Ciência

Facetas pouco discutidas sobre Rondon Em 2010 a Academia de Letras de Rondônia debateu a Missão Rondon (1907/09). O tema central era “Rondon além da linha telegráfica”. Os sub-temas foram desenvolvidos pelo historiador Emanuel Pontes Pinto (Influência positivista na missão Rondon) e o professor Adelmo Freitas (O fator científico na missão Rondon) . São dois temas que bem merecem a ampliação da discussão, na questão positivista porque é mais que claro que a prática das normas estabelecidas pelo pensador francês Augusto Comte é que fortaleciam o próprio Rondon além

Após sua exposição sobre Rondon o jornalista Emanuel Pontes Pinto (entre o jornalista Rochilmere Rocha e sua esposa sra. Carmen) recebeu a medalha identificadora de membro da ACLER

de sua formação militar M a i s importante para o país foi a presença na missão de cientistas de todos os níveis, incluindo aí geógrafos, especialistas em fauna e flora, cartógrafos,

além de cinegrafista e fotógrafo. Como resultado a partir de então o Brasil passou a saber que no extremo Oeste havia uma parte do país, que o Brasil não conhecia.

Frases de Comentários sobre Rondon Rui, a “Águia de Haia”, homenageou Rondon

“A tradição viva da verdade militante é que há de ser o Homero de vossas glórias” Rui Barbosa

“Tem na sola dos pés o mais longo caminho jamais percorrido” Jaguaribe de Matos

Anos

Rondon O índio que é nome de Meridiano No início de 1907, o então major Rondon saiu de Cuiabá (MT) na chefia de uma comissão composta por mais de 300 homens e 15 cachorros (animais de estimação e paixão do sertanista), a fim de levar a comunicação por fio telegráfico até Rio Branco (AC), a pé e mata adentro. No dia 25 de dezembro de 1909, com apenas 15 homens e nenhum cachorro, chegou a Santo Antônio do Madeira (6 quilômetros do centro de Porto Velho). A jornada de quase três anos colocou seu nome na história mundial e nominou um Estado (Rondônia) e o Meridiano 52 (Rondon) do planeta Terra. No início de 1909 entrou em território que hoje é Vilhena, também chamada de ‘região desconhecida’ e seguiu até Santo Antônio do Madeira”, relata o museólogo, escritor e pesquisador, Antônio Ocampo Fernandes. Os postos telegráficos permitiram a comunicação entre Santo Antônio do Madeira e o ramal instalado pelos construtores da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), que ligava a Bolívia e Guajará-Mirim. Estava concluído o cabeamento (inaugurada em 1915) ligando a região Norte a Cuiabá, Rio de Janeiro e o restante do Brasil. Ocampo conta que “Rondon, em uma carta escrita para o povo brasileiro, relata a descoberta de uma jazida de ouro e diamantes indescritível, “que chamou de Urucumacuã, que imagino ser a ‘Reserva Roosevelt’, da qual desviou mais de 100 quilômetros, seguindo a sua jornada perto do que hoje é o leito da BR-364, a fim de preservar o que ele imaginou ser ‘a reserva financeira que pagará uma possível dívida externa brasileira’ no futuro”.

“Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado sem o uso de armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”

Albert Einstein

“ Rondon, esta alma forte que se interna pelo sertão, na sublime missão de assistir o selvagem”.

Paul Claudel


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* FOTOGRAFIAS DO ARQUIVO NACIONAL


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“ A América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao norte, o canal do Panamá. Ao sul, o trabalho de Rondon científico, prático e humanitário”. (imagem: Arquivo Nacional / Fabio Matxado e Indio San)

Presidente Americano Theodore Roosevelt


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