Edição Especial - Esquadrão Profeta

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Atuação do Esquadrão Profeta na CRUZEX V Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 1


Índice 4

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Criação do 1º ECA e do 1º GCC

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Encontro dos Profetas

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Galeria dos Ex-Comandantes

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Profetas do passado

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Transmissão de dados no Esquadrão Profeta

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Profetas Honorários

Nossa capa Atuação do Esquadrão Profeta na CRUZEX V Ilustrando esta edição comemorativa do aniversário do Esquadrão Profeta, a capa traz dois militares do seu efetivo em plena atividade de comunicações no exercício aéreo multinacional, a Operação CRUZEX V, ocorrida na região Nordeste do Brasil, no período de 28 de outubro a 19 de novembro. A Operação, que, ao longo de 20 dias de ação contabilizou 950 decolagens e cerca de 1.200 horas de voo, reuniu caças e militares do Brasil, Chile, França, Estados Unidos e Uruguai.

2 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

Expediente Revista Aeroespaço na sua Edição Comemorativa do Jubileu de Diamante do 1º/1º GCC, produzida pela Assessoria de Comunicação Social do DECEA, com a colaboração da Assessoria de Comunicação Social do 1º/1º GCC. Diretor-Geral: Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso Assessor de Comunicação Social e Editor: Paullo Esteves - Coronel-Aviador R1 Redação: Telma Penteado (RJ 22794-JP) Diagramação: Filipe Bastos (MTB 26888-DRT/RJ) Fotografia & Capa: Fabio Maciel Luiz Eduardo Perez (RJ 201930-RF)

Contatos: Home page: www.decea.gov.br Intraer: www.decea.intraer Email: contato@decea.gov.br aeroespaco@decea.gov.br Endereço: Av. General Justo, 160 Centro CEP 20021-130 / Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2123-6585 Fax: (21) 2262-1691 Editado em dezembro/2010 Fotolitos & Impressão: Ingrafoto


Editorial

A

Profeta

lertar e comunicar. Aparentemente, assim, para quem de fora dá uma passada de olhos, esta é a primeira diferença notória que o tempo deixou marcado nesta Unidade. Talvez, indo além – como é de praxe nesta OM –, poderemos perceber e constatar que as diferenças são apenas desdobramentos naturais inerentes ao desenvolvimento tecnológico de uma organização atrelada à excelência profissional, tanto no que diz respeito aos recursos materiais, quanto – e principalmente – ao que se refere aos recursos humanos. Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme – 1º ECA. Carioca com ascendência internacional. Um misto de norte-americano com europeu na melhor mistura de temperos brasileiros. A poção deu certo. Cresceu e se proliferou. Foi ao Sul, dar suporte aos Pampas. São seis décadas que distinguem alertar de comunicar. São 60 anos de muito trabalho para aprofundar o conceito e desenvolver todas as tecnologias para colocar em prática a nova metodologia. E o que é alertar, senão dar ciência? E como dar ciência de outra forma que não comunicando? A semente estava lá desde a gênese e, sem sombra de dúvida, não era uma semente qualquer. Era a semente que germinaria tão forte a ponto de fincar suas profundas raízes em solo fértil. Sim. Nosso solo nacional, sob o céu soberano é Patria de gente capaz, que pensa grande e vai além. E só uma árvore robusta suporta as incontáveis podas, os tempos de frio e de seca para, já transmutada, florir para além do muro. Prosseguimos detectando. Prosseguimos alertando. E vamos além. Servimos conterrâneos e expandimos nossos braços – os nossos Braços Armados – para além de nossas fronteiras com a intenção de auxiliar e fomentar o crescimento de todos. Nestas redes que hoje formamos e firmamos, todos ganham. Ganham mais conhecimento, mais know-how, mais visão e, acima de tudo, mais amizades. É esta a essência deste Esquadrão. Esquadrão desde seu nascimento. Ferramenta forjada para controlar e ir além. Profetizando seu próprio destino, porque dele é o ativo e comprometido dono, profetizou aquilo que hoje é realidade. Previu o que faria e assim o fez. Viu que alertar é apenas um dos degraus desta complexa troca de dados e assumiu seu papel de comunicador. Comunica então, o Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC), com todos os quesitos desta arte; detecta, alarma, conecta, informa e comunica seus diversos receptores. E, dando mais um passo de sua missão, controla. Seu destino está traçado desde o século passado. Desde sua tenra concepção. E se suas profecias te trouxeram aqui, aproveite cada vento e, com suas asas e sua disposição de guerreiro, mantenha viva sua chama. A chama que comunica, controla e profetiza. Feliz 60 primeiros anos de uma existência que se deseja eterna.

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Ramon Borges Cardoso Diretor-Geral do DECEA Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 3


Criação do 1 EC o

Por Telma Penteado Durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas das Forças Aliadas eram constantemente surpreendidas pela aviação inimiga, a qual provocava perdas significativas na estrutura de pessoal e de material dos países que se opunham ao regime nazista. Após a rendição dos alemães em maio de 1945, a exemplo da Inglaterra, o Brasil também optou pela criação de um sistema de detecção de aeronaves, que tinha por objetivo ativar os órgãos de defesa com uma antecedência necessária para a reação. Surgiu então o 1º Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA), criado pela portaria nº 020, de 19 de dezembro de 1950. Sediado na Base Aérea de Santa Cruz desde a sua criação, o 1º ECA foi aparelhado inicialmente com equipamentos americanos oriundos do plano de ajuda mútua (PAM). Além da missão precípua de equipar e operar os órgãos do sistema Controle e Alarme, o 1º ECA assemelhava-se a uma Unidade Escola, em virtude de realizar em sede os cursos para formação de operadores e mantenedores de radar. Em 1956, o 1º ECA foi desmembrado com a criação do 2º ECA, sendo parte do seu efetivo transferido para a Base Aérea de Canoas. Dentre as diversas operações e manobras realizadas pelo Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme, destacam-se principalmente a UNITAS, a XAMBIOÁ, a CAPARAÓ, manobras reais, operações com a Brigada Aeroterrestre, Fuzileiros Navais e Ministérios Civis com as operações DINCART e RADAM BRASIL. Subordinado ao Comando Aerotático (COMAT), o 1º ECA fornecia àquele comando uma unidade altamente móvel, capaz de conduzir 4 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

operações de Controle Aéreo em áreas pré-determinadas, permitindo ao COMAT coordenar e controlar o esforço aéreo empregado. Em junho de 1982, foi ativado o Núcleo do Grupo de Comunicações e Controle (NuGCC), subordinado inicialmente ao COMAT. A partir de 1985, esta subordina-

Fotos históricas do efetivo do 1º ECA

ção passou para a então Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Voo (DEPV), atual Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). O novo Grupo denominado Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), absorveu o efetivo e o acervo material dos 1º e 2º ECA. Com a nova estrutura,

Capa original do Livro Histórico do 1º ECA produzido em 1950


CA e do 1 /1 GCC o

o

o 1º ECA passou a denominar-se Primeiro Núcleo do Esquadrão de Comunicações (1º NuECOM), para finalmente, em setembro de 1985 ter a denominação atual: Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC) – o Esquadrão Profeta. O Profeta absorveu, então, a estrutura física, operacional, pessoal e material do 1º ECA, direcionando as suas atividades unicamente para as comunicações (fonia, grafia e transmissão de dados), ficando o Sistema de Controle e Alarme a cargo dos demais Esquadrões do 1º GCC. Mobilidade, Alcance e Precisão, lema que o 1º/1º GCC herdou do 1º ECA e que mantém vivo através de sua participação em inúmeras missões, reais ou de treinamento, nos mais longínquos rincões do nosso País.

A Mobilidade é expressa pela característica de estar sempre pronto para se deslocar ou se desdobrar para novos locais de operação, através de meios aéreos, marítimos ou terrestres. O Alcance se expressa pela capacidade do Esquadrão operar em qualquer localidade, seja no Brasil ou no exterior, de fácil ou difícil acesso. E a Precisão fica por conta da qualidade dos serviços prestados, graças à capacidade técnica e operacional de seu pessoal. De norte a sul, de leste a oeste, a presença do 1º/1º GCC é sinônimo de segurança, rapidez e confiabilidade nos enlaces de comunicações entre os órgãos responsáveis pelo controle aerotático do Espaço Aéreo Brasileiro.

Membros do efetivo do 1º ECA

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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta Tenente-Coronel-Aviador Sérgio luiz da Cunha Candéa Comandante do 1º GCC

Palavras do Comandante do 1o GCC

Durante a segunda Guerra Mundial, muitas técnicas e equipamentos foram implementados e grandes batalhas foram travadas, tanto no espaço aéreo como no campo, que proporcionaram ensinamento e geraram grandes decisões. Assim, absorvendo os ensinamentos, a Força Aérea Brasileira fez nascer o embrião de um Esquadrão que hoje tem um papel importante no cenário de Comando e Controle, proporcionando um suporte indispensável no Teatro de Operações. Através da Portaria Reservada nº 20, de 19 de dezembro de 1950, do então Ministro da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Aramando F. Trompowski de Almeida, era criado e ativado na base Aérea de Santa Cruz, o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA). Esta unidade operacional de alto grau de mobilidade e de especialização, hoje chamada de Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC), Esquadrão Profeta, representa uma unidade com capacidade de prover os serviços de telecomunicações, de infraestrutura mobiliária, energia, telefonia e auxílio à navegação, em apoio às Operações Militares, aos Grandes Comandos e apoio ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). A palavra entusiasmo, usada pelos grandes estrategistas e filósofos, vem do grego e significa ter um deus dentro de si, afirmavam que pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer desafios do cotidiano e transformar as coisas, de fazê-las dar certo. Assim, entusiasmada é a pessoa que acredita em si, nos outros, e na força que as pessoas têm de 6 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

transformar o mundo e a própria realidade. Este é o espírito guerreiro que está dentro de todos os militares da família GCC. É o espírito que transforma as ações em resultados, é a energia que paira sobre todos durante a mobilidade, a montagem e a manutenção da estrutura de Comando e Controle, enfim, é o sentimento que une as pessoas em prol de um objetivo comum. “Cada manobra é uma obra prima, fruto das mãos de um hábil Operador”, estas palavras, retiradas da canção do 1º GCC, retratam o orgulho, o desempenho e a dedicação de cada homem e de cada mulher que compõem essa gloriosa Organização. O Primeiro Grupo de Comunicações e Controle parabeniza todos os integrantes do Esquadrão Profeta de ontem e de hoje pelos 60 anos de existência repleto de desafios e conquistas, e deseja a todos muito sucesso nas atividades que realizarão nos anos seguintes. “BRAÇO ARMADO, DECEA BRASIL”.


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Palavras do Comandante do Esquadrão Profeta

Major-Aviador Eduardo Almeida da Silva Comandante do Esquadrão Profeta

Depois de uma jornada vitoriosa e gloriosa na Segunda Guerra Mundial, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça retorna ao Brasil trazendo a experiência do combate, os louros da vitória e o conhecimento de novas e impressionantes tecnologias que mudaram os rumos do combate aéreo nos céus da Europa, sendo a mais significativa delas, sem sombra de dúvidas, o RADAR. Com a finalidade de iniciar no território brasileiro a utilização desse novo e eficiente equipamento, foi criado em 19 de dezembro de 1950 o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme, o 1º ECA. Começava aí a saga de uma das mais guerreiras e valorosas unidades da Força Aérea Brasileira. A primeira unidade do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. Em 1982, com a criação do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC), o 1º ECA passou a se chamar Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC), nome utilizado até os dias de hoje, passando a atuar apenas na área de comunicações. Mais tarde recebeu o nome de Esquadrão Profeta, palavra esta popularmente utilizada para pessoas que antevêem acontecimentos futuros, uma alusão ao importante processo de obtenção de informações por meio das comunicações, missão básica da Unidade. Este ano, o Esquadrão Profeta completa 60 anos, Jubileu de Brilhante, nada mais justo e adequado a uma brilhante história repleta de vitórias e de conquistas, alcançadas com muita luta e graças, principalmente, ao valor e ao empenho dos homens e mulheres que aqui dedicaram sua vida. Foram centenas de operações militares e outras centenas de missões reais ao longo dessas seis décadas. Muitas destas em missões de apoio humanitário, no Brasil e no exterior, como a que o Esquadrão participou de janeiro a junho deste ano no Haiti, todas elas cumpridas com muito profissionalismo e coroadas com sucesso. Muitos foram os obstáculos e as dificuldades enfrentadas, mas a força de vontade e a obstinação dos Guerreiros e Guerreiras Profetas sempre os suplantaram.

Outra característica marcante do Esquadrão é o acompanhamento das evoluções tecnológicas. Hoje estamos no Estado da Arte, no que diz respeito a Telecomunicações, devido ao interesse e à capacidade de nossos técnicos, que mesmo sem os meios e os recursos necessários, elaboram e desenvolvem projetos reconhecidos até por empresas estrangeiras dos EUA e da Europa. Nossos técnicos são referência nas Forças Armadas e no Brasil. Hoje não é possível realizar uma operação militar sem a participação do 1º/1º GCC. Todos os serviços de Telecomunicações, que engloba a área de telefonia e transmissão de dados, são disponibilizados pelos equipamentos e pelos técnicos do Esquadrão Profeta, que são os primeiros a chegar e os últimos a sair. É claro que tudo isso só é possível graças também ao apoio irrestrito recebido de outras valorosas unidades da Força Aérea Brasileira (FAB), como o 1º GCC, o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ), dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) e, é claro, do próprio e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). PARABÉNS, ESQUADRÃO PROFETA!

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O passado do que sempre será nosso futuro

Ministro do Superior Tribunal Militar Tenente-Brigadeiro-do-Ar Flávio de Oliveira Lencastre Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (1973 – 1978)

Meu ingresso na lativos ao uso da tecnologia radar eram nosso coForça Aérea Bratidiano. sileira, em 07 de À frente do tempo, profetizando cada ponte a ser não março de 1960, somente construída, mas traspassada, fomos todos se deu nove anos nós, dia a dia, concretizando ideias e ideais. após a efetivação Missões como a de 14 de setembro de 1974 mardo Primeiro Esquacaram nossa trajetória. Refiro-me à Operação Sonda drão de Controle e II, realizada no Campo de Lançamento de Foguetes Alarme (1º ECA), da Barreira do Inferno (CLFBI), em Natal (RN), na qual na Base Aérea de um foguete brasileiro foi lançado da plataforma para se Santa Cruz (BASC), tornar um marco da pesquisa espacial brasileira. Nana cidade do Rio de cional. Simples assim. Missão nossa, com nossa gente Janeiro (RJ). e nossos recursos. Mérito do Brasil. Orgulho dos ProDe Cadete da Aefetas. ronáutica ao posto Como registrei em 1979 num trabalho minucioso inde Tenente-Brigatitulado “Os Esquadrões de Controle e Alarme e o Sisdeiro-do-Ar, galgatema Brasileiro de Operações AR-TERRA” arquivado do em 31 de março de 2000, muito se passou. na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica Passaram cargos, pessoas, projetos, equipamentos, (ECEMAR), registro nesta edição especial o mesmo tecnologias e ideologias. Porém, faz-se mais que neorgulho e mesmo respeito pelo 1º ECA, atual Primeicessário ressaltar que o verbo passar aqui aplicado ro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e não denota uma simples ação do tempo. Assim, como Controle (1º/1º GCC). um filme que vemos sentados numa poltrona de cineGarra, visão, empenho, entrega e excelência profisma, cientes da protetora condição de espectadores, a sional são poucos elogios para uma unidade tão enraiquem nada do que na tela ocorre pode nos atingir. zada na história deste País. Não. Definitivamente o verbo passar aqui aplicado Parabéns ao Esquadrão Profeta por toda contribuição está mais que entrelaçado aos verbos vivenciar, expeabnegada ofertada por homens e mulheres que merecem, rimentar, aplicar, desejar, refletir, analisar, fazer, pôr a sem sombra de dúvida, pelo suor prestado à garantia da mão na massa, desmontar, desconstruir, reforçar, apersoberania nacional, o título de cidadãos brasileiros. feiçoar, aprender, compreender e, acima de tudo isto, profetizar e transcender. Assumi o cargo de Comandante do 1º ECA em 1973 e por lá labutei até o ano de 1978. Cinco anos. Cinco anos de desenvolvimento, de trabalho árduo e de construção de uma visão para o futuro em nome de nossa Nação. O suporte à Base Aérea de Santa Cruz com seus Gloster Meteor era a missão que corria em nossas veias. Era a nossa razão de ser. E todo o universo infindo de atividades, tarefas e saberes re- Aeronave Gloster Meteor - primeiro caça do 1º ECA 8 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta


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Transição ECA-NUECOM-1o GCC

Coronel-Aviador R1 Lúcio Ricardo Mayer Huber Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (1984 – 1986)

Em outubro de 1983 fui inforVoo (DEPV), atual Departamento mado pelo meu comandante que de Controle do Espaço Aéreo havia sido designado para co(DECEA), e seria subordinado mandar o Primeiro Esquadrão de a uma nova organização, criada Controle e Alarme (1º ECA). no ano anterior, o Primeiro GruA minha primeira reação foi de po de Comunicações e Controle espanto e perplexidade. Coman(1º GCC). dar um Esquadrão com o qual Com a nova estrutura, inicialnão tinha tido nenhum envolvimente, a denominação seria 1º mento anterior, um Esquadrão NuECOM (Primeiro Núcleo do sem aviões. Enfim, segui o velho Esquadrão de Comunicações), Efetivo do 1º ECA em ação bordão: “não se deve negar um passando a ter somente a área comando”. de comunicações. Parti então para o sacrifício. Todos os dias destinados Na Base Aérea de Canoas, o Segundo Esquadrão de ao meu trânsito, passei no Esquadrão fazendo o Curso de Controle e Alerta (2º ECA) dividia todas as operações realiOperador Aerotático, com a intenção de melhorar meus zadas pela Força Aérea com o nosso Esquadrão, ficando conhecimentos sobre o Esquadrão que comandaria. responsável pelos radares. Ao assumir o posto, relendo todos os relatórios finais de Com a nova subordinação ao Grupo, seriam mantidas missões dos comandos anteriores, verifiquei que todas as as mesmas características e o acervo de equipamentos solicitações para melhoria do desempenho da unidade fode comunicações seria incorporado ao nosso Esquadrão, cavam não só os equipamentos de HF, mas também os os quais ficaram praticamente inoperantes até que seus rádios TC08D, RF-301A e VHF COLLINS, ou seja, equipaintegrantes regressassem de cursos no exterior. mentos valvulados e já com muitas deficiências para utiliDurante este período, assumimos todas as Operações zação nas diversas operações as quais o Esquadrão era realizadas pela nossa Força Aérea (Mandu, Saci, Unitas, solicitado. Caparaó, manobras reais, Brigada Aeroterrestre, FuzileiAs viaturas estavam tão obsoletas poderiam até interferos Navais etc.), ou seja, estivemos presentes em todas rir no cumprimento do Plano de Operações da unidade. as decolagens realizadas pelos aviões da nossa Força Com a finalidade de resguardar o Esquadrão, reportei ao quando executando uma Operação Militar, além de outras Comando Superior (Segunda Força Tática – II FAT, aturealizadas em prol de outros Ministérios (Radam, Dincart). al FAE), através de um relatório, a minha preocupação. A Paralelamente, houve o envolvimento na reconstrução principal viatura que equipava a unidade, uma Kombi ano do Esquadrão, com varias reuniões para escolha de no1972, nossa Torre de Controle Aerotransportável, equipavos equipamentos e viaturas, e também de um novo da com equipamentos de apoio a navegação aérea, era layout para as instalações físicas. deslocada para Aeródromos desprovidos de Torre de Em 1985, o Esquadrão passou a ter a denominação atuControle e também um caminhão UNIMOG, que antes era al: Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicautilizado pela unidade de contra-incêndio, já descarregações e Controle (1º/1º GCC), que absorveu a estrutura físido e cedido ao Esquadrão, sendo transformado em shelca, operacional, pessoal e material do 1º ECA, direcionanter de comunicações. do as suas atividades unicamente para as comunicações Existia também um shelter aerotransportável equipado (fonia, grafia e transmissão de dados), ficando os Sistecom um VOR, que de transportável só tinha o nome, pois mas de Controle e Alarme para os demais Esquadrões. era muito pesado, e seus equipamento rádios ainda eram Enfim, toda perplexidade e espanto iniciais se transforvalvulados, o que dificultava bastante a sua manutenção. maram em orgulho, respeito e admiração a todos os inTalvez por ser sido muito contundente, convocaram-me tegrantes do nosso velho ECA e do atual 1º/1º GCC, e para prestar esclarecimentos sobre o relatório que enviatambém uma certa inveja por não ter sido o autor do grito ra. Ao fim da reunião, para minha surpresa, fui informade guerra: do que o Esquadrão passaria a ser subordinado a outro Comando, o Departamento de Eletrônica e Proteção ao MOBILIDADE, ALCANCE e PRECISÃO!

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Emblema ECA - 1º/1º GCC HERÁLDICA Através da portaria COMGAP nº 05, de 16 de abril de 1986, foi aprovado o emblema designativo do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC) com a seguinte descrição heráldica: Escudo Francês, com o Chefe em blau (azul ultramar), representando um dos vários tons dos metais dos equipamentos da unidade, em função da prudência, abnegação e conhecimento que os mesmos exigem do homem para sua operação, carregando, ainda, a sigla da organização 1º/1º GCC, em prata (branco), ladeada à destra e à sinistra por duas estrelas cadentes, também em prata, representando os dois antigos Esquadrões de Controle e Alarme (1º e 2º ECA), de onde surgiu o atual Grupo. Campo dividido em forma de pala por um raio em prata, estando à destra do campo em blau (azul cerúleo), logo abaixo do Chefe, o Gládio Alado em Jalne (amarelo), símbolo da Força Aérea Brasileira. À sinistra aparece em blau (azul cerúleo) e ambos os lados em blau representam a operação diuturna das Equipes e Esquadrilhas da Unidade. Próximo ao Contra-Chefe, ainda à si-

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nistra, aparece uma cruz Pátea em goles (vermelhos), frisada internamente em prata, significando o espírito guerreiro do militar do 1º/1º GCC. A cruz designa a Base Aérea de Santa Cruz, não só por ser a sede administrativa do Esquadrão, mas por ter sido o local onde foi plantada e floresceu a semente das comunicações e do controle aerotático. O raio é extremado por ondas rádios, em goles, representação esta característica das atividades de Comunicações e que se constitui na missão básica do Esquadrão. Contorna o escudo um filete em jalne, designativo de oficial Superior da Força Aérea Brasileira.


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Encontro dos Profetas

Coronel-Aviador R1 João Batista Crema

Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (1992 – 1994)

Idealizado a partir da experiência vivida pelos nossos heróis de guerra, nascia na Força Aérea Brasileira nos idos de 1950, o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme. Conhecido e imortalizado como 1º ECA, esta lendária unidade começava, naquele momento a escrever as primeiras páginas da história do Controle e das Comunicações Militares. Anos mais tarde, já inserido em uma nova estrutura e denominado Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC), o Esquadrão Profeta assumia a missão especifica de instalar, manter e operar os equipamentos de comunicações aerotáticas e os equipamentos transportáveis de auxílio à navegação. E desde então, por mais de meio século, vem apoiando os mais importantes Formatura no Encontro dos Profetas exercícios e manobras militares. Num momento em que assistimos a uma verdadeira revolução nas telecomunicações, o impacto causado por estas novas tecnologias nos conduz a uma busca constante de atualização e aprimoramento. A qualidade, a confiabilidade e, mais do que nunca, a velocidade das comunicações são hoje fatores diferenciadores e decisivos onde quer que exista disputa ou concorrência. Se nos dia de hoje, a eficiência no emprego das comunicações é sinônimo de sucesso ou fracasso num empreendimento, nas Operações Militares está diretamente relacionada à vitória ou à derrota. É pautado nesta importância que tem hoje as comunicações no contexto mundial, que o 1º/1º GCC, realiza anualmente na semana em que se comemora o Dia das Comunicações, o Encontro dos Profetas. Aproveitamos, pois, esse dia, para parabenizar o hoMajor Almeida participa do Encontro dos Profetas mem de comunicações e reverenciar aqueles que no O desafio é grande, porém maior deve ser a vontade passado, com dedicação e profissionalismo, souberam e a determinação para colocarmos nosso Esquadrão transformar ideias e anseios em uma das mais operano nível que a atual conjuntura da Guerra Moderna exicionais e eficientes unidades da Força Aérea Brasileira. ge e no padrão operacional esperado e requerido pela Companheiros! Força Aérea Brasileira. Além da doutrina e do exemplo de dedicação e de Com a nossa coragem, determinação e capacidade profissionalismo deixados pelos Profetas de Ontem, profissional, alicerçados pela confiança dos nossos herdamos, também, a responsabilidade de honrar todo chefes, havemos de vencer! esse passado de glórias iniciado pelo ECA de outrora. Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 11


Galeria dos Ex Capitão-Aviador Arildo Galvão Reis (14 Fev a 05 Jun 51)

Capitão-Aviador Fernando Durval de Lacerda (05 Jun 51 a 08 Abr 52)

Capitão-Aviador Edgard Lustosa de Andrade (08 Abr 52 a 20 Fev 53)

Major-Aviador Theobaldo Antônio Kopp (20 Fev 53 a 14 Jun 55)

Capitão-Aviador Ivan Janvrot Miranda (14 Jun 55 a 25 Nov 55 e 20 Fev 57 a 10 Dez 58)

Capitão-Aviador Angelo Quaresmo Filho (25 Nov 55 a 20 Fev 57)

Capitão-Aviador Walter Ribeiro Guimarães (10 Dez 58 a 27 Fev 59 e 13 Abr 61 a 23 Mai 61)

Major-Aviador Clóvis da Costa Oliveira (27 Fev 59 a 13 Abr 61)

Major-Aviador Francisco Gabriel Xavier de Alcântara (23 Mai 61 a 16 Mar 64)

Major-Aviador Leo Afonso Sobral (01 Abr 64 a 11 Mai 64)

Tenente-Aviador Cleber Ferreira R. Peixoto (14 Mai 64 a 06 Out 64 e 22 Dez 64 a 10 Mai 65)

Capitão-Aviador Ariel Chaves de Castro (06 Out 64 a 22 Dez 64)

Major-Aviador Jayme da Cunha Bastos Filho (10 Mai 65 a 11 Out 66)

Major-Aviador Juarez Lopes de Moura (08 Nov 66 a 29 Abr 69)

Major-Aviador Célio Brasil Carmo (29 Abr 69 a 03 Abr 72)

Major-Aviador Anaclino Valério Alves (03 Abr 72 a 09 Jan 73)

Major-Aviador Flávio de Oliveira Lencastre (09 Jan 73 a 17 Fev 78)

Major-Aviador Tacariju T. de Paula Filho (17 Fev 78 a 25 Jan 80)

Major-Aviador Álvaro Moreira Pequeno (25 Jan 80 a 22 Jan 82)

Major-Aviador José Mauro Rosa Lima (22 Jan 82 a 31 Jan 84)

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- Comandantes Tenente-Coronel-Aviador Lúcio Ricardo Mayer Huber (31 Jan 84 a 29 Out 85)

Major-Aviador Aldo Antônio dos S. Alves (29 Out 85 a 22 Jan 88)

Major-Aviador Carlos André da Silva (22 Jan 88 a 06 Fev 90)

Major-Aviador Júlio Sadao Takamura (06 Fev 90 a 15 Jan 92)

Tenente-Coronel-Aviador João Batista Crema (15 Jan 92 a 25 Jan 94)

Major-Aviador Carlos Vuyk de Aquino (25 Jan 94 a 01 Fev 96)

Major-Aviador Mauro Henrique R. Conti (01 Fev 96 a 08 Jan 98)

Major-Aviador Alvaro Luiz Corrêa Filho (08 Jan 98 a 12 Jan 2000)

Major-Aviador Alfredo Teixeira Moura (12 Jan 2000 a 18 Jan 2002)

Major-Aviador Celson Jeronimo dos Santos (18 Jan 2002 a 05 Jan 2004)

Major-Aviador Ricardo José F. Campos (05 Jan 2004 a 26 Jan 2006)

Major-Aviador José Augusto P. Camilo (26 Jan 2006 a 09 Jan 2008)

Major-Aviador André Gustavo F. Peçanha (09 Jan 2008 a 22 Jan 2010)

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2010

Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta Coronel-Aviador R1 Mauro Henrique Ramos Conti Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (1996 – 1998)

Memorial dos Profetas

Há alguns anos foi criado o Encontro quartzo, simbolizando a pureza e a perfeição, dos Profetas. representa o estado de espírito da unidade. Sua finalidade era realizar uma conEsta proposta foi aceita. E tal qual o que fraternização entre os pioneiros do Prirepresenta o memorial, todo o Esquadrão meiro Esquadrão de Controle e Alarme participou ativamente. Cartas foram enviadas (1º ECA) e seus seguidores do atual Pria diversas organizações, civis e militares someiro Esquadrão do Primeiro Grupo de licitando apoio, em especial à pedreira que Comunicações e Controle (1º/1º GCC). gentilmente ofereceu a pedra de mais de três A ideia teve total receptividade e, ao toneladas. longo dos anos, o número cada vez No dia 5 de maio de 1998, o monumento maior de participantes tem demonstrafoi inaugurado e nele consta uma placa com do o sucesso do evento. uma frase. Essa mensagem foi retirada de um Em 1998, com a certeza de que a Reudiscurso pronunciado em fevereiro de 1998 nião Anual dos Profetas estava consolipelo Brigadeiro-do-Ar R1 Álvaro Moreira Pedada, era preciso marcá-la de uma vez queno, ex-Comandante do Primeiro EsquaMonumento em homenagem ao por todas com algo que fosse perene e drão de Comunicações e Alarme (1º ECA) e Memorial dos Profetas que dignificasse o trabalho realizado em do Primeiro Grupo de Comunicações e Conmais de quarenta anos de comunicações e controle. trole (1º GCC), àquela época no cargo de Subdiretor de OpeInicialmente, decidiu-se pelo local: o centro da unidade, o rações (SDOP) da então Diretoria de Eletrônica de Proteção pátio interno. Este local representa o ponto para onde devem ao Voo (DEPV), atual Departamento de Controle do Espaço convergir as energias que servirão sempre para aumentar a Aéreo (DECEA), que autorizou o seu uso. força dos componentes da unidade. A mensagem em questão diz: “ao guerreiro de luta a primeiO segundo passo era decidir qual seria o monumento que ra das batalhas, o domínio do espectro eletromagnético”. Esta iria representar este encontro. Algumas ideias surgiram. Alfrase simboliza a importância das comunicações cada vez guns integrantes do Esquadrão deram ideias e um esboço de mais necessária nos conflitos e na vida moderna, pois sem desenho foi feito. as comunicações nos cenários atuais da Guerra Eletrônica, Era um desenho onde se retratava um homem anônimo nenhuma tropa dará um único passo, navegará uma simples operando equipamentos antigos e transportando-se para os milha ou decolará qualquer aeronave. equipamentos de alta tecnologia modernos. O tempo vem passando e o memorial continua, como preAinda não se sabia quem o desenharia e o transformaria visto, ali firme. As solenidades da unidade têm sido, em sua em peça artística. Surgiu então o Suboficial R1 Molulo. Apremaioria, em torno dele, ajudando ainda mais a captar aquela sentado por companheiros, entendeu a proposta e passou a energia que se pretendeu com ele. ser um integrante da unidade. Diariamente vivia na unidade, A continuidade da administração da unidade proveu uma respirando o dia-a-dia da caserna, entendendo melhor como iluminação, aperfeiçoou o jardim e o seu redor, mantendo se processa o trabalho executado ali. cada vez mais presente a história da unidade através do Encontro dos Profetas. Foi então que surgiu a visão artística do que viria a ser o Este encontro é único da FAB, pois reúne de oficiais a solmonumento, a essa altura já batizado de “Memorial dos Profedados, alguns hoje proeminentes profissionais em diversas tas”. Sua proposta era a de uma peça de aço inoxidável, poráreas da sociedade. tanto perene à ação do tempo. Esta peça, esférica, simboliza Foi uma ideia feliz que se tornou realidade porque havia no o planeta e o acabamento simboliza as ondas eletromagnétiEsquadrão companheiros maravilhosos que trabalhavam até cas girando em torno do globo, sem um princípio e nem um à madrugada para que ele existisse. fim, como hoje se pode observar. E ele existe firme e cada vez mais reverenciado porque os Esta esfera viria presa por uma haste a uma pedra, sólida e profetas o aceitaram como realmente seu, da forma como foi enterrada no terreno. A pedra simboliza a firmeza do trabalho planejado para ser. que, ao longo do tempo, foi fincada por todos os Profetas que Esta peça de arte é de todos nós, tem a nossa face, a nossa por aqui passaram. história, é nosso testamento aos profetas do terceiro milênio! A haste ergue-se até o centro da esfera aonde um pequeno 14 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta

Esquadrão Profeta em ação

Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier

Ex-Comandante do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) Profeta Honorário Comandante do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III)

Profetas na CRUZEX V

Prezados companheiros Profetas. 60 anos!!!! São glórias por demais vividas, sob a égide de muito profissionalismo e dedicação inconteste à Força Aérea Brasileira. Muitos de nós lutamos a vida inteira por motivações como sucesso, reconhecimento, fama e glória. Mas não se constrói um nome de respeito da noite para o dia. É preciso trabalhar muito, mesmo que para isso tenhamos que enfrentar obstáculos, tropeços e quedas. É preciso muita motivação, superar e persistir no objetivo a ser alcançado. E é nesta sucessão de batalhas que encontramos o verdadeiro espírito do guerreiro Profeta. Ele gosta do que faz e sente orgulho em fazê-lo da melhor forma possível, levando o nome de sua Organização cada dia mais longe. O profissionalismo do Esquadrão Profeta os leva a vencer todos os obstáculos e óbices que, para os fracos, seria motivo de lamúria e desistência. Todas estas palavras e sentimentos que me vem à mente nesse momento de profunda reflexão se materializam nas imagens que guardo na memória por ocasião do grande desafio que foi a montagem

da infraestrutura da Terceira Operação Cruzeiro do Sul (CRUZEX III). Aquela que foi a mais complexa operação de campanha já realizada pela Força Aérea Brasileira, depois da Segunda Guerra Mundial, forjou a ferro e fogo a têmpera de nossos militares, homens e mulheres, mostrando que não há desafios imbatíveis para aqueles que possuem o inabalável espírito de luta e garra. Naquela ocasião, não houve desafios tecnológicos que não fossem solucionados; obstáculos físicos que não fossem suprimidos; e limitações técnicas que não fossem suplantadas. Todos, do mais moderno soldado ao mais experiente oficial do Esquadrão, encararam seus piores desafios e medos e os enfrentaram com a confiança de quem está sempre pronto para o combate. E assim, esta Organização ímpar do DECEA segue rumo firme ao seu glorioso futuro, pronta para mais 60 anos de novos empreendimentos e sucessos, com a consciência do dever cumprido e o respeito de seus pares e superiores e, porque não dizer, de toda a FAB. Parabenizo a todos, com muito orgulho no peito, por um dia havê-los tido como meus comandados. Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 15


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta Coronel-Aviador José Alves Candez Neto

Ex-Comandante do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) Profeta Honorário Comandante Interino do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV)

Poucos países no mundo dispõem de uma Unidade como o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle, o 1º GCC. Uma Organização Militar equipada com sistemas transportáveis, que podem ser empregados em uma gama diversificada de missões operacionais: - integrados aos meios fixos, ampliando a cobertura existente e/ou otimizando a detecção à baixa altura; - isoladamente, assumindo a responsabilidade das comunicações e/ou controle em uma Zona de Responsabilidade Operacional (ZRO); e - em substituição aos meios fixos, quando de suas inoperâncias, decorrentes de intervenções técnicas para manutenções preventivas ou corretivas. O 1º GCC, de forma a garantir o cumprimento da sua missão, no nível de emprego operacional exigido nas recentes operações militares, necessita que os sistemas de apoio ao teatro, os de telecomunicações, que trafegam os dados e a voz, e os de detecção tenham condições técnicas de suportar a demanda dos novos serviços e sistemas que estão à disposição das Forças Armadas. O Programa de Reestruturação Operacional do 1º GCC, o PRO GCC, lançado em fevereiro de 2004, teve como principal finalidade manter o alto padrão de pronta resposta da Unidade em apoio à tomada de decisão da Força. Algumas palavras são muito simples de serem ditas. Entretanto, como diz o Hino do 1º GCC, as palavras que geram decisões, assim como as que geram força de vontade e as que produzem resultados concretos, são as que vêm da autocrítica. Se quisermos evoluir ou provocar as mudanças necessárias a uma vida melhor, é preciso identificar nossos próprios erros. Encarando nossas falhas, amadurecemos como profissionais e como pessoas, nos aperfeiçoamos como indivíduos. Essa foi a essência do PRO GCC. O Programa simplesmente incentivou a realização de uma autocrítica, levando todo efetivo à reflexão de como estavam esculpindo seu trabalho, sua profissão... que buscassem reviver o verdadeiro profissional do 1º GCC. Pois, “somos uma história em cada homem; Que nutre um pleno zelo de escultor; Cada manobra é uma obra prima; Fruto das mãos de um hábil operador...”. E a obra-prima que estava sendo esculpida naquele momento chamava-se “O futuro do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle”. Todo o efetivo do 1º GCC se tornou, naquele mo16 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

O 1o GCC a serviço do País mento, escultores. Todos ofereceram o melhor de si e a obra retomou o seu destino, fruto das mãos de hábeis operadores... “Olhos que guardam sonhos Palavras que cruzam o ar Unificando a terra, o céu e o mar Primeiro GCC: Destreza em controlar Arte de comunicar.” O PRO GCC analisou as estruturas operacionais e identificou soluções para a otimização dessas estruturas. Evidenciou um conjunto de medidas que contribuíram para garantir o nível adequado de eficiência e eficácia em apoio ao emprego da Força Aérea, envolvendo fatores diversos como a complementação da vigilância do espaço aéreo e do recolhimento de aeronaves a qualquer tempo (MGCA), atuando na distribuição geográfica dos Esquadrões subordinados. Igualmente destacou aspectos relacionados com a doutrina de emprego de radares transportáveis e dos requisitos de medidas de proteção eletrônica e fortaleceu a capacidade de apoio às estruturas de comando e controle para as operações aéreas militares, adequando o nível de emprego do 1º GCC ao atual cenário da Força Aérea Brasileira. O Programa foi fundamentado em premissas estratégicas básicas para o emprego do Grupo, dentre as quais destacam-se: a possibilidade de atuar em todo território nacional e, em especial, na defesa da Amazônia e do Atlântico Sul, bem como fora dele; permitir permanente evolução da eficiência operacional; integrar forças, combinadas ou não, organizadas de forma modular, no momento e locais oportunos, visando atender às características do conflito; deslocar-se, em pronta-resposta, para qualquer área estratégica, dentro ou fora do Território Nacional; priorizar a aquisição de equipamentos e software produzidos pela indústria nacional; atuar de forma autônoma; e permanecer na ação, sustentado por um adequado apoio logístico. Amigas e amigos do 1º GCC, os resultados dessa mudança de postura, que abraçamos tão intensamente, fez por merecer o reconhecimento profissional de toda a Força Aérea. Hoje estamos orgulhosos quando assistimos a “vibração” de cada um dos integrantes da “Família GCC”, como parte importante e somatória, entusiasmados com a importância do seu trabalho, sentimentos dos quais a nossa Organização é completamente dependente para continuar respirando e progredindo, servindo competentemente à Força e à Nação. Parabéns a todos!


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta

Esquadrão Profeta e a Operação Congo-Artemis

Tenente-Coronel-Aviador Ricardo José Freire de Campos

Nos serviços aeronáuticos as comunicações ionosféricas (meio utilizado para a propagação das ondas HF), são primordiais para o controle de tráfego aéreo, nas áreas sob responsabilidade do Brasil, como por exemplo, na Região de Informação de Voo (FIR – Flight Information Region) do Centro de Controle de Área de Recife (ACC – Area Control Center), que abrange grande parte da região nordeste do Brasil, além de uma extensa área do oceano Atlântico, onde não há outro meio de comunicação que não seja o enlace em High Frequency (HF). Na Amazônia brasileira, as comunicações são um desafio tecnológico e operacional. O Exército Brasileiro desenvolveu um sistema de transmissão de dados em HF que é considerado essencial em ambiente de selva na estratégia de resistência, na hipótese da Amazônia ser invadida. Quando em operação no mar territorial brasileiro, a Marinha do Brasil utiliza, em seus meios navais, a transmissão de dados em HF para o trâmite de mensagens de todo o tipo, inclusive as operacionais. Além das forças armadas, existe um número cada vez maior de usuários desse tipo de enlace nas faculdades federais do Brasil, como meio de integração entre pontos distantes do nosso território e a rede mundial de computadores. O fato é que a utilização das transmissões de dados em HF foi incrementada em meados dos anos 80, principalmente com o desenvolvimento de equipamentos que deram maior confiabilidade a sua operação. Dantas (2005, p. 38) enfatiza que o uso das sub-redes de enlace HF como parte integrante das redes convencionais se torna justificável em face dos seguintes cenários: comunicação em enlaces de longa distância, comunicações de dados envolvendo localizações remotas, durante uma operação militar com emprego de tropas, entre outros. Com algumas variações, este enfoque atualizado de Dantas parece ser uma unanimidade entre os artigos publicados sobre o tema, sobretudo nos Estados Unidos e na França. Johnson (1997) confirma que as comunicações ionosféricas evoluíram muito, principalmente pelos seguintes aspectos: maior estabilidade nas frequências de operação, utilização de melhores filtros, aumento do número de sistemas automáticos de gerência de freqüências e escolha dos canais, maior capacidade de processamento e pelo aumento da

Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (2004 – 2005) Comandante do Grupo de Serviços de Base (GSB) da Base Aérea de Anápolis (BAAN)

Profetas no Campo

disponibilidade dos sistemas de comunicações. Na Força Aérea Brasileira (FAB), o SCAT (Sistema de Controle Aerotático) é o responsável pela operação de meios de Comando e Controle (C2). O SCAT faz parte da Estrutura Aeroespacial de Guerra (EAG) do Comando da Aeronáutica (COMAER) e é acionado em tempo de paz nas operações da FAB, com o objetivo de manter seus meios adestrados. No ano de 2003, a FAB utilizou pela primeira vez um sistema de transmissão de dados em HF, fora do território nacional. A operação Congo–Artemis foi o marco inicial para o desenvolvimento desse tipo de enlace no SCAT do Comando da Aeronáutica (COMAER). Na ocasião, o Esquadrão Profeta estabeleceu uma rede de HF ponto a ponto para o trâmite de mensagens tático-operacionais. Ou seja, diariamente, eram emitidos relatórios operacionais, criptografados, do Posto de Comunicação do Congo (PCOM CONGO) diretamente para o PCOM V Força Aérea, Para o acompanhamento da Operação. No enlace ponto a ponto uma estação se conecta diretamente a outra por um canal de comunicação disponível desde que estejam com as suas antenas apontadas uma para a outra. Em cada estação os equipamentos necessários para esse enlace são: uma fonte de força, um rádio HF, um computador, um modem e uma antena. Mais que uma demonstração do pioneirismo que marca todas as ações do 1º/1º GCC, a Unidade demonstrou a força de seus homens na pesquisa e no desenvolvimento de uma comunicação estratégica e segura, agora intercontinental. Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 17


Profetas do passado Rio de Janeiro, 1950. Estamos em pleno desenvolvimento e aplicação da tecnologia radar. Os Radares de Precisão (PAR) estão instalados nas Bases Aéreas em sintonia com os auxílios à navegação aérea e com a missão de guiar as aeronaves de caça de uma distância em torno de seis milhas náuticas – o equivalente a 11 km – até o seu toque preciso na cabeceira da pista. As aeronaves de combate, equipadas com radares de

Da esquerda para a direita, os Suboficiais: Celso, Sobrinho, Lamenza, Adahil, Alcir, Candido, Camelo, Normandir, Jorge II, Javas

18 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

interceptação, de ataque com pulsos eletromagnéticos de alta definição e radares nos mísseis ar-ar e ar-terra (armamentos usados para busca de alvos através do sistema de detecção eletromagnética). Sediado na Base Aérea de Santa Cruz, o Primeiro Esquadrão de Controle e Alarme (1º ECA), constituía-se na Unidade Básica do Grupo de Controle Aerotático (GCAT), com a missão de manter e operar os Centros de Controle numa de-


terminada Zona de Combate. E, para cumprir esta missão, lá estava seu efetivo. Pronto para colocar a mão na massa e agir. Desde a orientação de seu primeiro Comandante, o então Capitão-Aviador Arildo Galvão Reis, a essência do Esquadrão era o trabalho de equipe. Equipe, grupo, família. Todos juntos por uma só meta. Os Profetas – assim chamados os membros do efetivo do 1º/1º GCC – são esta equipe até hoje. Passaram lutas, passaram tor-

mentas, passaram vitórias e reformulações. E ficou justamente aquilo que é atemporal, aquilo que é perene e indestrutível: o espírito de equipe e de união. Parabéns a todo o efetivo do Esquadrão Profeta, desde o 1º ECA ao 1º/1º GCC, aqui, nestas páginas, representados pelos excelentes profissionais que carinhosamente chamamos de “Profetas do Passado”, mas que, sem sombra de dúvida, são mais que presentes na vida desta Unidade.

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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta Brigadeiro-do-Ar Carlos Vuyk de Aquino

A Transmissão de Dados no Esquadrão Profeta

Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (1994 - 1996) Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA)

A capacidade de comunicação de qualquer unidade militar está diretamente ligada a sua capacidade operacional, o que faz com que este elemento esteja constantemente na lista de prioridades de todos os comandantes militares. Por este simples fato, o Esquadrão Profeta, como elemento de apoio, sempre procurou estar na vanguarda dos meios de comunicações, o que vem fazendo de forma extremamente eficiente, levando sempre a sua bandeira da “Mobilidade, Alcance e Precisão”, o que não poderia ser diferente para uma unidade com a sua tradição. Há bastante tempo a tecnologia vem apontando para uma capacidade diferenciada de comunicação, que incorpora no seu meio a transmissão de dados. No Esquadrão Profeta o começo da transmissão de dados teve início através da utilização do rádio RF 301 da Harrys acoplado a um modem IMBEL, que por sua vez fazia interface com uma teleimpressora. O protocolo utilizado era o TTY que, à época, era o mais utilizado para o fim a que destinava. Com o recebimento dos modernos rádios RT 100, várias vantagens tecnológicas foram incorporadas ao Esquadrão, mas um problema de queima do estágio de saída de potência dos rádios começou a aparecer de forma bastante acentuada . O problema era que a transmissão de mensagens mais longas colocava o rádio em estado de transmissão por tempo superior ao estabelecido tecnicamente, o que provocava o famigerado problema. Precisávamos, então, resolver um problema técnico que impactava diretamente na capacidade operacional. Em meados dos anos 80 foi recebido pelo 1º GCC um equipamento que daria início a uma nova era no Esquadrão Profeta no tema da transmissão de dados. Era o TPC-30. Tratava-se de um equipamento com estrutura de um PC, mas com uma arquitetura completamente diferente, uma vez que nele encontrava-se incorporado uma placa criptografada que viria a garantir o sigilo das mensagens enviadas, sendo diferente de tudo aquilo que se praticara a época. A comunicação com os outros equipamentos similares se dava através de linha telefônica comum, fazendo-se uso de um modem comercial que operava a 1200bps. No entanto, devido a baixa qualidade das linhas, por vezes era necessário reduzir a velocidade até 300bps para que a mensagem conseguisse ser entregue de forma íntegra. O software de comunicação disponibilizado era proprietário, fazendo com que tivesse pouquíssimos recursos que 20 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

Antena de TELESAT usada na CRUZEX V

possibilitassem o operador ajustar as configurações do equipamento a fim de melhorar o desempenho do conjunto. A medida que o tempo foi passando, os operadores foram ganhando experiência na transmissão de dados e com isso foram, também, se lançando em inovações que pudessem resolver os problemas que iam sendo encontrados. Uma dessas inovações foi a substituição do software de transmissão de dados, que era proprietário por um de emprego comercial. Tratava-se do PCPLUS. Os recursos nele incorporados permitiram consideráveis ganhos operacionais para o Esquadrão. A despeito de todas estas vantagens, ainda persistia um grande problema. O Esquadrão Profeta escreveu a sua história operando em lugares que muitas vezes não possuía nenhuma infraestrutura de apoio. Linha telefônica – nem pensar! Então como cumprir a missão se tínhamos um problema técnico com os rádios HF? Um grupo de abnegados mergulhou no problema e partiu para encontrar uma solução que fosse suficientemente abrangente e que permitisse que o Esquadrão pudesse cumprir a sua missão em qualquer local do território nacional.


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta

Os estudos levaram a conhecer o sistema de transmissão de dados via HF utilizado pela rede SITFAA, onde no EMAER existia uma estação. Uma vez investigada a solução, era necessário adquirir um equipamento (modem HF) para dar prosseguimento ao processo. Certa vez, em conversa com um oficial que a época servia no PAME, pudemos identificar que aquele Parque possuía em seu acervo o equipamento que precisávamos. Feitas as devidas investigações, não se conseguia identificar qual seria o seu destino. Daí ficou fácil. Procurou-se o Diretor do Parque e solicitamos, “por empréstimo”, o tal equipamento, que viria a dar solução ao nosso problema. Com o novo “brinquedo” na mão, seria necessário entender o seu funcionamento, fazer uma campanha para aprender a operá-lo e depois então instruir os operadores para que pudessem cumprir a sua missão em campo. Para tal, foi montada uma estação rádio no prédio do comando do 1º GCC e outra em Santa Cruz, na sede do (1º/1º GCC) Esquadrão Profeta. Uma extensiva exploração técnica e operacional foi conduzida com o objetivo de prontificar a unidade em transmissão de dados usando como meio um enlace de HF. O novo equipamento resolvia o problema da queima do estágio de saída de potência dos rádios, pois este modem

permitia a fragmentação do arquivo, possibilitando com isso que o rádio saísse do estágio de transmissão em períodos predeterminados, e assim preservando a sua integridade técnica. Outra vantagem encontrada é que o software utilizado para fazer a transmissão de dados em HF era o mesmo PCPLUS. Isto permitiu que se utilizasse o mesmo TPC-30 que era empregado para transmissão via linha telefônica, facilitando sobremaneira a operação, uma vez que a interface era a mesma da utilizada com linhas telefônicas. O mais problemático era configurar o modem em função da qualidade do enlace HF encontrado no momento da transmissão. Mas, para operadores experientes, tudo era uma questão de adaptação. No ano de 1993 o COMGAR solicitou apoio para uma operação que seria conduzida a partir de Tiriós. Dadas as condições locais, uma vez que Tiriós não possuía linha telefônica, e energia apenas a partir de geradores, apresentou- se a grande oportunidade para se por em prática tudo aquilo que vinha se buscando. Equipamento pronto! Pessoal treinado! Montada uma estação em Tiriós e outra em Belém, deu-se início a operação. A partir daquela data todas as ordens eram encaminhadas por escrito através de arquivos gerados por computadores e devidamente criptografadas, garantindo a segurança das comunicações. Inúmeras mensagens foram trocadas nos dois sentidos – ordens e relatórios – aumentando consideravelmente a capacidade de comando e controle da operação. O funcionamento ocorreu de forma tão satisfatória que o Comandante do COMGAR enviou ao Comandante do 1º GCC uma mensagem de reconhecimento sobre os bons serviços prestados. A partir daquele momento o Esquadrão Profeta passou a atender todas as operações da Força Aérea com a mesma competência e qualidade em qualquer posição do território nacional. Contasse ou não com infraestrutura de telecomunicações. Passado este marco, e com o incremento da necessidade de cada vez mais trocar informações em tempo real, vários outros equipamentos passaram a fazer parte do acervo técnico do Esquadrão Profeta, tornando-o cada vez mais moderno e capaz de atender com maior eficiência todas as necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira. Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 21


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta Coronel-Aviador Celson Jerônimo dos Santos

Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (2002/2003) Atual Chefe do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR)

Grupo de Pesquisa e a Rede Profeta HF

mulheres desse EsquaO Comando de uma organização está equiparadrão valoroso de se unir e do ao trabalho executado enfrentar quaisquer desapor um maestro diante de fios e obstáculos. sua orquestra. O maestro Assim sendo, um grupo sabe da real importância inicial formado pelos, ende cada músico para que tão Tenente Marcelo, Seo seu conjunto obtenha gundo Sargento Ramos sons harmoniosos. (nosso professor Pardal) Os músicos, conhecee Terceiro Sargento Arradores dos seus instrues iniciou o levantamento mentos, acompanham das necessidades operaa regência do maestro, cionais e das capacidaà medida que as evoludes dos equipamentos do ções vão acontecendo. Esquadrão. Militar operando a Rede Profeta HF na CRUZEX V Um depende do outro. O Na verdade, o trabalho trabalho em conjunto é o realizado não se limitou responsável pela obtenção dos resultados positivos. ao serviço prestado por estes três militares. A interação Assim sendo, os 60 anos vitoriosos do Esquadrão Profoi total por parte de todos do efetivo. feta se devem ao trabalho harmônico entre os seus coDos resultados mais relevantes do trabalho criativo mandantes e seus comandados, ao longo da história. gerenciados pelo grupo de inovadores, destacaram-se, Cada Profeta, de ontem e de hoje, é o responsável didentre outros: reto pela importância que o Esquadrão tem para a Força • o estudo dos novos equipamentos recebidos (conAérea Brasileira e, porque não dizer, para o Brasil. fecção de manuais e apostilas e treinamento para Cada Profeta tem em seu interior a busca pelo algo os operadores e técnicos); mais e, por meio de sua criatividade e persistência, tem • a combinação das estações SISCOMIS e TELESAT superado as barreiras e projetado uma marca de respeito com a central telefônica de campanha (VOYAGER); e admiração por onde passa. Esse espírito sempre inova• a viabilidade para a transmissão de dados por dor foi a maior herança transmitida ao longo dos anos e meio dos equipamentos rádio HF RT-100, já em alguns fatos devem ser contados. processo de desativação, o que prolongou o seu No biênio 96/97, quando liderados pelo, então Majortempo de vida útil; Aviador Mauro Henrique Ramos Conti, aprendemos mui• a capacitação da viatura TOYCOM para a transmisto com as suas ideias e, em particular, de que deveriam são de dados; existir nas organizações algumas pessoas voltadas a • a concepção da REDE PROFETA HF. pensar somente no futuro, a fim de que o espírito inovaComo um capítulo à parte a ser enaltecido, a REDE dor pudesse florescer e as ações fossem implementadas. PROFETA foi uma solução, apresentada pelo então Esse pensamento se refletiu em muitos ganhos técni2S Ramos, que se pautava em um sistema de comucos e operacionais na época. nicação por correio eletrônico, implementada com a Cinco anos depois, seguindo os conselhos desse granutilização de rádio por frequência HF, possibilitando de Comandante Profeta, no dia 9 de setembro de 2002, aos Postos de Comunicações (PCOM), instalados em foi criado formalmente o Grupo de Pesquisa do Esqualocais desprovidos de meios de telecomunicações, sedrão Profeta, com a finalidade de estudar e apresentar rem capazes de enviar e receber e-mails de qualquer soluções viáveis para aumentar a operacionalidade do organização militar do Comando da Aeronáutica. Esquadrão. A rede revolucionou a maneira de se operar e otiA proposta da criação foi apresentada ao efetivo em mizou a distribuição dos equipamentos HF, o que uma reunião no auditório e a adesão ao grupo de pesquisa se fez de forma voluntária. Como já era de se esperar, proporcionou um aumento significativo na operaciomanteve-se a característica histórica dos homens e das nalidade do Esquadrão. 22 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta


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Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta

O 1o/1o GCC como Comando e Controle C2

Major-Aviador André Gustavo Fernandes Peçanha

Ex-Comandante do Esquadrão Profeta (2008 – 2010) Instrutor na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica (EAOAR)

de backup via tropodifusão, atentando para quais os A palavra “comunicação” significa “tornar comum, meios de migração de um para outro frente a problemas partilhar, conferenciar” e pressupõe, deste modo, que ou interferências durante as manobras, bem como por algo passe do individual ao coletivo, sendo um processo motivos estratégicos. ou função vital e, como tal, dinâmica e evolutiva. Falamos de tecnologias como a WIMAX (InteroperabiO Esquadrão Profeta tem a nobre missão de conectar Por Telma Penteado lidade Mundial para Acesso de Microondas, em inglês os pensamentos dos líderes e orientar as ações de coWorldwide Interoperability for Microwave Access), que mando, assessorando nossos dirigentes para a correta permitiria montar uma Operação CRUZEX sem a neceslinha de ação. sidade de cabeamento totalmente estruturado, o que auGraças ao empenho de equipes de pesquisadores limenta a velocidade do pronto da manobra. deradas pelos então Major-Aviador Jerônimo, TenenteA estratégia dos centros de gravidade, inicialmente Aviador Marcelo e pelo Sargento Arraes, foi feito um pensada por nada menos que o grande estrategista mitrabalho de modificação dos robustos rádios HF (rádios litar e teórico de guerra General Carl Phillip Gottlieb von de alta frequência, do inglês high frequency) para que Clausewitz (1780 – 1831), orienta na busca da anulação pudessem trafegar dados em formato TXT (arquivos de dos nós e das conexões dos sistemas de comunicações texto comum). e informações do inimigo, como sendo os prioritários. Esta ideia modificou o modo de operar do Esquadrão, A eficiência do “Modelo dos Cinco Anéis”, abaixo mosfazendo com que por longo período ele fosse o sustentrada, está fundamentada na conectividade entre eles, táculo das operações do Ministério da Defesa em locais cuja funcionalidade depende de um adequado fluxo de onde a rede de satélite, com maior capacidade, não estiinformações. Afetando um dos anéis a harmonia do convesse ainda instalada. junto ficará comprometida e poderá ficar fora de controHoje estamos focados no enlace satelital, nas bandas le. Portanto, o gerenciamento da informação é o elemenX e C, integrando telefonia, Internet, Intraer, voz, IP (Into fundamental para a praticabilidade da estratégia. ternet Protocol) e síntese radar, tudo isto com grande Nós somos coresponsáveis pela conexão de todos mobilidade, alcance e precisão, para que possamos dar os elos e círculos deste sistema, assim como o sansuporte a aqueles que gerenciam e protegem o País. gue é no corpo humano, permitindo que as informaO Esquadrão ainda tem a função de montar uma infrações fluam entre as lideranças, através de processos estrutura com mesas e cadeiras transportáveis sob medi(funções vitais), para nossa infraestrutura, população da e padronizadas em shelteres infláveis com climatizae forças posicionadas, tudo isto previsto na Doutrina ção e todos os equipamentos que dependem de energia Básica da FAB (DCA 1-1). são suportados e estabilizados por diversos geradores e UPS (Uninterruptible Power Supply) automáticos ou não, que, em caso de ausência de energia comercial, mantém toda a estrutura de comando e controle plenamente ativa. Não podemos nos esquecer nunca do backup e para isso continuamos investindo na pesquisa de melhores meios de comunicação por rádio VHF, UHF e HF e suas antenas, buscando adequar seu uso às necessidades dos Esquadrões de Voo desdobrados em locais distantes, para que estes, por sua vez, possam receber dados de alvos, trajetória de voo, atividades das forças do EB e MB, pontos de reabastecimento e escolta, relatórios de danos e informações de inteligência. Um grande desafio para o Esquadrão de comunicações será a integração de sistemas que Modelo dos Cinco Anéis abrangem o uso de satélites militares e sistemas Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 23


o d s e r e h l Mu

a t e f o r P o ã r d a u q s E Por Telma Penteado

Pioneirismo, além de trazer em si o ineditismo, é o símbolo da chave que abre as portas para o futuro. E o futuro, como se bem vê, é a matéria-prima do Esquadrão Profeta. Olhar para aquilo que se conquistou, aplicar no trabalho diário e, simultaneamente, vislumbrar o passo que será dado a seguir é a essência do 1º/1º GCC. É profetizar e concretizar. E neste contexto de ineditismo, está a Terceiro Sargento Monique da Silva Cardoso, Praça de 08 de julho de 2002, que foi a primeira operadora aerotática do Esquadrão Profeta. Atualmente Monique, que ainda faz parte do quadro de efetivo do Esquadrão, está em processo de transferência para o Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC). Hoje, prestam serviço no Profeta a Segundo Sargento SAD Renata Calheiros Rocha de Almeida (desde 2008), a Segundo Sargento SAD Janaina Scarpim de Souza (desde 2005) e a Terceiro Sargento BET Michele de Oliveira Ramalho (desde 2007). Fazer parte da Força Aérea Brasileira (FAB), para Scarpim era um sonho antigo. “Pertencer à FAB é a concretização de um ideal que eu tinha desde jovem. Apesar da grande concorrência para ser aprovada no concurso público para o Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS), com a ajuda de Deus, esforço e determinação, pude me tornar militar”. Para Scarpim o ingresso na carreira teve um sabor especial. Em 2002, após superar uma série de obstáculos, ela se tornou Sargento da Aeronáutica. Após sua formatura, Scarpim prestou serviço por três anos na Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica (CFIAe), pertencendo ao efetivo da Diretoria de Administração do Pessoal (DIRAP), antes de ser transferida para o Esquadrão Profeta. “O grande marco da minha carreira foi passar a integrar, em 2005, o 1º/1º GCC, atuando numa Organização Militar operacional. Meu trabalho é muito vibrante e gratificante. Nossa doutrina e característica operacional são perfeitamente compatíveis com mulheres e 24 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

(Acima) Terceiro Sargento Michele - (Abaixo) Segundo Sargento Scarpim


Terceiro Sargento Monique e a Segundo Sargento Scarpim na CRUZEX V

homens que, com empenho e vontade, acreditam na missão elevada do Esquadrão Profeta”, declara Sacarpim. Ao longo destes anos o que não falta é trabalho e aprendizado. Prestando serviço na aérea administrativa, Scarpim já desempenhou funções de Secretaria de Comando e, atualmente presta serviço na Seção de Pessoal. Por ter realizado cursos de qualificação operacional (no ano de 2006), Scarpim cumpre escala de serviço no Centro de Comunicações do Esquadrão, Tática Profeta, que fornece informações de serviço móvel aeronáutico. “Exerço, ainda, atividades regulares fora de sede como Operadora de Telecomunicações Aerotáticas, cumprindo a missão do Esquadrão, que consiste em instalar, operar e manter as comunicações e os auxílios à navegação aérea em locais desprovidos desses meios, com vistas a suprir as necessidades da Força Aérea em contexto aéreo no Teatro de Operações”, explica. Dentre as missões que marcaram sua carreira no ano de 2009, estão as de Natal (RN), Barbacena (MG) e de Canoas (RS), nas quais ela teve a oportunidade de operar vários equipamentos, como, por exemplo, os transceptores VHF, HF RT100, HF TW7000 e HF RT 7000, com transmissão de voz e dados. “Destaco o transceptor HF XK 2000 – último curso realizado por mim – com o qual realizo missões operacionais pelo Ministério da Defesa”. Vale ressaltar que

a 2S Scarpim é a única mulher que opera esse equipamento. Dentre as operações das quais fez parte, ela destaca as seguintes: Pampa, Charrua e Laçador (no Rio Grande do Sul); São Benedito (na Serra do Cachimbo – PA); Poraquê (em Manaus - AM); Mineirinho (em Barbacena - MG); Laguna (em Campo Grande - MS); e as CRUZEX IV e V (em Natal - RN). Realizada em novembro de 2010 em Natal, a Operação CRUZEX V reuniu as Sargentos Monique e Scarpim. O aprendizado foi grande, bem como o orgulho de ter podido atuar na Operação. “Por ter sido um exercício aéreo multinacional que reuniu meios das Forças Aéreas da Argentina, do Brasil, do Chile, dos Estados Unidos, da França e do Uruguai, pude aprender, por meio do intercâmbio de conhecimentos operacionais com Forças Aéreas estrangeiras, prover o apoio de comunicações aerotáticas num ambiente de combate, que constituiu na instalação, operação e manutenção de uma rede de equipamentos HF e VHF, mantida através de sete Postos de Comunicações distribuídos no Nordeste do Brasil”, comenta Scarpim. Mesmo não tendo trabalhado diretamente com a 3S Monique na CRUZEX V, o contato entre as duas foi muito especial. Para ela, Monique foi fonte de incentivo, pois, como Scarpim mesma disse, “ela foi fonte de incentivo, sempre demonstrando que a doutrina e a característica operacional do Esquadrão Profeta eram compatíveis com as mulheres que possuem entusiasmo e determinação no cumprimento das missões. E, de fato, as mulheres são muito bem vindas no Profeta. E para as futuras Profetizas, Scarpim deixa sua mensagem. “Às minhas amigas profetizas, tão capacitadas, desejo que continuem se superando e se destacando, alcançando cada vez mais ascensão profissional, superando qualquer dificuldade que possa surgir. Às mulheres que desejam entrar para o Esquadrão Profeta, incentivo muito a participar conosco da nossa valorosa missão! Que Deus nos abençoe!”. Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 25


s o d a i r e l a G

s o i r á r o n o H s a t e f o r P Brigadeiro-do-Ar Carlos Eurico Peclat dos Santos

Engenheiro Ângelo Antonio C. Canavitsas

Major-Brigadeiro-do-Ar Álvaro Luiz Pinheiro da Costa

Engenheiro Cláudio Silva de Macedo

Major-Brigadeiro-do-Ar Ailton dos Santos Pohlmann

Coronel-Aviador João Batista Oliveira Xavier

Major-Engenheiro José Eduardo M. da Fonseca

Capitão-Com Paulo César de Almeida Sachini

26 Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta

Coronel-Aviador José Alves Candez Neto

Major-Brigadeiro-do-Ar Luiz Paulo Moraes da Silveira


2010

Jubileu de Diamante do Esquadrão Profeta

O Esquadrão Profeta no Haiti Na noite do dia 14 de janeiro de 2010, a equipe do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º/1º GCC) – Esquadrão Profeta, composta pelo o Primeiro Sargento Mendes, o Segundo Sargento Tinoco e o Terceiro Sargento Edson, foi acionada para dar apoio de comunicações ao Hospital de Campanha no Haiti. Em meio às notícias sobre o terremoto devastador, a equipe se preparou para a missão. Não havia muitas informações, a meta era montar uma estação de comunicações por satélite – uma ETT SISCOMIS – ligando o Haiti ao Brasil, a fim de restabelecer as comunicações. No dia seguinte, às 15:00Z, enquanto a equipe ainda testava os equipamentos e se preparava para a possível missão, veio a confirmação: “decolagem às 22:00Z, deixem o que estão fazendo, vão em casa e tragam as malas, enquanto o restante do pessoal prepara o material!”. Não havia mais tempo. Deixaram seus familiares aflitos e partiram para a missão com o coração pulsando forte, pois além da difícil despedida, sentiram o peso da responsabilidade: estabelecer as comunicações em apoio as hospital de campanha da FAB (HCAMP), em um ambiente totalmente devastado e desconhecido. A decolagem só aconteceu às 18:00Z do dia 16 de janeiro direto a Boa Vista, onde pernoitaram e decolaram no dia seguinte às 10:00Z para a República Dominicana, pois não tinha autorização para o pouso em Porto Príncipe. Após horas de espera, finalmente decolaram às 04:00Z do dia 17 com destino a Porto Príncipe. Assim que chegaram, sentiram-se perdidos, pois não havia nenhum tipo de apoio e, muito menos, informações de como, onde e quando as ações seriam executadas. No pátio do aeroporto havia um movimento assustador de aeronaves e tropas de várias nações, além de diversas viaturas transportando feridos. Uma verdadeira cena de guerra. Viram na realidade aquilo que imaginaram durante a longa e cansativa viagem. Desembarcaram todo o material do Hércules e seguiram em comboio armado até a base do Batalhão do Exército Brasileiro no Haiti. No caminho, presenciaram cenas que os afligiram ainda mais: construções em ruínas, pessoas perambulando pela rua e grupos dormindo ao relento. Chegaram ao HCAMP na madrugada, onde procuraram uma barraca vazia e tentaram dormir, o que foi muito difícil, pois a ansiedade tomava conta de todos. Ao amanhecer, prontamente apresentaram-se ao militar mais antigo e começaram a trabalhar. No mesmo dia, todos os meios de comunicações com o Brasil estavam funcionando e, à noite, o HCAMP fez o seu primeiro atendimento, seguindo uma rotina dramática de amputações de membros, gritos no centro cirúrgico e pessoas procurando parentes desaparecidos.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do 1‘GCC

Esquadrão Profeta em operação no Haiti

Nos dias que se passaram, observando o que acontecia e muitas vezes ajudando na coordenação de atendimento aos pacientes, puderam sentir a dimensão dos problemas daquele povo. Alguns dias depois, nossos militares foram surpreendidos por uma nova experiência, uma das mais impressionantes forças da natureza, materializada na forma de um terremoto, com magnitude de 5,9 na escala Richter. Foi uma sensação assustadora, pela impotência diante do incomensurável poder da natureza. O Segundo Sargento Tinoco resumiu assim, em poucas palavras, o que estava sentindo: “caros Profetas, ainda não há como distinguir os sentimentos por estar aqui. O que podemos afirmar é que estamos cumprindo mais uma missão. Tivemos que aplicar os diversos conhecimentos adquiridos após anos de experiência, advindas do convívio e do aprendizado de todos, diante de uma realidade devastadora, uma verdadeira Guerra!”. MOBILIDADE, ALCANCE E PRECISAO, PROFETA, BRASIL! Jubileu de Diamante - Esquadrão Profeta 27


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