Jornal da Adufrj-SSind - Edição 863 - 13/10/2014

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13 de outubro de 2014

CULTURA Fotos: Marco Fernandes - 06/10/2014

A peça foi adaptada para a Copacabana dos anos 50. O cenário é a sala do apartamento de Quintino, comerciante que alimenta uma paixão por La Traviata

“O Diletante” é 100% UFRJ

Ópera construída em conjunto pela EBA, ECO e EM é aplaudida de pé no auditório do Centro de Tecnologia Últimas apresentações acontecem dias 16 e 17, em Macaé Filipe Galvão

Estagiário e Redação

“V

ocês não sabem do que é capaz um diletante”, canta o italiano encarnado por Cyrano Sales no palco do auditório do CT. Ou melhor: 150 diletantes. É esse o número de envolvidos na produção de um espetáculo que comemora os 20 anos do projeto Ópera na UFRJ. “Esse foi um trabalho especialmente interessante porque é 100% UFRJ, desde a composição até a montagem”, conta o responsável pela concepção cênica do espetáculo e professor do curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação, José Henrique Moreira. Adaptada da obra de Martins Pena (1815-1848) pelo compositor João Guilherme Ripper, O Diletante conta a história de Quintino, um comerciante apaixonado por ópera que vive em busca de um tenor para acompanhálo no dueto de La Traviata, do italiano Giuseppe Verdi (1813-1901). Trata-se da primeira comédia de Ripper, professor da Escola de Música. E também é a primeira vez que o projeto Ópera na UFRJ encomenda uma produção inédita. Para funcionar, é preciso vontade. A montagem contou com o diletantismo dos alunos, professores e técnicosadministrativos de três cursos

Mais antiga do Rio. Orquestra sinfônica da UFRJ, que também faz parte do espetáculo, completou 90 anos em setembro último da universidade: Belas Artes, Direção Teatral e Música. A grande quantidade de pessoas e o tempo exigido são característicos do gênero: uma ópera não se tira assim do bolso, sem mais nem menos. É um processo longo, complexo e que demanda sintonia entre orquestra, atores e produção. Lucas Ferreira, estudante do 3º período da Escola de Música, é um dos clarinetistas que fazem rodízio entre as apresentações. “Eu revezo com um amigo que também é aluno. Em alguns espetáculos eu toco, em outros é ele”. Segundo Lucas, dá para saber quando o público aplaude “por educação ou porque gostou”. Nessa apresentação no auditório do CT, que aconteceu no último dia 6 de outubro, o público aplaudiu de pé, por alguns minutos. Apesar dos ares anacrônicos, o espetáculo realmente

consegue cativar quem a ele assiste. Luiz Ramos, aluno de Engenharia de Bioprocessos do 6º período, foi um dos últimos a sair do auditório. “Ter uma ópera aqui no CT é bom para desintoxicar um pouco dos números e fórmulas. Além do mais, é difícil ter essa espécie de espetáculo longe da Zona Sul da cidade, então é uma grande opção de cultura”, diz.

Ópera deu início à 5ª Semana de Integração Científica

Cultura tem que circular mais na universidade

Para o professor José Henrique, obras como essa são o tipo de produção mais democrática que há. Uma pena que existam tão poucos espaços. “Tem que fazer essa área da cultura que se produz dentro da UFRJ circular mais aqui dentro e nas outras universidades”, diz. O Diletante encerra a turnê no Teatro Municipal de Macaé, com apresentações nos dias 16 e 17 de outubro.

Cyrano Sales no papel do italiano Quintino

O espetáculo marcou o começo da 5ª semana de integração acadêmica da UFRJ. A pró-reitora de Graduação, Angela Rocha dos Santos, exaltou na solenidade de abertura a importância social da iniciação científica: “O conhecimento que se gera aqui é para voltar para a sociedade, para ajudar na solução dos nossos problemas”. A semana estabelece um diálogo entre outros eventos que acontecem simultaneamente na universidade: o 11º Congresso de Extensão da UFRJ, a 6ª Jornada de Pesquisa e Extensão da UFRJ – Macaé e a 36ª Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Tecnológica, Artística e Cultural (JICTAC-–2014).


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