Manual de História do Brasil

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UNIDADE III – SEGUNDA REPÚBLICA

O caráter reivindicatório das posições defendidas pela delegação brasileira à IV Reunião de Consulta, no concernente à cooperação dos Estados Unidos para o desenvolvimento da América Latina, não foi episódio. Tais posições não foram abandonadas e evoluíram para a Operação PanAmericana de Juscelino Kubitschek. Tal como iria ocorrer de maneira mais elaborada na OPA, João Neves da Fontoura argumentou que a pobreza punha em risco a democracia no continente; daí a necessidade do desenvolvimento.72 À vista do exposto, concluiu-se que, nas relações internacionais do Brasil do decurso do segundo governo Vargas, aquelas referentes aos Estados Unidos predominaram sobre as relações com os outros países e ocuparam boa parte da atenção do governo e da opinião nacional. E os principais assuntos – IV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, Comissão Mista Brasil-Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico, acordo militar e Guerra da Coréia – estiveram intimamente relacionados e tiveram como pano de fundo uma questão maior: a cooperação do capital norte-americano para o desenvolvimento nacional. Mesmo na discussão da lei que criou a Petrobras, o ponto central do debate foi a participação do capital estrangeiro – nomeadamente o norte-americano – na economia brasileira.

72

D’ARAÚJO (1982, p. 138-41); BANDEIRA (1973, p. 325).

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