NAB 2004................ 14 O que esperar do maior show de equipamentos
Evento......................... 24 Seminário mostra possibilidades do conteúdo móvel
Incentivos............... 32 Os planos do MinC para a Lei Rouanet
Gestão......................... 34 Os softwares que ajudam a administrar a produção
Sempre na Tela Editorial ������������������������������������������������ 3 News ���������������������������������������������������� 4 Scanner ������������������������������������������������ 6 Figuras ������������������������������������������������ 8 Upgrade ������������������������������������������� 12 Making of ��������������������������������������� 30 Videoshop ��������������������������������������� 37 Agenda �������������������������������������������� 38
Ajuda insuficiente Recursos públicos virão, mas não bastam para todos e criam racha nas TVs Pág. 16
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ano13nº137abril2004
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editorial No próximo mês de maio TELA VIVA realiza em São Paulo, pelo quinto ano, seu Fórum Brasil de Programação e Produção. É o único evento independente a reunir no mesmo espaço, para debater as questões comuns, representantes de todos os elos da cadeia de produção e distribuição de conteúdo audiovisual do País: emissoras de TV, andrémermelstein produtoras de TV independentes, produtoras de publicidade e de cinema, prestadores de andre@telaviva.com.br serviços, fornecedores de equipamentos, canais de operadoras de TV por assinatura, analistas e governo. O foco central do evento é a discussão sobre os caminhos que levarão à criação de uma indústria brasileira do audiovisual. E isto passa por vários aspectos. Inicialmente, o político: a visão do governo sobre o audiovisual, a criação da Ancinav, o projeto de regionalização da TV entre outras questões. Depois, questões de mercado, como a presença da produção independente na TV, a evolução dos acordos de co-produção para TV e cinema, a questão da distribuição de conteúdos e um tema que vem ganhando muita força: a exportação de produtos e serviços. Sabemos que há, no meio de produção, interesses antagônicos, e isso fica claro cada vez que há uma questão polêmica no ar, como a da matéria de capa desta edição, sobre a ajuda do BNDES às empresas de mídia, que vem causando discórdia entre os radiodifusores e reações de diversos setores da sociedade organizada. Por outro lado, há uma questão maior que todas estas, que é o interesse comum de todo o setor audiovisual de que se criem no Brasil as condições para que o audiovisual deixe de ser uma atividade quase artesanal (com honrosas exceções) e que ganhe profissionalismo e sustentabilidade.
Boas notícias chegam da parte de alguns fornecedores de equipamentos de produção. O mercado começa a perceber um reaquecimento nas vendas neste primeiro trimestre, com orçamentos na praça, tanto da parte de produtoras quanto de emissoras de TV. Reflexo não apenas do começo de um ano eleitoral, mas também do crescimento, em 2003, de 15,4% nas verbas de publicidade para TV aberta.
Diretor e Editor Rubens Glasberg Diretor Editorial André Mermelstein Diretor Editorial Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Gerente de Marketing e Circulação Gislaine Gaspar Administração Vilma Pereira (Gerente), Gilberto Taques (Assistente Financeiro)
Editora de Projetos Especiais Sandra Regina da Silva Redação Fernanda Pressinott (Repórter); Lizandra de Almeida e Márcia Amazonas (Colaboradoras) Sucursal Brasília Carlos Eduardo Zanatta (Chefe da Sucursal), Raquel Ramos (Repórter)
Arte Claudia G.I.P. (Edição de Arte, Projeto Gráfico e Capa), Rubens Jardim (Produção Gráfica), Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica). Departamento Comercial Almir Lopes (Gerente), Alexandre Gerdelmann (Contato), Ivaneti Longo (Assistente)
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Acompanhe aqui as notícias que foram destaque no último mês no noticiário online Tela Viva News.
Subsídio ao cinema europeu A Comissão Européia resolveu estender até junho de 2007 a resolução adotada em setembro de 2001 sobre a ajuda do Estado ao setor audiovisual. A medida original, váli da até junho de 2004, previa financiamen tos estatais à produção de cinema e TV. A extensão é resultado de pesquisa feita junto aos governos dos países europeus e profis sionais da indústria cinematográfica. Segun do o documento divulgado pela Comissão Européia, o audiovisual é um setor “particu larmente importante em termos culturais, tendo papel fundamental no desenvolvimen to de uma identidade européia, mas está sob considerável pressão externa”.
Lei Jandira Terminou sem uma posição consensual a reunião da Comissão de Regionalização do Conselho de Comunicação Social (CCS), que deveria votar um relatório sobre o Projeto de Lei 59/2003. Trata-se da proposta da deputa da Jandira Feghali (PC do B/RJ), que regula menta o artigo 221 da Constituição Federal. O impasse principal está relacionado com a obrigatoriedade de exibição de pelo menos um longa-metragem nacional por semana nas emissoras de televisão. Os representan tes das empresas de radiodifusão no CCS não aceitam esta obrigatoriedade, alegando a inconstitucionalidade da proposta. Segundo a conselheira Assunção Hernandes, representante do setor de cinema no CCS, na negociação realizada na Câmara chegouse a um meio-termo que não era o “projeto dos sonhos de ninguém”, não sendo possí vel, portanto, abrir mão de mais este ponto, considerado pelo setor como “o mínimo dos mínimos”. De seu lado, o conselheiro Paulo Machado de Carvalho Neto (presidente da Abert), representante das emissoras de rádio no CCS, em parte apoiado pelo conselheiro Roberto Wagner, representante das emisso
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ras de TV no CCS, argumentam que não existe nenhuma garantia por parte do setor de cinema de que haverá produtos com qualidade e preço que possam ser obrigatoriamente veiculados na televisão brasileira. O resultado foi uma troca de acusações. Daniel Herz, diretor da Fenaj e conselhei ro do CCS, que não é especificamente da comissão de regionalização mas partici pava do processo de negociação sobre o PL, informou que a Abert não se dispôs a dar prosseguimento às conversas, por que não concorda em hipótese alguma com a questão da obrigatoriedade de um filme nacional por semana. Herz diz ter recebido da Abert a informação de que não seria dado prosseguimento ao esfor ço conjunto para elaborar uma proposta de substitutivo para o texto do PL nº 59. A Abert, em resposta, diz que a entidade tem participado ativamente das discus sões e audiências públicas promovidas pelas Comissões Permanentes da Câma ra e do Senado e, mais recentemente, pelo Conselho de Comunicação Social.
Venda da Embratel Fonte de nível ministerial informa que o controlador da Telmex, Carlos Slim, quan do ligou para autoridades brasileiras para informar sobre a compra da Embra tel, estabeleceu o compromisso de dar ao governo uma participação decisiva na Star One. Desde o início falou-se que essa participação seria feita mediante uma golden share, que dá ao governo o direito de veto. Essa hipótese de utilização de uma gol den share é considerada mais factível por alguns especialistas do mercado. O governo garantiria o controle no proces so decisório em uma área considerada militarmente estratégica sem ter que desembolsar recursos para a reposição de satélites.
Nova programadora nacional A polêmica em torno do Canal Brasil, sua obri gatoriedade ou não para as operadoras de TV a cabo, a falta ou não de alternativa a ele e o poder excessivo ou não do canal na aquisição de conteúdo audiovisual nacional independente, ganha um novo ingrediente. Foi publicada no Diário Oficial da União do dia 22 de março, a Portaria nº 1/2004, da Secretaria para o Desenvolvimento das Artes Audiovisuais do Ministério da Cultu ra, credenciando a empresa Conceito A em Audiovisual, de Tereza Trautman, como pro gramadora para o sistema de TV a cabo, com o objetivo de “desenvolver programações para exibição de obras cinematográficas e audiovisuais brasileiras de produção inde pendente”. Até a edição da portaria, o Canal Brasil, dis tribuído pela Globosat, era o único canal cre denciado para preencher a exigência da Lei do Cabo de veiculação de um canal de con teúdo 100% nacional pelas operadoras de cabo. Esta regulamentação é a que obriga as operadoras a terem um canal dedicado exclusivamente ao conteúdo cinematográfi co independente.
Kassab presidirá Comissão de Comunicação Em sessão especial realizada na tarde de 23 de março, foram eleitos o presidente e os três vice-presidentes da Comissão de Ciên cia e Tecnologia, Comunicação e Informáti ca (CCTCI) da Câmara dos Deputados, mesa que deverá conduzir os trabalhos até o final deste ano. Por indicação do colégio de líde res, foram eleitos o deputado Gilberto Kas sab (PFL/SP) para a presidência e os depu tados Wilson Santiago (PMDB/PB), primeiro vice-presidente; Júlio Semeghini (PSDB/SP), segundo vice-presidente; e Dr. Helio (PDT/SP), terceiro vice-presidente.
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VJs animados
Rumo ao México
A série de animação “Mega Liga MTV de VJs Paladinos”, que estreou no ano passado com desenhos de dois minu tos cada, agora ganha vida própria na programação da MTV. Todos os VJs e apre sentadores da MTV ganha ram seu formato caricato, seus superpoderes e seu grande chefe, Cazé. Durante o ano passado foram 11 episódios que mostraram como cada um conseguiu seus superpoderes e, com isso, passou a integrar a “Mega Liga MTV de VJs Paladinos”. Neste ano, cada episódio terá 30 minutos de duração e contará uma história diferente a cada semana. A série será apresentada às segundas-feiras, 23h, intercalada com as outras atrações de animação.
A Moonshot Pictures , braço da TeleImage, fechou um acordo de US$ 2 milhões com a produtora mexicana Rio Negro, de Matthias Ehrenberg, de “Sexo, Pudor e Lágrimas”. O investimen to será feito no filme “Eliana em O Segredo dos Golfinhos”, com filmagens no Brasil e na Riviera Maia (México). O longa-metra gem entra em produção neste mês de abril e tem estréia previs ta para janeiro de 2005.
Piração da Digital 21 Carreira internacional O diretor Sérgio Rezende homenageia o grande cinema com seu novo filme, “Onde Anda Você”, que já faz carreira lá fora. Após ser exibido no Festival de Miami, foi convidado por outro, o Fribourg International Film, da Suíça. O filme, fotografado por Guy Gonçalves, remete ao universo de Fellini, mas em cenários nordestinos. Segundo o diretor, o filme é repleto de referências ao cinema italia no. A estréia em território nacional aconteceu no início de abril.
A Digital 21 foi a responsável por toda a comunicação visual do quadro “Piração”, do programa “Eliana na Fábrica Maluca”, da Rede Record. A vinheta, que tem dez segundos de dura ção, começou a ser veiculada em março, sempre antes da abertura do quadro comandado pelo repór ter Celso Cavallini. Esta é a pri meira vez que a Digital 21 faz um projeto do gênero para um progra ma da Rede Record. A equipe da produtora trabalhou cerca de dois meses no projeto que originou a criação de dois personagens: os adolescentes Demin e Atal.
Paulistas do peru A 3marias Produtora Cultural, de Americana/SP, começa em junho, no Peru, a pré-produção do documentário “Os Filhos do Sol”. Com duração de 52 minutos, o documentário tem o objetivo de desvendar os mistérios da cultura inca, estudar a civilização inca pela óptica da astronomia e suas contribuições para o conhecimento ocidental contemporâneo. A produção tem como eixo principal a famosa tri lha inca para Machu Picchu.
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Interestadual streou em março nas TVs do Sul do E País a campanha “Testemunhais Pou pex”, produzida pela Casanova Filmes e dirigida por Sérgio Glas berg. O filme, que promove a Pou pança Poupex exclusivamente para os consumidores da região, é uma produção interestadual. Explica-se: a Casanova está sediada no Rio Gran de do Sul; a agência responsável pela conta é de Brasília - a Nossa Agência Comunicação; o diretor do filme vem de São Paulo; e a peça é estrelada pelo ator global - e tam bém paulista - Paulo Goulart. Fotos: Divulgação
O assunto é Zafira
Da África streou em março, na grade do canal GNT, o documentário “Arte da E África”, produzido pela Fuzo Produções. Com direção de Bernardo Palmeiro, traz registros de imagens de obras-primas da arte africana e entrevistas com artistas e intelectuais, além de espetáculos e performan ces de grupos teatrais, mostrando a contribuição do continente africano à cultura universal. Tudo isso fruto da exposição Arte da África, que ficou em cartaz, entre os meses de outubro e dezembro de 2003, no Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio de Janeiro. A mostra quebrou recordes de público e atraiu mais de 750 mil visitantes, tornando-se uma das mais bem-sucedidas dos últimos tempos.
Marinheiros sedutores ntrou no ar no dia 1º de E abril, para arrebatar o cora ção das consumidoras de caldos da marca Knorr, o comercial “Barco”. O filme foi realizado com marinhei ros profissionais, no litoral de Santos, pela produtora O2. Seis pescadores num barco de pesca, em altomar, comentam as sauda des que sentem de casa, enquanto fazem uma refeição preparada por um deles (ape nas o cozinheiro é ator). A cada colherada de uma sopa, feita com o caldo Knorr de galinha, o barco se move com mais velocida de. Este é o primeiro filme do ano da marca KnorrCica e também é o primeiro de uma linha de produtos depois da anunciada união entre as duas marcas, em março do ano passado. A verba de marketing de Knorr Cica para este ano é de R$ 25 milhões, o que inclui a mídia TV, anúncios em revista, promoções e material de ponto-de-venda. O comercial foi dirigido por Nando Olival, com fotografia de Ricardo Della Rosa, cenografia de Fred Pinto e montagem/edi ção de Deo Teixeira.
Para lançar o modelo Flexpower da van Zafira, da Chevrolet, foram cria dos dois filmes pela McCann-Erick son inspirados no mundo animal. Os filmes comparam o cuidado da mãe no transporte dos filhotes com o veí culo no transporte de passageiros. A produção é da Jodaf, com direção de Michel Tikhomiroff, e direção de criação de Marcelo Lucato. A empresa também já prepara o lança mento do modelo 2005 do carro, e para dar início às ações contratou a CorpE Eventos Corporativos para organizar um megashow. Uma peça de teatro foi escrita e interpretada com exclusivi dade pela família Goulart, e um show com as cantoras Gal Costa, Simone e Daniela Mercury homenagearam os 90 anos de Dorival Caymmi. O evento foi direcionado para concessionários do Brasil e da Argentina.
Empreendedorismo A diretora Dainara Toffoli, da O2Dois, assina a direção da nova campanha da Giovanni,FCB para o Sebrae Nacional. O filme, intitulado “Fachada”, está sendo veiculado no intervalo do progra ma “Pequenas Empresas Grandes Negócios” e mostra uma loja vazia que vai sendo preenchida até se transformar em um verdadeiro negócio. A criação é de Humberto Junqueira, com direção de criação de Adilson Xavier, Cristina Amorim e o próprio Humberto.
Gilberto Miranda O diretor de cena Mauri cio Eça, ex-Cinema Centro,
é o mais novo contratado da Open Films. Eça dirige fil mes publicitários há cerca de cinco anos, período em que trabalhou para clientes como Gessy Lever, Nestlé, Minis tério da Educação, Ferrero Rocher, Telefônica e Unimed. Este ano, recebeu medalha de Prata no Fes tival de Nova York pela produção realizada
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Em sua casa em Cotia (SP), Gilberto Miranda tem um leão, uma tigresa e um chimpanzé, além de muitos cachorros, gatos e aves. Não se trata de um zoológico particular, mas de um elenco de primeira linha. Seus animais são estrelas de muitos filmes publici tários e de ficção. O chimpanzé Jimmy, por exemplo, aparece ao lado de Ana Paula Arósio nos recentes filmes de Embratel. A paixão de Gilberto por animais foi herdada da mãe. Desde pequeno, quando ainda vivia em Uberaba, Minas Gerais, sempre teve cães em casa. Com sete anos, a família se mudou para Santo André, em São Paulo. Ele então decidiu comprar um cachorro com seu próprio dinheiro e, para isso, arrumou um emprego numa padaria, trabalhando desde a madrugada. Comprou a pastora Keith. Pouco depois, com 11 anos, leu uma matéria no jornal sobre a arte de treinar cães. O entre vistado, José Francisco Dias Filho, era um dos maiores treinadores da região. Gilberto deci diu procurá-lo e pedir um emprego. Na hora em que me viu, ele disse que não. Disse que eu era muito pequeno e que não conseguiria agüentar o tranco. Respondi que trabalharia de graça, no horário que ele quisesse. Para me testar, ele pediu que eu estivesse lá no dia seguinte às sete horas da manhã. Às seis, eu já estava na porta. Durante um ano, Gilberto fez de tudo, sem poder dar ordens aos cães. Eu limpava, cuidava do canil, fazia comida para os cachorros. Ele me fez ralar para ver se eu desistia. Mas, para sua surpresa, passei no teste. Gilberto continuou trabalhando lá por quatro anos, até o falecimento do treinador. Nunca parei de estudar e, assim que pude, comecei a viajar para conhecer as técnicas.
Aos 17 anos, já era dono de uma escola de adestramento. Aos 20, cursando pedagogia, começou a tra balhar numa empresa de treinamento de executivos. Durante vários anos manteve os dois trabalhos, até que em 1987 foi convidado pelo diretor Ugo Giorgetti para trabalhar no cinema publicitário. Lar guei o trabalho com os executivos e comecei a me dedicar full-time ao cinema. Então fui a outros países aprender as técnicas, principalmente em relação a outros animais, já que
para a campanha do energético Hot Power, criada pela J. W. Thompson de Buenos Aires. Na área de video clipes, Eça já realizou trabalhos para artistas e conjuntos como o CPM22, Rodox, Claudio Zoli, Roberto Car los, Jairzinho Oliveira, Frejat, Racio nais MC’s e Engenheiros do Hawai. Além de atuar como diretor da Open, Eça está finalizando o docu mentário “Universo Paralelo” e começando a formular o roteiro de um longa-metragem.
A Cinemark do Brasil passou por uma reestruturação organi zacional, criando novos cargos e promovendo alguns de seus principais executivos. Entre as principais novidades está a cria ção das diretorias de marketing, programação e operações, que estarão sob a responsabilidade de Adriana Cacace, Ricar do Szperling e Paulo Rego, respectivamente.
Fotos: Gerson Gargalaka (Gilberto Miranda) e Divulgação
só conhecia bem o manejo de cães. Comecei a aprender a técnica de cinema, estudar a linguagem.
O treinamento consiste em fazer com que os animais fiquem à vonta de diante das câmeras e da grande quantidade de pessoas de um set de filmagem. Em geral, cachorros são mais fáceis de treinar. Felinos costumam ser mais independentes e, por isso, menos obedientes. O limite deles é menor e, mesmo que fiquem dias sem comer, às vezes não é só com a comida que eles obedecem. Se não quise rem, não vão fazer. E a gente precisa ter certeza de que vão res ponder. Isso acontece, na verdade, com a maioria dos animais selvagens. Tenho que pensar com a cabeça do animal, pensar como o leão, por exemplo, vai se portar diante de toda aquela gente e passar toda a confiança.
Ana Paula Imenez é a nova gerente da Buena Vista Home Enter tainment. Responsável pelo marke ting dos lançamentos em DVD e VHS da Walt Disney Brasil, Ana tem passagens pelas equipes da Warner, Top Tape e Columbia. Sua nova equipe é formada por Fernan da Valenti, Carla Pereira e Wilson Monteiro.
No caso de insetos e aves, as técnicas incluem o conhecimento das substâncias que podem atrair os animais. Seria leviano dizer que é possível treinar moscas, abelhas, sem que ataquem as pessoas. Temos que descobrir os feromônios, as substâncias que ajudam a controlá-los.
Se o animal não faz parte de seu plantel, Gilberto precisa passar algum tempo com ele para se conhecerem. E é claro que ele não tem todos os tipos de animais, mas já estabeleceu contatos em todo o Brasil. No filme Carandiru, por exemplo, precisávamos de cavalos bonitos e adestrados. Fui buscar uns andaluzes, do maior criador brasi leiro. Trabalhando com esses animais, sabemos que as pessoas podem chegar perto sem se machucar.
Uma das principais estrelas do casting de Gilberto foi o border collie Nicky, que faleceu em fevereiro. Ele foi o melhor amigo que já tive, e foi o primeiro border collie que veio para o Brasil, há 15 anos.
Com mais de cem trabalhos no currículo, incluindo filmes, novelas e comerciais, Nicky já tem netos e bisnetos no “show business”. Alguns até fazem coisas mais ousadas, mas nenhum tinha a maneira de agir do Nicky.
A paixão que herdou da mãe provavelmente será legada aos filhos. O pequeno Guilherme, com três anos, convive muito bem com as feras que tem em casa. Na escola, porém, ninguém acreditava que tivesse esses animais. Tirei uma foto do Guilherme em cima
Novidades no atendimento e no planejamento da Giovanni, FCB em São Paulo. Oleg Loretto é o novo executivo de contas de Sabesp; Débora Squassoni, que vem da WG Comunicação, é a executiva de contas da InteligTelecom; Renata Capurso, recém-saída da Grey Brasil, também será executiva de contas, de Nívea; e Rodrigo Gonzáles, da Lowe NY, é o novo assistente de planejamento.
Adriana Samara mudou-se para a Academia de Filmes Curitiba. Adriana, que está na Academia de São Paulo desde 1999, agora integra o grupo de atendimento liderado por João Pedro Albuquerque. A profissional assumiu em Curitiba no início do mês de março. Na sua trajetória estão passagens pela MPM:Lintas, Lintas:NY, McCann-Erickson, Espiral Fil mes, Produções Cinematográ ficas ABA e Lux Filmes.
da tigresa e mandei para a escola. Agora todo mundo sabe que ele não está mentindo...
Renato Lima é o novo diretor associado da Canvas. Lima trabalhou por sete anos na MTV, diri gindo programas como “MTV na Estrada”, “MTV Sport”, “Casa na Praia”, entre outros. Além disso, ele tem passagens pela Globo (“Sociedade Anôni ma”) e na Record (“Roleta Russa”). Atualmente Lima está desenvolvendo dois projetos na Canvas e ainda dirigindo o “Peneira 90”, programa promocional da Nike na MTV.
A Cinegrafika está renovando seu atendimento. Foram contrata das pela casa Daniela Biancolini e Jal Guerreiro. Daniela vem da paulistana Estúdio Preto & Branco e Jal vem da unidade carioca da Casablanca.
Luciano Callegari deixou a superintendência artística e de programação da Record e Del Rangel saiu da diretoria de teledramaturgia da rede. A emissora diz que o cargo ocu pado por Callegari ficará vago e as funções que ele exercia na emissora serão distribuídas entre as diretorias que compõem o organograma desta instituição. Callegari ainda não anunciou se voltará para o SBT, nem se irá para outra emissora. Quanto à saída de Del Rangel, a Record informa que a decisão foi con sensual entre as partes. Ele foi contratado em abril de 2001 e seu contrato estava firmado para três anos.
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Demonstração digital Vale a pena reservar um tempinho para ver a demonstração da Dalsa com os testes da câmera de cinema digital Origin. O material a ser apresentado inclui cenas do curta-metra gem “Le Gant”, que também será apresentado, desta vez integralmente, nos festivais de Sundance e Cannes. A demonstração contará com comparações entre imagens digitais e analógicas, já que o filme foi captado, simulta neamente e lado-a-lado, na Origin: primeiras projeções câmera digital e em película. A em público e comparação demonstração acontecerá no com película. dia 17, no Digital Cinema Sum mit da NAB 2004. Apresentada pela primeira vez na NAB 2003, apenas como protótipo, a Origin conta com um CCD de 8 megapixel (4k x 2k) com uma janela de área igual à do filme de 35 mm. Graças ao tamanho físico do sensor, a câmera é compatível com as lentes “prime” usa das nas produções em película, usando encaixe de lentes 35 mm PL. Além disso, pode ser usado um viewfinder óptico.
Recuperação de filmes
Kit de produção
A Thomson mostra na NAB o seu novo Grass Valley HD Production Kit. Para captação multiforma to, o kit HD inclui a câmera LDK 6000 mk II WorldCam. A câmera conta com três CCDs de 9,2 milhões de pixels e pode captar imagens HD com varredura progressiva em múltiplos formatos e frame rates. O kit também vem com o switcher multiformato Kayak HD 1 M/E. O equipamento é um lançamento da fabri cante que suporta material em alta definição 1080i e 720p e conta com 16 entradas. Além disso, o switcher pode trabalhar em HD e em SD, suportando tanto o formato SDI 525 (NTSC) quanto o 625 (PAL). O pacote vem ainda com o roteador Concerto, que, por ser facilmente expansível, permite trabalhar com formatos analógicos e digitais de áudio e vídeo. Ainda, com o processador Kame leon, também incluso, é possível fazer a up conversion e a down conversion do sinal. Para controlar todos os módulos do pacote, o kit vem com o sistema de con trole baseado em ethernet Newton. Já o armazenamento é feito por um servidor PVS 3000 Profile XP Media Platform, que pode dar saída tanto em SD quanto em HD. O kit completo é composto por: duas Kayak HD (acima) e LDK 6000 (no câmeras LDK 6000; um switcher digital alto) fazem parte do novo pacote Kayak HD; um roteador Concerto, que inclui da Thomson, o Grass Valley HD ainda controle de sistema Prelude e um painel Production Kit. de controle Encore; um processador Kameleon, que é composto por dois conversores SD-para-HD e um conversor HD-para-SD; um painel de controle Newton; e um servidor PVS 3000 Profile XP Media Platform com capacidade de 730 GB.
A Da Vinci Systems lançará no evento em Las Vegas a nova versão do sistema de recuperação de filme Revival. Esta é a quarta versão do sistema, que traz várias melhorias. Entre elas estão um upgrade nos controles de auto balance do módulo color enhancement, além de melhorias no automatic scratch (que tira arranhões dos filmes) e fer ramentas de estabilização. O módulo color enhancement agora permite manter o balanceamento de cores en quanto são feitos os ajustes de ganho e gama. Outra novidade é a possibili dade de customização de atalhos para teclado. Da Vinci Revival chega à quarta versão.
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Fotos: Divulgação
Novidades em todas as áreas A Sony apresentará uma série de novos produtos na NAB 2004. Entre eles está a câmera compacta HDC-X300. Trata-se de um equipamento com MFS-2000, switcher pacto, ideal para produtores e multiformato indicado radiodifusores que buscam por na transição para o HD. uma câmera “de entrada” na tecnologia HD. A nova câmera conta com três CCDs HD (1080 x 1440), conector Fiber para controle a distância e pode gravar a 24 quadros por segundo com varredura progressiva. Outra câmera que será lançada no evento é a BRC-300, um modelo compacto robotizado que combina três CCDs de alta definição e a possibilidade de controlar a distância pan, tilt e zoom. A BRC-300 pode fazer o movimento pan de até 340 graus e tilt em 120 graus. Usando lentes com foco automático, a câmera conta com zoom de até 48 vezes (12 vezes óptico e quatro vezes digital). A imagem pode ser captada tanto em aspecto 4:3 quanto em 16:9. Para controlar a câmera, a Sony lança o controle remoto RM-BR300, que usa o protocolo proprietário da Sony VISCA. Na área de acessórios para câmeras, a Sony apresenta um novo sistema de transmissão wireless. Voltada principal mente para a produção de notícias e cobertura de eventos, a nova tecnologia é lançada através de transmissores, o WLL-CA55 e o WLL-CA50, em que são conectadas câmeras e camcorders compatíveis da Sony, além do receptor WLL-RX55, equipado com dois tuners. Os transmissores e o receptor contam com, respectivamente, encoder e decoder MPEG-2, e trabalham com freqüência de 2,4 GHz. Além da tecnologia MPEG, o novo sistema wireless é compatível com os forma tos 525/60 e 625/50. Seguindo uma tendência de mer cado, a Sony lança um switcher multiformato para aqueles que estão começando a migrar para a alta definição. Com um preço acessível, o switcher MFSAnycast Station: um estúdio resumido em laptop.
2000 conta com tecnologia desenvolvida para as famílias MVS8000/DVS-9000, mas em tamanho mais compacto. Voltado para os mercados broadcast, corporativo e educacional, e com aplica ções de pós-produção ao vivo e unidades móveis, o equipamento conta com três opções de controle. O primeiro controle conta com configuração 1 M/E e 12 botões; o segundo é 1.5 M/E e também oferece 12 botões; o terceiro também é 1.5 M/E, mas com 20 botões. O processador fica insta lado em uma caixa de três RU (unidade de rack). Com opcionais como o plug-in DME de canais, que inclui efeitos não-lineares e corretor de cores RGB, elimina a necessidade do uso de hardware adicional de efeitos. Alem disso, o switcher conta com um painel touch-screen e fonte redundante de força. Uma solução que chega para Nova câmera robotizada BRCfacilitar a vida daqueles que 300, de alta definição, e seu controle remoto, o RM-BR300 produzem eventos ao vivo e on (abaixo). site é o sistema Anycast Station. Trata-se de um equipamento com switcher de seis entradas; mixer de áudio de seis canais; gera dor de efeitos especiais; monitor de preview; controle remoto de pan, tilt e zoom para câmeras robotizadas compatíveis com a interface Sony VISCA; saída em RGB para visualização de conteúdo em um PC ou proje tor; e um encoder e servidor para webcasting e streaming. Tudo isso em um equipamento do tamanho de um laptop. Além disso, o Anycast Station aceita diversos tipos de mídia, podendo variar o formato e a definição.
NAB 2004
Digital para todos
P
Feira está recheada de opções
Produtoras e emissoras de TV começam a esquentar os motores para a próxima NAB, que acontece de 17 a 22 de abril em Las Vegas, EUA. A feira deste ano acontece em um momento em que o mercado brasileiro de equipa mentos e sistemas para produção começa a experimentar um certo reaquecimento, motivado, entre outras coisas, pela abertura da temporada eleitoral em todo o País. Além disso, a digitalização de processos, especialmente nas emissoras de pequeno e médio porte, começa a ficar mais viável graças à queda nos preços de equipamentos. Segundo Daniela Souza, diretora comercial da AD Line, este é o ano do HD. Tanto os fabricantes de câme ras quanto os de sistemas de suporte, como equipamentos de edição, redes, storage e outros, vêm praticando preços bem mais em conta. Ela cita como exemplo o sistema Liquid Chrome HD da Pinnacle, que trabalha com alta definição e sai por menos de US$ 40 mil, um valor inima ginável há um ano. Ou então a versão HD do padrão DV, outra novidade, que trabalha na proporção de tela do HD, com uma qualidade muito superior à do DV normal. Para os finalizadores, a expectativa também é grande em relação ao HD. O diretor técnico da Link Digital, Aarão Marins, diz que espera ver este ano as novas tecnologias para cinema digital. Segundo ele, o mercado cada vez mais busca por serviços de finalização em HD e em dados. Entre os equipamentos que quer avaliar no evento estão os modelos HD de transfer, telecines, além das versões mais recentes do Fire e do Smoke. Para as emissoras o digital, mesmo em standard definition, também começa a se mostrar uma opção van tajosa. Os sistemas integrados de servidores de vídeo, editores de news, geradores de caracteres e TP e sistemas de armazenamento e exibição acabam sendo mais econô micos, no médio prazo, que o gasto atual com pessoal e
Evolução da DTV nos EUA ainda é lenta Domicílios com TV Domicílios com TV paga Domicílios com TV digital
14 tela viva abril de 2004
Fonte: FCC e NAB
111 milhões 94 milhões (85%) 9 milhões (8%)
para produtoras e emissoras, a preços cada vez melhores.
materiais, sem falar na agilidade que os sistemas permi tem, explica Daniela, da AD Line. Como em todos os anos, a SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão e Telecomunicações) pro move, nos dias 19, 20 e 21, sempre às 7h30 da manhã, o encontro SET e Trinta. Segundo Olímpio Franco, coordenador do encontro, o destaque este ano serão as apresentações dos representantes dos três padrões de TV digital terrestre, que falarão do estágio atual de desenvol vimento da DTV em cada bloco, EUA, Europa e Japão. Pelos EUA, a apresentação será de Michael Petricone, vice-presidente de políticas públicas da CEA (Consumer Electronics Association), a associação dos fabricantes de eletrônicos de consumo, que dará um panorama da venda de receptores HDTV no país. O representante da NHK fará a apresentação “Digital Terrrestrial Broadcas ting Status in Japan”, sobre os primeiros passos da DTV no país asiático, onde o problema vem sendo a pouca cobertura dos sinais, ainda não disponíveis a toda a população. Finalmente, pelo bloco europeu, o engenhei ro Peter McAvock, do DVB, explicará as novidades do padrão, em especial o GEM (Globally Executable MHP), especificação padronizada pela ETSI para televisão inte rativa, e o DVB-H, especificação do padrão para uso em dispositivos móveis. Foto: Arquivo
andrémermelstein* andre@telaviva.com.br
Fique de olho Confira os temas que devem render mais novidades na NAB 2004 Cinema digital Rádio digital Storage e archiving Integração de sistemas Evolução do DVB e ATSC Barateamento do HD Câmeras sem fita (captação em disco rígido, CD ou cartões de memória)
Haverá ainda exposições de diversos fabricantes de equipamentos e prestado res de serviços, que exporão seus últimos lançamentos em sessões exclusivas para os engenheiros brasileiros, como Thom son, PanAmSat, Tandberg, Loral, Star One, Sony, Libor e Embratel. Para o presidente da SET, Roberto Franco, a NAB é uma oportunidade
especial para se trocar experiências, ver cases e conhecer aplicações inovadoras de todo o mundo. Dentre os assuntos que valem a pena ser observados ele men ciona o desenvolvimento da TV digital no mundo e a convergência com outras mídias, como o celular. Confira alguns lançamentos da NAB 2004 na seção Upgrade especial pré-NAB, à página 12. Na marra Como nos anos anteriores, um dos assuntos dominantes entre os broadcasters norte-ame ricanos é o ainda lento desenvolvimento da TV digital no país. A polêmica promete ser quente este ano, pois há uma ameaça de que os radiodifusores sejam forçados a desligar seus sinais analógicos antes do prazo espe rado, por pressão de Michael Powell, chair man da FCC. Pela regra da transição para a TV digital nos EUA, os broadcasters de uma localidade
devem acabar com a transmissão analógica quando 85% daquele mercado for capaz de receber os sinais digitais, seja pelo ar ou por outros meios. A idéia que Powell está submetendo ao Congresso dos EUA é permitir que as ope radoras de cabo convertam os sinais digitais para analógicos. Desta forma, seus assinan tes contariam para o total de domicílios capa zes de receber a DTV, acelerando em talvez alguns anos até a chegada à cota de 85% (veja os números no box à pág. 14). Hoje só são contados os espectadores que tenham receptores digitais, não importa o meio pelo qual recebam os sinais. Obviamente, a reação dos radiodifusores não podia ser pior, pois estão ameaçados de perder milhares de espectadores. Além disso, os assinantes de cabo não receberiam a programação em HDTV e multicast, na qual as emissoras vêm investindo há anos.
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* Colaborou Fernando Lauterjung
Chegou a hora O governo decidiu que vai ajudar as empresas de comunicação em crise financeira. Por trás de um discurso estratégico, abre-se uma guerra entre as emissoras e surgem as frustrações com uma aparente “política imediatista”.
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Tudo começou com uma frase dita por José Dirceu durante o período de transição, logo após a vitória de Lula nas urnas: “o setor de comunicação é uma questão de Estado”. A frase de Dirceu resumia o que já naquela época estava na cabeça dos líderes do governo e foi o pre núncio do que nos próximos meses se concretizará como o primeiro programa de ajuda financeira estatal ao setor de mídia. Serão R$ 4 bilhões do BNDES a três linhas de financiamento para as empresas de comunicação: uma para investimentos, uma para a compra de papel e uma terceira (a mais polêmica) para recapitalização das empre sas e pagamento de dívidas. Mas, ao contrário do que se poderia supor no momen to em que José Dirceu deu a senha para que o governo ajudasse o setor de comunicação, não existe um proje to político de reestruturação do setor de comunicação social (veja matéria na página 22). Bandeiras de antigos programas de governo do PT e reivindicações históricas dos movimentos ligados ao partido como democratização dos meios, pluralidade, incentivos ao conteúdo nacional etc. estão, aparentemente, guardadas para um segundo momento. O que está em curso é um programa de ajuda financeira, e ponto final. O projeto do BNDES é um programa expressivo para as linhas do banco. Maior, por exemplo, do que os R$ 3,6 bilhões que estão sendo designados pelo banco como parte da recém-anunciada política industrial no tocante à aquisição de bens de capital, insumos para fabricação de remédios e financiamento para desen volvimento de softwares, tidos como prioritários pelo governo. Mas é pouco perto do tamanho das dívidas e neces sidades do setor de comunicações. Só as dívidas dos
grupos Globo, Abril, RBS, OESP, Bandeirantes e Folha de S. Paulo (os seis maiores) somam mais de R$ 8,6 bilhões. Somando-se as outras dívidas, chega-se a R$ 10 bilhões. E os R$ 4 bilhões que o BNDES tem para emprestar para o setor ainda serão divididos entre as três linhas. A palavra-chave em toda essa discussão é “estratégi co”. Os grupos de comunicação colocam-se como estraté gicos, o governo encara o setor como estratégico e, partin do-se desse princípio, buscou-se a viabilização do progra ma. “É um dos maiores ‘abacaxis’ que o BNDES já teve que descascar”, reconhece um alto funcionário do banco. Há quem diga dentro do próprio BNDES que o programa de ajuda à mídia demandou a checagem completa (e, em alguns casos, revisão) das regras vigentes para que fosse viabilizada, especialmente a parte de refinanciamento de dívida das empresas, uma modalidade até hoje não aten dida pelo banco estatal. Estratégia “Assumimos em 2003 e detectamos que havia uma crise no setor de comunicação, que até então havia consegui do caminhar muito bem sem a ajuda do Estado. É um setor estratégico que agora precisa de ajuda. Nosso papel é dar às empresas nacionais de capital nacional condi ções de crescerem. O BNDES tem programas especiais para alguns setores. São setores em que convidamos as empresas a entrarem e participarem. E isso será feito para as comunicações”, explicou Darc Costa, funcioná rio de carreira e vice-presidente do BNDES, ao justificar no Senado Federal o projeto do banco para o setor de comunicações. As linhas gerais do que o governo conseguiu dese Fotos: Arquivo
do $O$ à mídia samuelpossebon samuca@paytv.com.br
nhar estão nas novas políticas operacio nais do BNDES publicadas com algumas alterações no dia 1º de março deste ano. Lá, está dito claramente que o setor de comunicação pode contar com a ajuda financeira do banco. E está dito também que essa ajuda tem que ser indireta, ou seja, através de bancos repassadores. Essas políticas são o roteiro a ser seguido pelo BNDES. Não deve haver, portan to, nenhuma surpresa. Imaginou-se, por exemplo, que o banco exigiria contra partidas sociais ou analisaria o perfil da programação de uma rede de TV antes de decidir pelo empréstimo, priorizando, por exemplo, aquelas com maior percen tual de conteúdo nacional. O emprésti mo do BNDES não será condicionado a determinados tipos de programação, nem serão exigidas cotas para produção
regional, jornalística, cultural ou infor mativa. Segundo Alan Fischler, gerente de telecomunicações do banco e um dos responsáveis técnicos pela chamado “Pró-Mídia” (codinome do projeto), exis tem outros fóruns mais apropriados para que esses pontos sejam debatidos. “Não cabe ao BNDES, e nem faz parte de suas políticas, definir, subjetivamente, o que é ou não mais adequado.” Papagaio O ponto crítico do programa de ajuda do BNDES às empresas de comunicação não é mais técnico, não está nas regras do banco nem em dificuldades no Congres so Nacional. Tampouco vem da opinião pública que, aliás, praticamente não rece be informações sobre o Pró-Mídia dos órgãos da grande imprensa. O epicentro
da turbulência vem do relacionamento entre os próprios grupos de comunicação. Record, SBT e Rede TV! são “frontal mente, radicalmente” contra a ajuda do BNDES para refinanciamento das dívidas das empresas de mídia. As palavras des tacadas são de Marcelo Fragali, vice-pre sidente da Rede TV!. Pela lógica das três redes, a Globo, que é a mais endividada e, portanto, seria a mais beneficiada, endivi dou-se para ter o monopólio. Ajudá-la a pagar essa dívida seria ajudar a manter a concentração das verbas publicitárias e a atrofia dos grupos concorrentes. A Globo rebate: “Nós não estamos contando com o dinheiro do BNDES para pagar nossas dívidas. Estamos contando apenas com a nossa competência. A renegociação com nossos credores está indo muito bem no que se refere ao reequacionamento espacial do endividamento”, diz Evandro Guimarães, vice-presidente de relações institucionais da TV Globo. “Se uma empresa tem dívidas e pretende pagá-las, certamente vai deixar de investir por um tempo para poder acertar com seus cre dores. Quem não tem dívida, vai investir seu lucro e com isso pode se aproximar de quem é líder. É bom que haja concorrên cia, e desejamos que isso se faça dentro de regras claras, dentro da lei”, completa Guimarães. A oposição das três redes que discor dam dos planos do BNDES é grande. Vêem aí a chance de ganhar algum espa ço, de tirar da Globo uma parcela dos 78% das verbas publicitárias para TV con troladas pelo grupo da família Marinho.
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Talvez por isso a Record tenha dedi cado 40 minutos de sua programação, em horário nobre, no dia 1º de abril, a um programa sem intervalos comer ciais em que atacava violentamente o Pró-Mídia. “O uso de recursos do erário públi co para saldar dívidas é inadmissível. O tamanho das dívidas que estão aí é proporcional ao monopólio exercido por quem tem o maior endividamen to”, diz Dennis Munhoz, presidente da Rádio e Televisão Record S/A. “A Globo, apesar de sua indiscu tível qualidade, fez dumping com a compra de direitos, por exemplo. Dis cordamos que esse financiamento seja usado para pagar dívidas”, diz Marce lo Fragali, da Rede TV!. “Hoje a principal emissora tem 50% da audiência e 80% da verba publici tária. Somos todos obrigados a viver com os 20% que sobram. É essa situa ção desigual que impede que as demais redes se lancem a novas iniciativas de produção. Mas essa é uma questão de mer cado que podemos recorrer ao Cade. O ano passado foi péssimo para o setor, mas a Globo diz ter tido lucro de R$ 600 milhões na TV. Quem tem esse lucro não precisa de financiamento”, diz Luiz Sebastião Sandoval, presiden te do SBT. Novos tempos Usar o dinheiro do BNDES para pagar dívidas é algo polêmico, sem dúvida. Mas é verdade também que hoje o BNDES vive um momento muito diferente de alguns anos atrás: o banco precisa lidar não só com necessidades de investimen tos, mas também com o fato de que a maior parte das empresas está ten tando digerir os tombos cambiais, as contas adquiridas durante a euforia do crédito fácil da segunda metade da década de 90 e da recessão mundial do começo dos anos 2000. Dizer que o BNDES vai pela primeira vez, com a ajuda ao setor de mídia, ajudar empresas a pagar dívidas não é verdade. O mesmo tipo de ajuda está sendo dado a empresas do setor elétrico, com a diferença que lá muitas delas tiveram ajuda do próprio banco para investirem.
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Para Alan Fischler, do BNDES, um dos problemas para formatar a operação são as garantias exigidas pelo banco.
“A economia só se movimenta se tiver crédito. Crédito gera poupança. É assim que o capitalismo avança. Paga mento de dívida também é crédito. Eu acredito nisso, acredito que não existe capitalismo só com equity”, diz Darc Costa, ao defender os motivos que estão levando o banco a abrir essa linha de crédito polêmica. Segundo Darc Costa, a não ser que o Congresso se manifeste de maneira diferente, os financiamentos serão repas sados de forma indireta, ou seja, por meio de instituições intermediárias, para que seja uma relação mais transparen te e independente entre as empresas de mídia e o banco. Além disso, deixou claro que a linha para refinanciamen to de dívidas terá um custo mais alto do que as demais, por se tratar de uma situação excepcional. O financiamento indireto, por um banco repassador, traz em si dois proble mas imediatos: o custo do empréstimo sobe, porque há um intermediário, e as garantias exigidas podem ser maio res, já que os bancos seguirão suas linhas normais de análise de crédito. Falar em garantias para empresas de comunicação é complicado. Uma emis sora tem câmeras, switchers, estúdios, transmissores, que pouco valem sem o esforço de produção e comercialização por trás. Aliás, é esse o drama dos credores da
Globopar. A holding do grupo Globo, por meio da qual a maior parte da dívida de quase US$ 2 bilhões foi adquirida, deu como garantia o Projac. É o maior centro de produção audiovisual do hemisfério Sul, uma fábrica de onde saem novelas, minisséries, telejornais, programas de auditórios, reality-shows... Mas o Pro jac não vale muito sem a própria Globo por trás. Alan Fischler, do BNDES, reconhe ce que um dos principais problemas hoje enfrentados por empresas que querem recorrer ao banco é a questão das garan tias exigidas, principalmente no caso de empresas pequenas. Fischler ressaltou que esse ponto está sendo considerado, que já existem algumas alternativas, como os fundos de aval, mas que outras soluções precisarão ser buscadas. Três linhas Sobre as três linhas de crédito que estão sendo desenhadas, Costa explicou que cada uma delas tem características espe ciais. “A linha de financiamento para investimentos é mais simples e envolve também a questão dos fabricantes de equi pamentos, inclusive para TV digital. A linha para compra de papel envolve uma política de nacionalizar o papel usado pelas empresas. E a linha de refinan ciamento de dívida é mais complicada, envolve credores, estruturas societárias diferentes.” As associações Abert, ANJ e Aner, representando os setores de radiodifu são, jornais e revistas, respectivamente, ao apresentarem seu pedido de criação de uma linha especial pediam que o BNDES não colocasse um intermediário nos empréstimos para pagamento de dívi da. Isso porque, se houver um terceiro, cria-se uma situação semelhante à de alguém que quer pagar um cartão de crédito usando outro cartão. Mas tudo indica que o BNDES não vai acatar esse pedido, pois seria difícil dar garantias de transparência ao processo se as negocia ções fossem diretas entre o banco estatal e as empresas. Um ponto que ainda não foi colo cado, pelo menos publicamente, em discussão pelo BNDES e que promete esquentar o debate diz respeito à ges
tão das empresas. Darc Costa come çou sua fala ao Senado, em março, lembrando que os grupos de comuni cação são, tradicionalmente, geridos por estruturas familiares que dão muito mais importância a aspectos artísticos do que administrativos, e que está aí uma das causas da crise. Não quis necessariamente dizer que o BNDES vai exigir gestão profissional das empresas. Mas quem já tomou dinheiro do banco sabe que auditorias são exigidas e, em caso de participa ção societária, também assento em conselhos e até em diretorias. Os credores da Globo e da Bandei rantes, por exemplo, já colocaram esse problema para as empresas em diver sas ocasiões. No caso das empresas de radiodifusão, os cargos de direção têm que ser registrados no Ministério das Comunicações. A Constituição manda que apenas brasileiros natos ou natura lizados sejam responsáveis por decisões de programação. Tudo isso impõe restri ções a mudanças na gestão das empre sas e, portanto, pode dificultar o progra ma de ajuda do governo às empresas de mídia. Vale lembrar que a primeira coisa dita por Darc Costa às empresas de comunicação, ao receber o pedido de ajuda, foi justamente sobre as garantias de que as empresas não cometeriam os mesmos erros gerenciais. Um dos argumentos colocados pela Record na sua batalha para que o BNDES não financie a dívida das empresas de comunicação (nesse caso,
entenda-se Globo) são justamente esses supostos erros gerenciais. Como o de pagar US$ 240 milhões pelos direi tos da Copa do Mundo de 2002, quan do o México pagou US$ 18 milhões. O grupo, sempre que é colocado contra esses argumentos, se defende: a TV Globo é uma empresa lucrativa e que depende da sua qualidade de produção para manter o market share, e isso custa. Para credores e analistas de investimentos (e, eventualmente, para o BNDES), as prioridades são outras. Aliás, vale lembrar que quando o BNDES topou participar, como credor e acionista, do processo de recapitali zação da então Globo Cabo (Net Servi ços) ganhou poder de veto sobre todas as questões que envolvessem compra de programação pela operadora. Intrigas Mas a briga entre as emissoras em torno do programa de ajuda do BNDES tem outras nuances, mais discretas. Como reação, Globo e Bandeirantes (as mais atacadas) devem colocar ao governo que dívidas com impostos e contribuições sociais também devem ser levadas em conta. Segundo o sena dor Hélio Costa (PMDB/MG), há pelo menos uma emissora com R$ 200 milhões de contas com o governo para serem pagos pelo Refis em 100 anos. Provavelmente, ele fala em referência a uma suposta dívida da Record. No Senado, Johnny Saad, presiden te do grupo Bandeirantes, questionou veladamente a origem do financiamento de algumas emissoras. Provavelmente, referia-se aos recursos provenientes de doações de caridade recebidas por gru pos religiosos. Com essa posição, que já era pública, Saad defende a cobrança de impostos sobre esses recursos quando usados para fins comerciais. É uma alfi netada na Record. Mas pode ser também no grupo Silvio Santos, que tem também carnês e tele-loterias como forma de financiamento. O fato é que os grupos de comuni cação que defendem a proposta atual do BNDES contam com apoio em
Johnny Saad, presidente da Band, questionou velada mente a origem do financiamento de algumas emissoras.
massa do Senado e, provavelmente, terão apoio da Câmara nessa batalha. O documentário da Record contra a ajuda do BNDES só conseguiu voz contrária junto a Heloísa Helena, João Fontes e Luciana Genro, exradicais do PT expulsos do partido. Jefferson Perez (PDT/AM) também se manifestou cauteloso com relação ao Pró-Mídia: “Temo que, ao se torna rem devedoras do governo, as empre sas de mídia percam o senso crítico”, disse o senador à peça da Record. O tom de cautela também saiu da boca do senador Eduardo Suplicy (PT/SP), mas sem maiores restrições. Na pri meira audiência realizada no Senado, todos os senadores apoiaram a inicia tiva, apenas com restrições pontuais. Garantia dos empregos, interesses estratégicos do País, cultura nacional, tudo isso serviu de argumento para apoios de todas as linhas ideológicas. De senadores como Roberto Satur nino Braga (PT/RJ), que em outros tempos foi considerado inimigo de Roberto Marinho (ele foi em 1970 o relator da CPI da Time-Life, que investigou o acordo entre o grupo de mídia norte-americano e a Globo) a Romeu Tuma (PFL/SP). “No passado, o então BNDE não
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tinha como prioridade a questão social. Era um banco de desenvolvimen to econômico. A inclusão do S (de social) na sigla foi uma evolução. O banco está mostrando uma nova e importante evolução ao se preocu par com a questão da cidadania, da preservação da cultura nacional. O setor de comunicação é estratégico e é um importante projeto para que o BNDES amplie suas atribuições”, disse Saturnino Braga. Mas o discurso mais revelador da sintonia entre os senadores e os gru pos de comunicação é o de Hélio Costa, durante o debate sobre o pro jeto de ajuda do BNDES no Senado: “Lamentavelmente, há uma desunião (entre as empresas). Hoje a concor rência pelo mercado publicitário é grande. Além disso, temos no hori zonte as empresas de 3G, que é a
“Nós não estamos contando com o dinheiro do BNDES para pagar nossas dívidas.” Evandro Guimarães, da TV Globo
terceira geração de telefonia celular e que em alguns anos oferecerão con
teúdo de televisão, vão disputar esse mercado sem terem recebido outor ga de TV e sendo controladas por empresas estrangeiras. Ou, ainda, o Sr. (Rupert) Murdoch pode vir aqui e comprar tudo. Essa indústria é pro fundamente estratégica”. Ele aprovei tou ainda para passar a bola para a Globo. “Por que, se vocês precisam de dinheiro, não venderam 30% de seu capital para empresas estrangei ras?”. Evandro Guimarães respon deu sem dificuldades: “Não vende mos porque entendemos que existem salvaguardas sérias que exigem que o controle do conteúdo permaneça nas mãos de brasileiros. Defendemos isso. Não há hipótese de vendermos participação a empresas que não tenham interesse nacional. Isso só será feito em caso fatal”, disse Gui marães. Foi o recado final.
Chance perdida?
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“O governo perde uma grande oportu nidade de institucionalizar o setor de comunicações neste momento. Perde uma chance de estabelecer regras para que o setor funcione de forma mais eficiente, transparente, compe titiva e para que a sociedade possa acompanhá-lo e fiscalizá-lo”, diz o pesquisador de políticas de comuni cação e professor de comunicação da Universidade de Brasília (UnB) Murilo Ramos. Não é a primeira vez que Ramos defende essa posição. “A criação dessas regras, de um ‘marco regulatório’, para usar o termo usado para outros setores, é não só uma questão de interesse público. É uma questão econômica, é uma forma de fazer o mercado funcionar direito”, defende o pesquisador, ao comen tar a briga entre as emissoras pela forma como a ajuda do governo está sendo criada. “O governo pode criar mecanis mos para uma competição mais equâ nime, mais transparente, que é o que algumas empresas estão demandando, ainda que de forma limitada e, em alguns casos, errada. Uma legisla ção só virá em decorrência de uma
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política setorial, e isso aparentemente não existe.” As críticas de Murilo Ramos são, curiosamente, perfeitamente compa tíveis com as palavras dos senado res, de Darc Costa e com algumas declarações dos donos dos grupos de mídia. Johnny Saad, da Band, foi claro aos senadores: “O importante é que o governo tenha uma percepção estratégica do setor. Comunicação é um projeto do País. Somos favorá veis ao projeto de financiamento do governo, desde que os grupos contem plados estejam dentro das regras de concorrência, desde que apresentem seus resultados e se enquadrem nos limites de propriedade cruzada do Decreto-Lei 236/69. Enfim, desde que os critérios sejam técnicos”. Paulo Machado de Carvalho Neto, presidente da Abert, também já mani festou no Conselho de Comunicação Social sua preocupação com a neces sidade de regras mais claras para o setor de comunicação social, dado o avanço das empresas de telecomu nicações nesse setor. E a própria Globo percebe uma ameaça na falta de regras. Só não existe ação políti
ca nesse sentido. O Fórum Nacional pela Demo cratização das Comunicações, que é um dos movimentos de base que tradicionalmente apóia o PT e que contribuiu muito para os programas de comunicação do partido, chegou a publicar uma carta aberta ao gover no e a levar à Secom uma série de considerações ao programa de ajuda do governo à mídia. O Fórum pediu ao governo que se preocupasse com as contraparti das sociais da ajuda às empresas de comunicação, sem tratar “as iniciati vas que adotará em relação à deno minada ‘crise da mídia’ com sentido imediatista ou meramente conjun tural”. Pediu, por exemplo, que, ao ajudar as empresas de mídia, o gover no tivesse em mente a necessidade de atuar para a criação de meios de democratização das comunicações, com facilitação do acesso aos meios mais diversificados, como a TV por assinatura, jornais e revistas, fomen to à regionalização, combate ao cará ter político de alguns veículos entre outros pontos. Pelo visto, isso tudo, se vier, virá para depois.
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Seminário sobre as aplicações para celular reúne operadores de telefonia móvel e produtores
As novas aplicações para telefonia móvel despertam de conteúdo para discutir a atenção tanto das operadoras, que vêem nessa nova as oportunidades desta nova mídia. modalidade uma chance de aumentar o tráfego de dados em suas redes e, subseqüentemente, aumentar seu fatura mento, quanto dos desenvolvedores de conteúdo, que vis no evento a dimensão do problema: se as operadoras de lumbram uma nova oportunidade de negócios. Esse foi o telefonia celular fizerem algo que se pareça com comunica tema do Seminário Tela Viva Móvel, realizado nos dias ção social eletrônica, precisam seguir princípios da Cons 17 e 18 de março em São Paulo com a presença de desen tituição que nunca foram observados pelas teles, como os volvedores de aplicativos, produtores de conteúdo, opera artigos 221 e 222, que colocam regras para o conteúdo dores, legisladores e representantes da (regionalização, valorização da cultura televisão. Como “novas aplicações para nacional etc.) e para o gerenciamento telefonia móvel” entende-se qualquer das empresas (propriedade nas mãos tipo de serviço de valor agregado (VAS, de brasileiros natos, por exemplo). Se em inglês) prestado pelas operadoras de forem oferecer serviços audiovisuais celular, desde mensagens SMS e MMS sob demanda, precisam observar um (multimídia) até conteúdo audiovisual, conjunto de regras existentes para o passando por jogos e ringtones (toques setor de TV por assinatura. Precisam de celular, que podem ser baixados de ainda seguir toda a complexa e antiga um servidor). legislação de direito autoral no Bra Os números atuais e as projeções de sil. “Por exemplo, as operadoras estão receitas através dos VAS são otimistas. sujeitas a ações do Ecad (Escritório Em 2003, foram transferidos para apa Central de Arrecadação de Direitos), relhos celulares no Brasil mais de 100 que poderia resolver cobrar o uso das mil jogos, sete bilhões de SMS e foram “O usuário assistirá à TV obras fonográficas sobre ringtones”, baixados por download três milhões de digital em um aparelho diz Bitelli. ringtones por mês. Mesmo assim, os VAS portátil, e a interatividade “Este problema de convergência de representam, por enquanto, apenas algo será pela rede celular.” regras está cada vez maior e as opera entre 2% e 3% das receitas das operado doras de telecomunicações raramente Fernando Bitttencourt, da Globo ras. Em países da Ásia essa proporção se dão conta do tamanho do proble pode chegar a até 20% ou 25% da receita. As projeções ma”, disse a advogada especializada em telecomunicações apontam para um mercado global de US$ 7 bilhões em Regina Ribeiro do Valle, do escritório Tozzini, Freire, jogos para celulares em 2008. Teixeira e Silva. “Como solução, a única saída que eu vejo No que se refere ao conteúdo audiovisual e aos servi é uma legislação única, uma Lei Geral de Comunicação”, ços de comunicação de massa, essa nova modalidade gera diz a advogada. discussões acaloradas sobre legislação e mercado: quem Mesmo dentro do governo o tema está ainda sendo pode carregar sinal de vídeo e quem não pode, a que tipo estudado. Segundo Manoel Rangel, assessor especial do de regras as operadoras estariam sujeitas etc. Ministério da Cultura e responsável justamente pelo tra Ao fazer um serviço de comunicação de massa, e não balho de elaboração de um novo arcabouço regulatório apenas de comunicação móvel pessoal, as operadoras de para o setor audiovisual, a visão do governo é a de tratar telefonia celular podem se sujeitar a um gigantesco e con a questão audiovisual como um mecanismo de afirmação fuso emaranhado de leis e regras que hoje regem o setor e presença do Brasil frente a outros países, o que deve de comunicações e que, em geral, nunca foram sequer ser tratado estrategicamente. “Estamos atentos a essa observadas pelos players desse novo mercado. O advoga necessidade de tratar o conteúdo audiovisual em vários do especializado em comunicação Marcos Bitelli expôs meios diferentes, inclusive o celular. Estamos trabalhan Fotos: Gerson Gargalaka
do em uma proposta de Lei Geral do Cinema e do Audiovisual que deve tratar disso. Mas o problema é muito grande e é preciso saber exatamente em que peça mexer”, diz Rangel. Para ele, o Brasil precisa ter uma agência para regular as plataformas de distribuição e outra para regular os provedores de conteúdo. Mais além, Rangel diz que, segundo a visão do Governo Federal, as plataformas de distribui ção deveriam também ganhar uma legislação mais abrangente, como a que está sendo elabo rada para o cinema e o audiovisual.
isso”, diz Costa. rais.” Segundo Shen, é preciso Bittencourt desta chegar a um modelo que viabili cou que TV e celular são ze a distribuição por download. mídias complementares Ele conclui que a distribuição e a convergência no do sinal de TV pela rede de aparelho será benéfica telefonia móvel, entretanto, está para os dois lados. Por muito mais próxima do video fim, lembrou que hoje streaming do que a TV digital. já existe recepção gratui ta de sinal de rádio em A realidade aparelhos e que já exis Outra questão levantada foi tem handsets no Japão a disponibilidade tecnológica. “Se as operadoras fizerem comuni que captam sinal de TV A base instalada de aparelhos cação social, TV na mão aberta. celulares que são capazes de O papel da telefonia celular na difusão de Segundo o gerente estarão sujeitas aos receber vídeos e dados em alta conteúdo audiovisual gerou discussões entre de planejamento de enge princípios constitucionais.” velocidade ainda é pequena, o a Globo e a Vivo, que têm posições conflitan nharia da TV Globo, Marcos Bitelli, advogado que dificulta o investimento tes quanto à convergência entre TV e apa Carlos Brito, já há um por parte dos desenvolvedores relhos celulares. A Globo acredita ser uma estudo, juntamente com a Universidade Mac de conteúdo. Para o diretor de novos negó tendência natural o surgimento de handsets kenzie, para o desenvolvimento de um pro cios da Abril é necessário atingir uma massa capazes de receber sinais de TV digital aber tótipo de receptor do que seria a TV portátil crítica. “Temos de nivelar a tecnologia por ta, a exemplo dos aparelhos que hoje recebem (ou Palm TV). Para Brito, o viável é que as baixo para conseguirmos atingir uma base sinais de rádio FM. Mas essa recepção não duas redes — móvel e de TV — operem de maior”, diz Shen, “o número de usuários utilizaria a rede de ERBs da operadora celular forma complementar. Assim, por exemplo, que usam a tecnologia Brew ainda é muito e o serviço seria gratuito, pois seria feita por todo o conteúdo que o usuário desejar que pequeno, se comparado ao número de apa um tuner próprio. “Assistir à TV diretamen seja personalizado poderá ser distribuído pela relhos que podem trabalhar com SMS”, te no celular aumentará a interatividade do operadora móvel. completa. usuário com os programas televisivos. E essa Já outro dos grandes grupos de mídia bra Marcos Galassi, da programadora de interatividade, sim, usaria a rede celular e, sileiros, a Abril, defende a adoção do modelo canais por assinatura Claxson, concorda. portanto, geraria receita para as teles”, expli de TV paga na telefonia móvel. Para o diretor Segundo o executivo, a empresa manterá o cou Fernando Bittencourt, diretor da Central de desenvolvimento de novos negócios da foco no conteúdo em vídeo e multimídia, Globo de Engenharia. Abril sem Fio, Yen Wen Shen, o telefone mas, como a maioria dos aparelhos ainda A Vivo não pensa da mesma forma. celular é apenas mais um canal de distribui não está habilitada a receber vídeo, não há “Concordamos que haja ção de conteúdo, e o mode massa crítica para um grande investimento uma convergência de conteú lo de TV paga é ajustável por parte da Claxson neste momento. Mesmo do, mas não que o aparelho à distribuição por celular. assim, a empresa anunciou, por meio de sua passe a receber gratuitamente Shen lembra que a distri divisão de banda larga, o El Sitio DC (ESDC), sinal das TVs abertas”, disse buição de conteúdo já está o lançamento oficial de seus conteúdos para Omarson Costa, gerente de disponível tanto em video telefonia celular no Brasil. Marcos Galassi parcerias da Vivo. Segundo streaming quanto para ressaltou que este mercado, juntamente com ele, os sinais de vídeo digi download. “Para o mode banda larga, é a prioridade da empresa para tal seriam transportados pela lo baseado em video strea este ano. rede da tele celular. Até hoje, ming, o modelo de negó Por enquanto, a empresa não tem nenhum a decisão dos recursos que são cios é simples”, afirma. teste no Brasil, mas está negociando a oferta colocados no aparelho passa “É como o sinal de rádio, de suas plataformas, que incluem jogos e pela operadora, já que é ela ouve-se e acabou. Agora, o vídeos, com todas as operadoras celulares. quem subsidia esse tipo de que falta é definir como é “O ideal seria que conseguíssemos fechar um produto. “O nosso modelo é “Estamos atentos a essa neces que fica o download, onde acordo com alguma tele móvel que atendesse o da TV a cabo. Nós somos sidade de tratar o con o usuário recebe o produto toda a América Latina, o que aumentaria os provedores de rede, trafega teúdo audiovisual em vários e pode arquivá-lo. A partir nossa sinergia”, disse Galassi. mos conteúdo dos provedores meios, inclusive o celular.” daí é que deve ser definida Mesmo defendendo uma postura muito de conteúdo e cobramos por Manoel Rangel, do MinC a questão dos direitos auto diferente da defendida pelas operadoras, a
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Mesmo defendendo uma postura muito diferente da defendida pelas operadoras, a Globo também mostrou que já aposta na aliança com a telefonia móvel. Uma amos tra de como a aliança pode ser bem-sucedi da é a transmissão do áudio do “Big Bro ther Brasil” via telefone celular, contou Fernando Bittencourt. Trata-se do serviço Big Spy, lançado em parceria com a Oi em janeiro, paralelamente à entrada dos atuais BBB no programa da Globo. Desde então, foram registrados 12 milhões de minutos consumidos de usuários ouvindo os moradores da casa. A operadora e a emissora têm um acordo de compartilha mento de receita, mas nenhuma das partes revela detalhes. Comenta-se que a Globo fique com 80% da receita, mas a informa ção não é confirmada. Quando for lançada a TV digital, a remuneração dos parceiros de conteúdo será a publicidade, afirmou Bittencourt. No caso de envio de mensagens via celular (SMS), a Globo tem acordo com todas as operadoras móveis. Os próximos conteú dos a serem lançados são: “Fama”, um reality-show, provavelmente em julho; e
o Campeonato Brasileiro de Futebol. Os dois conteúdos estão em negociação com as operadoras. A Globo tem ainda outra parceria com a Oi, que já carrega sinal em vídeo do BBB. A operadora lançou o Mundo Oi, um serviço multimídia associado a um novo modelo de celular para acesso à Internet via GPRS sem a cobrança do acesso. O cliente pagará apenas pelo vídeo baixado, que custa R$ 1,99, e que poderá ficar arma zenado no aparelho para ser visto quantas vezes quiser. Estão disponíveis mais de cem vídeos por meio de parcerias com diversos produtores de conteúdo, como os flashes dos momentos mais interessantes do “Big Brother Brasil”. Outros conteúdos fornecidos por parceiros são trailers de filmes, notícias dos canais BandNews e BandSports, vídeos de esportes radicais com parceria da revista Fluir, making of das Garotas Morango e vídeos da Sexy, entre outros. A expectativa da direção da Oi é conquis tar 100 mil novos clientes em dois meses com esse serviço e fechar o ano com um total de 5,4 milhões de usuários ante os
a tuais quatro milhões. A operadora de telefonia celular TIM Bra sil também pretende lançar, ainda neste semestre, a TV Mobil (streaming de vídeo com imagens de TV quase em tempo real) e a TIM Box, caixa postal que reunirá mensagens de voz, texto (SMS), conteúdo multimídia (MMS) e fax. De acordo com o diretor de desenvolvimento de produto de VAS da operadora, Vicenzo Di Giorgio, a empresa já realiza contatos com emissoras brasileiras de TV para a geração de conteú do para a TV Mobil, que vai operar sobre plataforma de dados em GPRS. Ele não revela por enquanto quais seriam estas emissoras, nem a data prevista para o lançamento. A outra novidade prevista, a TIM Box, possibilitará ao usuário acessar a partir de seu terminal ou de qualquer microcom putador conectado à Internet todas as mensagens de voz e dados enviadas, além de fax. Neste último caso, o conteúdo pode ser descarregado do terminal para micro computadores, com o objetivo de se obter cópia via impressora. Da redação
Criação brasileira além das fronteiras
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Além de ser uma janela para o conteúdo tradicional de vídeo, o celular também vem se mostrando uma oportunidade para desenvolvedores de conteúdos digitais, que podem, por exemplo, complementar o portfolio de uma produtora. Paralelamente ao seminário Tela Viva Móvel, várias empresas demonstraram conteúdos e aplicativos para serviços móveis. Essas empresas em geral pensam, formatam e apresentam o conteúdo para a operadora ou para um broker (que agrega e empacota conteúdos). As operadoras não costumam bancar projetos e os con tratos são por “revenue share” (repartição de receitas). São raros os casos de exclu sividade de conteúdo, por encarecer os valores de pagamento para o seu criador. A maioria dessas empresas tem menos de cinco anos de existência e muitas delas já venderam produtos para o exterior. Na área de exposição do seminário foi possível conferir o que está pronto e o que existe em processo de desenvolvimento.
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O que mais existe são games, mas há tam bém cartões virtuais, informações sobre cinema e até operações financeiras. Focada no desenvolvimento de apli cações distribuídas, aplicações móveis e games multiplayer, a Tempo, empresa nascida dentro da incubadora Ciatec, de Campinas (SP), expôs alguns jogos Java para celulares. Eram eles: IcePost (jogo de aventura com “temática eco”), ProGoal (de futebol), UltraRace (de corrida) e Lâmina (de luta de espadas multipla yer). “Os grandes destaques da Tempo são o ProGoal e o Lâmina, que é um mul tiplayer por turnos”, explica André Gonti jo Penha, diretor executivo da empresa. A Tempo já distribui games para ope radoras norte-americanas e agora negocia para inserir produtos em operadoras bra sileiras, revela Penha. Atualmente com capacidade de investir para ter produtos de prateleira, a Tempo pretende se focar no desenvolvimento de jogos multijogado res para PC ou celular. A decisão de produ
zir inicialmente multiplayers por turnos é por estes se adaptarem melhor à estrutura de envio atual. De acordo com Penha, isso é um ótimo negócio para as operadoras, pois geram receita com tráfego. Entre os lançamentos previstos para este modelo estão xadrez, damas e alguns jogos de car tas e dados. O próximo passo será o desen volvimento de games multijogadores em tempo real. “A dificuldade hoje vem da latência da rede GPRS — um bit demo ra para trafegar de um celular a outro. Uma possível solução seria implemen tá-los utilizando bluetooth, mas isso não geraria receita de tráfego para as operadoras e, portanto, é um pouco menos procurado por elas”, completa. Hoje, a Tempo é a única provedora de SVA (Serviço de Valor Adicionado) den tro da Ciatec, mas uma outra de suas incu badas está com planos de atuar nesse seg mento. Trata-se da Des Affaires, que tem um game diferenciado: educação de finan ças para crianças. Além desse produto,
humor com profissionalismo em conjunto com a RCASoft, a Des Affaires exibia no seminário a marca eitv (educação Entre os presentes ao evento, pelo menos “Casseta”, mas há um empecilho: “O conteú interativa em TV). A empresa está desenvol um se destacou pela sua popularidade: do também é da Globo”. Isso significa que vendo uma solução de educação (e-learning) Claudio Manoel dos Santos, humorista do para lançar produtos é necessário chegar com versão para três mídias: celular, Inter grupo Casseta&Planeta. Ele é um dos dire a um acordo com a emissora. No quiz, por net e TV digital. Amaury Aranha, da Des Affaires, conta que a versão para TV digital tores da Tabanet, empresa que desenvolve exemplo, a Globo é parceira. Outra alterna está em estudos e que está sendo montado a distribuição dos conteúdos do grupo em tiva seria separar o conteúdo. um emulador do PC para a TV, visando os diferentes mídias. Santos conta que a Taba Neste momento, a empresa prepara o lan testes iniciais do produto. net surgiu com o site do grupo, em parceria çamento do “torpedo com som de peido, A Devworks também demonstrava com a ISM, empresa de automação especia crazy tones com a voz da gente e o game jogos. A especialista em games atua em qua lista na criação de ferramentas para publi Gostosona Hunter”, adianta Santos. De tro vertentes: desenvolve jogos para Sega; cação na web, e com o Grupo Casseta&Pla acordo com ele, cada um dos integrantes jogos para web permitindo comunicação neta, Biondo Multimídia e outros. do Casseta&Planeta cuida de uma mídia, entre os jogadores; para PC, seja para o mer Há pouco mais de dois anos, foi criado um batizadas como “ministérios”. “Meu minis cado publisher (CD-Rom) seja para agências quiz para a telefonia celular. O assinante tério é a TV. Ainda não foi criado o ministério (advergame, com conteúdo publicitário); e da Vivo e da Oi envia de telefonia”, ironiza, vol mais recentemente para mobile. Neste últi mensagem de texto tando a assumir o papel mo, a Devworks já forneceu para Siemens, para o número 49000 de executivo quando Nokia e Motorola. O jogo Batalha Naval, da e recebe no celular diz que esse mercado operadora Oi, por exemplo, foi feito por ela piadas, pensamen ainda está sendo dese para a Siemens, de acordo com Jorge Abdal tos, notícias, jogos e nhado e por enquanto la Filho, business developer. A atuação internacional também está a o próprio quiz. Como é tudo muito incipien todo vapor: a Devworks acaba de acertar, homem de negócios, te. “Mas será exponen durante evento em Cannes, acordo de for Claudio Manoel crê cial e quem não estiver necimento de games para China, Irã, Egito que haveria demanda Claudio Manoel, em nessas novas tecnolo e Rússia, além de estar negociando com a para diversos conteú cena do filme “A Taça gias vai estar fora do operadora celular européia Orange, para a dos com a marca do do Mundo é Nossa”. mercado.” operação francesa. Antes disso, já estava com produtos no Chile, México e República Dominicana, através das distribuidoras de conteúdo para PDAs Handango e Online m-payment, que permite o pagamento de con não disponível”, explica ele. Com um leque bastante amplo, a nTime tas através do celular. A outra é a meantime, Tech, ambas dos EUA e ligadas à Nokia. na verdade hoje uma empresa independente, apresentou o quiz, jogo de pergunta e respos já separada da incubadora, que tem entre ta, e como esse conteúdo se comporta e evo Expectativas “O mercado ainda está engatinhando e vai seus produtos games, calculadora financeira lui nas diferentes tecnologias (SMS, WAP, crescer muito”, prevê Abdalla Filho. De e conversores de moedas. Durante o semi SimCard, Brew, SmartPhone e telão/TV). acordo com ele, a expectativa inicial era de nário, a Claro anunciou a parceria para Outro produto era o Chat TV, aplicação de dobrar o faturamento em 2004 em relação jogos fechada com a meantime, que já vinha interatividade em tempo real entre usuários ao ano anterior, mas os resultados podem fornecendo para a Oi, além da Verizon, dos de celular e televisão. Durante a palestra ser melhores, pois durante os primeiros EUA, e Cingtel, de Singapura, entre outras de Marcelo Sales, presidente da nTime, no 60 dias deste ano o volume arrecadado através de publishers na Europa e na Ásia. painel “As tendências em conteúdo”, foi pos correspondeu a 60% do faturamento Ricardo Mendonça, gerente de negócios do sível enviar uma mensagem do celular para a total do ano de 2003. Para Marcelo C.E.S.A.R., destaca, entre os jogos nessas tela da apresentação. “Este tipo de aplica Nunes de Carvalho, software engineer da operadoras, o Sea Hunter e o Gold Hunter, ção é inovador e permite que a interativi Devworks, “há uma brecha para o entre além do quebra-cabeça do Casseta&Planeta, dade seja real com as tecnologias atuais”, afirmou Leonardo Sales, do departamento tenimento móvel” e agora é a oportunidade este último apenas na Oi. de marketing e comunicação da nTime. tam apresentava C.E.S.A.R. o evento, No de atrair esse usuário casual. “O Chat TV é um exemplo de uma série de Computing), Network (Virtual VNC a bém A partir de outra incubadora, o projetos que envolvem mídia interativa. um de GPRS, via remoto, acesso permite que C.E.S.A.R. da Universidade Federal de Per Outros mostrados durante o evento foram exemplo, por escritório, num instalado PC nambuco, em Recife, duas empresas estão o Txt2Screen (envio de mensagens para a o assumir possível “É Mendonça. conta desenvolvendo produtos para celular. A tela da TV) e o quiz TV (jogo de perguntas Tratacelular. pelo máquina da controle e-capture, especialista em processamento de e respostas apresentado na TV e jogado ainda corporativa, aplicação uma de se transações eletrônicas, criou um sistema de
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através do celular)”, completou Sales. produtos. De acordo com ele, a empresa No estande da empresa, outros produ prepara vários lançamentos ainda para tos, já disponibilizados em operadoras, este primeiro semestre, em resposta à eram demonstrados. Um deles era o pró expectativa atual do mercado. “Não é prio quiz, com conteúdos de provedores só a base de usuários de aparelhos celu como Abril, Casseta&Planeta, CineClick e lares que está crescendo, mas também o TopSPorts, nas operadoras Vivo, Claro, Oi, percentual destes que utilizam o celular Telemig-C e Amazônia-C, disponíveis nas efetivamente em aplicações de dados.” tecnologias SMS, WAP, Brew, SimCard. Em março último, estreou na Rede TV Limitação o “Quiz do Esporte Interativo”, progra A partir da experiência do site www. ma de transmissão de eventos esportivos, virtualcards.com.br de envio de cartões exibido no intervalo da transmissão dos virtuais e animados, pela web para ende jogos. Outro jogo mostrado foi “Senhor da reços de e-mails, a VitaleWeb decidiu Guerra” (de estratégia baseado em racio ampliar sua atuação, disponibilizando o cínio lógico), disponível na Claro e na envio de cartões de celular para celular e Oi (em SMS e SimCard), que proporciona de Internet para celular. Bruno Marcius do interatividade entre usuários e formação de Prado Vitale revela que recentemente foi comunidade. fechado acordo com a operadora Vivo, mas o Mas as atrações não eram apenas jogos. envio só é possível para celulares com MMS Um dos grandes destaques (Multimedia Messaging é o portal do Casseta&Pla Service), exclusivamen neta. É um portal de te para aparelhos com entretenimento, via tele capacidade para receber fone celular da Vivo e fotos. Não apenas para da Oi (por SMS), con cartões, mas a expecta tendo piadas, pensamen tiva é grande para 2005 tos, quiz, entre outros. de todos os tipos de con A nTime fornece para teúdo, principalmente Vivo e Claro o Mobile aqueles que exigem que Mail, ferramenta de lei imagens sejam enviadas tura e envio de e-mails a para os aparelhos celu partir do celular, nas tecno lares. “O ritmo de cres logias WAP, SMS, Brew e cimento é constante e a Ricardo Mendonça, do C.E.S.A.R.: expectativa é que 2005 SimCard. Para o mercado cor incubadora de seja um ano bom”, ava porativo, a Vivo dispõe Recife, teve games lia Cristiane Rutchii, da do Escritório Móvel, da premiados no exterior. Cineclick Digital. Isso nTime, para WAP e SMS. porque, explica ela, os Trata-se de uma ferramenta para, através aparelhos estarão mais desenvolvidos no do celular, ler e enviar e-mails, acessar a aspecto tecnológico e os preços de celula agenda de contatos e de compromissos e res, mais acessíveis. ainda arquivos do seu computador. A Cineclick oferece conteúdo voltado Criada em 2000, a nTime vê, como para cinema. Criada há cerca de quatro principal desafio para este ano, “a integra anos, a empresa tinha como objetivo ção das mídias celular e TV”, conta Rafael se tornar um site com conteúdo próprio Duton, diretor executivo da empresa. “Há de cinema, seguindo tendências atuais, muita sinergia para que diversas aplicações mas acabou detectando um espaço para ser sejam implementadas, e aos poucos já uma empresa licenciadora de conteúdo para começamos a colher resultados”, conti qualquer tipo de mídia, conta Cristiane. O nuou. Além disso, disse Duton, as tecno fornecimento de conteúdo para tecnologias logias mais modernas como Brew, J2me e móveis é uma das atuações. Para a TIM, por MMS permitem o aprimoramento dos exemplo, entrega com exclusividade dicas aplicativos atuais da nTime, assim como de filmes de estréia e slide shows, o que a exploração de diversos novos tipos de exige aparelhos com MMS.
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Já sem exclusividade, há o quiz sobre cinema, desenho, Oscar etc., este em parceria com a nTime, como broker, e disponível nas operadoras Claro, Vivo, Telemig e entrando agora na Oi, todas via SMS. Também em SMS, a Vivo TCO oferece aos seus assinantes notícias de cine ma, como sinopses de filmes e programação. Via WAP, a Oi é fornecida com todo o con teúdo do site da Cineclick adaptado para essa tecnologia. A empresa acaba de fechar um acordo, também com a Oi, para disponi bilizar trailers de filmes para aparelhos de 2,5G, mas a data ainda não está marcada, tendo a PMovil como broker. Cristiane conta ainda que há vários projetos de quiz para o exterior, inicialmente na Amé rica Latina (Peru e Chile). Leque maior A Tiaxa, por sua vez, foi criada há cerca de quatro anos com foco na criação de conteúdo direto para operadoras, mas acabou ampliando um pouco seu leque de atuação. Ao mesmo tempo que cria games, através de SMS (ou seja, não para downloads), a Tiaxa tem agora uma rede SMS por onde trafega conteúdo e informa ção para as operadoras, ou seja, passou a ser também uma prestadora de serviço nos moldes de broker ou de integrador. Assim, fornece para as celulares o conteúdo de grandes portais, de outras empresas de con teúdo, de mídia entre outras, informa Ann Williams, diretora da Tiaxa. Entre seus produtos, estão o quiz com conteúdo da MTV e a Xuxinha Virtual, ambos para a Oi. Nesses casos, o conteúdo é exclusivo para a operadora, além de o próprio aparelho celular ser específico para cada um dos conteúdos. No final do mês passado, estava previsto o lançamento no portal de três jogos — Perfil, Super Trun fo e Conhecendo a Bíblia —, a partir de acordo com a Grow Brinquedos. Ann frisa que o sucesso nesse nicho de mercado está baseado no modelo comercial a ser adotado. “Há um novo modelo, através do qual a exclusividade não é o mais impor tante, e sim ter uma empresa de mídia com um personagem ou marca vendedora e que também invista em divulgação”, conclui a diretora da Tiaxa.
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sandrareginasilva
N達o disponivel
m aking of VI D E OPAL C OS A produção de shows atualmente conta com recursos de vídeo de última geração, não só para a captação e posterior reprodução — seja na TV ou em DVD —, mas também como recurso de produção. Em muitos casos, o vídeo serve como cenário e interage com os próprios artistas. Foi para criar um espaço cênico diferenciado que o Estúdio Preto e Branco foi contratado pelo Instituto Ayrton Senna, que produziu em março o show Senna in Concert, em homenagem aos 44 anos do piloto, falecido há dez anos. O show misturou imagens das crianças atendidas pelo insti tuto com fotos e vídeos do piloto ao longo de toda a sua vida, apresentações musicais ao vivo — de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Sandy e Júnior, Ivete Sangalo e outros
—, e depoimentos gravados e ao vivo. Por trás de todas as atrações, estava uma composição de 15 telas de projeção, dispostas em cinco fileiras horizontais por três fileiras verticais. As telas exibiam vídeos criados pela produtora para dar suporte às atrações, formando uma só imagem ou composições que utilizavam as telas indepen dentemente. O show foi captado pela Rede Globo, que exibiu um compacto na televisão. A equipe da produtora acompanhou as grava ções ao vivo e gostou do resultado. “A Globo conseguiu um equilíbrio entre a luz do palco e da projeção, e o resultado foi que nenhuma delas ficou prejudicada”, conta Luiz de Franco Neto, um dos sócios da produtora.
Composição de telas Cada tela media 2,5 x 3,3 metros. Atrás de cada uma, dois projetores enviavam as imagens. A produtora usou dois projetores por tela para garantir que a qualidade da imagem não diminuiria diante da iluminação do show, e também por precaução, no caso de haver algum tipo de falha. Com isso, as imagens ficaram muito nítidas e puderam ser vistas em todo o estádio do Pacaembu, mesmo quando os artistas se apresentaram ao vivo. As imagens eram formadas de vídeos captados especialmente para o evento e também de com posições de fotografias da infância de Ayrton Senna, imagens em Super-8 do arquivo da família, imagens institucionais e depoimentos de outros atletas. Todas as imagens foram compostas e animadas em After Effects, em 15 layers diferentes. Cada layer correspondia a uma tela, e foram dispostos um ao lado do outro e não em sobreposição. Dessa forma, era possível ter imagens diferentes em cada tela, o que não seria possível com um videowall. A resolução de imagem também ficou com ótima qualidade, sem as linhas tradicionais Cliente Instituto Ayrton Senna • Agência do vídeo. Sight. Momentum • Vídeo Cenário Estúdio Dois bancos de imagem geravam as projeções, Preto e Branco • Direção Geral José Possi para formar a imagem completa, a partir de Neto • Cenografia Viabrasil • Produção dois computadores sincronizados. “Os compu Executiva Luiz de Franco Neto e Maurício tadores funcionam de forma quase indepen Moreira • Criação Estúdio Preto e Branco dente, gerando as imagens simultaneamente e • Direção de Arte Marlise Kieling • praticamente sozinhos”, explica Luiz. Direção Técnica Murilo Celebrone • Vídeo
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Designers Léa Carvalho, Márcia Caram, Marcos Cintra, Igor Smolli, Mitsuko Bolanho • Finalização Orlando Neto • Assistente de Edição Melissa Picazzio • Produtoras Cláudia Vieira e Isis Albuquerque • Projeção Ponto Media
lizandradealmeida lizandra@telaviva.com.br
Efeitos volumétricos Além de mostrarem imagens e servirem como cená rio, as telas também se transformavam em minipalcos ao longo do show. Das cinco colunas de telas, três se movimentavam para a frente e para trás, formando nichos onde foram feitas apresentações de dança e de onde convidados como Galvão Bueno fizeram seus depoimentos. Esses movimentos também eram controlados por com putador, resultando numa movimentação suave e quase imperceptível, até que o deslocamento estivesse completo. Os movimentos também interferiam nas pro jeções de vídeo, que foram criadas levan do-se em consideração os efeitos volumé tricos das telas. “Nossa especialidade é projetar imagens de forma volumétrica, em superfícies onde ninguém projetou antes”, explica Maurício Moreira, outro sócio da produtora.
Da maquete para o palco O projeto foi desenhado para utilizar equipamentos dispo níveis no Brasil e começou a ser realizado efetivamente em janeiro. O processo incluiu a construção de diversas maque tes, até que se chegou à composição de módulos móveis final.Qualquer que seja o projeto envolvendo a projeção de imagens, é preciso levar em conta a área de projeção e a dis torção nas imagens. Nesse caso, como as imagens vinham de trás, foi preciso isolar as áreas por onde passariam as pessoas para chegar aos minipalcos, de modo que não fizessem som bra nas projeções.A composição das imagens também foi feita pensando nessa distorção. A diretora de arte e sócia da produtora Mar lise Kieling conta que a composição dos vídeos em layers permitia que a proporção se mantivesse e a distorção fosse compensada de acordo com o posicio namento das telas.
incentivos
Mudanças à vista
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MinC quer melhorar distribuição e
controle sobre recursos incentivados. Durante o ano de 2003, o Ministério da Cultura realizou uma série de seminários em todo o Brasil para discutir as leis de incen tivo à cultura. O objetivo final era incluem as leis de incentivo. colher subsídios para que o MinC Uma das primeiras medidas a serem pudesse preparar uma proposta de tomadas este ano é a definição de limites mudança nas leis, principalmente na de investimento para cada Estado. Com Rouanet. Mas após as discussões isso, o MinC pretende incentivar investi constatou-se que, além de falhas nas mentos fora do eixo Rio-São Paulo. Mas leis, era preciso reavaliar procedimen Sérgio Xavier garante que isto será feito tos internos do próprio ministério de modo a não prejudicar os interesses que poderiam estar impedindo um dos dois Estados. Para isso, o ministério melhor aproveitamento das leis de trabalha com a idéia de dobrar o teto de incentivo cultural. isenção que hoje é de R$ 160 milhões A partir das discussões travadas para R$ 320,5 milhões. “Se fizermos durante esses eventos, Sérgio Xavier, isso, os recursos já investidos no Rio e secretário de Fomento e Incentivo em São Paulo ficam garantidos e cria-se à Cultura do MinC, resume em três um espaço para investimentos em outros pontos as principais mudanças que lugares”, explica o secretário do MinC. precisam ser feitas para aprimorar Além disso, o ministério quer criar um o processo de distribuição de recur limite para isenção fiscal das empresas sos públicos para projetos culturais: que investem na modalidade mecenato. 1) aumentar o acesso de algumas regiões (como Norte e Nordeste) aos recursos provenientes das leis de Xavier: mudanças por decreto para Localização Outra mudança que deve ser realizada incentivo; 2) garantir aos empreende aprimorar a Lei Rouanet. pelo ministério é desvincular o lugar de dores mais facilidade para a captação onde é o proponente do lugar em que o de recursos; e 3) promover um maior projeto é de fato realizado. Ou seja, se um proponente controle por parte do ministério dos resultados dos bene de São Paulo produzir no Maranhão, será considerado fícios concedidos por lei. investimento no Maranhão e não em São Paulo. Atual Ainda este semestre o MinC deve propor algumas mente, o que acontece é que o investimento é registra mudanças na Lei Rouanet, mas, antes disso, a presidência do de acordo com o endereço da proponente. Segundo da República deve editar alguns decretos para que os pro X avier, isto causa distorções na hora de se apurar o total blemas diagnosticados ao longo do ano passado possam ser de investimentos realizados em cada região. resolvidos. Esta opção se deve ao fato de que uma mudan Para facilitar a captação de recursos, o Ministério ça na lei demora muito mais tempo para ser feita, já que da Cultura pensa em lançar vários editais. Eles seriam as duas casas legislativas (Câmara dos Deputados e Senado divididos em áreas (audiovisual, patrimônio histórico, Federal) precisam apreciar os projetos. Além do fato de teatro etc.) e o MinC ficaria responsável por angariar este ser um ano parlamentar “mais curto” por causa das empresas parceiras e selecionar os produtores culturais eleições, o governo já definiu suas prioridades, que não Foto: Eugenio Novaes
raquelramos
raquel@paytv.com.br
Lei Rouanet
Captação por região em 2003 (em R$ milhões)
Crescimento da captação por região em 2003 Com relação à média de 1999 a 2002
aptos a participar de cada uma das atividades. Segundo Xavier, os editais devem melhorar a qualidade dos projetos, democra tizar o acesso aos recursos, faci litar a captação e garantir que haja investimentos em setores considerados prioritários pelo governo. O terceiro ponto do qual o MinC quer cuidar é do gerencia mento dos projetos beneficiados pelas leis de incentivo. “Preci samos criar instrumentos que garantam um melhor gerencia mento dos projetos em curso. Hoje há uma total falta de con trole sobre eles”, avalia Xavier. Uma das primeiras providências será centralizar todas as contas em apenas um banco, para facili tar a gestão. Outras medidas são a criação de um cadastro único e a integração com outros meios de incentivo, como as leis esta duais e municipais. Outro mecanismo que deve sofrer algumas modificações é o Fundo Nacional de Cultura. O ministério quer criar meca nismos mais claros para que os investimentos sejam autorizados. Segundo Sérgio Xavier, nos últi mos anos o fundo tem investido
recursos em projetos que pode riam ser financiados pela iniciati va privada. Números De acordo com os números con solidados pelo MinC, o total cap tado pela Lei Rouanet em 2003 foi de R$ 385 milhões. Quem apresentou a maior captação foi a região Sudeste. Para se ter uma idéia da diferença que separa o total de recursos captados pela Lei Rouanet entre o eixo Rio-São Paulo basta comparar os núme ros obtidos pela região Norte e pela Sudeste. Na primeira, onde houve um crescimento de 510% no total captado, chegou-se a R$ 5,1 milhões. A região Sudeste, crescendo apenas 24% (menor taxa de crescimento entre as regiões), captou R$ 293,5 mi lhões. A região Centro-Oeste cresceu 101% e captou R$ 17,1 milhões; região Nordeste cresceu 67% e captou R$ 27,3 milhões; e a região Sul cresceu 47% e cap tou R$ 41,8 milhões. Mas Xavier lembra que nestes números pode haver algumas distorções uma vez que há entidades beneficia das localizadas em um estado e que produziram em outro.
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gestão alessandrameleiro telaviva@telaviva.com.br
Tecnologia desde a pré-produção
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Os produtores brasileiros vêm continuamente implemen tando iniciativas para aumentar a produtividade de suas atividades, reduzir os tempos das filmagens e diminuir custos. Essas iniciativas freqüentemente estão associadas à criação de uma infra-estrutura tecnológica. O uso de uma ferramenta que auxilie o gerenciamento e a execução dos processos burocráticos de uma produção é uma mão na roda para qualquer tipo de projeto, mas par ticularmente importante nos casos de produções que usam incentivos fiscais, uma vez que a correta execução e pres tação de contas é julgada com relação ao cumprimento do que foi orçado, e que o dinheiro recebido só pode ser gasto dentro dos limites dos itens devidamente aprovados. O cui dadoso planejamento deve-se também ao fato de não mais haver nas planilhas de orçamento das leis de incentivo do Ministério da Cultura o item “imprevistos” — gastos ines perados em locações, equipamentos etc. Mas, ao planejar projetos com clareza e precisão, o produtor pode responder a demandas inesperadas com grande agilidade. Uma ferramenta muito utilizada por produtores exe
Programa do MinC: bom, mas não permite integrar pro cessos de administração do projeto.
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O uso de softwares pode ajudar na viabilização de um projeto, em sua formatação, elaboração do orçamento, inscrição nas leis de incentivo, enfim, da administração como um todo.
cutivos é o Programa de Apresentação de Projetos Cultu rais do Ministério da Cultura (na versão 2.0.1, disponibi lizada em 1998 e produzida pela Coordenação Geral de Modernização e Informática do Ministério da Cultura). O programa foi elaborado tendo em vista a padronização dos procedimentos de registro, acompanhamento e con trole de projetos culturais inscritos nas leis Rouanet e do Audiovisual. Apesar da boa intenção, esse programa tornou-se uma dor-de-cabeça para produtores, uma vez que não permite integrar processos de administração do projeto já existentes com o programa padrão. Para tentar agilizar a tramitação dos projetos, o pro grama apresenta uma planilha padrão para o orçamento físico-financeiro (com itens como profissionais, serviços, equipamentos e materiais usualmente previstos em proje tos culturais apresentados ao Ministério da Cultura) que não é funcional para o produtor. Seu uso é difundido por que a planilha que contém o orçamento do projeto é a base para sua aprovação no Ministério da Cultura. As ferramentas organizacionais mais utilizados para a organização da produção, desde a informatização das bases de produção, são os programas do pacote Office, da Microsoft — o Word, o Excel e o banco de dados Access, principalmente. “Quando comecei na produção, na década de 80, os orçamentos eram datilografados e calculávamos em calculadora; a tecnologia para banco de dados e plani lhas chegou depois. O primeiro banco de dados que eu trabalhei foi o DBase e consegui fazer todo o gerenciamen to e o acompanhamento das pessoas selecionadas através do banco de dados. Depois trabalhei numa produtora de comerciais com planilhas de orçamento e comecei a pensar formas otimizadas de gerenciar planilhas”, diz Lilian Solá
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soas selecionadas através do banco de dados. Depois trabalhei numa produtora de comerciais com planilhas de orçamento e comecei a pensar formas otimiza das de gerenciar planilhas”, diz Lilian Solá Santiago, que atuou na área de produção em longas como “Latitude Zero” (Toni Venturi), “Os Matadores” (Beto Brant), “Ed Mort” (Alain Fres not), “Alô” (Mara Mourão) e “A Hora Mágica” (Guilherme de Microsoft Project: maior vantagem é Almeida Prado). trabalhar conjuntamente ao pacote Office. O banco de dados é uma fer ramenta fundamental para a produção no sentido de gerenciar con gens nos EUA. Seu diferencial é trabalhar tatos (qual o estágio atual de contatos com um grande volume de informações realizados), manter uma agenda atua de forma integrada, permitindo o acesso lizada que seja acessível para todo o a dados que antes seriam distribuídos em departamento de produção ou ainda diversas planilhas do Excel. Vinte plani verificar os melhores orçamentos de lhas do departamento de arte, por exem fornecedores. Quanto maior o tamanho plo, podem estar em uma só lista. da produção, mais importante torna-se Trata-se de uma ferramenta de extre essa ferramenta. ma utilidade para assistentes de dire No caso do produtor não ter um software ção, uma vez que permite aos membros específico para a produção é necessário de uma equipe dividir conhecimentos, criar/planejar as ligações entre Excel e trabalhar em conjunto para a tomada Access para que forneçam planilhas de de decisões e responder rapidamente a acordo com sua necessidade. mudanças. Existem, porém, algumas res trições em sua utilização no Brasil: para Sob medida que os assistentes de cada departamento Dentre os programas específicos para (direção, produção, arte, fotografia, ceno gerenciamento de produção encontram- grafia etc.) alimentem dados é necessário se o Movie Magic Screenwriter, da Write que toda a produção esteja informatizada Brothers; e o Project, da Microsoft. e interligada no set. O Movie Magic Screenwriter foi criado O programa também disponibiliza infor para uso na produção de longas-metra mações precisas de custos, como valores de cachês de técnicos, locação de equipa mentos ou informações como telefones e endereços úteis para uma produção. E outra restrição é que os dados são somente de cidades americanas. Ao inserir o roteiro no programa é possí vel obter a lista de personagens, locações e um cronograma e planos de filmagem de uma forma otimizada. No caso de alte rações no cronograma, o programa auto maticamente indica qual a nova melhor data. Mas aí vem outra restrição para seu uso por aqui: o roteiro, assim como todas as outras informações, deve ser inserido em inglês. O Screenwriter trabalha com grande número de informações de forma integrada.
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Eficiência na produção Ferramentas para o gerenciamento de fil mes vêm sendo utilizadas por produtoras como a Academia de Filmes, permitindo
maior eficiência nos projetos e um cronograma realista segundo o orçamento disponível. “Softwa res de gerenciamento permitem calcular a margem de lucro da produtora dentro de um projeto, conversar entre os departamen tos, ter acesso ao estoque da pro dutora, da contra-regragem e do estoque de películas e fitas. A produção comercial, a direção de produção, a produção executiva e a administração ficam todos conectados”, diz Lilian. Um programa muito utilizado para produções que necessitam de forte coordenação, como longas ou documentários, é o Project, da Microsoft. Com versões em inglês e português, ele permite planejar e administrar projetos, organizar tarefas e recursos para manter os projetos dentro do cronograma e do orçamento. O Project pode ser padronizado para cada tipo de filme e sua vantagem é poder ser integrado com todo o paco te Office, permitindo que informações do projeto possam ser apresentadas em outros programas ou convertendo pla nilhas já existentes e criadas no Excel ou no Outlook em planos de projeto. Ele permite conectar vários membros da equipe e tem uma estrutura que deve ser alimentada semana a semana: “Com o Project fechamos o financeiro e acom panhamos o cronograma de realização e a evolução de custos semanalmente, que é a estrutura americana de produção”, diz o produtor Wagner Carvalho, que produziu longas como “O Homem que Virou Suco” (João Batista de Andrade) e “Cidade Oculta” (Chico Botelho). Ainda é possível resolver conflitos de tarefas ou de orçamento, verificar se o projeto está dentro do orçamento e do cro nograma avaliando o impacto de possíveis mudanças de agenda ou recursos, além de garantir atualizações que permitem iden tificar prioridades e melhores escolhas. O programa, no entanto, não impede que o orçamento às vezes saia do controle devido à política econômica do gover no, como afirma Carvalho: “Mesmo com extremo controle da produção dos filmes, aconteceu algumas vezes de estourarmos o orçamento. Em épocas de alta inflação contratava-se um serviço e 20 dias depois o preço já havia subido”.
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