A Tardinha 03.03.2012

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SALVADOR, SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2012

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ANO 06

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Nº 335

EDITORA-COORDENADORA: NADJA VLADI / ATARDINHA@GRUPOATARDE.COM.BR

Semba

NO PÉ

Depois de cantar e dançar ao lado do pai, o cantor Magary Lord, Kalinde Maiara, 10, apareceu na TV e começou a dar autógrafos, mas no resto do tempo ela leva uma vida igual a de qualquer criança págs 4 e 5

SUPLEMENTO INFANTIL DE A TARDE. NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Gildo Lima / Ag. A Tarde


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A menina que não falava a verdade

Fazia sol no dia que Monali, 11, voltou para as aulas na Escola São Vicente

Era uma vez uma menina que não falava a verdade e nunca falava a verdade. Um dia, ela veio da casa de sua tia Ana e contou para sua mãe e sua família que viu a tia Ana se transformando em uma mula-sem-cabeça. Sua mãe infelizmente acreditou na filha. Teve outro dia que Alice disse que ia para a casa do pai, mas foi para a floresta. Sua mãe falava que a filha nunca mentia, mas na verdade ela mentia. ALAÍDE DOS SANTOS, 11, DA ESCOLA SÃO VICENTE ESCREVEU E ILUSTROU O CONTO

Stefany Mendes, 11, também desenhou a escola onde estuda

Que personalidade famosa você admira? Por quê?


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Por que meu nome é esse?

Escolher o nome de alguém não é como preferir frango ou almôndegas na hora de montar um sanduíche. Trata-se de uma palavra que vai marcar a identidade de uma pessoa por toda a vida. Por isso muitos pais inventam estratégias diferentes. Uns amigos do meu bisavô, por exemplo, lá em 1900,

deixaram o filho nascer e crescer para que escolhesse o próprio nome. Todos na rua e na família o chamavam de “menino”, até ele completar idade para se batizar. “Menino, cuidado pra não cair da árvore!”, “Menino, fique quieto na sala!”. Quando enfim virou um rapazinho, os pais se juntaram na sala e

pediram uma decisão. - Diga-nos, qual nome você quer? - Como assim? Eu já tenho um nome! Os pais estranharam: - Qual? - Ora essa... O meu nome é Menino! E daí em diante ele passou a se chamar Menino da Silva Fernandes.

Outro caso interessante é do meu colega ODLAVSO. Ele me contou que logo depois de nascer o seu pai foi registrá-lo no cartório. O problema é que o homem tinha uma memória de peixe. Esquecia tudo – data de aniversário, compromisso, dinheiro em caixa de banco. Até agenda tinham dado para ele anotar os

3 lembretes, mas sempre se esquecia de olhar. Escrever no braço também não servia, pois como tinha de ser uma mensagem curta, acabava não se lembrando do que ela queria dizer. A mãe do meu colega, então, teve uma ideia para que na hora do registro do filho o marido não se esquecesse do nome que queriam dar. Pediu para a sua avó bordar uma camisa com o nome na frente: “OSVALDO”. Pronto! Era só o pai do meu colega ir vestido com ela até o cartório e pescar no momento preciso. No entanto, não foi exatamente assim que aconteceu. Quando a atendente perguntou como o filho se chamaria, o pai do meu colega olhou para a camisa e não conseguiu ler. As letras estavam viradas para frente! Como tinha vergonha de seu problema de memória, não pediu à mulher que lesse o nome bordado. Em vez disso quis dela um espelho. Espelho?! Sim, um espelho. E conseguiu. Com o objeto nas mãos, foi até um cantinho do cartório e o colocou em frente à camisa. Sorriu de alívio! Agora podia ler! Lá no reflexo estava o nome do seu primeiro filho: ODLAVSO, o querido ODLAVSO! SAULO DOURADO, 22, É ESCRITOR E PROFESSOR DE FILOSOFIA


4 e5

SALVADOR, SÁBADO, 3 DE MARÇO DE 2012

TATIANA MENDONÇA

o lado a , 0 1 , Mairara rd, foi e d n i l o Ka agary L rnaval que M i a p do o do Ca ancinha ã ç a s n e d as m sua ndo Moda. o c u o s pas Inventa sua o ã ç n a eac sa em m n e p a l e se Agora, arreira, mas as c ir própria das brincade er esquec dar bastante tu e de es

a t n e v n i Ela

A D O M

moda o d n venta n i o d ai , liga v o d a a t g a u r de p do pl n a u s u m l b todo ata, e v t a n r a g g te ele rno e e e n t e g e , d e a t , r n t a la a od dm ho en u l o e m d ltloerfa o r j a e Aga t b o t ho s ixo d quisnevren a á b e t e u a q a a r oe n a deixa ermuda b , r doa jgeaitl a r h e t l s i sn, e e pa que qu d s o a u a s t e i e x e i p r j e do hdae, sdurp l sa, chá s kson, a c p a a r m e á J d s p o sint Ela também preicshaael hárepseau , rM cp u s r u on, e a s s o s d t k Eu me i participou do e e j d J o a d r á o programa p ã a es na m Esquenta!, na Rede a luz ac v u l , Globo, com o egã n Regina Casé. e d Durante o colar nuário

João Ja

/ Ag. A

ordeiro Mila C

TARDE

Carnaval, Kalinde cantou com o pai Magary Lord em cima do trio elétrico

bo

/ Tv Glo

o h n ra

Sempre que voltava da escola, Kalinde Maiara, 10, via o pai escrevendo músicas com um amigo. Um dia, ouviu os dois cantando assim: Colar de negão/ luva na mão/ Do jeito Michael Jackson. Na mesma hora, ela comentou: “Estranho, hein?”. Seu pai, o cantor Magary

Lord, resolveu colocar essa frase na música. Nessa época, ela tinha sete anos. Algum tempo depois, Inventando Moda, que ajudou a compor, começou a fazer o maior sucesso e Kalinde, virou artista. Desde o fim do ano passado, ela acompanha o pai em shows e programas de televisão – de todos, o

que mais gostou foi o Esquenta!, apresentado por Regina Casé na TV Globo. AUTÓGRAFOS

No Carnaval, ela até cantou e dançou em cima do trio elétrico! Kalinde adorou, mas confessa que depois de seis dias de folia bateu o maior cansaço. Mas como seu maior Gildo Lima / Ag. A TARDE

Com os irmãos Francisco Junior e Francine Morena, e três primos, ela vai montar sua própria banda

! n i e h

est

hein! h

sonho é ser cantora, ela vai montar uma banda, a Black Semba Kids, com os irmãos Francine Morena, 12, e Francisco Júnior, 15 e mais três primos. Eles já escreveram cinco músicas e logo, logo vão gravar um CD. Kalinde ficou tão conhecida que já está dando autógrafos. “Escrevo assim: ‘um abraço e um beijo, assinado Kalinde’. É muito legal”. Sua mãe, Jô Cardoso, conta que a filha canta desde pequenininha e que também adora tocar violão e bateria. Magary explica que Kalinde só se apresenta nos lugares onde crianças podem entrar. “E digo sempre para ela que a escola é mais importante”. Igualzinho na sua casa, não é?

a j n o p s E b o B e s a r i e d a c n i r b , a l o c s E

)e a série t r a u q no ( ar, uinto a adora estud ca. q a an áti que Esponj matem a conta b e o t B n e e sd alm ssa e el princip istória é qu esenho também pa d h mesmo oe de lia e s ã í s a ó i m S v m a e f l a te no o fã, mo su pinho até é muit a aluna. Sua m e m o t e ã t aká, co a chamam, n m K a u (el tim vas utador ma aiara). im, é ó que nas pro migos mosa, p o s a a c s M f m s a e e o o u d t c r d e n s fica la Kali dive tou ez. de ter ceu na Ilha as alou, e ter: @ ãe con ém se f t d r i b i m a w a a s m t ve e d u p e a o t g p n s u á A a e a s e o n r i d n t ha ou , que a vida E como astante aos ela só pistolin as que ganh Kalinde ica, tem um b o a c n i ran ar er se ded Kalinde está Muqui de Itap a de qualqu . , . s l a a a ra cas estudo Carnav parecid nça. Ela ado stá em os e o d a n i r do Qua outra c bicicleta no ar ven c i e f o e i d e d d pré gosta andar do seu ega. d n u o r a-p playg is de peg r tmos ma a c n i r m dos ri África. A u é a b de b O sem gola, na

Semba

bigada). s de An populare a umbigo (ou um ba ic do sem signif a união palavra é a b m e s ericana. O black negra am ida. a ic s ú m divert com a é livre e A dança


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TATIANA MENDONÇA

o lado a , 0 1 , Mairara rd, foi e d n i l o Ka agary L rnaval que M i a p do o do Ca ancinha ã ç a s n e d as m sua ndo Moda. o c u o s pas Inventa sua o ã ç n a eac sa em m n e p a l e se Agora, arreira, mas as c ir própria das brincade er esquec dar bastante tu e de es

a t n e v n i Ela

A D O M

moda o d n venta n i o d ai , liga v o d a a t g a u r de p do pl n a u s u m l b todo ata, e v t a n r a g g te ele rno e e e n t e g e , d e a t , r n t a la a od dm ho en u l o e m d ltloerfa o r j a e Aga t b o t ho s ixo d quisnevren a á b e t e u a q a a r oe n a deixa ermuda b , r doa jgeaitl a r h e t l s i sn, e e pa que qu d s o a u a s t e i e x e i p r j e do hdae, sdurp l sa, chá s kson, a c p a a r m e á J d s p o sint Ela também preicshaael hárepseau , rM cp u s r u on, e a s s o s d t k Eu me i participou do e e j d J o a d r á o programa p ã a es na m Esquenta!, na Rede a luz ac v u l , Globo, com o egã n Regina Casé. e d Durante o colar nuário

João Ja

/ Ag. A

ordeiro Mila C

TARDE

Carnaval, Kalinde cantou com o pai Magary Lord em cima do trio elétrico

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/ Tv Glo

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Sempre que voltava da escola, Kalinde Maiara, 10, via o pai escrevendo músicas com um amigo. Um dia, ouviu os dois cantando assim: Colar de negão/ luva na mão/ Do jeito Michael Jackson. Na mesma hora, ela comentou: “Estranho, hein?”. Seu pai, o cantor Magary

Lord, resolveu colocar essa frase na música. Nessa época, ela tinha sete anos. Algum tempo depois, Inventando Moda, que ajudou a compor, começou a fazer o maior sucesso e Kalinde, virou artista. Desde o fim do ano passado, ela acompanha o pai em shows e programas de televisão – de todos, o

que mais gostou foi o Esquenta!, apresentado por Regina Casé na TV Globo. AUTÓGRAFOS

No Carnaval, ela até cantou e dançou em cima do trio elétrico! Kalinde adorou, mas confessa que depois de seis dias de folia bateu o maior cansaço. Mas como seu maior Gildo Lima / Ag. A TARDE

Com os irmãos Francisco Junior e Francine Morena, e três primos, ela vai montar sua própria banda

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hein! h

sonho é ser cantora, ela vai montar uma banda, a Black Semba Kids, com os irmãos Francine Morena, 12, e Francisco Júnior, 15 e mais três primos. Eles já escreveram cinco músicas e logo, logo vão gravar um CD. Kalinde ficou tão conhecida que já está dando autógrafos. “Escrevo assim: ‘um abraço e um beijo, assinado Kalinde’. É muito legal”. Sua mãe, Jô Cardoso, conta que a filha canta desde pequenininha e que também adora tocar violão e bateria. Magary explica que Kalinde só se apresenta nos lugares onde crianças podem entrar. “E digo sempre para ela que a escola é mais importante”. Igualzinho na sua casa, não é?

a j n o p s E b o B e s a r i e d a c n i r b , a l o c s E

)e a série t r a u q no ( ar, uinto a adora estud ca. q a an áti que Esponj matem a conta b e o t B n e e sd alm ssa e el princip istória é qu esenho também pa d h mesmo oe de lia e s ã í s a ó i m S v m a e f l a te no o fã, mo su pinho até é muit a aluna. Sua m e m o t e ã t aká, co a chamam, n m K a u (el tim vas utador ma aiara). im, é ó que nas pro migos mosa, p o s a a c s M f m s a e e o o u d t c r d e n s fica la Kali dive tou ez. de ter ceu na Ilha as alou, e ter: @ ãe con ém se f t d r i b i m a w a a s m t ve e d u p e a o t g p n s u á A a e a s e o n r i d n t ha ou , que a vida E como astante aos ela só pistolin as que ganh Kalinde ica, tem um b o a c n i ran ar er se ded Kalinde está Muqui de Itap a de qualqu . , . s l a a a ra cas estudo Carnav parecid nça. Ela ado stá em os e o d a n i r do Qua outra c bicicleta no ar ven c i e f o e i d e d d pré gosta andar do seu ega. d n u o r a-p playg is de peg r tmos ma a c n i r m dos ri África. A u é a b de b O sem gola, na

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bigada). s de An populare a umbigo (ou um ba ic do sem signif a união palavra é a b m e s ericana. O black negra am ida. a ic s ú m divert com a é livre e A dança


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Física da

CANETA FÁBIO FREITAS

Olhando pelo mundo, o que não falta é coisa para se estudar. Mas enquanto a gente gosta de pensar em grandes problemas, de vez em

quando aparece algum bem pertinho da gente, que ninguém nem sabia que não entendia direito. Nós utilizamos canetas para escrever há mais de mil anos, mas até agora ninguém entendia

[ leia ]

direitinho como é que a tinta saía da caneta para o papel. Para entender isso melhor, alguns cientistas da Coréia do Sul resolveram olhar em todos os detalhes como isso

Quero Meu Chapéu de s Volta / texto e ilustraçõe a tor Edi / n sse Kla de Jon WMF Martins Fontes / 36 páginas / R$ 34 / r wmfmartinsfontes.com.b

acontecia. Eles deixavam a caneta em cima do papel e mediam o tamanho da mancha de tinta, passavam a caneta no papel e mediam o tamanho do risco e continuavam fazendo todo

7 tipo de desenho. Depois de tanto riscarem, eles olharam nos mínimos detalhes como é que o papel se comporta quando a tinta encosta nele, usando microscópios super poderosos para ver todos os detalhes. Depois de tanto trabalho, eles conseguiram explicar como é que o papel puxa a tinta da caneta, enquanto outros materiais, como o vidro, não conseguem. Pode parecer muito trabalho só para entender como funciona uma caneta que todo mundo já sabe usar, mas alguns segredos ficam tão escondidos que ninguém nunca sabe o que vai encontrar. Já pensou se eles conseguem fazer uma caneta que dura para sempre, sem nunca parar de riscar? FÁBIO FREITAS É FÍSICO E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

O sumiço do chapéu O chapéu do urso sumiu. Ou alguém terá roubado? Para saber a resposta ele sai a procura do seu objeto pela floresta e interroga a tartaruga, a toupeira, o sapo, a raposa e o coelho. Mas acaba confiando no que os outros dizem e não em seus olhos. No livro Quero Meu Chapéu de Volta, de Jon Klassen, essa busca é acompanhada de ilustrações tão expressivas, que até dispensam muitas palavras. Preste atenção em como muitas vezes as imagens dizem mais que o texto.


LAERTE

BRUNO AZIZ

ZIRALDO

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